Eco da Beira nº59 31-10-1915

@@@ 1 @@@

 

Assinaturas:
AROs e nro cqusibtor sia «cix iz ADO.
Semestre. acessa ei cia) 0DÕO
Brazil (moeda brazileira).. …..5000

 

Anuncios, na 3.º e 4.2 página 2 cen-
tavos a linha ou espaço de linha

 

EEE:

 

 

 

 

POLITICA…

O futuro govêrno não serã presidido
pelo sr. dr. Afonso Costa
O parlamento só abrirá em 2 de Dezembro

Fala-nos sôbre a situação política
um marechal do Partido Republicano

A recuza é formal. À insistência
vai-nos parecendo que resultará inu-
til. . Teremos de voltar à gazeta
sem havermos conseguido desvendar
o mistério em que se envolve a so-
lução dos vários problemas políticos
que nêste momento prendem as aten-
ções do público, Tentemos ainda um
último recurso: à

—Diga-me v. ex.*, apênas, quan-
do reunirá o Congresso ? Não o im-
portunarei mais…

E o ilustre deputado, que ocupa
um lugar de eleição no grupo par-
lamentar democrático e é uma figu-
ra verdadeiramente em destaque no
Partido Republicano Português, co-
nhecendo de perto a marcha dos ne-
gócios políticos, já pela situação es-

« pecial em que se encontra dentro do
referido: grupo, já pelo contacto di-
recto em que está com as altas indi-
vidualidades do seu partido, incluin-
do o.sr. dr. Afonso Costa, decide-
se a dizer-nos : :

—Talvez algum dos leaders do
meu partido o pudessem informar…
Por mim, suponho que todos estão
já convencidos. de que o Gongresso
só reunirá em 2 de Dezembro, a não
ser que algum caso extraordinário
assim o determine, mas, é claro, pa-
ra tratar apênas dêsse caso extraor-
dinário, encerrando-se logo, como
sucedeu quando da reunião para de-
finir a nossa atitude perante o con-
flicto.europeu.

—Se o govêrno julgar convenien-
te não esperar até 2 de Dezembro…

—Ah! Supôr caso extraordinário
um simples incidente de política in-
terna, como seria um govêrno que-
rer morrer ou dar contas do uzo que
fez duma autorização, de que ainda
não uzou, seria apoucar muito a im-
portância dum Congresso extraordi-
nário.

—E sôbre o govêrno que substi-
tuirá o actual? V. ex.º podia bem
satisfazer em parte a curiosidade do
público… :

-—LlO ministério ha-de sair, sem
dúvida, do Partido Republicano Por-
wguês; será retintamente demoçrá-
tico, mas não sob a presidência do
sr. dr. Afonso Costa, Constiluir-se
há com alguns dos actuais ministros
e um novo presidente.

–Sim, compreende bem: o mi-
nistério de Afonso Costa, o seu gran-
de ministério, tem uma alta função
a exercer, uma superior missão pa-
triótica e política a desempenhar. Se-
ria ridículo vê-lo a gastar-se em

uestões de polícia e de separação
= funcionários. No actual momen-
to ninguém pensa em querer que O
rande estadista continúi a sua obra
anceira, nem ninguêm pode dese-

 

 

jar que êle ponha em execução o seu
grande plano colonial, em vesperas
de alteração da carta do mundo e de
deslocação dos centros de influência
e de atracção.

— Tem-se argumentado tambêm
coma saúde do sr. dr. Afonso Cos-
fas

— Essa é excelente—felizmente
para todos nós—-pode afirmá-lo, con-
tra todos os boatos, mas ninguém
tem o direito nem é patriótico sacri-
ficá-lo para vir substituir um govêr-
no que está governando à contento
do país e do parlamento e que nês-
te momento mais nada pode fazer.
Tudo
podia fazer, o está fazendo o Vito-
rino Guimarães com um grande cri-
tério e com grande inteligência e
afirmando excelentes qualidades de
estadista.

—Mas, há uma grande corrente
favorável à entrada do dr. Afonso
Costa’no futuro govêrno…

— Suspeito muito da sinceridade e
da boa fé dos que formam essa cor-
rente nêste momento, em que, repi-
to-lhe, um ministério presidido pelo
ilustre chefe do meu partido não tem
possibilidade de exercer a súa alta
função, é criando, em contrário, gra-
ves embaraços para ‘o futuro, o que
é bem visto e previsto pelos que pe-
dem agora êsse govêrno.

— Quem será’o futuro presidente
do ministério?

Bem contra nossa vontade, o ilus-
tre parlamentar esquiva-se a respõn-
der-nos directamente. Diz nos, po-
rêm:

Presidente? Tem o no’ actual
ministério: ou se preciza um parla-
mentar hábil e decidido-ou um es;
tadista rígido e disciplinador. O que
lhe posso afirmar é que o dr. Afon-
so Costa só constituirá o seu minis-
tério lá para Maio ou Junho. Então,
terá uma grande e dupla missão a
cumprir : aquela que a República há
muito dêle espera e o país lhe pede
e “outra ocasional e de não menor
importância, provinda da situação
da guerra, que por êsse tempo deve
ter entrado numa fase mais decisi-
va. E então aí se revelará o génio
eo patriotismo do chefe do partido
democrático.

«A obra que há a fazer nesta pri-
meira sessão parlamentar ha-de fa-
zê-la um governo forte e ponderado
à altura das graves responsabilida-

des da situação, saído do partido:

democrático. e com o seu lial apoio,
mas sem ser necessário sacrificar a
saúde por tantos títulos preciosa do
sr.dr. Afonso Costa.
«E quem nesta scie insistir nem é
seu amigo nem serve O seu país.
Do Povo).

“PROPRIEDADE DO CENTRO REPUBLICANO DEMOCRATICO

DIRECTOR —— ABILH

Editor e administrador — ALB
a nd arde RR

uanto Afonso Costa agora

 

 

8
8

8
EB
É

 

 

 

CENAS TRISTES

“Publicação na’Certã
tá Redacção e administração Mo
SERNACHE DO BOMJARDIM

Composto e impresso na Tipografia Leirionsa .

 

 

Carta a Bernardo de Matos

Sr. doutor.

Registada na Certã, sob n.º 3469,
em 23 do corrente, com uma estam-
pilha de bro e 33 gramas de pêzo,
recebi nesse mesmo dia uma carta
sobrescritada por V. Ex.2,

Deve sér a que me anunciou pe-
la Voz da Beira

Não leio. Nem a recebo.

Deve tê-la recebido já.

Que quer o senhor de mim?

Envenenar-me com 33 gramas de
asneiras.

Deixe-me!

Fique-se em paz. ‘

Ainda não está satisfeito ?

Eu não quero mais pensar em si
nem incomodar-me comsigo.

Deve conhecer-me bem.

O senhor viveu comigo durante
anos, dias e dias sucessivos, numa
intimidade cheia de confiança e sin-
ceridade. Sabe, por isso, bem que
os meus inimigos morrem para mim
no dia em que Os seus actos como
tais os declaram.

Diga o senhor se contra êles,
nesta casa, a mim ou a qualquer
dos meus, ouviu uma palavra de
ódio, de recriminação ou, sequer,
Uma queixa. :

Pode dizer—e mais O senhor era
bem da nossa confiança !-—se algu-
ma vez aqui ouviu ferir ou babujar
a reputação de alguem.

Esse próprio Martins, seu com-
panheiro de assalto à minha honra,
que o senhor conheceu ainda na mi-
nha convivência, êsse homem que
bate o record da calúnia e da infã-
mia contra mim, ouviu nésta casa
contra êle alguma palavra ao ‘me-
nos dé má vontade? :

Para que vem, pois, perseguir-
-me, se o sr. sabe que eu não pen-
so mais em si, que não falo mais
de si nem de si quero saber?

O sr. foi mau: não queira agora
ser tôlo.

Foi odiento: não seja agorari-
dículo.

Dos três que me atacaram à fal-
sa fé e com testemunhas falsas o
senhor foi o peor.

Tocou mesmo o requinte da mal-
dade.

Os outros são uns pataratas.

Até o Martins foi menos repu-
gnante do que o senhor,

E’ um inofensivo. Um pobre dia-
bo, com uma mania que não se po-
de. dizer mansa mas que também
não faz mal-—a da grandeza.

Quer ser chefe político.

Desconfio que andava com as vis-
tas de ser pápa, quando veio o Pi-
menta de Castro.

Pelo menos ia a caminho, Já era
irmão do Santíssimo, pegava à vara
do pálio e era socialista católico.

Uma coisa que êle lá entendia.
Como quem diz—petróleo e água
benta.

Veio a ditadura: era o seu so-
nho. o
Dizer mal de mim, fazer qual-

 

quer coisa contra mim era distinto,
dava tom. Dava nome. i

Os senhores estragaram-no: ex
ploram-no. j

Quando ‘na minha companhia era
bem outro homem. 1

Diz mal» de:mim? Sim, mas não
disse já muito bem? g

Ainda: estamos em descontas e
ainda’ devo ter saldo: oi

E:não diz êle mal de todaa gen-
te—dalguns, dêsses que hoje olam-
bem, peor do que de mim?:

Vejo essa malta que O cerca—o
senhor próprio-a todos ‘ êles infa-
mou e difamou. Ego

Como a mim. Peor! nas

Com uma diferença; é que os ou-
tros enguliram ‘a injúria. Foóram’re-
bolar-se nas infâmias que êle lhe
escarrou. R

Aí andam todos, como feras den-
tro duma: jaula saracoteando-sé em
volta do domador: Eu não.

Nem com 30 albardas e 7 pares
de cangalhas, como êle às vezes
eua
Não, não vou lá Nem lhe quero
os jantares. Sei bem o que êle pen-
sa dos que lhos comem.

Lembro-me bem das infâmias que
êle atribuia ao G. é dizia pratica-
das por hão o convidar para essas
comezainas. E

Não quero saber dêle nem para
bem nem para mal. E’-me indife-
rente.

E’ a diferença que existe entre
mim e Os outros: uma questão de
vergonha-—o culto dá dignidade!

São palavras de ‘cujo significado
o senhor pode tomar conhecimento
por qualquer dicionário barato !

Sou um homem, sr. doúor, de
pundonor e lealdade. Serenamente,
sem espalhafatos !

O senhor sabe-o bem.

Se alguem me apresentasse uma
representação como aquela que O
sr. informou, eu rasgá-la-ta. –

Nem prostituíria a minha inteli-
gência, a minha autoridade e as mi-
nhas cartas nem deixaria que um
amigo se degradasse tão infame-
mente !…

E’ a diferença.

A mesma, pouco mais ou menos,
entre mim e o senhor, em exercício
de funções públicas. : :

sr. doutor, mal se apanhou
com uma branda aragem política,
atirou-se a mim e ao meu misero
emprêgo com o escrúpulo é hones-
tidade que todos já viram: quando,
alguns meses antes, estando no po-
der o meu partido, V. Ex.’a êle
recorreu, para que o salvassem das
asneiras que tinha feito no exerci-
cio das suas funções de oficial do
registo civil, eu fui O primeiro a
querer e pedir que o deixassem em
paz e não bulissem consigo !

Eis a diferença entre nós!

O Martins… a

Deixe lá o Martins.’ Não se des-
culpe com êle, que êle é inofensivo !

À; espécie de víboras mais peri-

 

4

Exmo Sr. Adrião David

Certã |drião David

Certã |

 

@@@ 2 @@@

 

gosa poz a natureza um cascavel
na cauda, para avizo do viandante.

– Ao Martins fez-lhe Deus Nosso .
Senhor da língua um badalo…
sempre a badalar… a badalar….

A gente livra-se. Sabe onde êle.

vai e O que êle quer.
Esses homens ao menos foram

liais, “Abriram claramente contra.
mim as suas “hostilidades. Decla-

Faram-se meus InIMIgOS.

O senhor não. Foi a culminância,
da hipocrisia. Foi o requintê do ci-

nismo.

-“Ficou-na-minha convivência -a-es–

preitar-me. Nas minhas relações a
atraiçoar-me. Naminha amizade a
atassalhar-me a honra, a “abraçar-

“me. para” me cravar nas-‘costas 0.

punhal envenenado-da sua informa-
ção ‘dilacerando a reputação dum
homem que nunca lhe fez um agra-
vo nem-traiu os deveres da sua ami-
zade!

O senhor é de fôrça!

O senhor é de. coragem!

Essa -infâmia que as“estações su-
periores não quiseram receber..re-

cebeu-a o senhor e per alhou as suas

acuzações. ae
Contra um amigo !
Nela o senhor desdobrou a sua

individualidade: nos: mais miseros

aspectos: ‘

Quando me acuzaram de mardás
fazer mobílias à custa do Colégio,
o. senhor que conhecia a minha ca-
sa como conhece a sua e que sabia
que a acuzação era falsa, o senhor

não repeliu a calúnia, como: faria *

um homem de mediano escrúpulo,
não: perfilhou-a-=disse que era pú-
blico!

O senhor afirmou pela sua honrá
de funcionário da República, que eu
distribuira objectos de culto do, co-
légio, sem para tanto estar autoriza-
do. o

E o senhor mentiu!

Mentiu, sómente para me perse-
guir.e vexar!..

E adiante vai o documento, que
faz a prova da sua mentira!

O. senhor pretendeu degradar-me
a mais abjecta das infâmias.

O senhor pretendeu onniligar- -me
para a-vida pública.

O senhor insinuou que eu metia

no Colégio mulheres bonitas.

Depois de pôr o instituto a saque
eu fizera dêle um alcoice.!

A última das abjecções a que po-
deria descer um funcionário encar-
regado da educação da mocida: de
portuguesa !

A última das misérias a que po-
deria chegar um estabelecimento de
instrução !

“Senhor doutor :

Eu não me presto a logros.

“Não tente distrair a questão.

O que pode pezar-lhe, o que o

envergonha não são as minhas pa-

lavras : são os seus actos.

Não são as minhas acuzações: é
sua informação. ‘

Se não a escreveu, faça o desmen-
tido em quatro palavras,

“Se eu a alterei, numa virgula, se-
quer, mande-me uma cópia. Eu a
publicarei aqui, sem ser precizo in-
vocar o meu dever legal. Mande-
-ma. O senhor deve tê-la. Um docu.
mento daqueles guarda- se para dei-
xar aos descendentes e legar à pos-
teridade.

O caso não é para meias pala-
vras, nem para subtilesas, nem pa-

ra desculpas vagas.

Eu já publiquei a minha cópia.
Dê-me a sua. .

Confunda-me !
‘ Se eu lhe alterei uma palavra de-
nuncieme aos homens de bem co-
mo o último dos miseráveis.

-Emquanto não o fizer a informa-
ção é sua ea si pertencem todas

as glórias que dimanam do inclito

feito, O público que o julgue. O seu
juízo é-me indiferente como indife-
rente me é dora avante a sua pes-
soa.

Não lhe quero mal algum—creia.

Seja feliz.. Falo sinceramente, tão
sinceramente como outrora em con-
selhos de lial amizade lhe falou o

Abílio Marçal

 

 

 

 

ECO DA BEIRA

P. S.—Vem-me informando há
dias que o redactor da Voz da Bei-
ra anda aí, pela Certã, mostrando o
comunicado que o senhor lhe man-
dou. Duvidava. |

Sei agora que é verdade !

Bela intuição dos deveres de ca-

maradagem e lialdade jornalística !

Nesse comunicado e em conver-

sas, afirma V. Ex.? que eu lhe pedi .
misericórdia : que lhe supliquei que

me valesse,
Não é verdade.
Afirmo-o em defes& da sua honra
e-da-sua generosidade. S
Não é verdade. ;
Sr: ‘ doutor : “o senhor pérdéirc o

É,

E juízo ! O senhor apavora-me.
Pois, então, o senhor faz gala da; ;
perfídia?

Pois, então, o senhor quere reve-
lar-se pelas suas próprias palavras
uma criatura tão repelente e tão per-
versa que, indo eu, um amigo, de
cuja amisade o senhór não duvida-

va, pedir-lhê que me fizesse o favor

da sua protecção, que me valesse, o

– senhor, numa impassibilidade repu-

gnante, fechou a sua alma a um mo-

vimento dé generosidade e carida-

de, seguiu contra mim não em no-
me da verdade e da justiça, mas ba-
bujando-me com a mentira e com
infâmias !

Não. Faço- lhe melhor justiça.

Não o suponho tão perdido.

-Se eu lhe tivesse pedido, o. sr.
atendia-me !

O caso passou-se assim:

“Num gabinete do tribunal, o se-
nhor levantara-se em críticas públi-
cas e acerbas a um colega nosso,
decretando-lhe a sua incompetência
profissional por entre uma saraiva-
da de afrontas à sua inteligência,

como se os homens tivessem culpa |

de não terem a dita de nascerem
sob o mesmo signo que tão brilhan-
temente a V. Ex.º iluminou.

Fez-me pena vê-lo cometer tal
incorrecção e mui discretamente o
fui chamando dali para fora. Des-
cendo a escada do tribunal e já na
rua, conversando amávelmente e em
chalaça e creio que por mais duma
vez eu lhe pedi que tivesse dó de
mim.

E” verdade, mas é chalaça!

Vinham comnosco e estavam pre-
sentes o digno juiz desta comarca e
o sr. escrivão Rodrigues, que cer-
tamente assim entenderam as mi-
nhas palavras.

Nem eu lhe ia fazer tais anos
tão ligeiramente e na presença de
outras pessoas.

Lembro-me até, por sinal, que
quando estavamos nesta conversa
chegou, junto de si um homem e
disse-lhe quasi textualmente o se-
guinte :.

— Estou ali dá mais de 4 horas

“à sua espera, como o senhor cá nos
mandou vir para fazer o meu casa-

mento: como o senhor não trata dis-
so vou-me embora elá me arranja-
rei como puder.

E eu ‘fiquei-me’a pensar « como é
feita a justiça dos homens!

Emquanto na sala da Câmara
uma dúzia de pessoas esperavam ho-
rasque o senhor fôsse celebrar-lhes
um dos actos mais solenes da sua
vida, o senhor agastava-se a chamar
estúpido e burro a um: homem que
como V. Ex.? tambem alcançou umas

cartas tão limpas como as suas, e

a acuzá-lo de incompetente no cum-
primento dos seus deveres…

O senhor, que daquela maneira
estava cumprindo os seus!…

Senhor, doutor: deixe-me em paz!

Não me provoque. Não me obri-
gue a dizer coisas que eu não quero
dizer. f

O senhor representa na minha

vida: uma desilusão e um grande

desgosto.

Basta !

Não queira pezar nela como um
remorso! Mande-me a cópia da sua

“informação.

Confunda-me !

E” tudo quanto lhe peço.

E’ tudo quanto de si quero.

E” tudo quanto o ne tem a

tazer !
4 M,

 

Estrada dos Carvalhos

“A Voz da Beira, num excelante

“artigo, escrito com verdade e senti-
mento, e encarecendo a importân-.

cia e grande alcance desportivo, co-
mercial e agrícola da abertura da

estrada dos Carvalhos, diz assim:

«Não basta iludir a crendice popular com
a mirabolância de tais e tantos melhoramen-
tos a fazer, o que é preciso é ter afinco num
plano e Fealizádo ; fazer ouvida a voz da

: justiça gritando clamorosa nos gabinetes mi-

nisteriais onde estas cousas melhor se tratam
para depois, na” hora oportuna, ter elemen-
tos certos que garantam a efectivação. :

Ter aspirações, sem energia para as fazer
vingar, de nada vale, pois nisto como em tu-

“do querer é poder.”

Qual historia! |
Aquilo foi ao ne Mas, a mo-

—do que parece ‘bisca !.

*%

Ainda sôbre o mesmo assunto e

no mesmo artigo:

«Foi a estrada dotada com a verba de
6.0008-escudos, e isto, que não será. o sufi-
ciente para ganhar o desnível da ponte, é-já
bastante para que no ano económico presen-

te alguma cousa se faça em proveito da Hs)

gação.”

— Não; senhor.:

Aquela verba de 6:000%%00 é E

importância exacta do orçamento,

que foi feito-no ano passado, e ao

distinto funcionário que o fez teco-
mendou o autor destas linhas que
fizesse um. orçamento de confiança,
e, em verdade, ainda há poucos dias
em Lisboa nos afirmou que podiía-
mos confiar no orçamento : os 6:000%
eram mais do que suficientes para
concluir a estrada.

“Seja, como. fôr, a verdade é que
ponte e estrada foram dotadas com
toda a verba, orçamental.

Mais é que não podia ser.

E tanto nunca vimos conseguir.

css

PONTE DA BOUÇÃ
Da Voz da Beira:

O sr. dr. João Salema, ilustre governador
civil do distrito de Leiria esteve em Lisboa a
tratar de obter verba para a continuação dos
trabalhos da ponte sôbre o Zézere.

—Assim foi.

Em certo dia, encontrando: o sr.
dr. João: Salema no ministério do
fomento, quando por aquela secre-
taria andavamos tratando da dota-
ção. das estradas dêste círculo, pe-
dimos-lhe que nos auxiliasse nas nos-
sas diligências em favor da ponte da
Bouçã, porque, sendo obra que cor-
ria pelo seu distrito, valiosa e apro-
priada seria a sua intervenção, pois
de reparos era que um deputado de
Castelo Branco estivesse só a tratar
de coisas de Leiria.

Por êsse tempo tinhamos nós já
conseguido S:0000o – mas não nos
contentavamos.

O ilustre governador civil de Lei-
ria nem sequer sabia da existên-
cia de tal ponte, mas prontamen-

te acedeu ao nosso pedido e nêsse-

mesmo. dia falou ao sr. dr. Manuel
Monteiro.

Por. sinal que o ilustre ministro
lhe disse logo :

——Bem ;sei. Isso é encomenda de
E

Afinal, sempre se moveu e como-
veu… Pois foi assim mesmo !

Dr. Custódio de Paiva

Tem estado em Pedrogam com
sua ex.Ma esposa êÊste nosso amigo
e digno representante parlamentar
do círculo de Leiria.

Acomprnha-o seu irmão e nosso
amigo sr. Herculano de Paiva.

Saiu para Eisbód o nosso amigo
e conterrâneo, João Nemésio da Sil-

Esteve em Sernache e na Certã
o sr. Artur Quaresma, digno admi-
nistrador do concelho de Vila de
Rei, cujas funções está exercendo
com zêlo e competência.

E jardim. qa

 

 

Quebrando os dentes!…

O escândalo, o grande escândalo
da sindicância, aquele grande es-
cândalo de que o sr. dr. Bernardo
de Matos tinha conhecimento direc-
to era ter o director do Colégio das
Missões distribuído, sem autoriza-

“ção, as alfaias da igreja.

“Aqui vai a resposta:

CÃo.sr. Director do Colégio das
éMissões uliramarinas:

: Lisboa, 14 de Julho de Igi4

Sua excelência o Ministro, por
seu despacho de ontem, autorizou a
distribuição das imagens, paramen- |
tos; insígnias e demais “objectos do
culto pelas freguesias circumpist-
nhas, e, bem assim, determinou que
fósse atendida a representação que,
no mesmo sentido lhe dirigiu a Jun-
ta de Paróquia de Ser nache do Bom-

o chefe :
(a) Costa Cabral

-—A verdade-com que informou
um funcionário da República !

A “honra, a.-probidade profissio-
nal de Bernardo de Matos !

Que miséria…

appear
Algreja-e:a República
Portuguesa
(Gantimbação)

Há tempos, um clérigo cá do bur-
go, dizia-me: — os teus artigos são
muito prejudiciais à igreja. Respon-
dilhe apenas -o clero não é a igre-
ja; simplesmente, esta preciza de
serventuários melhores do que aque-
les a que me tenho referido.

Note agora o leitor a coerência
jesuítica do meu interlocutor. Quan-
do os bispos, O clero não pensionis-
ta ca: imprensa católica, a propósi-
to das pensões, chamavam aos pa-
dres pensionistas os nomes mais
torpes e injustos, a igreja nada so-
fria na sua reputação, mas quando
eu mostro que à maior parte daque-
les não são melhores nem mais mo-
ralizados e dignos do que eu e os
meus colegas pensionistas, já a mes-
missima eja sofre desaire e é
posta em due! is ga

Afinal, em que é que a desmora-
lização do clero atinge a puresa dos
dogmas católicos ea sublimidade
dos nobilissimos ensinamentos da
igreja?

Que tem uma lei com os seus
péssimos executores?

Apontando” as faltás e erros do
clero anti-republicano deixa porven-
tura, a igreja, de ser uma institui-
ção divina, intangível e indiscutivel?

Censurando-o clero mau, deixa à
igreja dé ser um “elemerito de mo-
ralidade e ordem indispensáveis ao
progresso / ?

“Para que se hade confundir o e
é inconfundível ?

é

Extranhou-se tambêm que o po:
der civil, uzando de um legítimo di-
reito de “defesa, desterrasse os bis-
pos e padres rebeldes, comentando-
se tal extranhesa com a afirmação,
só própria de ignorantes, de que a
monarquia nunca assim procedera.

Os afirmantes ainda se julgam em.
plena idade média em que a pala-
vra de um padre era um: dogma!
São muito outros estes tempos em
que vivemos. Para elucidação dos
meus patrícios que porventura igno-
rem como o antigo regime reprimia
a rebeldia clerical, aqui lhes: deixo
de raspão meia dúzia de factos el
cidativos.

“«Tendo-se servido do apoio da
Santa: Sé para firmar os alicerces

– do reino, Afonso Henriques decla-

rou-se, como é sabido, tributário do
papa, comprometendo- se a pagar-lhe
O censo’ anual de: quatro onças de
oiro, que nos últimos: anos do seu
reinado não pagou. Sancho, o seu
sucessor, lançou mão de. todos os
pretextos para se esquivar ao tribu-.
to, e Afonso 1] egualmente tentou egualmente tentou

 

@@@ 3 @@@

 

eximir-se a essa demonstração de

vassalagem, sem receio das admoes-

tações e excomunhões pontifícias.

Governando Sancho, o bispo-Marti=–|:
nho Rodrigues viu-se despojado de |

seus bens por, levantar a grimpa
contra o rei, e, emquanto fugia, tu-
do lhe. levaram, até as cavalgadu-
ras. Quando, mais tarde, se ftecu-

zóu a intervir na celebração. do ma- :

trimónio de D. Afonso, o principe
herdeiro, e a prestar-lhe a homena-
gem do estilo à passagem dêle pelo
Pôrto, o soberano, como Martinho
Rodrigues excomungasse os cóne-
gos e outros eclesiásticos que se ti-
nham passado para O partido opos-

to—que era o de Sancho mandou –

destruir as casas dos clérigos parti-
dários do bispo, e, consoante um
historiador insuspeito, «tirou-lhes as
prebendas e as cavalgaduras, violou
as igrejas, introduziu lá os excomun-
gados, fez sepultar os corpos dos
que morreram interditos, e de tal
modo prendeu, durante cinco meses,
o bispo, o deão e outras pessoas no
paço episcopal, -que não só não po-
diam sair mas tambêm não teve o
prelado o socorro dos sacramentos
numa enfermidade que lhe sobre-

veio». Ao mesmo tempo, os cóne-.

gos e clérigos que Martinho Rodri-
gues excomungara,. sem temor das
penas eternas, celebravam na Sé
portuense os ofícios divinos, e o bis-
po, vendo que não-levava a melhor,
submetia-se a Sancho… a fim de
poder fugir para Roma. Isto não
foi inventado pelos jacobinos do
tempo : escreve-o o inflexível e tre-
mebundo pontífice Inocência III na
bula Graves oppressiones.

O filho de Afonso Henriques era
tão pouco clerical: “que, quando de-
parava no caminho um clérigo ou
um frade, logo augurava mal o seu
dia. Obrigava-os a servir no exérci-
to e punha-se da banda dos que a
igreja perséguia, comprazendo-se
em ouvir missas dos excomungados
e não se importando com as repri-
mendas de Roma. Um dia, o bispo
de Coimbra atreveu-se a censurá-lo
pela sua maneira de viver. O rei

era acuzado de trazer uma bruxa

em sua companhia. Sancho I res-
pondon à admoestação exigindo tri-
uto aos moradores de uma vila do

– bispo e, como êles lho recuzassem,

confiscou os bens que o censor e os
cónegos lá possuiam. O prelado co-

nimbricense declarou interdito o

bispado, e o rei, considerando des-
leais e traidores à corôa todos os

que observaram a mesma interdição, |

meteu-os na cadeia e confiscou-lhes
igualmente os bens.

Como: seu pai, Afonso II teve
tambêm tempestuosas turras com a
classe eclesiástica e foram fulmina-
das contra êle excomunhões suces-
sivas. O arcebispo de Braga reuniu
certo dia uma assembleia de prela-
dos para condenar o procedimento
real. Naturalmente, o monarca des-
gostou-se com a atitude do alto cle-
ro e fez-lho sentir. O arcebispo, co-
mo resposta, excomungou-o e mais
ao chanceler, ao mordomo-mór e à
gente da, côrte, e interdisse o pró-
prio reino. Afonso II não esteve com
meias medidas: mandou destruir os
bens patrimoniais do arcebispo, or-
denou aos magistrados de (Guima-
rães que tomassem conta dos celei-
ros arquiepiscopais de Braga e co-
mo D. Estevam Soares da Silva —
que assim se chamava o prelado
bracarense-—excomungasse Os emis-
sários régios, estes, como refere
Herculano, arrazaram-lhe e incen-

diaram-lhe vinhas, pomares e ma- .

tas… O rei morreu sem que hou-
vesse sido levantada a excomunhão
e o arcebispo de Braga, sob tal pre-
texto, negou ao soberano a sepultu-
ra eclesiástica.

Sancho II não foi menos rude pa-
ra com o clero e seus privilégios do
que os seus antecesores. Levar-me
hia muito longe recordar episódios.

“O bispo do Pôrto revoltou-se con-

tra êle, acuzando-o de obrigar os
cidadãos portuenses e os próprios
clérigos a servir o exército, de pro-

ver, por seu mero alvédrio, os car: |

gos eclesiásticos, de negar ao mes-

 

 

ECO DA BEIRA

mo bispo e ao seu cabido direitos é
honras, e, principalmente, de lhe
não pagar dizimos… E não havia
cominações pontificias que o fizes-
sem desviar do seu propósito de
colocar o poder civil acima do po-
der eclesiástico…

—Mas os tempos mudaram e com
tles.os Processos. ++ :

—=Indubitávelmente. D. Pedro IV,
ao implatar o regime liberal, tevê
pot adversária a Santa Sé, que, co-
mo o rei-impérador oportunamente
lembrou, já em 1640 não–quisera
reconhecer a restauração e tão con-
trária ela se manifestou que, vinte
e três anos depois, não havia «um
só bispo com diocese» em toda à
monarquia portuguesa. Em termos
respeitosos, mas, simultâneamente,
os mais enérgicos, D. Pedro, em

1831, fazia saber ao papa, escreven-

do-lhe de Paris, que nunca reconhe-
ceria como válidas as nomeações de
bispos feitas por. D. Miguel, antes

faria- intimar a todos os candidatos

que as aceitassem e negociassem
em Roma a expedição ordinária das
bulas, que se abstivessem de o fa-
zer, sob pena de serem considera-
dos e tratados como traidores e re-
beldes é expulsos do reino.

Acrescentava não querer excitar
um cisma ou a mais leve interrução
de boa harmonia com a Santa Sé;
ameaçava, porêm, de pôr em exe-
cução, desde que fôsse violentado,
o que-D. João IV se não atrevera a
fazer: seguir o conselho que a êste
fôra dado por eminentes teólogos e
fieis católicos do seu tempo e que
era, nem mais nem menos, do que
dizer adeusinho ao papa.

Nessa mesma carta, em que o du-
que de Bragança protestava contra
a usurpação da prerogativa de no-
mear para os bispados vagos, acu-
zava-se o núncio Justiniani de ho-

– mem suspeitíssimo, que tinha «pés-
“Simo comportamento» por fazer a

política de D. Miguel. O pontífice
não o retirou e dois anos depois o
regente mandava-o sair de Lisboa
dentro de três dias, determinando
na mesma data que daí em diante
não houvesse mais nunciatura em
Portugal. Dois dias mais tarde no-
meava-se a, comissão de reforma ge-
ral eclesiástica, constituída por qua-
tro sacerdotes, e decorrido um mês
declaravam-se vagos todos os arce-
bispados e bispados que haviam si-
do confirmados no consistório de
Roma, em virtude da nomeação e
apresentação do govêrno de D. Mi-
guel, e bem assim todas as dignida-
des, priorados-móres, canonicatos,
paróquias, benefícios e quaisquer
outros empregos eclesiásticos, . de-
vendo ser processados e punidos cos

. mo rebeldes todos: os que contra-

viessem às disposições do decreto
que ordenava aos providos que re-
metessem os seus títulos à secreta-
ria dos negócios eclesiásticos,

No mesmo dia extinguiam-se to-
dos os padroados eclesiásticos, de-
terminava-se que só o govêrno po-
dia nonjgar e apresentar os arcébis-
pados,9bispados, dignidades, cano-
nicatos, paróquias, etc., e declara-
vam-se traidores e rebeldes, deven-
do como tais ser processados e pu-
nidos, todos os eclesiásticos secula-
res e regulares que tivessem desam-
parado e abandonado as suas paró-

* quias, capelas, conventos e mostei-

ros depois da aclamação de D. Ma-
ria Il para seguirem o partido de
D. Miguel. Proibiam-se as admis-
sões a ordens sacras e a noviciados,

“e despediam-se dos conventos e

mosteiros todos os noviços; acaba-
va o tribunal da legacia, por ofensi-
vo da dignidade nacional, comunica-
va-se ao patriarca e aos bispos que
lhes cumpria conceder quaisquer

‘ dispensas aos fieis, quando fundadas

em causas rasoáveis e, finalmente,
em 1834, extinguiam-se os conven-
tos, sem que para tudo isto Roma
fôsse ouvida ou achada, O poder ci-
vil triunfava mais uma vez e, trans-

“corridos breves anos, o clero ádito

a Romao mais católico romano
possível–aquele que hoje se insur-
ge contra as leis da República, su-

“Jragava, piedosamente, cada ano, a

 

 

 

alma do homem que presidira a to-
da essa obra revolucionária !

—E com a assistência do nún-
cio… ai Ni

—E’ verdade. Com a assistência
do núncio, para quem a revolução
republicana foi tão generosa que,
sabendo-se ser o sr. Tonti um apai-
xonado politicante, o não poz logo
a andar, antes lhe permitiu que, mui-
to a bom recato, se fôsse embora e.
deixasse aqui, a continuar-lhe a obra
osr. Aloisi-Masela—espécie de Mon-
tagnini de via reduzida. Por muito
menos—por uma simples questão
de luminárias—poz o marquês de
Pombal na rua o cardeal Acciajuoll,
um pobre diabo que não honrava as
tradições de sagacidade da diploma-
cia vaticana…» o

(Continúa)
P.º Cândido da Silva Teixeira.

asse

Liceu Colonial

Fôram mandados recolher a êste
instituto os seus alunos que estão
em gôso de férias, nos dias 30 e 31
do corrente. *

É x ç

No dia 25 reúniu o conselho -es-
colar para distribuição de cadeiras,
escolha de livros e formação de me-
sas de exame para a presente época
e tratar de pôr em execução a nova
reforma.

A êste conselho assistiram já osr.
dr. Hermano Marinha e o sr. Fran-
cisco Tedeschi, distinto professor de
inglês, que nêsse dia havia-regres-
sado a Sernache, vindo de Lisboa,
onde passou as férias.

aeee

Para conhecer o sexo das aves

Pega-se na ave pelo peito, deitan-
do-a ligeiramente e deixando livre
as duas extremidades. Se, depois de
a haver agitado um pouco, tem a
cauda baixa, é macho; se a levanta
em forma de leque, é fêmea.
“Póde tambêm pegar-se na ave
pelas azas: em ambos os casos a
posição que toma a cauda é caracte-
ristica. Este resultado tambêm se

pode obter com mais rapidez, pe-
gando nas aves pelo bico.

as sco
Cânhamo

O cânhamo é uma planta têxtil,
de largo uzo na indústria, de gran-
de procura no mercado. :

Para que a cultura do cânhamo se
torne. bastante rendosa, empregue-se
por cada hectare a adubação seguin-
ter o

Sulfato de amoníaco, 200 a 300
quilogr.; superfosfato de cálcio, 300
a 350 quilogr.; cloreto ou sulfato de
potássio, 100 à 200 quilogr.

AO PUBLICO –

Silva kemos & Carmo, Sucessor

Por escritura lavrada nas nótas
do notário da Certã, Sr. Moura, to-
mei de trespasse a antiga casa co-
mercial desta praça e que girava
sob a firma

 

Veríssimo da Silva

Todo o activo da referida casa fi- –

cou a meu cargo e sob minha única
e exclusiva responsabilidade sob a

.

firma

Silva Lemos & Carmôó,
Sucessor

Agradeço não só todos os favores
dispensados à extinta firma, mas ain-
da aqueles com que me distingui-
rem, desejando que todos os antigos
fregueses se dignem honrar-me com

“as suas apreciáveis ordens.

Silva Lemos & Carmo
Sucessor

Sernache do Bomjardim

E

 

 

ANUNCIOS
LINDA» VIVENDA

CERTÁÃ

Situada em Santo António, ven-
de-se por 3 mil escudos, acabada
de construir, com quintais, bom: ar-
mazêm e lojas, com 2-andares.e; pô:
ço em exploração. Pode: ser paga
em prestações ou como: se -combi:
nar. Dirigir a Carlos Santos; -na
mesma, ou-a José do Vale, avenida
Sá da-Bandeira—Coimbra.. o –

Carro de aluguer

Preços baratissimos. Pedidos “a
Acácio Lima Macêdo. 1

—CERT×

Dastanheiro do Japão

O unico que resiste à terrivel
moléstia, a filoxera, que tão gra-
ves estragos tem produzido nos
nossos soutos, é castanheiro do
Japão. e

O castanheiro japonez ofere-
ce iguais vantagens que o bace-
lo amgricano tem-oferecido no
caso -da doença da.antiga videi-
ra cujas vantagens são já bem
conhecidas. As experiencias teem
sido feitas não so ao norte do
nosso pais mas principalmente
em França, onde o castanheiro
foi primeiro que em Portugal
atacado. pela filoxera, e hoje en-
contram-se os soútos já comple-
tamente povoados de castanhei-
ros do Japão, dando um rendi-
mento magnifico.

O castanheiro japonez acha-

 

 

 

 

“se à venda em casa de Manuel

Rodrigues, Pedrogam Grande.

PROFESSOR DE INGLÊS

Lecciona. Traduções de inglês,
francês e espanhol.

os = , –
GUARDA-LIVROS
Escrituração comercial e agricola:
Correspondencia.

Trata-se com F. Tedeschi, Ser
nache do Bomjardim. 453

Vendem-se todas as propriedades
rústicas, que pertenceram a Possi-
dónio Nunes da Silva, em Sernache
do Bomjardim. AAA As A

Quem pretender ou desejar es-
clarecimentos, dirija-se ao sr. João
Carlos de Almeida e Silva, de

SERNACHE DO BOMJARDIM
CARREIRA DE AUTOMOVEL

No dia 18 de Maio começou’a
carreira de automovel de Barqueiro
(Alvaiázere) a Paialvo e de Paialvo
a Figueiró dos Vinhos. Começou a
fazer carreira a 19 de Mai e
Paialvo á Certã e vice-versa.

Parte o automovel de Barqueiro
todas as terças e sextas-feiras ás 16
horas para Paialvo.

 

 

 

 

 

,

Parte de Paialvo todas as quartas ‘

feiras e sabados depois do comboio
correio em direcção a Certã saindo
dali ás 15 horas novamente. para

Paialvo. De Paialvo parte para Fi-

gueiró dos Vinhos ás quintas feiras
e domingos depois do comboio
correio. Preços resumidos,: =

Lemos, Pedro, Santos & G*

 

+

 

+

 

@@@ 4 @@@

 

ECO DA BEIRA

“PULLMAN”

‘O carro modêlo ideal
Acaba de: ser introduzido no nosso mercado esta soberba: marca de automóveis:
TORPEDO MODELO 1914

Gcilindros’em dois blocos: 957/,><1337/n46,5 HP a 1200 rotações.

Alumage: Bosch alta tensão.

Mudança de velocidades: Electrica Vulcan.

Huminação: Electrica Westinghouse.

Conta-kilómeiros: Stewart. –

Mise-en“marche: Electrica;Westinghouse. E

Roda sobrecelente, Faroes e lanterna, Busina electrica, Bomba-
enche-pneumáticos e Capota

Em outros países teem estes carros já obtido o mais extraordinário: su-
cesto, porque, alêm de suplantar todos os aperfeiçoamentos introduzidos
nos de outros fabricantes, ocupam um lugar de destaque pela solidez da sua
gonstrução, elegância, velocidade, duração e economia de combustivel.

Teem uma longa distância entre os eixos, baixo centro de gravidade,
todas largas com grandes pneumáticos, excelente sistema de lubrificação au-
romática e estofamento Turkish de 11”. f

A sua marcha é da maior confiança, tanto nas ruas das cidades, como
nas peidres estradas de rodagem e nas subidas não teem rival.

E, nlâm de todas estas vantagens, são extraordinariamente mais baratos
do que às de todos os outros carros de luxo até hoje apresentados no nosso
mercado. : :

Representantes em Portugal:

SEQUEIRA LOPES & O.”

ESCRITORIO: Avenida das Côrtes 17 ,
; GARAGE: Rua 24 de Julho, 50-E e 50-F

— LISBOA —

End. telegr.: DIT. A —Telefone n.º 1800 |

CAMÍSARIA CYSNE

* 4 DE =

Alfredo Silva
166, Rua Augusta, 168 — LISBOA

Artigos que ninguem deve. comprar Es
sem vero sortimento e preços desta casa

 

 

CAMISAS PYJAMAS | BOTOES
CEROULAS CAMISOLAS SUSPENSORIOS
‘PUNHOS ! PEUGAS BENGALAS

COLARINHOS LIGAS GUARDA-CHUVAS
GRAVATAS LENÇOS IMPEBMEAVEIS

Sempre novidades recebila directamente de Londres. e. Pais

PREÇOS MODICOS

MERCEAFTA.

Estabelecimento de géneros alimentícios, louças, vidros
e tabacos

“Grande sortimento de- conservas de primeira qualidade, de carnes, pei-
xes e mariscos. E
Licôres nacionais e estrangeiros, vinho do Porto e de pasto, etc.

Preços lemitadissimos.

ANTONIO LOPES

Sernache do Bomjar dim

“FABRICA DA-SALGADA
Moagens e fabrico de azeite

“Venda de cereais e farinhas. E
Recebem-se cereais e azeitona à maquia.

êNTONIO PEDRO DA SILVA JUNIOR

Ssernache do Bomjardim

OURIVESARIA E RELOJOARIA

“ANTÓNIO DA COSTA MOUGA
SERNACHE DO BOMJARDIM
“Um excelente sortimento de- relógios de todos os
sistemas e variados autores
Objectos de ouro é prata de fino gôsto, mui pró-
prios para brindes.
* Concertos garantidos.

 

 

 

 

 

Miguel da Costa Trindade

Esta antiga tipografia está habilitada a executar com a ma-
xima rapidez e perfeição todos os trabalhos de grande é peque-
no formato, para O que possue as competentes maquinas € gran-

 

IMPRESSÕES 4 CORES OURO E PRATA

Bilhetes de visita desde 24 ctv. o cento. Participa-
ções de casamento e livros |

 

 

DEPOSITO DE IMPRESSOS PARA REPARTÇÕES. E: PARTICULARES
Largo do Passeio — LEIRIA

REDES SEDES NES

COPIOGRAFO

Preparado por FRANCISCO SIMOES
O mais aperfeiçoado e mais barato

 

 

 

| de variedade de tipos nacionais e estrangeiros.

 

ESC NC RENES

a
Fe

 

mi cnoreeceneemceeem

om este aparelho obtem-se too cópias de qualquer autógrafo como:
preços correntes, circulafes, mapas, avisos, facturas, cartas, oficios, dese-
nhos, plantas, caricaturas, anancios, eic,

|” o único que está sempre a funcionar, porque se póde lavar CcoM
AGUA QUENTE EM UM MINUTO. :

E” muito útil nos escritórios comerciaes, govêrnos civis, administrações
de concelho, câmaras municipais e, finalmente, em todas as repartições pú-
blicas e particulares em algumas das quais funciona com inexcedivel êxito,

E” o único que dá tantas provas nitidss e que pode funcioner cinco
minutos depois de tér servido, por se lhe tirar a tinta com água quente em
menos de dois minutos. Garante se o bom resultado, restituindo-se O impor-
te em caso contrário.

“PREÇO DO APARELHO

 

Para: tirar: bilhetes! de visita. . +. 500 réis
Rótmato 8 Sra d paia Ma.

DS Qu te iço diisos gh ted vo Coro do Bl ejro q Ds a $a

» Gomegcials) LEOA CD des ANOS, 4 Stabso,

» almaço + = 0. bis

» » duplo IG RIO a di SRA bi US DDiA o ao
Massa—Lata de quilo, + «cc. À. S Jbua som

» meio quilo é 24 ata so do uni Pi tus
Tinta=>rasco grande. CC WS a

» » pequeno asse sr a q otro dE tato dy

Para as províncias acresce mais 100 réis, por aprélho.

 

Todos’os pedidos devem ser dirigidos ‘a

: FRANCISCO SIMOES

238, RUA DOS FANQUEIROS, 238—LISBOA

 

Agua da Foz da Certá

A Agua minero-medicinal da Foz da Certã apresenta uma, composição
quimica que a distingue de todas as outras até hoje uzadas na terapeutica.
| E’ empregada com segura vantagem da Diabetes— Dispepsias-— Catar-
ros gastricos, putridos ou parasitarios ;—nas preversões digesiiras derinadas
das doenças infeciosas;—na convalescença das febres graves; —nas atomsa
gastricas dos diabeticos, tuberculosos, brighticos, -etc.—no .gastricismo dos
exgotados pelos excessos ou privações, etc., elc…, t ;

– Mostra a analise bateriologica que a, Agua da Foz da Centã. tal como
se encontra nas garrafas, deve ser considerada como microbicamente
pura não contendo colibacitlo, nem nenhuma das especies patogencas
que podem existir em aguas, Alem disso, gosa’de uma certa acção microbi-
cida. O B. Tifico, Difeterico e Vibrão colerico, em pouco tempo
nella perdem todos a sua vitalidade, outros microbios apresentam porém re-
sistencia maior, à

A Agua da Foz da Certã não tem gazes livres, é limpida, de sabor le- |

sementS acido, muito agradavel quer bebida pura, quer misturada com,
vinho.
DEPOSITO GHRAL, É

RUA DOS FANQUEIROS-—84—LISBIA
Teletone 2168

 

x168

 

x