Gazeta das Províncias nº25 29-09-1899

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A SSICGITATURA o :
CERTA, mez, 100 5. FORA DA CERTA, trimestre, 330 18. APRIÇA, semestre, A$000 rs. BRAZIL, semestre, 28800 78. Numero aviso, Srs,
Foda a correspondencia dirigida à Administração, R, Sertorio, 1T./05 originaes recebidos não se devolvem ||
Ernesto Rarinha — Direciar
A -IUSTRUCÇÃO
Nem só as artes propriamente ditas
são com suas industrias uma fonte de
niqueza dos estados. dos
Ha alguma cousa de superior que é
a fonte incxaurivel aPesses uberrimos fru=
clos que se chamam artes e sem o que
não existiriam essas industrias — é a In-
sirneção. Admiramos a locomotiva dos
vapores que ainda hontem era ferro em
barra e hoje metamorphoscado debaixo
do malho do operario arrasta cidades e
transporta exereitos amimado com o
vapor que se lhe expande no ventre amon-.
stro ?
E’ um producto da seiencia, a mant-
festação mais extraordinaria da” inslruc-
ção.
Maravilha-nos a indastria fabril, esse
refugio do operariailo, que mister do va-
“map ativando as machnas, utilisa os mil
productos da natureza em materia apeo-
veitavel? Pois Lado isto, e mais aluda
são productos da instrueção. Rá
Foi a instrucção que ilisseminada pe-
ja sciencia nos den em Diniz Papin o Ca-
vallo Vapor — esse Bicephalo fogoso do
progresso que estruge em multiplas for-
mas de utilidade movimentando o com-
mercio e animando à indastria.
Não fosse a inslrucção e nós não con- |
templariamos com a retina extasiada O
brilho da luz electrida, a synlhese mais
completa da grande apolheose que o
nosso seculo faz a si proprio—denomi-
nando-se justamente —seculo das Inzes.
Mas abstrahindo destas sympalhicas
considerações examinemos a instrucção |
“em si mesma, avaliando-lhe as riquezas
que ella dispende em serviço domestico
Quantos milhares: de operarios não ha
empregados no fabrico do papel em que
se ha de lWaduzir o pensamento? —
quantos em innumeras Lypographias ver-
gailos sob o trabalho das inlelligencias
amprmindo e vulgarisando a ideia que,
descobrio um novo phenomeno no cam-
po da scientia?
“Quantos nas diversas oficinas de en-
cadernador amarrando e embellesando o
pensamento que de si é expansivo e su-
blime?
A instrucçao. não é só um bem para 0
individuo e para a sociedade, descerran-.
“do-lhe as trevas da ignorancia e abrin-
“ do-lhe os mundos de luz da sciencia; é
sobretudo uma riquesa para o estado
porque alem de lhe merecer o nome de
civilisado, sup;0e e exige novas artes
– que lornando-se outras tantas induslrias,
são como que azilos do operariado igno-
rante, a quem tira da indigencia e da
ociosidade, tornando-o prestimoso e util
á sociedade. Í
– À instrueção: vale pois & ignorancia
-desvalida de duas formas: já cullivando-
lhe o campo esteril da inteligencia; já
ministrando cota o seu serviço um. meio
de util ocenpação e snbsisteneta,
Não-é só o descobrimento dum novo
segredo da selência; 6 a sua realisação
na pralica e o seu aproveitamento no
mundo da arte,
Feliz do estado que promove 6 pro-
gresso ua Instrutção, subsidiando esco-
las, porque além de ser mais um passo,
e passo gigante, para entrar, na fileira
das nações civilisadas, auferirá abr lu-
cros importantes que representados na
verba do- orçamento, hão de constituir
“a sua maior gloria.
Active-se pois, quanto possivel fôr, 0
desenvolvimento da inslrueção para que
os arcanos da sciencia desvendados ca-
da dia no recinto escolar veuham dar
luz no campo-da arte e dando-se asstm
um verdadeiro: commetimento na senda
uloriosa da civilisação, sejamos ao mes-
mo tempo os laclores de novas industrias
nacionacs. E
E se algum estado. ha que instantes
mente necessite de dar esse; passo gi-
gante é decerto o vosso. Portugal, on
de: descurando se, póde-se dizer tolal-
mente, este assumplo, só se tem andado
a passo lento na rectaguarda do progres-
so, imitando-se alguma cousa do que se
vê, mas nada criando de original.
“ Tente-se pois mais um esforço e uni
dos na santa cruzada da civilisação es
calaremos os porticos de Minerva.
Dominó.
——— e Tt —
ECHOS DA SEMANA
Na Santa Casa da Misericordia de Castello!
Branco, está aberto concurso) por espaço de
30 dias, a contar de 25 do corrente, para
provimento de um logar de enfermeiro no hos-
pitel da mesma santa casa; que vencerá o or-
denado annual de 160,5000 reis com direito
alimêntação e cama no hospital, € com obri-
‘gação de residir nºelle.
—Foram marcados os dias 30 e 34 do mez
proxime, para a inspeeção-dos mancehos por
“este conselho para o recrutamento militar,
—0s foros esenerosdaS nta Casada Mise-
ricordia desta “villa, foram arramatados ao-sr.
João Nunes e Silva, pela quantia de 4908500.
— Consta-nos que os arcos da nova. ponte
da Carvalha, estarão fechados no fim do mez
proximo
— Pelo director das obras publicas deste
districto, foram concedidas “as licenças. solivi-
tadas ultimamente por esta camara, para Os
proprietarios caiarem e procederem aos repa-
ros das suas casa que defrontam com a estra-
da districtal n,º 119 sem contudo prescendir
dos requerimentos de cada na forma. dos res-
pectivos regulamentos,
—Pelo governador civil deste districto foi
posta a disposição do digno juiz de direito d’es-
ta comarca, a quantia de 50,000 reis, para
“a compra de alguns moveis para as cadeis
d’ésta villa, sendo de reconhecida necessidade
a acquisição de camas e ronpas para Os pre:
sos
Foi: nomeado substituto do facultativo,
municipal da Castanheira: de Pera, o nosso a-
f VR PUBLICAÇÕES
No: corpo)do jornal, cada linha 8075, “Sonuncios, 40 rs. a linha, Mepolição, 20/rsé a tinta, Permanentes, preço con
RETO
vencional; 0s srs. assignantes
té 0 desconto de 25/0/5. Jista folha é impressa na Lyp: duilrazeta das Provincias, Certã.
‘ 1 EST PR & kg
Augusto Rossi — Editor
se A
>
migo dr Frases Mevriques David, de Pe
drogam Pequeno. ps
— ones pirate —
delhoramento importan’e
Sesuudo nos/consla vão brevemente |.
comecar os lrbalhos de Lerreplanagem
e obras dartesfania variante noclanço
da estrada distrital n.º 120, da: Douzã
a-Belver, estre esta Jocalilade e Vaqui-
nhas Cimeiras,
listas primeiras:
talos coma quantum de 2:000:000-véis,
e já que- os poderes publicos se move-
tam a feger-nos justica contamos. depois”
«esta esperauçosa tentativa, ver conti
nuada acabe una esta estrata que liga
este concelho comoulrossvisinhos-econde
as boas vias lê communicação não exis-
tem. ; Alte
A estrada da, Louzãa Belver abre ao
comnercio externo-e tntorno da: comar-
cada Certã geundes: fontes-de-niqueza,
que- bastante contriba vão para-o desen
volvimento dá sui economia úral;
E com o maior prazer que damos,
“esta noticia para conhecimento dos nos-
sos leilores, que, como nós,ia receberão
de bom agrado; dota
ct fi —
Regrosey de Times: Novas, a ex
sr? D, Conceição da Silva Baplista; pro- pa : l
“| ma paixãosinha e, melhor seria que se não
fessora official desta vila,
Alguns proprietarios têem “solicitado
procogação de praso para cumprirem a
postara manicipal, relaliva à calação,
pot falta de aitistas e material aprpria-
do, € consla-nos que alguns teem sido
attendidos.
Parece-nos: exlemporanea
mação, attendendo a que o desteixo
vem de ba muio. Mas como a Irovoada
está-proxima só azórm se lembram de
“Santa-Barbana. qu
it pao 66 q. qem —
THERTRD AVENIDA
Considerações a uma critica
No ultimo numero d’um jornal que se “pu:
blica n’esta localidads e quo cortou as rela-
“ções com a «Gazeta das Provinciiso vimos,
na sua Chronico Theafral, umas apreciações
ao desempenho dos principaes interpretes da
revista de costumes subordinada ao titulo
«Certã do avesso», represantada do Theatro
Avenida desta villa, nos dias 17 e 19 do
corrente. : Sea E
Descendo a uma ligeira analyse d’aquella
secção, notamos logo—tal à prespicacia do nos-
so bestinto!-—que se alguns interpretes’ fo-
ram contemplados com justos louvores, outros
houve que por «esquecimento propositado» ou
por outros motivosso não foram. ;
Qual o objetivo que presidiu, porem, a es-
ta desegualdade ou, ainda mais, a esta escan-
dalosa parcialidade? sim
trabalhos: foram dos.
tal recla-
Só Deus e o auetor daebronica o sabem,
e alguns previlígiados como nós…
dasarans assa nao Ca UC UC pa gu DO qd 4 DD 0 08
E
O- Chico Moura, que desempenhou o papel
de «Progressos, O protogonista da peça —ficou
ho tinteiro; apenas, por. commiseração lhe fi-
geram uma pequena referencia, tão pallida
como palhdo foi o reflexo que à critica pro-
duziu nos espiritosjustos que desta: vez jul-
gavam apreciar a opinião sincenacdo: chronis-,
ta, despedida de quacsquer preconceitos, co-
mo seria: para desejar.
Mas o Chico Moura, não foi dos contempla-
dos. Nata perdeu, porque lá estão bem vis
vas ainda,ças ovações “expontaneas dê tódos
os espectadores. Esse movimento enthnsiaslico, ;
nascido naturalmente pelo sincero desejo de
manifestar quanto mos seus animos produziu
um desempanho correcto, certamente terá um
valor mais apreciavel doque a opinião de:
quem não ‘soúbe, ou vão quiz comprehender
bem a-nobre missão do jornalismo,
are os ale alo 0.0 4JhTE o via gelo ecunnaca sda gas
Não ficou por aqui, ainda, a profanação de
equidade. Reza o chronista:
«A parodia ao «Khane certaginense» foi bem
“feita, com muita naturalidade; mosmo mas. não
podemos dizer o mesmo do desempenho: do
papel de «Antonio da Joaquina» Boa caracte-
visação, boas posições, mas uma dição arras-
“tada, somuolenta,- baixa-—defeito aliás de
quasi todos os interpretes—dição que nada
tem de scenica € que nem sequer é a doi pa-
rodiado.,»’
Ora bolas. O chronista & que naluralmente
estava somnolento quando o Rossi desempe=
nhou o papel, e nesse 3aso não devia fazer a
chronica ou então estava arrastado por algu=
baixasse em ser (ão parcial. |
Não nos leve a nial em pensaraios assim,
porque francamente, é preciso ser pouco phy=
sionomista para conhecer que essa dição—se
hormonisa duma maneira. tão caracteristica
com a de parodiado—que ouvir o Rosst ou 0
«Antonio da Joaquina» era uma é à mesma
cousa,
“No final, diz ainda o chronista:
«Publicamos em seguida a poêsia a que aci-
ma nos veferinos e que evidentemente so re-
fere á vinda de Taborda e Ksil, a Sernache.»
Não percebemos patavina. Ao Luiz Dias, au-
ctor da peça, cremos que succedeu o mesmo,
e houve alguem que nos afficmou ter elle feito
uma careta ao ler aquella passagem… O «cevi-
dentemente» deu-lhe no gotto,
Muitas outras faltas da chronica. pode ia
“mos apontar, mas “alta-a0s lempo-e espaço;
as que desapaixonadamente referimos, na sua
generalidade mostram bem, ainda aos mais exi-
gentes, quo o auctor da critica ou quiz chu-
char com a rapasiada, e então fez muito mal,
ou não soube fazer uma. chronica impar-
cial, é nesse caso, confessémol-o com sincera
magua, melhor seria ficar ‘callado. :
Young
nani pp asas |
Sahiu para a Figueira da Foz com
“sua ex,?º família 0’sr. JoséNunes Mari
nha. e Se
na
Já regressou a Sermache com sua
ex.”2 familia o nosso presado amiga ste
“de. Antonio Tdefonso Victorino.ntonio Tdefonso Victorino.@@@ 1 @@@
GAZETA DAS PROVINCIAS—CERTÃ 29 DE SETEMBRO DE 1899
ici citar tania rr e Bio
E A ni Aa de
o ane 3o aemrasd sc vio
CHRONHCA LOCAL
Passat no dia & j
vio notalício do fosso “presado amige st
quim Mari dás Noves.
As possas felicitações.
& ido corcente, 0 anniversa-
B0a-
sa
Yi retiraram para iLishoa, ‘os srs. “conselhei-
ro Alfredo de Mendonça e dr. Antonio de
Mendonça. E
O sr. conselheiro Alfredo de Mendonça, re-
tira no dia 6 do proximo mez para Nova Gon,
onde vae reassunir as altas funcções de pre-
sidente da relação, de que é um ilustre or-
pamento
Uma viagem feliz é O que sinceramente
lhe desejamos
» a
Sahiu para Pedrogam firande o nosso ami- |
go sr. Arião Moraes Bevil.
ae
sk ai
“Saliiram para Figueiró dos Vinhos,
dencionam Jemorar-se alguns dias. a ex
“quite
ua
FESTREVIDADES
Reafisa se no domingo proximo, no.
Cabeçulo, a festa ao Sagrado Coração |
de Jesns, e na Real Capela da Senhora
dos Remedios, au festa de pomtencia, |
ns |
Teve logar no domingo passado a fes-.
tividade de S Thiago, que amnnalmen
te se readisa no logar da Codiceira 6 an-
de, desta freguesia.
Houve missa cantada c sermão, pré
gato: pelo halil orador sr. padre Do-
Ri 4 1 ‘s
mingos Lopes da Cruz, coadjnctor des.
la freguesia.
sa am E RS 1 o
BAMARA MUNICIPAL
Sessão de E% do setembro
“Presidencia do sr. Alimeila Maio — Verea-”
dores presentes os srs. Prancisco FD. Lei:
tão, João da S, Corvalho, do-é D. da 8. Men
des e Joaquim HH. Vidigal.
Anprevon sem alteração a nfnuta da acta
da sessão anterior.
sr 2 1 Amelia Augusta de Portugal BBurão €
sua es Pe filha.
cw
Rod
Tez onnoscno fia 94, “o nosso amigo Sr. |
Carlos Caldeira Ribeiro.
Parabens.
Ed
“Sahin nara Portalegre a -ex.U ar BD. Emi-
“ia Gronde.
ad
=x we
“Encontrasr gravemente docite q estremnsa
mãe do ex” consélheiro Frrncisco PAlbu-
-querque, allustre governador-civil deste dis-
“tricto,
Desejamos a-8.:es.? 0 seu srapido restabéte-
solmento,
E
“Para ca ceapitdlesabin o se. Alberto “Eugenio
“de Carvalho Leitão, habil “escrivão e tabelhão
«em: Figueiró dos Vinhos.
— o pente ——
Pee galtishas
“Foi caplurado em Sernache do Bom-
gardim, Joaquim da Cruz, do Nesperal,
gor -se-entritera semriplar aves tantes-
smesticas em companhia gm tal An-
stonio Erederico, fumileiro, (jul se :poz
em ua. é
“Pela administração do conselho, se
wao proceder as competentes Invest gr-
edes e promover a captura do fugitivo.
Cunceteu 40 dias de Hcenca go sr. verea-
dor Farinha Leitão, para tratar da sua seude.
O sr. vereador Mendes, avformon a camera,
de que um poço ultimamente aberto, junto da
fonte publica do Porto dos Fuzus, em mada a
à prejudica.
o Gonvedem um subsídio de dactição per 12
” mezes de 4,4200 réis mensaes.
Propeigurplos celativos do qmez findo.
maio, para proceder à eaiação ido muro do seu
o reconstruir. :
do até à 4 hora Ba tarde passando a ser de
futuro ate às 11 horas da manhã.
Mandou nem r no orçamento supplementar
os reparos a ifazer na muscente de Bicca.
Mandou calar 0 edificio dos Paços do Con-
celho. :
comme ATE E 4 Etr
COMICIO PROIBIDO
no, iissolvento o vegimento de tutinte-
mo Do que
aquartellado n’aquelta cidade.
Mamilou pagar aos secretario, amanmence “e
official d’adininistração do concelho, “os seus |
E meedeu ao sr. Áutonio Bugeno de Carva- |
lho Leitão, prorogação de praso até ao fim de
Cquietol, na revessa «do Forno, visto iter de
Resolve alterar à bora marcada no artigo.
57 do codigo das posturas-que prohibe a ven-:
da de gencres por atacado nos dias de merca-
ha bastantes amos está.
mingo passado, no Mouchão, proximo da
Varzea Pequena, mas o administrador
substituto Paquelle concelho, como fon-
“damento de que a ponte que dá qugres:
so para o Mouchão é estreita e não oRe-
Ervge condições de segurança ao publico,
probibia aquela sympathica manifesta-
ção, não obstante ter-se garantido áquel-
[a anetonidade que a ponte estava sendo
reconstrutda, como hoje póde ver-se!
Este facto, que obdece a mesquinhas
questões de politica local, tmlignon, Co-
mo não podia deixar de ser, tado O po
vo sensato da formosa tainha do-Nabão.
A imprensa diaqueta cidade, tem pro-
« tostado mergicamente contra tal prepo-
|ieneia, sabientando-se O mosso colega
«A Verdades que cm suceessivos avtto
vos lem demonstrado com dados irrefu-
laveis, O que acima derçamos dito.
Politiggaices aniignas.
ESTRANGEIRO
A QUESTÃO DREYFUS
O sen coptiveiro, as Guas espe-
runças o as digiliunsões.
O vedactor do «Figaro» leve com
Dreyfus a seguinte a interview.»
— Ge tal era o clima?
>30m forno—respondeu Degas. De
dia, de 45 a 50 graus, é nunca abuixo
de 95 de noite. E isto é 0 mais extenn-
ante, porque se supporia q calor do dia
quanto se póde respirar uma ou onha
vez a brisa nocturna. Ali) não ha brisa.
Ali o fogo vibra no ar e palpita no solo. |
— Não sabia mada do que se lraba–
ava em França a sem favor?
— Nida, Nem ama palavra, ama umi-
ca palavra. De tempos a tempos renova-
yam-se os rigores da minha prisão, Sou-
De agora que esses recmuilescimentos
| coineidiam cam as declarações succes-
sivas dos miaistros da guerra. (ada vez
f leque cam subia á telbana portamentar pa-
Besekreram alguns habitantes de Tho-.
ma comrOCar UM comico para se pro-,
test contra a medida de actual gover->
ra declarar quo cm fôra justa ce tegal-
mente condemnada, sentia a vepercas-
são por intermedio dos meus carcerei-
ros. Supprinim me os viveres, a lettn-
raço desbalho. Jmpanham-me a obriga-
| lição de der lrazentos passos cem a gu-
A seunião devia elfectuar-se no do-.
lheta aos pês.
— Falava malguma das suas cartas
do receio de enlouquecer. Como é que
pôde resistir na inacção, cheio de san-
dades, sieucioso, enfermo sem livros
e sem noticias da sua sorte?
—-—Resolvera viver. Vinha esperanças
na justiça e na liberdade. As saudades
de minha mulher e dos meus filhos des-
wulam-me a alma. Pensava-no sea soffri-
mento e sentia me sem forças para re-
novar constantemente O martyrio, Noe-
céssilava continuar energico, e essa dôr
debilitava-me a vontade. Não queria vi-
ver por minha causa, desejava 0 por
causa dos meus. Sabe 0 que mais fati-
ga em lucias como a que sustente? A
resistencia passiva. Luclar como mem
irmão Mathica durante Claco amos, can-
ça e abate,/mas ao menos o esforço pro-
duz aigum resaltao, € esse resultado
recompensa. Muve-se a gente, anda, gri-
la, discute, À resistencia robustece e a
hostilidade faz duplicar as energias. À
minha vasistencia, porem, não era con-
tra este on aquelio ser. Era contra a fa-
talidade. E mais deprimente, exige um
esforço de todos os minimos da vida,
sem excepção». . Resistencia tal e 0 ca-
lor da ha do Diabo foi o a quecabou
com a minha saude,
— Bevia ter tido horriveis pesadelos?
— Ohm sim! Frequentemente: fallava
a dormir e desperlava-me a proprio agi-
lação. Munas vezus via eutão que 0 mem
surda me esptava ao pé do leito para
ouvir as minhas palavras é repelil-as ao
govermulor da dha.
— Tudo isso está passado, tornou
Huret. Que vae fazer agora.
— Niver só com minha mulher e com
os meus filhos, Sevão a minha unica
ventura sobre a terra. Ceeio que o mais
velho aimio se recorda de mim, À mais
pequena deixei-a quanto «só contava
poucos meses. Hoje não a conhecera.
Não quiz vel-os em Rennes para, não
deixar em sua alma a triste imagem da
prisão. Não se deve entristecer a imagi-
nação das creanças, Vel-os-hei dentro
de dois dias. Quera educal os pessoal-
mente. Desde que nasceram era para
mim um prazer a esperança de falar
com elles quando croscessem € formar
a sua alma. Desgraçadamento os acon-
POLHETIM
Alexandro Herculano
D Beguino
“dNão queres, pois, dvixar-me entregue á
minha estrrella?s-—disse D Leonor, com voz
“entre-de -chôrove de ternura, abraçando pelo
pescoço o pobre monarcha e chegando a sua
frente -suave-e pallida às faces afogusadas de
iD. Fernando, «te, n’uma-especie de delirio,
“glhava espantaio para elle.
««Não, não! Niver «comtigo on morrer com-
itigo. Cairei do throno oustu subirás a ele.»
Am sorriso quasi imperceptivel se espraiou
«pelo «rosto de “Leonor Telles, que, recuondo e
“tomando uma postura resóluta e ao mesmo
Lempo de resignação, proseguiu com oz den-
ta mas firme:
«Então resta 0 fugir.»
«Fugirls— exclamou el-rei. E só esta pála-
ra era mais exprssiva que narração bem ex-
úensa dos itrozes martyrios que o malaventt
ado curtia nO coração irresoluto, mas gene-
rose, com aídéa de um feito, vil e covarde
em qualquer escudeiro, vilissimo e torpissimo
n’um rei de Portugal, em um neto de Alfonso
W.
Elrei olhou para ella nm momento Era se-
reno o seu rosto angelico, semelhante ao de
mma d’essas virgens que se encolram nas illu- |
minuras de antigos codices, o segredo de cu-
fazer resurgir, O mais experto physionomista
dificultosamerite advinharia a megrura d’alma
que se escondia dobaixo das puras e candidas
leições de d Loonor, se não fussem duas rH-
| xas que lhe desciam da fronte e se uniam en-
tre os sobrolhos, coutrahindo-se e deslisan-
do-se rapidamente, «come as vesiculas peço-
nhentas das fruces d’uma vibora.
dão ao algoz,
pel e atirou com ella aos pés do beguino, que,
de mãos cruzadas sobre o peito e os olhos
semi-abertos eravados na abobada do aposen-
to, parecia extatico ecengólfado nos pensa-
mentos sublimes do ceu.
recompensa
saír fugitiva.»
medulla do ichacorvos, cujas pernas vacilla-
que uniu imediatamente ao peito debaixo do
escapulario, lhe restituiu 0 vigor natural.
do, no escabello unico do aposento, eo seu
jos toques, perdido no fim do seculo decimo ;
quinto, a are moderna a muito custo pêde |
«S ja, pois, assim! Eujamoso —miurmurou |
D. Fernando como lom e gesto com que 0,
supplíciado daria do alto do patibilo o per,
P, Leosor tirou do largo cinto com que,
apertava a airosa cintura uma bolça de ouro-.
«Vinte dobras de D. Pedro por teu soldo,
beguinos winte pelo teu silencio. O resto da:
têl-o-has um dia, se a adullera |
atravessar triumphadora o portal por onde vai,
O rir alfeval de que estas palavras foram |
acompanhadas fizeram correr um calafrio pela
ram. Mas o contacto das quarentas dobras, |
dil-rei havia-se assentado, quasi deslulleci-
1
Luma Taixa Lrémuta,
aspecto demudado infundia ad mesmo Lempo
terror e compaixão. Quando o beguino, ale-
vantoa à Deiça, D. Feruando fiou n’elle os
úlhos e estendeu à mão para o neposteiro,
sem dizer palavra.
Frei Roy curvon a cabeça, cruzou de novo
as mãos sobre o peito e, recuando né à por-
ta, desappareceu no corredor escuro por on-
de entrara.
– Apenas os passos tentos e pesados do icha-
corvos deixaram de soar, DB. Leonor encami-
nhot-se para uma janela que dava para um
vasto Lercado € afastou a cortina que servia
durante o tia de mitigar a excessiva luz do
sol. À noite ja em meio do seu curso, como 0
indicava 0 mortiço das tochas, que mal alt
miavans o apo-ento, e a lua, já no mingeante,
começa a sabinr na abodada do Hrmamento,
mergulhando no seu clarão sereno o brilho
esgitendido das estrellas. A janela estava a
berta, e o escabello del-rei ficava proximo e
| fronteiço; o luar batia de chapa no resta bello
etristo de D, Fernando, que, embebido no
seu amargurado sesmar, parecia alheio ao que
passava à roda Seile e esquecido de que lhe
restavam poucas bras para poder levar a cabo
a re-clusão que tumara. Leonor Telles, escos-
tada ao mainsl da janela, poz se a olhar al-
tentamente A cilude dormia,é apenaso ladro
de algus cão cortava aquela especie de zum-
pido que € como respirar noclurao de ma
grande povoação que repousa. Lá em baixo,
semelhante a uma ponta
de luz, cortava obliquamente o Tejo, d’onde
mais lurgo se encurva pela margem esquerda. |
Os mastros de milhares de navios, empare-
lhados com a cidade, desde Sucavem até O
promentorio onde campeava, fóra dos arrabal-
des, o mosteiro de 8, Francisco, formava
uma especie de Goresta lançada entre a cida-
de e à sua inmensa bahia, Desde o terrado
para o qual davs a janella até 0 rio, O bairro
dos judeus, pendurado pela encosta ingreme é
fechado com travezes e caleias nos topos das
ruas, desenhava uma especie de triangulo, cu-
ja hase assentava sobre o lanço oriental da
muralha mourisca, e cujo vertice, voltado pa-
ra o occidente, se corvava com a synagoga,
abrigada à somhra do vulto disforme da ca-
thedral, Pouco distante do terrado, entre o
palacio e a judearia, a claridade da Iva batia
de chapa em um terreiro irregular, rodeado de
mesquinhas e meio arruinadas casas, que pela
maior parte pareciam deshabitadas. No meio
delle, 0 que quer que era se erguia semelhan-
te ao arco de um portal romeno, Parecia ser
uma runa, um fragmento de edificio da anti-
ga Olisipo, que esquecera alli aos terremotos
ás guerras e aos incendios, e ao qual fioal-
mente chegara a sua hora de desabar, porque
uma alta escada de mão estava escostada à
verga que assentava sobre 0s dois pilares la-
teraes e os unia, como se alli a Livessem pos-
toy para, em amanhecendo, os obreiros pode-
vem subir acima e derribarem-no em terra.
Era para esse vulto que D. Leonor se pu-
sera q olhar atentamente.
Depois voltou o rosto para el-rei, que, com
a cabeça baixa, os braços estendidos é as mãos
encurvadas sobre os joelhos, parecia vergargar@@@ 1 @@@
i elrica; ermte-se,
dE
e E
tegimentos não (puizeram que fosse
sim mas espeto recuperar o tempo per-
dito.
A entrevista acabon pouco depois,
tendo Droylus dito que não sollicilara o
indulto mas que o accena agradecido é
que não sahirá da França para que
quaesquer manifestações que lhe sejum
feitas no extrangeiro não redundem em
despresligio para a sua palria,
Pinhan=se chegado a Avignon, e em-
quanto Deeyfas parta para Carpentras,
Hurel regressava à Paris, à fim de es-
grever a sua sensacional entrevista, para
o «Figaro». entrevista que diga se de
passagem constitui wum verdadeiro suc-
cesso joraaiistico e prejudicou até a jm-
pressão da nova carta de Zola publicada
w’esse mesmo diz pela » Aurore,»
*
A curta de Zola a madame
Dreyfus
A extensão da carta do grande ro-
maneista ao condemnado de Rennes im-
pede-nos de a lranserevermos por com-
pleto. Por isso nos limiliremos a adar
alguns dos seus trechos.
“0 dustre eseriptor deplora, em mais
esse decumento do seu alo espirito,
que o governo um grande paiz, como
a França, se resignasse por uma desas-
trosa fraqueza a ser misericordioso quan=
do deveria ser justo. Entretanto, consi-
dera o dia do indulto como um dia de
victoria e de alegria para o seu coração,
o na imaginão, O commevente
iulro do regresso do maldito ay selo
do familia, onde q esperam, além do
amor da sua nobre companheira, o alfe-
eto de seus filhos.
Hotretanto elle—assim o deglara,—
combaterá, coma plalange de espiitos
que proseguem o mesm fim, alarefa a
velhab litação de todos os paizes perante
a jniquidade praticada em Rennes se
lhe afigura como o mais adnmnvavel que
a Historia possa fornecer,
Chegado aqui, exelama:
«Não ha gloria, não ha exaltação superior
Quasi nos inclinamos a perzuntar para que
serve uma rehabilitação legal, uma formula
de inngcencia juridicr, depuis disto, quando
pão se eucoutra no universo um unico homem
honesto que não esteja já convencido dessa
innocencia, E este innoceute, ello tran-f r=
AS- |
GAZETA DAS PROVINCIAS — CERTA
mado no symbolo da solidariedade humana
dum ao outro extremo da Lerra, A religião
do Christo leven quatro seculos a formular-
se, a conquisiar alzumas nações; a religião
do innocente condemnado duas vezes dem,
subitamente a volta ao mundo, reunindo n’u-
ma immansa unanimidade todas as nações ci-
vilisadas. Procuro em toda a historia um mo
vimento similhante de frateroidade universal
e não o encontio. O innocente condenado
duas vezes [ez mais pella [ralernidade dos po-
vos, pela idêéu de fralarnidade e da justiça,
do que cen annos de discussão philosophi-
cas, de Lheorias humanitarias. Pela primeira
vez, em todos os tempos, a humanidade in-
tetra soltou un grito do libertação. sem uma
revolta de equidade e de gencaosidade, como
se não formasse senão um) povo, O povo unico
e (ralernal sonhado pelos poetas.»
Depois, Zola constata que o Lriumplho
da causa de Droyius, ganha perante Os
espiritos justos, se leve ao exforço da
Inteligencia ao serviço da justiça, & ac-
crescenta:
« E somos nôo ainda minha senhora, somos
nÓs, 08 poetas, que pregamos os culpados ao
eterno pelourinho. Aquelles que nós condem-
namos, são desprezados e apupados pelas ge-
rações. Ia menos criminosos, aos quaes appli
camos 0 estigma da infamia, e que d’ahi em
diante não são mais do que jmmundos destro-
vos na sequencia das edades. A jn-liça unica-
mente reservou-se à applicação deste castigo,
encarregou os poctas de legar à execração dos
seculos aquelles cujos maleticios seciaes, cujos
crimes, por serem demasiado grandes, esca-
pam aos lribunaes ordinarios.»
Zola conclue assim:
«Terminando, digo-lhe minha senhora, que
pode confiar nos bons cidadãos que. fizeram
com que seu marido, fôsse restituído à libsrda-
de e que hão de fizer que lhe seja restituído
a honra. Nem um só desertará do seu posto
de combate. Sabem que Iuctam pela patria lu-
ctando pela justiça. O admiravel irmão do in-
nocente dar-lhe ha de novo o exemplo da co-
ragem.
«E visto que não podemos, dum só
“golpe vestitair-lhe o ente amado, livre e
lavado da accusação calumniosa, só Ile
pedimos atnda um pouco de paciencia,
esperando que seus filhos nao crescerão
sem que, em breve, o seu nome esteja
puro de toda a mancha.
e E
Regressou d Elias, 0 nosso amigo sr, Da-
vid Nunes e Silva hall pyrothechuico,
—— CEA FAIA NELA E
Esteve n’esta villa o sr. Manoel Antunes
Clemente, d’Alvaro.
29 DE SETEMBRO DE 1899
Secieneias & Letras
OIE, são estrangeiros quo esttilam
E e estimam a nossa antiga Iilera-
tura: nós não. À crescente é hoj quasi
total desnacionalisação do espirito pu-
blico € 0 facto mais consuleravel ida nos-
sa psyebologia colleeliva, nos nllimos 50
amnnos. Os da actual geração, pode di:
Zev-8e que, pe lo pensar, pelo sentir, dei-
xaram já de ser pornguezes. Ha por
do, iustentdo, que conbece mais on me-
nos Moleêre, Racine, Voltaire e até Ra-
belajs e Ronsard, e que nunca deu um
auto de Gil Vicente, uma canção de Ga-
mões, uma egloga de Bernardi Ribeiro
ow de Bernardes, uma carta de Perreira
ou de Sã do Miranda,
Os que conhecem um ponco intima-
mente a historiw das revoluções portu-
guezas resto seculo (não fallo só das
politicas) e leem cefletido sobre ella,
acharão facilmente a explicação deste
facto, é mais que a explicação a necessi-
dade delle, Mas nem por isso deixa de
ser cousa Iriste de considerar este abys-
mo de esquecimento, que se abre
vez mais largo entre o pallido, anemico
e inexpressivo Portugal de hoje e aquel-
le seu grande ao cuenta: 0 heroico, pil-
toresco e inspirado seculo XVI A falta
de sentimento nacional poderia, alé cer-
to ponto (no que diz respeito, ao estudo
da nossa antiga literatura) ser supprida
pela RECO historico, pela curiosida-
de critica e ephilologica», como dizem os
alemães: mas a decadencia dos estilos
históricos tem vindo acompanhando «pari
passu> a decadecia do sentimento nacio-
nal, sem que un ponto de vista mais largo,
puramento sejentifico, viesse, cono em
França, por exemplo, substituil o eficaz-
mente, para compensar aquella [alta, pe-
lo menos na esphera da inteligencia e
do gosto.
ANTHERO DO QUENTAL.
*
Em Portugal ba só tres mdnstrias:
agricultura, Dirocracia e brazileirismo,
%*
Com o intento de resalvar o filho da
vingança do João Gaio e esperar que o
cada.
tempo eonjurasse o perigo, pedin Balbi-
na com muitas lagrimas à Roberto que
mandasse o Arthur ps Coimbra, e con-
tou lhe tudo, «Se elle com poncos estu-
dos já é Lão pato que deshonrou a pri-
ma e não quer casar com ella, que lará
quando fôr doutor 2». Esta refutação no
analphabeto Roberto Rodrigues é a con-
demnação da instrmeção primaria como
inotil para se pensar e exprimir-se com
acêrio. Ha homens sem ressaibo de lettra
redonda nos quaes Deus Incule infusões
ali mio rapaz inleHigente e, a sei mo- |
de logica, Elies dão ares de subir do
Genaculo, a evangelisar conceitos im-
mortaes. Sim meu velho Pi wilngues! se
aquele patife com um pouco de francez
de Laplace e um pouco de latim de Tito
Livio, ainda estranho á Rhetorica do
Uardoso e á Logica do dr. Doria, des-
bontava à prima com perfida promessa
de cazamento, que faria depois, ao sabir
do póço da sciencia, a escorrer pus de
corrupção e pandectas de todo elle, à
porporção da sabedoria? Pizeste muito
bem, honrado laveador, emeastigar assim
o filho de Leu compadre — fizeste muito
bem !
CAMILLO CASTELLO BRANCO
—— aero (pi
PENSAMENTOS
As? grandes alegrias (azem chorar, e as
grandes dores lagam sarvir.
x
A muzica é o mais caro de todo os ruido,
»
Un vissionario casada é um homem morto
a bordo de um núvio em tormenta, os. filhos
são as barras de ferro que lhe amarrent o cas
daver para ir muis depressa ao fuudo.
Ed
À poesia, é a verdade endomingada,
TYPOGRAPILIA
CSZETA DAS PROVINCIAS
CERTA
= Ad Pura
POTi preços diminutos acceita,
encommendas de impressos oflãie
cines, factura, bilhetes de visita,
participações de casamento, cil’=
culares, prospectos, curtazes,
etc. ote.
sob a peso da sua amargura: contemplon-o
com mm gesto de compaixão por alguns mo-
mentos, é estendendo para elle os braços, ex
clamo:
«Fernando!»
Havia no tom com que foi proferida esta
unica palavra um mundo d= amor e voluptuo-
sidade; mas, no meio da brandura da voz de
Leonor Telles, havia Lambem uma corda as-
pera; alguma cousa do rugir do tigre.
El-res deu um estremeção, como se pelos
membros lhe houvera coado uma faisca ele-
atirou-se a chorar aos bra-
cos de Leonor Telles,
«Amaunha—disse elle com voz alfogada
—o rei mais deshonrado da christandade se-
rei eu: O cavalleiro mais vil das Hespanhas
será D. Fernando de Portugal. Que me resta?
Só o teu amor; mais nada, Porque não me
pedem antes a corda real que para mim tem
sido corda de espinhos? Dera-a de boa von-
tade. Oh Leonor, Leonor! serias a mulher
mais perversa, se um dia me atraiçoasses »
Um beijo da adultera cortou as lastimas
d’el-rei. À formosura d’esta mu’ber tinha um
toque divino à claridade da lua. D, Fernando,
embriagado d’smor, esqueceu-se de que pou-
cas horas lhe restavam para fugir de seu po-
vo enganado e ludibriado por elte,
«Fernando!—proseguiu D. Leonor—jtra-
So ainda uma vez que serás sempre meu, co-
mo eu serei sempre lua,»
Dizendo isto, alfastou o braudamente de si.
«Juroo uma e mil vezes pela fé de leal
cavaleiro que até hoie fui. Juroto pelo ceu
que nos cobre. Jurotlo pelo: ossos de mem no-
bre e valente avô, que alli dorme juneto do
altar-mór da sé debaixo das bandeiras inheis
que conquistou no Salado. Jurol’o por mais
que ludo isso: jurolo pelo mem amor!»
«Bon esta, rei de Portugal atalhou D.
Leonor. — Agora só uma cousa me resta para
te pedir. Não é favos; é justiça.»
eNão me peças Lisboa, que essa sabe Deus
se tornará a ser a minha,. rica, povoada e fe-
liz, como eu a tornei, ou se repousarci ainda
a cabeça nestes paços de meus antepaesados,
passando por cima das ruinas d’ella! Não me
peças Lisboa, que talvez âmanhã deixe de me
chamar seu rei: do resto de Portugal pede-me
9 que quizeres, »
«Quero que me dés as minhas arrhas: que-
to 0 preço de meu corpo, conforme foro de
espanha » É
«Villa-viçasa é alegre como um horto de
flores, e Villa-viçosa dart’a-heien O castelo
d’Obidos será Leu. Cintra pendura-se pela
montanha entre lençoes d’aguas vivas, € respi-
ra o cheiro das hervas e flores que crescem á
sombra das penedias. pódes ter por tua a Gin-
tra. Alemquer é rica no meio das suas vinhas
e pomares, e Alemquer te chamará senhora.»
«Guarda as tuas villas, D Fernando, que
eu não Vas peço em dote quero, apenas, uma
promessa de cousa de bem pouca valia.»
«De muito ou de pouco, não me importa.
Dar-te-hei o que me pedires.»
D. Leonor estendeu a mão para a especie
de portada romana que se erguia solitaria no
meio do Lerreiro deserto:
“É alli que tu me darás o preço do meu
corpo, se um dia a cerviz da orgulhosa Lis-
boa se curvar debaixo do teu jugo real.»
Elrei lançon um rapito volver d’olhos pa.
ra onde Leonar Peiles tinha o braço estendi
do, mas recuou horrorisado. O vulto que ne-
grejava DO veio de Terreiro, era o patibulo
popular e peão: era a forca, Letrica, Lemerosa,
mnaldicta!
«Leonor, Leonon!-— disse e] rei com som de
voz cavo é debil=-porque vens misturar pen-
samentos de sangue com pensamentos amor!
“Porque inlerpões um instrumento de morte e
de alironia entre mim e Ui? Porque preferes o
frueto do cadafalso às villas e castelos de
que te faço senhora? Porq: mw lrocas a esloia
do clérigo que ha-de unir-nos ie lo baraço as-
pero do algaz?»
“alRei de Portugal! re pondeu a mulher de
João Lourenço da Cunha, com um brado de
furor—ainda me perguntas porque o faço? Tu
nunca serás digno do sceplro de tew pae!
Queres sabvr porque ajuncto pensamentos dé
sabgue à pensamentos d’amor? E porque es-
ses de quem eu 0 peço pediram tambem o
meu sangue- Queres saber porque interponho
entre mim e ti um lostrumento de morte e de
afronta? E porque o Leu bom povo de Lishoa
quiz tambem imterpô entre vós a morte e sa-
ciar-me de alirontas. Queres qua te diga por-
que prefiro o fructo do cadalalso às villas e
castellos que me oflereces? É porque para os
animos generosus não ha verer vincanças por
ouro. Vingança, rei de Portugal, te pede em
dote a Lua noiva! Jura-me que um dia os teus
vassallos que me perseguem serão tambem
perseguidos, e que essa vil plebe que cobre
de iujurius & pragas é meu nome porque te
amo, o amaldiçoem porque levo os seus cau-
dilhos ao patibuio. Este é o preça do meu
corpo. Sem esse preço a neta de D. Ordonho
de Leão nunca será mulher de D. Fernando
de Portugal.»
| E comum braço estendido para o logar sem
nome do supelicio e com o outro curvado, co-
mo quem alfastava de si el-rei, esta mulher
vingativa era sublime de atrocidade.
«Tens razão, Lconor—disse por im D: Fer-
nando, depois de largo silencio, em que os
alfectos inconstantes do seu caracter voluvel
mudaraoy gradualmente, —Tens razão. A futu-
ra rainha de Portugal terá o seu desageravo:
as linguas que te cifenderam calar-se-hão para
sempre: os corações que te desejaram a morte
deixarão de bater. No meu throno, até aqui
de mansidão e bondade, assentar-se-ha, a crue-
za. Com Judas o traidor seja eu sepultado no
inferno, se faltar ao juramento que te faço
de lavar em sangue a tua e a minha injuria. o
A estas palavras, o aspecto severo de Leo-
nor Telles mudou-se em um sorrir de inexpli-
cavel doçura.
«Ah, como Le hei-te amar semprelb»—mur-
murouw ella E estas palavras calam dos seus
labios meigos e suaves, como o arrulhar de
pomba amorosa.
Um beijo ardente, que sussurrou levado nas
azas da brisa fresca da noite, sellou esse
pacto de odio e de exterminio.
| (Conclue)ue)@@@ 1 @@@
EXTINTA DAS PROTINGIAS CERTA: 29 DE
rena Era bg ia
4
Cie
4
SETEMBRO Di 1899
amarrar ima
Rss =
FEDE. GAM PEQUEN
Celehra-Se com todaca pompa no do-
mivzo, naquela vilha,a testa de Nossa
Snhora do Rosario, devito so empenho
do nosso amugo seo Jonquim Vidigal,
Sobe ao pulpito o rev Josê Lopes,
emjos iotes de orador comsclencioso al-
firma mais Uma vez:
A a
JA sabiram para Coimbra. os meninos
Custodio e Armando filos do mosso
at (go sr. Jusé Custodio Martins Vidigal,
E x
DpoE Sm ei É :F R : :
Está em Podragam Pequeno,o sr. Jo!
Pereira Vialigal,
*
7
se
INGLATERRA E TRANS»
NV AA
A atitude resolula doc presidente do
Estudo Livre de Orange Lem produzido
viva ieriiação ma diglaieita-s it
A iniprensas fazeudo-se echo dessa
ienação, iucilao-goverio com a pralor
energia, Esdt
Enirelumto. o que se deprehende da
lmevagem dessa mesma imprensa, é
que a perspectiva da guerra jánão: é
enenrada vom a niesma segurança arle-
POr,
Acao
prececupar ainda os mais furiosos «jin
gostam. ab e
Até nos jornaesímais setas Aspatti-
cu de Chianbériaiy so peconhere uma
certa hesitação, € 0 e Timeso anda que! RR
E vi Dal vecobem pelo cofre do municipio no dia.
deelarmulo não se dever, cm caso do
ven panentosdehostidiades, poupar nem
homens, nam dano, Vue sempre ac
eroscontardo:
“Os Dovrs Pão corajosos “excelentes
envalleirosce Dons atitulores. Conhecem
a tetra puma a palmos possten tuna
ududravél TadiicaDe não são, pallúnto,
adversarios para despresar ce
Eu lsmbem quem digaque o minis
tro Chembertaiy DÃO quiz: provocar a
guerra, mas sim simplesmente Iotimi-
“darcos e burro, afim de cunsegnir im
por “o dominio ingles -sobro-a Republi;
cusul alricamão pass ra
“Além disso, o conimereio inglez já
“está sofrendo grandes peulas. fm con
sequenciade se lemerto rompimento te
ostihidados, minas causas cexporkuloras,
“ilus meis importantes de Eonilres, Li
verpool, Manchester o Ni weastle sus-
penderam as suas remessas para a Afri-
ea do Sul,
Por sua parte, os colonos. inglezes
do Cabo mostram-se tambem muito dn:
quietos.
Corre allio boito de-que os «boers»,
“imies no seu proposito de resistir a to
(do-0 Iranse lencionam envenenar os rios
e os manangiaes de que possam utili:
sar-se-as tropas inglezas, e-que tambem
vão-minar-com «lynamite os principaes
cuomintos da fronteira,
Hesoluções e opiniões
Tudo laz prever que o Estado Livre
“de Orange se lançará na lucta so lado
«dos bogrs.
4 por isso, em Inglaterra, tolos os
jornaes-devolados a lord Chamberlain
não «ocenltam a sua surpresa e -a sua
“nutignação,
«O Estado Livre Orange embarcou
Wuma aventura, dizem elles de que-não
sahirá ileso.
Uns-periodicos dizem tambemque o
tom da vesposta do presidente Steyn fa-
xá decerto com gue o governo nglez |
“da fprreira
to Ore não deixa de:
| doplique as fárças que vao enviará Abi-
ca do uti.
À «Samt Janes Guzelica diz que o
vesgltido da guerta está comprometido
e leuça om grito dalsmme, prevendo no
futuro as neonvegrentos de unia guer-
ra demorada, dispendiosa é talvez qn
Lerminaver.
No Lrmeguat, producit agradavel
impressão a aliado assanida pelo Es-
talo Listed Orange, ge
a
SESSÃO DE CAMARA
PU ato Setembro
Prosidoncia do sr, Francisco Amei
Mary -—Versadores preson-
tos us are João da Silva Carvalho, José
Alves Cerca é Francisco Fara Devia
Lottão. Ein a
Preseote o se. administrador do con-
celho,
— Procodba so, perante os dignos farol:
talivos do partédo. parócho € regedor da
freguesta do Castelo, à Ispeeção do
maticobo Mandel filho de Manoel Cae
fato edu Mora da Conerição, dos Car
valhos, torinscado no presente aro pa-
vao rerrnsenmento nulitar,o qual dem!
do à sas deformidade physical e mami
fasteções psyolicas não: póde cimipate
ve do jutita regimental dmapreção.
— Mandou satisfazer à companhia do
credito pre had portugues a 25.” prestar
cão do emprostimio coutrahido por este
! muinCipio, “
> Mauo pager dos empregados que
Ed ouinliro- bs seas vembimentos pole
pontos a ustecmioz prio tdi
Ê q e – É
KALENDARIO DE SETEMBRO
Sextalolta | 61/15/22] 29
Sabino! 9» 01 10123 re
Bune so 9 +04 17 2h) —
Segimida-leira 14444 | 18) 254 —
Peega dora 54 129 )9 26] —
Quarta deita 6113/20/27) —
Quinademra [7/14/24] 287 —
“5 EL novacás dd ho Atom. dam,
120. cresci, ás 1 bo e 17 im. dam.
30 LD. chem-ás 4h. Alm. dam.
26 0 mnr. às [he 20 m. dat.
SERVIÇO DE, DILIGENCIAS
Da CERTÃ a THOMAR (via -Sernache de
Bontiartim, Vallos + Ferreira do Zezere). Sao
He da Certã ás Yharas da larde e chega
Tironir ds 9 da noite. Sabe de Thomar às
da manha e chega à Gertã 12 e meia da tar-
de,
Da CERTA a/PROENCA A NOVA. Sahe da
“Cortã 44 e meia da tarde e chegaProença
às B da torde; Sabe de-Proença às D da ma-
uhã echega à Certãas 9 e meio da manhã.
psta ciligencia comunica com a de Proençá
à Castéllo Branco
pa CERTA a PEDROGAM PEQUENO. Sa-
“he da Certa à 2 da tarde “e chega a “Pedro-
“auras 5 “e meia da tarde; Sabe de Pedro-
cam às 7 da manhã e chega a-Certa ás “10
da miauhão o
ANTNUNCDCIOS,.
e me
“O AMANTE DA LUA
Iradueção de Silva Moniz
Decimoquinto volume da “colecção, illus-
trado com magnificas gravuras, fo réis por
semana em Lisboa Porto e’Goimbra.
Nas-proventias, fasciento de 96 pag. 120
rg: de-lres: tm lites semanas,
ctes objectos: Eli relosiu ago
PESA DEANANDAD
Wee nda entiata
PNCADENDDa
CRRBÃo 20
Bpei da Conceição Ramalho-
sa, com oficina de encadermaas
dó, encarróogueseo de todos os
serviços concorrentes à esto arm
te, Por preços modicos tanto mM
esta villa cono fora, pura o que
tem material apropríido.
a | | TRI
qa: [UM | |
Di TELA) PEDI : 4
Vende Se uia (quais U nova epetenra «Rovers,
preumabica.
Neta redução ve dão referencias
1
pai!
COLLICOÃO DE PAULO KORE”
A sspretura cxtraordinaria
eacijas Cu pune pravúra: ;
Aos navos nesignanies da COLLECÇÃO DE
maraos, Libanio & CS
Em brindo no valor de 4$990 rs.
A e-culha do cascignante, entre os seguin-
Um maguilico
binoruio. «O crime da sociedades, sensacio-
al romoner de João Chagas. E É
Eisboa: Eivrasia Wiitora Guimarães, Liba-
io AG Sua de 9, Roque, 410.
Porto; Livraria & Lavares Martins—S, Cle-.
pisos PO
VIGAPSULAS TORNIFUGAS
Prepradas por Mancel Sinões Castanheira
Pharma etica Pedeooam Grande.
Mósias cnpsuliis, dO preparar
ção inseiripaento vegetal, são
alta Siivito nmeguro eim
falivei para oxpulsal sy tos
“mis (bicha soliiuria), como
Bo prova por alguas i=
tostados imelicos |.
PREGO DO FRASCO 800 REIS
Desconto aos ses, pharmacenticos
TODO O MUNDO PHOTO-
GRARHO ! Si
LEBATANT = Appovelho photo “rahico de.
mão, * chapas, Z-eyassis, | pecole
de papel, | lrasco revelador, e 1 frasco de vi-
ragem-lisogem = Preço 1,8000 reis, pelo cor
reto LAT0O0 rei= == Cada chassis supplementar,
04) reis.
LE COMPLET — O «mesmo apparelho: com
tudo em mais quantidade e utensilios para) la-
baratório, Preço 24500. reis, pelo: corteio
28600 reis
Completo e vacilo sortimento de nraterta!
photogeashica==Pedidos à PAPELLARIA CEN-
QRAL de Francisco Bargos-—=2 Rua do Viscon-
decda Biiz-—Coimbra.
IMPOSTO DO BELI,|»
Carta de Lei da 29 de julho de 1899 com
ae resueelivas Labella e PORTARIA de 5 de
ásusio carrente, esclareceêndu-as.
Exiçao em bom papel) cudidasamentec te
zisla é impressa sob a direcção de um Juceio-
nano pratico.
“Recumimenda-se, porque a sua clareza € Ei-
tidez a torna superior a muitas outras, facili-
tando a procura de qualquer verba referente a
determinado objects e costen io no. final umas
paginas em lranco para referencias e annota-
DOES
Promette-se publicar e distribuir 1 dm do
anbo corrente um SUPPLEMENTO com todos
os diplomas que sobre o imposto do sello lo-
rem-publicados até lá, duvidas que a pratica
suscitar, opiniões anclorisadas e quaesquer
arestos de interese para a boa interpretação
do lei, t
Será enviada a quem remmetter em vale ou
carta a quantia de 200 réis
O SUPLEMENTO, porém,’sú será remmet-
tido 4 quem envir 40 réis para elle. Em troca
mandaremo- una senha que dará direito re-
quisital-a se vo principio do anno de 1900
udo liver dois enviado.
Pedidos e correspondenmasobre qassu mpto
a JOSE MARQUES NUNES DA COSTA Es-
envão e Tabela ==BVORA.
PoS.= Moo convira cevoir no mesma re-
quisição mais de wm exemplar, enviando a sua
importancia em valhe ou curta registada para
| evitar extravios.
100 RÉIS o foscculo de 80 paginas, ou 72
PAULO KOCH úherece a Livrarin lditora Gui–
ATLAS
DE
GEROGRAPUIA UNIVERSAL
DESCRIPIIVO E UNIVERSAL
Publicação mensal
Contendo 40 mappas-expresamenre
‘gravados é impresssos a cores, 170 pagi-
vas de texto de duas colamnas e perto de
300 gravnras representando vistas das
principaes cidades monumentos do mun-:,
do, paisagens. retratos de homens cele-
bres, figuras, diagramas, ele.
Ea primeira publicação que nºesto ge-
| neve se faz nonosso paiz, Fodos os mezes
será distribuido im fascículo contendo u-
ma carta geograbica. cuidadosamente
cravada e impresavarcores um folha-des
48 pagas de texto 2 columnas e 7 ou
cuvmas, e uma capa pelo preço de 450
reis pagos no aelo da entrega, 1 vo
RUA DA BOA-VISTA 62, 1º D
LISBOA
PIROTHECHNICO
) CERTA
Bavid Nunes e Silva, com officina de
pysothechnia, cndarrega-se formecer, pa-
raqualquer ponto do paiz fogo artifício,
| cem promptidão e garantido acabamento,
“Nasua oficina encontra se sempre um
grande-e variado sortimento de fogo de
estoiros, é foi bella. que sahim o, fogo
queimado nos centenarios:- ANTONINO
“* GUALDIM PAES – e da INDIA, (n’es-
te sómente de estoiros e-balões). cujo
effeito tem sido applaudido pelo publico
etmprenso,
PREGOS SEM COMPETENCIA
ANTONIO LINO NETTO
PRINCIPIOS NOVOS
DA’SCEIHNCIA CREMINATM
“IMPRENSA DA UNIVERSIDAEE
COIMBRA
HISTORIA ao
DOS JUIZES ORDINARIOS E DE PAZ
: POR
Antonio Lino Netto
Bacharel formado em directo e secio elfectivo
lastitu’o de Coimbra
Vende-se na livraria França Amado
=— Coimbra. Preço 400 reis. —
IST ATT RITITI TI SSI SIDO
ALPFALIATERIA — COSTA
Encarrega-se de fazer todo O serviço
concernente à sua arte, tanto para esta lo-
calidade como para fora. Garante-se o bom
acabamento e toma medidos em qualquer
ponto desta comarca.
o Preços sem competencia
CERTÃ- RUA DO VALLE 62 —CERTA
CENTRO COJEMERCIAL e
Luiz da Silva Dias
CERTA
Completo sortimento de fazendas de
algodão, lá linho e seda, mercearia, fer-
agens e quinquilherias, chapeus, guarda
rehuvas e sombrinhas, leços, papel, gar-
rafões, relogios do sala, camas do fervo
e lavtorios, folha de Flandres, estanho,
chumbo, deogas, vidro em chapa e obje-
etos do mesmo, vinho do Porto, licores e
cognac; livros de estudo e litlerarios, ta-
bacos, etc, Preços extraordinariamente
baratos e sem competencia,
Agencia da Companhia de Seguros:
—PORTUGAL.
RETRATOS-=Tiram-se em diferentes
tamanhos desde 800 reis duzia, garan-
tindo-se a sua perfeição e nitidez,
Encarrega-se de ir livar photograghias
a qualquer ponuo deste concelho, medi-
ante ajuste especial,
1 a 7,PRAÇA DO COMMERCIO, 1 à 7RCIO, 1 à 7