Eco da Beira nº25 07-02-1915

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SEMANARIO!

Numero 25

 

Assinaturas: :

1920
õo
Dibodo

 

Brazil (mbeda brasileira. <

mia na 3.2/e: 4.º página 2-cen-
tavos à à linha ou espaço de linha

O sr. Camacho, sejá não con-
tava com a opinião publica, que
dele intencional e muito propo-
sitadamente esteve sempre divor-
ciada, menos) conta agora. com
ela, pois o país acabou de cer-
tificar-se de que 6 mesmo sr.
Camacho só possue, qualidades
para desgovernar, desorganizar,
baralhar, irritar e malsinar. As
suas’ campanhas de dissolução

 

 

civica e patriotica, de especula- –

ção desorganizadora, com o fim
de atingir represalias de caracter
pessoal e politico, para o que
não escrupulizou em servir-se de
4odos os meios de enxovalho e
achincalhamento, desgostaram

profundamente 0 país. E se até –

agui havia a indiferença absoluta
da opinião pela individualidade
politica do sr. Camacho, nos ul-
timos tempos essa indiferença
transformou-se em uma eviden-
tissima repulsa.

Estes são os factos. O clamor
contra os processos de encruzi-
lhada usados pela vesga politica
do sr. Camacho é geral de nor-
te a sul do país. O sr, Cama-
cho entendia, e parece que en-
tendeu sempre, que o povo é
um rebanho de carneiros ás or-
dens. do influente e coacto ás
ameaças mais ou menos veladas
de quaisquer pretores. A nova

Рsitua̤̣o ministerial cujo progra-
ma de ostensiva perseguição ao
Partido: Republicano Português
foi eloquentissimo: desde “a pri-
meira-hora, deu ao sr. Camacho
ensanchas para se julgar soba de
pietoss
das o sr. Camacho percebeu que,
por muito .que os pretores lhe
satisfaçam os odios perseguido-
res, O seu exito e as suas espe-

tranças hão de ficar sempre mui-
to alem do que generosamente
ambicionou : — destruir o Parti-
do Republicano Português.

 

 

nÃa

Percebeu tudo isso e ficou
atormentado. Jogou as ultimas
para nada: ganhar, Jogou até a
paz da nação e a segurança da
Republica numa campanha de
odioso aniquilamento de tudo, e
afinal compreendeu que só se
tinha ainda enterrado mais no
desconceito em que já O tinha o
sentimento nacional. Viu que a
antiga indiferença do país pelas
suas malas artes se volvera, su-

 

Maspoucas horas volvi-” |

E
a
m 1
E

 

bito, na mais franca e declarada
hostilidade, E” um elemento de
desordem e de dissolução na-
cional, de desagregamento e de
incompatibilidade no organismo
patrio O país já-o experimen-
tou. Vive para odiar. A vingança
alucina-o é desvaira-o.

Viu tudo isto. E como não
pode deixar de vêr o que todos
vêem teme o instante supremo
em que o país manifeste, á face
das urnas, a opinião que ele tem
sôbre os processos… politicos
de que o sr. Camacho tem feito
vida. Quando foi chamado ao
poder 6 anterior ministério o sr.
Camacho gritou que êsse govêr-
no não devia presidir ás elei-
ções. Por ser o govêrno saido
de um partido? Não, visto o
mesmo sr. Camacho se haver
oposto á organização de um mi-
nistério extra-partidário. Então
que desejava ele? Ser naturel-
mente chamado ao poder para,
désse lá por onde désse, por bem
ou por mal, peitando, subornan-
do, ameaçando, fazer umas elei-
ções cabralinas. Era o que ele
queria. :. “Mas como sucedeu
coisa diferente e como sus calcu-

as eleições lhe surgem como um
verdadeiro fantasma diabólico.
A opinião, que lhe era pelo me-
nos indiferente, voltou-se contra
ele. Repele-o. Está até indigna-
da. com ele. Eleições? Para o dia
de S. Nunca. .. E é por isso que,
ao que dizem os seus apánigua-
dos, anda tratando de convencer
os evolucionistas para que lhe
dêem alguns votos em troca dos
votos… negativos que ele pos-
sue. Para o sr.
bom negócio, não ha dúvida. E
ele, é claro, o pagaria com bons
“juros, porque o sr. Camacho po-
de pecar em-tudo, menos na…
ingratidão. Ainda assim sem ver
não acreditamos !

caSR do
Partido Republicano Português

No domingo passado, 31 de Ja-
neiro, reuniram em Castelo Branco,
em sessão conjunta, a comissão dis-
trital e as comissões municipais do
partido republicano, para escolha
dos candidatos à deputados e sena-
dores pelos círculos dêste distrito.

A resolução da assembleia vai ser
submetida á sanção do Directório e
só depois da sua aprovação a esco-
lha se haverá por definitiva e pode-
rão ser publicados os nomes dêsses
candidatos.

 

 

 

Regressou de Lisboa o nósso ami-
go Francisco Teixeira Júnior.

 

E PROPRIEDADE DO CENTRO REPL

DIRECTOR — ABILIO

Editor e administrador—- ALBEB

los le han salido falidos, eis que.

Camacho é um |

 

 

MARÇAL

TO RIBEIRO

 

POLITICA LOCAL

ses

Carta a Giríiaco Santos

 

Meu presado amigo:

Eu tenho andado tão afastado dos

trabalhos, desta redacção que nem
tempo tenho tido de concluir a mi
nha resposta à sua carta,

Agora vai já tarde, sem oportuni-
dade, por isso, nem actualidade, É
se não desisto de escrevê-la, é só-
mente por cumprir a minha pro-
messa.

Nas considerações que venho fa-
zendo sôbre a “vida da República
neste concelho, eu não pretendo ir-
rogar censuras a ninguém.

Exponho factos, que eu suponho
denunciadores duma má orientação
—erros. políticos—e bem. pode ser
até que não seja eu quem tenha ra-
zão. Digo, porêm, o que penso, com
desassombro e sinceridade, sem pre-
tender magoar ninguém.

Eu creio mesmo que até do meu ,

caro Ciriaco preciso essa justiça ou
essa generosidade, pois bem pode
ser que comsigo próprio esteja em
desacôrdo na opinião que expendi
sôbre a acção da República em ma-
téria religiosa.

Não quero mais referir-me ao ca-
so, para que ninguêm suponha que
as minhas palavras são de explora-
ção política, se bem que por elas
respondam os meus actos passados.

Penso. assim. É, se estou em êr-
ro, sou impenitente.

A República deve abster-se de
conteúdas com a Igreja.

Ponha-se em guarda, forte na sua
situação e vigilante na sua defesa,

Deixe-a fazer a sua propaganda
emquanto ela não brigar com os in-
teresses políticos do país.

qr magnânima,

A igreja não lhe criará dificulda-
des.

Mas se as criar, seja, então, enér-
gica e implacável contra os seus mi.
nistros ou contra a instituição, con-
forme a ofensa tiver sido individual
e colectiva.

Perseguir é sempre mostrar, se-
não fraquesa, pelo menos mêdo.

E” incendiar paixões e criar víti-
mas, que é sempre uma situação de
efeito e lucro.

A República proclama que é um
regime de paz e fraternidade, indi-
ferente a confissões religiosas, Po-
nha em prática o princípio, que é
verdadeiro e salutar.

E porquea igreja, por sua vez,
proclama querer conservar-se alheia
à política das nacionalidades, po-
nha-lhe à República à prova esta
sua afirmação.

Se ela se denunciar uma mentira
ou embuste, seja- então o regime
implacável, porque para o ser terá
então a maior das fôrças—a fô’ ça
da razão.

E quando a paz se tiver restabe-
lecido e a confiança estiver feita, eu
creio bem que’o clero não volverá

olhos saudosos para uma monarquia :

que o manteve num regime concor-
datário afrontoso e atentatório dos
princípios fundamentais do catolicis-
mo, em troca da mísera compensa-

 

PLICANO DEMOCRATICO [5] Publicação na Certá

Redacção e administração em
SERNACHE DO BOMJARDIM

Composto e impresso na Tipografia Leiriense
LEIRIA

“ção material de uma parca côngrua.

Integrar-se há com confiança na
República e será pela porta do nos-
so partido que êle nela entrará, por-
que, no estado de observação em
que se colocar, le verá que consti-
tuímos um partido de ordem e tra-
balho, com ideais alevantadas e uma
orientação segura c uma organiza
ção forte é disciplinada, decidido a
cumprir o seu programa e de por
êle fazer o resurgimento da nossa
pátria.

Em nome da Lei da Separação
tem-se feito muita violencia que ela
não autoriza, nem na sua letra nem
no seu espírito, e o nosso partido
é que tem ficado com as responsa-
bilidades e os ódios de tanto zêlo e
de tanto abuso,

Dêste facto é um triste exemplo
o arremêdo de depuração religiosa
que para aí se quis fazer e foi in-
duzindo estes povos na falsa noção
da incompatibilidade do regime com
a egreja ou na estulticia de se pre-
tender que os padres dissessem mis-
sa pela folhinha da administração
do concelho.

Tudo isto se fez, concitando más
vontades contra o autor da lei da
separação, a pobre lei, que é a mais
completa negação dêsse estado atri-
biliário e impertinente, que pode
ter arestas asperas, mas que não
tem gumes afiados, que foi promul-
gada para definir situações e não
feita para instrumento de persegui-
o

O faeto não é novo.

Tambêm em nome da religião se
teem praticado crimes que eia não
permite nem aceita.

Até hoje, em pleno regime repu-
blicano, os maiores abusos que te-
nho ouvido atribuir ao clero é o de
ter intervindo em movimentos ide
conspiração monárquica.

Assim é, e não cogito se toda a
culpa é déêle.

Mas maior é o número de ig
res que nêsses movimentos tem en-
trado, e, até hoje, ainda ninguém se
lembrou de extinguir o exército !

E’ certo que a República veio en-
contrar a Igreja em plena conspira-
ção política, preparando-se para a
governação pública e invertendo, as-
sim, fraudulentamente, a letra do
evangelho.

E Cento.

Apanhou-a com a boca na boti-

Mas devemos reflectir que essa
campanha era assoprada principal-
mente pela seita dos jesuitas, em lu-
ta com os congreganistas, e dentro
da igreja o odiento jesuita é o maior
inimigo do clero regular.

A corrente que então vinha do Va
ticano, pela nunciatura, impelia po-
rêm êsses desvarios. o

Mas as circunstâncias mudaram,

A Companhia de Jesus perdeu a
partida no conclave de 1914.

De La Chieza não é José Sarto.
São dois pontificados fundamen-
talmente diversos, em correntes do-
minadoras, em princípios, em me ios

e fins.

Dentro da igreja portuguesa há
muito fanático do silabus, mas há
tambêm uma grande massa de és –
piritos liberais e de bons patriotas,

 

@@@ 2 @@@

 

à é

que podem ser ir a República e que
nós nela devemos iazer ingressar;
por meio duma política conciliado
ra, inspirando-lhes confiança pela
nossa lialdade e pelo nosso patrio-
tismo e demonsirando-lhe que o le-
ma republicano não é uma ficção
nem uma mentira.

E aqui estou eu, meu caro Ciria-
co, distraido. a tirar-lhe o tempo,
discorrendo como um sacristão sô-
bre matéria religiosa, quando o meu

fim é falar-lhe sôbre política local.

A ela vamos.
me aeee

-Há neste concelho duas correntes
profundamente . antagônicas, umas
vezes serenas e imperturbáveis, ou:
tras impetuosas e irritantes. :

Donde veem.elas?

Não se sabe…

Não veem de facto nenhum im-
portante, mas vivem e alimentam-
se de to ios os factos: pequenos que
ocorrem na vida política. / :

Não são fenómenos novos nem
raros: São as lutas das segundas
povoações. | :

Refiro-me as rivalidades entre
Sernache e a Certã.

Ao proclamar-se a República, eu

pensei neste melindroso aspecto de
estado social dêste concelho. Crcio
que fui o único político que, ao
tempo, padeceu desta mania mansa,
que, entretanto, outros atacou, mais
tarde, quando ao parlamento: foi
apresentado o projecto do código
administrativo.
РAo alvorecer da Rep̼blica, eu
tive a impressão de que êste ml ou
sé estirpara de vez ou se agravura
até explodir numa situação grave
irredutível,

A minha ingenuidade deume a
ilusão do priméiro caso: os factos
vieram revelar o segundo.

Inaugurara se uma vida de rege-
neração, pensava eu. Era um tegi-
me de fraternidade. Uma política
nova.

Eu via com saiade aban lona-
rem a arena política os homens pon-
der«dos, de valor e experiência. que
a tinham inspirado e dirigido, no
regime deposto, mas certam. nte os
novos, que à luta acorriam, iriam
fazer uma política de ideias, lial e
sensata, absolutam nte isenta, de
ódios e rivalidades locais, as pegue
nas misérias que são a negação sia
inteligência. :

Não me cancei de preconizar es
sa política: de a aconselhar e de a
suplicar. :

Mais do que isso: eu sugeri alvi
tres e fiz propostas no senido de
trazer a êste concelho a paz de que
êle carece para se valorizar c pro-
g edir.

Debalde.

A minha eterna ingenui fade!

Aos primeiros passos da joven
República eu notei logo, com sobre-
salto e mágoa, que não eram já os
actos que revestiam a feição dum
bairrismo impertinente e impruden-
te: era a própria República que se
apresentava como uma co’sa só d>
Certi e para a Certã, com sofregu –
dão. egoistamente !

Uim di estan jo na Certã o nosso
conterrâneo, senad cr Maitins Car-
doso, então membro do Directório,
e que ali tinha sido recebido festiva.
mente, eu fui convidá-lo a vir a
Sernache, receber as saudações da
segunda povoação do concelho.

Eu queris tambêm trazer aqui um
representante da República e fazer
-lhe uma festa republicana, carinho
sa e emusiástica. Para as nossas ho
menagens eu ia chamar um cidadão
que di. Certá se podia considerar !

Eu procurara, assim, a expansão
dos novos ideais por todo o conce
lho e a confraternização pública, po-

= líticae social de todos.

República para todos os portu-
gueses e não para castas,

Pois, meu caro Ciríaco, não o
consegui!

Martins Cardoso recebeu com al
voroço o convite e aceitou-o : mas
outro poder mais alto se levantou…

Calo os episódios grotescos dêsse
incidente os motivos invocados, por
pudor político, e outros factos de

 

 

 

ECO DA BEIRA

 

igual natureza os cale tambêm para
não estar a revolver o entulho pas-
sado Li :

Imprudência sôbre imprudência,
de solavanco em solavanco, se che-
gou à insensatez desvairada de se
pôr claramente esta miserável ques-
tão da rivalidade de terra», emgros-
seira exploração : leiçoeira por oca-
sião da última eleição municipal.

E” êsse o sentimento ruim, a pal-

-xão mesquinha que torpemente se

pretende. explorar, por banda do
partido unionista, acendendo ódios
e ateando malquerenças como melo
de fazer política e de consolidar um
regime que êsses republicanos pre-
históricos dizem de paz e fraterni-
dade. Aquela paz e fraternidad» que,
êles praticam por forma tão… cu-
riosa |

Quero en arar de frente essa. si-
tuação eliquidá-la de vez, num apu-
rame:to de responsabilidades, que
bem mostre quanto uns fiz ram pa-
ra alimentar essa paixão e explorá-
-la; e os esforços que outros empre
garam paratrazer a paz“a êste con-
celho e promover a sua prosperi-
dade. E
Era a esta liquidação que eu que-
ra chegar hoje, meu caro Ciríaco,
mas de tal forma me distraí em; di-
vagações por êste papel fora, que já
não tenho tempo de abordar o as-
sunto hesta C: rta. Ficará para 0 pró-
ximo número e essa será provavel:
mente a última.

Um grande abraço do

Abílio Marçal
Sernache, 3-2-915.
O CATAETES.

Câmara Municipal

Em sua sessão do dia 28 de Ja-
neiro, que devia ser a última dêste
período, a Câmara prorogou as suas
sessões pelo tempo necessário para
discutir e julgar às contas da gerên-
cia da sua Comissão Executiva, que
serão apresentadas na próxima ses-
são.

 

*

Tendo sido concedidos go dias de
licença ao sr. vereador Joaquim da
Silva Ladeiros e no impedimento
por doença do sr. Joaquim Nunes
da Silva, fôram chamados à efecti-
vidade do serviço e já prestaram a

Рsua declara̤̣o e entraram em exer-

cício os vereadores subsututos srs.
padre António Luís Ferreira e An-
tónio Agripino da Silva.

Na vaga aberta pelo falecimento
do sr, José Mendes Nunes da Silva
fói chamado e já tomou parte nos
trabalhos da última sessão o verea-
dor substituto, sr. José Dionísio dos
Santos e Silva.

*

Na sua última sessão de Janeiro
tambêm a câmara se pronunciou
contra os últimos désvarios político-
-militares, aprovando a seguinte mo-
ção, apresentada é defendida pelo
sr. Hermínio Quintão e combatida
pelo sr. Bernardo Júnior :

 

«A. Gâmara Municipal do. conce-
lho da Certã lamenta os últimos
acontecimentos políticos e passa Ã
ordem do dia.

x*

Em seguida-a câmara, tambêm
por proposta do sr. Quintão, resol-
veu levantar a sessão como mani-
festação “de sentimento pelo faleci-
mento do vereador José Mendes
Nunes da Silva; como noutro lugar
referimos.

Aqui, só registaremos; que esta
proposta foi combatida e regeitada
pelo colega do falecido, «sr. José
Dias Bernardo Júnior.

ses GEES

O director do Eco da Beira agra-
dece ao correspondente do: Noti
cias da Beira, em Sernache, seu pre-
sado amigo, as palavras extrema:
mente linsonj iras que lhe dirige na
sua: última correspondência para
aquele jornal. Ã

São favores, ilusões duma boa
amizade, : ;

Muito obrigado,

 

 

 

José Mendes

As tarjas que encimam e encer-
ram esta lúgubré notícia, são de
luto por um dos nossos amigos mais
queridos e mais dedicados, e velam
a dôr das mais pungentes e mais
surpresas que nos teem ferido nesta

já longa e dorida caminhada da vida. –

Mal imaginava eu, ao publicar
êste jornal, que setia por êle, pelo
meu querido José Mendes, tão môço
e tão cheio de vida e de carinhosos
afectos, que o Eco da Beira teria
de pôr os seus primeiros crépes!

Há nesta minha cruciante dôr
como que um mixto de revolta in-
tensa contra a perseguição do infor-
túnio e de desalento, perante -a ini-
quidade do destino, agitando e aba-
lando, numas luta” íntima, todo: O
meu ser, incessantemente batido
pelo vento gélido da desgraça.

Invadém-me, às vezes, quando
considero a malvadez brutal da fa-
talidade, assomos de indignação,
lampejos de incredulidade, mas tudo
se esbate e desfaz, contra o façto
irremediável que me esmaga, que
me tortura e desvaira!

E choro.

A?s vezes nem eu sei se é a raiva
do meu. desespêro que: explode-e
irrompe. pelos meus olhos, se é o
desalento da minha pungente dôr
que se escôa nas Minhas Higrdos.

Estou cançado !

A existência, assim, assaltada em
surpresas, ferida em emboscadas,
atacada à traição, é o despedaçar
da vida, aos bocados, a tortura cruel
e incessante da alma!

Meu pobre José Mendes !

Como eu choro a sua morte e
rememoro a pureza cristalina do
carácter do amigo que perdi!

Nestes tempos, em que o esque-
cimento e a ingratidão são a moeda
de pagamento dos benefícios rece-
bidos, êle era o reconhecimento vivo
ea isenção, a lealdade e a dedica-
ção, modestamente, serenamente,
sempre como: quem cumpre o mais
superior dos deveres.

Era um bom!

D’entrea pleiade de amigosa quem
devo tantas manifestações valiosas
de. estima, muitos o igualam em
primores de afecto e dedicação.

Muitos! Com prazer o digo, é
com orgulho à posso afirmar! * *

Mas ninguêm mais «do’ que “êle
sentia os meus desgôstos é sofria as
minhas mágoas, sôfregamente, como

uem. quer furtar aos outros e pa-
decor por êles, para poupéios, as
dôres que os torturam; e ninguém,
com mais sofreguidão, gosava os
meus. prazeres, e riaas minhas ale-
grias.

Z

José Mendes fez-me um dia uma
contrariedade, de momento e sem
importância. Percebeu-a.. Foi para
êle-um desgôsto que durante muito
tempo o torturou.

Cancei-me a despreocupá-lo de

 

tal caso.

Era de tão belo quilate a dedica-
ção dêste homem. !

Ele queria que a sua amisade por
mim fôsse sem sombras nem refo-
lhos, tão cristalina e pura como a
sua alma diamantina.

Caracteres assim são tão raros;
dedicações como . esta. são tão..ex-
traordinárias e irmanam-se e infil-
tram-se de tal maneira na nossa
existência; ficam dela fazendo uma
parte tão integrante e indissolúvel
que perder essas -afeições é como
que arrancar cruelmente um pedaço
da nossa própria alma!

Insensivelmente as- lágrimas des-
lisam então, ao longo das nossas
faces-—as lágrimas do nosso deses-
pêro esda nóssa satidade, da nossa
revolta e da nossa dôr-—derradeira
e dolorosa despedidá de quem, |
mais alguns dias, ficou ainda émpe-
cando por êste vale, que de lágri-
mas é também ! !

E de misériashico à emos poES

Que os bons, os que o podiam
ir depurando, como o infeliz José
Mendes, vaiios a Morte ceifando,
como se o mundo fôsse indigno de
possuí-los. à pa Bia

E talvez que. a Morte tenha ra-
ZÃO laje E

Pobre e desditoso amigo!

 

* * »* Hã

José Mendés Nunes da Silva-era
filho de Joaquim Mendes da Silva e
de Joaquina da Piedade, tendo nas-
cido nos Couceiros, no dia 14 de
Agosto de 1875, é ali faleceu no
dia 23 de Janeiro último, contando,
pois-e-apenas, 39 anos de idade;

Foi casado com Domitília Nunes
da Silva, de quem deixou cinco fi-
lhos. :

Era um exemplar chéfe de famí-
lia, um’ amigo leal, um prestante e.
honrado cidadão, patriota e. entu-
siasticamente apaixonado: pelos pro-
gressos da sua terra, ao serviço da
qual pôz sempre, com admirável
devoção cívica, o seu trabalho é a
sua inteligência muito apreciável:&
ponderada. É nd

«Faz falta — à sua. família, para
quem ela e irreparavel; aos seus
amigos que desoladamente o cho-
ram; e à sua terra, de quem êle éra
um dignoe prestante filho.

 

*
* *

José Mendes era vereador da Cã-
mara Municipal dêste concélho, qu
no dia 28, em manifestação de ‘sen-
timento, levantou a sua sessão, sob
proposta do sr, Hermínio Quintão,
que em palavras sentidas fez o elo-
gio do seu falecido colega. :

O entêrro do desditoso mõço foi
uma carinhosa manifestação de sen-
timento e sabdades-sitijonpais do

Que descance em paz o. desdito-
so José Mendes ! :

 

 

 

O Bem

E” o título dum jornal semanal,
que começou a publicar-se em Olei-
ros, sob a drecção do padre Joa-
quim Pinto de Albuquerque e com
a colaboração do padre Esteves Ri-
beiro, dois nossos velhos amigos e
companheiros das lides escolares.

O Bem não tem política: como em
sub-título indiaca, destina-se à‘ defe-
sa dos interesses religiosos do arci-
prestado de Oleiros. ,

Bem redigido e com uma variada
colaboração, está certamente desti-
nado a uma longa vida.

São os nossos votos, é, com êles,
lhe enviâmos os nossos cumprimen-
tos.

«papers

Tem estado em Sernache e re-
gressou já a Lisboa, com sua ex.”
esposa, o nosso amigo sr. João Ne-
mézio da Silva,

 

“Voz da Beira» a

Apesar de tardiamente, por não
se ter publicado. êste jornal na últi-
ma semana, não queremos deixar
de registar nestas colunas ter entra-
do’no segutido ano da suá’ publica
ção êste nosso visinho:colega.’

Com muito prazer lhe enviâmos
as nossas felicitações e sinceramen-
te desejâmos que, pela vida fora,
conte muitos e prósperos aniver-

sários. se :
O ‘sr. Brito Camacho atira-se já
ao govêrno. Ninguêm o entende.
Os unionistas cá do sítio andam
tambêm algo sucumbidos. >
Mas não desanimem,
Em. breves. dias lhes voltará. a
alegria que, há 15 dias, lhes anima-
va os rôstos e encheu a alma de

1

esperanças.
Verão ls.£o ls.

 

@@@ 3 @@@

 

LITERATURA

À resignação

A vida do homem, semeada de
contrariedades, obstáculos, ilusões,
enganos, malquerenças, traições, é
sem duvida uma luta contínua, na
qual muitos são vencidos, apesar
da natural reacção empregada em
conjurar as adversas fórças do des-
tino.

Para os-diversos males que nos
cercam a vida-tormentosa, quando.
sejam “ineficazes os nossos esforços
em minorá-los ou afastá-los do nos-
só caminho, ha um só remédio—a
resignação. .

Para os crentes na vida futura,
a resignação apoia-se na doce espe-
rança de que os amargos dissabo-
res da vida presente hão de ter
uma gloriosa compensação no viver
de alêm-túmulo, e quéos que cá
mais sofreram terão o maior qui-
nhão de glória na nova vida que Os
espera. 2 pi

Estes são os espiritualistas.

Para aquêles que afirmam que o
espirito é uma, simples manifesta-
ção orgânica, resumindo-se tudo
em fôrça, e matéria, a resignação
só póde ter por base o conhecimen-
to de que-a conformidade. com-o
destino, o sofrer; estoicamente os
rudes” golpes dêste, são um dever
de todo o homem e o meio mais
eficaz para que não nos fuja a tran-
quilidade que tão indispensável nos
é nesta labuta a que todos estamos
condenados.

Entre uns e outros, todavia, ha
muitos que não se conformam com
a sua sorte, e daí provêm tanto in-
fortúnio, tanta miséria, tantas per-
turbações que afligem constante-
mente a humanidade.

Seja,a nossa existência simples e
isenta de exageradas aspirações,
para que o malogro destas não nos
leve ao desespêro, origem de tan-
tos males. Ã
: Não. quer isto dizer que sejamos
apologistas da resignação que não
seja acompanhada da bem pondera-
da reacção; pois que sendo aquela
uma-virtude e uma qualidade e
de aprêço, seria sem esta a parali-
zação do mundo físico, a inércia
condenável que aniguilaria o pro-
gresso, tornaria a vida duma passi-
vidade-mortifera, que impediria to-
da a marcha social.

Queremos a resignação como um

remédio. contra o desespêro, como |

uma, esperança que nos alente na
carreira: tortuosa da vida, para que
das .gôtas do desconsôlo e do des-
alento, que se vão infiltrando na
nossa alma, não se forme uma cor-
rente-que nos arraste a uma epilep-
sia morel ou a um suicídio físico,
desenlace a que são levados muitas
vezes os espiritos carecidos de fôr-
ça moral e desconhecedores de que
o mal estar dos indivíduos e das
sociedades encontrasalutar remédio
numa calma resignação e na confian-
ça num futuro onde as nossas jus-
tas aspirações possam ter rialidade
e os nossos males um termo,
Felicidade absoluta não existe,
nunca – existiu nem jamais existirá.
E’ ela sempre relativa; todavia jul-
gamos verdadeiramente feliz aque-
le: que se: considera como tal, vi-
vendo conformado com a sua sorte.
Quantas vezes um humilde pro-
letário é bem: mais feliz no seu vi-
ver despreocupado» e simples, do
que “qualquer grande potentado vi-
vendo no labirinto dos seus multi-
plos:cuidados-e preocupações.
Convencidos’ todos desta grande
verdade, fácil será encontrar a pre-
cisa resignação para todos os ma-
les da vida.
Estreito, 18-1-15.

capebtaase

«Eco da Beira»

M. V.

Por motivos imperiosos e estra-
nhos à-nossa vontade não pôde pu-
blicar-se êste jornal na última se-
mana, Ê

 

 

ECOIDA

Em volta da guerra

JOFFRE

Max Nordau saíu de Paris, onde
residia desde longos anos, pouco de-
pois de rebentar à guerra. De Ma-
drid tem escrito para a Possische
Zetiung, o importante jornal. berli-
nense, bastantes cartas sôbre a con-
flagração, em geral extremamente
desagradáveis para a França. O ar-
tigo sôbre o general Joffre, de que
extraimos os principais trechos; tem
pois uma singular autoridade: é a
opinião manifestada acêrca de um
inimigo, do mais tenaz e mais ódia-
do talvez dos inimigos, cuja cabeça
a Alemanha pagaria a pêso de ouro.
Pois bem, Nordau fala entusiástica-
mente de Joffre na sua correspon-

Рd̻ncia para a Vossische Zeitung, e

os leitores dêsse jornal não deixarão,
no íntimo, de se sentir humilhados
pelo contraste entre êsse homem
simples e grande ‘e o enfatuado che-
fe dos exércitos alemães, palrador e
teatral: o kaiser Guilherme. Segue

-a- tradução do artigo de Nordau:

«O chefe supremo so exército
francês nesta guerra, o general Jof-
fre, é catalão de nascimento e origi-
nário dos Baixos Pyrineus, de Réve-
saltes, no Roussillon. A sua estatu-
ra é superior à mediana; figura es-
padaúda € pesada, os seus grandes
olhos azuis teem um olhar recto e
penetrante. Não se pode dizer que a
sua popularidade provenha desta
guerra. Em França era já conhecido
e altamente apreciado, O estado
maior russo tinha enorme conside-
ração por êle. O general inglês
French, que muitas vezes o vira nas
manobras, depositava nêle a maior
confiança. Mas o valor de um gene-
ral em tempo de paz só pode ser
apreciado teóricamente. As suas pro-
vas-só a tremenda realidade da guer-
ra as pode fornecer. E a guerra apa-
receu ao general Joffte, que nasteu
em 1852, na idade em que tinha
aparecido Moltke por ocasião da
campanha da Dinamarca,

A única ocasião que se lhe depa-
rou de mostrar as suas qualidades
de chefe militar foi na marcha sôbre
Timbuctú, efectuada como fim. de
salvar os restos da pequena coluna
de Bonniars que os tuaregs tinham
atraído à uma cilada e fôra massa-
crada quasi por completo. Joffre ba-
teu os bandidos e conquistou a capi-
tal do deserto, mas êste feito de ar-
mas teve um teatro muito longínquo
de mais para lhe fazer imediatamen-
te uma grande reputação.

Quando a Alemanha declarou; a
guerra à França, o general Joffre
era há dois anos o presidente.do gran-
de quartel general, e nessa qualida-
de era tambêm, de nome, o segundo
presidente ‘do Supremo Conselho Mi-
litar, onde de facto era, tambêm, o
verdadeiro chefe. Para se conseguir
chegar a essa posição é preciso pos-
suir-se um grande prestígio no exér-
cito. E” o caso de Jofíre. Saíu de
uma arma scientífica : era oficial de
engenharia, matemático de tanto va-
lor que na Politécnica rivalizava com
Henry Poincaré, um dos maiores
génios que teem aparecido nas sciên-
cias exatas. Notavam-lhe tambêm
decidida vocação para as sciências
naturais. Durante múito tempo, no
ministério da guerra, presidiu à co-
missão técnica encarregada de exa-
minar Os inventos que tivessem inte-
resse militar.

A sua nomeação para sucessor de
Saussier, de Boisdefire, Hagron e
de Lacroix não se efectuou contudo
sem atritos. Não era um. general
político, não pertencera nunca à par-
tido algum. Mas sabia-se que per-
tencia a uma família. católica e cer-
tos membros do parlamento, bêm
como certos militares que ligam im-
portância a êstes pormenores, ti-
nham a impressão que Joffre, no
fundo, era um conservador, se não
um retrogrado. Isto provocou des-
confianças. A hostilidade dos radi-
cais fortalecia-se mais ainda com a

 

BEIRA

circunstância. de êle: ser admiravel-
mente considerado no exército pe-
los clericais. Por outro lado, certas
medidas tomadas-contra os poucos
generais republicanos, como a de-
missão do general Percin, -contri-
buiram para o mesmo resultado.
Tudo isto hoje está esquecido;
já o estava mesmo quando a guerra
estalou. Toda a gente concordou
em que Jofire tomasse o comando

supremo do exército logo que se,

falou em mobilização… Teve a fe-
licidade de conquistar, logo de prin-
cípio, a confiança do povo e do
exército e de a conservar através de
todas as incertezas e desilusões do
coméço-da guerra,

São as suas qualidades de cara-
cter que fazem: dêle um fenómeno
excepcional.

A maior fôrça do general Joffre
consiste na sua: independência ínti-
ma. E? um homem que pensa pela
própria cabêça, A sua personalida-
de repousa nele próprio e não pre-
cisa de outro apôio. Sente a respon-
sabilidade da- própria opinião e não
concorda coma opinião alheia. A
popularidade veio-lhe, sem que êle
a procurasse. Nunca deu um. passo
para a obter. Despresa a moderna
arte do reclame. Não gosta dv ati-
tudes teatrais. Detesta o aparecer
em evidência. E” demasiadamente
matemático e geometra para; fazer
discursos. Pensa, fala e procede de
tal fórma que faz lembrar um teo-
rema. A seguir à batalha de Marne
disse-lhe um dos oficiais do seu es-
tado maior:

— Sabe, meu general, que acaba
de obter a maior vitória que se re-
gista na história do mundo? Que
mais pode desejar agora?

Jofire respondeu :

—Que à minha casita dos-Baixos
Pyrineus a tranquilidade volte de:
pressa…

Depois de fazer notar que a imen-
sa linha de batalha desde a Flan-
dres à fronteira da Suissa se con-
setva inalterável, Max Nordeau atri-
bue esse facto a Joffre nos termos
seguintes :

Sente a “impaciência crescer em
tôrno:dele.. Centenas de pessoas
murmuram junto do general: «E
por que esperâmos ainda para avan-
car?» Comquanto não leia jornais,
Joffre sabe que diáriamente se pu-
blicam dúzias de artigos, onde, com
intenção se diz que as qualidades
naturais do soldado françês são as
da ofensiva. Não se importa com o
que dizem: segue o seu pensamen-
to à risca, sem se ocupar sequer com
a opinião dos outros. Os soldados
compreendem-no, ou julgam com-
preendê-lo, Joffre prefere 0 seu pa-
pel descôrado da defensiva porque
a ofensiva, embora mais brilhante,
custa muito mais vidas. E” um ava-
ro do sangue das suas tropas. Pensa
que o exército alemão se há de fa-
ugar e esgotar com os seus repéli-
dos e heroicos assaltos. O seu exér-
cito está pronto para todos os’sacri-
fícios, mas agradece-lhe que êle con-
sidere os seus homens mal empre-
gados para efeitos teatrais no cam-
po de batalha. :

 

de homens, do seu tacto, falam-nos
as excelentes relações que tem man-
tido com os altos comandos belga e
inglês. Os generais em. campanha
são cheios de susceptibilidades, mór-
mente quando teem-de obedecer a
um chefe estrangeiro. Entre Jofire e
os seus subordinados ingleses e bel-
gas nunca houve um atrito, um mal
entendido, uma leve sombra sequer.
Isto deve bastar para o definir co-
mo um carácter de excepcional im-
portância,

Estas qualidades morais são com-
letadas por magníficas qualidades
ísicas. Esse homem de 63 anos não

inveja em frescura e agilidade ne-
nhum dos seus tenentes mais novos.
Não sabe o que é fadiga. Trabalha
18 horas por dia; cada refeição sua
dura 20 minutos. E” extremamente
sóbrio em comida e bebida. Não

 

 

quer luxo algum-—chega a dispensar
o simples confôrto. E estas qualida-
des de spartano de forma alguma
prejudicam a sua tarefa.

“Tudo concorre para criar, no ge-
neral Joffre, um novo tipo da” histó-
ria militar da França, um tipo in-
teiramente diferente de Condé, Hen-
rique IV, Turenne, Hoche, Napo-‘
leão e Bugeaud: não é brilhante—
mas é sólido.

Saes

Está melhor, e entrou já em fran-
ca convaléscença da grave’ enfermi
dade que’o atacou, o nosso amigo
Joaquim Nunes da-Silva, dignô” ve-
readov di Câmara Municipal e vo-
gal da comissão executivas O

Muito lhe desejâmos o. seu! com-
pleto restabelecimento. “es

nPeEtgEas so b
Dr. Ramoós Preto

Tem estado: doente a esposa-dês-
te nosso querido amigo. i

De todo o coração: desejâmios as
melhoras da virtuosa senhoras;

Felicitações |
Enviâmo-las, mui sinceramente,
aos nossos amigos, drs. José Bártolo
e Alves Martins, notáriosem Proen-
ça; pela excelente classificação que
alcançaram bem legitimamente, no
seu recente concurso para notários.

seis
Récita infantil

No Teatro Taborda, em Serna-
che, deve no próximo domingo, 14,
haver um espectáculo, em que to-
mam parte crianças da primeira so-
ciedade daquela povoação. Esta ré-
cita está ali despertando muito in-
teresse e-deve, em verdade, ser um
espectáculo muito interessante e
animado: e-muito simpático, porque
o rendimento é para os feridos-da
guerra. HEpr É

Bem hajam ! Mo

Agradecimentos

Ao nosso amigo e patrício Joa-
quim Antunes da Silva, actualmen-
te residente em Manaus, o Eco da
“Beira agradece os seus. amaveis
cumprimentos de boas festes, que
retribúi mui afectuosa/ e saúdosa-

mente.
Movimento comercial

Por escritura. lavrada. nas notas
do .sr. notário Moura, o ,sr; José
Maria de Alcobia, de Sernache, fez
tre-passe do seu vasto € importante
estabelecimento comercial aos nos-
sos amigos Carlos dos Santos: e Sil.
va e José dos Santos e Silva.

O sr. Alcobia, que ̩ um Рcomet-
ciante inteligente e excelentêmente
conceituado, reduziu a sua activida-
de comercial» à exploração do seu
estabelecimento de relojoaria e ou
rivesaria.

Aos novos comerciantes enviâmos
as nossas felicitações, desejando lhes
sinceramente uma vida de prosperi-
dades.

PROFESSOR DE INGLÊS

Lecciona. Traduções de inglês,
francês e espanhol.

GUA RDA-LINROS:

Escrituração comercial é agrícola.
Correspondencia.

Trata-se com F. Tedeschi, Ser-
nache do Bomjardim.’.

 

 

 

Vendem-se todas’as propriedades
rústicas, que pertenceram a Possi-
dónio Nunes da Silva, em Sernache
do Bomjardim.

Quem pretender, dirija se, ao seu
actual proprietário, José Rodrigues
de Figueiredo, Pombal.ombal.

 

@@@ 4 @@@

 

aicrnço ve

 

 

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Próharado | por FRANCISCO SIMOES |

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om este oia ndiiess ebrettasdoi too cópias e qualquers inatógtáo como:
preçosicorrentes, circulares,- mapas, avisos, esa dp fas nã gere:
nhos, plantas; caricaturas! anancios, éic.: aa
co À” o único que está semipre a tuncionar,- porque se. “pode” Ed com
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de concelho, câmaras municipais é, finalmente, em todas as Tepartições pú-
pieas e particulares em algumas das quais funciona com” inexcedivel- êxito.

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minutos “depois de ter servido, por se lhe tirar atinta com água quehte Em
menos/ de us minutos. me se o bom resaltado, ds ph Cai e

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Massa-=Lata de a MEM Se. 18400»
“op “meio: quilo“: Poeira A RP =»
Tinta Frasco grandes o: Rc

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“Para, as províncias. acresce mais 100. réis, por. aprélho. so

 

 

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“Á “Agua | minero- medicinal, da Fog da En tá. onisen a uma: compapicão
quimica que a di istingue de todas as outras até hoje ruzadas: na ter apeltica.
;» E! empregada com segura. vantagem da Diabetes Dispepsias—Catar-
ros gastricos, pulridos ou parasitarios;—nas preversões digestinas. derinadas
das doenças infeciosas na. convalescença dasifebres, graves; -—nas alonisa
gastricas dos diabeticos, tuberculosos, brighticos,.-ete. no gastt sesmo : Dc sê
expolados pelos excessos ou pr ivações, elcijiata. i :
Mostra a analise bateriológica que a “Agua: A Foz: da Gertã. abas “como
sé encontra nas garrafas, devé ser consitlerada; como, ‘microbicamente
pura não contendo colibacitlo, nem nenhuma-das. especies patógencas
gue podem existir em aguas. Alem disso,«gesa. dejumas certa acção microbi-
cida” O B. Tífico, Difetérico. ‘e Vibrão colerico, em pouco tempo
nella perdem todos a sua vitalidade, outros eco apresentam porém: re-
sistencia maior.
-. A Agua di Foz da Certã não tem o Re a limpida,. de sabor le-
vomente acido, muito agradavel. quer bebida eus as misturada com

ro od e DEPOSITO. GE RAL. ol
“RUA DOS, FANQUEIROS-=84=LISBOA.
à Déletone 2168