O Renovador nº204 02-02-1974
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Ano IV — N. 204 — AVENÇA
DREN
2 de Fevereiro de 1974
SEMANÁRIO DEFENSOR DOS INTERESSES DA REGIÃO FLORESTAL DO DISTRITO DE CASTELO BRANCO — CONCELHOS DE: SERTA, OLEIROS, PROENÇA-ANOVA E VILA DE REI
Rua Lopo Barriga, 5-
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:
r/c — SERTA — Telef. 131
DIRECTOR E PROPRIETÁRIO:
JOSÉ ANTUNES
COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO:
Gráfica Almondina — Telef. 22109 — Torres Novas
Lemos há dias que continua
a diminuir a ritmo assustador
a população da quase totalida-
de dos Distritos do Continente
com excepção de Lisboa, Por
to e Setúbal.
Em 1972 seríamos, no Dis-
trito de Castelo Branco, me-
nos 11 mil do que em 1970.
No País, menos 75 mil.
Mas estes números têm que
ser enquadrados nos meios em
que vivemos para que se pos-
sa ter consciência das reali
dades e problemas de cada
região e das perspectivas fu-
turas. Elas condicionarão a
nossa existência e a vida em
sociedade.
Neste contexto são deveras
impressionantes os dados que
vamos aduzir, respeitantes a
nascimentos e óbitos nos con-
celhos de Sertã e Oleiros:
No concelho de Oleiros:
Nascimentos — 1960, 317;
1965, 269; 1970, 166; 1973,
139.
Óbitos — 1960, 174; 1965,
148; 1970, 132; 1973, 115.
No concelho de Sertã:
Nascimentos — 1960, 575;
1965, 504; 1970, 318; 1973,
279.
DESPOVOAMENTO
Óbitos — 1960, 300; 1965,
262; 1970, 236; 1973, 235.
Nos números referidos tira-
mos algumas conclusões ime-
diatas:
— De 1960 a 1973 o número
de nascimentos diminuiu, no
concelho de Oleiros 56,2%, e
no da Sertã, de 51,5%. Por
outras palavras, o número de
nascimentos foi reduzido a me-
nos de metade, em qualquer
dos concelhos.
— O número de óbitos tem
sido reduzido numa percenta-
gem muito menos acentuada
que se cifra em 34% para o
concelho de Oleiros e 21,71%
para o da Sertã.
— O saldo fisiológico que é
representado . pela diferença
entre o número de nascimen-
tos e o de óbitos, está portan-
to, em qualquer dos concelhos
a tender para o zero e esta-
mos convencidos que no cor-
rente ano será já negativo, Se
acrescentarmos à diminuição
de nascimentos, a emigração
continua, estamos a ver um
quase total despovoamento.
Os números referidos dizem
respeito à totalidade dos con-
celhos.
Se examinássemos fregue-
sia, por freguesia, chegaría-
mos a números ainda mais
Continua na 2.º página
A FLORESTA E O
DESENVOLVIMENTO
Passou um ano sobre a rea-
lização em Buenos Aires do VII
Congresso Florestal Mundial,
patrocinado pela F. A. O., em
que participaram mais de dois
mil delegados originários de
muitas dezenas de países. Su-
bordinado ao tema central «A
floresta e o desenvolvimento», o
Congresso intentou correspon-
der aos objectivos que o deter-
minaram, facultando aos pro-
dutores florestais do mundo e a
quantos se interessam por esse
sector cada vez mais importan-
te da vida económica a oportu-
nidade de se documentarem so-
bre as tendências que nele pre-
dominam, a orientação a seguir
nas actividades vindouras da
silvicultura eas experiências
mais significativas que podem
influenciá-la.
De tudo isso se dá testemu-
nho num relato amplo que foi
agora publicado pela Direcção-
Oleiros
HOMENAGEM DE DESPEDIDA
A RAUL DA GRAÇA
Por ter sido transferido para a
Sertã, onde foram centralizados
os Serviços do Comissariado do
Desemprego, vai ser homenagea-
do em Oleiros o nosso amigo e
antigo correspondente naquela
vila, Raul da Graça.
A homenagem terá lugar no
próximo dia 9 de Fevereiro.
RENOVAÇÃO
-Geral dos Serviços Florestais e
Aquicolas, e que colige a intor-
mação reunida pela delegação
portuguesa ao Congresso, di-
vulgando opiniões e experiên-
cias de vária ordem e de evi-
denciado interesse-
A reunião foi conduzida com
expressa — determinação pros-
pectiva ante o futuro, a fixar
problemas e soluções que se
desdobram até ao ano 2000. Lo-
go na abertura foi acentuado
pelo director-geral da F. A. O.
que em alguns países em vias
de desenvolvimento seestá a
permitir uma exploração exa-
gerada das florestas por parte
de estrangeiros, tornando-se
imprescindível conciliar os as-
pectos económicos e ecológicos.
Afirmou haverem tais naíses
triplicado as suas exportações
florestais nos últimos anos, ci-
frando-se as mesmas em 1700
milhões de dólares. Na esteira
desse orador manifestaram vá-
rios outros a sua preocupação
pelos aspectos a longo prazo
da silvicultura, expressos hoje
em termos de ecologia e quali-
dade do ambiente. Esses aspec-
tos estão no primeiro plano pa-
ra aqueles que se ocupam dos
ecossistemas florestais. Desde
há dezenas de anos que os flo-
restais chamam a atenção para
o perigo a longo prazo da so-
brexploração das florestas. No
nosso tempo, dadas as possibi-
lidades de comunicação e de
deslocação existentes, enquanto
Continua na 38.º págima
VIDA
VAI SER CRIADO
EM PROENÇA-A-NOVA
UM NÚCLEO FLORESTAL
DE APOIO À PROPRIEDADE
PRIVADA
Conforme noticiámos faz ago-
ra um ano, aquando da visita
à região do Secretário de Esta-
do da Agricultura, este membro
do Governo anunciou, na sede
da Cooperativa Florestal da
Sertã, que em 1974 seria criado
em Proença-a-Nova um NÚ-
CLEO FLORESTAL semelhan-
te ao que funciona ma Sertã
desde 1969.
A promessa vai agora ser
cumprida, pois está, de facto,
Continua na 3.º página
O Subsecretário
de Estado do Trabalho
VISITOU CASTELO BRANCO NO PASSADO DIA 21
No passado dia 21 de Janeiro
visitou o nosso Distrito o Subse-
cretário de Estado do Trabalho,
Dr. Pinto Cardoso, natural de Vi-
la Velha de Ródão. Foi uma visi-
ta de trabalho, em que Sua Ex-
celência tomou conhecimento
das gentes, das actividades e
dos problemas adstritos ao seu
departamento governativo.
Foi um pretexto para conta-
ctos humanos em que se expu-
seram orientações, se debateram
soluções e sugestões de elevado
E preciso construir na Sertã
uma estação de camionagem
Estamos em pleno inverno.
Dias frios e chuvosos. O vento
fustiga os rostos.
Centenas de pessoas aguar-
dam ao ar livre, às intempéries,
as 56 carreiras de camioneta
que todos os dias chégam e
partem da Sertã.
É uma dor de alma. Nem um
coberto. Nem uma sala de es-
pera. Passam-se, por vezes lon-
gos minutos, até horas, que os
veículos trazem de atraso nos
dias de chuva. E os passagei-
Tos, esperam, Dpacientemente,
corajosamente Corta-se-nos o
coraçao de vê-los enregelados,
à chuva e ao vento. E a eles,
cortam-se-lhes os rostos de frio.
Não será possível às Empre-
sas de camionagem que servem
a Sertã, resolverem-se, quan-
to antes, a melhorar este esta-
do de coisas, a servirem o pú-
blico em melhores condições ?
É certo que poucos concelhos
rurais terão, como o da Sertã
uma tal frequência e variedade
de carreiras não só para as se-
des de freguesia, mas ainda
para os lugares mais populo-
sos. Mas isso já não basta. Tão
grande número de carreiras jus-
tifica amplamente a construção
de uma estação de camionagem
onde sejam recolhidos os auto-
carros, onde se limpem e pre-
parem, e onde, principalmente,
os seus utentes possam aguar-
dar a partida e chegada.
As ruas e avenidas não se
fizeram certamente para perma-
Casa da Gomarca
da Sertã
Conferência pelo Padre Hen-
rique da Silva Louro
No próximo dia 9 de Feve-
reiro, às 21 . horas, realiza-se
na Casa da Comarca da Sertã,
à Rua da Madalena, 171-3.º, em
Lisboa, uma reunião cultural
em que proferirá uma confe-
rência o R. Padre Henrique da
Silva Louro, natural de Cardi-
gos, subordinada ao tema: «An-
tecedentes Históricos da zona
Centro de Portugal>.
NIÃO E
nente estacionamento de veícu-
los pesados.
Deixamos aqui um pedido in-
teiramente justo de que se re-
solva o problema com a única
solução viável: — a construção
de instalações convenientes. De
outro modo, teremos de recor-
rer à Câmara Municipal para
que, através de postura apro-
priada, impeça a ocupação du-
radoura de estradas, largos e
ruas, com veículos pesados que
Cchegam a estar dias e mais dias
a obstruí-los.
Porque se há-de ver na nossa
Vila este espectáculo que já
não se vê em pequenas cidades
como Tomar, Castelo Branco,
Abrantes e outras?
Temos dúvidas de que algu-
mas delas possuam mais larga
rede de camionagem do que a
Sertã.
interesse para a vida ‘social no
Distrito de Castelo Branco.
Na recepção ao ilustre mem-
bro do Governo o Governador do
Distrito, Capitão Manuel Geral-
des Nunes, proferiu entre outras,
as seguintes palavras de sauda-
ção:
«Tem V. Exº sobre os seus
ombros, essa aliciante quão pe-
sada tarefa de, no domínio do
trabalho, ajudar à construção do
Estado Social, que não tem esta-
tuto e nem se preenche com tex-
tos legais, tendo de realizar-se
na conformação do próprio Es-
tado com a sociedade real, es-
tando na sua essência a socio-
logia perene dos corpos intermé-
dios.
As homenagens justas à ac-
ção profícua de V, Ex.º, impõem-
-se a si próprias, dispensam gran-
des peças oratórias, erguem-se
sobre a relação dos aconte-
mentos que as proporcionam,
sobre os factos que propõem à
nossa meditação.
O acento tónico da actividade
de V. Exº, responsável pelo sec-
tor do trabalho, está posto no
movimento irreversível da regu-
lamentação . colectiva — (agora
a penetrar também no mundo ru-
rar) —, na política de emprego e
formação — profissional — f(in-
cluindo a extra-escolar) —, na
prevenção de acidentes no tra-
balho e de doenças profissionais
e no política salarial. Está ainda
posto na promoção económico-
-social e humana de todos os por-
tugueses e na melhoria do fun-
cionamento das Corporações.
A acção do Ministério tem sido
tão intensa e tem tantas facetas,
Continua na 2.º págins
A MEIO
Conta-se de um avarento
que tendo perdido um botão
passou toda uma manhã à
procura dele. E encontrou-o!
Depois filosofou sobre o caso
estendendo-se em considera-
ções sobre parcimónia e pou-
pança comprazendo-se de que
tinha essas virtudes em grau
subido. Não advertiu porém
que perdeu tempo cabonde
para ganhar boas dúzias de
botões novos. A avareza obs-
ecureceu-lhe o intelecto, dimi-
nuiu-o, amesquinhou-o até o
deixar assim debaixo do nos-
so riso bem merecido. Tam-
bém se conta de um orgu-
lhoso que, no limiar de uma
porta, porque lhe não deram
precedência, se 7Tecusou a
amesendar num banquete que
esperava dentro e passou O
dia em raivas e jejum- No ou-
tro dia ainda regougava, con-
tente, de que pelo menos ti-
nha castigado a desfeita e
dado uma lição aão mundo!
E não advertia que os outros
AGUARELAS
TERMO
convidados se tinham diver-
tido imenso com aquele pro-
ceder que os deixara em me-
lhores anchas para se abarro-
tarem e galhofarem! Conta-
-se ainda de um curioso que
espiolhava as vidas alheias
com perguntas esvuroadoras,
minuciosas entrando por to-
dos os segredos e esconderi-
por João Maia
jos. Sentado um dia diante de
uma senhora interessante,
num comboio, a pergunta que
disparou foi: — «A senhora,
queira — desculpar, quantos
anos tem?» — Eu? Sou mui-
to velha! Imagine que sou do
tempo em que era falta de
educação perguntar às senho-
ras a idade! «Onde isso vai!»
Certo dia um homem iras-
Cível tropeçou numa raiz que
aflorava da terra traçando o
Continua na 3.º página
PROGRESSO
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O RENOVADOR
2 de Fevereiro de 1974
De semana a semana
(De 21 a 27
EM PORTUGAL
22 — Através da TV e da Rá-
dio, o ministro das Finanças e
da Economia, Dr, Cotta Dias, fez
uma comunicação ao País, afir-
mando que o Governo não de-
sistirá de defender o consumi-
dor. Anunciou, igualmente, que
vai ser implantada no polo de
Sines uma fábrica de automóveis.
23 — Sob a presidência do
Prof. Marcelo Caetano, reuniu o
Conselho de Ministros que apre-
ciou e aprovou vários decretos-
“leis e ouviu exposições dos Mi-
nistros das Finanças e Economia,
dos Negócios Estrangeiros e do
Ultramar.
24 — Uma planta tropical exis-
tente em Moçambique, a «May-
tenus», está a ser alvo de inves-
tigações por parte de cientistas
norte-americanos, com vista a
apurar o seu grau de potencia-
lidades para a cura do cancro.
— Vão recomeçar às conver-
sações entre Lisboa e Washing-
ton para a renovação do acordo
acerca da base dos Açores.
25 — A vila de Porto Am-
boim, em Angola, foi elevada à
categoria de cidade.
— A Inspecção-Geral das Ac-
tividades Económicas instaurou,
no mês de Dezembro, 794 pro-
Cessos.
26 — Terminaram os traba-
lhos da reunião em Lisboa da
Comissão Delegada da Conferên-
cia de Ministros da Justiça dos
Países Hispano-Luso-Americanos
e Filipinas. O próximo plenário
decorrerá, ainda este ano, na Ar-
gentina.
— O príncipe Klanyakweze
Diamini, primeiro – ministro da
Suazilândia, chegou a Lisboa.
— Regressou da sua visita ofi-
ciai a Inglaterra o Dr. Veiga Si-
mão, Ministro da Educação Na-
cional. A visita teve o mais com-
pleto êxito.
27 — A partir de 1 de Feve-
reiro os jornais diários passam a
custar 2$50.
NO MUNDO
21 — As forças chinesas ata-
caram e conquistaram as ilhas do
arquipélago das Paraceles no
Vietname do Sul
de Janeiro )
22 — O General Perón amea-
çou demitir-se, após o especta-
cular. ataque do Exército Revo-
lucionário Popular ao quartel
Azul.
— A inglaterra levantou o em-
bargo de material bélico para o
Médio Oriente.
— Saigão pediu a reunião do
Conselho de Segurança para exa-
minar os ataques chineses às
Paraceles.
— A balança comercial da Grã-
-Bretanha acusou um «deficit»
de 2348 milhões de libras em
1973.
23 — O Governo norte-ame-
ricano recusou um pedido de
Saigão para intervir com a VIl
Esquadra no conflito das Para-
celes,
— O parlamento israelita apro-
vou por 76 votos contra 35 o
acordo sobre a separação das
forças no Suez,
O cometa Kohoutek
Continuação da 1,º página
MELHOR VISIBILIDADE
O cometa começou a ser vis-
to a olho nu em fins de Novem-
bro, deixou de ser visivel por
volta de 28 de Dezembro, e
em meados de Janeiro reapare-
ceu na sua maior intensidade
O cometa é pelo menos tão
brilhante como qualquer estre-
la do firmamento e foi visível
na parte sudoeste do espaço,
ficando mais alto à medida que
o mês se aproximava do fim o
que permitiu um período de vi-
sibilidade maior, embora o bri-
lho e tamanho diminuissem
gradualmente.
O Dr. Karl Henize, um cien-
tista-astronauta que projectou
um dos intrumenos que, da
Skylab, esteve apontado para
o Kohoutek, fez o seguinte co-
mentário:
«Terá o cometa quaisquer
influências sobre a Terra? Di-
rei apenas que terá tantas
quantas as emoções das pessoas
que o observarem».
Adolfo Coutinho
Consulta: «National Aero-
nautics and Space Adminis-
tration»
(De «À Voz de Cambra» – 63)
Manuel Mendes Murtinho
Júnior & Irmão
EMPREITEIROS
Fornecedores de materiais de construção e outros
Encarregam-se de todos os trabalhos de calcetamento de
granito, calcário, vidraço a branco ou incluindo qualquer dese-
nho, xisto, etce. com caixa, mão de obra e transporte.
ANSIÃO — Telefone 78
GABINETE DE TRABALHOS TOPOGRÁFICOS E AGRIMENSURA
José Almeida Saraiva
TOPÓGRAFO – AGRIMENSOR
Encarrega-se de delimitação de propriedades rurais — Forneci-
mento de marcos com as características legais e sua colocação.
Rua de Sertório, 1 a 3 — Telefone 188
SERTÃ
RECEIO DO FIM DO MUNDO
PROVOCADO NO BRASIL
PELO COMETA KOHOUTEK
Coisas incríveis estão a acon-
tecer no Brasil e tudo por causa
do cometa Kohoutek.
A Fundação Nacional dos fn-
dios enviou emissários para expli-
carem o fenómeno a homens de
tribos supersticiosos, mas alguns
deles têm ideias fantásticas mui-
to próprias acerca da próxima
aparição do cometa.
Em nenhuma parte do Brasil
causou o Kohoutek mais agita-
ção do que na cidade de Campo
Redondo, a 140 quilómetros do
Natal, no Nordeste do País. Um
grupo de cientistas esperou on-
tem pacientemente para fotogra-
far o cometa, visto aquele ser, se-
gundo se crê, o melhor local no
Brasil para o fazerem.
Contudo muitos dos 10000
habitantes da cidade recusaram-
-Se a sair de suas casas, conven-
cidos de estar próximo o fim do
Mundo. Outros negaram-se a co-
mer carne em honra da chegada
iminente de um novo Messias.
«O filho de Deus virá numa bo-
la de fogo, rezai ateus» — acon-
selha um dos profetas que sur-
giram com o fenómeno.
Um colega mais radical avisa,
porém, os habitantes de Campo
Redondo: «A bola de fogo de-
vastará todo o Nordeste. O fim
chegou. Fazei penitência».
Vereadores oposicionistas acu-
saram o presidente do Municí-
pio, José Alberany de Sousa, de
pagar uma fortuna aos Estados
Unidos pelo privilégio de fazerem
com que o cometa passe sobre
a sua cidade.
Nesta região pobre do Brasil,
que tem uma média elevada de
analfabetismo, os habitantes de
Campo Redondo, que asseveram
«conhecer o caso por dentro e
por fora», afirmam que os norte-
-americanos estão por detrás de
tudo o que se passa.
PEDRAS PRECIOSAS
No Brasil, as pedras preciosas
e semipreciosas começam a ba-
ter «records» de exportação: de
1968 a 1972 cresceram 800%,
alcançando vendas superiores a
21 milhões de dólares e amea-
çando as exportações de manga-
nês.
Só agora os tranquilos habitan-
tes dos estados brasileiros de Mi-
nas Gerais estão a escrever o fi-
nal feliz da dramática história de
um português do século XV, Fer-
não Dias Pais, que passou 20
anos nas selvas daquela região
em busca de esmeraldas e, ao
encontrar afinal umas pedras
verdes verificou que não tinham
para a Coroa Portuguesa o me-
nor valor. O que acontece hoje
poderia ser considerado a vin-
gança de Fernão Dias. As pedras
verdes de um instante para o
outro começaram a atrair ale-
mães, americanos e japoneses. E
eles sabem que não são esme-
raldas, porém turmalinas das
mais variadas cores e nuances,
como jamais foram encontradas
em nenhum outro país.
A turmalina é preferida pelos
alemães — 60 a 70% das ex-
portações dessa pedra vão para
a Alemanha — mas é apenas
uma das chamadas pedras se-
mipreciosas exportadas para to-
do o mundo. (Para os comercian-
tes de pedras e joalheiros não
existem pedras preciosas ou se-
mipreciosas: todas as pedras la-
pidadas são gemas). O valor das
exportações de gemas e pedras
em bruto (não lapidadas) nos
últimos anos parece destinado,
aliás, a escrever um novo capítu-
lo na história das exportações
brasileiras. De um total de 2559
milhões, em 1968, elas pularam
para 21 milhões de dólares no
ano passado, um aumento de
800%, e uma participação de
7,18% das exportações.
A RAÇA AMARELA
É MAIS INTELIGENTE
Segundo o antropólogo britã-
nico Robert Gayre, os indivíduos
de raça amarela são, em média,
mais inteligentes do que os de
outras raças. Esta sua tese apoia-
-se em diversos testes etnopsi-
cológicos.
Robert Gayre pensa que esse
acréscimo de inteligência se de-
ve a uma certa anterioridade na
evolução humana. Parece, com
efeito, diz o antropólogo inglês,
que os primeiros seres humanos
foram de raça amarela. AÀs ou-
tras raças seriam derivantes des-
te tronco inicial.
A opinião de Robert Gayre sus-
citou uma viva controvérsia, tan-
to entre os povos europeus co-
mo entre as populações africanas.
Recorda-se, a propósito, que o
americano Jensen afirmou, há
uma dezena de anos, que os chi-
neses eram nitidamente mais in-
teligentes do que os brancos da
América do Norte ou da Euro-
pa. Testes conduzidos por Jen-
sen confirmaram também que os
americanos de origem chinesa
possuíam, em média, um coefi-
ciente intelectual superior ao dos
outros cidadãos americanos.
Assine, leia
e divulgue
0 Renovador
O Subsecretário
de Estado
visitou
Castelo Branco
Continuação da 1.º página
podendo certos aspectos passar
despercebidos.
Quem não conhece os estudos
em curso, em matéria de política
de salários e as possibilidades
que oferece o estatuto das Fede-
rações e Uniões; quem não vê
que se caminha resolutamente
para uma crescente participação
dos interesses profissionais na
definição de uma política econó-
mico-social e quem não pressen-
te a vocação para regimes unifi-
cados de previdência represen-
tando, hoje, na verdade, um
objectivo básico do Estado So-
cial, o qual, actualizando o es-
quema de pensões do sector pri-
vado — indústrias e serviços —
e lançando o regime rural, atin-
giu já níveis de segurança social
muito semelhantes aos que se
praticam em sistemas estrangei-
ros de possibilidades mais vastas
e com taxas de contribuição mais
elevadas?
Cada momento político, tem a
sua própria expressão. A hora
histórica em que vivemos, não é
a hora do imobilismo saudosis-
ta. Temos todas as nossas for-
ças criadoras apontadas ao ob-
jectivo da promoção social do
povo português.
Contra o tão apregoado socia-
lismo, que em nome do homem
o absorve, coaretando-lhe a ini-
ciativa e negando-lhe os seus di-
reitos, assistimos à construção
do Estado Social Corporativo,
que estimula a livre iniciativa, ao
mesmo tempo que coloca o in-
teresse de todos acima dos in-
teresses dos grupos.
O Senhor Presidente do Con-
selho, ao receber das mãos do
Presidente do Município desta
cidade a medalha comemorativa
do bicentenário, disse que o
facto não deveria ser apenas re-
gisto de uma efeméride, mas,
em contrapartida, representar o
compromisso de governantes e
governados se empenharem em
dar a Castelo Branco e ao seu
distrito, os benefícios a que as-
pira e merece. Nessa linha de
orientação, o distrito muito espe-
ra da acção de V. Ex.º, no cons-
truir de uma economia forte e
de uma justiça social eficaz»
Despovoamento
Continuação da 1,.º página
alarmantes no concernente a
algumas.
Citarei apenas um exemplo:
— no ano de 1973 faleceram
na freguesia de Palhais, do
concelho da Sertã, 17 pessoas
e nasceram apenas 5.
Como primeira consequên-
cia de ordem geral, devemos
referir o trágico envelheci-
mento que está a verificar-se
na população da nossa área.
Ele é de tal modo acentuado
que alguns dos funcionários
dos serviços oficiais têm di-
ficuldade em acreditar nas
realidades.
É o caso da freguesia da
Sertã. Nela foram deferidos
cerca de 400 requerimentos de
pensões de velhice para mu-
lheres e 250 para homns. Para
uma população de 6 000 habi-
tantes.
Se pensarmos que nem to-
das as pessoas com idade su-
perior a 70 anos requereram
a pensão, temos que existem
na freguesia mais de 700 pes-
soas com essa idade.
A população da freguesia,
segundo o censo de 1970 é de
6 043, e assim, ao grupo etá-
rio com mais de 70 anos cor-
respondem 11,5% da totalida-
de da população, quando numa
sociedade equilibrada, activa e
progressiva, não deveriam cor-
responder, mais de 5%.
A população nascida entre
1958 e 1973, na freguesia da
Sertã, sobretudo pela ainda
alta percentagem de nasci-
mentos, verificada até 1965,
deverá rondar os 2 000. A po-
pulação activa, dos 15 aos 70
anos ficará assim reduzida a
pouco mais de 50% do total.
FPor outras palavras: — a
população activa está reduzi-
da a 3300 pessoas num total
de 6 000.
São estes, números preocu-
pantes para quem, como nós,
desejaria ver progredir esta
zona do Sul-Poente do Distri-
to de Castelo Branco. Sem po-
pulação válida, não há pro-
gresso,.
Só o estacamento da hemor-
ragia do êxodo quase total das
pessoas em idade de procriar
fará com que ainda se possa
esperar a revitalização do nos-
so meio.
Quase seríamos tentados a
perguntar: — Não virá já de-
masiado tarde o princípio da
industrialização que o anún-
cio da montagem de uma fá-
brica de aglomerados de ma”
deira faz prever? Deus queira
que não,
J À.
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2 de Fevereiro de 1974
O RENOVADOR
Página 3
CARTA AOS JOVENS
— Jovens frustrados
Amigo:
A frustração é um mal-es-
tar profundo, resultante de de-
sejos não satisfeitos ou de ob-
jectivos não alcançados: Pode
revelar-se sob a forma de m-
gústia, tensão ou Tevolta. O
Írustrado costuma explodir em
atitudes agressivas, nala esca-
pando à sua crítica mordaz. Às
vezes toma um caminho oposto:
refugia-se numa timidez exage-
rada e em obsessões doentias.
Pode suceler que desejos e
objectivos muito legítimos te-
nham de ficar bloqmaos sem
culpa alguma, nem própria nem
alheia. Referimo-nos, porém,
aos que sofrem de frustração
por seguirem um caminho er-
rado. Os jovens que se encon-
tram em canfhto contínuo com
o seu meio, a aspira-
ções imaderadas ou não conve-
nientes. Que não sabem ou não
querem aceitar orientações váli-
das. Que vivem num mundo de
fantasias e de planos irrealizá-
veis, que só complicam ainda
mais a situação.
Os desejos e tendências hu-
manas não podem ser rejrea-
dos € recalcados cegamente. As
rTenúncias devem apoiar-se em
motivaçõs superiores que se
apresentam e aceitam como
válidas. Só assim é possível
sair de si mesmo, viver um
grande ideal, evitar frustra-
ções e superar as Hificuldades
que possam surgir. Realizar-se,
numa palavra. Para tanto, não
bastam entusiasmos de momen-
to e sonhos doirados que não
pertencem ao mundo dos mor-
tais. É preciso ter o sentido
das realidades, ter objectivos
bem definidos na vida, motivos
fortes e bem seguros para não
soçobrar. Para tanto, é indis-
pensável saber aceitar-se a si
mesmo, com todas aàs qualida-
des, defeitos e limitações, e aos
outros também. Sem isto, não
pode haver compreensão mútua
e sem esta não existe convivên-
cia que possa chamar-se ver-
dadeiramente humana. Não há
amor, e sem amor não há vida
humana e muito menos cristáã.
A frusiração é uma das con-
sequências da falia de fé, da
estima pelos valores sobrenatu-
rais que iluminam todas as si-
tuações humanas, evitando as-
sim o caminho desastroso da
Írustração e do desalento. Ê
preciso saber situar-se à luz&
dos valores eternos, que não
falham, ainda mesmo quando
tudo o mais pareça falhar. Lon-
ge de ser passivismo estéril,
supõe uma vontade forte, orien-
tada para ideais muito positi-
vos.
Bom jovem: Aceitando o
passado, com os seus Ífracassos
e vitórias, e vivendo o presen-
te com persistência e optimis-
mo, podes olhar confiadamente
para o futuro. Idealista e cora-
joso, sempre. Ambicioso, nunca.
Se desejas alguma orientação,
mormente vocacional, escreve-
-me para: Hospital Infantil —
Montemor-o-Novo-
O amigo de sempre.
Nuno Filipe
Florestal:
Núcleo Florestal
em Proença-a-Nova
Continuação da 1.º página
incluída no programa da Direc-
ção Geral dos Serviços Flores-
tais para o ano corrente, a en-
trada em funcionamento do re-
ferido Núcleo exactamente nas
mesmas condições do da Sertã
e de Mação, este já criado há
3 anos.
Conta-se que a instalação seja
feita a partir de Abril ou Maio.
É conhecida de todos, e a ela
nos temos referido com o relevo —
que merece, a acção do Núcleo
— inventário e le-
vantamento cartográfico das
matas, abertura de estradões,
fornecimento gratuito de plan-
tas dos viveiros do Estado si-
tuados na Sertã, assistência téc-
nica ao lavrador para a cultura
do arvoredo, ministração de co-
nhecimentos básicos para o aba-
te das matas, arranjos de ex-
ploração em comum, e com as-
sistência do Estado, de deter-
minadas areas. construção de
postos de vigia para combate
aos incêndios, ete. Tudo isto são
actividades do mais elevado al-
cance para a nossa região, de
que o Núcleo Florestal da Sertã
se tem ocupado e de que tam-
bém se ocupará o que vai ser
criado em Proença-a-Nova.
Não há dúvida de que a cam-
panha que temos vindo a desen-
volver a todos os níveis no sen-
tido de se dar o devido relevo
e a melhor atenção a esta enor-
me mancha florestal do centro
do País, tem dado os seus fru-
tos. Com isso nos regozijamos
sumamente.
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A Floresta
e o desenvolvimento
Continua na 1º página
uma população dia a dia mais
numerosa se concentra nas zo-
nas urbanas, os resultados des-
sa exploração excessiva ou do
mau ordenamento das florestas
traduzem-se por sacrifícios no
imediato, sendo as nefastas con-
sequências do desaparecimento
progressivo das florestas senti-
do pela maioria. Mas quaisquer
que possam ser as causas com-
plexas da situação actual — e
não se deverá olvidar que a ace-
leração da exploração das flo-
restais foi, pelo menos em par-
te, às necessidades de uma po-
Ppulação crescente e cada vez
mais urbanizada — o que im-
porta é compreender a situação
histórica oferecida hoje à silvi-
cultura, ou seja, o do ideal de
uma elite de especialistas escla-
recidos do ordenamento dos re-
cursos renováveis encontrar,
finalmente, eco junto da popu-
lação, associando-se, em regra,
a opinião pública ao ponto de
vista dos florestais, quanto a
ter chegado a altura de formu-
lar e codificar as políticas flo-
restais, para preservar a qua-
lidade da vida mo contexto do
desenvolvimento económico ge-
ral
Esta orientação humanista
do Congresso de Buenos Aires
marcou acentuadamente o ceu-
nho da generalidade das comu-
nicações e intervenções e impri-
miu às conclusões e recomenda-
ções aprovadas um sentido de
evidente significado universal.
ÀA delegação portuguesa —apre-
sentou cinco trabalhos, inciuin-
do o que o Fundo de Fomento
Florestal subscreveu versando
problemas da recuperação flo-
restal e silvo-pastoril, Na men-
sagem final do Congresso afir-
ma-se que este «não partilha a
opinião dos profetas da desola-
ção. Reconhece que o mundo
terá necessidade duma corrente
sempre crescente de bens e de
serviços florestais. Tem «con-
fiança em que se poderá satis-
fazer essas necessidades gra-
ças ao ordenamento racional e a
exploração das florestais exis-
tentes e à criação de novas flo-
restas artificiais. Tem também
confiança na capacidade dos
governos e dos povos do mun-
do para cumprir esta tarefa
conjuntamente, com a de asse-
gurar que a qualidade do meio
não só será mantida, mas me-
lhorada. Os membros deste
Congresso comprometem – se
unicamnte a oferecer o seu au-
xílio desinteressado a estas ac-
tividades.»
Só haverá a desejar que tais
votos sejam cumpridos.
(De «Jornal do Comércio»)
JACINTO PEDRO
Tivemos o prazer de contac-
tar há dias com o nosso prezado
amigo, senhor Jacinto Pedro
ue vinha sofrendo de grave
doença cardíaca.
Felizmente que as melhoras
têm-se acentuado, pelo que mui-
to nos regozijamos, bem como
os seus muitos amigos da Cu-
meada e de Lisboa.
Que as melhoras se consoli-
dem são os nossos votos.
ISIDRO ALVES
Deu-nos o prazer da sua vi-
sita à nossa Redacção este nos-
so estimado assinante, residen-
te em Alhandra e natural de
Macieira, na freguesia de ‘Tro-
viscal. Revelou-nos o seu in-
teresse pelo progresso da sua
terra natal e quanto sente não
vê-la progredir como outras
muitas que conhece,
Também nós muito gostaria-
mos de sentir o progresso e a
elevação do nível social das
nossas aldeias e a formação de
comissões de melhoramentos e
convívio para atrair os naturais
que foram residir para longes
terras.
Macieira não quererá criar
também uma dessas comissões ?
ÂNGELO PEREIRA
Em número passado dissemos
que esperávamos que alguns dos
nossos assinantes, de melhores
possibilidades económicas pa-
gassem mais do que os 100$00
que a partir do corrente amno,
passa a custar o nosso jornal.
Recebemos agora do nosso ami-
go Ângelo Pereira um vale de
150$00 para pagamento da res-
pectiva assinatura.
Bem haja, amigo. Que a sua
compreensão dos nossos proble-
mas tenha imitadores. E que a
saúde lhe não falte.
Aguarelas
Continuação da 1.º página
caminho. Cambaleou e virou-
-se, acto contínuo, de bigodes
assanhados, para o tropeço.
Foi-se dali por um machado
Veio, mas como fosse pouco
destro lenhador e a ira o aze-
lhasse ainda mais descarre-
gou o primeiro golpe na pró-
pria canela fazendo um lanho
medonho! E não ouwviram fa-
lar daquele homem colhido
na crise do petróleo e que
tendo vinte litros de gasolina
bem medidos no depósito do
carro se meteu pela cidade à
procura de uma bomba c an-
dou, andou até que por fim
topou uma que lhe vendeu
cinco litros esgotados que
eram os vinte?
E foi para casa todo con-
tente até que a mulher ilhe
abriu os olhos para a toleima!
Muito instrutivo é o caso da-
quele que tendo recebido de
presente um fato para luzir
numa festa, longe, o meteu
numa boa mala e foi e veio da
festa sem o vestir, gabando-
-se de que não trazia nódoa
ne O falatório sobre
as nódoas do fato que usara
não o aleijava! E o que foz
para a estação duas horas
antes da partida do comboio
e adormeceu sobre o banco da
sala de espera!? Quando acor-
dou estava a chegar um pas-
sageiro tardio que igualmen-
te o perndera ese irmanava
com o cauteloso excessivo —
ambos amarelos, envergonha-
dos ambos!
Estais a ver que de exem-
plos destes é que os antigos
tiraram aquilo de que a virtu-
de está no meio termo, Jul-
gam alguns que o meio termo
é coisa fácil de atingir, mas
não é. O meio termo da virtu-
de é fruto de uma lucidez cor-
Hial que nos leva ao despren-
dimento de paixões vis e nos
entrega ao desembaraço do
recto procedimento. Quanta
energia não é precisa para
romper apegos e aparências
enganosas e nos instaurar na
naturalidade do bem ser de-
masias suspeitas!
Sim, no meio termo é que
está a virtude! Bem Wiziam os
antigos…
@@@ 1 @@@
Página 4
O mel é mais antigo que o
próprio homem!
No livro intitulado «Matéria
Médica», o tratado mais antigo
que se conhece sobre medicina
(tem mais de 2000 anos), po-
derão ler-se algumas das pro-
priedades curativas do mel.
Se muitos dos nossos mo-
dernos especialistas se mos-
tram cépticos quanto ao poder
curativo deste alimento natural,
alguns — houve nos . últimos
anos que se dedicaram a ex-
periências que, ao reveiarem-
-se positivas, vieram compro-
var serem os antigos físicos
não de todo insapientes.
Se a leitora pretende chegar
aos 100 anos ou mesmo ultra-
passá-los, ou se tem o desejo
íntimo de ser sempre bela e
jovem, relativamente, claro, os
naturistas aconselham tomar
grandes quantidades de mel.
Mas, atenção, o mel a que me
refiro é aquele que fica no fun-
do das colmeias; os desperdi-
cios do mel.
Tudo o que lhe digo, cara
amiga, é o fruto da investiga-
ção dum cientista inglês, espe-
cializado em dietas e regimes
alimentares; Neil Nyall.
Este homem investigou a
longevidade do povo da Geór-
gia, povo célebre por atingir
com frequência a bonita idade
dos 130 anos.
Após demoradas investiga-
ções convenceu-se que oS
georjianos — consomem — muita
quantidade de «desperdício de
mel», que é riquíssimo em pó-
len. Segundo afirma o cientista,
é este pólen o responsável pela
longa vida, pois é muito rico
em enzimas.
Como o homem, à medida
que envelhece vai perdendo en-
zimas —naturais, quem iíngira
uma determinada e regular do-
se de desperdício de mel tem,
segundo Nyall, bastantes pro-
babilidades de atingir os 130
anos…
Na verdade, no campo da
medicina e da saúde, o mel
foi sempre aplicado com êxito
O
VE t
Para citar outro exemplo
ocorre-nos ainda o nome dum
bacteriologista americano, o dr.
Sackett que, após anos de lon-
gas experiências tornou indis-
cutível que o mel destroi as
bactérias. Seguindo este princí-
pio, conseguiu curar, cobrindo
com mel, chagas e forúnculos.
Concluiu então: microorganis-
colocados no mel bruto, eram
destruídos em curto espaço de
tempo.
Um outro cientista america-
no, dr. Sturtevante chegou à
conclusão que o mel aniquila
os germes da febre tifóide e da
desinteria.
Não sabemos se estas ex-
periências foram além do labo-
ratório. No entanto, achamos
curioso e não resiístimos a
anotá-las para lhas oferecer-
mos, amiga leitora.
Todas nós sabemos, segun-
do a medicina popular, quanto
o mel é salutar para dores de
garganta, constipações e quei-
maduras. Há quem diga ser cal-
mante, que ajuda a não ter in-
sónias e alivia as artrites. E,
como se tudo isto não bastas-
se, já o experimentou no capí-
tulo beleza?
Assim, como verdadeiro tra-
tamento, como «máscara» ali-
mentar e de limpeza, tome no-
ta:
— Se tem a pele seca, deite
3 colheres de sopa de mel num
copo e junte uma gema de ovo.
Misture. Espalhe a mistura so-
bre o rosto e o pescoço. Dei-
te-se tranquilamente durante
10 minutos. Logo que a más-
cara seque, retire com água
morna.
— Se tem a pele gorda, siga
a mesma receita, mas em vez
da gema, use a clara.
Pois bem. Chegámos ao fim
da nossa conversa de hoje e,
prezada leitora, se no fim de
tudo isto a maçámos, porque
não experimenta logo ao lan-
che um chazinho com torradas
barradas com… mel?
Ana
Que se passa com a electrificação
de Pampilhal e lugares anexos
das Freguesias de Gernache e Castelo?
No passado mês de Agosto
foi concedida à Federação de
Municípios de Castelo Branco,
recentemente criada, a com-
participação do Estado, no mon-
tante de cerca de mil contos,
para a electrificação dos luga-
res de Pampilhal, —Alqueidão,
Carvalhos e outros das fregue-
sias de Cernache do Bonjardim
e Castelo. Desde então até hoje
são decorridos quase seis me-
ses e nada se sabe do início dos
trabalhos.
Terá sido já posta a concur-
so a competente empreitada? E,
se o não foi, porque se espera ?
Não terá já sido bastante a
espera das populações por este
melhoramento?
Sabemos que um organismo
como a Federação de Municí-
pios que inicia o seu funciona-
mento tem problemas de cria-
ção de estruturas que nos tem-
pos que vão correndo se não
resolvem de um momento para
outro. Mas também . sabemos
que as populações têm dificul-
dade em esperar ainda mais,
depois de tanto haverem já es-
perado. x
Continuamente estamos a ou-
vir fazer a pergunta: Então
quando se iniciam os trabalhos?
Aqui a deixamos na expecta-
tiva de em breve termos a res-
posta agradável.
O RENOVADUR
ARBRIFANA
NA FREGUESIA DE CABEÇUDO,
PRETENDE A REPARAÇÃO DO
SEU ABASTECIMENTO DE
ÁGUA E DA SUA ESTRADA
DE ACESSO
Arrifana é uma pequena po-
voação, um quilómetro para sul
do lugar de Fonte da Mata, na
estrada nacional n.º 238, entre
Sertã e Cernache do Bonjardim.
Tem 21 fogos, de gente humilde,
que trabalha nas serrações de
Cernache e na agricultura.
Há anos o Presidente da Câ-
mara Municipal da Sertã inaugu-
rou ali o abastecimento de água
por fontenário, sendo a água ele-
vada por bomba manual para a
respectiva bica. Com o andar
dos tempos a bomba avariou-se.
E, há meses que a população não
pode ali abastecer-se.
Também o caminho, em muito
melhores condições recentemen-
te aberto, para servir a povoação,
desde a Estrada Nacional, se en-
contra difícil de transitar por vir-
tude das chuvas e da terra revol-
vida.
Os habitantes pedem providên-
cias a quem de direito. E elas não
faltarão certamente.
2 de Fevereiro de 1974
Uma novidade no espaço
O cometa Kohoutek
Um visitante do espaço exte-
rior, com uma cauda de 30 mi-
lhões de milhas de comprimen-
to, está a brilhar, de noite, no
firmamento.
Uma bola de gás e poeiras, o
cometa Kohoutek, está neste
momento a riscar o espaço, nu-
ma órbita em direcção ao Soi.
O cometa passou próximo da
terra em meados de Dezembro,
girou à volta do Sol logo após
o Natal, e oferecerá o seu mais
espectacular perfil em meados
de Janeiro, na sua viagem de
regresso para o espaço exterior.
Descoberto em Março por um
cientista alemão, Kohoutek se-
rá pelo menos tão Dbrilhante
como o espectacular cometa
Halley de 1910 e talvez o mais
brilhante cometa visto neste sé-
culo.
Porque estes projécteis do
espaço têm tendência a apre-
sentar um comportamento im-
previsível quando se aproxi-
mam do Sol, os astrónomos
CASAMENTOS
Na igreja de São João de
Deus em Lisboa, no passado dia
25 de Janeiro, celebraram o seu
enlace matrimonial Isabel Plá-
cida Soler da Silva e José An-
tónio Fernandes Simões, ela fi-
lha de António da Silva e de
Placide da Conceição Soler da
Silva e ele, filho de José Maria
Fernandes Simões e de Berta
da Conceição Fernandes Simões.
Apadrinharam o acto por par-
te da noiva, Alfredo Paiva das
Neves e sua esposa, Albertina
de Jesus Almeida Paiva das
Neves, ele chefe do Departa-
mento de Obras do S. L. e Ben-
fica; e, por parte do noivo, seus
tios, Jaime Ferreira Fernandes
e sua esposa, Maria da Ajuda
Valente Fernandes, ele chefe da
Circunscrição Postal do Douro
Litoral, com sede no Porto e ela
Professora Primária.
Os pais da noiva são naturais
O Pão que comemos
Anda pelo País bastante
agitado o problema do pão.
Reuniões no Grémio dos Indus-
triais de panificação, sugestões
apresentadas ao Instituto dos
Cereais para que sejam altera-
das certas disposições regula-
mentares, etc,
O que é certo é que o pão que
comemos não satisfaz até os
menos exigentes.
Na nossa Vila, então, é de
bradar aos céus. Pão mal cozi-
do, os populares «papo-secos»
reduzidos quase a metade, lim-
peza a deixar muito a desejar…
uma coisa incrível.
De manhã, quem queira co-
mer pão fresco tem de esperar
pelas 8.30 h. Formam-se bi-
chas nos dois «buracos» a que
chamam padarias, na nossa
Vila.
Chegou-se à última. E quem
está descontente, que terá de
fazer? Simplesmente… aguen-
tar, pois não tem outra hipóte-
se. Há só um fabricante…
Não haverá fiscalização efi-
caz?
Há dias reparámos que num
dia o pão melhorara sensivel-
mente. Mas, no dia seguinte,
voltou a ser pior do que nunca.
E logo alguém nos explicou: —
é que ontem estiveram cá os
fiscais, e presume-se – que hoje
não voltem…
Comentários para quê?…
de Carnapete, na freguesia de
Sertã e os do noivo naturais
de Viseu.
A cerimónia foi oficiada pelo
Pároco da freguesia de São
João de Deus, Padre Teodoro
Marques da Silva e a missa que
se seguiu, celebrada pelo Páro-
co da freguesia de Arroios.
O elegante copo-de-água mag-
n’ficamente servido pela Paste-
laria Império de Torres Vedras,
teve lugar no amplo Restauran-
te do Estádio da Luz e nele
tomaram parte algumas cente-
nas de pessoas amigos dos noi-
vos e sobretudo naturais da
Sertã e de Viseu.
Os mnoivos fixam a sua resi-
dência na Linha de Cascais.
A eles e a seus pais deseja
o nosso jornal e o seu Direc-
tor as maiores felicidades e uma
vida plena de bênçãos.
No dia 22 de Dezembro de
1973 realizou-se o casamento de
Amadeu Manuel Viegas Domin-
gos, filho de Manuel Domingos,
natural do Sorvel-Figueiredo
(Sertã) e de Alice da Concei-
ção V. Domingos, natural dos
Olivais, Lisboa, com a menina
Dália Elvira Figueiredo Tava-
res Domingos, filha de Joa-
quim Silva Tavares e de Maria
Emília Figueiredo Tavares.
Em seguida foi servido um
copo-de-água aos convidados
que eram cerca de 90, no refei-
tório do Bairro Salazar cedido
para o efeito pela empresa Sa-
cor.
Os noivos seguiram em via-
gem de núpcias para a Sertã,
Sorvel e para outras terras.
O novo casal fixa residência
em casa dos pais do noivo, na
Rua da Glicínias n.º 1, Bairro
Salazar — Sacavém.
pensam que o cometa pode fra-
gmentar-se, desenvolver muitas
caudas ou mesmo inflamar-se
PRIMEIRA VISITA
Ao contrário do cometa Hal-
ley, crê-se que o Kohoutek en-
tra pela primeira vez no siste-
ma solar e não se prevê que
reapareça dentro de 75000 anos.
O cometa Halley, com um ciclo
de reaparição de 76 anos, foi
observado pela primeira vez
em 467 a. C.; já no nosso sé-
culo, foi visto em 1910; e vol-
tará em 1986.
O Kohoutek será de todos os
cometas já vistos o mais meti-
culosamente observado da Ter-
ra, o que se justifica pelos dis-
pendiosos e intensos preparati-
vos dos astrónomos para estu-
dar o acontecimento — normal-
mente, os cometas não são des-
cobertos a tempo de se poder
montar o equipamento necessá-
rio a uma investigação cientí-
fica eficaz. Alguns dos maiores
telescópios do mundo estudarão
este cometa com equipamento
montado em mnaves espaciais,
balões, satélites e até pelos as-
tronautas norte-amerícanos, à
bordo da Skylab — a missão
espacial foi projecada de tal
modo que a tripulação da Sky-
lab pudesse observar o Kohou-
tek na sua fase mais visível.
A IMPORTÂNCIA DO
COMETA
O Dr. Stephen P. Maran,
um astrónomo do «Goddard
Space Flight Center», afirma
que o Kohoutek é importante
porque, provavelmente, contém
material que foi encerrado no
frio armazém do espaço desde
a criação do sistema solar.
O estudo destes materiais di-
fere do das amostras lunares,
por exemplo, porque todo o ma-
terial da superfície lunar foi
fundido há vários biliões de
anos, obscurecendo o registo
histórico de como surgiu o sis-
tema solar.
Na sua passagem mais pró-
xima da Terra, em 15 de Ja-
neiro, o cometa estará à distân-
cia de 75 milhões de milhas.
Como termo de comparação,
diremos que o Sol está a 93 mi-
lhões de milhas da Terra e Mar-
te, o planeta mais próximo, a
cerca de 48 milhões de milhas.
Enquanto que a cauda do Ko-
houtek, formada por gases e
poeiras, deve ter 30 milhões de
milhas de comprimento, os as-
trónomos calculam que o nú-
cleo do cometa, formado por
uma mistura de gelo, amónia,
metano e poeiras, deve ter um
diâmetro de apenas 10 a 20 mi-
lhas. Circundado este núcleo,
vê-se uma espessa cabeleira,
com cerca de 60000 milhas.
(Continua na 2.º página)
DA
Coronel Fernandd
Neves Pedro
Regressou recentemente da
Região Militar de Moçambique,
onde cumpriu mais uma Comis-
são de Serviço, o Coronel Fer-
nando Neves Pedro. Embora a
sua Comissão já tivesse termi-
nado em Outubro ele continuou
a dirigir a Escola Militar de
Moçambique.
Pediu o seu regresso imedia-
to por motivo de uma grave
doença que atingiu o seu pai, o
nosso amigo Jacinto Pedro.
O Coronel Fernando Neves
Pedro, Oficial Superior do Exér-
cito, muito condecorado, assu-
miu na Metrópole em 27 do cor-
rente, o Comando do Forte da
Graça, em Elvas.