O Renovador nº203 26-01-1974

@@@ 1 @@@

 

Ano IV — N.º 203 — AVENÇA

26 de Janeiro de 1974

D RENDVADDR

SEMANÁRIO DEFENSOR DOS INTERESSES DA REGIÃO FLORESTAL DO DISTRIO DE CASTELO BRANCO — CONCELHOS DE: SERTA, OLEIROS, PROENÇA-A-NOVA E VILA DE REI

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:
Rua Lopo Barriga, 5-r/c — SERTA — Telef. 131

DIRECTOR E PROPRIETÁRIO:
JOSÉ ANTUNES

COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO:
Gráfica Almondina — Telef. 22109 — Torres Novas

Fábrica de Aglomerados de Madeira na Serlá

Um grande passo em frente
para o Desenvolvimento Económico
e Social de toda a região

Conforme noticiámos no nos-
so último número, foi ‘autorizada
pelo Secretário de Estado da
Indústria a instalação de uma fá-
brica de aglomerados de partícu-
las de madeira para a Sertã.

Trata-se de um empreendimen-
to de grande vulto e de extraor-
dinária projecção para a vida
económica e para a promoção
social das populações de toda
esta zona até ao presente tão
pouco favorecida pelos progres-
sos e benefícios da indústria.

Região que constitui a maior
mancha contínua de pinhal do
país, sem condições propícias à
agricultura, a não ser, em peque-
na escala, para a fruta, Deus do-
tou-a, no entanto, de aptidões
excepcionais para o crescimento
do pinheiro bravo e outras espé-
cies de material lenhoso.

Por graça de Deus, a floresta
de há anos a esta parte, está a
ser valorizada e procurada, não
só para usos industriais, cada vez
mMais necessários, mas também
para refúgio e descanso dos gran-
des meios poluídos.

Sucede, infelizmente, que em-
bora sejamos detentores desta
grande riqueza potencial, ela de
pouco, realmente, tem beneficia-
do os habitantes da região. Umas
vezes por ignorância, outras por
desleixo, a maior parte por falta
de iniciativa e união de vontades,
temos deixado que outros se
aproveitem quase em seu exclu-
Sivo interesse, das potencialida-
des económicas, de bastante re-
levo, com que a Natureza nos
privilegiou.

Há mais de 10 anos que pes-

Actividades
Regionalistas

GRUPO DOS AMIGOS
DO CONCELHO DE OLEIROS
(G. A. C. O.

O Grupo dos Amigos do
Concelho de Oleiros leva a
efeito no próximo dia 2 de
Fevereiro, sábado, na Casa
da Comarca da Sertã, à Rua
da Madalena, 171-3.º em Lis-
boa um convívio abrilhantado
com baile e variedades.

Estarão presentes o «Con-
junto João Afonso + 5» e
os artistas Fernanda Baptista,
Chico Jorge e Carla Maria.

O baile iniciar-se-á às 21.30
horas e prolongar-se-á até às
5 da madrugada.

soalmente temos mantido uma
campanha persistente de menta-
lização, esclarecimento, e enco-
rajamento de todos quantos pos-
sam vir a capacitar-se de que
também nós podemos contribuir
para o progresso da região e do
país. Perante as autoridades ofi-
ciais, junto do público, pela pata-
vra, pela pena, pela acção deno-
dada e repetida conseguimos
criar um ambiente propício ao
surto das realizações concretas
que agora começam a tomar cor-
po.

Sem essa acção junto do pú-
blico não teriam surgido iniciati-
vas. Sem essa acção junto das
entidades oficiais, não teria sido
encaminhada como foi a campa-
nha pela concretização de uma
aspiração justa há muito sentida
e manifestada.

Felizmente que em Outubro
do ano transacto um grupo de
homens se uniu resolvendo !evar
a efeito o grande empreendimen-
to da instalação de uma fábrica
de aglomerados de madeira na
Sertã. Eram eles: — Dr. Assis
Fernandes Tavares, natural de
Proença-a-Nova e professor con-
tratado do Instituto Superior de
Economia, Eng.º Catarino Tava-
res, também natural de Proen-
ça-a-Nova e sócio da sociedãde
de construções Hidrocivil, outros
sócios da mesma sociedade, en-
tre os quais Guilherme Farinha
natural da Sertã, Empresa Viação
de Cernache, Lda., Dr. Pedro de
Matos Neves, Dr. Emanuel Lima
da Silva, Arménio Pedro Farinha,
Ângelo Pedro Farinha, Rogério
Pedro Farinha, Amaro Vicente
Martins e Dr. José Antunes.

O estudo económico da em-
presa foi elaborado pelo Dr. Assis
Fernandes Tavares que também
ficou a representar os restantes
interessados perante as entida-
des oficiais.

O requerimento, pedindo auto-
rização para instalar a Fábrica
deu entrada na Secretaria de Es-
tado da Indústria em 9 de Feve-
reiro de 1973.

O despacho de deferimento
tem a data de 12 do corrente e
é do teor seguinte:

«Autorizados Assis Fernandes
Tavares e outros a instalar na
Sertã uma fábrica de aglomera-
dos de partículas com a capaci-
dade de 36000 toneladas por
ano, nas seguintes condições:

— Ser reservada à lavoura da
região (concelho da Sertã e limí-
trofes ) um mínimo de 25% e aos
industriais de serração da mesma
zona, um mínimo de 15% do ca-
pital social.

O RENOVADOR É O SEU JORNAL

ASSINE-O
E ENVIENOS NOVAS ASSINATURAS

— A matéria prima a utilizar
deverá ser constituída em pelo
menos 50%. de resíduos flores-
tais e de serração ficando a res-
tante para utilização de rolaria de
pinho de médio e de grande diâ-
metro.

— Dispor a sociedade de um
capital social não inferior a
50 000 contos, que deverá estar
integralmente realizado antes do
arranque da fábrica.

— A minuta dos Estatutos da
sociedade, a lista dos sócios fun-
dadores e a participação de cada
um deles devem ser submetidos
à aprovação da Secretaria de Es-
taão da Indústria.

— Submeter igualmente à
aprovação da Secretaria de Es-
tado da Indústria o contrato de
assistência técnica de que dis-
puser.

— A sociedade a constituir pa-
ra efeito desta autorização deve
estar formada no prazo de 120
dias. “

— Montar um laboratório.

— Prestar no prazo de 60 dias
uma caução de 2500 c.

— Executar a autorização no
prazo de 18 meses.

— O não cumprimento de
qualquer destas condições im-
plica a caducidade da autoriza-
ção».

Resta agora que todos nos
unamos para que a autorização
agora concedida se execute o
mais rapidamente possível e que
a fábrica entre em laboração
quanto antes, pois sabe-se que
o mercado do produto a que ela
se destina está grandemente ca-
recido.

O seu funcionamento será um
grande passo em frente na valo-
rização e desenvolvimento desta
região interior que precisa deixar
de ser deprimida e socialmente
atrasada.

dx A

Novos
assinantes

Agradecemos aos nossos ami-
gos a indicação de mais os se-
guintes assinantes:

Álvaro Lourenço, de Calulo,
Angola, remetido por António
Carlos Martins, do Lobito;

D. Maria do Carmo Alves Fa-
rinha, de Lisboa, e D. Laurinda
de Jesus Nunes, também de Lis-
boa, remetidos pelo nosso assi-
nante, senhor Custódio Lopes
dos Santos, residente na capital;

Jaime Manuel Bravo Serra, do
Fundão.

Albano Sequeira Antunes, de
Lisboa, remetido pelo nosso assi-
nante, senhor Manuel Farinha Al-
ves, também de Lisboa.

José Carlos de Oliveira Baptis-
ta, da Damaia, indicado por seu
pai, o nosso estimado assinante,
Manuel Baptista, de Boafarinha,
Vila de Rei.

NÃO E

Acabo de chegar da Funda-
da e logo na primeira noite dor-
mida, aqui, em Lisboa, me apa-
receu em sonhos uma raposãa
da Ribeira da Isna. Como há
por lá mais que uma, vou iden-
tificá-la para que os meus lei-
tores possam conhecê-la, se
acaso a virem. É aquela que
não há grandes dias foi à La-
goa e só numa capoeira matou
onze frangos, despachando-os
para o seu estômago tendo-cs
previamente depenado com to-
da a pachorra. Anda gorda e
vê chegar o Inverno sem gran-

Uma raposa de

des apreensões. Mal a vi li-lhe
o corpo de delito mas ela fez
orelha surda e mudou de con-
versa com dizer que andava
atrigada com a muita emigra-
ção para França e Alemanha
dos fundadenses. Teme-se que
a continuar isto assim, dentro
em pouco os lobos por ali apa-
reçam e a desterrem daquele
paralsol Rompeu a louvar as
capoe/ras daqueles sítios. An-
tes ia de vez em quando às do
Monte Novo. Era mais perto.
Agora há por lá uns canichos

AGUARELAS

por João Maia

de dentes anavalhados. Nas fes-
tas, vai então às Lagoas e tira
a barriga de misérias ou sequer
muda a iguaria. Frangos bem
criados, não como estes aqui
de Lisboa feitos para emagre-
cer quem os come e caros co-
mo. lume! Lá nas Lagoas os
frangos têm cada pername que
abastecem de per si o jantar
de um ministro. «Onze de uma
vez comi eu, disse a mofina
e foi um fartote de que me
hei-de lembrar enquanto eu
viva». Perguntei-lhe como é
que se lembrou de vir até Lis-

Ribeira de lsna

boa. Ela disse-me que víera
porque andava de saia lustrosa,
atravessara a Avenida da Li-
berdade; a furto e cosida com
as paredes, os arruamentos, até
esta casa. «E com que fim?»
«Para o avisar de que quando
for ao Monte Novo não ande
sempre a perguntar se as ra-
posas têm ido às capoeiras e
se as têm capturado nos fer-
ros e se lhes têm vendido a
pele para as «madames» de

Centinua na 2.º página

CASA DA COMARGA DA SERTÃ

HOMENAGEM AO SENHOR
GOVERNADOR CIVIL
DO DISTRITO

No passado dia 11 de Janeiro
o Senhor Governador Civil do
Distrito, Capitão Manuel Geral-
des Nunes, foi homenageado com
um jantar oferecido pelos Presi-
dentes da Assembleia Geral, Di-
recção e Conselho Fiscal e que
serviu de pretexto para uma agra-
dável troca de impressões e con-
vívio além de levar ao represen-
tante do Governo no Distrito, co-
nhecimento mais íntimo dos pro-
blemas, preocupações e senti-
mentos da região abrangida por
esta Casa Regional.

O convívio teve lugar no am-
biente de distinção dos salões do
Grémio Literário e nele tomaram
parte, além do Senhor Governa-
dor Civil, o Presidente da Câma-
ra Municipal da Sertã, Dr. José
Antunes, o Presidente da Assem-
bleia Geral da Casa, Dr. António
Alves da Cruz, Presidente da Di-
recção, Dr. Manuel Farinha da
Silva, Presidente do Conselho
Fiscal, Reinaldo Costa, Vice-Pre-
sidente da Direcção, Durval do
Rosário Marcelino e Dr. José da
Mata Vaz Serra.

NOVOS CORPOS GERENTES

A Direcção prepara o novo
elenco directivo para o próximo
biénio. Alguns nomes estão já
indigitados, prevendo-se uma
ampla remodelação não só de
pessoas, como ainda de métodos
de trabalho de modo a actualizar
as estruturas da nossa Casa Re-
gional.

ACTIVIDADES RECREATIVAS E
CULTURAIS

JANEIRO

Dia 19 — Baile às 21.30 horas
com música seleccionada.

Dia 27 — Baile às 15.30 ho-
ras dedicado à juventude.

FEVEREIRO

Dia 2 — Baile às 21.30 horas
abrilhantado por um respeitado
Conjunto Musical.

Dia 9 — Conferência às 21 ho-
ras proferida pelo Rev.º Padre
Henrique da Silva Louro e subor-
dinada ao tema: «Antecedentes
Históricos da Zona Centro de
Portugal».

Condições
de Assinatura

VIA NORMAL

Portugal Continental
e Ultramarino, Brasil e Espanha
100$00
Estrangeiro: 180$00

VIA AÉREA
(Pagamento adiantado)

Províncias Ultramarinas: 200$.

Estrangeiro: 250800

NOTA — Touaus as importâncias
nos podem ser remetidas em
vale de correio, cheque ou di-
nheiro de qualquer nacionalida-
de eu ainda os Srs. Assinantes
encarregarem quem nos efec-
tue directamente as liquidações.

As assinaturas devem ser pa-
gas adiantadamen’

Para o Ultramar Português
e Estrangeiro não fazemos co-
branças através dos C.T.T.

PROGRESSO

 

@@@ 1 @@@

 

Página 2

O RENOVADOR

26 de Janeiro de 1974

De semana a semana

(De 14 a 20 de Janeiro)

EM PORTUGAL

14 — Correspondentes estrangeiros
da Imprensa, Rádio e Televisão, che-
gados, em avião, a Tete, visitaram
a aldeia moçambicana ondé se ve-
rificou o bárbaro ataque da. Frelimo.

— A Escola Normal Superior da
Guarda dará o bacharelato em todos
os cursos que ali funcionarem.

— Na primeira quinzena deste mês,
Angola exportou para a Metrópole
100 mil litros de leite.

15 — O General António de Spí-
nola foi nomeado Vice-Chefe do Es-
tado Maior-General das Forças Ar-
madas.

— ‘Os dignitários muculmanos de
Moçambique, de passagem em Lis-
boa, no regresso de uma peregri-

ROUAÇEAS

Continuação da 1.º página

lisboa e outras bujardas do
mesmo pano. Que tem o se-
nhor que se meter com a mi-
nha vida e com a vida da nos-
sa tribo?» Estava postada dian-
te de mim com um focinho tão
patusco que eu nem acordava
só para a não espantar. «Vejo
que o senhor está a dormir tão
proftundamente como as gentes
da Lagoa quando eu determi-
no assaltar-lhes o galinhame e
os frangos. Pois durma que eu
não levo aqui de Lisboa iran-
go nenhum. Não me dou com
ossos. Além de que ando à
espreita dos cabritinhos novos
e de algum cordeiro que se
desgarre. Embora a galinha se-
ja o meu prato predilecto pa-
ra lavar o estômago não vejo
melhor que presunto de boire-
go que ainda não tose ervinha
e se nutra de leite. Durmo as
sestas mesmo rente à Ribeira
da Isna, lá para os fundões da
Sancha, onde, segundo me
contam, você guardou ovelhas
antes de desarvorar para os es-
tudos. De muito lhe serviu por-
que o vejo tão esmadrigado
que até suspeito que será dia-
bético. A receita é fácil e dou-
-lha com todo o gosto: horta-
liças! Coma-as todas que a mim
não me fazem falta e até me
dão azia. E adeuzinho que me
tenho que ir antes dos eléctri-
cos começarem a ranger por
esses trilhos e me dêem uma
chumbada nos artelhos. Li nos
jornais que têm prendido as-
saltantes de bancos. Lá bancos
nunca assaltei e não vejo gra-
ça nenhuma em tais assaltos.
Não como papel, nem ouro,
nem pratal» A aurora harpejava
na janela. Abri os olhos. Lon-
ge da Ribeira da Isna, que tris-

teza!

‘nação a Meca, apresentaram cum-
primentos ao Ministro do Ultramar.

16 — O Ministro do Ultramar, Dr.
Rebelo de Sousa, encontra-se em
Bissau.

18 — O Dr. Cotta Dias, Minis-
tro das Finanças, afirmou, no almo-
ço anual da Câmara de Comércio e
Indústria Luso-Alemã, que os capi-
tais. estrangeiros que se dirigem a
Portugal devem fazer-se acompanhar
de tecnologia avançada.

A Dr* Joana Francisca Se-
mião, natural de Moçambique, pro-
fessora de Francês no Liceu de An-
tónio Enes, em Lourenço Marques,
ex-dirigente de movimento terrorista,
afirmou, em conferência de impren-
Sa realizada em Lisboa, que nunca
pactuará com os violadores da Cons-
tituição Portuguesa.

19 — O Ministro Diaminá, da Sua-
zilândia, encontra-se de v’mta a Lou-
renço Marques.

20 — Vai reunir-se em Lisboa, a
Conferência dos Ministros da Justi-
ça dos países HispanoLuso-Ameri-
canos,

NO MUNDO

14 — Anuncia-se que o novo pre-
sidente da República Árabe Islâmi-
mica deverá ser Bourguiba, actual
presidente da Tunísia.

15 — Na Tunísia e na Líbia foi
marcado para 20 de Março o refe-
rendo sobre a fusão dos dois Estados.

16 — O General Ernesto Geisel foi
eleito presidente do Brasil por es-
magadora maioria.

— Os peritos do Fundo Monetário
Internacional elaboraram propostas
para a adopção de um novo siste-
ma monetário, baseado num conjunto
de 14 moedas-papel, em vez do pa-
drão ouro.

18 — Israel e o Egipto chegaram
a acordo sobre o projecto de sepa-
ração das respectivas forças ao lon-
£o do Canal de Suez.

19 — A França informou a sec-
ção jurídica da ONU de que já não
reconhecia a jurisdição obrigatória
do Tribunal Internacional de Justiça
de Haia.

Armando Ferreira
Martins

Tivemos o gosto de cumpri-
mentar na Sertã o nosso amigo
e assinante em Lisboa, Sr. Ar-
mando Ferreira Martins, que ago-
ra ingressou na vida militar e
tem pertencido aos corpos ge-
rentes da Casa da Comarca da
Sertã, em Lisboa.

Ao brioso militar desejamos
as maiores felicidades e muito
gratos ficamos pela sua visita.

MENDES

MOUTINHO JUNIOR
& IRMÃO

ANSIÃO

Extracção de

Britas de Calcário

Pedrelras no Alto da Serra a 2 quilóm. de Pontão — à
. 287.

beira da E. N.
Preços de concorrência.

Escritório-Sede — Ansião — Telefone 78

ª_NA MÃO
DE DEUS

EMÍLIA DE JESUS CARDIM

Na casa de sua filha, na Ser-
tã, faleceu a Srº D. Emília de
Jesus Cardim. Tinha 64 anos de
ídade. Era esposa do Sr. José
Inácio Pereira Cardim, ainda vi-
vo, e antigo relojoeiro.

Tinha uma filha, a Sr.º D. Ade-
lina Cardim Farinha, casada com
o Sr. Anselmo Francisco Farinha,
Secretário da Junta de Fregue-
sia da Sertã.

À família enlutada apresenta
«O Renovador» sentidos pêsa-
mes.

Notícias de

Vilu de Rei

Continuação da 4’ pàg.

ção da E. N. nº 3 (hoje parada
no Fratel) até Abrantes, com ca-
racterísticas de via rápida de
acesso a Lisboa das gentes do
Interior Beirão. No ponto de cru-
zamento désta via com a n.º 2
que será algures perto do Sar-
doal, confluirão certamente gran-
des volumes de tráfego, se o tro-
ço entre Vila de Rei e Sardos!
tomar ‘outras características.

Tudo isto nos leva a chamar a
atenção das entidades competen-
tes e das forças vivas da Região
para que se unam num esforço
comum para demonstrarem ãos
homens de Governo que é bem
patente a urgência e a priorida-
de a dar à remodelação daque-
te troço.

De outro modo, para aqui con-
tinuaremos a ser esquecidos e
emparedados numa luta titânica
e sem glória pelo nosso desen-
volvimento económico e social.

NOVAS ESTRADAS
E CAMINHOS MUNICIPAIS

A Câmara Municipal de Vila
de Rei mandou elaborar recen-
temente os seguintes projectos
de estradas e caminhos munici-
pais:

— Estrada Municipal n.º 534,
que parte de Fundada e segue
por Ribeira, Abrunheiro Grande
e Pequeno, Seada, Ergqueira, Va-
le Velido, Estevais e liga ao Ca-
minho Municipal de Paredes a
Vilar, considerada como futura
estrada nacional n.º 348;

— Caminho Municipal entre
Boafarinha, Casal Cimeiro, Bar-
reiros, Fundo da Lameira, Casal
Formoso e Relva, proximidades
da E N. nº 2, na Milriça;

— Caminho Municipal entre
Palhota, Portela do Curral, Cou-
ço Cimeiro, Aldeia do Couço, Ei-
ra Velha e Estrada Municipal n.º
539, nas proximidades de Vale
da Urra.

Ao ser concluída uma campa-
nha de escavações feita em Ge-
thsemani, Jerusalém, verificou-se
que o túmulo em que, segundo
a tradição, tinha sido depositado
o corpo da Virgem Maria, estava
Vvazio.

Há dezanove anos que a se-
pultura é venerada.

Escrevendo no «Observatore
Romano», órgão da Santa Sêé,
e referindo-se ao acontecimento,
o padre Bellarmino Bagatti lem-
bra que o resultado destas bus-
cas vem confirmar os grandes
dados da trádição cristã, crente
na assunção da Virgem depois
da morte.

A influência do petróleo no de-
senrolar das guerras modernas,
verificou-se já no grande confli-
to de 1939-45. Foi a absoluta ca-
rência dele que levou Hitler a
atacar a Rússia, com a qual, tem-
pos antes, se tinha mancomuna-
do para a partilha da Polónia.
Necessitava imprescindivelmente
dele para impor a sua «nova or-
dem de mil anos».

Depois de terem esmagado a
França, as hordas teutónicas ati-
raram-se, na estratégia do
«blitz», como uma flecha, para o
Cáucaso — procurando alcançar
Basu, no Cáspio, o porto petro-
líffero por excelência, Foi ainda
com o objectivo de se apoderar
do tão cobiçado «ouro negro»
que o ditador nazi lançou o fa-
migerado «Afrika Korps», sob o
comando de Romel, na direcção
da Líbia e do Médio Oriente.

Os Árabes, senhores quase
absolutos da valiosa lama, têm
uma posição diametralmente

oposta. Querem produzir, com ar-
tífício, a sua rarefacção. Inebria-
dos, fascinados mesmo, com os pri-
meiros êxitos que a chantagem
conseguiu, julgam ganhar o que,
pela inteligência e pela força, não
conseguiram. Esquecem que toda
a medalha tem o seu reverso,
que atrás de tempos tempos
vêm. Passada a primeira vitória
da primeira surpresa, o resto não
se desenrolará conforme os seus
sonhos megalómanos de emires,
de marajás, de xás. Sem o petró-
leo, nada mais têm a que se ater:
nem regiões ubérrimas, nem cul-
tura, nem civilização, Os grandes
senhores, que dominam popula-
ções inteiras vegetando na mais
primitiva e inconsciente pobreza,
querem aumentar mais ainda os
seus fabulosos tesouros e os ha-
réns.

Escrevem os nossos leitores

Continuação da 4º* pàg.

mentos subscrevo-me mt.º obd-.
— a) Venâncio Fernandes Men-
des

UM MELHORAMENTO
QUE ERA HÁ TANTOS ANOS
ASPIRAÇÃO DE TODOS

Lobito, 13-1-1974

Ex.Ӽ Senhor
Director de «O Renovador»

Quero por intermédio desta de-
sejar a «O Renovadorm e a to-
dos os seus colaboradores um
ano de 1974 repleto das maiores
prosperídades.

Aproveito a oportunidade pa-
ra lhe enviar mais um assinante
natural de Moita do Grilo (Proen-
ça-a-Nova), que se encontra em
Angola e que teve conhecimento
por intermédio de «O Renova-
dor» do novo troço de Estrada
do Vale da Mua a Proença-a-No-
va e ficou encantadissimo por a
sua aldeia e tantas outras che-
garem a beneficiar de um me-
lhoramento que era há tantos
anos à aspiração de todos.

A sua morada é: Álvaro Lou-
renço, residente em Caluio, An-
gola.

Com os meus respeitosos cum-
primentos, — a) António Car-
los Martins.

por Daniel Gouveia

Um dos seus chefes, o presi-
dente Burguiba da Tunísia, o
mais honesto, sensato e clarivi-
dente de todos eles, já os adver-
tiu que a arma do petróleo tem
dois gumes,

Há males que vêm por bem,
conforme se disse na Conferên-
cia dos nove. O safanão que des-
pertou agora a humanidade, é
prenúncio de novas conquistas
na senda do progresso.

Sempre foi assim,

Relação dos donativos

RECOLHIDOS EM CADA UM
DOS CONCELHOS DO DISTRITO
DE CASTELO BRANCO

NO PEDITÓRIO

DA LIGA PORTUGUESA
CONTRA O CANCRO,

QUE TEVE LUGAR

NOS DIAS 1 e 2 DE NOV DE 1973
Belmonte 7 790800
Castelo Branco 65 147$60
Covilhã 57 825800
Fundão 14 759810
Idanha-a-Nova 11 369850
Oleiros 3 870$20
Penamacor 4 917820
Proença-a-Nova 6 435800
Sertã 7 964$00
Vila de Rei 1 679$80
Vila Velha de Rodão 7240$00

TOTAL 188 997$40

DESPESAS 655$10

TOTAL LÍQUIDO 188 342530

ECZLE E A E o o o

Por causa de uns..

Continuação da 4* pág.

for, nem apregoar moral ou ci-
vismo. Ficaria, no entanto, con-
tente, se as minhas palavras ser-
vissem de reflexão a todos nós
jovens e também aos adultos.

Em todo o lado existem bons
e maus, falsos e leais, orgulho-
sos e simples. Fazemos parte de
um mundo em que há mentali-
dades que não podemos moldar
à nossa maneira. Mas com a nos-
sa boa vontade € compreensão
podemos contribuir para uma
melhor união entre todos. Se
soubermos perdoar a quem nos
faz mal e a não julgar a todos
por um, então saberemos enfren-
tar as contrariedades da vida com
um sorriso nos lábios.

Por causa de uns nunca po-
derão pagar os outros. Eu apren-
di a lição. Fiz a princípio um juí-
zo errado daquela Província e ho-
je sinto saudades de muitas pes-
soas com quem contactei. ‘A eles
me dirijo agora, dizendo-lhes o
meu «obrigado», para que conti-
nuem a minorar a saudade dos
meus camaradas que por lá la-
butam ainda.

Que todos compreendam que
por causa de uns, não pagam os
outros.

(BOAFARINHA – VILA DE REI)

Tivemos o prazer de cumpri-
mentar, mais uma vez, nesta Re-
dacção, o nosso estimado assi-
nante em Boafarinha, Sr. Manuel
Baptista, que nos indicou mais
um assinante.

Obrigado pela gentileza da
viísita e pela sugestão do novo
assinante.

 

@@@ 1 @@@

 

26 de Janeiro de 1974

9 RENOVADOR

Página 3

1967

140

1968
1969

520

1970

1971

1250

1972

1900

1973

1974

6000

1978

25 000

DÉCADA 60

O TURISMO COMEÇA A SER RELEVANTE
NA ECONOMIA NACIONAL

TORRALTA

A TORRALTA inicia a sua actividade
directamente turística no ÁAlgarve

LAGOS/PRAIA D, ANA
* Hotel Golfinho
(140 camas)

A TORRALTA adquire a Quinta de
Sta. Filomena (200 000 m2) sobranceira
à Ria de Alvor

PORTIMÃO/PRAIA DE ALVOR

*. restaurante BARCA DE ALVOR

* centro de diversões dispóndo de
piscina

PORTIMAO/PRAIA DE ALVOR
* torres de apartamentos

A. BeC

(480 camas)

DÉCADA 70

O TURISMO ASSUME GRANDE IMPORTÂNCIA: É UM SECTOR ESTRATÉGICO DA ECONOMIA
DEDICA-SE GRANDE ATENÇÃO AS INFRAESTRUTURAS

A TORRALTA estende a sua activi-
dade directamente turística à penín-
sula de Troia

TROIA
restaurante TROIAMAR

A TORRALTA adquire a parte norte
da peninsula de Troia

No Algarve adquire o Hotel da Meia-
-Praia

PORTIMÃO/PRAIA DE ALVOR

* torres de apartamentos
D, E e F (480 camas)

* 32 Moradias (250 camas)

º Adega Típica

TROIA

* inicia-se a construção do Hotel
Clube de Troia, categoria luxo

* inicia-se a construção das bandas
de apartamentos (1400 camas) a
inaugurar em 1974

* restaurante Bico das Lulas

A TORRALTA adquire

* no Algarve, o terreno situado entre
a Praia D. Ana e a Praia do Camilo
(15 000 m2) e outro em Vale de La-
gares, (300 000 m2)

Compra o Morgado de Arge, 2000
hectares, próximo das praias da Ro-
cha e Alvor e bordejando o FRio
Arade ao longo de vários quilóme-
tros

tel da Serra da Estrela e o terreno
contiguo (90 000 m2)

* no Alentejo, adquire ou arrenda mi-
lhares de hectares (30 000 hectares)
para a exploração turística (caça/
/pesca) e exploração agro-pecuária,
de modo à prover o abastecimento
dos seus actuais e futuros empreen-
dimentos turisticos

* na Serra da Estrela, adquire o Ho-.

PORTIMAO/PRAIA DE ALVOR

* HOTEL D. JOÃO |l (440 camas)
* um restaurante de luxo

* mini-golfe

* self-service

* discoteca

* supermercado

LAGOS

* Hotel da Meia-Praia
AÇORES/ANGRA DO HEROISMO
* Hotel de Angra

O Turismo conhece um ritmo acele-
rado de desenvolvimento. ÀA Torralta
decide participar em empresas que
podem contribuir para, com maior
economia e especialização, incentivar
os seus planos que se relacionam com
a expansão turística

Participação nas seguintes empresas;

TURISTRELA — Turismo da Serra da
Estrela, SARL

ROCHAZUL — Sociedade de Investi-
mentos Imobiliários e Turísticos, SARL
TUROTEL — Turismo de Hotéis dos
Açores, SARL

RETUR— Residências Turisticas, SARL
STPA — Sociedade Turística da Ponta
do Adoxe, SARL
SOINTAL — Sociedade de Iniciativas
Turísticas Algarvias, SARL

PRAIAL — Companhia Portuguesa de
Turismo, SARL

HOTELCAR — Investimentos Hotelei-
ros e Transportes Turísticos, SARAL
ANGLOPOR — Companhia Imobiliária
Anglo-Portuguesa, SARL

INTERCAL — Companhia Nacional de
Construções, SARL

BATIPONTE — Construções e Pontes
de Portugal, SARL

AC — Trabalhos de Arquitectura e
C: ão, SARL

A TORRALTA adquire

* no Algarve, novos terrenos junto da
Praia D. Ana (30 000 m2), junto do
Hotel da Meia-Praia (50 000 m2), en-
tre Odeáxere e Chinicato (200 000
m2)

Adquire também o Hotel S. Cristó-
vão e terreno anexo, para implanta-
ção de um complexo com a capaci-
dade de 2000 camas

em Lisboa, adquire 4000 m2 de ter-
reno do Palácio Sottomayor e edifi-
cios ligados da Av. Duque de Loulé/
TRua do Andaluz: para construir um
núcleo de três hotéis e uma rua
comercial só para trânsito de peóes

PORTIMÃO/PRAIA DA ROCHA

* Hotel Bela Vista

* Hotel Tarik

PORTIMAO/PRAIA DE ALVOR

* Night-Club 666

* Salão de Bowling

* inicia-se a construção de mais qua-
tro torres (1000 camas) e um hotel
(440 camas)

LAGOS/PRAIA D. ANA

* Hotel Golfinho — totalmente remo:
delado (560 camas)

TROIA

* Núcleo da Galé

* self-service para 2000’refeições/ho-
ra, cafetaria, cervejaria, marisqueira,
bar, gelataria, pizzaria, duas pisci-
nas

SELF-SERVICE DO PESSOAL (2000
refeições/hora)

inicia-se a construção do campo de
golfe (18 buracos) que entrará em
funcionamento em 1874

inicia-se a construção de duas tor-
res de apartamentos (600 camas)
SERRA DA ESTRELA

* Hotel da Serra da Estrela

O abastecimento de produtos, a sua
qualidade e a sua quantidade revelam-
-se essenciais ao turismo. A Torralta,
já votada à produção agricola e pe-
cuária, envereda pela participação nos
sectores fundamentais de alimentação
e pescas, visando, do mesmo passo,
ocorrar às necessidades próprias e
contribuir para uma nítida melhoria do
mercado

COMENDA — Sociedade Agrícola da
Quinta da Comenda de Nanguelas,
Lda.

SNAPA — Sociedade Nacional dos
Armadores da Pesca do Arrasto, SARL
AMADEU FERNANDES & SANTOS,
LDA.

PUBLITOTAL — Sociedade Gestora de
Actividades Publicitárias e Promocio-
nais, SARL

TURISMO

A NOSSA FORMA DE EXPORTAR

 

 

@@@ 1 @@@

 

Página 4

O RKENOVADOR

26 de Janeiro de 1974

Por causa de umns… Cscrevem os nossos leitores

Nunca tive jeito para escrever,
mas gosto de, por vezes, apon-
tar os factos mais importantes
ou datas assinaladas, para, mais
tarde, se tiver oportunidade, re-
cordar nos dias calmos tudo o
que passei na minha vida mili-
tar, dum umodo particular em ter-
ras ultramarinas.

Hoje, por simples casuatlidade,
para não pensar em coisas im-
possíveis, :agarrei neste livro, de
capas já velhas e coçadas, a que
chamo a minha Agenda, ou, mais
propriamente, o meu «Diário de
1971».

Os olhos pararam-me numa
página em que viram a data de
«14 de Fevereiro de 1971: Che-
gada a Lourenço Marques, pelas
10 horas da manhã».

Ao vê-la, comparei mentalmen-
te a data passada com a pre-
sente e constatei com certa ale-
dgria que muita coisa havia mu-
dado no meu pensamento a res-
peito daquele grande povo de
Moçambique.

‘Ao mesmo tempo que passo a
vista, de relance, pela página,
lembro-me dum provérbio bas-
tante conhecido: «as aparências
iludem».

Mas vou contar como foi e o
que se passou naquele dia 14
de Fevereiro de 1971. Eis o que
relata o meu Diário:

14-2-1971. Manhã de sol ra-
dioso a inundar os telhados dos
prédios de uma cidade que para
mim é uma verdadeira incógnita.
Impossível saber o que sinto.
Não é alegria, pois a separação
dos meus está ainda gravada na
memória. Pelo menos uma sensa-
ção nova de, ao fim de 20 dias

DE FORMAÇÃO FAMILIAR RURAL
NA FREGUESIA

Desde 10 de Setembro que
funciona no lugar de Macieira
um curso de formação familiar
rural mantido e orientado pela
Brigada Agrícola de Castelo
Branco.

Dr. José Manuel
de Sepúlveda
Bravo Serra

Foi promovido à primeira clas-
se como Delegado do Procura-
dor da República, o nosso ilus-
tre conterrâneo, Sr. Dr. José Ma-
nuel de Sepúlveda Bravo Serra,
natural da Sertá e filho do nosso
estimado amigo, Sr. Jaime Ma-
nuel Bravo Serra, Chefe de Se-
cretaria, aposentado, da Câmara
Municipal do Fundão.

Com 26 anos de idade, este
nosso conterrâneo foi agora co-
locado no 2.º Juízo do Tribunal
Central de Menores de Lisboa,
após concurso público, em que
ficou classificado em primeiro
lugar.

Ao ilustre magistrado apresen-
ta «O Renovador» as suas feli-
citações calorosas pela carreira
ímpar que está a prosseguir, de-
sejando-lhe, e a seus paíis, mui-
tas felicidades e os maiores êxi-
tos.

de ver apenas mar e céu, encon-
trar outras terras e outras gentes.

O velho e pachorrento «Nias-
sa» atraca no porto de Lourenço
Marques., Há gritos no cais e os
mais felizardos acenam a fami-
liares que os esperam. Os guin-
dastes cumprem a sua faina. Ou-
vem-se ordens. As tropas que
vão para o Norte podem sair pa-

uma moça nova, com ar gaiato.
Não deve ultrapassar os 18, 19
anos, mas o seu porte altivo e
direito fazem-na mais adulta.

Pergunto-me mentalmente se
será correcto, da minha parte,
perguntar-lhe onde fica o edifício
dos correios. Não deve haver nis-
so qualquer mal.

Depois de alguma hesitação,

Por Manuel do

Rosário Esteves

ra conhecer a cidade ou passear.

A multidão já se esvaiu. Com
outros companheiros, também eu
saio. Na mão apenas dois «ae-
ros» que, de certo, viriam alegrar
alguém na Metrópole.

De repente vejo-me envolvido
no meio daquela multidão va-
riada e colorida que faz parte
duma cosmopotlita cidade ultra-
marina.

Sem nenhuma experiência de
chegada a terras portuguesas de
África, sinto-me deslocado, Não
sei definir bem o meu estado de
espírito. Mas ele está longe de
se sentir tranquilo. Nada conha-
ços.

Uma ideia me atravessa a men-
te: «Quem tem boca vai a Ro-
ma». Então, porque não pergun-
tar? De certo que qualquer pes-
soa explica de boa vontade a um
forasteiro aquilo que ele não sai-
ba. Melhor será perguntar, do
que andar às voltas, olhando pa-
ra todos os lados, numa atitude
de provinciano,

A meu lado caminha agora

Frequentam-no 20 raparigas e

é ‘sua monitora Maria Fernanda.

Em 10 de Dezembro iniciou-se
outro curso do mesmo género,
na sede da freguesia. É frequen-
tado por 23 raparigas e tem por
monitora Patrocínia de Jesus
Nunes.

As alunas de ambos os cursos
têm mostrado grande desejo de
aprender e espera-se que o cur-
so lhes seja muito útil para a
sua vida de donas de casa.

Ambos os cursos haviam sido
solicitados desde há muito pelo
Sr. Presidente da Câmara Muni-
cipal, mas só agora foi possível
aos serviços pô-los em funcio-
namento.

A ESTRADA NACIONAL N.º 238
ENTRE TROVISCAINHO
E MOSTEIRO (OLEIROS)

Muitas pessoas se nos têm
dirigido perguntando quando se
iniciam os trabalhos deste troço
de estrada que tão grande falta
representa para o acesso de di-
versas povoações da nossa fre-
qguesia e sobretudo para a vizi-
nha freguesia de Mosteiro.

Sabemos que estão em curso
as diligências necessárias à ex-
propriação dos terrenos, tarefa
por vezes morosa, por virtude
de desconformidade entre a ma-
triz prédial e a realidade. Mas
estamos convencidos que não
haverá problemas difíceis de re-
solver, pois os habitantes da fre-
quesia são muito compreensi-
vos. — (E.)

ganho coragem e dirijo-me à jo–

vem:

— «DOiça, menina, por favor…».

A frase ficou em suspenso,
pois a moça não a deixou ter-
minar. Dirigiu-me palavras duras
de acusação. Impossíveis de
transorever. Que não se dizem
aos nossos maiores inimigos

Tenho quase a certeza que fi-
quei, vermelho e não chorei por
vergonha ou coisa parecida. Pen-
sei para comigo: «Mas de que
me acusa esta rapariga, que nem
sequer conheço?» Que mal lhe
fiz eu em perguntar aquilo que
não sei?» Vindo do outro lado
do mar, que mal posso ter cau-
sado a esta gente?»

As perguntas ficaram sem res-
posta naquele momento, Só mais
tarde encontrei para elas expli-
cação.

Desanimado, caminhei ao lon-
go das ruas sem um mínimo de
concentração. Como um estra-
nho. Como um sonâmbulo. Não
tenho o direito de incomodar
mais ninguém com perguntas..
Ao cabo de algumas voltas, dou
com a Estação Postal Militar e
resolvo o problema.

Não podia ficar com boa im-
pressão das gentes moçambica-
nas com esta primeira impressão.

Foi assim o meu primeiro dia
de Moçambique.

Mas o tempo tempera mais
que o sal, diz o nosso povo.
Não posso julgar só pelas apa-
rências.

Fui para o Norte e lá contei
aos meus camaradas o aconteci-
do. Como alguns eram naturais
da Província, pedi-lhes que me
indicassem direcções de 2 ou 3
jovens que se quisessem corres-
ponder para diminuir um pouco
a imonotonia dos dias sem fim.

Escrevi-lhes a solicitar apoio
moral e ele veio, através de car-
tas carinhosas, que ainda hoje
guardo com saudade e recorda-
ção.

Aprendi que, por um ser mau
não quer dizer que outros o se-
jam. É por isso que sempre tem
havido desentendimento entre as
jovens e os militares. Eles, di-
zem que às jovens os não com-
preendem. Elas, porque talvez
não simpatizem com moços far-
dados.

O ideal seria compreendermo-
-nos uns aos outros, como bons
amigos e deixarmo-nos de crí-
ticas ou polémicas, pois para
guerra, basta aquela que nos é
imposta, que outros nos movem.

Não quero acusar seja quem

(Continua na 2.º página)

«ONDE VAIS PARAR,
BERÇO EM QUE NASCI?»

Almada, 12-1-1974

Ex.Ӽ Senhor
Director de «O Renovadorm

Acabada que foi a leitura de
mais um número do nosso «O
Renovador», aqui estou de novo,
de pena na mão, para vos pe-
dir a publicação de mais estas
palavras.

Primeiro, para expressar o meu
agradecimento ao meu conterrâ-
neo, Sr. Virgílio Alves, pela sua
carta intitulada «Onde vais pa-
rar, berço onde nasci?»

Sim, Sr. Virgílio Alves, será
caso para grítar: quem nos aco-
de?

A electricidade não passa de
uma esperança. O azeite, a ser
trocado pelo pínheiro e pelo eu-
calipto. Com a tão falada crise
do petráleo, não teremos nós, fu-
turamente, quando nos dirígirmos
ao nosso berço natal, de andar
mesmo sem a lanterna e com-
pletamente às escuras?

Quando o homem já deu os
primeiros passos na Lua, é las-
timável que na Cava isto acon-
teça.

Segundo, para dar um incen-
tivo a todos os meus conterrâ-
neos, para que juntos possamos
fazer um pouco mais de pressão
para que na nossa aldeia deixe-
mos de andar de lanterna na mão
ou às apalpadelas.

Por último, mais um apelo às
entidades competentes, para que
nos satisfaçam o nosso desejo.

Com os meus respeitosos

cumprimentos me subscrevo. —
a) Manuel Farinha Alves

MAIS NOTÍCIAS
SOBRE A CAVA

Madeirã, 14 de Janeiro de 1974

Ex.Ӽ Senhor
Director de «O Renovador»

Não esperava que na passada
semana o meu nome viesse à
baila no -nosso tão apreciado «O
Renovadorm. Assim aconteceu
porque o nosso amigo Virgílio
Alves, natural de Cava, teve à
gentileza de nos dar as suas tão
apreciadas notícias e proferir o
meu nome.

Não mereço tais elogios, mas
muito grato fico, pois vejo que
os nossos amiígos ainda lêem
com apreço as nossas pequenas
notícias, que V. Ex.º está sem-
pre pronto a publicar. Portanto,
cumpre-me endereçar um muito
obrigado ao amigo Virgílio Alves
eaV Ex”

O amigo Virgílio, já há anos
que não tinha o prazer de o cum-
primentar, assim como à V. Ex”
mas, por intermédio das nossas
notícias vamos sempre ganhan-
do amizade. E ela é tão precisa
entre os homens, nos dias que
por nós vão passando… É pre-
ciso que eles sejam cada vez
mais agradáveis, o que felizmen-
te se está a verificar entre nós.

Com os meus cordiais cumpri-

Continua na 2.º página

URGE PROMOVER A TEMPO

A INSTALAÇÃO DOS PAVILHÕES
PRÉ – FABRICADOS

PARA FUNCIONAMENTO

DA ESCOLA PREPARATÓRIA

A CRIAR EM VILA DE REI

Como já neste periódico te-
mos acentuado, o concelho de
Vila de Rei é dos poucos que
no País ainda não possui uma
Escola Preparatória oficial.

No ano transacto chegou a es-
perar-se a sua criação e funcio-
namento a partir de Outubro. Po-
rém, a falta de instalações con-
venientes levou o Governo a con-
tentar-se com a criação do Ciclo
Preparatório TV, que obviamen-
te não satisfaz as necessidades
das nossas crianças de frequen-
tarem um estabelecimento onde
se ministre o ensino directo.

Costuma dizer-se que quem
vai para o mar aparelha-se em
terra. E assim, urge que quanto
antes se preparem as coisas para
que em Outubro próximo tenha-
mos instalações apropriadas, em-
bora a título provisório, para
aquele efeito.

Que não se possa dizer, como
no ano transacto, que em Vila

Vilar Barroco (0leiros)

FESTA DO PADROEIRO

No passado Domingo, dia 20,
celebrou-se nesta freguesia a
Festa do Padroeiro, São Sebas-
tião.

A oportunidade foi aproveita-
da para intensificar a campanha
de angariação de fundos desti-
nados à construção da nova
igreja.

Importa que todos se cons-
ciencializem no sentido de con-
tribuirem, segundo as suas pos-
‘sibilidades, para uma obra que
é de todos e a todos diz res-
peito.

FALECIMENTO

Realizou-se no dia 13 de Ja-
neiro o funeral de Joaquina da
Piedade, natural do lugar de Vi-
larinho, desta freguesia. Tinha 73
anos de idade e era viúva de
José Rei. Mãe dos senhores: Má-
rio Gaspar Rei, José Gaspar Rei
e das senhoras D. Maria Joa-
quina Gaspar :Rei, /-D. Conceição
Gaspar Rei e D. Maria Tereésa
Gaspar Rei.

À família enlutada «O Reno-
vador» apresenta sentidas con-
dolências,

de Rei não funcionou a Escola
Preparatória por falta de instala-
ções, já que, actualmente, bas-
tam alguns meses para que se-
jam montados os pavilhões pré-
-fabricados que satisfazem intei-
ramente ao fim em vista.

Mas a montagem leva sem dú-
vida vários meses e as aulas têm
de começar em Outubro, sob pe-
na de os alunos virem a ser gra-
vemente prejudicados.

MAIS UMA VEZ
A ESTRADA NACIONAL N.º 2
ENTRE VILA DE REI E SARDOAL

Temos lido nos jornais diários
e regionais a notícia da abertura
ao trânsito do troço da E. N. n.º
241 entre Proença-a-Nova e Vila
Velha de Ródão. Uma estrada
sem dúvida útil mas que nun-
ca terá o trânsito que já hoje
percorre a E. N. n.º 2, no troço
entre Vila de Rei e Sardoal.

Pois enquanto em grande par-
te do projecto entre Proença-a-
-Nova e Vila Velha de Rodão o
traçado e o piso parecem uma
autêntica pista de automóveis, o
troço da E. N. n.º 2, entre Vila
de Rei e Sardoal, não só se de-
senvolve em curvas é contra-cur-
vas extraordinariamente perigo-
sas e apertadas, como o respec-
tivo piso, deteriorado e rugoso,
se assemelha ao de uma «pica-
da» africana.

São 20 quilómetros tormento-
sos para quem os tem de per-
correr, E ‘muitos são.

Uma estrada que na zona pos-
sui os miradouros do Penedo
Furado e da Milriça, com o Cen-
tro Geodésico de Portugal, é in-
crível que ainda hoje mantenha
duas pontes estreitas e recurva-
das, por onde não podem tran-
sitar camionetas modernas, que
já se viram obrigadas a retroce-
der por não poderem atravessá-
-las.

Por outro lado, prevê-se para
relativamente breve a continua-

Continua na 2.º página