O Renovador nº217 04-05-1974
Ano V — N. 217 — AVENÇA
D RENDUR
SEMANÁRIO DEFENSOR DOS INTERESSES DA REGIÃO FLORESTAL DO DISTRITO DE CASTELO BRANCO — CONCELHOS DE:
R
&)“C?º
4 de Maio de 1974
SERTÃ, OLEIROS, PROENÇA-ANOVA E VILA DE REI
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:
Rua Lopo Barriga, 5-r/c — SERTA — Telef. 131
DIRECTOR E PROPRIETÁRIO:
JOSÉ ANTUNES
COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO:
Gráfica Almondina — Telef. 22109 — Torres Novas
«Considerando que, ao fim
de treze anos de luta em terras
do Ultramar, o sistema político
vigente não conseguiu definir,
concreta e objectivamente, uma
política ultramarina que condu-
za à paz entre os Portugueses
de todas as raças e credos;
«Considerando o crescente
clima de total afastamento dos
Portugueses em relação às res-
ponsabilidades — políticas que
lhes cabem como cidadãos, em
crescente desenvolvimento de
uma tutela de que resulta cons-
tante apelo a deveres com pa-
ralela degeneração de direito;
«Considerando a necessida-
de de sanear as instituições, eli.
minando do nosso sistema de
vida . todas as ilegitimidades
que o abuso do Poder tem vin-
do a legalizar;
«Considerando — finalmente
que o dever das Forças Arma-
das é a defesa do País, como
tal se entendendo também à
liberdade cívica dos seus cidadãos;
PROGCLAMAÇÃO
DO MOVIMENTO
DAS
FORÇAS ARMADAS
«o Movimento das Forças
Armadas, que ácaba de cumprir
com êxito a mais importante
das missões cívicas dos últimos
anos da nossa História, procla-
ma à Nação a sua intenção de
levar a cabo, até à sua comple-
ta realização, um programa de
salvaçao. do País e de restitui-
ção ao Povo Português das li-
berdades cívicas de que vem
sendo privado. Para o efeito,
entrega o Governo a uma Jun-
ta de Salvação Nacional &
quem exige o compromisso, de
acordo com as linhas gerais do
Programa do Movimento das
Forças Armadas que, através
dos órgãos informativos, será
dado a conhecer à Nação, de
no mais curto prazo consentido
pela necessidade de adequação
das nossas estruturas, promo-
ver eleições gerais de uma As-
sembleia Nacional Constituinte,
cujos poderes, por sua repre-
sentatividade e liberdade na
eleição, permitam ao país esco-
Continua na 2.º página
Vale do o
ALDEIA ESQUECIDA ?
Esta linda povoação da fregue-
sia do Mosteiro e do concelho
de Oleiros, encontra-se desde há
anos no esquecimento. Não sei
de quem será a culpa, se dos
membros da Junta de Freguesia
de não fazerem mais desloca-
ções a pedir às Entidades Supe-
riores dinheiro para a realização
das várias necessidades da al-
deia, ou da Câmara Municipal de
que não tem dinheiro para as
realizar.
Já lá vai muito perto de uma
dezena de anos que se elaborou
VILA DE REI
REALIZA-SE NO PRÓXIMO DIA
19 DE MAIO — 3.º DOMINGO
DO MÊS, A FESTA EM HONRA
DA RAINHA SANTA ISABEL
Como é já tradicional realiza-
-se no próximo dia 19 de Maio,
3.º Domingo do mês, em Vila de
Rei, a Festa de Santa Isabel, pa-
droeira da freguesia.
Este àno será abrilhantada pe-
la Filarmónica União Sertaginen-
se, da Sertã, e o programa será
o habitual.
leiros
o projectoa da luz eléctrica para
esta povoação e até hoje esta-
mos às escuras. Aaté me parece
incrível isto: ver outras povoa-
ções mais pequenas do que es-
ta que têm luz eléctrica, têm cal-
çadas e têm estradas e só a
nossa aldeia nada disto tem.
Continua na 3,º página
Novos Assinantes
Do nosso estimado corres-
pondente em São João do Peso,
recebemos a indicação dos se-
guintes dois novos assinantes:
Isidro Martins, residente em
Cumberland, E. U. A., e Lauren-
tino de Jesus Dias, residente em
Sesmarias, São João do Peso.
António Carlos Martins, do
Lobito (Angola), remeteu-nos o
nome de António Farinha Lopes,
também residente naquela cida-
de, lamentando que outros natu-
rais da nossa Região não pos-
sam inscrever-se também por
virtude de dificuldades na trans-
ferência do pagamento da assi-
natura.
A todos o nosso Bem Hajam.
FORAM FIXADOS
08 PREÇOS MINIMOS
DAS MADEIRAS DE
PINHO E DE EUGALIPTO
FORNECIDAS AS FÁBRICAS
TRANSFORMADORAS
DE CELULOSE E PAINÉIS
DE PARTÍCULAS
Na passada 4.º-feira, dia 24
“de Abril, foram fixados por des-
pacho ministerial os preços míi-
nimos das madeiras de pinho e
de eucahpto a fornecer pelo
sector primário às indústrias de
celulose e painéis de partículas.
Madeira de eucalipto «globu-
lus», descascada: 410800 por
estere;
Madeira de eucalipto com cas-
ca: 360800;
Madeira descascada de pinho:
390$00 por estere;
Estes preços entendem-se pa-
ra a madeira posta na fábrica
sobre camião ou vagão.
Repare-se que estes são os
preços mínimos garantidos pe-
las fábricas as quais se obri-
gam também a receber toda a
madeira que lhes for entregue
a estes preços até ao limite de
armazanagem correspondente a
5 meses de laboração normal.
Presentemente os preços pra-
ticados estão ligeiramente supe-
riores aos fixados.
Weltinindo posições
O RENOVADOR não é um
jornal político. Nunca definiu
qualquer linha de actuação po-
litica. Nem tinha de o fazer.
Pela sua índole eminentemente
regionalista tenta apenas pro-
mover o desenvolvimento eco-
nómico-social dm região flores-
tal do Distrito de Castelo
Branco em que está integrado.
O seu Director, como pessoa
consciente, tem os seus ideais,
os seus princípios, de que não
abdica, nem nunca abdicou. O
condicionalismo — concreto da
sua actuação impõe-lhe, como
a qualquer outro, determira-
das posições: umas com que
concordo, outras com que tem
de confarmar-se, sem abdicar,
contudo do que pensa e sente
e sem violentar ou torcer qual-
quer daqueles ideais e princí-
pios.
O títulio escolhido para este
jornal significa, de resto, al
gurra coisa do seu pensamen-
to mais íntimo, dos seus ideais
mais queridos, É uma ban-
deira.
Na passada quinta-feira, dia
25 de Abril, verificaram-se no
País acontecimentos de singu-
lar t anscendência para o seu
futuro. Dia verdadeiramente
histórico de incalculáveis re-
percussões para todos os por
tugueses.
O Movimento Militar teve,
para nós, e para já uma ex-
traordinária — qualidade: à
dignidade e civismo com que
conduziu as operações, sem
quixotismo —ou vinganças
abjectas.
O PROGRAMA DA JUNTA
DE SALVAÇÃO NACIONAL,
acolhemo-lo com entusiasmo
e com enorme esperança. Os
seus grandes objectivos, são,
aliás, os grandes ideais por
que tem de bater-se todo o ho- .
mem consciente, ocidental e
cristão, em pleno século XX.
Não pode haver ilhas isoladas
no quadro das Nações.
A solução da asfixiante cri-
se que o País atravessa pre-
(Continua na 2.º página) ;
A Gooperativa dos Comerciantes
da Serttá — SOPREI-—
encontra-se em plena
actividade e florescimento
Conforme noticiámos oportu-
namente constituiu-se no ano
transacto na Sertã uma coopera-
tiva de comerciantes do ramo ali-
mentar destinada a agrupar e de-
fender não só os próprios co-
merciantes da concorrência des-
leal de fortes grupos empresa-
riais, mas ainda os próprios con-
sumidores, . já que obtendo os
produtos em melhores condições
também os agrupados os pode-
riam vender a preços mais acei-
táveis.
«Considerando que, ao fim de
treze anos de luta em terras do UIl-
trâmar, o sistema político vigente
não conseguiu definir, concreta e
objectivamente, uma política ultra-
marina que conduza à paz entre os
portugueses de todas as raças e
credos;
Considerando que a detinição da-
quela política só é possível com o
saneamento da actual política inter-
na e das suas instituições, tornan-
do-as, pela via democrática, indis-
Programa do Movimento Militar
de 25 de Abril
cutidas — representantes
português;
Considerando, ainda, que a subs-
tituição do seu sistema político vi-
gente terá de processar-se sem con-
vulsões internas que afectem a paz,
o progresso é o bem-estar da Na-
ção, o Movimento das Forças Ar-
madas — Portuguesas, na profunda
convicção de que interpreta às as-
pirações e interesses da esmagadora
maioria do povo português e de que
a sua acção se justífica plenamente
do povo
em nome da salvação da Pátria e,
fazendo uso da força que lhe é con-
ferida pela Nação através dos seus
soldados, proclama e compromete-
-se à garantir a adopção das seguin-
tes medidas, plataforma que entende
necessária para a resolução da
grande crise nacional que Portugal
atravessa:
A) MEDIDAS IMEDIATAS
1 — Exercício do poder político
continua na 2.º página
RENOVAÇÃO É
L9 M
ÃO E
Como todos os partos compor-
tam dores, também os primeiros
tempos desta organização não
têm sido um mar de rrosas:
— dificuldades, incompreensões,
dispersão de sócios, pouca agres.
sividade da procura, dificuldades
de abastecimento de certos pro-
dutos indispensáveis.
Mas àas dificuldades estão a
ser vencidas corajosamente e a
Cooperativa dos Comerciantes
dos concelhos da Sertã, Proença-
-a-Nova, Oleiros e Vila de Rei
prossegue vitoriosamente a sua
marcha.
continua na 3.º página
Foi aprovado o projecto
do troço da E. N. 241
entre o Pontão do
Laranjeiro e Espinho
Pequeno
Tivemos conhecimento de que
o projecto do troço da E. N. n.º
241, entre o Pontão do Laran-
jeiro é Espinho Pequeno no
concelho de Proença-a-Nova,
foi já aprovado.
Há uns quatro meses escre-
vemos aqui a abertura ao trânsito do troço da E. N. n.º 241
entre Espinho Pequeno e
PROGRESSO
Página 2
O RENOVADOR
4 de Maio de 1974
& Semana a semana Prog
(De 22 a 28 de Abril)
EM PORTUGAL
25 — Um Movimento das Forças
Armadas destituiu o presidente Amé-
rico Tomás, demitiu o Governo do dr.
Marcelo Caetano e nomeou uma Jun-
ta de Salvação Nacional sob a pre
sidência do general António de Spí
nola.
27 — Foram postos em liberdade
todos os presos políticos que se acha
vam em Caxias e em Peniche, em
número de 160
28 — O Brasil reconheceu a Junta
de Salvação Nacional.
— Foram reabertas todas as fron-
teiras terrestres e marítimas e res
tabelecido o tráfego aéreo.
NO MUNDO
22 — Nas batalhas aéreas no Golã,
os aviadores israelitas utilizam um
dispositivo que os protege dos mis-
seis.
— O chanceler Alemão Willy
Brandt chegou ao Cairo e conferen-
ciou com o presidente Sadate.
— Em Jericó foram descobertos di-
versos palácios do tempo de Cristo.
23 — O Partido Trabalhista de Is
rael escolheu Jitzhak Rabin, actual
Definindo
posições
Continuação da 1.º página
cisa da união de todos os Por-
tugueses à volta dos grandes
ideais nele expressos. Dentro
da pluralidade de opiniões que
mutuamente se respeitam, mu-
tuamente colaboram para a
sua conecretização. Participa”
ção de todos na solução por-
tuguesa dos problemas <co-
muns.
Nesta hora grave, portan-
to, não podemos deixar de ter
uma grande esperança de que
Portugal consiga prosseguir
na paz e na ordem o seu rumo
histórico, melhorando cada
vez mais a qualidade de vida
do seu povo, no respeito de ca-
da um pelo seu semelhante, no
diálogo fecundo entre pessoas
de boa-fé.
JOSE ANTUNES
Instalação
de um posto clínica
no Concelho
de Oleiros (Estreito)
O subsecretário de Estado da
Segurança Social homologou
um acordo para instalação de
um posto clínico nas dependên-
cias do posto de assistência so-
cial do Estreito, no concelho de
Oleiros, celebrado entre a Cai-
xa de Previdência e Abono de
Família do Distrito de Castelo
Branco e o referido posto de
assistência.
digão, no sentido de Vila Velha
de Ródão, exigia prontamente
o revestimento betuminoso do
troço de 8 km desde Proença-
-a-Nova àquela povoação.
Aparece-nos agora à notícia
da aprovação do projecto o que
parece prenunciar a respectiva
dotação orçamental, para muito
breve.
Que assim seja, é o que fran-
camente ambicionamos pois to-
das as rodovias que se cons-
truam na nossa região não po-
derão deixar de contribuir para
o desenvolvimento desta.
ministro do trabalho, para substituir
o primeiro ministro cessante, sr.
Golda Meir.
— O senador norte-americano
Edward Kennedy, que se encontra
em Moscovo, teve um longo encontro
político com Brejnev, secretário-ge-
ral do Partido Comunista Soviético,
— Uma tremenda explosão de gás.
no centro de Nova Iorque, destruiu
um prédio de 20 andares, tendo fica-
do oitenta pessoas feridas,
24 — Faleceu o presidente da Re-
pública Austriaca, Franz Jonas,
25 — Israel comemorou o 26”
aniversário da independência.
26 — As inundações no Nordeste
Brasileiros causaram dez milhões de
contos de prejuízo.
27 — A pedido do Governo do
Cairo, Nixon adiou para fins de
Maio a sua visita ao Egipto.
Proclamação
do Movimento
das Forças Armadas
“ontinuação da 1.º pagina
lher livremente a sua forma de
viída social e política.
uCertos de que a Nação está
connosco e que, atentos aos
fins que nos presidem, aceitará
de bom grado o governo militar
que terá de vigorar nesta fase
de transição, o Movimento das
Forças Armadas apela para à
calma e civismo de todos os
Portugueses e espera do País
adesão aos poderes instituídos
em seu benefício.
uSaberemos —deste modo
honrar o Passado no respeito
pelos compromissos assumidos
perante o País e por este peran-
te terceiros. E ficamos na plena
consciência de haver cumprido
o dever sagrado da restituição
à Nação dos seu legitimos e le-
gais poderes. VIVA PORTU-
GAL!
rama do Movimento
de 25 de Abril
Continuação da 1.º págins
por uma Junta de Salvação Nacio-
nal até à formação, a curto prazo,
de um Governo provisório civil. A
escolha do presidente e vice-presi-
dente será feita pela própria Junta.
2— A Junta de Salvação Nacio-
nal decretará:
a) a destituição imediata do
Presidente da República e do actual
Governo, e dissolução da Assem-
bleia Nacional e do Conselho de
Estado, medidas que serão acom-
panhadas do anúncio público da
convocação, no prazo de doze me-
ses, de uma Assembleia Nacional
Constituinte, eleita por sufrágio
universal directo e secreto, segun-
do lei eleitoral a elaborar pelo futuro
Governo provisório;
b) a destituição de todos os go-
vernadores civis no continente, go-
vernadores dos distritos autónomos
nas ilhas adjacentes e governado-
res-gerais nas províncias ultramari-
nas, bem como a extinção imediata
da Acção Nacional Popular.
| — Os governos-gerais das
províncias ultramarinas serão
imediatamente assumidos pelos
respectivos — secretários-gerais,
investidos nas funções de en-
carregados do Governo até no-
meação do novo governador-
-geral pelo Governo provisório.
1l — Os assuntos decorrentes
dos governos civis serão des-
pachados —pelos respectivos
substitutos legais, enquanto não
forem nomeados novos gover-
nadores pelo Governo provisó-
rio.
c) a extinção da D.G.S., Legião
Portuguesa e organizações políticas
de juventude. No Ultramar, a D.G.S.
será reestruturada e saneada, orga-
nizando-se como polícia de informa-
ção militar enquanto as operações
militares o exigirem;
d) a entrega às Forças Armadas
dos indivíiduos culpados de crime
contra a ordem política instaurada,
enquanto durar o período de vi-
gência da Junta de Salvação Nacio-
nal, para instrução de processo e
iulgamento;
e) medidas que permitam uma
Condições
de Assinatura
VIA NORMAL
Portugal Gontinental
e Ultramarino, Brasil e Espanha
100800
Estrangeiro: 180800
VIA AÉREA
(Pagamento adiantado)
Províncias Uliramarinas: 2008$.
Estrangeiro: 250800
NOTA — Tcou.- as importâncias
nos podem ser remetidas em
vale de correio, cheque ou di-
nheiro de qualquer nacionalida-
de ou ainda os Srs. Assinantes
encarregarem quem nos efec-
tue directamente as liquidações.
As assinaturas devem ser pa-
gas adiantadamente.
Para o Ultramar Português
e Estrangeiro não fazemos co-
branças através dos C.T.T,
Raul Américo
Silva Simões
Encontra-se — internado — nos
Hospitais da Universidade de
Coimbra o nosso colaborador 2
escriturário do Tribunal da Co-
marca da Sertá, Raul Américo
Silva Simões, atingido por um
ataque benigno de meningite.
O caso deu bastante alarme
em quantos dele tiveram conhe-
cimento, não se confirmando, po-
rém, felizmente, os receios de
maior gravidade.
Este nosso amigo a quem au-
guramos completo e rápido res-
tabelecimento, está em franca
convalescença, esperando-se que
regresse à Sertã muito em breve.
e um «contror rigorosos
de todas as operações económicas
e fi i com o geiro;
f) a amnístia imediata de todos.
os presos políticos, saívo os culpa-
dos de delitos comuns, os quais se-
rão entregues ao foro respectivo e
reintegração voluntária dos servido-
res do Estado destituídos por moti-
vos políticos;
g) a abolição da censura e exa-
me prévio,
| — Reconhecendo-se a neces-
sidade de salvaguardar o se-
gredo dos aspectos militares e
evitar perturbações na opinião
pública causadas por agressões
ideológicas dos meios mais
reaceionários, será criada uma
comissão «ad hoc», para «con-
trole» da Imprensa, Rádio, Tele-
visão, Teatro e Cinema, de ca-
rácter transitório, directamente
dependente da Junta de Salva-
ção Nacional, a qual se mante-
rá em funções até à publica-
ção de novas leis de Imprensa,
Rádio, Teatro e Cinema, pelo
futuro Governo provisório,
h) medidas para a reorganiza-
ção e saneamento das Forças Ar-
madas e Militarizadas, G.N.R,
P.S.P., Guarda Fiscal, etc.;
i) o «controlen de fronteiras
será das atribuições das Forças Ar-
madas e Militarizadas, enquanto não
for criado um serviço próprio;
i) medidas que conduzam ao
combate eficaz contra a corrupção
e a especulação.
B) MEDIDAS A CURTO PRAZO
1 — No prazo máximo de três
semanas após a conquista do Po-
der, a Junta de Salvação Nacional
escolherá de entre os seus mem-
bros o que exercerá as funções de
que manterá poderes semelhantes
aos previstos na actual Constituição.
a) Os restantes membros da
Junta de Salvação Nacional assu-
mirão as funções de chefe do Es-
tado-Maior General das Forças Ar-
madas, vice-chefe do Estado Maior
General das Forças Armadas, chefe
do Estado-Maior da Armada, chefe
do Estado+Maior do Exército e che-
fe do Estado-Maior da Força Aérea
e farão parte do Conselho de Es-
tado.
2 — Após assumir as suas fun-
ções, o Presidente da República no-
meará o Governo provisório civil,
que será composto por personali-
dades representativas de grupos e
correntes políticas e personalidades
independentes que se identifiquem
com o presente programa.
3 — Durante o período de excep-
ção do Governo provisório, imposto
pela necessidade histórica de trans-
formação — política, manter-se-á a
Junta de Salvação Nacional, para
salvaguarda dos objectivos aqui
proclamados.
a) o períado de excepção ter-
minará logo que, de acordo com a
nova Constituição política, estejam
eleitos o Presidente da República
e a Assembleia Legislativa.
4 — O Governo provisório go-
vernará por decretos-leis que obe-
decerão obrigatoriamente ao espíri-
to da presente proclamação.
5 — O Governo provisório, tendo
em atenção, que aàs grandes refor-
mas de fundo só poderão ser adop-
tadas no âmbito da futura Assem-
bleia Nacional Constituinte, obrigar-
-se-á a promover imediatamente:
a) a aplicação de medidas que
garantam o exercício . formal da
acção do Governo e o estudo e
aplicação de medidas preparatórias
de carácter material, económico, so-
cial e cultural que garantam o fu-
turo exercício efectivo da liberdade
política dos cidadãos;
b) a liberdade de reunião e de
associação. Em aplicação deste
prineípio, será permitida a formação
de associações políticas, possíveis
embriões de futuros partidos poli-
ticos, e garantida a liberdade sindi-
cal, de acordo com lei especial que
regulará o seu exercício.
c) a liberdade de expreSsão e
per , sob q forma;
d) a promulgação de uma nova
lei de Imprensa, Rádio, Televisão,
Teatro e Cinema;
e) medidas e disposições ten-
dentes a assegurar, à curto prazo, à
independência e a dignificação do
poder judicial.
| — A extinção dos tribunais
especiais e dignificação do
processo penal em todas as
suas fases.
|l — Os crimes cometidos con-
tra o Estado, no novo regime,
serão instruídos por juízes de
Direito e julgados em tribunais
ordinários, sendo dadas todas
as garantias aos arguidos. As
averiguações serão cometidas
à Polícia Judiciária
6 — O Governo provisório fan-
çará os fundamentos de:
a) uma nova política económica
posta ào serviço do Povo Portu-
guês, em particular das camadas
da população até agora mais desfa-
vorecidas, tendo como preocupa-
ção imediata a luta comtra a in-
flação e a alta excessiva do custo
de vida, o que necessariamente im-
plicará uma estratégia antimono-
polista;
b) uma nova política social,
que, em todos os domínios, terá
essencialmente como objectivo a
defesa dos interesses das classes
trabalhadoras e aumento progressi-
vo, mas aácelerado, da qualidade de
vida de todos os portugueses.
7 — O Governo provisório res-
peitará os compromissos interna-
cionais decorrentes dos tratados em
vigor.
8 — A política ultramarina do
Governo Provisório, tendo em aten-
ção que a sua definição competirá
à Nação, orientar-se-á pelos seguin-
tes princípios:
a) reconhecimento de que à so-
lução das guerras do Ultramar é
política e não militar;
b) criação de condições para
um debate franco e aberto a nivel
nacional, do problema ultramarino;
c) lançamento dos fundamentos
de uma política ultramarina que
conduza à paz.
C) CONSIDERAÇÕES FINAIS
1 — Logo que eleitos pela Nação
a Assembleia Nacional Constituínte
e o novo Presidente da República,
será dissolvida a Junta de Salvação
Nacional e a acção das Forças Ar-
madas será restringida à sua missão
específica de defesa externa da so-
berania nacional.
2 — O Movimento das Forças
Armadas, convicto de que os prin-
cípios e os objectivos aqui procla-
mados traduzem um compromisso
perante o País e são imperativos
para servir os superiores interesses
da Nação, dirige a todos os portu-
gueses um veemente apelo à parti-
cipação sincera, esclarecida e deci-
dida na vida pública nacional e
exorta-os a garantirem, pelo seu
trabalho e convivência pacífica,
qualquer que seja a posição social
que ocupem, as condções necessá-
rias à definição, em curto prazo, de
uma política que conduza à solu-
ção dos graves problemas nacionais
e à harmonia, progresso e justiça
social indispensáveis e à obtenção
do lugar a que Portugal tem direito
entre as nações.
omento
de poesia
UM BEIJO!
Quero os meus lábios nos teus!
— Quatro folhas — uma flor!
— Um beijo é hóstia de Deus
Na boca do meu amor!
Enquanto sobe tão calma
A Lua lá pelos céus,
Extasiando a nossa alma,
Quero os meus lábios nos teus!
— Deixa-os colar com anelo,
Com ternura, com ardor!
— Não há conjunto mais belo
— Quatro folhas — uma flor.
Eu bem noto o teu anseio!
Teus desejos são os meus,
— Não fiques, pois, com receio
Um beijo é hóstia de Deus!
São promessas de carícias
Teus lábios, de rubra cor!
Quero colher mil delícias
Na boca do meu amor!
M. CORREIA DA SILVA
GABINETE DE TRABALHOS TOPOGRÁFICOS E AGRIMENSURA
José Almeida Saraiva
TOPÓGRAFO – AGRIMENSOR
Encarrega-se de delimitação de propriedades rurais — Forneci-
mento de marcos com às características legais e sua colocação.
Rua de Sertório, 1 a 3 — Telefone 188
SERTÃ
Presidente da República
4 de Maio de 1974
9 EENOVADOR
Página 3
OS PAÍSES CONSUMIDORES
PAGAM ESTE ANO PELO
PETRÓLEO 115 MIL MI-
LHÕES DE DOLARES
ÀA factura das importações de
petróleo, a pagar este ano, atin-
girá 115 mil milhões de dólares
para os países consumidores, ou
seja, mais 70 mil milhões do que
no ano passado. Metade caberá
aos produtores árabes, salienta
o relatório anual acerca da eco-
nomia internacional, enviado pe-
lo presidente Nixon ao Con-
Eresso.
A distribuição das partes a
pagar é a seguinte: Estados
Unidos: 25 mil milhões de dó-
lares (9,3 em 1973), Europa Oci-
dental: 55,5 mil milhões (22,2
em 1973), sendo 12 mil milhões
para a Almanha Ocidental (5,2
em 1973), 10,7 mil milhões para
a França (3,9), 9,5 mil milhões
para a Grã-Bretanha (3,8) e 9,1
mil milhões para a Itália (3,4).
— Japão: 18 mil milhões de
dólares (66 mil milhões em
1973).
— Canadá : 4 mil milhões (1,3
em 1973).
Os cálculos basearam-se num
volume de importações equiva-
lente ao do ano de 1973 e a um
nível de preços idênticos aos
actuais.
O relatório indica ainda que,
da centena de mil milhões de
dólares, que cabem aos produ-
tores de petróleo, 51 000 milhões
de dólares irão para os países
árabes e 44000 milhões para
os outros produtores:
Arábia Saudita: 18000 mi-
lhões em 1974 (4 em 1973).
Venczuela: 10 000 milhões (3).
Koweit: 8 000 milhões (2).
Nigéria: 8 000 milhões (3).
Iraque: 6 000 milhões (2).
Indonésia: 4 000 milhões (2).
Argélia: 3000 milhões (1).
Restantes produtores árabes:
7000 milhões (3).
Restantes produtores:
milhões (1).
3 000
A SUBIDA DOS PREÇOS EM
1978 ULTRAPASSOU 9%
NOS PRINCIPAIS PAÍSES
DA EUROPA
A alta dos preços nos prin-
cipais países industrializados
atingia uma taxa anual média
de mais de 9 por cento em fins
de 1973, indica o Fundo Mone-
tário Internacional.
AÀ taxa mais baixa foi regis-
tada pela Bélgica. Neste país, a
subida dos preços atingiu 7,3
por cento no ano transacto. O
máximo da subida dos preços
(no que se refere aos países
industrializados) foi obtido pelo
Japão: 17 por cento durante
aquele espaço de tempo.
Entre estes dois extremos si-
tuam-se os seguintes países:
MANUEL
—
Mania de Retalhos
— República Federal Alemã,
T4 por cento.
— Noruega, 7,6.
— Holanda, 8,2.
— Estados Unidos, 8,8.
— França, 9,1.
— Canadá, 9,3.
— Grãâ-Bretanha, 10,3.
— Suíça, 10,8.
— Dinamarca, 11,2,
Nota o F. M. L. que durante
o terceiro trimestre de 1973 o
comércio mundial continuou a
desenvolver-se a um ritmo ele-
vado: durante esse espaço de
tempo as exportações dos países
industrializados aumentaram
46,8 por cento em relação a
idêntico período de 1972. Em
contrapartida as exportações
dos países em vias de desenvol-
vimento aumentaram apenas 27
por cento no mesmo espaço de
tempo.
LIGA DE ALUMINIO
PERPLASTICA»>
«SU-
Manufactores ingleses reivindi-
caram, há dias, uma descoberta
«revolucionária» com o desen-
volvimento de uma liga de alu-
mínio «superplástica», que pode
reduzir drasticamente o custo
de produzir uma vasta gama de
componentes.
Foi anunciado que o novo ma-
terial é a primeira liga comer-
cial prática com propriedades
superplásticas, significando que
pode fluir facilmente em formas
complicadas, e que precisa so-
mente de moldes, em vez das
dispendiosas ferramentas e pre-
sas de corte e moldagem,.
Há muitos anmos já que se
tem conhecimento da superplas-
ticidade de metais, mas ligas
com base de zinco com essas
propriedades têm-se provado
de valor muito limitado ou sem
praticabilidade na sua comercia-
lização. A principal razão é que
tendem para manter a plastici-
dade a temperaturas relativa-
mente baixas, e até podem so-
frer distorções por efeito da
luz do sol.
ÀA nova liga inglesa, chamada
«Suoral-150>», é resultante de se-
te infatigáveis anos de investi-
gações laboratoriais.
Duas firmas britânicas, a Tu-
be Investiments e a British Alu-
minium Company, associadas,
dizem que a nova liga tem as
mesmas propriedades físicas da
liga do alumínio convencional,
com uma resistência à tracção
de 14 libras por polegada qua-
drada não sendo afectada por
temperaturas até 150 graus cen-
tiígrados.
Começou já a ser formada
uma nova empresa para produ-
ção da liga em quantidades que
abasteçam os mercados, fabri-
cando, também, com ela os ne-
cessários componentes,
MENDES
MURTINHO JUNIOR
& IRMÃO
ANSIÃO
Extracção de
Britas de Calcário
Pedreiras no Alto da Serra a 2 quilóm. de Pontão — à
beira da E. N. 237.
Preços de concorrência.
Escritório-Sede — Ansião — Telefone 78
CHIMPANZE QUE «FALA>
USANDO UM COMPUTADOR
Na Universidade de Emory
uma chimpanzé aprendeu a «fa-
lar» servindo-se, para o caso,
de um ordenador. O professor
Duane Rumbaugh, daquela Uni-
versidade, e que dirige há 15
anos os estudos com vista a
determinar o mável de inteligên-
cia dos dhimpanzés, declarou-se
muito impressionado pela faci-
lidade com que a macaca é
susceptível de comunicar com
os cientistas. O professor Rum-
baugh é o inventor do sistema,
ou mais precisamente da língua,
denominada «yerkish», graças à
qual a chimpanzé consegue ex-
primir-se rapidamente com os
seus sete cientistas.
«Lana», uma macaca escolhi-
da ao acaso entre vários símios,
aprendeu a utilizar o ordenador
o ano passado. Isolada numa
espécie de cela de plástico, com
dois metros de largo por outros
tantos de fundo e de altura,
«Lana»> dispõe de um teclado
de que pode servir-se em qual-
quer momento a fim de «falar»
cam o ordenador, que lhe res-
ponde. O dispositivo compõe-se
de teclas com símbolos de «yer-
kish», os quais, na realidade,
são desenhos geométricos com-
plicados. A combinação de sim-
bolos que «Lana» marca é pro-
jectada em «écrans», podendo,
assim, a macaca ler as palavras
que compôs.
O sistema permite-lhe pedir
ao ordenador que lhe dê de co-
mer, que se ponha a tocar mú-
sica ou projecte filmes que ela
acha divertidos. O ordenador só
aceita frases coerentes. Todos
os pedidos devem ser precedidos
de «please»> (faça o favor) e
devem terminar por um símbo-
lo correspondente ao ponto fi-
nal. Assim, por exemplo, tocan-
do nas diferentes teclas da sua
máquina, «Lana» pode dizer ao
seu ordenador: «Faça o favor,
máquina, de me dar uma ba-
nana». Se a frase tiver sido
composta correctamente, recebe
imediatamente a banana. Se
não, o ordenador não dá res-
posta.
Quanto à música, «Lana» tem
um fraco pela música de «jazz».
A fim de complicar as coisas,
a posição das teclas é mudada
frequentemente, para verificar
se «Lana» é capaz do esforço
mental de reconstituir as fra-
ses-chave com os símbolos em
lugares diferentes. Com efeito,
«Lana» decorou já o vocabulá-
rio, que é de 75 palavras, e não
tem dificuldade nenhuma em en-
contrar as novas sequências.
Actualmente, compõe mais ra-
pidamente os seus pedidos que
os investigadores. Mas há mais:
estes conseguiram obter respos-
tas da chimpanzé. Por exemplo:
mostram-lhe um bocado de cho-
colate ou de uma banana e
pirguntam-lhe: «Que é isto?» E
«Lana» vai ao seu teclado e
responde: «Isso é um chocola-
te», ou «isso é uma banana»>.
(Do Jornal do Comércio)
Caseiro
Precisa-se
Para Vinha Velha — Madei-
rã. Oferecem-se excelentes con-
dições, Resposta e pedido de in-
formações para o telefone 1 de
Madeirã.
VALE DO SOUTO
continuação da 1.º página
Uma povoação com muito perto
de 70 fogos e talvez cerca de
250 habitantes.
No meu ver, também nós so-
mos filhos de Deus como as
outras povoações. Tenho ouvido
dizer que a união faz a força e
talvez seja isso que nesta po-
voação falta,
Pois nós queremos aqueles
três melhoramentos o mais de-
pressa possível. Aqui fica o meu
apelo, já lançado por vários jor-
nais, mas as obras continuam
por realizar,
ANIVERSÁRIOS
Ocorreu no passado dia 9 de
Abril o aniversário natalício do
senhor Horácio António Martins,
nosso estimado amigo e conter-
râneo, empregado de escritório,
casado com a senhora D. Fer-
nanda Matos Martins, telefonis-
ta em Abrantes e onde estão –
residir ambos.
— Também festejou o seu
aniversário, no dia 14 de Abril,
o Sr. João Luís Domingues, nos-
So conterrâneo e empregado co-
mercial.
— No dia 18, celebrou igual-
mente o seu aniversário natalício
a Sr.º D. llda dos Santos Domin-
gues Nogueira.
— Também a nossa conter-
rânea e esposa do nosso amigo
António João Noqueira, motoris-
ta da Sacor em Lisboa.
Aos 3 aniversariantes «O Re-
novadory e bem assim o Seu
correspondente nesta aldeia de-
sejam-lhes o0s parabéns, com
votos de muitas felicidades.
VISITAS
Estiveram de visita a seus
pais e demais família os senho-
amentos
Realizou-se no passado dia 21
de Abril o enlace matrimonial da
menina Maria Emília da Concei-
ção e Silva com o senhor João
Francisco Colaço de Matos, ela
natural de Amioso, na freguesia
da Sertã e filha de António Cos-
ta da Silva e de D. Isabel da Con-
ceição, e ele natural de Beja, (i-
lho de Francisco António de Ma-
tos, já falecido, e de D. Augusta
Maria Colaço de Matos.
O casamento realizou-se na
lgreja dos Jerónimos em Lisboa
e foram padrinhos, por parte da
noiva, sua prima, Isabel Maria
Rodrigues da Silva Costa e Án-
gelo da Costa Silva; por parte do
noivo, o Dr. João Manuel Cava-
co e sua esposa, D. Maria Augus-
ta Cavaco.
Da Igreja dos Jerónimos, o cor-
tejo nupcial seguiu para o Res-
taurante Fateixa, em Carcavelos.
Eram cerca de 150 os convi-
dados. Após o almoço, os noivos
partiram em viagem de núpcias
para o Algarve.
Fixam residência em Lisboa.
Ao jovem casal deseja «O Re-
novador» as maiores felicidades.
— Na igreja matriz da Sertã,
no dia 28 de Abril, contrairam ca-
samento José Alexandre de Car-
valho Monteiro, funcionário da
Câmara Municipal, filho de D.
Maria Margarida Carvalho Mon-
teiro e de Joaquim Ferreira Mon-
teiro, já falecido, natural da Sertã,
com Maria Helena dos Santos Pi-
res, empregada de balcão, filha
de Juvenal Pires e de D, Maria
da Conceição Pires, também da
Sertã.
Foram padrinhos, por parte do
noivo, D, Adelaide Mendes Mar-
tins Farinha e seu marido Ângelo
Pedro Farinha, e, por parte da
noiva D. Irene Carneiro de Moura
Lima da Silva e seu marido.
Os noivos fixam residência na
Sertã.
«O Renovadom) e o seu Di-
rector desejam aos noivos um
futuro cheio de felicidades.
res José de Jesus Martins, sua
esposa e filha, seu irmão Antó-
nio de Jesus Martins e sua es-
posa e filha, e ainda sua irmã,
menina Zulmira de Jesus Mar-
tins.
Todos estão a residir em Lis-
boa, onde são empregados.
NASCIMENTO
Deu à luz na Maternidade do
Hospital da Misericórdia de Cas-
telo Branco, no passado dia 17
do mês de Abril, um robusto
menino a Srº D, Henriqueta de
Jesus Mendes Pereira, esposa
do nosso estimado amigo e
conterrâneo Sr. Manuel Josefa
Pereira. Mãe e filho estão bem,
graças a Deus. — (C.)
FFAA AAAA
Câmara Municipal do Concelho
da Sertã
RECENSEAMENTO ELEITORAL
Assembleia Nacional
Edital
Célio Marnoto Corujo, Chefe
da Secretaria da Câmara Munici-
pal do Concelho da Sertã:
Torna público, nos termos do
art. 18.º da Lei n.º 2015, de 28
de Maio de 1946, e art.º 2.º do
Dec.-Lei n.º 396/71, de 22 de Se-
tembro de 1971, que de 1 a 10
de Maio próximo poderão ser
obtidas na Secretaria desta Câ-
mara Municipal informações rela-
tivas ao Recenseamento dos Elei-
tores da Assembleia Nacional, re-
ferente ao ano de 1974, onde pa-
ra o efeito se encontra patente o
respectivo ficheiro,
Qualquer interessado ou elei-
tor pode reclamar até ao dia 15
de Maio, para o presidente da
Câmara Municipal, de harmonia
com o disposto no art. 19.º da
citada Lei n.º 2015,
Para constar se publica este e
outros de igual teor que vão ser
afixados nos lugares públicos do
estilo em todo o concelho.
Câmara Municipal da Serta, 25
de Abril de 1974.
O Chefe da Secretaria
Célioa Marnoto Corujo
SOPREI
continuação da 1.º página
Segundo pudemos auscultar,
as impressões dos 50 sócios que
a mesma comporta, são as me-
lhores, louvando decididamente
a ideia e prometendo ampliá-la
cada vez mais não só para defesa
da classe, mas ainda para bene-
fício da região.
Foi já adquirida uma camione-
ta Bedford de 4 mil quilos para
transporte de mercadorias e tu-
do se conjuga para o melhor
êxito da iniciativa,
(Madeirã )
AGRADECIMENTO
António Pedro
Barata Gomes
Sua família, impossibilita-
da de o fazer directamente
por falta de moradas, vem
por este meio agradecer re-
conhecidamente a todas as
pessoas que se interessaram
pelo seu estado enquanto es-
teve hospitalizado em Lis-
boa, e o acompanharam à
sua última morada no cemitério de Madeirã.
Página 4
O RENOVADUR
ESCREVEM OS NOSSOS LEITORES
AS FESTAS DO SENHOR JESUS
DO VALE TERREIRO
NA MADEIRA
Ex.Ӽ Senhor
Director de «O Renovador»
Desta vez venho dar notícias
animadoras acerca das Festas do
Senhor Jesus do Vale Terreiro.
É o caso que o mal entendido
que se estava verificando, des-
fez-se como bola de sabão e as-
sim, todos entraram em franca
camaradagem, de modo que se
realizarão as Festas com brilho
desusado, pois que outra coisa
não era de esperar.
Daqui endereço os meus pa-
rabéns aos componentes da Co-
missão. E vou fazê-lo em verso:
Diziam que a nossa Festa
Era uma palavra vã
Mas isso era vergonha
P’ro povo da Madeirã.
Pois teremos festa rija
Tenham todos a certeza
Dia dezoito de Agosto,
Uma Festa rija e tesa.
Lá estaremos todos
Com o fato domingueiro
Naquele lindo arraial
Do Senhor do Vale Terreiro.
Nas ruas da Madeirã
Linda música a tocar
As janelas apinhadas
P’ra ver a banda passar…
Por hoje é tudo.
Amigo certo e muito obrigado
Venâncio Fernandes Mendes
«O RENOVADOR MOSTRA UM
INTERESSE FORA DO COMUM
PELOS PROBLEMAS DA NOSSA
REGIÃO
11.ºº Senhor
Venho com a presente agrade-
cer que passe a enviar-me o jor-
nal «O Renovador» desde o prin-
cípio deste ano, podendo assim
enviar-me .todos os números
atrasados, pelo que passo a ser
assinante desde Janeiro último.
Sou natural do concelho de
Oleiros, mas há muito que não
resido na minha terra, continuan-
do no entanto a muito gostar de-
la e como por acaso há dias me
veio parar às mãos um exemplar
do jornal que V. Ex.º superior-
mente dirige, muito me surpreen-
deu a sua apresentação, além dos
diversos artigos que demonstram
o interesse fora do comum pelos
problemas da nossa região, infe-
lizmente tão devotada ao aban-
dono.
A minha direcção é:
Rua Barão Viamonte, 72 —
Leiria.
A cobrança poderá ser feita
como V. Exº melhor entender.
Com os melhores cumprimen-
tos, sou, atenciosamente,
Graciete da Silva Dias Fernandes
Seos de TBA
CASAMENTO
No passado dia 14 de Abril,
na Igreja de Santa Isabel em
Lisboa, realizaram o seu enlace
matrimonial a menina Laurenti-
na Oliveira da Silva, filha de
Josué da Silva, nosso estimado
assinante e de Margarida de
Oliveira, naturais e residentes
em Silveira desta freguesia, e
o jovem António Luís Poeira Pi-
res, filho de Pedro José Pires
e de Joana dos Prazeres Poeira,
naturais e residentes em Bar-
bacena, Elvas.
Apadrinharam o acto por par-
Filarmónica Oleirense
Foi Domingo de Páscoa. Era
dia de festa. A Festa da Ressur-
reição. Neste Domingo de Pás-
coa de 1974 ressurgiu a nossa
Filarmónica, essa tão querida e
falada, mas esquecida música.
Foi através de horas consecuti-
vas que «elan deliciou pelas
ruas da Vila os ouvidos e os
olhos de quem tantas saudades
dela tinha.
Milagre? Talvez sim:… Ou, me-
lhor, a força e a vontade de um
Oleirense que dá pelo nome de
João Pereira Rei, secundado por
seu sobrinho, Júlio Martins.
Este Oleirensa fez ressurgir
das cinzas apagadas uma chama
que acendeu todos os corações
amantes da música e amantes
do torrão natal.
Foi digno de ver-se e de con-
tar para quem não assistiu.
Aqueles dois oleirenses sempre
à frente da Filarmónica, cumpri-
mentando a todos, dando as
Boas-Festas e lançando em to-
das as mãos uma proposta para
sócio da «nossa» Filarmónica. A
proposta era aceite com a indi-
cação da quota anual rmínima
de 100$00.
Além destas, uma lista com
vários e bem lançados donativos
evocava bem alto quanto é que-
rida e precisa a nossa Filarmó-
nica.
Os rapazes componentes da
Banda são dignos de um louvor
de todos nós. Compostura. Vi-
bração. Bairrismo. Uns bravos.
Não podia omitir um aceno
de muita admiração e simpatia
pelo Grupo dos Amigos do Con-
celho de Oleiros. Foi-me dado
saber que a Direcção do Gru-
po, chefiada pelo senhor Virgílio
Martins, esteve em Oleiros, no
propósito de uma reunião para
efeitos de levar aqui em Lisboa
uma chamada urgente a todos
os Oleirenses e Amigos, ao seu
amor e dedicação à nossa Fi-
larmónica.
Com esse propósito vai o
G. A. C. O. organizar, já muito
em breve, uma festa na Casa da
Comarca da Sertã, um almoço e
um piquenique. Este com a pre-
sença da nossa Filarmónica.
Com estas mal alinhavadas
palavras venho pôr ao corrente
destas iniciativas todos os olei-
renses, que assim vão sentindo
despertar cada vez mais o amor
da sua terra.
Aguardemos as notícias que
nos vão ser dadas através da
Imprensa escrita e falada (no
Pregrama Radiofónico de Portu-
gal — Sr. Nunes Forte) e do
nosso «Renovador». Tantos ou-
tros.
Com um «Viva» muito gran-
de ao concelho de Oleiros e à
todos quantos ajudem a Filar-
mónica, aqui deixo um muito
obrigado de
Um Oleirense amigo
da sua terra
te da noiva, David de Oliveira
da Silva, também nosso estima-
do assinante e sua esposa a sr.º
D. Maria Isabel Farinha da Sil-
va, residentes em Lisboa, e por
parte do noivo o sr. António Jo-
sé Poeira Pires e sua irmã Joa-
na Poeira Pires. Ambos os pa-
drinhos são irmãos dos noivos.
Estes fixaram residência ma
Brandoa-L’sboa, onde o noivo
presta serviço na G. N. R. e
onde a noiva é também empre-
gada.
Desejamos-lhe as maiores fe-
licidades.
ANTÔNIO PEREIRA
MARQUES
Depois de ser submetido a
uma operação cirúrgica bastan-
te melindrosa à qual conseguiu
resistir, faleceu na nossa pro-
víncia de Moçambique-Beira, no
passado dia 11 de Abril, dia em
que fazia precisamente 11 anos
de casado, o senhor António Pe-
reira Marques, industrial de tá-
xi na dita província.
Deixou viúva a sr.º D. Auro-
ra Rosa Martins, natural desta
sede de freguesia, filha de Jo-
sé Martins já falecido e de Er-
melinda Rosa. Deixou uma me-
nina com 6 anos de idade.
A toda a sua família, espe-
cialmente à viúva, apresenta-
mos sentidas condolências. —
(C.).
Notícias de São João du Peso
ABASTECIMENTO DE AGUA
A SESMARIAS
A povoação de Sesmarias é a
maior da freguesia de São João
do Peso. Não tinha abasteci-
mento de água. Havia em tem-
pos uma fonte de mergulho que
lhe foi inutilizada pela constru-
ção, à sua volta, de diversas ca-
sas de banho.
Como uma contribuição da
Câmara Municipal de Vila de
Rei e com a ajuda da Junta de
Freguesia, abriu-se um poço que
já dá água. Mas falta o acaba-
mento.
A quem de direito se solici-
tam os bons ofícios no sentido
de esta boa gente melhorar a
sua situação.
FALECIMENTO
Depois de quase 5 anos de
sofrimento, faleceu no passado
dia 21 de Abril, na sua residên-
cia nesta freguesia, o senhor
João Domingos de Oliveira. Dei-
xa viúva a senhora Ilda Domin-
gos de Oliveira. Era pai de Má-
rio de Oliveira Domngos e de
Maria Rosita de Oliveira. Con-
tava 72 anos de idade. Tinha
sido camerciante nesta fregue-
sia e desempenhou durante al-
guns anos o cargo de Presiden-
te da Junta de Freguesia. Mui-
to conceituado e estimado.
Sentidas condolências à famí-
lia enlutada.
EM GOZO DE FÉRIAS
Vindo dos —“Estados Unidos,
encontra-se de férias nesta fre-
guesia o nosso prezado amigo,
senhor Isidro Martins, acompa-
nhado de sua filha também resi-
dente na América do Norte.
Fazemos votos por que tenha
uma boa estadia. — (C.).
4 de Maio de 1974
Vilar Barroco
A IGREJA
Os alicerces estão quase con-
cluídos. O material vai vindo.
Aguarda-se o ferro, sem o qual
nada se pode fazer. As ofertas
também chegam, graças à com-
preensão e boa vontade. Eis
uma passagem duma carta:
«Acabo de ler em «Reconquis-
ta» a motícia da construção da
Igreja de Vilar Barroco. Para-
béns pela aventura em que te
meteste». E! mais adiante: «…os
bons amigos nunca faltarão.
Para essa obra envio 500% co-
mo anónimo»>.
Os nossos sinceros agradeci-
mentos.
Dinheiro recebido desde 1972:
Manuel Luís dos Santos (Vi-
lar Barroco), 1000$00; Alfre-
do Rei (Vilar Barroco), 2508;
Francisco Carvalho (Vilar Bar-
roco), 500$00; Augusto Almei-
da Gaspar (Vilarinho), 100$00;
Augusto Roque (Vale da Sela-
da), 250$00; César dos Santos
(Póvoa de Cambas), 200$00;
Joaquim Alves Antão (Póvoa
de Cambas), 500$00; Celestino
de Jesus Almeida (Malhadan-
cha), 250800 João Joaquim
(Malhadancha), 508; Joaquim
Martins – Alfaiate — (Malhadan-
cha), 200$00; João Lopes (Pó-
voa da Ribeira), 150$00; José
Gaspar Júnior (Póvoa da Ri
beira), 200$00. Scima: 3 670$00.
CURSO DE ADULTOS
Foi criado nesta freguesia o
Curso de Ensino Primário Su-
pletivo para adultos. Já funcio-
nou no ano transacto e conti-
nua neste, os seus objectivos de
valorização — de quantos estão
privados da luz das letras. Para
Autoridades
Administrativas
Desde o dia 12 de Abril que
se encontra vago o lugar de
Presidente da Câmara Munici-
pal de Proença-a-Nova por o seu
t:tular, o nosso prezado amigo
senhor Dr. Eugénio Ferreira de
Matos, se recusar a aceitar a
sua recondução para um segun-
do mandato.
Não se prevê, neste momento,
quem venha a substituí-lo.
Também a partir do dia 28
de Abril deixou de exercer o
lugar de Presidente da Câmara
de Castelo Branco, o senhor
Eng.º Manuel da Silva Castelo
Branco que exerceu o cargo
num mandato de 4 anos.
Recorda-se que, o actual Pre-
sidente da Câmara Municipal da
Sertã termina o seu 3.º manda-
to com o qual completa 12 anos
no cargo, no dia 5 de Junho
próximo.
Em infausto acidente de viação faleceu em Lishoa
um jovem soldado da Sertã
Seguia com outro colega junto
ao seu quartel de Fuzileiros no
Vale de Zebro — Barreiro — e
pela faixa destinada a peões, se-
gundo testemunhos oculares,
quando foi atropelado por um
veículo automóvel.
Transportado numa ambulância
da Marinha ao Hospital da Cor-
poração em Lisboa, ali veio a fa-
lecer pouco depois sem haver re-
cuperado dos traumatismo que
recebera na colisão.
Autopsiado no Instituto de
Medicina Legal de Lisboa. para
onde o corpo foi transportado.
O funeral realizou-se às 12 ho-
ras do dia 23 para o cemitério da
Sertã, acompanhado pela guarda
de honra da Marinha e por muito
povo que se juntou a lamentar
o infausto acontecimento.
O infeliz sinistrado chamava-
-se António Lourenço António;
tinha 21 anos de idade e era fi-
lho de José António Lourenço e
de Emília da Conceição Louren-
ço, residentes em Casal da Es-
trada (Sertã), sendo o pai moto-
rista de carro de aluguer na Ser-
tã.
A família agradece, por nosso
intermédio a todos quantos se
dignaram acompanhá-la no do-
loroso transe.
Por nossa vez apresentamos-
-lhe os nossos sentidos pêsames.
o efeito, a entidade competente
mandou electrificar o edifício
da Escola Primária, onde fun-
ciona o referido curso.
BAPTIZADOS
Isabel Cristina Antunes Pe-
res, filha de Joaquim João das
Neves Peres e de Maria Gra-
cinda André Antunes Peres.
Foram padrinhos: Rui Pinhei-
ro do Nascimento e Celestina
das Neves Peres Pinheiro do
Nascimento.
— Manuela da Conceição Fa-
rinha, filha de Manuel Augusto
Farinha e de Maria da Concei-
ção de Jesus Antunes.
Foram padrinhos os srs. Jo-
sé da Piedade Gonçalves Pedro
e D. Maria da Piedade.
— Anabela das Neves Almei-
da, filha de Rogério Almeida e
de Maria Alice das Neves Al-
meida. For&m padrinhos: José
Neves Simão e Maria de Lurdes
das Neves.
Parabéns às respectivas fa-
mílias.
CASAMENTO
Construiram família os nu-
bentes: Manuel Dias Rei, filho
de Alfredo Rei e de Maria Dias
e Lúcia Martins Gonçalves, fi-
lha de António Gonçalves e de
Maria da Piedade Martins, resi-
dente mo lugar de Ribeiro da
Azenha, freguesia de Estreito.
Parabéns e felicidades ao no-
vo lar.
FALECIMENTO
Com 29 anos, faleceu, em Lis-
boa, onde residia, a senhora D.
Maria de Jesus Rodrigues, na-
tural do lugar da Malhadancha,
desta freguesia, Era casada com
o senhor José Rodrigues e deixa
uma filha de onze meses.
À família enlutada, os nossos
sentidos pêsames.
O General
António
de Spínola
disse aos Órgãos
de Informação:
«É IMPORTANTE CONSCIEN-
CIALIZAR O PAÍS PARA QUE
ESCOLHA O REGIME EM
QUE QUER VIVER E AJUDAR
A ESTABELECER UM CLIMA
DE PACIFICAÇÃO».
Depois de recordar que a
Junta de modo algum poderia
aceitar a criação de um am-
biente de irresponsabilidade,
o general António de Spínola
afirmou que seria extrema-
mente penoso à Junta ter
de adoptar medidas para re-
primir contravenções, decla-
rando a seguir que era impor-
tante consciencializar o País
para que escolha o regime em
que quer viver, E após ter de-
clarado que não se poderá,
de um instante para o outro,
estabelecer o funcionamento
dos Poderes Públicos funda-
mentais e que pretender fa-
zê-lo rapidamente seria preci-
pitação desastrosa, o presi-
dente da Junta de Salvação
Nacional apelou para todos
no sentido de ajudarem a es-
tabelecer um clima de pacifi-
cação. Assim, solicitou que,
através dos órgãos de Infor-
mação, se pedisse ao País
que sejam evitadas atitudes
extremas, a fim de, breve-
mente, os portugueses pode-
rem encetar, unidos, a caminhada do futuro.