O Renovador nº214 13-04-1974

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Ano V — N. 214 — AVENÇA

D RENDUADDR

SEMANÁRIO DEFENSOR DOS INTERESSES DA REGIÃO FLORESTAL DO DISTRIO DE CASTEO BRANCO

13 de Abril de 1974

CONCELHOS DE: SERTA, OLEIROS, PROENÇA-A-NOVA E VILA DE REI

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:
Rua Lopo Barriga, 5-r/c — SERTA — Telef. 131

DIRECTOR E PROPRIETÁRIO:
JOSE ANTUNES

COMPOSIÇÃO E
Gráfica Almondina — Telef

IMPRESSÃO:
. 22109 — Torres Novas

O POBRE GONGELHO
DE VILA DE REI

TEM CONDIÇÕES
DE SOBREVIVÊNCIA

Quando em alguns concelhos
vizinhos, reina grande animação
pelo progresso da industrializa-
ção, com aplicação de avultados
capitais, continuam os Vilarre-
genses adormecidos ao sabor do
+«individualismo», não ligando
importância ao que de melhor
possuem e constituiria o essen-
cial, para o aproveitamento da
sua maior riqueza — a FLO-
RESTA. Existem capitais bas-
tantes e em muitos casos estag-
nados em lugares recônditos da
casa, causamdo preocupação à
alguns. Chegam a aparecer com
notas graúdas, já há bastante
tempo retiradas da circulação,
ou que os ratos danificaram…
Preocupam-se outros com aà sua
colocação em estabelecimentos
de crédito, temendo o roubo ou
uma possível destruição pelo fo-
£go, com vista a obtencão de
algum rendimento. Faz imensa
Ppena que estes capitais, ainda
que bastante divididos, não se-
jam reunidos em forte Empre-
sa, reforçando a verba de um
ou outro capitalista da região
(porque os temos) que, se pro-
pusessem em ligaçãocoma
Administração Local, que de-
certo daria todo o seu apoio
para fixar na nossa terra uma
actividade industrial moderna e
de desenvolvimento compatível
com as matérias primas de que
felizmente somos possuidores.

‘Apelida-se de muito pobre e
sem condições de vida o con-
celho de Vila de Rei, situado no
Centro Geográfico de Portugal,
com as suas belezas maturais,
eruzado na sua espinha dorsal,
no sentido norte-sul, pela Estra-
da Nacional 2, a qual lhe veio
dar boas probabilidades de de-
senvolvimento, embora lhe fal-

tem, como em tantos outros, os
braços válidos de — muitos que,
sairam em procura de melhores
meios de vida.

Aproveitando-se alguma mão-
-de-obra presente e de certo mo-
do válida, e ainda com bastan-
tes elementos do sexo feminino,
estamos certos que as Entida-
des Superiores patrocinariam
com a melhor simpatia a im-
plantação de uma ou outra in-
dústria a que, os ainda existen-
tes, pudessem dar o melhor de-
senvolvimento, com vista à

atrair grande parte dos seus
naturais que, por longes terras,
mostram vontades de voltar,
para a terra que os viu nascer.

Necessariamente, a modesta
Vila de Rei tem de progredir
e avançar para o futuro, para
não vir a ser atrofiada, absor-
vida ou anexada a outro conce-
lho. Mas esses rumores de que
nos vamos apercebendo, sob ne-
nhuns pretexto ouv aspecto, po-
deriam vir a ser tolerados. Des-
sa disposição adviriam graves
consequências que fariam re-
flectir os naturais de Vila de
Rei e jamais perdoariam a per-
da da sua autonomia.

No tocante ao programa tra-
çado e que vínhamos esplanan-
do, cremos que uma nova Vila
de Rei irá surgir mais airosa,
atraente e valorizada, enqua-
drada em zonas devndamente
urbanizadas, com edifícios ma-
jestosos ou mesmo simples, mas
que satisfaçam, para melhor

Contimua na 2.º págins

A Gooperativa Florestal da Sertã

apresenta o relatório e contas
da sua actividade no ano findo

— ÁAumento de 144 sócios no ano Ffindo

— O melhor preço da resina pago na região
— A actividade da Cooperativa lançada
no caminho seguro da valorização do
património florestal dos seus associados

No dia em que se publica o pre-
sente número do nosso jornal, reúne-
-se em segunda convocatória; a as-
sembleia geral da Cooperativa Flo-
restal da Sertá, Proença-a-Nova,
Oleiros e Vila de Rei — SPROLEI,
para apreciação do Relatório da Di-
recção e Contas referentes aão exer-
cíçio findo em 81 de Dezembro.

Vamos transorever na integra es-
ses documentos, de inegável interesse
para toda a região, e, até para ou-
tras zonas:

ELABORAÇÃO DA PLANTA
AEROFOTOGRAMETICA DE
VILA DE REI

Pela Direcção Geral dos Ser-
viços de Planeamento da Secre-
taria de Estado do Urbanismo
e Habitação foi concedida à Câ-
mara Municipal de Vila de Rei
a comparticipação do Estado no
montante de 63 000$00, a ins-
crever no plano de compartici-
pações do próximo ano, com
vista à elaboração da planta
aerofotogramética de Vila de
Bei.

CONCURSO PARA ESCRITU-
RÁRIO DACTILOGRAFO DA
CAMARA MUNICIPAL

Em 12 de Março realizou-se
na Câmara Municipal o concur-

RENOVAÇÃO

so para preenchimento do lugar
de escriturário dactilógrafo de
2º classe, ao qual concorreram
e foram admitidos: — José Car-
los Gaspar Martins Gomes, Ma-
ria de Lurdes da Silva José e
Rosa Maria Piresde Moura.
Apreciadas as provas, foram
atribuídos, respectivamente, os
seguintes valores; 10,2 6 e 10,4.
seguintes valores: 10,2, 6 e 10,4.
sa Maria Pires de Moura.

ESCRIVÃO DAS EXECUÇÕES
FISCAIS DA CAMARA MUNI-
CIPAL

António Mendes da Silva Prior
foi nomeado escrivão das exe-
cuções fiscais da Câmara Muni-

Continva na 4.º página

AA sZA

Prezados Associados

Pela segunda vez apresenta a
Direcção o Relatório da sua Ac-
tividade e Contas referentes ao
exercício findo em 31 de De-
zembro de 1973.

Pode dizer-se ser este o pri-
meiro relatório da actividade
específiea desta Cooperativa,
dado que o ano de 1972 foi, na
sua quase totalidade, ocupado
na estruturação da empresa,
tendo-se somente iniciado du-
rante aquele período as tarefas
da roça do mato.

Durante o ano de 1973 a ac-
tividade da Cooperativa abran-
geu três campos: — o da roça
de mato, o da resinagem e o da
preparação e comercialização
das madeiras. ‘

No primeiro, nada de novo há
a assinalar, a não ser que inú-
meros têm sido os pedidos para
que o pessoal da Cooperativa
proceda ao corte de matos com
pagamento à hora (37$50), in-
cluindo todas as despesas. Mui-
tos porém mão puderam ser
atendidos por falta de pessoal.

No sector da resinagem, deu-
-se, no ano em análise, o pri-
meiro passo colhendose e co-
mercializando-se a gema de 106
proprietários nas zonas de Nes-
peral e Cernache do Bonjardim,
num total de 100 679 kgs. Ape-
sar de o preço da mão-de-obra
ter subido nalguns casos mais
de $50 por quilo, em relação
ao ano amterior, o que corres-
ponde a 25%, o resultado da ex-
ploração satisfez “plenamente.

continua na 2,º página

UNIÃO

TER OU NÃO… FÉ:
— EIS A QUESTÃO…

por JACINTO PEDRO

Quando, há mais de uma deze-
na e meia de anos, apareceram
as bombas com motor, movidas
a petróleo, para tirar água dos
poços, deram origem a diversas
mortes, umas por intoxicação,
outras por afogamento. Muitas
pessoas do campo por desconhe-
cimento do seu uso, ou por não
saberem ler os avisos dos jornais
que advertiam do perígo que
constituiam os gases emanados
e entravam nos poços à confian-
ça, vieram a perder a vida.

No louvável intuíto de socor-
rerem a vítima, outras entravam
nos poços para salvarem as pri-
meiras e vinham a ficar igualmen-
te intoxicadas.

Foi nessa altura que o meu fa-
lecido amigo, o Advogado Dr.
Augusto Abranches Freire de Fi-
gueiredo, fitho do Conselheiro Al-
bino de Figueiredo, do ramo dos
Figueiredos, poís era brasonado,
me distinguia com à sua amizade
e me deu o prazer, de, por mais
de uma vez, me honrar com à
Sua visita a minha casa, na Al-
deia de Santa Ana, da Cumeada,
no concelho da Sertã

Nesta minha propriedade, on-
de existe um poço, montei tam-
bém uma das referidas bombas.
Outras havia igualmente nas pro-
priedades vizinhas, de familiares
e amigos.

O Dr. Augusto de Figueiredo,
possuidor de grandes proprieda-
des em Côja e Castelo de Vide,
também montou uma bomba em
Côja, no «Quintal da Ribeira»,
prédio banhado por uma ribeira
que recebe água do rio Alva, por

— ——

isso muito fácil de capatar e sem
os riscos dos poços.

A sua profissão de Advagado
levou-o um dia à Torre do Tom-
bo em busca de documentos que
lhe eram necessário. Nas suas
pesquisas, deparou com o docu-
mento que vaái transcrever-se, tal
como está no original.

Como o Dr. Figueiredo já co-
nhecia a Sertã, através das visitas
que me havia feito, deu-se ao tra-
balho de o copiar e de mo enviar,
na certeza de que eu lhe ficaria
grato. E fiquei, pela sua amável
atenção.

Só uma grande negligência da
minha parte o manteve retido nu-

Continua na 4.* página

IDEÁRIO

Sabemos que devemos ser
arautos da restauração da fa-
mília para que esta volte a ser
célula coesa onde prevaleçam
os laços do sangue do amor en-
tre pais e filhos, de respeito pe-
la autoridade paterna e decomu-
nhão de tradições. Cabe-nos en-
contrar os antidotos. contra a
«sociedade permissiva» dos tem-
pos que correm e é fonte de de-
sagregação dos vínculos fami-
liares. E havemos ainda, de es-
tar atentos para evitar as per-
versões e não hesitar em casti-
&gar quantos as pratiquem ou
promovam, por considerarmos
a família valor insubstituível e
essencial.

(Dr. César Moreira Baptista, Mi-
nistro do Interior em 6/8/74).

Casa da Comarca
da Sertã

REUNIÃO
DA ASSEMBLEIA GERAL

Com regular assistência, mais
da que a habitual, mas menos
da que seria lícito admitir, rea-
lizou-se no passado dia 29 a As-
sembleia Geral da Casa da Co-

Novos assinantes

Com o nosso melhor reconhe-
cimento acusamos a recepção
de novos assinantes remetidos
pelos nossos amigos:

Beatriz Jerónimo Dias Cara-
peto, da Cova da Piedade e Car-
los da Silva Leitão, residente em
Camarate, enviados por José
Leitão, de Lisboa; Manuel Joa-
quim Segundo, de Casais de
Mem Martins, Mercês; Joaquim
José, de Mosteiro de Oleiros, re-
metido por Isidro António Mar-
tins, do mesmo lugar; Alfredo
Mateus, de Amieira, Oleiros, en-
viado pelo —nosso colaborador
José Domingues Mendes.

ÀA todos muito obrigado.

marca da Sertã, com a seguinte
Ordem de Trabalhos:

— Discussão do Relatório e
Contas. Parecer do Conse-
lho Fiscal.

— Acto de Posse dos Corpos
Gerentes para o biénio de
1974/75.

Presidiu à sessão, o Sr. Dr.
António Alves da Cruz, ladeado
pelos Secretários Srs. Eng.º Abíi-
lia Pires Lopes e António Gaspar.

Após os habituais cumprimen-
tos de saudação a todos os pre-
sentes, foi lida a acta da sessão
anterior, excelentemente porme-
norizada, que obteve a aprovação
por unanimidade.

Entrou-se, então, na análise do
primeiro ponto dos trabalhos,
sobre o qual o Sr. Dr. Manuel Fa-
rinha da Silva, como Presidente
da Direcção cessante, teceu
esclarecimentos, —acrescentando
mais pormenores, quanto ao Re-
latório, nomeadamente no capítu-
lo Benemerência.

Focou a acção benemerente de
Virgílio C. Silva e de Durval do

Continua na 3.º página

PROGRESSO

 

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Página 2

De semana a semana

(De 1 a 7 de Abril )

EM PORTUGAL

1 — Na colisão de dois helicópte-
ros em Angola, na área do Luso, mor-
reram dois oficiais e três cabos.

— Os barbeiros e cabeleireiros por
conta própria passam a ser abrangi-
dos pela Previdência.

2 —O0O «mayor» de Londres foi
recebido, em S. Bento, pelo Presi-
dente do Conselho, num encontro
muito cordial.

— A população do Estado de Mo-
çambique atingirá mais de 9 milhões
no final deste ano.

— Angola exportou, em Janeiro,
mais de 500 mil toneladas de ramas
de .petróleo.

3 — No sábado e no domingo de
Páscoa é livre o abastecimento de
combustíveis.

4 — Foi publicada a conta geral
do Estado, provisória, referente a
1973, que apresenta um saldo posi-
tivo real de 42300 contos.

6 — O Presidente do Conselho des-
locou-se a Paris a fim de representar
Portugal nas cerimónias fúnebres em
memória do pres’dente Pompidou.

— Foram fixadas novas tarifas pa-
ra cartas, telegramas e chamadas te-
lefónicas. As cartas normais passam
a pagar 1$50.

7 — Começam dentro de dias os
trabalhos de perfuração, na platafor-
ma continental portuguesa, para pes-
quisa de petróleo. Os trabalhos ini-
ciam-se ao largo da Figueira da Foz.

— Em Angola, a vila de Santo
António do Zaire foi elevada a cidade.
NO MUNDO

3 — Morreu Georges Pompidou,

presidente da República Francesa.

— A polícia espanhola anunciou ter
desmantelado, em Barcelona, uma or-
ganização terrorista.

6 — As eleições francesas para a
presidência da República foram mar-
cadas para 5 e 19 de Maio.

O RENOVADOR

O POBRE CONCELHO DE VILA DE REI
TEM GONDIÇÕES DE SOBREVIVEÊNCIA

continuação da 1.º página

reinstalação dos Paços do Con-
celho, dos Correios, como ainda
novas construções para instala-
ção da Escola Preparatória
Dr, José Maria Tavares (ainda
que em pré+fabricados); Quar-
tel da Guarda Nacional Repu-
blicana; Casa do Povo; Casa
Paroquial; Bombeiros (embora
a sua Corporação tenha sido ex-
tinta, mas que esperamos volte
a ser criada) e outras edifica-
cções particulares em estudo.
comparticipações para
electrificações sucedem-se, co-
mo felizmente é notório. As vias
de comunicação hão-de um dia
dar acesso fácil e compatível
com os principais aglomerados.
Para a sua maioria existem pro-
jectos aguardando compartici-
pação do Estado. Procurar-se-á
dotar de abastecimento de
águas, todas as povoações do

Cooperativa Florestal da Serta

continuação da 1.º página

Em Fevereiro do corrente ano
de 1974, todos os sócios podiam
receber e receberam 10$20 por
bica, preço que nunca fora pra-
ticado na área, nem parece ter
sido pago, na generalidade, em
parte alguma do País.

Espera-se que o volume da
exploração aumente — substan-
cialmente no corrente ano.

Na preparação e comerciali-
zação das madeiras, deu-se tam-
bém o primeiro passo, tendo-se
abatido, preparado e comerciali-
zado quatro milhares de metros
cúbicos e esteres de pinho e eu-
calipto.

A subida dos preços durante
o ano, em escalada espectacular,
mereceu-nos a melhor atenção.
A Cooperativa recebeu provas
estimulantes de valorização do
material lenhoso dos Sócios,
através de testemunhos insuspei-
tos de alguns que, havendo con-
tactado negociantes e recebido
deles propostas, vieram a veri-

. ficar que os resultados obtidos
através da Cooperativa lhes fo-
ram francamente favoráveis.

Durante todo o ano de 1973
o afluxo de inscrições não dei-
xou de verificar-se, tendo au-
mentado de 143,5% o número
de sócios, que passou de 101 em
31 de Março de 1973, para 245
nesta data.

Pelos dados referidos, facil-
mente se constacta ver-se a
actividade da Cooperativa lan-
çada mo caminho seguro e cum-
prindo inteiramente os objecti-
vos para que foi criada, apesar
dos múltiplos obstáculos levan-
tados à sua acção quer pelos
que se sentem de algum modo
lesados por ela, quer pelos que
licitamente prevêem que.o seu
campo de manobra se vai estrei-
tando cada vez mais pelo escla-
recimento e progressiva . cons-
ciencialização dos proprietários
florestais, tarefa a que a Coope-
rativa tem dedicado o melhor do
seu interesse.

Grande dificuldade se nos
tem deparado ma obtenção do
pessoal necessário competente,
e, por isso, apesar de todos os
esforços, a nossa acção se fi-
xou em limites muito aquém do
que poderíamos ter levado a
efeito.

Quanto às contas em si mes-
mas, elas são sobejamente elu-
cidativas para necessitarem de
qualquer explicação suplemen-
tar.

Caseiro
Precisa-se

Para Vinha Velha — Madei-
rã. Oferecem-se excelentes con-
dições. Resposta e pedido de in-
formações para o telefone 1 de
Madeirã.

Os prejuízos financeiros do
exercício provenientes, em par-
te de despesas de investimento,
foram criteriosamente calcula-
dos e estão totalmente cober-
tos pelos subsídio do Fundo de
Fomento Florestal a que fize-
mos referência no Relatório do
ano transacto.

Registe-se ainda que a verba
de gastos gerais que importa
em 72667$40 corresponde em
perto de dois terços ao ordena-
do do empregado de escritório e
respectivos —“encargos sociais
(42 160$00), a que acresce a
parcela de 10 800$00 de renda
das instalações sociais. A par-
te restante refere-se a mate-
rial de correio, água, electrici-
dade, limpeza e telefone, não
incluindo nenhuma mverba de
despesa respeitante aos corpos
gerentes que agiram com total
gratuitidade.

Queremos salientar, como no
ano transacto, a excelente cola-
boração e apoio recebidos da
Direcção Geral dos Serviços
Florestais e do Fundo do Fo-
mento Florestal, quer através
do Ex.”º Chefe de Repartição,
Eng. José Caetano Velês, quer
do representante daquela Di-
recção junto da Cooperativa,
Eng. Jorge Alves. Não esque-
ceremos também o apoio do Se-
nhor Eng. José Ferreira Forte,
coordenador da Secretaria de
Estado da Agricultura. A todos
o nosso BEM HAJAM.

Solicitamos, senhores Asso-
ciados, a vossa aprovação deste
Relatório e Contas, certos de
que tudo foi feito no vosso in-
teresse e para valorização do
vosso património.

Sertã, 20 de Março de 1974.

A Direcção

Dr, José Antunes
Dr. Manuel António Dias da Silva
Paulo da Piedade Silva

BALANÇO

Activo — Disponível: Caixa,
525$80; Depósitos em bancos,
523 075$40. Realizável: Subscri-
tores de capital, 80 150$00; Ar-
mazém, 78 208$50. Imobilizado:
Máquinas e alfaias florestais,
464 470$00; Móveis e Utensílios,
47 839$90; Viaturas c/motor,
58 000$. Ganhos e Perdas: Pre-
juízos verificados, 189 832$50.
Soma: 1442 102810.

Passivo — Situação Líquida
Activa: Capital, 181 300$; Fun-
do do Fomento Florestal c/sub-
sídio, 904 012$50; Comercializa-
ção de madeiras, 105 0548$10;
Comercialização — de resinas,
251 735$50. Soma:: 1 442 102810.

DESENVOLVIMENTO
DA CONTA DE GANHOS
E PERDAS

Máquinas e Alfaias Florestais
C/Exploração: Recebido dos
serviços prestados, 276 7T14$20.
Gastos Gerais: Reembolso de
descontos ao pessoal, 2 639$00.
Lucros e Perdas: Prejuízos ve-
rificados mo ano anterior,
37 661$40; Prejuízos —verifica-
dos no corrente ano, 152 1718$10.
Soma : 469 185$70.

Máquinas e Alfaias Florestais
C/Exploração: Vencimentos do
pessoal, seguros, encargos so-
ciais e combustível, 358 856$90.
Gastos Gerais: 72 667$40; Pre-
juízos do ano amt. 37 6618$40.
Soma: 469 185$70.

Sertã, 31 de Dezembro de
1973. i

O Conselho Fiscal: Firmino
Lourenço da Silva — Prof.
Agostinho E. Ferro Morgado —
José Dinis Carvalho.

A Direcção: Dr. José Antu-
nes — Dr. Manuel António Dias
da Silva — Paulo da Piedade
da Silva.

Manuel Mendes Murtinho
Júnior & IlIrmão

EMPREITEIROS

Fornecedores de materiais de construção e outros

Encarregam-se de todos os trabalhos de calcetamento de
granito, calcário, vidraço a branco ou incluindo qualquer dese-
nho, xisto, etc. com caixa, mão de obra e transporte.

ANSIÃO — Telefone 78

concelho que ainda o não pos-
suem em condições regulares e
que possam de certo modo sa-
tisfazer os anseios das popula-
ções.

A rectificação do traçado da
E. N. 2, Vila de Rei — Abran-
tes, terá de ser um facto, mais
tarde ou mais cedo. Ter-se-á de
pugnar pela ligação Além-Zêze-
re, encurtando a distância Vila
de Rei — Tomar, em cerca de
40 quilómetros, e permitindo
ainda o necessário intercâmbio
com o vizinho concelho de Fer-
reira do Zêzere, já secular. Para
isso é necessária a transposição
da Albufeira do Castelo de Bode,
sobre a qual há aspirações da
construção de uma grande pon-
te, ou pelo menos a construção
de cais acostável a poder ser
utilizado, encontrando-se —mer-
gulhadas no sítio da Castanhei-
ra, estradas que já ali permi-
tem o fácil acesso a viaturas e
onde se desenvolve uma grande
actividade turística

Vila de Rei está servida de
regulares transportes “públicos
(em parte ainda deficientes no
sentido nascente-poente) e ten-
tar-se-á um ajustamento de
horários concernente ao funcio-
namento da Escola Preparató-
ria (a partir de Outubro próxi-
mo) facilitando o acesso de
maior número possível de alu-
nos à sede do concelho, bene-
ficiando de alguma maneira a
freguesia de S. João do Peso e
a Região da Moita. Convém ain-
da a chegada mais cedo do au-
tocarro a Abrantes, com vanta-
gem para: mais rápida liga-
ção a Lisboa, via Torres Novas;
mais tempo para resolução de
assuntos em Abrantes, com vis-
ta ao regresso cerca das 13,30
h., e a ligação mais rápida, ou
melhor imediata, ao comboio da
Beira Baixa, na estação de Al-
ferrarede, no sentido Castelo
Branco – Covilhã – Guarda, sem
prejuízo ou alteração de maior
no trajecto da primeira viagem
para a Sertã na parte da ma-
nhã.

Aflige realmente Vila de Rei
a rede de distribuição de água
ao domicílio. Presume-se que a
conduta vem deixando perder o

Notícias pessoais

ALBERTO DOS SANTOS LOPES

Tivemos o prazer de cumpri-
mentar nesta redacção o nosso
prezado assinante na Holanda,
Sr. Alberto dos Santos Lopes,
natural da Madeirã, que veio à
sua ierra natal passar três dias
de férias.

Confidenciou-nos o seu inte-
resse pelas coisas da sua terra
e o desejo de regressar a ela
logo que lhe seja possível.

Pois venha e em boa hora.

JOAQUIM LOPES,
FARINHA ALVES

Foi colocado como Chefe da
Secretaria Judicial de Évora o
nosso conterrâneo, natural de
Maljoga, de Proença-a-Nova, Sr.
Joaquim Lopes fFarinha Alves,
que já prestou serviço, no início
da sua carreira de funcionário ju-
dicial, no tribunal da Sertã.

Funcionário cheio de dinamis-
mo e zelo tem à sua frente uma
carreira brilhante.

Desejamos-lhe as
venturas.

maiores

ANTÓNIO LOPES
ALBUQUERQUE

Foi nomeado definitivamente
escrivão da 2.º Secção do Tribu-
nal Judicial da Sertã o Sr. Antó-
nio Lopes Albuquerque, que vi-
nha exercendo interinamente as
mesmas funções.

Excelente funcionário e bom
amigo damos-lhe as felicitações
e desejamos-lhe os mai:ores êxi-
tos.

13 de Abril de 1974

precioso líquido (a elevação a
uma longa distância e sob gran-
de desnível constitui certa in-
conveniência) por a respectiva
tubagem haver sido sobreposta
aos canos dos esgotos, com pro-
váveis cedências de terrenos, pe-
la má qualidade dos tubos, ou a
sua má implantação. Todas es-
sas podem ser as causas de tal
anomalia, não obstante se notar
que a água escasseia na parte
do estio, no local de pesquisa, o
que já deu origem a petições no
sentido de se tentar um refor-
ço de caudal, a partir de outra
prigem. Cremos que isso viria
a dar alguma solução ao afliti-
vo problema de falta de água
na sede do concelho.

Outras aspirações: — a cria-
ção de um Infantário ou Jar-
dim de Infância e o amparo à
terceira idade, poderão ter a so-
lução conveniente, se vier a apu-
rar-se a sua justificação, en-
contrando-se em análise a apre-
ciação da sua instalação, atra-
vés da Assistência e Segurança
Social, em estreita união com a
Administração Local.

Vila de Rei é dotada de Igre-
ja Matriz de linhas modernas,
Centro de Saúde, Posto Hospi-
talar, Estação Depuradora de
esgotos, tarifas eléctricas equi-
paradas a alguns dos principais
centros industriais do país, rede
telefónica com horário de meia
noite e distribuição domiciliária
de correspondência, servindo
praticamente os 80 aglomerados
do concelho, dispersos por uma
área de 193 quilómetros qua-
drados. Tem um parque e pis-
cina infantil (esta de pouco
serve, motivado pela falta de
água), Mercado coberto, com
seus Miradouros e Piscinas do
Rabadão muito atractivos e de en-
canto aos que nos visitam, Es-
tes encontram ainda no Restau-
rante Cobra aquela ementa re-
gional de que todos se delei-
tam.

Em Vila de Rei, como em um
ou outro concelho vizinho, o
desporto é coisa morta. No en-
tanto, foi terraplanado gratui-
tamente, por pessoa generosa,
um campo para a prática de fu-
tebol que, até hoje, não teve
aproveitamento possível, dadas
algumas carências e muito espe-
cialmente a falta de recursos
financeiros, para a sua melhor
adaptação.

Com o aproveitamento de to-
das as infraestruturas e fixan-
do-se no concelho algumas in-
dústrias que possam transfor-
mar a sua principal matéria-pri-
ma, em máquina de certo porte
e desenvolvimento, à altura das
suas potencialidades, se poderá
estar convicto de que Vila de
Rei mercê a progressão.

Para tal, é necessário e para
já, a união de esforços e men-
talização das consciências mais
responsáveis e de todos os bons
amigos de Vila de Rei, residen-
tes ou ausentes, para se consti-
tuir uma ou mais unidades in-
dustriais modernas, de capaci-
dade suficiente, para vir a dar
mais vida a todo o concelho.

‘A ela se poderia anexar a
comercialização de todos os ma-
teriais de construção, com vista
ao melhor aproveitamento de
transportes, à escala de uma
organização potente, devida-
mente prientada e apetrechada.

Para satisfazer a grande po-
cura de todos os produtos le-
mnhosos de que toda a região da
FLORESTA é fértil, terá de
haver da parte dos proprietá-
rios todo o zelo e dedicação, pe-
la sua melhor valorização, com
vista ao seu progresso .

Seria bastante oportuna, para
tal empreendimento, o apoio
moral da Casa Regional do con-
celho de Vila de Rei que se
gorou na sua germinação, por
factores que não sabemos ex-
plicar. Mas tal falta poderá ser
superada se todos os bons ami-
gos de Vila de Rei souberam
compreender a grande necessi-
dade de investimento das suas
economias disponíveis, em favor
do aparecimento de uma grande
indústria, no Centro de Portugal.

 

@@@ 1 @@@

 

13 de Abril de 1974

CASA DA COMARCA DA SERTÃ

Continuação da 1º página

Rosário Marcelino, dando a co-
nhecer que os donativos deste
benemérito excediam os indica-
dos no Relatório.

Do mesmo modo, relembrou a
acção de D. Rosa Viterbo Nu-
nes e de Reinaldo de Jesus
Costa.

Terminou por agradecer, com
palavras de muito apreço, o au-
xilio prestado pelos diversos Ór-
gãos de Informação, nomeada-
mente a Regionalista.

Concluindo, solicitou que fos-
se exarado na Acta voto de pesar
pelo falecimento do sogro de
Martinho Mendes de Oliveira, Vi-
ce-Presidente da respectiva As-
sembleia Geral.

Antes, referiu-se ainda à ex-
tinta Casa do Concelho de Vila
de Rei, às facilidades que lhe fo-
ram concedidas, iguais às de to-
dos os grupos congéneres, mas,
que, afirmou, foram mal com-
preendidas pela Direcção que à
formou, que considerou o condi-
cionamento como uma recusa.

O Relatório e Contas e Parecer
do Conselho Fiscal, primeira par-
te dos Trabalhos, foram aprova-
dos por unanimidade

Seguiu-se o Acto da Posse
dos novos Corpos Gerentes, lido
pelo Sr. Eng.º Abílio Pires Lopes,
cujo significado, no momento
exacto, por todos foi muito aplau-
dido.

Findou com palavras de agra-
decimento e incentivo ditas pe-
lo Sr. Dr. Alves da Cruz

Aos cessantes, pela maneira
criteriosa e acertada como de-
sempenharam o seu mandato;

Aos empossados, os votos de
estreita colaboração e engrande-
cimento do Regionalismo, no
aproveitamento de todos os seus
valores, desejando-lhes felicida-
des.

Agradeceu o Sr. Dr. Vaz Ser-
ra, afirmando esperar a melhor
colaboração de todos os associa-
dos, num são e devotado regio-
nalismo, do qual muito distinguia
o Sr. Presidente da Assembleia
Geral, que felicitou, no que foi
secundado por todos os presen-
tes, demoradamente, por vibran-
tes salvas de palmas.

Antes de ser encerrada a Ses-
são, por proposta do Sr. Home-
ro derDeus Garcia, Tesoureiro da
Direcção cessante, foi guardado
um minuto de silêncio pelo fale-
cimento do Sr. Alíredo Teixeira,
pai de D. Clementina Teixeira e
sogro do Sr. Martinho Mendes
de Oliveira, ambos dedicados só-
cios e colaboradores desta Casa
Regional.

Assim findou esta Assembleia
Geral, que decorreu sem a mais
leve discordância, sempre num
ambiente de colaboração e con-
vívio, no melhor entusiasmo pe-
los futuros destinos da Casa da
Comarca da Sertã.

RELATÓRIO DAS ACTIVIDADES
NO BIÉNIO 1972 – 1973

No passado dia 28, como noti-
ciámos, celebrou-se na Casa da
Comarca da Sertã em Lisboa, a
assembleia geral para aprovação
do relatório das actividades e
contas da Direcção durante o pe-
ríodo de gerência de 1972 a 1973.

Na impossibilidade de o re-
produzirmos na íntegra, dada a
Sua extensão, vamos limitar-nos
a resumir alguns dos pontos que
se nos afiguram de maior inte-
resse.

Movimento — associativo ——

Neste capítulo afirma-se no re-
latório que a Direcção diligenciou
manter, se não aumentar o nú-
mero de associados e que «ê gra-
to registar que, embora se tenha
acentuado a corrente separatista
e de desagregação que teima em
instalar-se no seio da massa as-
sociativa da Casa da Comarca da
Sertã, o número de desistências
se pode considerar de diminuto
significado». Assim, no cômputo
final, verifica-se um ligeiro au-
mento de sócios inscritos, embo-
ra tivessem solicitado a sua ad-
missão cento e três novos as-
Ssociados.

Acção cultural — A Casa con-
tinuou a pugnar pela valorização
da acção cultural tendo, durante
o período em análise, excedido
largamente todas as expectacti-
vas, mesmo as mais optimistas,
levando a efeito na sua sede três
conferências: — a do Padre Dr.
João Maia, redactor da revista
Brotéria e crítico literário da
Emissora Nacional, sobre as Dou-
trinas sociais no século XX; a
do Padre Dr. Manuel Antunes,
professor da Faculdade de Letras
da Universidade de Lisboa, so-
bre o Regionalismo como fonte
de cultura, e ainda a do Padre
Henrique da Silva Louro, inves-
tigador histórico e paleógrafo, su-
bordinada ao tema Antecedentes
históricos do centro de Portugal.

MEDALHA COMEMORATIVA
DO 25.º ANIVERSÁRIO DA CA-
SA DA COMARCA DA SERTA

Para comemorar as bodas de
prata a Direcção mandou cunhar
uma medalha que será um sím-
bolo de amor e saudade dos só-
cios que criaram e fizeram viver
esta instituição regionalista.

DIA DO PATRONO

Nos dois anos da gerência a
Direcção nunca esqueceu a ce-
lebração do dia litórgico do seu
patrono, mandando celebrar mis-
sas pelas almas dos associados
falecidos, numa das quais foi ce-
lebrante o Rev.º Padre João Maia
que fez uma alocução alusiva a
D. Nuno Álvares Pereira. Organi-
zou também um torneio de atle-
tismo nos campos anexos ao Es-
tádio Nacional, o qual contou ele-
vado número de inscrições.

BOLSA DE ESTUDO «DR. AN-
TÓNIO ALVES DA CRUZ»

A Direcção continuou a manter
esta obra ímpar no Regionalismo,
sustentando 4 bolsas de estudo,
para valorização intelectual da
nossa gente e promoção sócio-
“económica da Zona coberta pela
Comarca da Sertã, Nela dispen-
deu 58 386$20 no ano de 1973,
verba bastante superior à do ano
anterior.

FESTAS E BAILES

No biénio em apreciação rea-
lizaram-se com regularidade fes-
tas e bailes para os associados
sempre com elevado número de
participantes. Dentre essas fes-
tas de confraternização sobres-
sairam as ceias de São Martinho
e os bailes para a juventude.

De destacar também o passeio
fluvial iniciativa antiga e apre-
ciada que teve a participação do
Padre Nelson cheio de humor e
jovialidade.

De interesse igualmente o pi-
quenique realizado em Setúbal
na aprazível quinta do associado
Virgílio Costa e Silva.

MOTOSSERRISTAS

A Cooperativa Fiorestal da Sertã precisa de motosserristas,
com ou sem o curso respectivo.

Oferecem-se as melhores condições. Lugar de futuro., In-
formações pedidas a SPROLEI — Sertã.

O RENOVADOR

BENEFICÊNCIA

O aumento de responsabilida-
des sem o correspondente acrés-
cimo de receitas, inibiu a Direc-
ção de proceder às acções bene-
ficientes de outras anteriores. No
entanto tem a assinalar a contri-
buição dada pela Casa sobretudo
através do seu sócio fundador
Dr. Luís da Silva Cardoso, para
a aquisição de uma cadeira de
rodas para o oleirense João Dias,
campanha que o nosso jornal
promoveu por intermédio do seu
então correspondente em Oleiros,

CORRESPONDÊNCIA
E FELICITAÇÕES

Continuando o sistema de en-
dereçar felicitações pelo aniver-
sário de sócios e de agremiações,
a Casa enviou no biénio em apre-
ciação, 1754 cartões de felici-
tações aos seus associados e
mais cerca de 250 a outras enti-
dades oficiais, regionalistas e jor-
nais.

BENFEITORES

O Relatório faz referência espe-
cial a dois grandes benfeitores da
Casa: — Virgílio da Costa e Sil-
va e Durval do Rosário Marcelino
Aquele ofereceu à Casa a impor-
tância de 30000800 e Durval
Marcelino diversas quantias que
somam 35770$. Refere-se tam-
bém a D. Rosa Viterbo Nunes,
viúva do Dr. Manuel Joaquim
Nunes, e a Reinaldo de Jesus
Costa que ofertaram diversos ob-
jectos e mobiliário.

SÓCIOS FALECIDOS

O relatório da Direcção da Ca-
sa da Comarca da Sertã lembra
os sócios falecidos durante a ge-
rência em apreciação: Adélio
Nunes da Silva Campino, Albano
Antunes Costa, Dr. Alfredo Pe-
quito, D. Ana Bouza da Silva,
Anastácio Crisóstomo, Ângelo
Farinha da Costa, Carlos Domin-
gos, Carlos Santos, Casimiro Pe-
dro Marçal, Dr. Joaquim Fernan-
des Pestana, José Sebastião Mar-
celino, D. Judite Tasso de Figuei-
redo, Luís Pimentel Carvalho dos
Santos e Raul Marques Barata.

Por último, o

BALANÇO GERAL EM 31 DE
DEZEMBRO DE 1973

Activo — Caixa, 25 703$30;
depósitos à ordem, 30 509$69;
depósitos a prazo, 50 000$; mó-
veis e utensílios, 74 925$00; pu-
blicações editadas, 2 012$40; bu-
fete, 10 954$60; sócios com co-
brança, 6 439$50.

Total — 200 544$49,

Passivo “— Fundo social,
60 000$00; bolsa de estudo «Dr.
António Alves Cruz», 57 598$79;
devedores e credores, 35 120$50:
quotas a cobrar, 6 439$50; resul-
tado do exercício, 41 3858$70.

Total — 200 544$49.

REUNIÃO DA NOVA DIRECÇÃO

Realizou-se no passado dia 4
a primeira reunião da nova Di-
recção para o biénio 1974/75

Presidiu o Sr. Dr. José da Ma-
ta Vaz Serra, com a presença de
quase todos os Elementos Di-
rectivos.

Assentaram-se directrizes, ana-

Página 3

lisaram-se projectos, considera-
ram-se sugestões, distribuiram-se
tarefas.

Na Mesa, um pedido do Gru-
po dos Amigos de S. Pedro do
Esteval para a realização da sua
Assembleia Geral.

Marcada para o dia 27.

Tratou-se da realização do
Passeio Fluvial, de tanto agrado
dos associados.

Ideia assente na sua realização
para o mês de Junho, se todas
as dificuldades forem vencidas
respeitantes à organização e alu-
quer do barco.

Nomeados os Delegados da
nossa Casa Regional junto da
Federação das Colectividades de
Cultura e Recreio.

Como efectivo, indicado o 1º
Secretário Sr. Fernando Marques.

Como suplente, indicado o 2.º
Secretário Sr. Adalberto Barreto.

 

BOLSA DE ESTUDO
DR. ALVES DA CRUZ

A Direcção apreciou o aprovei-
tamento dos nossos 4 estudan-
tes, todos no 4.º ano, congratu-
lando-se com o apoio que lhes
tem sido dado, cujas «notas»,
que abaixo se indicam, não des-
merecem a hora feliz de tão útil
e benemérita iniciativa da Direc-
ção de 1970/71.

Notas do primeiro trimestre —
Maria Edviges — Cumeada: Por-
tuguês, 12; Francês, 16; Inglês,
13; História, 16; Geografia, 17;
Ciências Naturais, 15; Físico-Quíi-
micas, 14; Matemática, 12; Dese-
nho, 11. José Pedro — Oleiros:
Respectivamente: 11, 11, 11, 14,
12,12,13, 11 e 10. Joaquim Gon-
cçalves — Sobreira Formosa: 11,
Tix 1042 W 1212 10210
Fernando Domingos — Vila de
Rei: 10, 10, 10, 11, 10 11, 11,

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Página 4

Notícias de
são João do Peso

BATIDAS ÀS RAPOSAS

Terminaram as batidas às ra-
posas. No ano corrente a colhei-
ta foi muito fértil: — nada me-
nos que 18. Em São João do
Peso, 10; na Fundada, 4; em Vila
de Rei, 1; na Quinta das Laran-
jeiras, 2; no Vale da Urra, 1.

Se considerarmos que cada
raposa devora uma cabeça de
ave por dia, qual não teria sido
a destruição se não se houves-
sem realizado as batidas.

A Comissão Venatória conce-
lhia de Vila de Rei agradece a boa
união e comparência de todos os
batedores e caçadores.

MORTO EM COMBATE

No dia 26 de Março foi morto
em combate no Estado Português
de Angola o furriel miliciano Jor-
ge Lopes Baptista, natural desta
freguesia. Era filho de José Fer-
nandes Baptista e de Maria Lo-
pes Baptista.

À família enlutada, os nossos
sentimentos.

FALECIMENTO

Com 76 anos de idade faleceu
a senhora América Barreiro de

Oliveira. Era viúva de José Pe-
dro de Oliveira. Deixa 5 filhos e
3 bisnetos. Antes do funeral foi
celebrada missa de corpo presen-
te com grande participação.

Paz à sua alma.

CASAMENTO

Na igreja matriz de São João
do Peso realizou-se o enlace ma-
trimonial da menina Maria Ma-
nuela Pires Firmino, filha de Ca-
simiro Firmino e de lida Pires
Firmino, com Laurentino de Jesus
Dias, filho de João Manuel e de
Maria de Jesus, já falecida.

O casamento celebrou-se em
26 de Fevereiro passado. Após a
cerimónia foi servido um jantar
a todos os convidados e familia-
res. Os noivos fixam residência
em Sesmarias, em casa dos avós.

Auguramos-lhe as maiores fe-
licidades.

UM FENÓMENO

A senhora Délia Gil Fernandes,
casada com o senhor Mateus Ro-
drigues de Oliveira, deu à luz no
Hospital de Vila de Rei uma me-

nina que já nasceu com um
dente.

Parabéns aos pais e que Deus
a crie para bem. — (C.)

TER OU NÃO… FÊ
— EIS A QUESTÃO…

continuação da 1.º página

ma gaveta por mais de 10 anos.

Dou-o agora à luz da publici-
dade, certo de que não perdeu
nem o sabor, nem o interesse.

Nesta nossa época de positi-
vismo e descrença, um sorriso
malicioso, ou um encolher de
ombros, serão as reacções, quiçá
mais frequentes, de muitos que o
lerem.

Mas o facto é narrado na «Ga-
zeta Oficial», no dia 28 de Abri!
de 1750, que se conserva nos Ar-
quivos da Torre do Tombo.

PRECES PELA CHUVA
À SENHORA DO OLIVAL
OU SENHORA DOS REMÉDIOS

28 de Abril de 1750 — «Gazeta
Oficial»

Como em toda a parte, fazia
a falta de água perder as esperan-
ças de boa colheita; em todas re-
correram os povos ao céu com
preces por meio de imagens, a
que tributam maior devoção.

Na vila da Sertã e seu termo,
padeciam as searas muito, e não
lhe reconhecendo outro remédio
mais que o divino, a fé, que lha
tem influído a experiência dos
muitos prodígios que Deus obra
por meio da milagrosa imagem
de Nossa Senhora do Olival, os
moveu a recorrer ao seu patro-
cínio.

Esta devotíssima imagem se
venera há muitos séculos em uma
ermida, distante um quarto de
légua daquela vila, sujeita à ju-
risdição da Ordem de Malta.

Pela constante fama dos seus
prodígios, lhe dedicava seus vo-
tos o santo condestável D. Nuno
Álvares Pereira: e é por estas ra-
zões mui frequentada de roma-
gens aquela casa. Ajuntou-se to-
do o clero e nobreza da vila, de
ambos os sexos, as numerosas ir-
mandades e confrarias, e saindo
em procissão da Casa da Miseri-
córdia com a sagrada e devotís-
sima imagem do Santo Crucifi-
xo, que nela se venera, a depo-
sitaram na ermida de S. Sebas-
tião no fim da vila, e foram bus-
car a santíssima imagem da Se-
nhora do Olival, a quem pelas
mercês, que recebem nas suas
aflições, dão o nome de Senhora
dos Remédios. Voltando com
ela à dita ermida, levaram as duas
imagens em procissão para a
igreja paroquial de S. Pedro, ma-
triz da mesma vila, onde conti-
nuaram por nove dias as suas

preces com o Senhor exposto
na porta do Sacrário; e no dia 17
de Abril, que foi o último da no-
vena, houve sermão em acção de
graças; porque assim como as sa-
gradas imagens chegaram a esta
igreja, todo o ar, que dantes es-
tava sereno, se começou a cobrir
de nuvens, e na mesma noite co-
meçou a chover. Continuou com
abundância em todos os nove
dias, confirmando este notável
prodígio a notável devoção de to.
dos aqueles povos, que em to-
das as ocasiões, que a ela recor-
rem, acham propícia a protecção
divina.

Isto era assim, dantes, quando
havia homens de fé. Agora en-
tram na despesa de abrir poços
e montar bombas com motor, o
que além de ser mais dispendio-
so, revela falta de confiança na
protecção divina.

Lá o virão a pagar…

O RENOVADUR

Aldeia da Riheira

(SERTÃ)
pretende uma carreira
de camionagem

No passado sábado uma nu-
merosa representação de mora-
dores de Aldeia da Ribeira, po-
voação situada a três quilómetros
da vila da Sertã, avistou-se com
o senhor Presidente da Câmara
a quem .solicitou o seu patrocí-
nio para que a sua terra venha a
ser servida por uma carreira de
passageiros da Companhia Via-
ção Cernache. Afirmam os habi-
tantes que muitos são os que
beneficiariam com a mesma quer
crianças para a Escola do Ciclo
Preparatório e Escola Industrial,
quer muitas pessoas que vêm tra.
balhar na sede do concelho e de
freguesia.

Na troca de impressões havi-
da falou-se igualmente na electri-
ficação do lugar solicitando-se o
interesse da Câmara pela elabo-
ração do projecto que abrange-
ria não só os povoados limítrofes
daquela aldeia, mas ainda o de
Vale Porco.

O Senhor Presidente da Càâ-
mara manifestou também o seu
interesse por que fosse elabora-
do o projecto de construção de
um caminho com características
oficiais, com vista à sua aprova-
ção pelo Estado e consequente
comparticipação para o revesti-
mento betuminoso.

A Comissão ficou elucidada
sobre a maneira de agir e crê que
alguma coisa de útil resultará
deste encontro..

Notícias de

continuação da 1.º página

cipal de Vila de Rei, depois de
devidamente autorizado a acu-
mular o lugar com o de Zelador
Municipal que já exercia.

EXTINTO O PARTIDO MÉDI-
CO DE FUNDADA

Na sua reunião de 14 de Mar-
ço, a Câmara Municipal delibe-
rou proceder à extinção do 2.º
partido médico do concelho com
sede em Fundada, dado que se
não justificava a sua existênci

Milésima operação
efectuada no Hospital
da Sertã

Há pouco mais de um mês rea-
lizou-se no Hospital da Santa Ca-
sa da Misericórdia da Sertã a mi-
lésima operação desde há me-
nos de 20 anos em que se inicia-
ram.

Trata-se não de qualquer trata-
mento cirúrgico mas de verdadei-
ras operações chamadas de gran-
de cirurgia.

Relembrando o facto, os mé-
dicos que ultimamente nelas têm
tomado parte enviaram um tele-
grama ao Senhor Professor
Eduardo Girão do Amaral que du-
rante muitos anos as efectuou.

O facto de no Hospital da
Sertã se haverem realizado 1 009
operações não é vulgar. Significa
que apesar das condições de al-
gum modo precárias, tem havido
persistência e inegável êxito nas
intervenções.

Escrevem os nossos leifores

OLEIROS, 1 de Abril de 1974

Ex.*º Senhor Director
do jornal «O Renovador»
— SERTÃ

Com os meus respeitosos cumpri-
mentos, venho manifestar-me acerca
da notícia: OLEIROS — TERRA DE
CONTRASTES.

Não é verdade que ao domingo
os habitantes dos arredores se agar-
ram, de manhã à noite, à taberna

VILAR- BARROCO

A IGREJA

Tem sido penoso º moroso o
caminho andado em ordem à
construção da Ncia Igreja Pa-
roquial desta freguesia. As cau-
sas estiveram fora co nosso al-
cance, não sendo por isso fácil
nem possível removê-las. Uma
autêntica «via-sacra» será o ter-
mo exacto para explicar tudo o
que se tem passado até aqui.
A última «estação» foi oferecida
pe!o empreiteiro, o Sr. João da
Conceição Bandeiras, de Catraia
Cimeira, que pôs de parte a pa-
lavra dada em 30 de Julho de
1973, pela qual se comprometeu
realizar-nos a referida obra.

A Com’issão reuniu várias ve-
zes para estudar o assunto e en-
contrar a melhor solução para o
mesmo e julgamos tê-la encon-

SEMANA SANTA
NA SERTÃ

Realizou-se com o costumado
brilho e frequência de fiéis a Se-
mana Santa na vila da Sertã. As
cerimónias decorreram na melhor
ordem, com acentuada devoção,
e muita concorrência.

trado. Os responsáveis já come-
çaram a agir. As marcações es-
tão feitas e já chegou a primeira
carrada de tijolo.

Finalmente a obra começou. A
Comunidade Paroquial alegra-se
por isso, ela que há muito a traz
no coração. Ela vai exigir a união
e o interesse de todos os bons
filhos desta freguesia que se en-
contram espalhados por qua>
quer parte do globo. Haveremos
todos que soprar a cinza que por-
ventura se tenha depositado na
brasa do bairrismo, pelo qual to-
dos devem vibrar de amor pelas
coisas e problemas da sua terra
e das suas gentes.

Todos somos poucos para
conseguir o objectivo. Mas tam-
bém sabemos que mais valem
poucos e bons (fixes) do que
muitos e fracos. Por isso, não
duvidamos do êxito!

«Dos fracos não reza a his-
tória».

Convidamos todos a colaborar
na obra que é de todos e para
todos. O apito soou, mãos à
obra.

O PÁROCO

com amizade se subscreve desejan-
do a todos as melhores Bênçãos do
Senhor nesta quadra festiva da Pás-
coa de 1974

P. JOAQUIM DA MATA MATIAS

sombria cambaleando nas ruas e en-
taramelando a fala.

Permita-me V. Ex.º dizer-lhe que
isso de facto acontecia há uma dúzia
de anos atrás; mas agora tudo se
modificou. O povo vem à missa e
duas horas depois desta acabar pou-
ca gente se vê em Oleiros. Apenas
os moradores desta vila, mas não
dentro das tabernas, porque estas se
encontram desertas, Pelo que, agra-
decia fosse informado no jornal de
V. Exº a contradição de tal notícia.
Para tal, se assim o entendesse, devia
V. Ex.º deslocar-se a esta vila a uma
tarde de domingo para ver que de
facto é verdade o que aqui afirmo
e não a notícia publicada.

Renovando os meus cumprimentos,
subscrevo-me com elevada estima e
consideração.

De V. Ex atenciosamente,

Augusto Custódio Esteves

Nota da Redacção — O autor do
artigo foi duas vezes, ao domingo, a
Oleiros. Ali observou o que consta do
seu escrito, nos últimos dois anos. Se
foi apenas por acaso que tal aconte-
ceu, não tem qualquer dúvida em dar
a mão à palmatória. E com isso se
regozijaria. Mas terá sido mesmo por
acaso que, precisamente em ambas
as vezes, encontrou bastante gente a
cambalear pelas ruas e com a fala
entaramelada?..

13 de Abril de 1974

Vila de Rei

pelo facto de em mumerosos
concursos nunca haver sido
preenchido e de actualmente,
com a existência do Centro de
Saúde e da Casa do Povo que
abrangem todo o concelho, se
não ver vantagem na sua ma-
nutenção. A deliberação terá de
ser sancionada “ pelo Conselho
Municipal.

APROVADO PELA CÂMARA
O LANÇAMENTO DE UMA
DERRAMA

Com a taxa de 15% sobre a
contribuição predial rústica e
urbana e contribuição industrial,
do amo de 1975, a Câmara Muni-
cipal deliberou lançar nova der-
rama ao abrigo do Decreto-Lei
n.º 173/73 e com base nos n.º
1, 2 e 3 do seu art.º 6.º com
vista à construção dos arrua-
mentos envolventes da nova
igreja de Vila de Rei.

Para fazer face à mesma obra
a Câmara espera para muito
breve a comparticipação do Es-
tado que, por se tratar de me-
lhoramento urbano, será de ta-
xa inferior a 50% sobre o custo
da obra.

MELHORIA DE SERVIÇOS
ADMINISTRATIVOS

Na sua reunião de 14 de Mar-
ço a Câmara deliberou pedir
propostas para fornecimento de
um fotocopiador para os servi-
ços da sua Secretaria.

Foi igualmente deliberado que
a iluminação pública da sede
do concelho passe a ser feita
até às 5 horas da madrugada,
€ não apenas até à meia-noite,
como até agora. Tal deliberação
foi ocasionada pelo assalto a
uma ourivesaria, de que demos
notícia, no qual se verificou
concretamente a vantagem de a
vila se não encontrar às escu-
ras. — (E.).

Amigos de
O Renovador

O nosso estimado assinante,
senhor Abílio Lobato da Silva, re-
sidente em Bobadela, Sacavém,
remeteu-nos a importância de
200$00 pela sua assinatura.

Carlos Gomes Fernandes, tam-
bém de Lisboa, remeteu-nos 150$
pela sua anuidade.

Bem hajam.

HOMEM

Para guardar gado bovino
30 a 40 cabeças; durante c
dia a pastar pelo campo e à
noite deitar pasto nas man-
jedouras e mato nos currais.
Ao domingo descanso, apenas
deitar comida nas manjedou-
ras. Condições pretendidas
por escrito, tanto pode ser
homem livre ou casado. Ela
para trabalhar junto com ou-
tras no campo, indicar salá-
rios que pretende, por escrito.
Resposta para este jornal ou
para Ângelo Pereira, Rua VíÍ-
tor Cordon, 11 — 1.º — Lis-
boa, telefone 360595.

GABINETE DE TRABALHOS TOPOGRÁFICOS E AGRIMENSURA

José Almeida Saraiva

TOPÓGRAFO – AGRIMENSOR

Encarrega-se de delimitação de propriedades rurais — Forneci-
mento de marcos com as características legais e sua colocação.

Rua de Sertório, 1 a 3 — Telefone 188 SERTÃ