Eco da Beira nº49 22-08-1915

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Certã, 22 de Moe

 

 

Assinaturas :
Anos ad Ani SR 120
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“Anuncios, na 3.º e 4.º página 2 cen-

 

O EXÉRCITO E A NAÇÃO

 

 

ICANO DEMOCRATICO
MARÇAL

 

Publicação na CGertã

| Redacção e administração em j
SERNACHE DO BOMJARDIM

Composto e impresso na Tipografia Leirionso

 

 

Quem assistiu à sessão notur-
na de ontem na Câmara dos De-
putados, ouvindo o discurso do
sr. ministro da guerra, deve ter
saido dali com um certo entu-
siasmo patriótico. S. ex.” profe-
riu um discurso caloroso, vibran-
te, cheio de fé, de confiança no
futuro da, nossa nacionalidade.
Falou como militar, como repu-
blicano e como português. Pala-
vras precizas. Afirmações claras.
Não foi um discurso para épa-
ter, mas para convencer, e obteve
resultado. A maioria da Câmara,
movida mais por sincero patrio-
tismo do que por intransigência
partidária, aplaudiu sem reser-
vas êsse discurso e a acompanhá-
la nesses aplausos estiveram os
parlamentares evolucionistas.
Todo êsse entusiasmo foi pro-
vocado pela resposta dada pelo
ilustre chefe do exército ao obs-
trucionismo tendencioso que se
tentou fazer por parte do unio-
nismo ao orçamento do ministé-
rio da guerra. Para fazer politi-
ca—politica no: sentido menos
simpático da palavra—manifes-
tou-se que nada tinhamos no re-
ferente a organização militar;
nem soldados nem material. E
como” se isso fosse pouco incon-
veniente procurou-se regatear as
verbas que o sr. ministro da guer-
ra entende indispensáveis; para
bem cumprir a sua missão de
dotar o país com uma defesa na-
cional que seja o melhor possí-
vel. Sem a compreensão nitida
das responsabilidades que cabem
a um homem público, o leader
unionista procurou transforinar
uma questão nacional em uma
questão política. Detestável pro-
cesso que ontem mesmo teve a
necessária e legítima reprimenda
nas palavras sinceras e apaixo-
nadas do sr. Norton de Matos.
S. ex.” colocou a questão no seu
justo campo. As verbas indica-
das no orçamento são indispen-
sáveis á pasta da guerra, e, co-
mo no govêrno está gente lim-
pa de mais, o país, por intermé-
dio da sua assembleia parlamen-
tar, só tem dois caminhos a se-
guir: votá-las ou manifestar a
sua falta de confiança no minis-
tério. E” facto que não se pode
discriminar com rigor a que se-
rão aplicadas essas verbas. Seria
um prova de inepcia fazê-lo. São
para a defesa nacional-—eis tudo!

 

*
” * *

O sr. Norton de Matos, que
tem uma fé ardente no futuro
da nacionalidade pela Republica,
não proferiu uma palavra de de-
sânimo. Foi pelo contrário de
uma clareza extraordinaria. A

– nossa organização militar não é

perfeita, não é como temos direi-
to’a desejar que fosse, mas tam-
bêm não dá direito a despeita-
dos ou ignorantes dizerem que
nada vale. Isso é falso! Algumas
coisas temos boas, que, em quais-
quer circunstâncias, podem pres-
tar admiráveis serviços. E que
significa haver ainda pouco, não
se ter aperfeiçoado o exército
português, se só dêsde a Repu-

blica se pensou a sério com sen- (-.

timento patriótico, na organiza-
ção do seu pessoal e do seu ma-
terial? Em perto de cinco anos,
a Republica, com a exiguidade
dos seus recursos, tem feito o
possivel para dotar o país com
um exército digno dêste nome.
Ninguêm duvide dessa afirmação.
E porque não se deve dotar o
exército mais largamente? E” evi-
dente que as democrácias não
teem uma feição arrogantemente
militarista, antes procuram. de-
senvolver-se pela feição indus-
trial que exige a mais perfeita
concordia, sem esboços guerrei-
ros, que, aliás, tanto consistem
em comprar espingardas ou ca-
nhões e em mobilizar um. exér-
cito, como em recensear um re-
cruta e dar-lhe a competente ins-
trução militar.

Mas a situação actual tem uma
delicadeza que a ninguem pode
passar despercebida. A confla-.
gração europeia pôs de parte
todos os sonhos pacifistas, sem-
pre amados pela Democracia, e
exige a cada povo que deseje ar- –
dentemente ser livre, a tornar-
se digno dêsse desêjo, inspiran-
do confiança ás nações com as
quais tem estabelecido tratados
insofismáveis. Não- vemos, por-
ventura, que todas as nações es-
tão fazendo sacrifícios extraor-
dinários para beneficiar o seu
exército? Desconhece-se, por
acaso, que a nação nossa vizi-
nha dota neste momento’ o seu
exército com armamento e mu-
nições levando-o até segundo
consta, a realizar extraordinárias
manobras? Qual o motivo por-

que só nós deveríamos ficar in-
diferentes perante os factos que
observamos na casa alheia? Se-
ria um absurdo indigno das nos=
sas tradições e do nosso desejo
bem republicano de engrandecer
o país!

*
* *

As palavras proferidas a noi-
te passada pelo ilustre ministro
da guerra devem esclarecer o
país, o qual não vai ter certa-
mente palavars de aplauso para
os obstrucionistas. Há questões
que não se aproveitam em cir-
cunstâucia alguma para fazer
politica: partidária. A questão da
defesa nacional, que-a todos im-
porta é uma dessas. Agita-la, por
conveniências políticas, torna-se
um acto de má política, o que
para nós pouco vale, mas é so-
bretudo uma inconveniência.

precisamos absolutamente colo-
car o exército português em con-
dições de se prevenir para todas
as eventualidades, ainda as que
porventura possam ser gravíssi-
mas e bem desejamos que não
se deem. Mas isso não se faz
com palavras, em discursos de
retorica facil ou em artigos mais
ou menos entusiastas. Faz-se
com recursos que serão aplica-
dos, inteligente e honradamente,
à obra que todos desejam. Fa-
zer política em semelhantes con-
dições não enobrece quem se
presta a desempenhar o tristis-
simo papel. Que o pais ouça e
atente nas palavras nobres do
sr. Norton de Matos, que foram
um hino de esperança no futuro
do pais e uma severa e mereci-
da reprimenda aos que de tudo
descreem ou fingem descrer!

AGRADECIMENTO

Tendo. sido minuciosamente – in-
formado dos bons serviços que, com
dedicação, me prestaram os meus
visinhos, por ocasião do incêndio
que recentemente se manifestou nu-
ma das dependências daminha casa
de Sernache, a todos envio os meus
agradecimentos mui sinceros, com
a afirmação da minha indelével gra-
tidão, de reconhecimento especial
para os que não me deram o seu
prestante auxílio por considerações
de amisade. ;

A todos, pois — muito obrigado!

Lisboa, 20-8-915.

 

cábílio Marçal,

 

 

O chords lemos

Apropósito das referências: que

aqui fizemos ‘às impertinências que –

o pároco de Sernache:se permitiu
há dias dirigir a alguns bons repu-
blicanos, nas igrejas de -Sernache,
escreve-nos alguem, que muito bem
conhecemos uma interessante carta;
que não podemos publicar mas que
aproveitgremos.

Diz bem’a carta: ‘é bom-não es-
quecer que o pároco de Sernache,
padre José Adriano, ‘há’4 anos “se
dizia em Sernache o maior-amigo e
o maior admirador do dr. Abílio
Marçal, é toda a gente’sabe que lhe
deve favores inapreciáveis: todavia
associa-se á campanha de descré-
dito contra o seu amigo e foi’a úni-
ca pessoa de Sernacheque’foi-a
uma sindicância dizer que êle tinha
sido o autor de uma revolta.

O pároco de Sernache nunca sóu- .

be que houve lei de separação: 6
sr. dr. Abílio recomendou que tudo
lhe deixassem e não o importunas-

E

 

 

E” por isso que êle ainda fala. .

O clero tem sido de uma grande
ingratidão e felonia para com o par-
tido democrático e esta situação é
precizo que acabe. Ê f

Todas as vezes que o partido de-
mocrático está no poder o clero faz
o que quer! ;

Todavia o clero é uma furia con-
tra o partido democrático !.

Haja vista ao que se passa em
Sernache, nó Cabeçudo, em Pedro-
gam, em Palhais, em toda a parte!

O partido democrático. tem às ve-
zes generosidades que não se com-
preendem. ;

Ainda há pouco, na distribuição
das alfaias e paramentos do Colégio
das Missões, o:sr, dr. Abílio Mar-
çal, nosso querido amigo deu mani-
festações de isenção que poucos lhe
reconhecem.

Atendeu todas as igrejas e/os
párocos são seus inimigos ! ,

Uma das: igrejas que êle melhor
serviu foi a do Cabeçudo, que é
uma-freguesia inimiga dos democrá-
ticos.

Ele deu-lhe num dia mais de que
em dezenas de anos lhe teem dado
todos os-políticos. )

Deu-lhe paramentos, imagens, al-
tares e até objectos de prata!

E o pagamento? Nem ao menos
o da gratidão ! ‘

A” sua freguesia, á de Serhache,
deu tudo quanto havia de bom.
Enriqueceua! E mais lhe ia dar
ainda ! 4

Pois toda a gente sabe que lhe
foi requerida uma sindicância e que
uma das maiores acuzações era;a
dêle ter dado êsses objectos á sua
terra! t f

Isto é uma vergonha, emquanto
houver marmeleiros em Sernache!

Essa sindicância foi requerida por
António Martins dos’Santos e José
Carlos de Almeida;e Silva.

Pois dessa sindicância eram tes-
temunhas, alêm do sr. Almirante
Domingos Tasso de Figueiredo e dr.
Matos e Silva-sem o qual nem a

 

 

BLOr)

 

opoJron8

“IS qu XA

[TH ºP osse 7 aueimiye 7 aueimiy

 

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sindicância era coisa capaz !-—alêm
dêstes eram padres—o padre Jaime
da Silva Pereira, o padre António
Bernardo, o padre Joaquim Men-
des, etc.

E note-se que êste último, como
pároco do Nesperal, foi dos que
mais pediu e mais recebeu.

E até o administrador, que co-
briu e-fez seguir a sindicância com
a sua assinatura, o sr. dr. Bernar-
do de Matos foi aprendiz de clérigo.

E até o sr. Silva, que a requereu,
foi sacristão da freguesia de N. S
de Anunciada em Setubal !-

Toda esta gente para acuzar o
sr. dr. Abílio Marçal por ser um
católico engrandecendo o seu culto

é por’ser um patriota favorecendo –

a sua terra.

“Bem sabemos que o sr. dr. Abr .

lio Marçal costuma encolher os hom-
bros e sorrir-se complacente num

sorrir de dó por ver o Silva e o Mar–

tins e o Bernardo e os padres a cha-
furdarem nesta porcaria. ,

Ele há de ter um grande prazer
em ver o sr. Tasso Figueiredo como
primeira testemunha desta farça.

Ele está por certo vingado vendo
os seus grandes inimigos, o Mar
tins,:o Silva e o Bernardo Matos
descerem ào último dos desvarios o
da abjecção de trazerem para a dis:
cussão: duma sindicância as senho-
ras de suas famílias — duas senho-
rasvcomo as mais. dignas e respei-
táveis que possa haver em; Serna-
che ou em parté alguma!

Pois é verdade : tudo isso fizeram
o Silva, o Martins e o dr. Bernardo,
que: todaa gente de Sern-cbe viu
entrar na casa do sr, dr. Abílio e
dela » «lispôrem com uma familiari-
dade como-se dêles fosse !….

O sr. dr. Abílio Marçal, coma.
sua grande alma eo seu superior
espírito sorri-se de: tudo isto e os
seus amigos calam-se,. porque lhe
obedecem eo adoram.

‘Mas agora, nasua ausência pe-
demlicença: para lhe dizer que não
poupe os seús amigos. |

Os partidos não se fazem: com
complacências-

volta !

A sua generosidade não.lha agra-
decem-os seus inimigos: e para lha
reconhecerem poucas almas boas há
neste concelho.

O sr. dr. Abílio é um. espírito
superior, é: mas deixe os outros
agir cá por baixo, e verá como isto
vai bem!

 

FALECIMENTO

Na sua casa de Redondo e na
avançada idade de 83 anos, acaba
de falecer o sr. Manuel Joaquim da
Silva, abastado proprietário naque-
le concelho. à

“Era patural-de: Ventoso, da fre-
guesia de Sernache.

Muito novo ainda, mas- já após
uma -vida de aventuroso trabalho
fixou a sua residência onde se: de-
dicóu’ à vida comercial, ao mesmo
tempo que ao progresso daquela vila
dedicou toda a sua actividade com
carinho e patriotismo.

“O Redondo deve-lhe importantes
serviços e por todos êles vale o
maior de todos—o’ grande serviço
que prestou àquelas terras conse-
guindo-lhe a canalização das águas,
a cujo melhoramento a sua bolsa
articular deu um bom’ senão o me-
hor auxílio.

Deixara há muito o comércio de-
dicando-se unicamente à administra-
ção da casa que conseguiu fazer
com o seu insano trabalho de tantos
anos,

Era um patriota, um bom e dedi-
cado amigo da sua terra natal.

Eta tio dos nossos amigos, dr.
Virgilio Nunes da Silva, digno pre-
sidente da Câmara Municipal deste
concelho e Adelino Silva e João
Silva, proprietarios no Redondo.

Sentimos: sinceramente a morte
dêste prestante cidadão, e a sua fa-
mília enviâmos as nossas condolên-
elas,

“dor do concelho averiguar !

Isto preciza levar uma grande

 

 

ECO DA EEIRA

 

Ganastras! Canastras!

Algumas senhoras que por
dam a fazer contrabando político e
contrabando . religioso com os seus
atachés fazem-se iradas contra ai
nossas palavras do último número.

Não teem razão, Portem-se cômo
senhoras sérias e aqui haverá por
elas todos os respeitos que lhes são
devidos, a

Toda “agente sabe quem são as
que por aí, por Sernache, pela Cer-
tá, pelo Cabeçudo e por Pedrogam
andam a dizer mal da República,

 

 

 

espalhando calúnias, intrigas e até,

papeis. Toda a gente o sabe.

Qualquer dia vimos para o jornal

contarmos o que elas dizem e pab
câmo-lhes os nomes ! a
Ao menos para o sr. adminis

Toda a gente sabe que há para aí
uma igreja para a qual andam sem-
pré a correr certas pessoas que, pa-
recendo que não teem que fazer em
casa, passam ali a sua vida, de mis-
tura: com alguhs padres, a dizerem
mal da República, fazendo um fóco

.de talassaria.

Também isto há-de acabar, se as-
sim continuar, e mal! Verão!

A igreja é um lugar respeitável
para o culto da nossa fé e da nossa
crença religiosa.

Não é centro de política da ca-
nastraria.

Ali não se ouvem preces a Cristo.
Rosnam-se “intrigas contra a Repú-
blica!

Tudo lhes serve para matéria de
exploração.

Fazia-se ali no Colégio uma festa
respeitável—a Semana Santa. E

Logo um padre se meteu por aí
de-porta em porta, de sacola às cos-
tas a pedir dinheiro para uma sema-
na sanita.

“Todos deram ! ES

E o que’foi essa festa?

“E’ triste recordá-lo. Pareceu uma
festa pagã. Os bons católicos senti-
ram-se envergonhados:! sine

Depois, tambêm quiseram maca-
quear o mês de Maria e fôra» ali
para o côro do orgão esganiçar o
sub tuum presidium de olhos em al-
vo é dueto ias flóres em talsêie de
sustenido. …

Um pavôr !

Queremos religião, religião séria
para todos os católicos é não reli-
gião política para dizer mal da Re-
pública.

Essa-não mais!

Fique entendido!

E RR DAS. Es
Exames do 2.º grau
Sernache do Bomjardim

Realizaram-se no dia 14 último,
os exames dos alunos da escola ofi-
cial do sexo masculino, desta fre-
guesia, cujos resultados foram os
seguintes:

Ernesto – Ferreira Biscaia, José
Mendes, Joaquim: Martins, da Cal.
varia, José Dias Júnior e Licínio
Medinas, aprovados, e António Men-
des, reprovado.

Tambêm fizeram êste exame os
srs. Joaquim Martins, do Pampilhal,
e Armando Ferreira Biscaia, de Ser-
nache, ambos de ensino doméstico,
ficando aprovados,

Falecimento

 

 

Este número é um campo de ci-
prestes E

Em cada coluna uma cruz !

Esta é para registar O passamen-
to do padre António Nunes Correia
de Oliveira, na sua casa do Cabe-
çudo.

Foi pároco na freguesia do Cas-
telo, onde deixou de si um bom no-
me.

A sua vida paroquial ainda hoje é
lembrada como um modêlo de zêlo,
conciliação e devoção religiosa, com
fé, mas sem exageros.

Era um bom !

Sentimos a morté do pobre padre
Correia, e a sua familia enviâmos
os nossos sentimentos !

 

 

Correspondências
anónimas

De vez em quando aparecem em

vários jornais correspondências de
Sernache, sempre anónimas, porque
Os seus autores não teem coragem
de arrostar com a responsabilidade
das navalhadas que tentam aplicar!
Covardes!… g

Aprumem-se; ergam altivamente
a fronte; acusem, mas assinem !

Nós avaliamos bem, pela falta de
gramática, quem é que nos agride.

Não ofende quem quer!…

Se eu respondo, é porque a ver-

gonha de tais correspondências re-
cai sôbre a minha terra, que apenas
lhes tem servido para tirarem o pé
da lama. :
“Só é sernachense aquele que, ten:
do aqui nascido, sabé amar a sua
terra, ou que pelo seu proceder me-
recé que os naturais lhe dêem a
honra e a’ merecida estima de lhe
chamar patrício.

Ouresto, os sernachenses espúrios
pela ignorância ou tôla vaidade, ape-
nas despertam em nós a indiferença
que se vota aos inúteis. Aos estra-
nhos, que tentam entravar as nossas
tentativas de progresso, damos-lhes
em troca um gesto feio de absoluto
desprêzo !!…

Se os democráticos sernachenses
pudessem iludir-se a ponto de su-
pôr os talassas susceptíveis de emen-
da, aguardariam pacientemente o dia
da sua regeneração. Assim, não.

Temos de esgrimir com demen-
tados, sem podermos aplicar-lhes
coletes de fôrças, contentando-nos
com marcarmos lhes a fronte com
um ferro em braza. Inconscientes
perigosos são aqueles que nos agri-
dem pelas: costas, à falta de cora-
gem de o fazer pela frente.

Esfórço inútil que apenás nos
fornece estes pequenos desabafos e
meia dúzia de considerações, que
serão palavras ao vento, apenas bem-
fazejas para os poucos indiferentes
que teem de vir para nós.

Ninguêm tentaria impedir. que se
fizessem procissões, se elas não ti-
vessem servido nos últimos tempos
para espalhafatos políticos.

A da Conceição, que se anunciou
como parada reaccionária, foi pouco
concorrida, um fiasco quasi.

A do Corpo de Deus foi pobrissi-
ma, sendo a concorrência quasi ex-
cluzivamente de mulheres e crian-
ças! Para pegar ao pálio apenas
apareceu um sob encazacado, e era
tanta a fé que o lá levava que lhe
não chegou para acompanhar a mes-
ma procissão, retirando-se logo que
se viu só!

Emquanto a Religião servir para
manifestações políticas e o clero se
não conformar com a República, di-
ficilmente deixará de haver luta em
que os reaccionários: não levarão a
melhor.

Relativamente às tiradas referen-
tes “aos membros da associação do
Coração de. Jesus, a quem o prior
excomungou e o rabiscador chama
nomes feios, só se associaram para
salvar umas inscrições que vão ter
uma aplicação benemerente. Se os
movesseé à descrença e o ódio reli-
gioso, não distribuiriam as imagens
é alfaias da igreja do Colégio, mas
tê-las hiam. vendido em leilão: te-
riam há muito obrigado o adminis-
trador dêste concelho a encerrar um
colégio ilegal que para aí funciona,
ato etc.

Continuem:a fazer asneiras e de-
pois chorem e barafustem !

O vento não lhes sopra tão fa-
gueito que possam: navegar à tôa
sem dar num recife em que naufra»
guem.

Sejam. católicos, mas saibam-no
ser, pautando as suas vidas pelos
preceitos de Cristo. f

Deixem-se de política tôla e de
reprezálias escuzadas e verão como
os republicanos são correctos e to-
lerantes.

Senão, não!

Quanto a petizes, diremos que
grandes homens houve que foram
de pequena estatura, como Alexan-

 

 

 

 

 

dre Magno, Napoleão, Nun’Álvares,
etc. e que só consegue ser grande
o que fôr dotado de alta inteligênci:
e de enérgica vontade de querer sê-
-lo. O articulista vizado só é gran-
de na covardia de se escuzar a assi-
nar a sua mal alinhavada prosa,

 

Pe Cândido Teixeira;
ANTÓNIO LEITÃO

O telégrafo trouxe-nos há poucos
dias uma triste notícia, que doloro-
samente impressionou todo êste con-
celho-—a morte de António Leitão!

Não foi uma surpresa, que o triste
desenlace se vinha já prognostican-
do havia seman j
enidos para a n
por isso ela deixou de caus
impressão. :

António Leitão tinha qualidades
muito apreciáveis no convívio social
—a sua lealdade ea sua bondade

 

“servida por um génio alégre.

No exercício do seu cargo de se-
cretário da administração dêste con-
celho afirmou respeitáveis qualida-
des—a sua escrupulosa honestidade,
o seu. amor pelo lugar e a sua de-
dicação pelo serviço público,

O concelho era dêle: não para
explorál-o, mas para manifestar o
seu invulgar zêlo e o seu interesse
devotado por todos os seus serviços.

Estas qualidades faziam dêle uma
individualidade muito apreciavel nes-
ta região.

E” por isso, que à sua morte, cho-
rada pelos seus íntimos, é sincera-
mente sentida por todo’o concelho.

Com estas palavras de justiça,
em preito à virtude dum homem de
bem e dum funcionário zeloso, nós
desfolhâmos sôbre a campa de An-
tónio Leitão os goivos rôxos da
nossa amizade, que não teve extre-
mos mas que foi insenta de hipocri-
sias, e da nossa saudade, que é mui
sincera e dorida.

A” sua família envia o Eco da
“Beira as suas condolências, e o seu
director sente deveras que circuns-
tâncias imperiosas o impedissem de
acompanhar o extinto à sua derra-
deira morada,

E:

Parece que ha para aí numa fre-
guesia dêste concelho uma senhora
com um colégio sem ‘a necessária
autorização e habilitações.

Quando lhe perguntam dá sem-
pre umas respostas irrisórias. E” a
Fif, a Quimquim, a Nini, todas fi-
lhas das suas amigas, por favor
etc., etc.

Talvez fôsse – bom acabar com
esta comédia. Eid

Ou não?

 

 

q

Acaba de ser apurado no concur-
so para aspirante de marinha 6 nos-
so prezado assinante e sincero ami-
go Adelino de Oliveira, que hadias
terminou na Universidade de Coim-
bra os preparatórios para a Escola
Naval, com a classificação de 18 va-

lores nas cadeiras de álgebra supe-‘

rior e física e 19 valores em dese:
nho rigoroso.

A êste nosso amigo damos since-
ros parabens.

 

Es

se So

Pezames E

O nosso presado amigo Manuel
Martins Cardoso, digno deputado
da nação vem de ser duramente fe-
rido nos estremos carinhosos da
sua afeição filial. E

Faleceu sua mãe-—-uma boa e san-
ta velhinha.

Compreendemos a sua dor, por-
que conhecemos o seu coração, e
nela o acompanhamos nesté momen-
to com a expressão sincera das nos-
sas condolências.as.

 

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21 DE AGOSTO DE IN

dn

Fez ontem quatro anos que no
Parlamento foi votada a Gonstitui-
ção da nossa República, terminando
assim o período revolucionário ini-
ciado em cinco de Outubro e en
trando-se, então, na normalidade
constitucional.

21 de Agosto de Ig1t é, na his-
tória contemporânea do nosso pais,
uma data por todos os títulos notá-
vel e que jámais poderá ser esque-
cida.

Mas, se esta data é importantis-
sima para a história da Pátria Por-
tuguêsa, não é, sem dúvida, de me-
nor importância para a história do
Partido Republicano, pois que – foi
“durante a discussão do diploma ba
“silar do regime vigente que se sus-
citavam as primeiras dissidências

ue deram origem aos actuiis par-
tidos da República.

A grande família republicana que,
durante as horas amargas da pro-
panganda e os primeiros meses após
a Revolução, se conservara sempre
unida, começou a sentir no seu seio
os primeiros abalos da rebelião de
alguns dos seus membros que já
porque sinceramente o pensassem;
já por ambições injustificáveis e
absolutamente condenáveis, mani
festavam o seu desacordo com al-
guns dos pontos do programa do
velho partido a que pertenciam e
pelo qual haviam lutado.

No Congresso difiniam-se várias
facções parlamentares constituindo-
se uma maioria e uma minoria.

A maioria, a que se deu o nome
de bloco, era formada por vários
grupelhos políticos sem a indispen-
sável coesão entre os seus membros
e uma certa unidade no seu plano
de acção. ;

A” minoria pertenciam todos aque-
les que permaneciam fiéis ao pro-
grama do velho partido republicano.

As consequências, por vezes bem
desastradas, que os actos praticados
por essa maioria tiveram, estão ain-
da na memória de todos, tão curto
é o espaço de tempo que dêles nos
separa!

A” formação dêsse bloço, sem
orientação definida e sem uniforme
compreensão dos seus deveres, de
ve a República algumas das suas
horas mais dolorosas.

O primeiro govêrno constitucio-.

nal presidido por João Chagas, e do
qual fazia parte Pimenta de Castro
que, pouco tempo depois, era corri-
do do ministério com o labéu de
traidor, apoiado por êsse bloco hete-
rogéneo teve que abandonar o po-
der e dar lugar a um govêrno de
concentração presidido por Augusto
de Vasconcelos.

Estas rápidas mudanças de minis-
térios eram devidas à maioria que,

«na sua desorientação política, dava
ou retirava o apoio aos governos, a
seu belo talante, sem pensar nas di-
ficuldades que tais actos traziam à
vida da República.

A conduta que a maioria levava
fez, porêm, com que alguns elemen-
tos que até então a apoiavam vol-
tassem ao seio do antigo partido em
que tinham militado, vindo, portan-
to, engrossar as suas fileiras.

Neste meio tempo sobe ao poder
um govêrno presidido por Afonso
Costa. A sua acção governativa foi
de tal forma brilhante que, numas
eleições suplementares realizadas pa-
ra preenchimento das vagas deixa-
das por deputados mortos ou que,
por incompatibilidade com os cargos
para que eram nomeados, tinham
de abandonar o parlamento, a gran-
de massa do povo votou nos candi-
datos apresentados pelo partido a
que pertencia o ilustre homem pú-
blico. A situação política mudou en-
tão bastante, pois que a entrada dos
novos deputados no parlamento fez
da minoria uma maoria forte, ho-
mogénea, disciplinada e vigilante.
Apenas o senado continuava na sua
politiquice mesquinha e, por vezes,
prejudical aos altos interesses da
Pátria,

 

 

ECO DA BEIRA

Mais tarde toma conta do govêr-
no o sr. Bernardino Machado, com
o fim de pacificar a família republi-
cana.

O resultado da sur missão foi o
que todos vimos. Teve que abando-
nar o poder sem nada conseguir. Se
gue-se-lhe um govêrno democrático
que, devido à exploração nojenta de
políticos ambiciosos e odientos, teve
uma vida bastante efémera. A guer-
ra feita a êsse govêrno teve como
consequência êsse monstruoso acto
que será, para sempre, uma man-
cha negra nas pag nas da nossa his-
tória. Subiu, então, ao poder o fa-
mosa Pimenta de Castro que, como
já atrás dissemos, fôra escorraçado
do ministério Chagas como traidor,
e que se propôz endireitar a Repú-
blica entregando-a aos monárquicos.

Foi precizo uma Revolução para |

“afastar do poder êsse miserável. A

Revolução triunfou e entregou o po-
der a um grupo de homens, de são
critério e puros sentimentos republi-
canos, que fizeram entrar, em bre:
ve, o País na normalidade constitu-
cional. Realizaram-se a» eleições e a
Nação, que já tivera ocasião de mani-
festar o seu completo acôrdo com a
orientação do partido democrático
confia-lhe novamente o encargo de
dirigir a República e de fazer de
Portugal um país progressivo e forte.

E”, pois, ao Partido Republicano
Português que, no presente momen-
to, cabe a árdua missão de levar a
pôrto de salvamento a velha nau do
Estado.

Eis, caro leitor, a traços largos, o
que foi a vida constitucional da nos-
sa República durante estes quatro
anos. Í

Oxalá que os partidos, evitando
os erros passados, s: compenetrem
de que já é tempo de olhar a sério
para todosos problemas que interes-
sam a vida nacional e que, pondo
de parte a política de ambições e de
ódios, se unam e trabalhem juntos
no engrandecimento da nossa que-
rida Patria.

«ass so
Dolor!

E bem pungente a que vem de
sofrer o sr. dr. Figueiredo Guima-
rães.

Faleceu sua filha Iréne!

Compreendemos o seu grande des-
gôsto e nele o acompanhâmos sínce-
ramente.

O funeral da interessante criança
foi ao mesmo tempo, uma manifes-
tação de dôr e de comiseração e
respeito por tão distinta família, a
quem enviâmos tambêm as nossas
condolências.

As últimas horas
de Varsóvia

O que dizem os correspondentes do «Times»
e do «Daily Telegraph»

Em telegrama expedido de Var-
sóvia ao «Taimes» e datado de 4
de Agosto, às 8 horas, dá o sr. Stan-
ley Wahsbeern informações acêrca
dos últimos dias da ocupação russa,
que, embora retrospectivas, não dei-
xâm de ser interessantes :

«Aperta-se a rêde de momento
para momento, e o abandono da ci-
dade é uma questão de horas; da
ponte nova veem-se os obuzes ale-
mães e imensas colunas de fumo, ao
mesmo tempo. que violentas detona-
ções tazem estremecer a cidade.

No outro lado do Vistula está em
observação um balão cativo russo.
Do telhado do hotel Bristol vê-se o
fumo dos prédios incendiados nos
arrabaldes pelos obuzes alemães, A
cidade foi já evacuada, ficando ape-
nas os polacos, que resolveram não
sair; o céu está pontuado de aviões
alemães planando isolados no meio
das nuvens de fumo e dos shar-
pnelis dos canhões russos,

A evacuação militar está quasi
terminada; faltam apenas sair algu-
mas fôrças de infantaria e umas

 

poucas de peças de artilharia. O úl-
timo comboio para Petrogrado par-
tiu ontem à noite, e hoje sai o últi-
mo comboio para Brest Litowsk.
Entretanto, continuam os aeropla-
nos alemães a destruir desvairada-
mente vidas e edrícios: na segunda
feira deitaram numerosas bombas
que mataram vinte e cinco pessoas,
tendo caido um projectil entre o ho-
tel da Europa e a igreja nova. To-
das as pontes foram minadas; esta
tarde, quando atravessava uma de-
las, cairam quatro bombas sôbre
Praga, um arrabalde da cidade que
fica na margem direita do Vistula.
As detonações foram aterradoras e
os habitantes fugiram espavoridos
em todas as direcções. Foram tira-
dos os’fios de cobre do telégrafo,
do telefone, e os trolleys dos elec-
tricos, Para quem tem acompanha-

 

“do Os acontecimentos de Varsóvia é

um espectáculo profundamente tris-
te êste preparativo de abandono da
cidade às mãos do inimigo.

Esta manhã ainda muito cedo fui
visitar as tropas que ocupam o flan-
co direito, nas proximidades de Gar-
wolin, entre Varsóvia e Ivangorod ;
encontrei-as resistindo valentemen-
te, mas as do centro já tinham reti-
rado,

Não posso possuir opinião acêrca
dos exércitos do norte e do sul por-
que as comunicações já estão corta-
das, mas creio que os alemãs per-
deram todas as probabilidades de
infligir uma derrota ao exército de
Varsóvia, a não ser que um dos
exércitos próximos ceda demasiada-
mente depressa. Embora os-obuzes
rebentem em torno da cidade, a
evacuação militar está sendo efec-
tuada tão: tranquilamente como há
dois dias se fez a evacuação civil.
Para traz, a estrada está coberta de
tropas, fatigadas, estropiadas, que
veem da linha de fogo; não pare-
cem desesperadas mas a contrarie-
dade lê-se-lhes no olhar.

—Se tivessemos munições, disse
um soldado, sovariamos constante-
mente os alemães,

E logo outro acrescentou:

—A paz não nos convêm; logo
que tenhâmos obuzes com fartura,
reconguistaremos Varsóvia. Não po-
demos deixá-la nas mãos dos ale-
mães!

5 de Agosto

Passei a noite fóra da cidade por-
que é possível que de um momento
para o outro as estradas se encon-
trem tão avariadas pelos obuzes que
não se possa transitar em automó-
vel. Do alto das colinas, a leste de
Varsóvia, vê-se a claridade dos obu-
zes que rebentam nas cercanias da
cidade. Desde as cinco horas da
manhã que, na direcção da cidade,
estrondeia um canhoneio incessante;
provavelmente é o prelúdio do ata-
que predecessor da entrada dos ale-
mães. Retomo o caminho de Var-
sóvia onde espero entrar ainda an-
tes de serem destruídas as pontes.
E? muito provável que haja apenas
uma acção: da retaguarda antes de
ser dada a ordem para retirar sôbre
a linha de Brest.

Mais tarde

Varsóvia foi abandonada. A’s três
horas da manhã fez-se ir as pontes
pelos ares, e às seis horas a cavala-
riá alemã entrava na cidade».

*
*

*

O sr. E. J. Dilon expediu de Va-
rêse o seguinte telegrama para o
«Daily Telegraph»:

«O grave cheque sofrido pelo im-

*pério slavo transformou-se em esti-

mulante de mais enérgicos esforços,

O acabrunhador revez, escreveu-
me um estadista russo, tem suas
compensações. Reacendeu o entu-
siasmo e será mais eficaz do que
rumas de livros de côr de laranja e
do que os apelos oficiais, para me-
ter a Duma e o governo no bom ca-
minho e fundir todas as camadas
sociais do país em uma nação pa-
trióticamente unida. Só a simples
previsão do que se prepara sacudiu
os elementos mais entorpecidos do
império, despertando nêles o senti-

 

 

mento das nossas faltas, que se tor-
na em estímulo e firme resolução
de não recair nelas, e de evitá-las,
Depois da invasão de Napoleão,
é a primeira vez que a Rússia dá o
espectáculo de uma tal renascença.
As tendências variadas dos nos-
sos 180 milhões de súbditos, em ge-
ral incoerentes e frequentemente
contraditórias, foram orientadas por
estes sinistros acontecimentos para
um fim nitidamente determinado: a
derrota completa do inimigo do pé
nero humano. Dada esta unanimida-
de nesta resolução, a nossa confian-
ça na vitória final deixou de ser um
simples estado de espírito para trans-
formar-se numa poderosa fôrça mo-
ral agindo de maneira a produzir
todo o seu máximo efeito. Não re-
cuaremos perante qualquer sacrifício
porque o mais pezado dêles se: tor-
naria ligeiro em comparação ‘com
uma desastrosa: alternativa. Não é
exagêro afirmar que: êste novo che-
que militar destruiu para sempre as
barreiras que até agora mantinham
separados o povo e o govêrno.
ao mesmo tempo: acelerou a
regeneração política e social da; na-
ção russa, que daqui em deante tem
o seu lugar entre as nações livres
do mundo»,

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carreira de automovel de Barqueiro
(Alvaiázere) a Paialvo é de Paialvo
a Figueiró dos Vinhos.«Começou a
fazer carreira a 19 de Maio, de
Paialvo á Certã e vice-versa.

Parte o automovel de Barqueiro
todas as terças e sextas-feiras ás 16
horas para Paialvo.

Parte de Paialvo todas as quartas
feiras e sabados depois do comboio
correio em direcção a Certã saindo
dali ás 15 horas novamente para
Paialvo. De Paialvo parte para Fi-
gueiró dos Vinhos ás quintas feiras
e domingos depois do comboio
correio. Preços resumidos.

Lemos, Pedro, Santos & C.*

Castanheiro do Japão

O unico que resiste-á terrivel
moléstia, a filoxera, que tão gra-
ves estragos tem produzido nos
nossos soutos, é castanheiro do
Japão.

O castanheiro japonez ofere-
ce iguais vantagens que o bace-
lo americano tem oferecido no
caso da doença da antiga videi-
ra cujas vantagens são já bem
conhecidas. As experiencias teem
sido feitas não só ao norte do
nosso pais mas principalmente
em França, onde o castanheiro
foi primeiro que em Portugal
atacado pela filoxera, e hoje en-
contram-se os soutos já comple-
tamente povoados de castanhei-
ros do Japão, dando um rendi-.
mento magnifico.

O castanheiro japonez acha-
se à venda em casa de Marmel
Rodrigues, Pedrogam Grande,de,

 

@@@ 4 @@@

 

ECO DA BEIRA

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enche-pneumáticos e Capota

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cesso, porque, alêm d: suplantar todos os aperfeiçoamentos introduzidos

nos de outros fabricantes, ocupam um lugar de destaque vela solidez da sua

 

construção, elegância, velocidade, duração e economia de “combustivel.

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“Agua da. Foz-da Certã

A Agua minero- -medicinal da Foz da Certã apresenta uma composição
quimica que a distingue de todas as outras até hoje uzadas na terapcutica,

E’ empregada com segura vantagem da Diabetes— Dispepsias— Cata r-
ros gastricos, putridos ou parasitarios;—nas preversões digestivas deriradas
das doenças infeciosas; :—na convalescença das febres graves; —nas atonisa
gastricas dos diabeticos, tuberculosos, br ighticos, etc.y—no gastricismo dos
exgotados pelos excessos ou privações, etc., etc.

Mostra a analise bateriologica- que a Agua da. Foz da Certã, tel. como
se encontra nas garrafas, deve ser considerada como microbicamento
pura não contendo colibacitlo, nem nenhuma das especies patogentas
que podem existir em aguas. Alem disso, gosa de uma certa acção microbi-
cida. O B. Tifico, Difeterico e Vibrão colerico, em pouco tempo
nella perdem todos a sua vitalidade, outros microbios apresentam porém re-
sistencia maior.

A Agua da Foz da Certã não tem gazes livres, é limpida, de, sabor le-
vemente acido, muito agradavel quer bebida pura, quer misturada com

vinho.
DEPOSITO GILKRA E,

RUA DOS FANQUEIROS—84—LISB DA
Dao 2168168