Eco da Beira nº20 27-12-1914

@@@ 1 @@@

 

Ano. Ranab e
Semestre. sam
Brazil (moeda. brazil feira).

 

SUS sE:

Aplncios| na 3% e 42 página 2 cen-
“o tavos a linha ou espaço de linha | ç

 

 

 

seara]

“Publicação n na certa”

55

– Redacção”e administração emp: o 5

 

SERNACHE DO BOMJARDIM

ma 8 impresso: ria Tipografia Loirienso::
LEIRIA !

 

 

É 5

ti, “acontecimento politico. da
semana -é ‘o- sensacional. discurso
proferido na Camara dos: Depus
tados, na sessão. de segunda-fei-
ra, pelo sr. dr. Afonso, Costa —
uma das suas mais belas evigo-
rosas ôrações parlamentares.

Na impossibilidade de aqui o
transcrevermos todo,.Çomo: seria
nosso bom: desejo, extratâmos
dele a parte em que O grande
parlamentar se referiu à atitude
do partido. uúnionista, às perfidias
das suas intenções e às habilida-
des dos seus expedientes,

São palavras duras, porventu-

ra cruéis, mas cheias de verda-

de e de sinceridade e repassadas
da mágoa-que faz ver um parti-
do, que podia ser uma fôrça var
liosa da Republica, fazer a sua
derrocada numa agitação pertur-
badora . da. vida politica, num
momento em que a serenidade e
a tranquilidade se impõem a to-
dos como um sagrado dever pa-
triotico. Fica

E’ uma desórientação que con-
frange: um desvario que como-
ve e abala os mais fleumaticos.

Eis como osr. dr. Afonso Cos-
ta se referiu às manobras do sr,
Go

cata ele, orador, este acto
da fuga de um partido, da renun-
cia dos seus representantes é já,
por; si, um: acto que; desqualifica
e humilha esse: partido. O que
fot que quiseram fazer à Repu-
bliça, desaparecendo no proprio
momento em que se discutia o
problema da nossa situação in-
“ ternacional? Triste é confessar
que os unionistas renunciaram
sómente para o Partido Repu-
blicano Português não eleger
mais dois senadores, e triste é
dizê-lo que saíram embrulhados
num oficio que queimava as mãos
dos que lhe tocaram. A sua abs-
tenção dos trabalhos parlamen-
tares equivale a uma retirada do
campo da luta, parece quasi uma
partidinha” de colegiais. Isto é
profundamente triste e, se não
fôsse tão revoltante como é tris-
te, fazia descrer das energias da
nação, vendo-se que republica-
nos, sem que ninguem os moles-
tasse, tendo mesmo andado ao
colo do partido evolucionista e
não por cima; mas por baixo do
Partido Republicano Português,
praticaram agora um acto que

 

 

%

lhes ficará como o ferrete da sua

condenação em frente do país e
do estrangeiro.

Então se os unionistas querem
discutir a nossa intervenção mi-
litar fogem do Partunhento, para
ir lá para fora, para/o panfleto,
ou para o jornal falar nela e pa-
ra gritar que enforquem gover-
no?! Não resta duvida de que
este acto não podia deixar de ser
praticado senão pelo director in-
telectual da nova Republica ou
pelo continuador da obra multi-
pla e complicada de um velho
estadista monarquico, que foi
morrer. retirado num, canto da
provincia! Querendo com o seu
acto ferir o governo, fere a Re-
publica e ferem-se a si proprios.
O grupo unionista que tinha uma
vida artificial, sobretudo desde a
Constituinte é que vivia mais pe-
las suas afeições pessoais do que

por oútra coisa, esse grupo cor-.

respondendo a um corpo. infini-
tamente pequeno, como um ver-
me rastejante, teve, de facto, O
seu suicidio com a renuncia dos
seus representantes na Camara
dos Deputados. Esse grupo deu
uma completa confirmação à pa
lavra, profetica do seu Chefe:

é preciso: que eu desapareça, asd
pareço; se é preciso partir para o
estrangeiro, eu parto! (Garga-
lhadas).

* Deixe y. ex sh. presidente,
rir, porque o riso é o comentario
que a atitude dêsse grupo mere-
ce! E? o que devia merecer uma
republica aristocratica que queria

transformar pequenos doutores

em sumidades intelectuais, e es-
crevinhadores de, jornais em
grandes polemistas ! (Risos). Fo-
ram-se embora para que não ele-
gessemos senadores; Que quer
isso dizer?! E” que se. o Partido
Republicano. os: elepesse, «teria
maioria no Senado. Vamos para
as eleições gerais, a que a Cons-
tituição nos obriga a fazer ime-
diatamente. O governo do sr,

Bernardino Maçhado não as fez

por motivo do conflito europeu.
Não podemos prorrogar por mais
uma hora sequer que se defina a

vontade nacional. Ver-se ha en-
tão se à nação quer o sr. Brito

Camacho a discutir questões ex-
ternas com uma tal leviandade
que nem ao ultimo dos famulos
do seu jornal devia consentir, e
ver-se ha tambem o que repre-

 

senta esse gachis parlamentar.

O orador declara, a seguir,
que é. preciso dar cumprimento
ao voto expresso pela segunda
vez, por unanimidade, no Con-
gresso, em 23 de Novembro ul-
timo; é absolutamente necessa-
rio que a esse respeito não sub-
sistam equivocos e, em palavras
eloquentes, fáz ver o perigo que
ha de Portugal não intervir na
guerra europeia, desde que ha a
prova documentada de que a In-
glaterra’solicitou o nosso auxi-
lio. E* só sobre este jogo de pa-
lavras que se edificou afinal to-
da a campanha. A Inglaterra, sa-
be muito bem; que: temos um

tratado com ela e que herdámos –

um povo completamente exaust
to, mas quiz ver como é que o
país se definia em relação ao seu
futuro. Foi isso que nós aqui fi-
zemos muito expontaneamente.
Então, quando o sr. Brito Ca-
macho julgava que a guerra eu-
ropeia era alguma coisa que ca-
bia dentro do Calhariz, gritava:
Vamos embora, vamos para a
guerra! ( Risos).

E o orador, numa bela pero-
ração, exclama: «Mas agora,
imagina que lançando o seu pre-
gão aos cobardes, aos cães e aos

“traidores, êles lhe vão fazer cau-

da e rodeá-lo! Que siga com
êles! A Patria segue com a Re-

publica para a frente!»

sesess
Boas Festas

O Eco da Beira envia a todos
os seus leitores os seus cumprimen-
tos de boas festas.

Que todos as tenham, de: paz e
felicidade, são os nossos sinceros
votos.

E com carinho e devotado amor

patrio envia as suas saudações Cca-

rinhosas aos soldados portugueses
que, longe dos seus lares, se batem

na Africa, pela honra e integridade

da Pátria Portuguesa.

ape ganSeo
PARLAMENTO

Adiou-se para o’dia 7 do próximo
mês de Janeiro o Congresso da Re-
pública.

O orçamento será apresentado
dentro do-seu praso, devendo, em
seguida, encerrar-se novamente, afim
de se fazerem as eleições.

O govêrno tenta ainda modificar
a lei eleitoral, no sentido, principal-
mente, da redução do número dos
deputados.

E” possível que já em Janeiro
possa reunir o Senado, para tal fim,
pois parece que, alguns senadores
evolucionistas estão dispostos a com-
parecer no Senado,

 

NATAL!

Nessa na o e Papi do Na:
tal brilhou por: detrás duma. névoa;
como» se – estivesse encerrado: num
globo: côr de rosa. b

Vi-o romper, da minha dan

“Parecia preguiçoso no sew: Nrdss

“tar de espumas, que se-desfaziam,

como fumo, por êsse céu alêm=*.

Tinha-me erguido “cedo para: o
ver surgir na alegria da luz,’ como
um mensageiro de boasinovas. blg»
mo vinha magestoso !:

Ora, reparem quando ale se: E
gna aparecer em manhãs de Natal!

Parece rolar em volta dum mun:
do-novodo! cio: E

Há qualquer coisa: que osfaz as
semelhar a um soberano feliz que
acaba de dar um soberano ao: seu
reino: e nas suas maneiras lentas
parece subir uma escadaria de tros
no, dum azul aa e Rd ,
cente!

Em toda a roda, na. paisagem
clara que os meus olhos abrangém,
a flora hibernal lança os seus perfu-
mes ao vento da madrugada.

Um primeiro pássaro, que-cantou
num ramo, acordou os outros: to-
dos, e eilos, numicôro de: notas
cristalinas, batendo azas para’o azul
infinito, cumprimentando na passa-
gem os que iam Re. «a missa de
alva. ; 013

Entrei na igreja. ;

Na: minha querida e; atisonha: a
deia a religião era uma coisa-sa-
grada.

Não se brincasa com os santos e

“só os namorados podiam: cochichar

4

baixinho, porque só êles sabem: co-
chichar sem os outros ouvirem.

Estava tudo recolhido numa: -ale-
gria serena, e até o meu ‘prior:pare-
cia sorrir mais afinelare no ao Ora-
te frates.

No seu altar od e ohéit de
lumes lá está o menino Jesus, com
as suas gordinhas pernas: de roscas
côr de rosa.

Fresco e lustroso, parecia: ter Ssai-
do naquele instante “dum banho per-
fumado. Eb)

Tal como o escultor o -Concepeu,
com os seus fartos caracois louros,

“caindo-lhé em cachos sôbre as rosa-

das faces: o nariz pequeno e bem
talhado, atesta ampla para abrigar
dentro a fulguração dum génio.
Estamos no fim da missa: o .pa-
dre volta-se e pronuncia gravemen-.
te o ite missa est, e, daí a instantes,
de capa, sorridente como . que de
orgulho, êle oferece o menino à ado-
ração dos fiéis.
Todos se acotovelam para, beijá
“lo, num afan, que os consola..
Numa lentidão . medida, num. si-
lêncio largo, dobrando os joelhos
diante dos altares, e aspergindo. -se
à porta com àgua “benta, vão -todos
saindo, sorridentes e entreolhando-
-se e como que segredando: .
Cristus natus est !

Era sempre assim para mim o
dia de Natal—palpitante de vida e
amor, de alegria e entusiasmo. Sem-
pre!

Dias nebulados, tristes,.. ásperos,

Ex” 0. Adrião David

E” 0. Adrião David

E

 

@@@ 2 @@@

 

Pre mer ener

 

 

dêstes dias que precipitam o tédio
e a tristeza na alma, nunca os teve
para mimo Natal.

A poesia dêsse aniversário, o mei-
go encanto dêsse acontecimento ras-
gava sempre nesse dia a tristeza do
céu e abria na minha alma clareiras
de luz e de alegria.

Um dia a Fatalidade quis sujeitar
o meu entusiasmo por êsse dia de

redenção à mais dura das provas,

descarregando na minha tenra-alma-
infantil o mais rude e implacável-de…

todos os golpes. .

Nesse. ano—há tantos !—emquan-
to eu nessa noite de Natal, conten-
te e feliz, espreitava por detrás dos

vidros-os grupos que, em: descantes,..

entoando cânticos alusivos à festa,
passavam. em -dôce convívio, cami-
nho da igreja, “cujos sinos tinham
sempre para êsse dia uma canção
mais festiva, e eu, contente, ante-sa-
boreava já os dôces da consoada, a
tôrva Desgraça, fugindo ao alarido
e à alegria da rua, enraivecida de
tanta festa, entra na minha casa,
bruscamente, sem ninguêm a espe-
rar, toma:me nos seus braços sinis-
tros e, uma a uma, desapiedadamen-
te, arrepela-me as-pétalas descora-
das da minha alegria-e das minhas
ilusões; precipitando-me na noite
caliginosa: e negra duma amaríssi-
ma orfandade !

Semiinãe!) 225
» Fiquei nessa noite sem ela, tão
boa, tão meiga, tão santa, sem ela
que ainda na-manhã dêsse dia, sor-
ridente, respirando saúde e amôr,
fôra ao meu quarto dar-me os bons
dias e dar-me o beijo matutino =o
último! E

Dai a bocado o som dos sinos a
esvoaçar no ar, numa sarabanda doi-
da, dizendo as alegrias íntimas do
bronze, que nunca fôra tão clarq e
nítido desde que fôra benzido, era
para mim um negro dobre a fina:
dos:!’

Estes factos não se rememoram
de olhos enxutos !.-..

No dia seguinte, quando o sol nos
visitou, loução e prasenteiro, encon-
trou, naquela. moradia, a viuvez
aflita, aconchegando em volta de si,
10 orfãos, dos quais, o mais velho,
eu, tinha 13 anos! ;

Nunca êle:me visitou no meio de
tanta amargura e-de tamanha dôr. .

‘Mas era o sol do Natal, e eu nem
então lhe faltei com o meu sorriso,
embora pálido e coado através as
grossas lágrimas da minha enorme
desgraça…

Afinal, e talvez por isso, a Des-
graça teve remorsos.

A Felicidade amerceou-se, então,
de mim.

Anos depois,’ no altar dos meus
afectos, ao lado do santuário onde
conservo: a inolvidável memória de
minha boa e santa Mãe, colocou ou-
tro anjo de bondade e de candura, a
confidente dos meus: segredos, e con-
soladora dos meus pesares—-a mi-
nha mulher, que nasceu nessa noite,
nessa noite do Natal!

E”. porisso, que êste dia é para
mim,’ ao mesmo tempo, um dia de
saudade e de festa, de dôr e de fe-
licidade !…

Se Eds
“* Eleições

Eis o que sôbre as disposições
do govêrno a respeito de eleições,
disse o sr. dr. Afonso Costa no seu
magnífico discurso na Câmara dos
Deputados:

Pretende tambem o govêrno rea-
lizar as eleições gerais e êle, ora-
dor, não sabe como classificar o

“absurdo daqueles que afirmam que

êste govêrno não póde presidir às
eleições, porque os seus membros
pertencem a um grupo político. E”
simplesmente assombrosa tal afir-
mação! O govêrno não se retirará
para que outro venha presidir às
eleições. O govêrno o que tem é de
fazer eleições por tal forma que to-

dos, eleitores e eleitos, autoridades.

publicas e simples cidadãos, sintam
que nem existe govêrno, em rela-

 

4

 

EGO DA BEIRA |

ção ao modo como o acto eleitoral
decorra, excepto para garantir que
haja a mais ampla e completa liber-
dade de voto. .

E? a esta prova que devemos sub-
meter êste ou qualquer govêrno que
em momentos de eleições gerais ou
parciais, esteja nas cadeiras do po-
der. Nunca um govêrno extra-parti-
dário póde garantir mais imparcial-
mente o acto eleitoral do que um

partido, porque os partido teem uma

disciplina, teem uma acção conjunta
de princípios a que obedecem, teem

compromissos perante a nação. Po-

derão desaparecer os homens que o
formaram mas êsse partido continua-

rá vivendo. Os homens estranhos
aos partidos podem fazer das urnas.

instrumento de qualquer desígnio

por não terem a quem dar contas do

seu procedimento, o que daria em
resultado que, quando amanhã se
lhe quisessem pedir contas dos seus
actos, o govêrno mandaria dizer
num ofício que não ia ali, porque os
seus membros tinham assento na
Câmara. A própria experiência-já o
mostrou. O deixar presidir,àas elei-
ções gerais um govêrno composto de
pessõas que ninguem sábe quem são,
equivaleria ao mesmo que ser um
documento vivo da incapacidade mo-
ral dos: partidos organizados e da
própria instituição parlamentar. E
se o ano passado o chefe de Estado
dirigiu uma mensagem aos chefes
dos partidos na qual afirmava que
era preciso que presidisse ao acto
eleitoral -um govêrno. extra-partidá-
rio; foi talvez dirivado-das constan-
tes lutas entre as: diversas facções
republicanas.

Parece porêm que, segundo di-
zem os jornais de Lisboa, o sr: presi-
dente da Câmara dos Deputados: já
participou oficialmente ao chefe , do
govêrno que o número actual dos
membros da Câmara é inferior a
135 e isto para os efeitos do artigo
86 da Constituição. Eita

“Nestas condições é decrer qu
talvez se faça brevemente o, convi-
te para reunião dos colégios eleito-
rais, mas sómente para os círculos

vagos. –
Garta
Meu caro Cirtaco:

Eu tinha-lhe prometido, para ês-
te número, a minha resposta à sua
carta. Ê

Eu tenho que tratar nela, larga-
mente, acontecimentos políticos, só-
bre os quais ainda não passaram:
muitos anos.

Esses acontecimentos são actos de
políticos, que eu terei de criticar,
por ventura, com severidade-—os
factos e os homens.

Estamos na semana do Natal —

a festa da fama, de paz e amor!

Trégua, pois, á política.

Um parêntesis nestas lutas.

Boas festas a tolos—a amigos e a
inimigos, com o mesmo carinho e a
mesma sinceridade.

A todos!

Eu não tenho, mew caro Ciríaco,
ódio a ninguém:

E’ uma felicidade, mas não é
uma virtude. à

Porque dizem os psicólogos que o
ódio não é um sentimento: que éuma
doença

E eucreio que os meslres Leem
razão.

Boas festas, pois!

Com um grande e mui amigo
abraço do

Seu dedicado correligionário.
; — Cábílio Marçal
Sernache, 24-12-914.

CHALET

Com boa vivenda e nos arrabaldes
de Pedrogam Pequeno — vende-se.

Trata-se com o notário desta co-
marca, Carlos David.

 

 

Miscelânia literária, histórica, scien-

 

2

tifica e jocosa

O géhio não tem consciência de
si, não conhece o poder mágico de
que dispõe, por isso não se enfatua.

Teófilo Braga.
%

A mãe é como-o sol da nossa primavera,
Enchendo-nos de luz a senda que trilhâmos :
Sorrimos, ri tambêm, e, se depois chorâmos,
Envolve na tristeza a sua fronte austera.

– Luis Serra.
*

Se as vontades muito firmes rea-
lizam muitas vezes, com felicidade,

os seus empreendimentos, é porque :

aplicam toda-a atenção das suas fa-
culdades aos menores acontecimen-

tos e não deixam escapar nenhuma

ocasião de operar.
E Bourget.

*

Se a vida é má, um sonho às vezes a melhora;

Os olhos para o ceu erguem-se a toda a hora ;

A esperança vê Deus e Deus ouve-a clamar,
Deixemos a quem chora

Orar!
V. Hugo.
.* :

Qual foi o primeiro barco a va-
por que atravessou o Atlântico?

Fo: um: barco chamado Risnig
Sun (Sol Nascente), propriedade
de um inglês, lord Cockrane. Fez a
viagem em 1818.

À 15 de Julho de -1819 outro: na-
vio: americano de “300 toneladas,
chamado Savannah, chegou a Liver-
pool, vindo de Nova York com 26
dias de viagem, durante os quais
apenas em 18 fez uso das caldeiras.
Nos restantes, navegou à vela.

€ U
Tudo tem a mesma sorte:

Hoje vida, amor, grandeza, –
Amanhã… olvido e morte.

Fernandes Costa.

*
Origem de aígumas frutas

As cerejas são originárias do Pon-
to; as cidras da Média; as casta-
nhas da Castânea (Ásia Menor); as
ameixas da Síria; os pêcegos da
Pérsia; as laranjas de Tiro; as oli-
veiras da Grécia; a alface de Coos
(ilha do mar Egeu); os figos da
Mesopotâmia; os damasços da Ar-
ménia.

5 – *

Lá mais para o futuro

Quando em’teu horisonte haja algum ponto escuro
Refrega desabrida, amargo desengano

Hás de me-então dizer se 0 coração humano
Tem algum capital, que valha: por milhões,
Como vale o arraiar das fulvas ilusões !…

Bulhão Pato.
é

«A mulher é na vida o que é a
flôr no campo e o aroma na flôr; o
oásis no deserto e a frescura no oá-
sis; o desenho na pintura e o colo-
rido no desenho; o trinado na mú-
sica e a melodia no trinado; o bál-
samo na ferida e a suavidade no
bálsamo; a lágrima no martírio e a
poesia na lágrima; a esmola na in-
digência e a modéstia na: esmola;
é a luz branda: da estrêla e o calor
ardentissimo do sol; o mavioso sor-
riso da aurora e a lava refervente
do vulcão; é a deusa da consciência
humana e a musa do humano sofri-
mento; é a fé e a esperança em to-
da a parte; é o milagre dos mila-
gres—o amor !»

– Alves “Mendes.

*
Na cidade, no campo, emfim, seja onde fôr,
Para os pobres, a vida é quasi sempre a dôr.

: Quem é pobre, e quem lida,
Aligeira, a cantar, o pêso desta vida.

Na canção popular há sempre, lá no fundo,
Uma nota da Cruz, que o povo tem no mundo!

Bulhão Pato.

*

A glória é uma planta de tal cas-
ta, que se quer regada com suor.

S. Iudoro,

 

Curiosidades úteis

Não julgues que sou vário .
Como os poetas são :

Meu peito é um sacrário

E a hóstia—o coração!

Visconde de S. Boaventura.
x

Para se fazer ideia da grandeza
da Terra, a qual todavia é muito
pequena em-comparação com a de
outros astros, basta considerar que,
se houvesse na sua superfície conti-
nuidade territorial, um comboio’com
a velocidade de 5o km. por hora,
gastaria em dar-lhe uma volta 1
mês, 3 dias e 8 horas, e que um
homem andando 10 horas por dia,
com a velocidade de 4 km. por ho-

“Ta, gastaria, para fazer o mesmo

– trajecto, 2 annos e q meses.

A distância da Terra ao Sol é tão
grande (cêrca de 150 milhões de
km.) que um comboio com a velo-
cidade de 50 km. por hora, andan-.
do sempre, gastaria para lá chegar,
se fôsse possível a existência ‘da’li-
nha férrea, mais de 3 séculos. :r;

fert

*

O coração e os olhos,

São dois amantes liais, » 20» |
Quando o coração tem pêna, |
“Eogo os olhos dão sinais.

 

“Quando meus olhos te viram, ss
“Meu cotação te adorou ; Ain ds

Na cadeia de teus braços, Of
– Minh’alma prêsa ficou. o

: Estes primeiros amores, Es
Que no mundo toma a gente, |,
Não sei que doçura teem, Ci
Que duram eternamente. –

O que o vento épara’o fogo,
E” ausência para o amor:
Se é pequeno apaga-o logo,
“Se é grande fá-lo maior..-
3]

A preguiça caminha tão devagar
que a pobreza a alcança logo:

E um grande apoio na vida o des-
prêso pelas vilanias e pelos ultrajes.
CD Sua

* doi a Es

Não serão arrojados do templo
da felicidade os que para lá subi-
rem pelos degraus da virtude.

8. “Sócrates. :

Emquanto viveres trata. de ins-
truir-te. Não presumas que.a velhi-
ce por si só traz consigo a razão.

Solon.

* Ea
B infelicidade

E bom ser infeliz em qualquer
coisa, diz o ditado; o infortúnio é
bom para duas coisas: para experi-
mentar os amigos e purificar a Vvir-
tnde.

Acontece com os homens de bem
como com as plantas aromáticas :
quanto mais esmagadas são, mais
perfumes exalam. IDR o!

A infelicidade dá lições a que;
não prestaria atenção se fôsse a ra:
zão que as desse. E

*

Quando amor se oculta 4 medo *
“No silêncio, contrafeito, .-.: ret
E’ quando tambêm produz

Maior estrago no peito.

Porque sendo reprimidas…
Essas lavas de vulcão, :
Como não acham: saída
Vão queimando o coração.

Os olhos ganham mais brilho,
As faces tomam mais.côr, .
Quando no fundo do peito
Se acende o fogo do amor.

E, neste ponto, o disfarce ..
Trabalho e tempo perdido,
Assim’o fumo indiscreto : Noen)
Revela o fogo escondido.

Fernandes Costa.

O compilador,
P.& Cândido Teixeira,xeira,

 

@@@ 3 @@@

 

p

Em volta da guerra |

As fôrças em luta

 

Quais são. as fôrças dos-países
beligerantes? Vejamos :

A Rússia dispõe de 8. milhões,.a
França de 4,a Grã-Bretanha-de 1

milhão, a Bélgica de 350 mil, a Sér- |
“ viade 250-mile’o Montenegro: de.

36. mil homens. Tudo isto prefaz

um total de 13.636:000 Oficiais e

soldados. . ..

Ecnira ada br mnidáve Lmassahu-s

mana levanta-se a Alemanha com

4900:000, a Áustria com 3.020:000.

ea Turquia com 300 mil; somando
todos 8:220:000 homens:
“Todaesta-multidão de guerreiros

dispõe de armamento moderno; a»
que é interessante fazermos uma li-

geira referência. Durante os quatro
meses de luta verificou-se que a ar-
tilharia é hoje a arma decisiva das

batalhas. .O. principal.papel na cam- E :
pânha tem cabido sempre aos ca- |

nhões e às metralhadoras. ‘

 

discutível, a; superioridade dos
aliados sôbre’a Alemanha e a Áus-
tria. Vejamos o número de canhões
e: metralhadoras que cada! potência
boligerante respectivamente possui :

o exército francês, 4:500 € 2:500; 0. |
inglês, 1:200 € 500; O russo, 6: 500 *

e 3:500; o alemão, 6: 000 -€ 3:000 ;
o austríaco, 3:000 e 1:250. Quer di-
zer: contra-os áliádos, que dispõem
de 12:200-canhões e 6:500 metralha-
doras, alemães. e; austríacos não

opõem mais de 9:000 canhões e 4:250
metralhadoras. E”-claro que durante ;

uma campanha intensa as bocas de

fogo inutilizam-se freguentemênte, –

devido a causas múltiplas: uma de-
las é o cansaço das peças metálicas,
por mais bem témperadas que se-
jam: Uma’das famosas peças: fran-

cesas de 75 cm. não pode, seguida–”

mente, disparar mais dé 200: tiros,
e fica totalmente. inutilizada depois
de disparar 10:000 vezes. A vida dos
canhões de maiór calibre é muitis-
simo mais curta. Um” Rimailho de
155 milímetros fica esbrazeado ao

quinquagésimo tiro e inutilizado por ‘

completo com 8:000 tiros, a peça
comprida do mesmo calibre usada
em França não dispara mais de
5:000 vezes, os morteiros de 220 mi-
limetros e 270 mm. estão gastos ao
fim de“2:500 tiros e não podem vo-

mitar Seguidamente mais de 25 gra- –

nadas.

A metralhadora dá 1:000 tiros su-
cessivos e a espingarda-Lebel-5o,
mas’com’qualquer destas armas não
se consegue ir alêm de 50:000 tiros.
E? cúrioso fixar o alcance das diver-
sas armas de campanha usadas na
guerra: actual: a espingarda-de in-
fantaria alcança a perto de 4 quiló-
metros, o Rimailho vai até 6 quiló-
metros e meio, o 75 fraficesa, 6”
quilómetros e o “canhão longê “de
155 mm. de calibre pode bater efi-

cásmente um alvo situado a 10 quê,

lómetros.

Por outro lado, para fazermos
ideia da fôrça de penetração de uma
bala de infantaria, tomemos para
exemplo a L.ebel regulamentar dos
franceses que, à distância de 25 me-
tros, atravessa 11 centimetros de

ferro, 20 centimetros de tijolo, 55.

centimetros de madeira de cRtvilho
e 80 centimetros de terra vegetal.
Uma das armas que pela primeira
vez representam na guerra impor-
tantíssimo papel é sem dúvida o ae-
roplano, já como elemento auxiliar
da artilharia, regulando o tiro dos
canhões, já. como arma própriamen-
te ofensiva, lançando bombas e se-
tas sôbre o inimigo. Ainda neste ca-
pítulo é evidente a. superioridade
dos aliados: à França possui 749

aeroplanos, a Rússia 800, a Ingla- –

terra 150, a Bélgica, :9. Pelo seu
lado, a Alemanha não tem mais de
450 e a Áustria 40.

Estes números são por si só de
uma eloquência que dispensa qual.
quer comentário. A guerra não é
apenas a maior de toda a história,
mas também a mais dispendiosa

 

* Pambêm sob êste ponto de vista.

 

 

 

 

Ta SS

apusói

“que tem havido. As guerras de Na-
“poleão 1, de 1804a 1815, contra toda
a Europa coligada, custaram 16 bi;
«liões e meio. de francos ou sejam”
3:300:000’ contos. A guerra da Cri
meia, que duro perto de 2 anós;*
custou 1.520:000 contos, Pois as des-
pesas da guerra actual estão sendo
avaliadas pelos estatisticos em 70
“biliões de francos: aniaiquer é coisa
como-14 milhões. de contos; ==

1

Em trajos purádisiacos

 

Entre os inúmeros casos interes-
santes ocorridos fis linhas inglesas.
de combate no norte da França, ve-

-—mos narrado o seguinte pos um

cronista da guerra : :

Núm dos primeiros dias do cór-
“rente, dez lanceiros britânicos per-
tencentes a um regimento! que se
“achava embostado nas imediações

—=do Ourcq, tiveram a irrisistivel ten-

tação de irem banhar-se ao rio. Um
dos oficiais de serçviço a quem para
o efeito pediram a devida autoriza-
são «deulha de boamentes mas não
deixou de os advertir de que a oca-
sião não seria a melhor porque Vvi-
nha perto O inimigo.

Os” bons dos lanceiros, pohém,

“não estiveram com hesitações. Des-

piram-se num abrir e fechar de olhos
“e atirarariiise com delícia para dER
tro da água cristalina.

-Não estariam tomando banho, mui-
“to mais de“uns cinco minutos quan-
-do os clarins soaram a ordem de

carregar. Todo o-regimento largou.
de galope contra O inimigo. E os
banhistas, faltando-lhes o tempo pa-
ra se entugarem. “e Vestirem, salta-
| ram mesmo nús para os cavalos e
seguiram” os“ seus companheiros na
carga contra os alemães, que fica-
ram estarrecidos de assombro ao
verem aqueles guerreiros de nova
espécie fazendo destroço entre os
seus numa sanha de vivos demonios.

“Vida do, general Jotire

O correspondente que: ‘á Elpaiia
Nueva transmite notícias da guerra,
expõe em uma das suás crónicas
diárias o género devida que hoje
leva «o prestigioso militar “a’quem
incumbe, no norte da França,ºa su-
prema direcção de’todasas trópas
aliadas.

«O general Joffre—diz êle—le-
vanta-se às cinco da manhã, e toma
uma ligeira refeição. Em’ “seguida
inteira-se de-tudo o-qué possa ter
decorrido: nas: suas horaside descan-
ço. Reune em conferência os chefes
militares, troca impressões com’les,
lê os comunicados que lhe remetem,
examina: os. – mapas com’cuidado “e
presta a sua- sanção a quaisquer re-
soluções: tomadas. A seguir, antes
de almoço, dá um pequeno passeio
a pé. Durante esta breve digressão
é raro conversar com alguém. Há
quem imagine que é então que o ge-
neral ultima -e- amadurece os seus
planos.

– «Depois disto vai almoçar, quasi
sempre com um belo apetite, e ex-
pede ao govêriio os comunicados
oficiais. –

«Reata logo o trabalho: recebe os
chefes do-Estado: Maior,-e consoan-
te as notícias que êstes lhe vão co-
municando, assim êle determina os
movimentos e as operações que en-
tende deverem executar às tropas.
As suas ordens são transmitidas pe-
lo telégrafo ou pelo telefone a todas
as linhas campais, e quando se dá
o caso de a prática de qualquer de-
las oferecer dificuldade, são os pró-
prios chefes qué acodem fazendo-se

E transportar de automóvel aos luga-

res… em. que. se torna preciso dirigi-

“rem pessoalmente à manobra.

«A’s nove horas. da noite ceia o
“general, e pouco depois deita-se,
não estando núnca recolhido ménos
de oito horas seguidas. Há prdem
de nunca o incomodarém emquanto
dorme, a não ser que ocorra aciden-
te duma extrema. gravidade, ou sur-
jam acontecimentos que só êle pos-
sa resolver.

«De dois em dois, de três em três
-dias, o generalissimo parte de au-

 

tomóvel numa viagem de inspecção.
Percorre todas “as linhas de fogo,
avista-se com ws correspondentes
chefes, dirige. perguntas aos solda-
dos, inteira- se finalmente de tudo. .

O «auto»: é sempre pilotado por

Boillot e Rigal, geralmente conhe-

cidos: como. dois reis do volante.
Joffre mostrá a maior predileção
por estas larguissimas excursões e
afirma que nó automóvel dorme tam-
bêm como ná’câmas»

 

AGRIC JULTURA

Como’se cultivam boas alfa-
ces

 

iº 1 E :8
Havarias qualidades de alfaces
usadas pelos: antigos horticultores
portugueses (alface repolhuda, cres-
pa, romana, orelha: de mula,: etc.),
e muitas modernamente introduzidas
pelos estrangeiros, viveiristas da es-
pecialidade, com nomes mais: ou
menos pomposos, mas: que se po-
dem classificar em-alfaces de inver-
no, de primavera e de verão; apro-
priadas, cada uma destas categorias,
a diversas épocas de sementeira.
Não podemos deixar de mencio-

nar a alface de “Bossin, que na pri-
mayera nos apresenta plantas mons-
truosas.

O terreno

As alfaces, plantas da família das
compostas, genero Lactuca, E., re-

querem terreno bastante substancial,

um tanto solto e em cujo amanho
haja todo o cuidado e esmero.
Às exposições. meridionaes e os

terrenos – abrigados Sonvém- -lhes par-.

ticularmente; é n’essas condições
que os bons horticultores devem
procurar os talhões em que esperam
os seus produtos, afamados pelas sa
mensões e qualidades.

À sementeira

‘ As alfaces semeiam-se em todas
as épocas do ano; porém para o nos-
so clima, ha duas épocas principais
bem. distintas, que são: agosto e se-
tembro « para’a colheita da prima-
veta; abril, maio, junho « e julho pa-
ra gutuerdos =

Para a primeira época é mais
propria a «ôrelha de mula», varie-
dade botanica da Laciuca “sativa;
para a segunda é bastante apropria-
da à alface «repolhuda», outra va-
riedade da espécie citada.

A boa” semente alcança-se dei-
xando « pelos -canteiros alguns pés,
que são colhidos antes que aquela
amadureça, para não haver desper-
diços e não ser comida pelos passa-

“TOS. Desta, mesmo, se deve esco-

lher a primeira que amadurece nos

penachos, depois de-arrancados os

pés e postos em sitios sombrios.
A semente deve ficar muito su-

perficial, pouco coberta; e a semen-

teira não deve ser basta. –

Transplantação

A di deve Ser E, no
local difinitivo, muito tenra: uns dez
a quinze dias depois de semeada.

As plantações devem ser feitas
em equiconcio; as de casta maior à
distância de om 4ó e as outras, se-
gundo a grandeza, a:om 30 e mes-
mo a 08,20,

Estas plantas: lançam a:tais prin-
cipal profunda e perpendicularmen-
te pela -terrá dentro; quanto menos
resistência encontram mais rápida e
vigorosa ‘se torna a vegetação.

Por isso, e ao contrário do que
sucede na “cultura da maioria das
hortaliças,.se não deve calcar a ter-
ra em volta: das novas plantas.

Bastam as regas para que a terra
se Foncnrahe aos a e ás raíses.

Clitdados culturais”

Após a plantação, em que devem
ser seguidos os preceitos que enu-
meramos, é necessário tomarem-se
as precisas disposições para não

E Md

 

has
=
faltarem regas repetidas, pois só as-
sim se obtêm, em breve tempo, al-
faces volumosas e doces.

Às sachas são desnecessárias se
as plantas forem postas ás distâncias

‘ indicadas; as alfaces em breve se

apoderam do solo, de forma à aba-
far a vegetação expontânea. q
Algumas variedades, como “por
exemplo, a «orelha de mula», devem
ser atadas para embranquecer, usan-
do de dois fios de ráfia,> a: ‘diversá:
altura, para obstar “ absolutamente.
á penetração da luz no ólho das plans
ta, ii

 

A raiz das alfaces é, HopeisndS
dos morangos, a mais apetecida pés
la rosca: (larva de besoiro) é-por; is?
so deve haver todo-o cuidado-na ins-
trucção do terreno, principalmente
se se trata da alface de inverno,
porque é disposta na época ‘em que
a rosca se conserva no sub-solo a
profundidade onde. é dificil extérmi-
ná-la.

De verão, quando se mexê 4
terra para as plantações à rosca an-
da muito á superficie e por muito
visível é mais facil extinguil-a: a

Logo que se nota que uma fiface
murcha repentinamente deve ser ar-

– rancada; encontra-se quasi sempre

a rosca a devorar-lhe a raiz.

Os meios para a desinfecção do
terreno foram tratados «mor :Seculo
Agricola de 3 do corrente, e resu-
mem-se no emprêgo do ‘sulfureto
de carbónico, de benzina, da nafta-
lina,-de líquidos amonicais, etc.

a
Insectos uteis «As joaninhas»
: 5

Toda a gente conhece as «joani-
nhas» “(C ceinela septempunciara),

“mas nem todos-sabém os relevantes

serviços que estes úteis coleopteros
prestam: á agricultura, promovendo
continuas caçadas aos pulgões, de

“que se alimentám.

As «joaninhas» passam o inverno
ocultas sob as fôlhas, 9 musgo, jetc,,
começando a cruzar OS ares com Os
seus coloridos vôos no início da pri:
mavera.

Machos e fêmeas se reunem en-
tão as femeas fecundadas entregam-
se á postura e breve se dá o apare-
cimento das larvas, de corpo alon-
gado, mais largas na parte-anterior,
providas de pêlos-ou placas escamo-
sas e com as peças bocais bem cons-
tituidas para servirem O seu instin-
to carniceiro.

De fórma que as larvas e insectos
perfeitos prestam á agricultura re-
levantes serviços. perseguindo com
actividade os pulgões, cujos estragos
se fazem sentir ás vezes de fórma
assustadora das mais débeis plantas
ás mais gigantêscas árvores.

ANUNCIOS |
astanheiro do Japão

4

O unico que resiste a tétrivel
moléstia, a filoxera, que tão gra-
ves estragos tem produzido nos
OSSOS sOUtos, é castanheiro, do
Japão.

O castanheiro and ofere-
ce iguais vantagens que o bace-
lo americano tem oferecido no
caso da doença da antiga videi-
ra cujas vantagens são já bem
conhecidas. As experiencias teem
sido feitas não só ao norte do
nosso pais mas principalmente
em França, onde o .castanheiro
foi primeiro que em Portugal
atacado pela filoxera, e hoje en-
contram-se os soutos já comple-
tamente povoados de castanhei-
ros do Japão, dando um rendi-
mento magnifico. ad Cie

O castanheiro japonez’ acha-
se à venda em casa de Manuel
Rodrigues, Pedrogam Grande.

 

@@@ 4 @@@

 

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236, RUA DOS: FANQUEIROS, claro a ipi

 

“Agua, da Foz da Certã.

“A Agua minero- medicinal da Tor da Certã apresenta uma. “composição
quimica que a distingue de todas as outras até hoje uzadas na terapeutica.

E” empregada com segura vantagem da “Diabetes—Dispepsias— Catar-
ros gastriços, pulridos ou parasitarios;—nas preversões digestivas derivadas
das doenças infeciosas ;—na convalescenca das febres graves; —nas atonisa
gastricas dos diabeticos, tuber culosos, br ighticos, etc.,-—no gastricismo . “dos
exgotados pelos excessos ou privações, etc., etc.

Mostra a analise bateriologica que a Agua da Foz da Ceriá, tal como
se encontra nas garrafas, deve ser considerada como microbicamente
pura não contendo colibacitlo, nem nenhuma das especies patogencas
gue podem existir em aguas. Alem disso, gosa de uma certa acção microbi-
cida O B. Tifico, Difeterico e Vibrão colerico, em pouco tempo
“nella perdem todos a sua vitalidade, outros microbios apresentam porém re-
sistencia maior.

A Agua da Fox da Certã não tem gazes livres, é limpida, de sabor le-
vemente ARIÃO a muito agradavel quer bebida pura, quer misturada com

mem -—. DEPOSITO GERAL,
RUA DOS FANQUEIROS— 84-LISBOA.
Telefone 2168