O Renovador nº211 23-03-1974

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Ano V — N.º 211 — AVENÇA

23 de Março de 1974

D RENDVUADDR

SEMANÁRIO DEFENSOR DOS INTERESSES DA REGIÃO FLORESTAL DO DISTRITO DE CASTELO BRANCO — CONCELHOS DE: SERTÃ, OLEIROS, PROENÇA-A-NOVA E VILA DE RE

l REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:

DIRECTOR E PROPRIETÁRIO:
JOSE ANTUNES

COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO:
Gráfica Almondina — Telef. 22109 — Torres Novas

Rua Lopo Barriga, 5-r/c — SERTA — Telef. 131

E, depois do Gentro Liceal e Técnico, que fará

CELINDA – Sociedade de
Fomento & Inatívas, S.8,0.L,

à verha superior a 10000 contos

que vai

Como mnoutro lugar noticia-
mos, realizou-se no passado do-
mingo, dia 17 de Março, a As-
sembleia Geral da CELINDA,
Sociedade. de Fomento e Iniciati-
vas, S. A. R. L. que deliberou
autorizar o Conselho de Adminis-
tração a vender ao Estado (Di-
recção Geral das Construções
Escolares) os seus imóveis si-
tos no Pinhal de Cima, que até
há 3 anos serviram de instala-
ções do Centro Liceal e Técnico
Santo Condestável.

Aquela Empresa, criada há 15
anos, em 1959, com o intuito
especial de dotar a Sertã com
um estabelecimento de ensino
liceal e técnico, mas, já então,
com vistas mais largas, dado
que da sua designação e Esta-
tutos se depreende que a mes-
ma se poderá dedicar a outra
actividade de progresso para a
região, que os sócios apoiem,
cumpriu até ao momento, e ca-
balmente, a sua missão.

Pelas suas instalações passa-
ram durante 12 anos mais de
meio milhar de alunos. Alguns
deles já se encontram hoje di-
plomados com curso superior.

receber do Estado?

E outros com cursos médios ou
com habilitações que lhes deram
um nível de vida muito superior
ao da quase totalidade dos seus
pais.

Dada a conjuntura criada ao
Ensino Particular (já desapare-
ceu, nos últimos três ou quatro
anos, perto de uma centena de
Colégios em todo o País), jul-
dgou-se oportuno que as instala-
ções fossem cedidas ao Estado,

(Continua na 2.º página)

Há carência de madeiras
a nível mundial

A nossa Região

se souber aproveitar ds condições
que a Naturezo lhe concedeu

poderá ter um futuro cada vez mais risonho

Noutro lugar deste mesmo nú-
mero de «O Renovador»y damos
notícia, transcrevendo dos jor-
nais diários, que a Rússia au-
mentou, recentemente, de 135
por cento os preços das suas
madeiras — vendidas aos Países
Ocidentais.

Na Assembleia Nacional, o
deputado José Gonçalves de
Abreu, proprietário em Amaran-
te, da célebre fábrica de Tabo-
pan, e uma das maiores autori-
dades do País em problemas de
madeiras, afirmou no passado
dia 12: — «A preocupação de

MADEIRÃ

Uma freguesia

em Bprogssesso

O termo Madeirã é sinónimo
de «terra de madeiras», segundo
afirma o bispo de Angra nas
suas «Memórias de Oleiros e
seu Concelho».

Passou a sede de freguesia

AGUARELAS

MUNDO SEM ALMA

Os meus leitores, sobretudo
cs mais felizes, os que vivem
no campo, já se terão admira-
do mais de uma vez, ao ouvi-
rem que, no fim do àno, as ca-
sas comerciais de cidades e
vilas fazem os seus balanços
e reduzem a cifras os réditos
e as perdas a tfim de prossegui-
rem com ousio ou com cautela
os negácios do novo ano. E
admiraram-se — sobretudo — de
que as casas com seguros de
vida também botam seu ba-
lanço. Morreu muita gente as-
segurada por nós? Morreu pou-
ca gente? E toca a reduzir a
cifra a pôr tudo em números.
Se morreu pouca gente que
ainda continua a pagar, dizem
que o ano foi bonzinho. Se
morreu muita gente dizem que
o ano foi mau e quase prague-
jam dos mortos que abalaram
e deixam de estar seguros na
casa, que o mesmo é dizer dei-
xam de trazer a Mmassinha. Co-
mo vedes até a vida é rebai-
xada a uma cifra de contabili-
dade e a morte também. Isto
está-nos a dizer até que ponto
uma atmosfera mecânica de
frieza se apossou do mundo.

Por JOÃO MAIA

Do berço à cova tudo vai sen-
do organizado debaixo da vil
moeda. O homem é um número
como a matrícula de um carro.
Onde está a alma? Amanhaã até
nos hão-de medir as lágrimas
em decilitros e contar os sorri-
sos e contabilizar os apertos de
mão. Ter fome, ter frio, ter paz,
arder em ânsias, ter saudade,
ter simpatia ou afecto — isso
não conta nada aos olhos do
contabiílista adunco, escravo
das contas de somar. Neste
mundo assim mecanizado qual-
quer coisa está mal e muito
mal. O homem, filho de Deus,
não se pode equiparar às uten-
silhagens, aos trastes de que
nos servimos. Na realidade, fa-
zer um seguro de vida é uma
2stranha operação que pode in-
duzir em erro quem a faz. Pois
quê, temos a um indivíduo
que vai atravessar um continen-
te e antes faz um seguro su-
nonhamos que de mil contos.
Mal pôs o pé no motor en-
controu-se esborrachado con-
tra uma bisarma cega. Vêm a
correr os herdeiros e, choradas
à pressa duas lágrimas, ei-los
às portas do seguro a requerer
os mil contos. Corre na terra

Continua na 2.º página

RENOVAÇÃO É

VIDA

Por José Dominques Mendes

em 1732, sendo desanexada de
Álvaro. Não tinha Igreja Matriz
ao tempo e o pároco teve de
socorrer-se da capela de S. Ma-
teus. Esta passou depois a ca-
pela do cemitério e construiu-se
a nova matriz em 1737, dedi-
cada a Nossa Senhora do Car-
mo, orago da freguesia. À sua
festa é celebrada em 16 de Ju-
lho. Mas a grande festa da fre
guesia, a que move todo o seu
povo e ainda o das redondezas,
é a do Senhor Jesus de Vale
Terreiro, onde existe sumptuosa
capela com essa devoção. Rea-
liza-se nos dias 15, 16 e 17 de
Agosto no adro de onde se di-
visa magnífico panorama.
Contfina a norte com a fregue-

 

Continua na 3.º página

uma carência de madeira não é
exclusivamente nacional, ela é —
isso sim — probtema do mundo,
que, quase em pânico, procura
apressadamente preservar as flo-
restas do corte maciço que a in-
dústria cada dia lhe provoca.
Dos países produtores mais si-
nificativos, na Europa, poderemos
citar a U.R.S.S. e a Polónia,
assim como a Suécia, que redu-
ziram as suas exportações de
madeira em bruto e lenha para
transformação, em mais de 60
por cento, e subiram, considera-
velmente o seu preço para sus-
tar a saída para o estrangeiro.
O Brasil, por exemplo, proibiu
pura e simplesmente a exporta-
ção de madeira em toros, isto é,
a exportação de matéria-prima
para transformação fora do seu
País.» E acrescentou: — «Esta-
mos a exportar aquilo que nos
faz falta e não teremos maneira
de a remediar. Contratos estabe-
lecidos certamente, já há tem-
pos, mas que não deverão ser
renovados — estarão na origem
da exportação de dezenas de
milhares de metros cúbicos de
lenha para as fábricas espanho-
las de produção de pasta, que
fazem passar a nossa fronteira

Continuação da 3.º página

A câmara Municipal

da Sertã
solicitou à criação
na Sede do Concelho

A vinda a Castelo Branco do
Subsecretário da Segurança So-
cial, Dr. Duarte lvo Cruz, desper-
tou às pessoas responsáveis pa-
ra instituições de protecção e
amparo da infância e da terceira
idade.

O Estado está na disposição de
olhar com mais carinho e interes-
se instituições desse género. E
zonas como à Sertã muito delas
necessitam,

Há anos, quando um grupo de
senhoras da nossa melhor socie-
dade pensou em fundar na iSertã
uma Casa da Criança, logo al-
guém veio fazê-las desanimar
afirmando que tal instituição não
era necessária na Sertã. E a ini-
ciativa, infelizmente, gorou-se.

Hoje, supomos que ninguém
se atreverá a discordar de uma
tal iniciativa. Já então ela era
necessária. E pena foi qué se não
houvesse levado a cabo.

Mas quando é o próprio Esta-
do que favorece o ensino infantil
e pré-primário seria manifestar
retrocesso que nos quedássemos,
como então, no imobilismo.

Cremos que em boa hora à
Câmara Municipal tomou a inicia-
tiva e tenhamos —esperança de
que à mesma tenha êxito, poís
as nossas crianças são dignas de
amparo e promoção, como as de
muitas outras terras, mesmo que
não sejam dotadas de indústrias.

É PRECISO CRIAR
EM VILA DE REI
UM POSTO DA G. N. R.

O assalto à ourivesaria do Sr.
José Alves da Silva, que, se-
gundo relatámos, se verificou na

Iniclaram-se os trabalhos de constração

do troço do E N. n.º 244 enire Murmeleiro
e São João do Peso, nu distância de 6 km

Nesta semana iniciaram-se os
trabalhos de construção do tro-
ço da E N. nº 244 entre Mar-
meleiro, mais precisamente, Cor-
tes, no concelho de Sertã, e São
João do Peso, no concelho de
Vila de Rei.

‘A obra, há tantos anos espe-
rada, tem assim o seu começo
de efectivação e deverá estar
pronta daqui a dois anos. Nela
se inclui uma ponte sobre a Ri
beira da l|sna, o que a torna mais
dispendiosa. —Custará cerca de
22 mil contos.

Várias vezes aqui sublinhá-
mos a importância desta via pa-

UNIÃO E

ra à nossa região, iespecialmen-
te para às gentes da freguesia
de São João do Peso e de Car-
digos, outrora tão ligadas ao
concelho da Sertã. Para estas a
distância será encurtada de mais
de 15 km., numa distância de
30 km. actualmente.

Escusado — será, pois, encare-
cer, neste momento, a importên-
cia da grandiosa obra.

Não deixaremos, no entanto,
de assinalar que, presentemente,
se encontram em construção
dentro do concelho da Sertã, na-

Continua na 4.º página

manhã do passado dia 5, trouxe
à baila, mais uma vez, a urgente
necessidade da criação, em Vi-
la de Rei, de um posto da Guar-
da Nacional Republicana.
Tantas vezes se tem falado

nesta necessidade, tantas dili-
gências se têm realizado no sen-
tido de lhe dar satisfação, que
parece impossível continuarmos
na mesma.

Dizem-nos que Vila de Rei é
a única sede de concelho no
País que não tem G. N. R. Não
sabemos se assim é. Seja, po-
rém, assim ou não, uma coisa é
certa: a G. N. R. faz falta em Vi-
la de Rei. A sua simples pre-
sença incute certo respeito a ma-
landrins e atrevidos como os
que tiveram a audácia do assalto
à relojoaria e de chegarem a al-
wvejar a tiro quem deu o alarme.

Se houvesse quartel na Vila,
em vez dum simples grito, quê
de pouco valeu, afinal, um tele
fonema teria tido, certamente,
plena eficácia. Pelo menos seria
mais fácil a perseguição e à
captura.

Com o incremento das mal-

Continua na 2.º páginas

PROGRESSO

 

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Página 2

O RENOVADOR

23 de Março de 1974

De semana a semana

(De 11 a 17 de Março)

EM PORTUGAL

11 — O Hotel Central de Leiria
foi destruído por um grande incêndio.
Não houve vítimas. Os prejuízos ma-
teriais calculam-se em vinte mil
contos.

— O montante das verbas man-
dadas inscrever no orçamento geral
de Angola para o presente ano eco-
nómico totaliza dois milhões e qua-
trocentos e trinta e três mil contos.

13 — Sob a presidência do Dr
Marcelo Caetano, reuniu o Conselho
de Ministros, que resolveu extinguir
o Ministério da Economia e a Se-
cretaria de Estado da Indústria. Em
sua substituição foram criados os Mi-
nistérios da Agricultura e Comércio
e da Indústria e Energia.

— O Dr. Mário de Oliveira foi no-
meado ministro de Estado; o Dr. Mo-
ta Campos, ministro da Agricultura e
Comércio; e o Prof. Daniel Barbosa
é o ministro da Indústria e Energia.

— Na Guiné, em Teixeira Pinto,
três novas unidades de milícias ju-
raram bandeira,

14 — Foram fixadas as normas re-
lativas à concessão dos direitos de
pesquisa e exploração de petróleo na
plataforma submarina da Metrópole.

— As associações económicas de
Angola vão formar o Banco Angola-
no de Crédito e Fomento, com o
capital inicial de 500 mil contos.

15 — Os generais Costa Gomes e
António de Spínola foram exonera-
dos, respectivamente, dos cargos de
Chefe e Vice-Chefe do Estado-Maior
General das Forças Armadas. Para o
primeiro daqueles cargos foi nomea-
do o general Joaquim Luz Cunha.

— -Foi nomeado subsecretário de
Estado da Informação o Dr. Caetano
Carvalho. Também foram nomeados
subsecretários de Estado do Planea-
mento, do Comércio, da Indústria e
da Energia, respectivamente, os Drs.
Alberto Xavier, Álvaro Henriques de
‘Almeida, Rui Vilares Cordeiro e Co-
mandante Soeiro de Brito.

— O Ministério das Finanças passa
a ter a designação de Ministério das
Finanças e da Coordenação Econó-
mica.

— Para afirmarem ao Chefe do
Governo o seu apoio à acção de de-
fesa do Uliramar e o seu espírito
de unidade, lealdade e solidariedade,
reuniram-se no Salão Nobre da As-

PRECISA-SE

3 empregadas domésticos
para Lisboa. Favor escrever
para: M. F. S. Matias —
Av. João XXI, n.º 64-1.º-Esq.

— LISBOA-5.

sembleia Nacional numerosos oficiais-
-generais dos três ramos das For-
ças Armadas.

17 — Uma rebelião militar que
eclodiu no Regimento de Infantaria
5, nas Caldas da Rainha, foi comple-
tamêénte dominada.

NO MUNDO

11 — Realizaram-se eleições na Bél-
gica para a Câmara dos Deputados
O partido mais votado foi o dos so-
ciais-cristãos.

12 — Devido à oposição da Síria,
da Argélia e da Llíbia ficou adiado
o levantamento do embargo do pe-
tróleo.

— O presidente Pompidou, da
França, partiu para à União Soviética

13 — Os países exportadores de
petróleo estudam os novos preços
das ramas à partir de 1 de Abril.

15 — O Senado americano apro-
vou o restabelecimento da pena de
morte obrigatória para certos crimes,
incluindo a pirataria aérea.

— Embora com a oposição da Li-
bia parece estar decidido o levanta-
mento do embargo petrolifero árabe
aos Estados Unidos.

16 — Anuncia-se para muito breve
a ida de Kissinger a Moscovo para
preparar a visita de Nixon à Rússia.

FEcos de Fundada

Continuação da 4º pág.

(Ribeira) 100$00; e Alberto Men-
des Laranjeira (Silveira) 100$00.

A todos o nosso sentido reco-
nhecimento e votos para que a
lista continue.

NAS MÃOS DE DEUS

Com 86 anos de idade, faleceu
na sua residência, na povoação
de Abrunheiro Grande desta fre-
guesia, no passado dia 26 de Fe-
vereiro a Senhora D. Filomena
da Silva. Deixa viúvo o senhor
Eduardo André da Silva, (que foi
conceituado comerciante no dito
lugar). Era mãe da senhora D.
Maria da Silva Moura, casada
com o Senhor Manuel Luís de
Moura e de Maria do Rosário da
Silva, casada, todos residentes
em Angola. Deixou também ne-
tos e alguns bisnetos. O seu fu-
neral realizou-se no dia imediato
para o cemitério local, precedido
de missa de corpo presente, na
qual se incorporou numeroso po-
vo, vindo de toda a freguesia e de
fora, causando assim uma certa
manifestação de pesar. Era pes-
soa de muito bons sentimentos e
estimada por todos quantos a
conheciam e que com ela viviam
e especialmente o seu marido, a
quem no dia da sua morte ouvi-
mos dizer, que em toda a vida
de casados nunca tinham discu-
tido um com o outro (grande
exemplo para os casados).

A toda a família enlutada sen-
tidas condolências. — (C.)

O que sofre
a pequena imprensa

No coro de preocupações e
apelos que é agora o pão nosso
de cada dia na Imprensa — em
que os poucos que se calam de-
vem esperar, por comodidade à
sSua maneira, os resultados das
reivindicações de outros — os
jornais de pequena expansão re-
gional não são, com certeza, os
que menos sofrem. À modéstia
tradicional dos seus recursos não
lhes consente a mobilidade de
mobilização de meios que favo-
rece os mais poderosos. À sua
pequenez na tiragem e na publi-
cidade torna-os mais vulneráveis
— pois nem sempre é certo que
quanto maior é a nau maior será
a tormenta. É aí temos os jornais
da chamada «província» a clamar
que a falta de papel, os sucessi-
vos agravamentos nos contratos
de trabalho e consequente eleva-
ção do custo da mão-de-obra,
a carestia de todos os restantes
materiais indispensáveis à fei-
tura de qualquer publicação, «fa-
zem a vida negra a quantos têm
sobre os ombros a responsabi-
lidade de administrar um perió-
dico». Na angústia em que se
debatem, os jornais regionais

O RENOVADOR É O SEU JORNAL

ASSINE-O
E ENVIENOS NOVAS ASSINATURAS

GABINETE DE TRABALHOS TOPOGRÁFICOS E AGRIMENSURA

José Almeida Saraiva

TOPÓGRAFO – AGRIMENSOR

Encarrega-se de delimitação de propriedades rurais — Forneci-
mento de marcos com as características legais e sua colocação.

Rua de Sertório, 1 a 3 — Telefone 188

SERTÃ

apelam para o que é possível:
que lhes sejam também concedi-
dos o diferencial no preço do pa-
pel, a isenção de contribuição in-
dustrial, facilidades e garantias
na estabelização dos preços dos
restantes materiais — tudo o que
puder aliviar o pesadelo a aden-
sar-se sobre a administração da
Imprensa não-diária. O decano
dos jornais da província, que é a
provecta «A Aurora do Lima», de
Viana do Castelo, com os seus
119 anos de existência, aponta
em editorial marcado de verda-
deira angústia que em Março de
1972 adquiriu o papel para a sua
impressão a 55 escudos, que em
Dezembro já o pagou a 80 e que
em Janeiro, com o custo do
transporte incluído, subiu o pre-
ço para 145 escudos, Quase tri-
plicou, porr conseguinte, no pe-
ríodo de um ano, o custo do pa-
pel para a Imprensa provinciana.
Como poderá ela, realmente, so-
breviver? Diz-se em «A Aurora
do Lima», num destacado edito-
rial: «Não vale a pena repetir-se
aqui e neste momento o que já
dissemos em abono da utilidade
económica, cultural, social e até
política da Imprensa regional, elo
de ligação entre os nossos nume-
rosos emigrantes portugueses e
o seu torrão natal, força a ter em
conta para, a orientação e men-
talização das massas populacio-
nais que vivem longe do Terreiro
do Paço e dos grandes centros,
alavanca preponderante no pro-
gresso das localidades, sejam al-
deias, vilas ou cidades. Não vale
a pena, repetimos, exaltar mais
uma vez a lealdade, a indepen-
dência e a dignidade da sacrifi-
cada — por isso mesmo — Im-
prensa não-diária.» Em face das
angustiosas — dificuldades . que
atravessa, o decano da Imprensa
provinciana já não pede nem re-
clama que lhe acudam: suplica.
E, como se vê, tem para isso mui-
to boas razões. Tem toda a razão,
sobretudo, em não se calar pe-
rante a condenação à morte que
sobre ele está pendente se não
lhe. acudirem. =z

(Do «Jornal do Caméárcion)

10000 mil contos concedidos à CELINDA

Continuação da 1.º página

a título oneroso, para que nelas
fossem ‘nstalados os estabeleci-
mentos de ensino oficial que
continuassem, e mesmo amplias-
sem, em melhores condições pa-
ra a região (porque o ensino é
gratuito!), os benefícios de pro-
moção ‘ social e económica, que
foram visados com a fundação
da CELINDA,

A Escola Industrial e Comer-
cial da Sertã, a funcionar desde
1965, e a Escola Preparatória
Gonçalo Rodrigues Caldeira, em
actividade desde 1969, e bem
assim o ensino liceal já criado
em Agosto do ano transacto, e
que se espera entre em funcio-
namento em Outubro próximo,
todos instalados ou a instalar
nos imóveis daquela Empresa,
constituem prova cabal de que
foi extraordinariamente útil ao
concelho da Sertã e à região a
iniciativa de 1959. Válida de to-
dos os pontos de vista. Feliz
nos seus resultados. Numa pa-
lavra, cumpriu, até ao momento,
a sua missão,

Cometeram-se alguns erros na
sua gestão? Sem dúvida. A
construção do edifício para in-
ternato foi certamente um deles
Mas o erro resultou mais da mu-
dança da conjuntura em 1961 e
das concepções posteriores do
ensino, aliadas à falta de cola-
boração —motivada por aqueles
factores, do que à concepção do
empreendimento, ou à orienta-
ção dos homens que estiveram
à frente das sucessivas gerên-
clas.

Neste momento do termo de
uma fase da vida da CELINDA
(esperamos que seja apenas
uma fase…), há que prestar ho-
menagem aos que, sempre de-
sinteressadamente, e, muitas
vezes, pelo menos alguns, com
prejuízo para o seu património,
geriram uma empresa, sui gene-
ris, de natureza comercial, mas
sem fins lucrativos.

Mas o futuro?

Estamos convencidos que nin-
guém será partidário de que a
importante verba obtida pela
venda das instalações do Cen-
tro Liceal e Técnico, seja, pura
e simplesmente, distribuída pe-
los accion’istas. Na sua maioria,
estes fizeram as suas entradas
na convicção de contribuírem,
primariamente, para a promoção
social e económica das popula-
ções da área; sobretudo da ju-
ventude.

Não será fácil juntar nova-
mente um tão grande capital, se-
ja para que motivo for.

As estruturas estão lançadas.
A Sertã precisa de novas ini-
ciativas. E trairíiamos a geração
de 1959 se tapássemos agora a
porta que eles abriram.

Há muitos empreendimentos
em que aquela verba poderá ser-
vir de investimento-base. — Não
vamos enumerá-los, pois ficaría-

mos sempre aquém da realida-
de. E não temos a presunção de
monopolizar ideias.

Não resistimos, no entanto, a
dar uma sugestão que se nos
afigura absolutamente válida e
especialmente adaptada à nossa
situação e ao interesse dos
accionistas.

Trata-se da fundação de uma
fábrica de confecções.

Esta indústria encontra-se em
franco progresso. E temos aqui
condições de mão de obra femi-
nina verdadeiramente invejáveis,
num período em que a mão de
obra é um factor da maior im-
pçrtãncia, para qualquer indús-
tria.

Com a fábrica de aglomera-
dos de madeira conseguiremos
estancar, em parte, a emigração
Masculina; com a de confecções
estancaríamos a emigração fe-
minina para os grandes centros
e daríiamos promoção a cente-
nas de raparigas que ainda daqui
partem a vender longe o seu tra-
balho.

Então sim, a zona da Sertã
seria um polo extraordinário de
desenvolvimento e atracção e
outro futuro esperaria 08 nossos
filhos e filhas.

Depende dos accionistas da
CELINDA que tal aconteça…

o o o o o a

Aguarelas

Oontinuação da 1º páqgino

a notícia e não faltará quem
proclame felizes os abotoados
com a pecúnia. Mas agora di-
zei-me: Aquela vida tinha de
facto o preço de mil contos?
Aquela vida era trocável por
todo o dinheiro do mundo? Ca-
berá nalgum cofre do mundo
o valor de uma vida humana?
Tod-a a civilização que equipare
a vida humana à mão cheia de
moedas é semelhante à destra
de Judas quando segurava o
taleigo com as trinta moedas.
Trinta ou um milhão de moedas
nada adianta para o valor de
uma vida. São grandezas de ou-
tra ordem. Conta-se de um
canceroso muito rico e sem
herdeiros que tendo-lhe sido
aconselhada uma viagem à
América para se submeter a
operação de médicos especia-
listas, coçava a cabeça e dizia:
— É muito caro! Quase mil
contos! E deixou-se morrer pa-
ra não gastar os mil contos que
ninguém sabe, nem ele, onde
param agora!

«Vão-se os anéis e fiquem os
dedos», dizem lá para os meus
sítios. Anéis fazem-se de qual-
quer arame… A sabedoria po-
pular é muito mais avisada do
que aquela que promana das
covas de Salamanca que o mes-
mo é dizer das escolas da civi-
lização moderna — civilização
atroz. Ponhamo-nos em falso
contra esta civilização atrelada
ao dinheiro, aos frios metais, à
sucata…

 

Notícias de

Continuação da 1.º página

feitorias e dos assaltos à mão
armada, começam alguns a te-
mer pela segurança dos seus
bens.

Dêem, pois, as autoridades
competentes mais uma martela-
da no sentido de que seja cria-
do um posto da G.N.R. em Vi-
la de Rei,

NOVO EDIFÍCIO PARA –
OS PAÇOS DO CONCELHO

Na passada semana referimos
a deliberação camarária de pro-
curar terreno para a construção
dum novo, edifício dos Paços do
Concelho. Apoiamos inteiramen-
te. E só nos admiramos de há
mais tempo não ter sido posta
em andamento à vagarosa má-

. quiha burocrática. É que, desde

esta deliberação até à entrada
em funcionamento do novo edi-
fício, quantos anos vão mediar?

Vila de Rei

E, no entanto, há quantos já a
sua necessidade se faz sentirl!

Lembramo-nos de há anos,
quando da visita do Sr. Gover-
nador Civili haver ficado bem
patente já a insuficiência e me-
díocre funcionalidade das insta-
lações actuais, Depois o próprio
estado de conservação do pré-
dio deixa imenso a desejar. Im-
põe-se que os serviços públicos
disponham das comodidades, de-
cência e dignidade indispensá-
veis à sua função e até à edu-
cação do público. Há limites que
não se podem ultrapassar, sob
pena de se baixar o nível do
comportamento social.

iNada de luxos, sim. Mas dig-
nidade e funcionalidade.

Esperemos que a deliberação
agora, tomada corresponda real-
mente ao motor de arranque de
uma máquina que ande veloz é”
com segurança, de modo a atin-
gir a meta em tempo útil. —

(E)

 

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23 de Março de 1974

9 RENOVADOr

Página, .3

MADEIRÁ

Continuação da 1.º página

sia de Portela do Fojo; a sul,
com o Troviscal; a nascente,
com Sobral; e, a poente, com
Pedrógão Pequeno.

Os lugares que a compõem
são, além de Madeirã, a sede,
Cava, Vale Fundeiro, Vale Ci-
meiro e Vale do Meio. Neles
viviam cerca de 709 indivíduos
em 1960, segundo reza o censo
Gficial então realizado.

A Madeirã pode orgulhar-se
de ter sido beneficiada em rela-
ção a todas as outras. Mas a
ninguém o deve senão a ela pró-
pria, ao brio e interesse dos que
nela nasceram e aí vivem ou,
embora deslocados noutras. pa-
ragens, não a esqueceram, São
mais unidos que quaisquer ou-
tros e, sem dúvida, mais bairris-
tas. Não admira, pms que te-
nham conseguido mais e maio-
res benefícios e possam, agora,
disfrutá-los orgulhosamente. As
ruas estão devidamente calceta-
das; os fontenários decentes e
em número suficiente; o lavadou-
ro público coberto é já realida-
de, assim como captação de
águas, ampliação do cemitério,
electrificação, edificio da Casa do
Povo (Delegação), melhoramen-
tos na lgreja matriz e na Cape-
la do Senhor Jesus e tantos ou-
tros. Os beneficiários são todos,
e de todos os louros pelo bri-
lhante trabalho que já fizeram.
Toda a gente colaborou. Contu-
do, será justo destacar a acção
de alguns, mais entusiastas,
mais lutadores, e, por isso mes-
mo, credores da maior simpatia.
Em primeiro lugar surge, incon-
testavelmente, o «Grupo dos
Amigos da Maceirãn., Vivem em
Lisboa, onde a maioria conse-
quiu boa posição social, mercê
das suas qualidades humanas,
nomeadamente o seu apego e
amor aào trabalho. Virtudes que
são, aliás, bem características
do povo seu conterrâneo. Vivem
em Lisboa mas têm o coração
nas suas aldeias espalhadas lá
pela serra. E esforçam-se e lu-
tam pelo seu progresso como se
ai vivessem, se aí tivessem to-
dos os seus interesses.

É tocante este exemplo, sobre:
tudo pelo empenho, pela deter-
minação com que sSe entregam
a essa humanitária tarefa. E, fa-
zer mais e melhor é lema de to-
da a direcção e demais mem-
bros, até ao mais humilde asso-
ciado.

A única compensação que re-
cebem pelo seu esforço é —
além da alegria interior que sem-
pre anima quem pratica o bem
desinteressadamente — a grati-
dão e simpatia do povo que ha-
bita as aldeias e beneficia desse
esforço. Ele sabe reconhecer
quem lhe quer bem e retribuir
amor, quando deve. Demons-
trou-o bem, aliás, na homena-
gem pública que prestou a um
desses amigos em 1964: o Sr.
João Antunes Gaspar. Fora ele
um dos fundadores do «Grupo
dos Amigos da Madeirã» e, sem
dúvida, um dos mais entusias-
tas. Desde logo fez parte dos
corpos gerentes e com tal fervor
que a ele, mais que a quaisquer

Uma freguesia em progresso

outros, se devem algumas das
realizações — conseguidas. À es-
trada da Madeirã, por exemplo,
é, em parte, conquista sua. Não
resistimos, até, a relatar algu-
mas passagens da luta que em-
preendeu para a conseguir, pois
aí se define a sua verdadeira es-
tirpe: lutador incansável, lúcido,
atento e persistente Começou
por chamar a atenção das auto-
ridades da terra para essa falta,
num artigo que fez publicar em
8/7/1929 num jornal diário. Si-
multaneamente íez apelo a to-
dos os seus conterrâneos de
boa vontade para que se unis-
sem e procurassem, eles mes-
mos, suprir as faltas duma admi-
nistração incapaz: Depois, em 10
de Agosto, volta a insistir, no
mesmo jornal, apontando os
problemas que a falta da estra-
da acarretava aos habitantes da
região e, sobretudo, os prejuí-
zos de ordem económica. Não
encontra eco, mas não desarma.
E, em Dezembro, surge novo e
extenso artigo da sua autoria,
ainda no mesmo jornal, em que
aponta os benefícios que advi-
riam de tal empreendimento e
ilustrando, até, essa tese, por
meio de um «croquis» que tam-
bém «ele fizera.

Parece só, pois nada resulta
‘ainda, a não ser um reduzido
número de tímidas adesões. Mas
insiste, agora com artigos em
vários jornais, até que, em 30
de Março de 1931, o «Heraldo de
Oleiros» se faz eco desses an-
seios e apela, em editorial, por
justiça: «Quando será feita jus-
tiça?» é o seu título, bem su-
gestivo.

Surge, então, apoio maciço,
que leva a diligências de vária
ordem, entre as quais instâncias
junto do Sr. Ministro do Comér-
cio. Mas, nada seria feito.

João Antunes Gaspar não de-
siste. * Socorre-se de novo da
imprensa para alertar consciên-
cias. E sucedem-se os apelos à
união e ao trabalho em prol do
povo da sua região. Porque a
estrada seria para ele, povo, e
só por ele toda aquela luta.

AÀ esperança
Agosto de 1931, quando uma
Comissão, havia pouco consti-
tuída, consegue levar à Madei-
rá o Sr. Governador Civil de
Castelo Branco (então o Sr. Dr.
Afonso Salaviza), para se certi-
ficar da urgência de tal obra. Foi,
porém, sol de pouca dura… Em
Dezembro do mesmo ano a Co-
missão dissolveu-se e nada foi
feito.

Volta-se de novo para a im-
prensa, na certeza de que os
seus argumentos acabariam por
impor-se. Novos artigos, com
mais apelos e mais incitamen-
tos. E o renascer da jesperança
quando, em 15 de Abril de 1932,
a Junta Autónoma de Estradas
anuncia ter em estudo a ligação
Madeirã-Cava. Este estudo faz-
-se, mas para arquivo… E de
novo o vazio à sua volta, após
o esforço que ora fizera, reunin-
do em sessão magna todos os
conterrâneos.

A imprensa, outra vez. Suce-
dem-se os artigos, sobretudo no
«Heraldo» e em «O Despertar da

Manuel Mendes Murtinho
Júnior & Irmão

EMPREITEIROS

Fornecedores de materiais de construção e outros

. Encarregam-se de todos os trabalhos de calcetamento de
granito, calcário, vidraço a branco ou incluindo quelquêr dese-
nho, xlsto “etc. com ecaixa; 1ão de obra e transporte

ANSIÃO — Telefoene 178

renasce em.

Beira», que ‘ele próprio cria, em
1934. E, como «água mole em
pedra dura…», também aqui a
persistência acabou por triunfar.
Em 1945 é constituído por ele e
outros mais entusiastas o «Gru-
po dos Amigos da Freguesia da
Madeirã», que se propõe, priori-
tariamente, lutar pela constru-
ção da estrada, o que acaba por
conseguir. Mas que teve de es-
perar até aos nossos dias para
a ver dentro em breve pavimen-
tada.

Em traços singelos, quase ru-
des, uma história também sim-
ples, mas bela. Uma história de
devoção e amor. Que enternece.
Que comove. E se o povo sabe
sentir como. ninguém, quão fá-
ceis de imaginar as suas mani-
festações quando da homena-
gem que prestou a este seu ami-
go que «continua presente em
cada obra que se consegue. Por-
que esteve no princípio de todos
os movimentos e O seu exem-
plo persiste, saindo, até, dos |li-
mites da sua freguesia, Ele pug-
nou por toda a região, como o
demonstra o seu contributo pa-
ra a fundação da Casa da Co-
marca da Sertã. Fez-se símbolo
do querer, da sua luta.

Outros, muitos oútros, mere-
ciam destaque. Mas tal enume-
ração seria cansativa.

Não pretendemos, com isto,
significar que «tudo são rosas»,
hoje, na freguesia. Infelizmente
não, porque muito há a fazer.
Não se atingiram todos os objec-
tivosl nem se levou, ainda, o
conforto a todos os lares. AÀ
obra era demásiado grande mes-
mo para tamanho entusiasmo.
Mas não duvidamos de que num
futuro próximo conseguirão um
nível invejável, pois tudo se irá
resolvendo a pouco e pouco, se
subsistir esta determinação.

Falta ainda muito, com efeito.
Mas se àa vontade do homem
é capaz de «mover montanhas»,
fará de Madeirã uma freguesia
nova, bem mais viva e rica. Por-
que o povo da Madeirã — quer
lá viva ou não — já deu pro-
vas de possuir essa caracterís-
tica é em alto grau.

Eu creio, muito sinceramente,
que vários problemas poderão
ser minorados, ou até resolvidos,
a curto prazo, se forem encara-
dos com franqueza, com cora-
gem e com abertura de espírito.
Isso nos animará e nos dará mais
ânimo, mais confiança e mais es-
peranças no futuro.

Corga Saborosa, Amieira, a
6-3-1974.

José Domingues Nunes

Constituiu-se

em Castelo Branco

uma Gomissão Sindical

de Profissionais de Escritório
e Caixeiros

Elevado número de profissio-
nais de escritório e caixeiros
desta cidade, filiados no Sindi-
cato Nacional dos Empregados
de Escritório e Caixeiros do
Distrito de Castelo Braneco, ele-
geram de entre si uma Comis-
são Sindical composta por 12
elementos.

Esta Comissão que espera a
adesão de mais profissionais
de outras localidades, consti-
tuiu-se para dar apoio à classe,
com vista a uma maior partici-
pação desta na vida do Sindica-
to e promover o estreitamento
das relações entre si tendentes
a uma real concretização e con-
jugação de interesses,

Com esta iniciativa. esperam
estes profissionais resolver uma
situação que lhes era adversa e
que já há algum tempo vinha
sendo denunciada, sem êxito,
junto da actual Direcção do Sin-
dicato.

Há corência de modeiras

t1 nível

Continuação da 1.º página

comboios e comboios desse
«ouro branco» que tanta falta
nos há-de fazer daqui a pouco».

Referiu, depois: «No mnosso
País, a indústria que utiliza a ma-
deira como matéria-prima é,
também, importante e contribui,
no cômputo do rendimento na-
cional, com elevada soma de nu-
merário. Mas pode ir mais longe
ainda, desde que, para tanto, se
assegure o seu abastecimento.
A indústria da celulose — àa
maior consumidora de madeira
— .e logo a seguir a produção
de painéis de partículas e de
fibra e ainda os contraplacados
e folheados estão a aumentar
dia a dia com a concessão de
novas licenças para a implanta-
ção de mais unidades produto-
ras, prevendo-se que em 1980 a
produção triplicará e, nesse ca-
so, a madeira será insuficiente
para manter tantas fábricas em
laboração».

A terminar disse o ilustre in-
dust-ial: «Cumulativamente, ou-
samos insistir na necessidade
imperiosa de se cuidar da flores-
ta sem perda de tempo, porque
até vale a pena que o façamos,
já que para além dos benefícios
apontados poderá também asse-
gurar-se o trabalho a muitos
portugueses que poderão ter na
sua terra condições de vida sen-
sivelmente melhores do que têm
em idêntica profissão nos paí-
ses para onde emigraram».

A estas palavras tão claras,
desejariamos —fazer apenas al-
guns breves comentários.

Desde há cerca de 10 anos
que nos empenhamos por todos
os meios ao nosso alcance, par-
ticular e publicamente, para que
a nossa região cuide da sua flo-
resta, produza mais e mais va-
lorizada seja a sua produção.

Os conhecimentos que temos
obtido são todos no sentido de
que as madeiras terão cada dia
mais aplicação e cada dia tam-
bém a poluição tenderá a des-
truir mais e mais a floresta.

As novas plantações não co-
brem as perdas que às matas
vão sofrendo. Planta-se muito,
mais ainda se corta.

A – actuação das gentes da
nossa região, uma zona excep-
cional para o crescimento das
matas, tem de incidir sobre dois
campos fundamentais: cultivar a
mata que já existe e aproveitar
todos os terrenos úteis para no-
vas plantações.

É destruidor fazer cortes a
varrer. Os cortes culturais, isto
é, o aproveitamento imediato das
árvores que já não crescem ou

Condições
de Assinatura

VIA NORMAL

Portugal Continental
e Ultramarino, Brasil e Espanha
100800
Estrangeiro: 180800

VIA AÉREA
(Pagamento adiantado)

Províncias Ultramarinas: 200$.
Estrangeiro: 250800

NOTA — Toun.. àas importâncias
podem ser remetidas em
vale de correio, cheque ou di-
nheiro de qualquer nacionalida-
de eu ainda os Srs. Assinantes
encarregarem quem efec-
tue directamente as liquidações.
As amnamras devem ser pa-
gas adiantadam;
Para o ‘U’ltx’ama.r Português
e Estrangeiro não fazemos co-
bmnçu através dos C.T.T.

que estão muito bastas, é indis-
pensável para que as restantes
cresçam do melhor modo.

Eliminem-se os matos, façam-
-sSe novas plantações nos terre-
nos em que a sementeira es-
pontânea é mais difícil ou lenta.
Mas aproveitemos a oportunida-
de de criar agora o futuro para
os nossos filhos.

Já houve quem comparasse a
madeira ao petróleo, do. ponto
de vista da sua utilidade, como
matéria-prima. – Daqui a alguns
anos é possível que a carência
de madeiras tenha efeitos bas-
tante semelhântes aos dá carên-
cia de petróleo, ou mélhor;:do
boicote que sofreram os ‘países
ocidentais quanto a esta maté-
ria-prima, por parte do Médio-
-Oriente. j

Entre os países da Europa so-
mos aquele que melhores con-
dições oferece para a produção
de madeira, sobretudo do pinho
bravo. Valorizemos, essa matéria-
-prima. A subida do preço que
hoje já se cifra, só num ano,
em cerca de 100%, é possível
que continue àa acentuar-se.

Talvez tenha chegado a nossa
vez de atingirmos rendimentos
superiores aos de muitas -outras
zonas. Mas é preciso que os sai-
bamos aproveitar.e, sobretudo,
que saibamos aumentar em
quantidade a produção que não
se faz de um momento para o
outro.

J A

Notícias
Pessoais

FERNANDO MARTINS DIAS

Foi com simpatia que recebe-
mos na nossa Redacção a visita
e cumprimentos do nosso assi-
nante em Lisboa, senhor Fernan-
do Martins Dias.

Gratos pela atenção, deseja-
mos-lhe muitas prosperidades.

FRANCISCO BARATA DIAS

Tivemos o prazer de cumpri-
mentar na Sertã o nosso estima-
do assinante em Lisboa, senhor
Francisco Barata Dias. Acompa-
nhado de sua esposa, senhora-D.
Ana Oliveira Dias, vejo à Sua
terra natal, Madeirã, passar um
fim-de-semana. Vivamente inte-
ressado pelos assuntos da sua
povoação, manifestou-nôós a sua
estima e amizade como promó-
tores do progresso regional.

Bem haja.

DR. JOÃO JOSÉ SILVA GRAÇA
JUIZ DE DIREITO

A seu pedido, foi transferido
da Sertã para São João da Ma-
deira o Sr. Dr. João José Silva
Graça que durante 16 mesês
exerceu as funções de juiz de di-
reito da comarcça de Sertã. Ape-
sar de apenas haver estado na
Sertã escasso tempo, o Sr. Dr.
Silva Graça deixa nesta terra
muitas saudades,.

Que o êxito e a prosperidade
o acompanhem, bem como a sua
esposa e filho, são os nossos vo-
tos.

MANUEL ANTÓNIO
DOMINGUES

Este nosso amigo, soldado a
prestar serviço na Província da
Guiné, faz anos (23) no pró-
ximo dia-29 de Março. «O Reno-
vador» e seus pais desejam-lhe
as maiores felicidades e muita
sorte, O mesmo fazem os séus
vizinhos do Salgueiral e Cama-
pete, da freguesia de Sertã.

 

@@@ 1 @@@

 

Página 4

O RENOVADOR

23 de Março de 1974

BATIDA ÀS RAPOSAS

Com a colaboração amigável
dos nossos amigos e vizinhos de
Vila de Rei e S. João do Peso
e arredores, (cuja presença assí-
dua já vem sendo um tradicional
exemplo), realizou-se no passa-
do domingo, dia 3 de Março (pa-
ra bem da caça e aves de capoei-
ra), nos arrabaldes desta fre-
guesia, mais uma batida às ma-
treiras raposas, da qual resultou
o abatimento de quatro belos
exemplares. As honras couberam
a José Cardiga, de Lisboa, a Art
tónio Nunes dos Santos, de Ca-
beça do Poço, a Manuel Henri-
ques, do Peso, e a Domingos
Carteiro, de Vila de Rei.

Em nome das aves de capoei-
ra e da caça queremos publica-
mente agradecer a todos os ba-
tedores e caçadores que se di-
gnaram fazer parte da dita batida.

PARA QUANDO… A CHEGADA
DA ÁGUA DAS ZEBREIRAS,
À POVOAÇÃO DE FOUTO?

Segundo tivemos conhecimen-
to, a Câmara Municipal do nos-
so concelho recebeu um ofício
da Secretaria de Estado das
Obras Públicas, informando-a de
que tinha sido prorrogado o pra-
70 até 31-12-1974, para os traba-
lhos de pesquisas, para o abaste-
cimento de água à povoação de
Fouto. Segundo já tivemos co-
nhecimento também, a nossa
Câmara Municipal, na sua reu-
nião de 28-1-74, deliberou exer-
cer o direito que a Lei concede
para dar início às ditas pesquisas,
notificando o Senhor Manuel Xa-
vier Neves Tavares da Mata, re-
sidente no Brasil, a permitir a
efectuação .das obras na sua pro-
priedade denominada Zebreiras,
que segundo consta foi a escolhi-
da e aprovada para tal. À ele des-
de já agradecemos a boa com-
preensão e colaboração, para
que a obra dentro em breve seja

E TDA

uma realidade. Torna-se neces-
sária e indispensável para os ha-
bitantes da dita povoação que
ainda continuam a alimentar-se
e a abastecer-se da sua fonte
de mergulho.

PARA A CONSERVAÇÃO
DO EDIFÍCIO ESCOLAR

Em continuação dos donativos
angariados para a reparação do
antigo edifício escolar da sede
da freguesia, vamos dar nota de
mais alguns nomes de pessoas
que se dignaram contribuir para
tal: Josué da Silva (Silveira),
50$00; Antero Domingos (Sil-
veira, emigrado em Alemanha),
100$00; José Cardiga (nosso
amigo e conterrâneo, residente
em Lisboa), 100800; Alberto La-
ranjeira Tereso (Cabeça do Po-
ço), 100$00; Manuel Antunes

Continua na 3.º página

O MEIO RURAL :

Quem vive em contacto diário
com gentes e problemas do meio
rural, vai-se apercebendo que se
cava um abismo cada vez mais
largo e fundo por Portugal além

Não é novidade nenhuma o
que acabo de referir. É do conhe-
cimento da maioria dos leitores
e assinantes.

O mundo rural está em crise.
Os campos ficam a baldio. AÀ gen-
te nova não quer viver nas zo-
nas rurais,

Os velhos sentados à lareira ou
ao soalheiro, curtem mágoas por
verem os seus terrenozinhos
abandonados. E a morte para eles
até apressa o passo.

Para onde caminhamos?! Sinal
dos tempos!

Diz-se que através da História
sempre houve fenómenos, É ver-
dade. Mas que se fez já para re-
solver este?

De quando em vez percorro as
nossas aldeias. Gosto da aldeia
porque nela nasci, E sempre que
posso, meto-me pelos barrancos

A LUZ DE CRISTO
IWILUMINA A TERRA INTEIRA

No dia 31 de Março, 5.º Do-
mingo da Quaresma, celebra-se
em todo o orbe o «Dia Mundial
do Doente».

Os doentes são uma riqueza
espiritual da Igreja, quando uni-
dos ao Corpo Místico de Cristo,
que somos todos os baptizados.
Infelizmente, pelas nossas omis-
sões as almas que sofrem não
ocupam, em geral, nas nossas
paróquias o lugar que lhes com-
pete na evangelização e na edi-
ficação do Reino de Deus no
Mundo.

Na alocução de Paulo VI, em
9 de Maio de 1973, Sua Santi-
dade disse, ao falar do Ano San-
to: «Ele é um apelo a rever a
vida da Humanidade à luz da fé.

 

Notícias de Pedrógão Pequeno

A PROPÓSITO DA CONSTRUÇÃO
DO NOVO EDIFIÍCIO ESCOLAR

No número de há duas se-
manas «O Renovador» noticiou
que se tratava da escolha de
um terreno para construção
do novo edifício escolar de Pe-
drógão Pequeno. Estou em crer
que em nenhuma localidade se
deixou de construir obra válida
por falta de terreno apropnadu

A nossa terra tem sítios ma-
ravilhosos e, para esse fim, al-
guns existem. O que deve fal-
tar, isso sim, é vontade de os
cederem por parte dos proprie-
tários. Daí as suas alegações
como pretexto de que o edifí-
cio actual é suficientemente
bom.

. Mas em obras válidas deste
género há que por todo o nosso
interesse e espírito de decisão.
Não guardemos para amanhã o
que pudermos fazer hoje.

A U.R.S.S.

aumentou em 138 por cento
o preço da madeira
para popel de jornol

AÀ União Soviética aumentou
recentemente em 135 por cento
o preço da madeira para fabrico
de papel de jornal, que vende
aos países ocidentais. Entre es-
tes, conta-se a França que, em
1973, comprou 800 000 esteres
de madeira de trituração, mas
que este ano só poderá impor-
tar 325 000 esteres, pois a União
Soviética tem de atender a um
aumento da procura.

Agora mais do que nunca são
necessárias boas instalações
escolares para a preparação das
crianças, para um ensino efi-
ciente.

Como será possível não haver
esforço demasiado da parte dos
professores e alunos em edifí-
cio como o de Pedrógão, onde
até as próprias autoridades es-
colares se sentem impressiona-
das ao visitá-lo.

As escolas desta —localidade
têm uma péssima situação, além
de deficientíssimas condições
pedagógicas.

Ficaremos gratos à família
do benemérito que legou o gran-
de edifício, considerado naquele
úÚúltimo quartel do século XIX
como um dos melhores edifícios
escolares. Mas hoje está desac-
tualizado não só do ponto de
vista pedagógico, mas também
pela sua situação.

Aproveitá-lo para outros fins
sociais, tem certamente o apoio
de muita gente. Para o ensino,
não sei quem possa apoiar
a ideia,

Façamos votos para que den-
tro em breve a escolha do ter-
reno seja uma realidade e à
construção do novo edifício uma
certeza ainda no corrente ano
1973-74.

Para finalizar, uma pergun-
ta: Se me oferecerem um fato,
serei obrigado a usá-lo eterna-
mente só pelo motivo de não
desanimar as pessoas que tive-
ram a gentileza de oferecê-lo?
Ou terei apenas o dever moral
de fiear-lhe eternamente grato?

Pedrógão Pequeno, 11-3-74.

Zulmira de Jesus Nunes
da Silva

É um tempo de opções decisi-
vas, quanto: aào rumo a imprimir
à existência humana». Estas pa-
lavras —resumidas traçam os
objectivos do Ano Santo: reno-
vação interior do homem e re-
conciliação com Deus e com os
outros homens.

Já é tempo de revermos a
nossa atitude omissiva no apos-
tolado dos doentes retidos nos
seus leitos de dor; é uma perda
de grande valor. De facto muitos
méritos se terão perdido não só
em seu próprio proveito mas
também se produziu um empo-
brecimento .no tesouro espiritual
da Igreja.

Será talvez boa oportunidade
para neste campo se iniciar uma
nova caminhada, despertando to-
da a gente para a valorização do
sofrimento-riqueza tão despre-
zada.

Seria óptimo que no «Dia
Mundial do Doente»r nenhum
desses irmãos se sentisse sozi-
nho! Que todos recebessem
qualquer prova, ainda que pe-
quena, de amor dos seus irmãos,
que todos nós somos!

Não nos é pedido fazer coisas
grandes ou difíceis, mas sim um
pequenino , obséquio — oferecido,
como eco de uma atitude inte-
rior de compreensão de dedica-
ção e amor para os que, ào lon-
ge ou ao perto, estão impedidos
das suas actividades —normais,
por motivos de saúde, quer nos
seus lares ou hospitalizados.

BONJUMA – Sociedade
Agrícola e de Admi-

nistração de Imóveis,
S.A.R.L

Sede: Cemache do Bonjardim

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
CONVOCAÇÃO

Convoco a Assembileia Geral
Ordinária desta Sociedade para
se reunir, pelas 15 horas do dia
30 do corrente, na sua sede com
o fim de:

Discutir, aprovar ou modificar
o relatório e contas do Conselho
de Administração e o parecer do
Conselho Fiscal, relativo ao exer-
cício findo em Dezembro de 1973.

Cernache do Bonjardim, 5 de
Março de 1974.

O Presidente da Mesa
da Assembleia Geral

D. Maria Tomázia da Matta Vaz
Serra Alves da Silva

assiste impávido e sereno

sua própria morte

à procura da gente das aldeias,
a ver se ainda os encontro. E lá
a vou vendo, corcovada, alque-
brada com o peso da vida e do
desânimo.

Os terrenos que outrora davam
milho e batatas, encontram-se
abandonados. Os imensos alquei-
ves de castanheiros, oliveiras e
outros que produziam centeio e
trigo extinguiram-se dando lugar
ao pinheiro bravo.

As encostas são Íngremes,
mas mais íngremes são as cha-
minés. E muitas há tanto tempo
deixaram de deitar fumo. Penso.
Calo-me taciturnamente por ins-

tantes. Estendo a vista e vejo
tanta gente… Uma visão longin-
qua… Ah! Se eles voltassem às

Suas terras, como elas certamen-
te brotariam mell…

O assunto anda na boca de
toda a gente. Ouve-se dizer com
frequência: — «lsto não dá nada.
A gente farta-se de trabalhar e
não vê nada ao fim do dial…»
«Está tudo tão caro que não se
lhe pode deitar a mão. O baca-
lhau tem de deixar de fazer par-
te das ementas caseiras porque
a noventa e tal escudos o kg.
não se pode comprar. Em Lisboa,
embora se ganhe de dia, só co-
mer à noite é mais limpo»…

Mas retomando o fio à meada.
A lavoura está em crise.

Vejam este caso que me con-
taram há tempos.

Na terra de um amigo meu, ar-
redores de Aveiro, alguns pro-
prietários entregaram as terras
ao Estado por não haver quem
as queira cultivar.

Na verdade, os pequenos, os
médios agricultores não encon-
tram solução para exploração
rentável na sua agricultura. Fal-
ta de recursos económicos pa-
ra o uso de adubos, circuito de
comercialização de produtos fo-
ra das suas próprias mãos, etc.

E não há santo que livre os
rurais da permanente subida do

custo de vida. Nem a sua agricul-
tura de subsistência lhes dá para
poderem também elevar os pre-
ços do que produzissem e ven-
dessem.

Esta “situação desesperada
obriga-os a lançar os olhos para
além da sua aldeia. São as gran-
des cidades do país ou do estran-
geiro o polo de atracção. É um
caudal humano de gente rural
que dia a dia aumenta nas cida-
des.

Mas o problema não terá solu-
ção?

A nível humano sabemos que
não há problemas insolúveis. Há,
sim, problemas complicados e de
solução a curto ou à longo prazo.

Então por que se não encon-
tra saída para a crise nos meios
rurais? É uma desolação ver
imensos alqueives de oliveiras,
cheios de pinheiros e mato. À
resina subiu mais que o azeite e
a castanha. A maior parte da
gente rural não sabe, não tem
consciência da situação e, por is-
so, assiste, sendo vítima .ao
mesmo tempo, a toda esta pro-
cissão fúnebre,

O MEIO RURAL ASSISTE IM-
PÁVIDO E SERENO À SUA
PRÓPRIA MORTE!

Amieira, 11-3-1974

Manuel do Rosário Esteves
Construção do troço
da E. N. 244

Continuação da 1.º página

da menos que três grandes tro-
ços de estradas nacionais: a
E. N. n.º 350 (toço entre Pedró-
gão Pequeno e Madeirã); a E. N.
n.º 238 (troço entre Troviscainho
e Mosteio de Oleiros); e, final-
mente, a E. N. nº 244 (troço
entre Marmeleiro e São João do
Peso).

 

ESIPEUEM 0S

ENTRE NOTÍCIAS ALEGRES,
ALGUMA TRISTE

Lobito, 10-3-1974

Senhor Director

O nosso mensageiro continua
à trazer até nós as mais variadas
notícias de toda à nossa região
com a mesma pontualidade de
sempre. Umas com alegria, ou-
tras com tristeza.

Com o n.º 206 fez «O Renova-
dorm» o seu 4º aniversário. Faço
votos para que tenha uma vida
muito longa, e que ao seu dinê-
mico Director e seus colabora-
dores nunca lhes falite a coragem
como sempre o têm demonstra-
do para o seu maior engrandeci-
mento.

Com grande mágoa também i
à notícia do falecimento de D
Clementina de Jesus Silva, natu-
ral de Carnapete, minha peque-
nina aldeia. Ao ler a triste notí-
cia, deslizaram-me pelas faces
algumas teimosas lágrimas, ao
recordar que essa santa senho-
ra tantos beijos nelas depositou
no tempo da minha infância. Foi
para mim como um dos elemen-
tos mais preciosos da minha
própria família. Quem me havia
de dizer que há vinte e quatro
anos era o último adeus que lhe
dava, quando debandei para es-
tas terras de África.

Desejo a todos os seus filhos
e amigos as minhas sentidas,
condolências e que Deus tenha
em paz e bom lugar a alma da-
quela que em vida foi madriínha
do meu baptismo.

Aqui envio o nome de mais

sS effores

um conterrâneo, natural de Nos-
sa Senhora dos Remédios, que
quer aumentar à família de «O
Renovadory. É esta a sua mora-
da: Armando António Herdade —
Hondéque — Ngola — Calu-
quembe — Angola.

Junto envio também a impor-
tância de 400$00 para pagamen-
to da minha assinatura e da do
novo assinante.

Sem mais, com a mais eleva-
da consideração e estima,

António Carlos Martins

O RENOVADOR

Por motivo do nosso aniver-
sário recebemos inúmeras men-
sagens de saudação de colegas
e leitores, animando-nos na sa-
crificada tarefa a que pusemos
ombros.

Queremos destacar, sem me-
nos apreço por todos os restan-
tes, a referência amável do nos-
so prezado colega na Imprensa
Regional, «A Verdade», que se
publica em Alenquer, na qual a
amizade de Manuel Ferreira, seu
apreciado “chefe de redacção,
nos fez lembrar os excelentes
diae de convívio e camaradagem,
durante a visita a Anyelo dos re-
presentantes da Imprensa Regional.

Bem hajam.