Eco da Beira nº62 02-01-1916

@@@ 1 @@@

 

Certa,

 

 

e
Pede

2 de Janei

 

Assinaturas:
ADO rss dos dd o e 120
Semestre. o. ae o
Brazil (moeda brazileira). .. 5000″

 

Anuncios, na 3re 4.* página 2 cen-
tavos a linha ow espaço de linha

 

EA

 

b

 

on

DA REPÚBLIO:

 

 

 

| A chamada brandura dos:nos-
soscostumes: eo maldito sestro
de adiarmos para o dia seguinte
o que deviamos fazer hoje, são
coisas que imensamente nos teem
sempre prejudicado, tanto na vi-.
da doméstica: como na-vida pú-
blica; São vícios velhosde-tem-
peramento e de educação. Mas
os vícios corrigem-se e os tem-
peramentos tambêm…

Se logo após a implantação
da República se tivesse cuidado
a sério e a fundo, não só em re-
fundir toda a legislação obnóxia
-do regime deposto em 5 de Qu-
tubro, mas tambêm em decretar
leis firmes de defesa da Repúbli-
ca, teriamos, de certeza, evitado
muitissimos desastres e revezes.
que teem perturbado seriamente
a marcha regular do regime
actual.

Não seriam fáceis as ruinosas |

aventuras do condottieri Paiva
Couceiro, não teriam, porventu-
ra, sido possíveis as antipatrioti-
cas intentonas de miseráveis a
soldo de monarquetes desnatu-
rados, de jesuítas e da Alema-
nha, e ter-se hia evitado, de se-
guro, o espectáculo vergonhoso
e ignóbil duma legião de fúncio-
nários do Estado achincalhar
pública e descaradamente a Re-
pública e os. seus homens. mais
eminentes e nais dedicados:

“As lições da história deviam-
-nos ter servido de exemplo efi-
caz. Não há. aprendiz de filoso-
fiada história que não saiba que.
os fenómenos históricos que se
repetem: Muito melhor o deviam
saber os homens que forinaram
o Govêrmo Provisório, e depois
todos. os outros; que se. lhe se-
guiram.: Não era: laisser faire,
laisser passer.

“Governos que sucedem às vio-
lentas transições de regimes pre-
cisam ter mão suave, de acôrdo,
mas absolutamente firme. E sem-
pre que assim se não faz, dá-se
exactamente o que se tem visto
em Portugal desde 5 de Outu-
bro de:1910, o: que sucedeu em
Espanha, na República de 1873,
com a nefasta ditadura de Cas-

telar, e desastres como o da Re- “

pública de 1848, em França, E”.
que os Lamartines e os Castela-
res podem ser notabilissimos
oradores, eminentes prosadores

e grandissimos poetas, mas po-

 

E não ter envergadura de es-
tadistas.

– Não queriamos de modo ne-
nhum, aqui reproduzidos os se-
veros exemplos da primeira Re-
pública francesa, mesmo porque
já não são possíveis, no século

XX, os Marat, os Danton, os –

Robespierre, mas. não queria-
mos tambêm, por princípio ne-
Ahum, a cobardia ignóbil que
tornou possível a mais vergo-
nhosa, amais repelente ditadu-
ra-de que. resa a história. portu-
guesa — porque foi peor do que
a de João Franco — a ditadura
Pimenta de Castro. Porque o
caso é que a monarquia esteve,
não de direito, mas de facto, res-
taurada em Portugal, durante o
consulado nefasto dêsse general,
simultaneamente personagem de

opera comica e personagem de
tragédia.

De opera comica, quando di-
zia que o seu programa se cifra-
va em pegar na lei e andar pára
diante, andando para traz; de

tragédia, quando provocava, com .

os seus Crimes politicos e de le-
sa-pátria, o 14 de Maio, muito
mais terrivel e sangrento—como
todos sabem-—do que foi o 5 de
Outubro!

Não estamos declamando. Es-
tamos expondo factos ‘de uma
esmagadora eloquúência. Veem
êles a proposito da formidável
celeuma que certa imprensa, por
todos. os titulos suspeita, e por
certa gente não menos suspeita
— incluindo alguns ex-republica-
nos; hoje. .eivados de avariose
monárquica — para aí levantou
com a promulgação da lei de
separação dos funcionários ma-
nifestamente desafectos às insti-
tuições que hoje por felicidade
nos regem, e agora com a lista,
ultimamente publicada, de ofi-
ciais e – funcionários separados
por serem declarados inimigos
da República.

Calcule-se o que aí não iria
agora, se o eminente estadista
Afonso: Costa, com aquela pene-
trante vista de águia que cara-

cteriza os homens de Estado, da .

sua envergadura, não tem pu-
blicado a tempo a sua famosa e
libertadora lei de separação da
Igreja do Estado, e a tem guar-
dado para estes tempos!

Como não temos espaço para

& PROPRIEDADE DO CENTRO REPUBLICANO DEMOCRATICO

 

 

 

tratar o assunto num só artigo,
“fica o resto para outro dia.

cCAbílio David

«asatitsr

Partido Republicano |
Português

Segundo informam os jornais, re-
uniram há dias em Castelo: Branco
as comissões municipais, para ele-
gerem a Comissão Distrital do Par-
tido Republicano Português.

– Segundo as mesmas informações,
como representanté da Certã, para
3.º ou 4.º substituto, teria sido. elei-
to o sr. dr. Virgílio “Nunes, da Silva,
distinção que seria muito de agra-
decer por parte do concelho dêste
distrito que maior votação deu na
última eleição aos candidatos demo-
cráticos.

Mas a informação não devê ser
verdadeira. A não ser que o conce-
lho da Certã já não faça parte do
distrito de Castelo Branco.

SER
Avenidas noDas

Vão muito adiantados os traba-
lhos da abertura das novas aveni-
das: em: Sernache e que vão trans-
formar o aspecto desta linda povoa-
ção, tornando a ainda mais bela e
moderna.

Ao lado das novas vias estão já
marcados e à venda os talhões para
construção, dos quais alguns já es-
tão vendidos.

Cada talhão tem cêrca de 400 me-
tros quadrados e são vendidos por
preços acessiveis a todas as bolsas
não só como meio de facilmente se
povoar aquele sitio mas ainda para
proporcionar terrenos bons e bara-
tos a quem queira fazer construções,
pondo, assim, termo ao grande em-
baraço que, em tempo, tantas difi-
culdades trouxe à frpansão daquela
ridente povoação.

E os bons patriotas um grande
serviço prestarão à sua terra fazen-
do no novo bairro casas para urren-
dar acabando, por sua vez, com ou-
tra dificuldade da vida em Sernache

As novas vias são uma larga ave-
nida desde o Club’ Bomjardim até à
povoação de Milheirós; outra trans-
versalmente a esta, da “Cruz de Ser-
nache até à povoação do Pinhal. E
no angulo formado pelo cruzamento
destas duas avenidas que vai ser
construido o Jardim Escola João de
Deus.

Há ainda uma outra via, apenas
de 6 metros de largura, seguindo
aproximadamente o leito da antiga
estrada para a Certã.

E” uma transformação completa,
um melhoramento da mais alta gran:
deza, este da construção deste novo
“Bairro dá na

Com’ sua eeblentist ma esposa €
interessantes filhos regressou de Co-
ruche a Sernache o;st. José Maria
Alcobia, inteligente industrial e pro-
prietario em Sernache,

 

Publicação na Certã

 

Redacção e administração em

| SERNACHE DO BOMJARDIM

Composto e impresso: na Fipograia Leirionse

Conferencias

O corpo docente do Liceu Colo:
nial, em sua última reunião, à ton-
vite ‘do seu director, dr. Abílio Mar-
çal, vem de tomar uma resolução
que em extremo o nobilita pela ‘so-
lida noção e elevada compreensão
dos seus deveres profissionais e da
sua nobre missão social, Fo

Com o fim de depurar e alevan-
tar O caracter e orientação dos futu-
ros agentes de civilização afervoran-
do neles o amor da patria ‘e o cul-
to das mais nobres virtudes, resol-
veu o conselho iniciar ‘uma’série de
conferencias sobre assuntos varios;
artísticos, scientificos, literários e
patrioticos.

Também o digno director do Li:
ceu resolveu que fossem publicas
as conferencias de forma aque os
povos desta região alguma coisa
nelas possam aprender é instruir-se.

E” sem duvida, um acontecimen-
to importante e sensacional qué
muito aproveitará a este meio em
que vai dar-se, é louvores marecem
todos aqueles que nesta obra de
instrução e propaganda colaborarara.

Na mesma sessão foram distribui-
dos os têmas das diferentes confe-
rencias, por esta forma:

Dr. Joaquim Correia Salgueiro—
A vontade.

Dr. Jaime Pereira—A familia pe-
vantea Republica, –

Dr. Gualdim Queiroz— Higiene.

Dr. Virgilio Nunes da Silva — A
decisão.

A. Ribeiro Gomes — adntegaçã
políticos.

Manuel Antunes Amor=Justru-
ção e educação.

Francisco Tedeschi–Amor pátrio.

Dr. Hermano Marinha—O dever.

Joaquim Tomás—A verdade.

*

A primeira conferencia realiza se
-no domingo, 24 do Ret às 15
horas.

Conferente é o sr. dr. Salgueiro,
sendo o seu têma, como” acima de
zemos, 4 vontade.

Uma epoca nova’ marcarão estes

torneios literarios, artisticos e scien-
tiíficos na vida do instituto de: Ser-
nache e na existencia dos povos: da-
quela região, e a eles iremos assis-
tir com grande ita e Fe
patriotismo.

ESTRADA N. 120

Foi dótada com 5:000 escudos es-
ta estrada, na parte compreendida
entre Pedrogam Pequeno e’a pone
de Cabril.

Esta estrada, estabelece uma me-
lhor comunicação entre Ed
Pequeno e Pedrogam| Grande, O
que já representa um grande me-
lhoramento para aqueles povos, mas
tem tambêm para aquela vila espe-
“cial importância porque abre uma
nova rua proporcionando-lhe uma
maior expansão e o seu aformosea-
mento, como há dias tivemos oca-

sião de EScOnRecEr com Eua pre

Zer,

2

 

 

ad)

ad)

 

@@@ 2 @@@

 

e

Abílio David

E’ deste ilustre jornalista e nosso
velho amigo, que com tal gentileza
nos quis distinguir, o nosso artig
editorial de hoje.

Aqui lhe deixamos os nossos agra-
decimentos. |

Abílio David, que é um professor

distinto e trabalhador infatigavel,
acaba de prestar um importante ser-

viço ao ensino liceal com a publica-.

ção dum livro sobre gramatica fran-
cêsa, a que nos referiremos num
“dos proximos numeros,

enSeeS sso
ESTRADA DE VIRA DE REI

“Da realização deste importante
melhoramento, da sua importancia
e da sua necessidade, muito se tem
falado nos ultimos tempos, nem sem-
pre com seguro conhecimento de
causa, seja dito de passagem.

Até vimos para aí algures escrito
que havia quem adiantasse o dinheiro
para tal obra, que está orçada numa
coisa como duzentos e tantos contos.
Fóra as pontes, de importancia, que
são três, sobre os ribeiros da Isna,
Taniolha e Bostelim. Parece que a
necessidade e a importancia desta es-
trada irrompeu por aí, subitamente,
por efeito dum acontecimento ex
traordinario ou dúma convulsão cos-
mica! Todaviaiela impende, ha mui-
tos anos, duplamente, como uma
imperiosa necessidade e como —para
que usar de circunloquios ?—uma
ameaça á integridade deste concelno.

Por esse tempo—o das vacas gor-

das—os politicos não se preocupa
vam com. «ssas pequenas coisas.
-. AD caso, o grande caso que lhes
consumiu o pavio de luminosas lucu-
brações foi a escolha da directriz du-
ma estrada para o Couto—uns a ris-
carem pela fonte da Boneca outros
a lavrarem pela fonte Branca !…

-Da estrada d: Vila de Rei só um
politico. se lembrou —o sr. dr. João
Pinto dos Santos, no tempo em que
com ele começúmos a fazer politica
neste concelho. .. É

“- Por sua intervenção veio o subsi-
* dio para o troço que já está construi
do.

Ora, vinhamos nós dizer,e já iamos
devaneando, que tambem este ano
não foi ela esquecida dos deputados
deste circulo, .

Logo no principio dos trabalhos
parlamentares do ano passado, o
nosso. presado colega, sr. Martins
Cardoso, procurou-nos na camara
para. nos convidar a acompanhá-lo
junto do sr ministro do fomento, a
fim de lhe pedirmos dotação, para
aquela estrada, convite que pronta-
mente aceitâmos, sendo, apenas, de
parecer, que tal visita só devia ser
feita proximo da época da distribui-
ção do fundo de viação publica…
Quando, algumas semanas depois,
na comissão respectiva, de que fa-
ziamos parte, nos veio à mão o or-
çamento ‘do ministerio d» fomento,
nós verificâmos que a verba que,
numa avantajada distribuição de do-
tação deste di-trito, poderia perten-
cer a esta região, era insuficiente pa-
ra subsidiar a estrada de V la de Rei.

Logo procurámos, aquele ilustre
deputado e lhe expozemos o interes-
se que tinhamos na boa dotação das
estradas do concelho-de Oleiros, que
tambem interessavam o concelho da
Certã, o comprom’sso que tinhamos
a respeito duma das estradas de Pe-
drogam Pequeno e a especial pre-
ferencia que nos merecia, e a todos
devia merecer, a conclusão da es
trada n.º 123, lanço dos Carvalhos
á Bouçã.

– Estas obras com a dotação da
ponte da Bouçã excediam já em mui-
to a verba que razoavelmente podia
esperar-se do governo para, esta re-
gião pois excedia 30:000 escudos,
mais de metade da verba destinada
a- todo o distrito e nós nenhuma
delas po tiimos sacrificar à de Vila
de Rei. Mas, devendo no corrente
ano ficar concluida a estrada da Bou-
çã bem podia o ilustre deputado re-
ciamar um conveniente subsidio pa-

e

 

ra a de Vila de Rei e nós lhe daria-
mos todo o nosso apoio, embora ele
nada valha nem dele careça aquele
nosso ilustre colega.

Fica, pois, o publico sabendo que
houve quem se interessasse por
aquele melhoramento, que ha quem
nele pense e expostos ficam tambem
os motivos porque os esforços do sr.
Martins Cardoso e os dos seus cole-
gas não tiveram melhor exito. E cre-
mos que os motivos a todos satisfa-

capaRS So
Melhoramento importante

Vai estabelecer-se em Sernache
uma escola de ensino militar pre-
paratório, subsidiada pelo ministério
da Guerra, para exercícios e instru-
ção não só dos alunos do Liceu Co-
lonial, mas tambêm para todos os
mancebos desta região. E’ um me-
lhoramento do mais alto alcance.

Uma das vantagens do curso des-
ta escola é reduzir aos recrutas O
tempo de instruçao nos quarteis.

Deve em breve chegar a Serna-
che o oficial que vem escolher o lo-
cal para:a carreira de tiro é demais
instalações da escola.

JOSÉ RIBEIRO

Ao concurso actualmente aberto
para secretários de finanças foi ad-
mitido o nosso amigo José Ribeiro,

«aspirante de finanças no visinho con-
celho de Proençá-a Nova, que há
poucos dias foi chamado a prestar
as suas provas.

E excelentemente as prestou, co-
mo era de esperar do seu estudo e
das suas habilitações, feitas numa
grande dedicação pelo serviço e
amor pelo trabalho.

Aqui lhe deixamos, por isso, as

nossas felicitações.

censo Se
Ponte da Bouçã

Foram tomadas de arrematação
as empreitadas desta obra que no
dia 10 do corrente fôra à praça.

Estes trabalhos, que fôram toma-
dos por cerca de 6:000 escudos, já
alcançam uma parte dos arcos, e,
assim, com prestesa esta obra se
vai aproximando do séu fim, com
grande satisfação daqueles que com
carinho e amor pátrio se interessam
pelos interesses desta região de cu-
jo desenvolvimento a referida ponte
é, sem discussão possível, um fa-
ctor importante. E

Tambêm já começaram neste con-
celho os preparativos para a aber-
tura da estrada que, com a dotação
que’o govêrno neste ano lhe: deu
deve chegar à ponte.

ess So
FALECIMENTO

Faleceu, há dias, no seu solar o
sr. Visconde de Tinalhas.

Era uma figura respeitável da so-
ciedade portuguesa. Foi político, e

a sua grande influência pesou sem- –

pre fortemente nos destinos deste
distrito.

Senhor duma grande fortuna, dela
usou generosamente praticando o
bem e exercendo a caridade.

Faz falta, sobretudo neste distri-
to aonde começam a rarear, pela
morte ou pela ausência, os grandes
homens que, por todos os meios, o
valorizaram na vida nacional: e a

manifestação de saudade e dôr que-

lhe foi feita no seu funeral revelou
bem como a sua vida era querida e
é chorada a sua morte.

O sr. Visconde de Tinalhas, era
cunhado do sr. António Meireles
Cardoso Gramacho, abastado pro-
prietário neste concelho e sogro do
sr. dr. João Pinto dos Santos.

A estes nossos presados amigos
ea sua ex.ma família a expressão
mui sincera das nossas condolên-

cias.

 

 

 

ECO DA BEIRA

 

 

“LITERATURA

FOLHAS DISPERSAS
AX.

 

, Por um verdadeiro acaso li ha
dias uma local que amavelmente me
é dedicada, sob a mesma epigrafe
com que, ha já longos meses, aqui
escrevi,

A prosa burilada de alguem que
se oculta por detrás dum modesto X
caiu sob a minha vista por um ver-
dadeiro acaso, repito; porque, falho
de energia e sem coragem já para
resistir à tempestade que sobre a mi-
nha vida se vem desencadeando, ar-
rancando-me uma a uma as ultimas
esperanças, vivo afastado de tudo
que possa avivar me uma sau lade,
e nem no jornal, na revista, no li-
vro ou no simples folheto procuro
distracção para esta melancolia que
de tudo me alheia.

.X… é certamente um novo.

Vejo-o através da sua prosa um

novo cheio de ilusões, olhando a vi- –

da á luz fascinante duma realidade
mentirosa.

Compreendo-o.

Eu fui talvez assim quando em
volta fe mim não tinham ainda cai-
do por terra os castelos que a mi-
nha imaginação de rapaz arquitetára.

Hoje vivo nesse »cepticismo que
nos faz estatuas insensiveis neste
labirinto da vida.

X diz que o coração da mulher é
sempre o mesmo misterioso abismo
que tudo nos oculia e desnorteia.

Sim, é verdade. E porque assim
é, eu havia escrito: — Não se lê no
coração da mulher como em lirro
aberto. E” preciso saber lêr nas en
trelinhas e adivinhar palavras que a
lente mais poderosa não consegue
descobrir porque as apagou uma la-
grima calcinante.

Ah! mas para lêr no coração da

“mulher é preciso entrar lá dentro,

sentir-lhe uma a uma as palpitações,
não deixar escapar um só sobresal-
to, não perder um só dos seus eflu:
vios.. . No coração daquela mulher
havia o quer que fosse de misterio-
so;ce o misterio atrai como atrai O
abismo.

Lá dentro não encontrei, como eu
julgava, um mausoleu onde se guar-
dassem com respeito as cinzas dum
amor fenecido. Lá dentro erguia se
sobranceiro um templo onde tem
culto fervoroso um amor que ainda
vive.

Quis recuar… mas era já tarde!

Estava em festa aquele templo;
e para mim dobravam os sinos a fi-
nados.

Ficara lá dentro sepultada a mi-
nha ultima esperança!…

Hoje, meu caro X, vivo do esque-
cimento e para o esquecimento.

Essa mulher foi a ultima folha ar-
rancada á arvore emurchecida da
minha existencia… 4

Almiro.

ses
Burôuezias

O imatrmoni» pesado e rubicun
do, depois de ter palitado os seus
dentes, rosolve ir por essas ruas da
baixa, em companhia do Josésinho,
criança de sete anos, para gozarem
as brizas impregnadas de cheiros
que Jão nauseas e febres.

O menino vai na frente, vestido
de variadas cores, quasi sempre com
um grande laço de seda em redor
da cintura, o chapeu carregado so-
bre a nuca, engomado, tezo, sufo-
cado, com as mãos mctidas dentro
de um pastel de nata e de poeira,
comprado a um vendedor ambulan-
te que, a cada momento, grita:

— Vá lá pastelinhos…

O pai cede a bengala ao menino
uma bengala grossa, com um cas-
tão de marfim, revirada, e com
grande ponteira. Sente-se feliz O pe-
queno, ora montando-se no apoio
do papá, ora fazendo-o girar de for-

 

ma que, de vez em quando, dá, por
tabela, a sua cacetada no próximo.

—José, cuidado com os trens,
‘exclama, aflita, a maternidade. Vem
aqui ao pé.

A criança obedece. Caminha adian-
te do ditoso par, recioso de contra-
riar as advertencias do amor de mãe
Mas os bicos das grossas botas do

– pai encontram, amiudamente, “os
calcanhares de José, e, enfadado,
diz o suculento marido:

—Que diabo! vais-te a meter de-
baixo dos pés.

José fica perpelexo sem saber O
que ha de fazer. Tem na frente os
trens, atraz as botas do papá; dois
abismos, dois perigos.

Encontram uma familia conheci-
da, numerosa, as Guerras…

—Como estão? como estão elas,

A Mariquinhas está mais gorda?
a Josefina, mais magra; vão ao Pas-
seio; toca infantaria 5; pois êles vão
ão Aterro, é-‘mais fresco.. “ Mas
há um cheiro amaresia, constante…

— Olha, o Josésinho…

—pDê um beijo à .sr.º D. Maria…

Esper. deixe-lhe limpar a boca.

— Vem muito janota…

Vá lá, ande. . um beijo. .

—E’ engraçadinho… Como se
chama? diz uma amiga que vem no
rancho.

— Diga o seu nome…

—Ché Maguia da Unha…

—Diga o resto, exclama a mamã:

= — Um quiado de vocelência…

— Bonito, dê cá um beijo.

Seguem se m’:l perguntas e obser-
vações.

— Que idade tem? já anda no co-
legio? é tal qual a cara do pai! o
nariz é da mãe! os olhos são inteli-
gentes. )

Trocam-se os adeuses e cada um
segue o seu caminho.

Chegam ao Aterro. +»

Vê-se o Tejo, ameno e cristalino
segundo dizem os poetas, conser-
vando silencioso as embarcações de
guerra, proprias para servirem em
tempo de paz; na avenida passeia a’
classe baixa, porque a alta ainda
não viu nos jornais que suas ma-
gestades ali tnham ido passeiar; ha
um pessimo cheiro a maresia e a
peixe podre; o mercado maetem se
no seu ridiculo papel, e os barquei-
ros veem anunciar que teem ali um
bote às ordens, que está uma tarde
muito linda, que devem dar um pas-
seio pelo rio.

OQ menino póde brincar.

A criança corre para um cão gri-
tando é boi! e pretende cravar-lhe
no pescoço o apoio do papá. Encon-
tra uma pequenita do colegio.

Olha a Chochina. ..

-E’ a Georgina, uma menina mui-
to galante, que já sabe cantar O sal
e pimenta do processo do can can-

Vão brincar. o

Saltam, correm, jogam’a péla, to-
mamar, desenvolvem se, robuste-
cem-se, o Ché cái e -desata num
berreiro de meter medo. . Rc

A mãe zanga-se; levanta-se furio-
sa, levanta o pequeno e, neste exces-
sivo amor de levantar, levanta a’saia
da criança e pespega-lhe um açoite.

—Toma- isto. é para tu não caíres.

“Esta frase curacterisa a…

O pequeno chora.

— Sente-se já aí. Ficou todo sujo,

– não tem vergonha: Lá se vão dois
tostões de engomado. Nunca mais
o trago a passeiar.

O pai, de . pernas estendidas,
mãos cruzadas sobre o abdomen, e,
sentado num banco, éxclama:

—Lá está Cacilhas, onde o Romão
José Soares matou o “Teles Jordão.
Não se perdeu nada, era um mal-
vado… É

O José conserva-se quieto, mas
vendo na sua frente o cão não re-
siste e agarra-o à unha, dependura-
-se-lhe nas orelhas.

—Tem a tourada de domingo na
cabeça, diz o pai sentenciosamente.

O pequeno ouvindo-o falar vai
sentar-se de novo, muito atento pa-
ra as mãos da mãe, de quem espe-
ra alguma amabilidade.

—Esteja aí quieto, senão não sai

 

no domingo,

no domingo,

 

@@@ 3 @@@

 

,

Porque o pequeno só sai de oito
em oito dias Vive asfixiado em ca-
sa, na varanda da csinha, nos

“quartos escuros, anemico, ragu’tico,

sujo, porque é um inferno cada vez
que tem de-se meter numa tina e
os banhos podem fazer lhe mal.
Como não sai, escusa de se vestir de
lavado, e a camisa não se vê. O bi
be ainda esiá limpo; quanto bata.
O cabelo cái-lhe para a testa, as
unhas estão guarnecidas de preto.

Isto durante a semana, porque
ao domingo, é outro trabalho: lava-
-se todo, com sabonete, com e-co-
va, roupa aceiada, sómente com a
condição unica de não se mexer, de
estar quietinho para ser bonito

Se faz maldades leva pancadas
na cabeça, . que é castigo nacional.

‘, Quando entra para o colégio é
muito recomendado
– Não aperem. O pai é rico, a

loja rende-lhe Rus escusa de”

aprender.

Se lhe falam em aprender ginas-
tica :

—Deus do ceu! ele não se deba-
na a saltimbanco. :

—Os exercicios desenvolvem no.

Í

— Historias da vida…
E os pequenos vão. crescen’o
amedrontados, macilentos, magros.
Os braços parecem uns cordelinhos.
Está a partir-se. E” uma aranha.
Porque:

As-crianças ou são educadas à-re- |

dea solta, sem conselhos,-sem exem-
plos, livres completamente, á von-
tade e….saem malcreadas; ol são
acalentadas com todo o mimo, com

todas as Pleguices, com uns cari-

nhos improprios,-porque o menino

é muito fraquinho e saem… mari- |

cas; ou são, ainda tratados com ris-
pidez, com mau modo, sovados a
cada momento e saem medrosos,
enfezados, exquisitos, obcecados

O meio termo, o meio necessario,
conveniente,. util não o compreen-
dem, não o sabem aplicar.

A criança não vê nos pais os seus
melhores e unicos companheiros, a
que façam no. futuro, as suas, con-
fidncias, os seus segredos, como
bons camaradas, como bons amigos.

E a criança finge que se educa, |

não cuidam dele ou porque é mal-
tratado, ou porque:

—E” muito fraquinho; dê cá a
mão, póde caír; não corra que lhe
faz mal; não aprenda a nadar que
se póde afogar; não faça ginástica,
que parte o nariz; não jogue as ar-
mas, que fica sem um olho, emfim…

Fica um sendeiro.

Caros DE Moura CABRLL.

apetece

Vão. ser completamente transfor-
mados os serviços de panificação no
Liceu Colonial.

Para começo dos trabalhos a exe-
cutar na padaria, para tal fim, con-
cedeu já o sr. ministro da Instrução
o subsídio de 500 escudos,

RAGE co

Estão em Sernache onde vieram
passar alguns dias com os seus ami-
gos. que são todos os seus patrícios,
os nossos amigos e conterraneos, Se-

bastião das Dores e Silva e João Ne-

mesio da Silva.

MOSAICO

Caridade

: Não é:só ao ludo do moribundo
que asfilhas de S Vicente de Pau-
la satisfazem os preceitos penosissi-
mos do seu instituto. Nos cumes ge-
lados dos Alpes, nas pestilenciosas
enxovias de Constantinopla, nos tu-
gurios infectos da tartaria, e no in
terior das minas homicidas do Me-
xico: onde quer que a humanidade
sofredora mais perigoso trilho segue
no caminho, que conduz á morte, é
lá que as delicadas mães da mulher
levantam sobre as areias do deserto
uma choça, para o viageiro perdido
nos gelos, ou depositam o preço do

 

 

 

resgate pelo infeliz que se arrasta

 

 

 

 

ECO DA BEIRA

debaixo dos flagelos dum senhor tur-
co, ou erguem do chão o trabalhidor
asfixiado, que revive ao ar livre, e
desperta daquele sono de morte, nos
braços duma pobre mulher, que não
vira talvez em toda a sua vida!

Acompanhai a com a imaginação
aos eternos gelos dos polos. Vêde-a
ao- lado do missionario com a cruz
arvorada, buscando nas florestas o
selvagem, que a não compreende, e
muitas vezes lhe embebe no seio um
ferro envenenado! Vêde como, sor-
rindo nos labios e perdoando-lhe o
coração, a-virgem dos sacrificioslhe
oferece o sangue de seu seio pará
lhe aproveitar como semente dra vi-
da e de salvação.

Camilo C. Branco. .

‘O telefonograto

Numa das gares de Vienna, os
engenheiros austriacos enssiaram ul-
timamente um aparclho verdadeira-
mente pratico e util, a que d.ram o
nome de telefonogrofo.’

E’ “um fonografo, rialmente, mas

“provido dum positivo electrico, aper-

feiçoado, que tem por duplo fim tor-

“ná-lo automatico em primeiro lugar,

e em segundo, dar-lhe o poder ne-

cessario para se fazer ouvir dum-ao

outro extremo do trem, de modo a
dominar o tumulto habitual nas ga-
res de grande trafico. *

Um pouco antes de entrar na ga-
re, a locomotiva aciona na passagem
um: pedal, que faz vibrar imediata-
mente, no enorme porta-voz -do apa-
relho, o nome da estação, o tempo
de demora e os principais entronca-
mentos das diferentes linhas.

Estes pregões automaticos repe-
tem-se de:-dois em dois minutos, e
cessam logo que o comboio torne a
pôr-se em marcha.

Para onde vão as nu-
vens?

Nos dias serenos, calmos, de belo
sol, vêem se com certa frequencia
pelo azul infinito umas nuvensinhas
brancas, demasiado ténues para se
amontoarem e produzirem chuva.

Essas nuvens desaparecem, pare-
cendo que se evaporam. E foi para
averiguar este fenomeno que recen-
temente. se. inventou um aparelho
especial, denominado contador de
nuvens.

Por ele se observou que as ditas
nuvénsinhas nem se evaporam nem
sé reconcentram. Elas descarregam
para a terra toda a agua que con-
teem, em chuvas invisiveis.

A* vista desarmada não se podem
notar as pequenissimas gotas dessas
chuvas; ouiro tanto não acontece,
potêm, com o contador a que nos
referimos.

O contador de nuvens é um ins-
trumento parecido com o que serve
para contar os milhares de particu-
las contidas num centimetro de pó.

E .o mais curioso é que, segundo
se tem apurado nas observações fei-
tas, ao descarregarem essas nuvens,
o ar enchese, como é natural, de
humidade, embora as pedras, a ter-

Ta, OS objectos existentes á superfi-.
“cie dó giobo, se não mostrem mo

lhados, pois quê, colocando-se. um
alfinete no solo ou um objecto pe-
quenissimo, recolhem-se.. tacilmente
algumas dessas gotas

E’.que o calor irradiante da terra,
evapora-se antes que cheguem a ela,
emquanto que um alfinete não o pos-
sue na força suficiente para o fazer.

Conselhos ‘

–Ás:moóças são raios, fusis e coriscos;

São bichas, são bombas, foguctes no ar!
Os homens só buscam, coitados, coitados,
O pérfido fogo que os hade queimar !

Às moças são feras, tremendas guerreiras,

* Que aos homens juraram peleja constante

Nas saias mil arcos ocultam matreiras,
Nos olhos mil setas hervadas bastante. |

Fugi, ó mancebos, fugi pressurosos
A’s moças, oh! nunca, lhe deis confiança ;
Rapozas-astutas, lá vão surrateiras,

“Ganhando terreno p’ra sua inpatç

 

S. João deste tempo, préguei no deserto, |
Que os homens às moças não podem fugir,
Perdei-vos, embora, já dei o conselho

A vossa desdita não heide carpir!

Já sei que meus votos ouvidos não são,

Os cegos damor sorriem… pois bém!

Nos laços cahindo, que as moças armarêm,
Rirei dos incautos… cahindo tambêm!

LG.
Ilusão

Tal como vai o fumo na atmosfera,
‘ Revoluteando ao vento,
No mundo côr de rosa da quimera;
‘O nosso pensamento,
Cheio de fé, adeja na ancia pura
Desse ideal que já sonhado houvera.
De amor e de ventura!

vati nas azas da esp’rança à região
Dos sonhos divinais,

Aos páramos doirados da ilúsão,
Tal como: as espirais

De fumo, desfazendo-se a pedaços, –

Até ao infinito lá se vão
Subindo nos espaços?…

Como depois se somem muito além
– Na etéria moradia,
Assim nossos sentidos-vão tambêm,
No azul da fantasia,
Perder-se ao longe em desvairar bem triste,
Crendo-a méta alcançar de um-falso bem,
De-um bem que não existe !.
José Cordeiro:
Calino leva umanuncio á redacção
dum jornal. |
— Quanto custa a publicação des-
te anuncio duas vezes?
—A primeira vez, 20 réis cada/li-
nha, e a segunda 10 réis.
— Nesse caso Paso só dºse-
gunda vez.

ANUNCIOS
CONCURSO

Perante a Comissão Executiva da
Camara Municipal do concelho da
Certã se acha aberto concurso por
espaço de 30 dias, a contar da pu-
blicação – do ultimo “anuncio, para
provimento do cargo de «Fiscal de
Serviços e Obras», com o venci
mento anual de 216%00.:

Os concorrentes, alêm das condi-
ções gerais, deverão provar: (a) ter
mais de 21 e menos de 60 anos: de
idade; (b) ter exame de instrução
primária (2.º-grau), ou ter exercido
qualquer cargo municipal de eleição
ou funções de administrador do con-
celho.

Certã, 17 de Dezembro de r915.

O Presidente da Comissão Executiva,

Herminio Quintão.

CONCURSO

Perante a Comissão Executiva da
Camara Municipal do concelho da
Certa. está aberto concurso por es-
paço de 30 dias, a contar da publi-
cação do ultimo anuncio, para. pro-
vimento do lugar de parteira diplo-
mada do partido dv concelho da
Certã, com o vencimento anual de
140500.

As concorrentes dao apresen-
tar os seus requerimentos documen-
tados, nos termos da legislação em
vigor, até ao ultimo dia do concurso.

Certã, 17 de Dezembro de 1915.

O Presiderite da Comissão Executiva, –
Flerminio Quintão.

-Coreurso

Perante a Comissão Executiva da
Camara Municipal do concelho da
Certã está aberto concurso por es-
paço de 30 dias, a contar da publi-
cação do ultimo anúncio, para. pro-
vimento do lugar de amanuense da
Secretaria da Camara Municipal dês-
te concelho, com o vencimento anual
de 24000.

Os concorrentes deverão apresen-
tar os seus requerimentos documen-
tados, em harmonia com as disposi-
ções legais, até ao ultimo dia do
concurso.

Certã, 17 de Dezembro de 1915.

O Presidente da Comissão Executiva,
Herminio Quintão.

 

 

 

 

 

 

Concurso

Perante a Comissão Executiva da
Camara Municipal do concelho da
Certã está aberto concursó por es-
paço de 3o:dias, a contar da publi-
cação do ultimo anuncio, para. pro-
vimento do lugar de facultativo do
partido da wila de Pedrogam Pe-
queno, com o vencimento anual de
Goooo, pagos 35oxpoo – pelo cofre
municipal e 25o%o0. pela Misericáios

dia daquela vila. É

As condições encontram-se: pateni:
tes na Secretaria da Camara; todos
os dias uteis, durante as horas= de
repartição.

Os“ concorrentes e apre-
sentar Os seus requerimentos docu-

mentados até ao ultimo dia do con-
curso, nos termos legais. ,

Certã, 17 de Dezembro de 1915.

O Presidente da Comissão Executiva,
Herminio Quintão.

LINDA VIVENDA

eee: Em

“Situada em’Santo António, ven-
de-se por 3 mil escudos, acabada

 

Hide construir, com quintais, bom: ar-

mazêm e lojas, com 2 andares e pô-
ço em exploração. Pode, ser paga
em prestações ou como se combi-
nar… Dirigir a. Carlos Santos, na
mesma, ou a José do Vale, avenida
Sá-da Bandeira—Coimbra.

CARREIRA DE AUTOMOVEL

No dia 18 de Maio. começou a

 

“carreira de automovel de Barqueiro

(Alvaiázere) a Paialvo e de Paialvo
à Figueiró dos Vinhos. Começou a

“fazer carreira a 19 de Maio, de

Paialvo á Certã e vice-versa.

Parte o automovel-de Barqueiro
todas as terças e sextas-feiras ás 16
horas para Paialvo.

Parte de Paialvo todas as quartas
feiras e sabados depois do comboio
correio em direcção a Gertã saindo
dali ás 15 horas novamente para
Paialvo. De Paialvo parte para Fi-
gueiró dos Vinhos ás quintas feiras

‘e domingos depois:-do . comboio

correio. Preços resumidos… –
Lemos, Pedro, Santos & C.*

PROFESSOR DE INGLÊS

Lecciona. ArRQuçÕeS de inglês,
francês e Eptmol

GUARDA-LIVROS
Escrituração comercial e agrícola.
Correspondencia.

Trata-se com F, Tedeschi, Ser»
nache do Bomjardim. 85!

 

 

Castanheiyo- do Japão

O unico que resiste à terrivel
moléstia, a filoxera, que tão gra-
ves estragos tem produzido nos
nossos soutos, É-o Castanheiro do

“Japão.

O: castanheiro abas ofere-
ce iguais vantagens que o bace-
lo americano tem oferecido no
caso da doença da antiga videi-
ra cujas vantagens são já bem
donhecidas. As experiências teem
sido feitas não só ao norte do
nosso país mas principalmente
em França, onde o castanheiro
foi primeiro que em Portugal
atacado pela filoxera, e hoje ên-
contram-se 05 soutos já comple-
tamente povoados de castanhei-
ros do Japão, dando um rendi-
mendo magnífico.

O castanheiro japonez acha-
-se à venda em casa de Manuel

Rodrigues, Pedrógam Grande.

 

 

 

 

uid vce ae a

 

@@@ 4 @@@

 

ECO DA: BEIRA

“PULLMAN”

o carro. modêlo. ideal

Acaba de ser nota DO DOS” mercado gota goberha marca de mtmóreis
“TORPEDO MODELO 1914

6 cilindros em dois blocos::95″/n><133 “/m46, 5 HP a 1200 rotações.

Alumage: Bosch alta tensão.

Mudança de velocidades: Electrica Vulcan.

Iluminação: Electrica Westinghouse.

Conta-kilómetros: Stewart. –

Mise-en-marche: Electrica Westinghouse.

Roda sobrecelente, Faroes e lanterna, ne etectrica, Bomba-
enche-pneumáticos e Capota

“Em outros países teem estes carros já obtido o-mais extraordinário su-
cesto, porque, alêm de súplantar todos os aperfeiçoamentos: introduzidos
“nos de outros fabricantes, ocupam um lugar de destaque pela solidez da sua
construção, elegância, velocidade, duração e economia de “combustivel,

“Teem uma longa distância entre os eixos, beixo.centro de gravidade,
fodas largas:com grandes pneumáticos, excelente sistema de: lubrificação: au-
romática e estofamento Turkish de 11”.

A sua marcha é da maior confiança, tanto nas ruas ao cidades, como
nas peiores.estradas de rodagem. e nas subidas não teem rival.

E, alâm de todas estas vantagens, são extraordinariamente mais baratos
do que os; de. todos os outros carros de Ro até hoje ida no nosso

mercado,

 

Representantes em Portugal:

SEQUEIRA LOPES 8 ss

ESCRITORIO : Avenida das Côrtes 17
GARAGE; Rua 24 de Julho, 50-E e 50-

-—- LISBOA —

End. telegr.: DIT.A —Telefone n.º 1800

CAMISARIA CYSNE,

“Alfredo. Silva

r66 Ria Augusta, CEB LISBOA

Artigos que ninguem deve comprar
Sem Ver o sovlimento e preços testa casa

 

PYJAMAS |

CAMISAS | – BOTOES.:
CEROULAS CAMISOLAS SUSPENSORIOS
PUNHOS PEUGAS BENGALAS
COLARINHOS LIGAS GUARDA-CHUVAS
GRAVATAS LENÇOS IMPERMEAVEIS

“Sempre novidades recebida directamente de Londres e Pais.

“PREÇOS MODICOS
MERCEARIA

“Estabelecimento de géneros alimentícios, lição, vidros
g tabacos |

Gude sortimento de: conservas de primeira qualidade, de carnes, pei-
xes e mariscos. .
Licôres nacionais ‘e estrangeiros, vinho do Porto e de pasto, etc,

Ee lemitadíssimos.

ANTONIO LOPES

“Sernache do Bomjar dim

“RABRICA DA SALGADA

-Moagens e. fabrico de azeite

“Venda. de cereais é farinhas.
Recebem- -se cereais e azeitona à maquia.

“ANTONIO PEDRO DAS! LVA JUNIOR

Sernache do Tioumaj ardim.,

OURIVESAR E RELOJOARIA

“c ANTONIO: DA COSTA MOUGA
| SERNACHE DO BOMJARDIM

qe excelente sortimento de relógios de todos os
sistemas e variados autores.
” Objectos de ouro e prata de fino -BÓBIO, mui pró-
a para brindes, . E
– Concertos idas

 

 

 

 

 

FEEintseca: Cas” mea ar

 

Miguel da Costa Costa Trindade

Esta antiga ipograia cetá habritt está habilitada a executar com a ma-
xima rapidez e perfeição todos os trabalhos de grande e peque-.
no formato, para o que possue as competentes maquinas e gran- |
de variedade de tipos’nacionais e estrangeiros,

IMPRESSÕES A CORES. OURO E PRATA |

Bilhetes. de visita desde 24 ctv. o cento. Participa-
1260€S,; a casamento e livros

Ebssis

“Diet DE mio Em apuemços É PARTICULARES
Laréo do Passeio — LEIRIA

 

h
/
1

 

 

 

 

 

 

 

 

Preparádo | por FRANCISCO. SIMOES.
O mais aper feiçoado e mais bara: ato –

Com este aparelho obtem- -se 100 cópias de dWalguer aetog tatoo: como:
preços correntes, circulares, mapas, avisos, facturas, cartas, oficios, dese-
nhos,. plantas, caricaturas, anuncios, etc.

bg” o único que está sempre a funcionar, porque se póde lavar coM
ÁGUA QUENTE EM UM MINUTO. ‘

E! muito útil nos escritórios comerciaes; govêrnos civis, administrações
de concelho, câmaras municipais e, finalmente, em todas as repartições pú-
blicas e particulares em algumas das quais funciona com inexcedivel êxito.

E”. o único que dá tantas, provas nitidas é que pode funcioner cinco
minutos depois de ter servido, por se lhe tirar a tinta com água quente em
msnos de dois.minutos, Garante-se o pom resultado, PESO HINOS -se O impor:

PREÇO DO APARELHO

‘em caso contrário. –

Para tirar bilhetes de visita. … 5oo réis
FARDO So apos A nem uam pe Reis Spio qi tus 600»
» Asp NS a sa Fa Us sir ateh ia (nt800 ip
À os COMElGlay secura dc pa O paddÃcr mo qddOO D
» BIMAÇO à same add ec van » I$700 »
» D QUpIO e PA ca A Enca to ra 03 P400 : D
Massa—Lata de quilo. +… Mad o Aq dra 18400 »
ed IC GNJO 0 o dn do SO do 7oo »
Tinta—Frasco grande. +. . . co. RE Qq MUDA eo uoG De AD cy
XE Pequeno . cd ia ad dns CC qS0

Para as províncias acresce mais 100 réis por aprêlho,

 

Todos os pedidos devem ser dirigidos a –

FRANCISCO SIMÕES.

236, RUA DOS FANQUEIROS, 238 LISBOA |

 

“Agua da Foz da Certã .

A Agua minero-medicinal da Foz da Certã apresenta Uma “composição
quimica que a distingue de todas as outras até hoje uzadas na terapeutica.

E” empregada com segura vantagem da Diabetes—=Dispepsia— Catar-
ros gastricos, pulridos ou parasitarios;—nas preversões digestinas dirivadas
das doenças infeciosas;-—na conivalescença das febres graves; —na atonisa
grastricas dos-idibeticos, tuber culosos, brighticos, etc. pn0’ gastricismo dos
exgotados pelos excessos ou privações, etc-; etc.

Mostra a-analise bater’ológica que a Aguada Foz da Certã, tabh como
se encontra nas garrafas, deve ser considerada como -micróbicabamente
pura não contendo colibacitlo, nem nenhuma das espécies patogeneas
que podem existir em aguas. Alem disso, gosa de uma certa acção microbi-
cida. O B. Tifico, Difeterico e Vibrão colerico, em pouco tempo nela
perdem todos a sua vitalidade, outros microbiss apressetam porem, resisa
tencia” maior.

A Agua da Foz da Certã não tem gazes livres é limpida, de sabor E
no acido, muito agradavel quer bebida pura, quer misturada com vi
nho

DEPOSITO. GSE RAL,

RUA. DOS FANQUEIROS—84—LISBOA.
*elntona 2168.
*elntona 2168