Eco da Beira nº42 27-06-1915

@@@ 1 @@@

 

SEMANARIO

 

 

Ceeaeçis

Sha

 

 

ANO sei bora sta as re TI SO
Semestre… Cc quente ai LODOO

Brazil (moeda: brazileira). + “is Dipooo

 

Anuncios, na 3.º e;4.à página > cen-.

– tavos alinha ou espaço de linha

(al PROPRIEDADE DO CENTRO REPUB

DIRECTOR -— ABILIO MARÇAL,

 

 

‘* Editor e administrador – ALBE

 

 

O RIBEIRO.

LICANO DEMOCRATICO |&

EEE

Publicação na Certã:

 

Redacção e administração em…

SERNACHE DO BOMJARDIM

Composto:e impresso, na Tipografia Leiriense

LEIRIA ss

 

 

 

À confiança que o. espirito pu-
blico deposita no actual gover-
no filia-se “na convicção que o
conforta de que-todo o trabalho
gasto em constítui-lo não foi inu-
til, de que ele está—falando cla-
ro—repassado do proposito de
realizar a obra que o seu.ante-
cessor «esboçou apenas e que
constituiu’o mobil e o progrania
do acto revolucionario de 14 de
Maio. O espirito publico, por
mais habituado que esteja às sur-
presas da politica nacional, não
concebe que -o-ilustre-cidadão
que “está presidindo: ao ministé-
rio tivesse trabalhado baldada-
mente, pórquê outra coisa me-
nos. cruel: se não poderia dizer
se ‘o governo que mercê dêsse
trabalho se constituiu não secom-
penetrásse do que é preciso fa-
zer, do que o poder tem.o dever
de fazer para não atraiçoar o im-
perativo mandato que a cons-
ciencia do país formulou de ar-
mas na mão. A noção nitida da
obra que tem a realizar tem-na,
– por certo, o governo, sem dis-
crepancias. A comunidade de vis-
tas dos membros do gabinete é
uma coisa de que não é licito
duvidar. Se ela não existisse, se
o gabinete: que está: no: poder
não estivesse todo concorde sô-
bre O que a respeito da nossa
situação interna e externa urge
efectivar, se tal se desse, então,
forçados seriamos à reconhecer
que se em Portugal há muita
gente que se interesse pelo pres-
tígio e pelo bem do país e das
instituições, há, em. compensa-
ção, quem; se empenhe em anu-
lar, servindo-se do poder, o que
a êsse mesmo poder cabe reali-
zar para que o, país e as institui-
ções realmente prosperem e.se
prestigiemeo sobsbumeins é
Seria um’ absurdo espantoso
que o governo que nesta conjun-
tura melindrosa se constituiu fôs-
se-um governo meramente «pa-
ra inglês ver», sem consistencia
nem decisão, sem orientação de-
finida nem homogeneidade! Se-
ria mais do que um absurdo.; se-
ria-um crime de-traição à Patria
e de traição à Republica! |
iEsrora Elec
“O: actual governo não é um
governo partidario. O partido
democrático, depois: do retum-

X

 

bante – triunfo – eleitoral «de: quie
justamente se orgulha e foi o
mais fulminante. desmentido que
se poderia imaginar aos que 0
abocanhavam . destituindo-o da
força que, na verdade; possui,
não quis 0″ poder e procurou bal-
dadamente conseguir a coopera-
ção no poder de todos os parli-
dos da Republica, Não o conse-
guiu. Com: que: direito, dêsses
mesmos partidos que se’nega-
ram a participar do poder, séle-
vantam agora incoerentes mas es-
ganiçadas criticas ao governo,
apontando-o . como um gabinete
de remedéio? O partido demo-

cratico, não tomando conta do –

governo demonstrou apenas isen-
ção e patriotismo. O partido de-
mocratico, amparando com o
seu apoio o actual governo, fá-
“lo confiado na competencia dos
seus membros para a realização
da obra que; o «momento» “im –

* põe e exige.

Essa obra, de defesa da Re-
publica e do prestigio nacional
perante, o estrangeiro, em face
do conflito internacional, essa
obra que o povo, por a desejar
tanto, formulou revolucionaria-
mente, derrubando a ditadura
que o contrario dela estava fa-
zendo, para torná-la ainda mais
urgente, tem o governo de reali-
zar sem hesitações, corajosamen-
te, norteado sempre pela justiça,
sem molestar ninguem que den-
tro da legalidade se mantenha e
sem . espalhafatos. .contraprodu-
centes. Mas tem de a fazer! Se
assim não. proceder, repetimos,
o país tem: 0 direito de se consi-
derar ludibriado é escarnecido,
afrontado na sua fé e no seu va-
lor! O governo tem, porêm, do
seu lado a confiança publica e
as palavras há dias proferidas,
perante uma multidão imensa
que acabara de percorrer Lisboa
afirmando. a sua dedicação pela

Republica e a-sua energica von-.

tade de que se defina a nossa si-
tuação externa, pelo ilustre che-
fe do governo são a garantia e O

« penhor, de .que. o mandato da

“Revolução: será: cumprido, de
que oministerio ‘consolidará a
Republica’ e salvará o prestigio
do país, por ela e por ele traba-
lhando, com. afinco, actividade,
patriotismo e dedicação republi-
cang!.so! ms ofoz gaso obasis)

 

 

Com um espanto misto de mágoa
e de indignação volta a opinião pú-
blica portuguesaa ouvir ou alêr ob-
servações feitas aqui e ali, que de:no-
vo tendem’a provocar a confusão nos
espíritos, a especular depois com es-
ta confusão e aracirrar torpesasve
chantages politiqueiras que, até àaida-
ta de hoje, já causaram incalculáveis

prejuízos ao país eá República. Es- |

tas observações, cuja perfídia e tam-
bêm cuja imbecilidade são hoje do

domínio “de: toda ‘a nação; avoejam

por aí em reincidência:-de’crime,

pois já não é a opiúião a expôr-se,
por: mais: ‘anti-patriotica – que seja,
nem já é a licita e confessável’estra-
tégia política partidária a désenvol-
ver-se, por: mais incongruente que
se demonstre. Não é, porque é ago-

ra crime confessado, crime à vista,

crime de máscara arrancada, crime
com a bandeiranegra hasteada, par
ra queninguêm tenha dúvidas:sôbre
a natureza avariada da mercadoria.
‘Mas haverá ainda em Portugalho-
mens que, coma noção perfeita, exac-
ta, inteligente e patriótica das suas
responsabilidades e do seu’ carácter
dejcidadãos portugueses, se atrevam
a reincidir na campanha em que as-
sentou a intentona de 20 de Outúbro
de 1914 contra a República, que ateou
e empurrou:o golpe de Estado que
em 20 de Janeiro quis evitar a par-
tida da-expedição para Angola e que
cinco dias depois, por cumplicidades
enexplicáveis: do ex-presidente Ar-
riaga, guindou ao govêrno-da. Repú-
blica uma ditadura de pau:e: corda
destinada a fazer das instituições um
escárneo miserável e da nossa Pá-
triajum farrapo desprezado por toda
a Europa civilizada e livre? Parece
que não há. Porque se esses ho-
mens; chefes; de fila na campanha
odienta,; possuíssem a noção de todas
aquelas responsabilidades, não te-
riam “a dudácia:e a impudência de
reincidir na exibição dé uma ‘atitude
que o país reprovou sempre, mas
que hoje sentenceia com toda a se-
veridade. De resto, o país já senten-
ciou com doís solenes actos que,
com êsse significado, hão de passar
à história. : an
A Revolução de 14 de Maio foi’o
primeiro dêstes actos. A Revolução
de 14 de Maio não derrubou só a di-
tadura por ser a ditadura; derrú-
bou-a porque ejaao mesmo tempo
era tambêm a viva encarnação da
desonra, nacional, e fruto, em gran-
díssima parte, da campanharde con-
fusão e perversão que a todo o ins-
tante búscáva desviar a nação por-
tuguesa do cumprimento honrado
dos seus deveres, os quais, por his-
tórica coincidência, se justapunham
matemáticamente aos nossos mais
altos e amplos interesses nacionais.
A Revolução de 14 dé Maio falou
bem supremamenté pela bôca dos
conhões e das espingardas, e pelo
sangue dos herois que a jorros un-
giu as ruas de Lisboa, contra essas
campanhas e contra esses campanis-
tas de dissolução patriótica e podri-
dão politica. Essas campanhas foram,
digâmos assim… fuziladas pelo po-
vo! PUTOS

 

 

POLITIQUICE |

 

Morreram. Se resurgirem, só; po-
dem aparecer-nos como fantasmas
do-crime sem nome, que por pouco
nos’ lançava à todos para o abismo
de onde se, não. volta. Mas depois
da Revolução armada houve, um mês
depois, a revolução pacífica, a revo-
lução do sufrágio, em que o eleito-
rado, confirmando o 14 de Maio, afir-
mou o seu aplauso a todos aqueles
que, combatendo a ditadura que as-
sassinava à República, combatiam a
ditadura que assassinava;a honra e
a existência da Pátria dos Portugue-
ses! Calem-se esses. politiqueiros.
“Calem-se ! O que até hoje jáprati-
caram basta e sobeja para cobrir de
vergonha a política tortuosa, enve-
nenada, e hipócrita em que fitmam
as suas campanhas. A República não

Oo consentirá e o povo não o supor-

tará.

E o título sob o qual um papel
que se-imptime numa terra qual-
quer das margens do Tejo, publica
desvE tanto as Pe o ses.

Para avaliarmos a fôrça: dos-se-
nhores democráticos, vamos ‘trans-
crever do; semanário Eco da Beira,
que se publica na Certã,o periodo

que se segue, e que diz respeito-às
próximas. eleições:

POR TODOS OS MEIOS, EM
TODOS OS CAMPOS E COM TO-
DAS AS ABMAS. o

PORQUE QUEREMOS. VEN-
CER! e
5 A VITÓRIA TEM DE SER NOS-

gtibada dl

Lêram caros leitóres? Não fica-
ram boqueabertos perante tal des-
Caramento, perante tal monstruosi-
quer ca

Vão para as eleições com todas
as armas porque querem vencer,
porque’a vitória tem. de ser dêles!
– À que ponto tudo isto chegou! –
“Esta é que é a apregoada Liber-
dade de voto? dead Sesi

Ameaças e mais ameaças, o
“O que mais nos admira é que o
director do referido semanário é O
Dr. Abílio Marçal que faz atualmen-
te parte dos corpos dirigentes do
Partido Republicano Portuguez e
como tal outra orientação devia dar
ao seu jornal, mas é democrático e
dos democráticos tudo ha a esperar,

“A fórça dêles!
—E bem bruútinho “o que escre-
veu isto! Res
“Nós escrevemos aquelas palavras
que vão em parangonaá, mas refe
rindo“nós e como que preanuúncian-
do a revolução de i4 de Maio.
A0 escrever aquelas palavras nem
sequer pensavamos em eleições. |
“Pratava-se mas era de revoluções.
Basta ler-se’o artigo, O qual O jor-
nalista de Aldeia Galega, com má
fé truncou aqueles príodos para se
reconhecer que nem a verdade é O
lêma daquela casa nem a lealdade
o seu forte. . Rss nd ai
A força dêles, diremos nós tam-

Peas ls

 

 

PRA Ne

 

 

 

HEMNe

 

 

 

HEM

 

@@@ 2 @@@

 

LITERATURA
“Fôlhas dispersas…

Lili:

A sua quadra tão cheia de senti-
mento foi uma gota de orvalho caí-
da nas minhas Fólhas dispersas.

Começo a escrevê-las com .satis-
fação, talvez mesmo com um pouco
de orgulho por saber que almãs sen-
síveis, espíritos delicados como o
seu virão procurar nelas o bálsamo
= acalma dôr quando a esperança

esfalece ou a frase que se escre-
ve nas’fôlhas das eras quando o
amor sorri satisfeito. :

A sua quadra flui glosada por al-
guem que soube’compreedê-la como
ela, a-meu ver-devia ser compreen-

ida.

Veja se não é verdade:

Não sei que sinto no peito
Que assim me faz soluçar ;
Se quero sorrir, suspiro…
Choro’se quero cantar !

Lili,
Sempre alegre, descuidado,
Sempre feliz, satisfeito ‘
E eu triste, acabrunhada
Não sei que sinto no peito.

E pia dio que brota

Do brilho f’aquele olhar
Que mé faz tão desgraçada
Que assim me faz solucar.

Quasi isolada do mundo
Aqui vivo em meu retiro
Quando pretendo esquecê-lo
Se quero sorrir, suspiro.

As vezes quando procuro
Minhas máguas-espalhar
Sinto à alma entristecer.
Choro se quero cantar!

Gervásio.

Gervásio é um rapaz que sabe ar-
rancar murmúrios à folhagem, suspi-
ros às flores das campinas, sorrisos
aos lírios dos vales e… segredos
às quadras escritas com aquele sen-
timento com que Lili soube escre-
ver ia sua. :

Almiro.

– Retalhos da guerra

Um neutro enviou a seguinte car-
ta ao Times:

wAi Alemanhaideve vencer!”Tal é
a convicção dos alemães em todo o
império. Já não dizem «venceremos»,
ou melhor «não podemos ser bati-
dos». Depois dum ano de guerra, o
seu território não está ocupado pelo
ibimigo, de maneira que o seu mo-
do de vêr, é até certo ponto com-
preensivel. Não obstante isto, o seu
esfôrço, baseado num sistema de
ecónomias scientificamente organi-
zado dos produtos nacionais, não di-
minue de intensidade.

«Por outro lado, a maioria da opi-
nião pública vê no emprêgo dos ga-
zes deletérios uma das mais belas
conquistas do génio alemão. E a sua
proibição pela convenção de Haya
não causa inquietação a ninguém.

«Na espectativa duma possivel pe-
núria de algumas matérias primas
para a fabricação dos explosivos, o
gaz torna-se a arma de ámanhã pa-
ra os estrategistas alemães.

«Embora se, esteja num período
de ensaio, o seu emprêgo deu resul-
tados tão admiráveis que o gaz em-
pregado em «vapore» substituirá
certamente os explosivos. Os últi-
mos sucessos das armas austro-ale-
mãs na Galícia e noutros pontos da
frente oriental são, principalmente
imputados ao uso do gaz, contra o
que as tropas russas não tinham ne-
nhum meio de defêsa.

«Algumas cisternas de gazes asfi-
xiantes substituirão a acção de mil
granadas, diz-se na Alemanha. Tra-
ta-se de encontrar um projector, um
distribuidor. Depois, o problema es-
tará resolvido,

 

ECO DA BEIRA

«Apezar de tudo isto a falta de
matérias primas causa uma certa in-
quietação. A 31 de Maio foram afi-
xados editais por todas a cidade de
Berlim a requisitar os «stoks» de
algodão. A Alemanha necessita de
80:000 grandes volumes por mês pa-
ra os seus explosivos. Os alemães
riem-se das autoridades inglesas por
estas autorizarem as importações de
algodão, quando é certo que tal pro-
duto é absolutamente essencial na
guerra moderna.»

A ESCOLA

; A fecundidade do espirito huma-
no tem produzido maravilhas excep-
cionais, que brilham como astros,
sôbre a face da terra, e evolucio-
nam, como ideias, no cérebro das
nações. Todos os produtos do génio
do homem tendem a harmonizar-se,
a identificar-se, mirando ao mesmo
alvo, vivendo para o mesmo fim,
integrando-se no mesmo: pensamen-
to: à Felicidade universal! :

Nenhuma instituição, porêm, exis-
te mais bela, nem foi criada com
mais glória, nem idealizada com
mais fulgor, do que êsse Templo
augusto, Capitólio eterno de todas
as gerações, Farol radiante de to-
dos os espíritos, Bússola perfeita
de todas as consciências: —a Esco-
la. A Humanidade sem ela seria co-
mo um grande mar sem bonança,
como um grande mundo sem luz; co-
mo um: grande organismo sem al-
ma. Tudo-na terra seria triste, por-
que a:Vida faltava, porque a Luz
não existia, não havia o Sol do es-
pírito. Assim, com êsse germe do
Bem, com essa fonte da Verdade,
com essa urna do Amor, os Povos
teem laços de amisade, teem ideias
comuns, respeitam os mesmos prin-
cípios, obedecem à mesma lei do
Progresso. | A: escola — Pérola ful-
gente engastada nas criptas do Mun-
do-—é a mais bela apoteose da hu-
manidade inteira, porque, iluminan-
do, edifica e converte; porque, re-
fulgindo, acrisola e regenera.

O coração rejubila, inebriado com
os seus encantos, perfumado com
as suas) flores, «orvalhado: com as
suas bençãos; e cheio de gôso, e
vibrante de felicidade, abre-se como
escrínio de oiro, entornando lágri-
mas bemditas sôbre a miséria ex-
trema, espargindo bens celestes sô-
bre a amargura duma alma, entre-
gando-se de todo à luz’ viva: duma
esperança! :

Por isso a Escola—Poema da vi-
da, Crisol de consciências, Paraiso
de virtudes, —ha-de fazer o triunfo
da Humanidade. porque é o Baluar-
te da Crença, é o Ideal de todo o
Bem, é a Harmonia dos Povos, e é
o Fanal radioso que conduz à Gló-
ria, à Liberdade e à Fé imortal!

Prof. &M. de Melo,

aspas

Encontra-se em Sernache do Bom-
jardim, onde tenciona fixar residên-
cia, o nosso patrício e amigo Antó-
nio da Silya Lemos, que há dias
chegou de Africa. Apresentâmos-lhe
sinceros cumprimentos de boas vin-

das. »
ses
Espírito infantil

O caso passou-se na Suissa e são
algumas fólhas helvéticas que o re-
ferem. Durante uma aula de domin-
go um pastor de longas barbas bi-
blicas descreveu aos seus alunos os
sofrimentos de Cristo. Descreveu-
-lhes os atróses suplícios do pálido
judeu, desde a sua prisão. até ser
crucificado.

Então um dos alunos, garotote
de seis anos, levantando-se, interro-
gou:

-—Já foram os alemães que fize-
ram isso, senhor professor ?

O velho pastor, perturbado, não
respondeu.

 

O primeiro cabelo branco

Ctotilde era uma mulher feliz. A
Providência fora extremamente pró-
diga para com ela, outorgando-lhe
generosamente, mas em grau eleva-

dissimo, Os encantos e atractivos que”

lhe exornavam a fronte, tornando-a
excessivamente adorável.

Casada ha dez anos, não tinha a
mais leve queixa sequer, do seu
marido, a quem suavisava a exis-
tência, que, assim, lhes transcorria
docemente, imperceptivelmente, no
seu deslizar constante e fugitivo.

: * j

Um dia, porêm, ao pentear os belos
e assetinados cabelos, Clotilde, viu
qualquer coisa de desagradável no
cristalino espêlho que retratava a
sua escultural cabeça. – Quasi teve
uma sincope !

Nervosa, derramando lágrimas,
pálida e desesperada,—a pobre se-
nhora a muito custó pôde articular
estas duas palavras:— Meu Deus!…

E, tentando apreciar separada-
mente as diversas impressões que
nesse momento desolador lhe rede-
moinharam na mente, viu-se na ne-
cessidade de fechar os olhos, dan-
do-se na sua imaginação, a portas
fechadas, uma luta intensa, que a
lançou nos braços acariciadores do
passado, cuja saudade mais e mais
recrudescia, ante as angustias do
presente é os sobresaltos do porvir.

Depois, mais calma, porêm triste,
deixou o espêlho, arremessando o
pente para um canto do gabinete e
caiu exausta sôbre uma chaise
longue!

Ali passou o resto do dia sôb o
império duma intensa mágua! O
marido. reparou. nesse mesmo dia,
na estranha melancolia: de Clotilde.
Nada disse, porêm.

Julgou que ela tivesse qualquer
irritação nervosa.

Passaram, porêm, alguns dias e
ela, sempre triste, sempre inconso-
lável,

Então, êle não pôde mais conter-
-se e disse-lhe: Clotilde, vêjo-te tão
diferente do que eras, porque andas
assim triste e pensativa? Ela não
respondeu:— chorou!

Oh! Mas que tens ? Sabes que eu
te amo!… Quero saber porque
sofres?…

Meu querido, respondeu ela em-
fim; já me não podes mais amar:
olha, estou velha… e mostrou ao
marido um fio de cabelo branco !

Ele, entre risonho e brincalhão,
juntando: a acção à palavra, disse:

Tolinha! o remédio é facil, vez?!
e arrancou da formosa cabeça -de
Clotilde o fio fatal!

Surpreendida com a decisão do
marido, e, sentindo-sé como que
rejuvenescer, agradeceu-lhe. .. num
dôce sorriso a delicadeza. Ficara
livre de um pêzo horrivel-—o pri-
meiro cabelo branco, uma coisa tão
leve e que peza tanto à garridice
feminina.

SEDES
E milher é a mtisica

A mulher tem de concordar com
o homem para haver harmonia. Da
falta de concordância resulta a de-
safinação.

Quando a mulher fala em casa-
mento está em tom natural; quando
é despresada e chora, está em tom
de dó, mas se do outro lado lhe fi-
zerem.a côrte, muda para lá.

O tom da mulher é relativo com
o seu bom ou mau humor; quando
sofre alteração no tom primitivo,
passa de maior ‘a menor, são pizi-
catos que vibram nas cordas do co:
ração emquanto que as ásperas são
sons de pancadaria

A mulher muda com os tempos e
acidentes; o seu tom é suave e mo-
derado quando é menor; expansivo
e arrebatado quando é maior.

Enquanto nova é uma valsa, quan-
do velha uma marcha fúnebre. O
tempo que a mulher. está solteira
são compassos de espera, para en-
trar no conjunto. –

Quando casa sobe um tom; quan-

 

do enviuva desce um tom e um semi-
-tom, isto é, fica meio tom abaixo
do que era antes de casar e entra
em suspenção. Mas, se contrai se-
gundas nupcias, volta ao seu tom
natural.

Quando fala mais do que deve
mete apogeaturas no discurso e
mostra que não quer ser brepe.

A nao faladora, é um flautim
desafinado. A que fala pouco aumen-
ta metade do seu valor, correspon-
dendo êste predicado a um ponto
colocado diante de qualquer figura.

“A mulher tem’as suas variações
que executa com arte sem se impor-
tar com as figuras que faz, quando
julga ir no lom.

ambêm tem prelúdios que fazem
tranportar “o homem da terra ao
sol, sem se lembrar de st.

A mulher prima em arte quando
quer harmonizar as coisas a seu
belo prazer.

Finalmente, a mulher divide-se
em três partes como o compasso
ternário:-duas no chão (que são os
pés), e uma no ar (que é a cabeça).
E quando morre acaba a sinfonia
terminando em tom de dó.

Sinfónico.

Secad
Jardim-escola

O govêrno, por portaria ‘recente-
mente | publicada no Diário, do Go-
vérno já autorizou a confraria do
Coração de Jesus de Sernache a
vender dos seus bens 4 inscrições
de ‘1:000 escudos e uma de 500%
para aplicar o seu produto à cons-
trução dum jardim-escola, naquela
freguesia. : E

 

E “do nosso coléga’o «Povo» o
nosso editorial de: hoje,

* AGRICULTURA

 

 

Cuidado com as aves

As galinhas estão expostas a um
número considerável “de moléstias,
algumas das quais se multiplicam
com facilidade entre as aves do ban-
do e fazem cair a maior parte delas,

Elas tambêm podem ser atacadas
por várias espécies de’ parasitas, al-
guns dos quais, vivem na superficie
do corpo e, outros no estomago e
intestinos.

Estes parasitas são prejudiciais
porque absorvem uma parte do ali-
mento que deveria’ser utilizado: pe-
la ave para engordar ou produzir
ovos, e tambêm porque.com os seus
movimentos e suas picadas causam
irritação e inflamação das partes
atacadas por êles. Í

As enfermidades contagiosas ‘cau-
sadas por germens animais e vege-
tais, e a fraqueza c emagrecimento
causados pelos parasitas maiores, os
quais atábúmios de citar, são as con-
dições mais importantes que 6 avi-
cultor tem: de considerar quando
emprega seus esforços para conser-
var as suas aves em perfeito estado
de saude. Estes germens,e parasi-
tas devem ser conservados longe
do bando por meio de medidas pre-
ventivas convenientes, porque dêste
modo, pode-se evitar as enfermida-
des mais facilmente & com menores
despezas do que tratando-as. O
objeto no estudo das moléstias das
aves é, aprender-se como prevenir
estas enfermidades mais: propria-
mente do que como cural-as.

Existem alguns casos em que me-
dicamentos são dados ou aplicados
às galinhas com vantagem, mas em

eral quando uma ave adoece é me-
hor: matal-a, porque “o custo: do
medicamento e tempo requerido para
efectuar o tratamento são maiores
do que o valor da ave que se tem
de ctirar. Uma outra razão pára
matar às aves doentes é que estas
podem estar afectadas por uma-mo-
léstia contagiosa que antes de ser
reconhecida pode propagar às ou-
tras aves do bando. Uma terceira
razão para matalas é o facto que
uma ave doente indica ser esta mais
suscetível as: moléstias do que-as

 

@@@ 3 @@@

 

outras do bando, e para que se pos-
sa estabelecer um bandó capaz de
| resistir às doenças, estas aves sus-
ceptiveis precisam ser eliminadas.
– E” de importância capital come-
“çar-se dê tm. modo-sensato forman-
do o bando com-aves isentas de con-
tágio-e. parasitas-e.estas aves devem
ser criadas em-Jugares igualmente
livres destas causas de doenças.

O melhor meio para chegar-se a
êste fim é obterem-se ovos de um
bando que nunca mostrou indícios
de moléstias contagiosas durante
um ano, pelo menos: evitando-se
acondicionar estes ovos em aveia,
alimpadura ou palha cortada que

ossa estar bolorenta ou mofada;
Deadoçê os ovos com um pano
humedecido . em alcool; de 70 a 80
“por cento e deitando-os a chocar em
uma incubadora nova e perfeitamen-
te limpa. Os pintos devem estar
livres de parasitas e germens preju-
diciais dy -toda-a especie, e, para
conserval-os nestas condições devem
ser criados em criadeiras novas e
limpas” * permitidos sómente a an-
darem em local ondeinão:se criaram
aves previamente ou que não fôra
ocupado por aves durante alguns
anos. j

Algumas vezes não se podem se-
guir à risca estas direcções. Se todo
o terreno disponívéi foi recentemente
ocupado pelas aves, devem remover-
-se as-galinhas daquela parte que se
pretende utilizar para o novo bando,
e aplica-se uma boa camada de cal
caldeada. fresca.sôbre todã a-super-
fície do terreno, e alguns dias depois
deve-se reyirá-lo três ou quatro ve-
zes mais com intervalos de uma se-

mana e finalmente semeia-se aveia, .

centeio ou outro cereal. Dêste modo,

dentro de alguns mêses a maior par-,

te dos germens estarão extermina-
dos, mas convêm, deixar o local
desocupado pelas aves até passar o
inverno, pois o. degêlo do outono. e
primavera é mais eficaz do que o
continuo tempo. frio ou quente.

Se os ovos precisam ser chocados
por, galinhas em vez de incubadora,
então o. problema para iniciar um
bando limpo é muito mais difícil. As
galinhas estão sujeitas, a conservar
vermes parasíticos em.seus intestinos
e espalhar os. ovos dêstes vermes
com o seu excremento onde quer que
elas andem. Em geral, elas têm pio-
lhos escondidos nas pênas os quais
passam para os pintos logo depois
de sairem da casca, e elas podem ser
condutoras de germens de moléstias
mesmo quando pareçam estar de per-
feita saúde. Por estas razões, as ga-
linhas que devem ser uzadas para
chocar + ser escolhidas de um
bando que se sabe estar livre de ou-
tras moléstias que não sejam aque-
las causadas por acidentes, no cor-
rer dum ano, pelo menos, e as aves
devem ser espertas, vigorosas, livres
de piolhos e que produzam um gran-
de número de ovos. –

As galinhas escolhidas para. cho-
car devem ser bem empoadas com
um bom pó de. exterminar» piolhos
antes de principiarem a cobrir os
ovos: os seus ninhos devem ser per-
feitamente limpos e feitos com feno
macio e fresco ou palha; próximo
aos ninhos coloca-se uma caixa com
terra fina sêca ou cinza de carvão
peneirada ou outra substância aná-
loga, onde as galinhas se possam
estirar no pó quando saem do ni-
nho. Quando:os pintos saem do ni-
nho devem-se catar cuidadosamente
para’ vêr se estão infestados com
piolhos.

Estes parasitas, em geral, acu-
mulam-se por baixo do pescoço, em
cima e’ por detraz da cabeça. Se se
encontram alguns; esfrega-se a par-
te infestada com um pouco de azei-
te doce, banha pura ou vazelina.
Isto mata os piolhos: obstruindo os
seus-poros respiratórios e não cau-
sa nenhum mal aos pintos.

Começando-se desta maneira pode
conseguir-se um bando práticamente
imune de germens de doenças e pa-
rasitas, mas para conseérvá-lo nêste
estado os abrigos precisam ser fre-
quentemente limpos e desinfectados
ocasionalmente. Existem várias ra-
zões para isto. PERDA

 

*. ECO DA BEIRA

Primeira : geralmente certos ger-
mens acham-se presentes nos intes-
tinos das galinhas sãs e aqueles são
espalhados com o estêrco, o qual
qeenae se deixa acumular em gran-

e quantidade é a causa de muitas
enfermidades. Segunda: os germens
de moléstias contagiosas podem ser
trazidos av galinheiro por pombos
e outros pássaros que vôam dum
galinheiro para outro, ou- pelas ra-
tazanas ou ratos, “Terceira: varas
vezes os terrenos destinados a cria-
ção de aves se acham inteiramente
livres da infecção-com os ovos de
vermes parasíticos e os esporos de
micróbios de moléstias.

Para evitar que os germens e pa-
rasitas se reproduzam e aumentem
o seu número até um grau perigoso,
os abrigos devem ser conservados
muito bem limpos, os bebedouros e
comedouros devem ser lavados diá-
riamente com a maior energia pos-
sivel com água fervendo ou outro
desinfectante, e, se são encontrados
piolhos ou outra praga nas aves ou
nos seus abrigos, oS poleiros e as
partes adjacentes das paredes devem
ser caiadas com uma mistura de ke-
rosene, 1 litro dêste e uma colher
de chá de ácido carbónico bruto ou
cresól bruto. Ou o abrigo pode ser
caiado com cal-caldeada fresca ou
aspergido com uma emulsão de ke-
rosene. As galinhas devem ser em-
poadas com um pó de êxterminar
piolhos, cada três ou quatro dias,
até que estes parasitas desapareçam
completamente, oque acontece den-
tro de duas semanas, se estas medi-
das forem convenientemente aplica-
das.

(Do «Século Agricola»)

 

 

“MOSAICO –

 

Horas de febre

Contou-me hoje um rouxinol!
Que canta alêm no silvado :
Eu ando a filagranar

A corôa p’r’o teu noivado.

Uma corôa de luar

Com perfumes de açucenas,
Rosas a desabrochar

E sorrisos de verbenas,

A estola que ha-de prender
A tua mão, lírio celeste,
Mandou-a a lua tecer

Dos beijos que tu lhe deste.

O manto que ha-de cingir
O teu corpo de alabastro
Ha-de ser feito dum astro
E de pérolas de Ophir.

O padre que ha-de lançar
Sôbre nós santa benção
Ha-de ser meu coração
De anceios a palpitar !

Os padrinhos do enlace

São teus olhos côr de amora,
As rosas da tua face

E teus lábios côr de aurora.

Como encerra poesia
Este noivado feliz !
—Quando será êste dia
Minha branca flor de liz.

Albino Bastos

O que as mulheres
vão sendo

« As mulheres vão invadindo ex-
traordinariamente as ocupações até
aqui reservadas aos homens. Senão
vejamos:

Miss Begwill, casada: há pouco
com: o-dono duma cavalariça de ani-
mais de corrida, monta, na: quali-
dade de jockey, os cavalos de seu
marido. À

Miss Rosa Strugerd, de 20anos,
é o postilhão da mala do correio
de Denic a Andrews (Oregon).

Miss Allon, do Estado de Wyo-
ming, desempenha a cavalo as fun-
çõés de guarda campestre.

Miss Steel, Sussex, até à idade
de ‘6o anos, foi limpa-chaminés.

No Japão desempenham algumas
vezes as funções de. fogueiro a’bor-
do; em, Nagasaki carregam fardos
ha praia,’e as mais novas, por cas-

 

quilhas, calçam luvas.

A cidade sueca Nasso possue um
corpo de bombeiras perfeitamente
organizado.

Em Vienna, uma pediu ao impe-
tador que lhe desse o lugar de car-
rasco.

Em França, médicas pediram à
autoridade licença para assistir, na
sua qualidade, aos casos chamados
de,honra.

E não falemos já nas advogadas,
engenheiras, farmaceuticas, veteri-
nárias, etc,

Homens notáveis que.
foram altos

Darwin, que tinha 10,83; Lin-
coln, 1,86; Thackeray, 17,93; Was-
hington, 1m,g0;. Carlyle, .1m,80;
Cromwell e Alexandre Dumas, fi-
lho, com 17,78, seguidos de certo
número de personalidades que a
história: não teve ocasião de medir
a metros, mas que, apesar disso
há direito de classificar entre os al.
tos: Goethe, Schopenhauer, Mira-
beau, Richelieu, Tourgueneff, -Tor-
quato Tasso, Bismarck, Cristovam
Colombo, Carlos Magno, S. Tomás
esJúlio Cesar. i

Homens notáveis de es-
tatura meã

Lord Byron, 1m,74; Dickens,
12,75; Gladstone, 17,73; Voltaire,
Wellington e Zola, 17,70: Camões,
Chopin, Hervé, Luthero, Gny de
Maupassant, Watteau; Alexandre
Magno, Edgar Poe, Newton, etc.

Na classe dos baixos compreén-
dem-se; Beethoven, 17,63; Balzac,
17,63; Kant, 17,58; Nelson, 1,63;
Thiers, . 1″,60% Meissonier,- Napo-
leão, Wagner, Mozart, Montaigne,
Mendelssohn, Montesquieu, Carlos
Martel, Tamerlan, Horácio, etc.

Os anos mais quentes e
os de maiores sécas

Por uma regra infalível se pode-
rá saber com toda a antecipação
quais -os anos de mais calor, bem
como os de sécas mais acentuadas,

Aqueles cujo último algarismo é
em 3 obedecem a regra de ser um
chuvoso e Os outros dois sêcos.

Eis-a prova :

1783 foi chuvoso, e os de 1793 e

É 1803 sêcos; 1813 chuvoso, 1823 €
1833 sêcos; 1843 chuvoso, 1853 e
1863 sêcos; 1873 chuvoso, 1883 e
1893 sêcos.

Outra regra ainda: as grandes
secas decorrem no periodo de qua-
renta e dois anos, Os historiadores
citam os anos de 969, forr, 1053,
IO93, 1137, 1179, 1305, 1473, 1599,
1641, 1683 e 1707, terríveis pelos
males que: causaram nos ‘campos,
produzindo fome e epidemia.

Em 1809 e 1851 08 desastres não
foram muito grandes, mas houve
abundância de chuva.

O CARTEIRO

Quando vemos passar junto de
nós um homem de bonet com lista
vermelha sobraçando um saco de pé-
le, um turbilhão de sentimentos di-
versos nos acodem à mente. Esse
homem, de aspecto plácido e gélido
é o fiel mensageiro da vida e da
morte.

Uns o esperâm com receio.

Todas as portas se lhe abrem,
todas as mãos ávidamente,se lhe es-
tendem, todos o desejam com as cô-
moções mais fórtes, e com as mes
mas o seguem.

O carteiro é uma espcrança am-
bulante. Este, de fisionomia serena,
espalha na família, e com a mesma
insensiblidade, a tristeza e a alegria,
os lutos e as galas. As donzelas,
umas com as lágrimas nos olhos,
suspiram pela sua vinda, outras com
o sorriso nos lábios e o rubor nas
faces! Quantas mães aflictas com
a ância lhe arrancam das mãos a
carta do filho e do marido, ausentes,
único lenitivo das saúdades que as
consomem.

A” maneira da fortuna,o correio é
cégo, porque distribui com a mes-
ma desigualdade os prémios e cas-

 

tigos, as prosperidades e ruínas. Im-
passível, convida com igual indife-
rença tanto para o baile como para
o cemitério e entrega com a mesma
imperturbabilidade a inocente missiva
afectuosa como a infame carta anó-
nima. Todas as coisas para êle
teem igual pêso; tão leve considera
o singelo bilhete de visita ou a par-
ticipação funérea, como a carta de
ordem em que o banqueiro;envia a
outro uma avultadíssima sôma.

Na mala mistériosa do. correio não
se conhecem categorias sociais, nem
ódios, . nem rivalidades ; -alinão
ha lugares distintos para-0s Sexos,
nem para as idades; ali todas as lín-
guas se falam, e todas se entendem.
Freguente é ver naquela bocetaria,
irem na maior intimidade’os mais
irreconciliaveis inimigos; ‘o plebeo
colocado por cima do nobre, ou for-
mando dêle estrado; damas rivaes
pacificamente recostadas umas sô-
bre as outras; a esposa ciumenta vê
indiferente O esposo junto de outra
dama, sua rival sem gemer o me-
nor queixume.

Quem há, emfim que prestando
os ouvidos da alma àquelé grosseiro
e velhoso surrão, conduzido com tan-
ta friêsa e indeferença, não ouça lá
dentro gemidos dé saudades, gritos
de dôr.ou sorrisos de contentamento,
ou -exclamações de entusiasmo: Oh!
aquela bolsa simboliza o cáos da

-vida: alegrias, tristeza, ruínas, tu-

do ali se acha envolvido e conglo-
merando na mais absoluta e inextrin-

cável confusão. pr
is “Latino Coelho.

DESPEDIDA

Francisco Tedeschi, não tendo
tido tempo de se despedir pessoal-
mente de todos os seus amigos e pes-
soas das suas, relações, fá-lo por
esta forma, oferecendo o seu pouco
prestimo em Lisboa, Rua do Arco
do Carvalhão, 23, Re ti

ANUNCIOS

CARREIRA DE AUTOMOVEL

No dia 18 de Maio começou a
carreira de automovel de Barqueiro
(Alvaiázere) a Paialvo e de Paialvo
a Figueiró dos Vinhos. Começou a
fazer carrera a 19 de Maio, de
Paialvo á Certã e vice-versa.

Paric o automovel de Barqueiro
todas as terças e sextas-feiras ás 16
horas para Paialvo.

Parte de Paialvo todas as quartas
feiras e sabados depois do comboio
correio em direcção a Certã saindo
dali ás 15 horas novamente. para
Paialvo. De Paialvo parte para Fi-
gueiró dos Vinhos ás quintas feiras
e domingos depois do comboio
correio. Preços resumidos.

Lemos, Pedro; Santos & C.*
Castanheiro do Japão

O unico que resiste à terrivel
moléstia, a’filoxera, que tão gra-
ves estragos tem produzido nos
1iOssos soutos, é castanheiro do
Japão. :

O castanheiro japonez ofere-
ce iguais vantagens que o bace-
lo americano tem oferecido no
caso da doença da antiga videi-
ra cujas vantagens são já bem
conhecidas. As experiencias teem
sido feitas não só ao norte do
nosso pais mas principalmente
em França, onde o castanheiro
foi primeiro que em Portugal
atacado pela filoxera, e hoje en-
contram-se os soutos já comple-
tamente povoados de castanhei-
ros do Japão, dando um rendi-
mento magnifico.

O custanheiro japonez acha-
se à venda em casa de Manuel
Rodrigues, Pedrogam Grande,de,

 

@@@ 4 @@@

 

| MEET er

da é ser diodo mo DOSSO: mercado esta sobecha- marca de automóveis:
TORPEDO MODELO 1914

e oltindivos em dois blocos: 9 95 1/m><133″ [046,5 HP a 1200 rotações.
Allumage: Bosch alta tensão.

Mudança de velocidades: Electrica Vulcan:

A Wuminação: Electrica Westinghouse.

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Mise-en-marche: Electrica; :Westinghouse. | ue
Roda sobrecelente, Faroes é lanterna, Busina eléctrica, Bomba:

“enche- pneumáticos e Capoia ,

Em, outros, países teem estes carros já obtido o mais extraordinário su- |

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nos de outros fabricantes, ocupam um lugar de destaque pela solidez da sua
construção, elegância, velocidade, duração ‘e economia de: combustivel.

Teem, uma longa distância. entre os eixos, beixo centro de gravidade,
todas largas com grandes pneumáticos, ae sistema de lubrificação au-
romática e estofamento Turkish de 11”.

A sua marçha é da maior confiança, tanto nas ruas das cidades como
nas peiores estradas de, rodagem, e nas “subidas não teem rival.

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Fintd- Rae stnde Ss um cc e
» sei neaueno RM cc 4a

Para as províncias ag ais 1oo réis por aprélho.:

Tódos os pedidos devem ser dirigidos Her

– FRANCISCO SIMÕES

235, RUA Dos FANQUEIROS, 238 —L ISBOA

 

“Agua da Foz da. Certã.

A Agua. minero- “medicinal da Foz da Ger 7) apresenta uma composição
quimica que a distinguede todas as outras até hoje: uzadas na terapeutica.
E* empregada com: segura vantagem da “Diabetes Dispepsias=-Catar-
ras gasinicos; pulridos ou parasitarios ;—nas preversões digestivas derivadas
das doenças infeciosas; ;— na convalescença das febres gr aves; —nas atonisa
gastricas dos diabeticos, tuberculosos, brighticos, etc. fra “gastricismo – dos
exgotados pelos excessos ow privações, etc; etc,
“vMostra a analise bateriologica que a “Agua da; For das Certã; tal; de

se encontra nas garrafas, deve ser considerada como -microbicamente

pura não contendo colibacitlo, nem nenhuma-das especies: patogeneas

“que podem existirem aguas.-Além disso, gosa-de uma certa acção microbi-

cida. O B. Tifico, Difeterico e Vibrão colerico, em pouco tempo
nella perdem. todos à sua Rota; outros microbios- rs porém re-
sisteficia maior.

A Agua da Foz da Certã não tem gazes: livres, é limpida, de nda e-
vemente acido; muito. mera quer bebida pura, « quer RR com

e DEPOSITO – ER ERAS Dojo Cir «és
RUA DOS FANQUEIROS— —S4LISBOA
– Telefone. 2168 Eone. 2168 E