Eco da Beira nº2 23-08-1914

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A SITUAÇÃO

 

A politica entrou num perío-
do de repouso. .

De repouso mas não de sere-
nidade. o sA

Aquietou-se a agitação das lu-
tas, mas pressente-se a inquieta-
ção em todos os espiritos.

E” uma anciedade que cança:
uma incertesa que moe.

Uma preocupação intensa e

viva absorve todas as almas &
domina todas as energias. .
” Neste estado nevrótico e in-
quieto, os: partidos politicos en-
sarilharam armas, sobrepondo
nobremente os sagrados interes-
ses da Pátria à conveniência dos
agrupamentos.

Só as guerrilhas monárquicas,
inconscientes e desvairadas, irre-
quietas e provocadoras, procu-
ram agitar os espíritos numa es-
peculação despropositada e re-
pugnante !

Não é dificil perceber de on-
de vem a paixão das suas fúrias
eo desespêro dos seus ódios;
mas todos compreendem —e êles
o deviam compreender tambem
—que a sua vontade e a sua
acção são absolutamente indife-
rentes ao perigo que os apavora
ou à miragem que os seduz.

Eles bem’ pressentem’ a irre-
mediável perdição da sua causa.

A infâmia do seu procedimen-
to é um acto de tresloucado: de-.
sespêro. f

Aqueles que, neste momento
tenebroso, especulando torpe-
mente com as angústias da Pá-
tria, tentam agitar a opinião pú-
blica, proporcionando-lhe: notí-
cias falsas ou incitando-a contra o
govêrno, não são portugueses —
são mesmo muito menos do que
cafres! E todo o rigor de uma
punição severa contra êles exer-
cida merecerá o aplauso geral.

Acima das pequenas misérias
da política indígena, mesmo mui-
to acima de considerações de
forma de govêrno e de adminis-

tração pública, há um ideal mais, .

nobre e alevantado —o da inde-
pendência da, Pátria e o da sua
integridade territorial.

O govêrno dará conta do uso
que fizer dos descricionários po-
deres que lhe foram concedidos.

Neste momento, a política do
país não se molda nas reparti-
ções do Terreiro do Paço: tem
diversa inspiração.

E” um reflexo da politica do
mundo.

As suas determinantes e os
seus mistérios só o govêrno os

 

 

 

conhece, e só êle os deve co-
nhecer.

A situação, neste momento

histórico, é duma gravidade te-
merosa, mas nós somos; absolu-
tamente impotentes para amodi-
ficar, quer conjurando: os peri-
gos que nos ameacem, quer pro-
movendo os beneficios que nos
esperem,

Essa acção exerce-se longe de
nós, numa mais alta esfera.

Essa luta memorável fere-se,
desesperada e horrorosamente,
no coração da Europa-—no vale
do Meuse e nos desfiladeiros dos
Vosges, no’ Mediterrâneo e no
mar do Norte.

E’ aí que se está jogando a
sangrenta cartada, que será de-
cisiva para muitos povos do ve-
lho continente. es

Nessa conflagração, não pu-
demos proclamar a nossa neu-
tralidade: tivemos de tomar po-
sição ao lado da Inglaterra.

Entramos na’ peleja em obe-
diência a um tratado que mais
uma vez honrâmos, e nessa si-
tuação havemos de comparecer
no implacável ajuste de contas,

Perante as chancelarias, cum –
primos as cláusulas duma con-
venção, que a tanto nos obriga!
Ante o mundo determinâmo-nos
pelo espirito progressivo de po-
vo’liberal.

A alma nacional, vívida e apai-
xonada, está com a França e
com a Inglaterra.

Vão para elas as nossas sim-
patias, numa grande ância: de
triunfo!

Todas as indicações alimen- .

tam a nossa esperança e robus-
tecem a nossa confiança: mas
não nos iludamos!

A vitória será cara!

Não teremos sómente noticias
boas! :

A Alemanha não será fácil-
mente vencida. Tem um exérci-
to formidável e há de lutar de-
sesperadamente.

Bem duvidoso é que a França
possa entontrar na galhardia do
seu exército a fôrça de valor ne-
cessário para compensar e resis-

tir à fôrça da superioridade nu- –

mérica do inimigo.

Deve ser dificil a situação dos –

aliados, em quanto a Inglaterra
não puder desembarcar em Fran-
ça um grande exército e em quan-
to o colosso moscovita não co-
meçar a mover-se como uma
avalanche de metralha, arrazan-
do essa Alemanha que pretende

 

DIRECTOR — ABILIO MARÇAL

Editor e administrador — ALBERTO RIBEIR

 

UBLICANO

 

 

DEMOCRATICO |

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Ng

esmagar todas as conquistas li-
berais e sonhou, fazer da Euro-
pa uma caserna, com o quartel
general em Berlim, e dai domi-
nar o mundo inteiro!

Temos êsse triste pressenti-
mento, e para essas más novas ,
estamos, e devemos estar todos,
preparados.

Mas temos tambêm a confian-
ça que, afinal, a vitóriaserá nos-
sa e a esperança em que esta
medonha conflagração termina-
rá num glorioso hino deliberda-
de, que até em S, Petersburg
ecoará, em estrofes sublimes,
cantando a libertação da Poló-
nia, êsse grande e desditoso po-
vo, e quebrando os odiosos; gri-
lhões que o escravizam nesse
trágico drama da história: uni-
versal.

Temos essa fé, e ela nos dá.a
fôrça duma grande serenidade.

caSRRSEa Se
Libânio Girão

Regressou de Coimbra a Serna-
che, com sua ex.m2 família, o nosso
querido amigo, Libânio Girão, a
quem abraçâmos muito afectuosa-
mente.

 

Fez exame do 3.º ano do curso
dos, liceus, o inteligente. estudante,
aluno do Colégio Moderno, de Coim-
bra, Jorge. Marçal,. filho do nosso
bom amigo, dr. Abílio Marçal di-
rector dêste semanário.

Jorge, a ti e a todos os teus as
nossas carinhosas felicitações.

capas
Dr. Abílio Marçal

Partiu para Lisboa, êste nosso

amigo.
caps

Na penúltima sessão da Câmara
disse-se que a proposta do sr. Her-
mínio Quintão, que fixava as con-
tribuições directas na percentagem
de 30 e 50 “o sôbre as do Estado,
carecia da: confirmação das juntas
de paróquia,

Salvo o devido respeito disse-se
uma inexactidão.

A Câmara, com aprovação dos
presidentes das juntas, fixou-as em
35 é 60: sôbre as mesmas ver-
bas e tais como estão hoje.

Dali para baixo .pode. aplicar o
que quizer, sem ter que ouvir as
juntas.

Consultá-las para diminuir contri-
buições é que não está na lei,

Por ora.

Mas, à falta de melhor, pode ser-
vir de argumento.

Como a guerra da Eurora serviu
para a outra proposta,

Tambêm não é verdade que a Cà-
mara fizesse promessa às juntas.

Não fez nem tinha que fazer.

Nem podia.

A Câmara propoz, as juntas apro-
vam–eis tudo. . É

E $ o que está na lei,

 

Publicação na Certã

Redacção e administração em

SERNACHE DO BOMJARI

Composto e impresso na Tipografia Leiriense
LEIRIA

 

POLITICA LOCAL

Este: lugar estava destinado hoje
para nele tratar dum assunto, que
reputâmos do maior interesse para
êste concelho–a questão da energia
electrica—que em breve vai ser suúb-
metida à deliberação da câmara dês-
te concelho, ;

Temos, porêm, de preterí-lo, pa-
ra; nos. ocuparmos’dum outro inci-
dente de administração municipal,
tambem de importância e de não
menor actualidade.

Trata-se da questão das contribui-
ções, que-a câmara-vem de resolver
com grande firmeza, com são-crité-
rio e com uma alta compreensão dos
seus deveres, a que, em verdade,
estávamos pouco acostumados,

Não é um artigo dé crítica: é uma

simples exposição, que vimos fazer, ,

e dela nitidamente ressalta a ponde-
ração e zêlo como a maioria da cá-
mara sé “há na gerência dos negó-
cios municipais. :

Numa das’stas sessões de Abril,
a câmara, reunida com os presiden-
tes das juntas de paróquia, votára
as seguintes percentagens às contri-
buições do -Estado É

Contribuição predial, Go º/º; indiús-
trial, suntuária e conjuntas, 35 97º:
instrução, sôbre todas, 29,63 o.

Tendo o:govêrno, já a êsse tem-
po, EnAMBado numa só verba, a con-
tribuição e os adicionais, viriam
aquelas percentagens a produzir pa-
ra a câmara as seguintes receitas :

 

 

 

Contribuição predial… , 4:378%08
» industrial,
suntuária etc… ….» L:038DOS
Para despesas gerais. Ea
Para instrução ..«.«.. 1) Sioggdo

 

Total.. E 840087 I

Era realmente um sacrificio de-
mais pesado, imposto aos munícipes
dêste concelho.

Sem dúvida que dele haviam “de
resultar fartos beneficios, pois a cã-
maradessas verbas saberia usar com
zêlo e patriotismo, numa larga obra
de fomento, mas era de duvidosa
oportunidade a provação, mórmente
nesta situação calamitosa que sobre-
veio à Europa, de dificúldades pre-
sentes e receios pelo futuro.

Numa “das suas últimas sessões,
o sr. presidente-da comissão execu-
tiva, já no propósito de diminuir tão
grande encargo tributário, própuze-
ra que a percentagem sôbre às con-
tribuições prediais descesse é se fi-
xasse em52, e em não menor ta-
xa fixou esta para poder própôr uma
redução, proporcionalmente maior,
das outras contribuições, que lhe pa-
receram mais agravadas do que a
predial. É

Tendo, pórêm;, feito, com a maio-
ria, um melhor estudo da situação
financeira do município e reconhe-
cendo-se por êle que, da redução de
despesas, já deliberada, resultará,
no fim do actual ano, um saldo po-
sitivo apreciável e concordando to-
dos em reduzir ao estritamente in-
dispensável o sacrifício tributário pe-
dido ao municipe—bem lhe bastam
as desgraças da actual crise–resol-
veram fazer a redução de contribui-

ções nos termos da proposta que .

noutro lugar publicâmos e foi apro-
vada na última sessão,ssão,

 

@@@ 2 @@@

 

-À percentagem da contribuição
predial, que era de 6o, foi reduzida
a 45:as outras, que eram de 35,
foram fixadas em 28: a da instru-
ção que era de 29,69, desceu a 23.

Assim, a receita da câmara era:

Percentagem sôbrea con-

tribuição predial… .. 3:283h56

Sôbre a industrial e con-
juntas, ……b oo… — 830%gr
Para despesas gerais .. 4:114h47
Para instrução…… +» 2:360%b79
Total 6:475%h26

Estas, as receitas calculadas, são
sempre superiores, ao que, de fac-
to, se vem a realizar: pois, mesmo
assim, já são inferiores às receitas
arrecadadas no último ano.

Só é superior à do ano passado
a verba da instrução.

Desta maneira, ela concedeu aos
contribuintes do concelho um abati-
mento de 2:0207%65! sao

Fez bem a maioria em poupar o
contribuinte !

E assim que se administra. E’
com essa ponderação que se gover-
na. E” legitimo que ela queira fazer
obras para beneficiar o concelho e
assinalar a sua administração e mar-
car a sua iniciativa. Tudo sacrificou

– à consideração da situação angus-
tiosa que atravessâmos.

Tempo: virá ainda de trabalhar e
fazer uma larga obra de fomento
neste concelho, e, então, êle, fazen-
do. justiça à obra patriotica da cà-
mara, dar-lhe-á todo o seu apôio a
quem. com tanto zêlo e inteligência
gere os negócios municipais.

“E com patriotismo também fará
O sacrificio;a que agora espontanea-
mente foi poupado.

Dr. Virgílio Nunes

Notícias vindas de Lisboa dão
como muito melhor. dos seus pade-
cimentos o nosso amigo dr. Virgílio
Nunes da Silva, digno presidente
da, Câmara Municipal dêste conce-
lho, que ali está em tratamento.

E” com o maior prazer que da-
mos: esta noticia.

Voz DA RazÃo

Ao nosso prezado colega Vo; da
Beira pareceu mal que depois da
sessão em que foi aprovada a pro-
posta do sr. Luís Domingues, de
suspensão de obras, que não fossem
inadiáveis e em que todos belamen-
te firmaram a sua maneira de sentir
sôbre o assunto, visse logo no dia
seguinte afixados editais para a ar-
rematação duma obra que por em-
quanto não se reputa inadiável.

Não tem razão.

Quando a proposta foi apresenta-
da já a obra estava em princípio de
execução, e os editais assinados,
como, na secretaria da câmara foi
visto pelos sinatários da proposta.

Esta, pois, não podia abranger
aquela obra.

Se a intenção do sr. Luís Domin-:

gues fora compreendê-la tambem,
te-lo-ia dito expressamente.

Aquele ilustre vereador é incapaz
de fazer propostas capciosas.

A ideia que o dominou, e o: pen-
samento, que a todos inspirou: na-
quele momento, foi a consideração

das calamidades que a guerra veio.

tornar iminentes para a vida dos
povos .e das nações, perigos a que
o nosso concelho não: poderá em
verdade. eximir-se, se bem que e
entretanto, nós. confiemos muito na
protecção do Altissimo.

Todos falavam pela voz da razão,
com patriotismo e sinceridade!

ESSES

Acabâmos de receber do sr. Tas-
so de Figueiredo uma carta pedindo-
nos a publicação duma outra, que
diz ter enviado ao Figueiroense e à
Voz da Beira. E

Serão satisfeitos os seus desejos,
embora algo esquisitos, mas, por-
que tambêm temos que dizer e por-
que a carta nos chega muito tarde,
irá tudo no próximo número,

 

: Y OZesS …

Al;, os sábios e Academia de S.
Cipriano deitaram o nariz fóra do
postigo e descobriram… — Alguma
estrela, dirá o leitor!

Não senhor: descobriram. um pa-
radoxo, o qual paradoxo consiste em
haver neste concelho, num estabele-
cimento de instrução, um professor
a reger cadeiras de que ainda não
alcançou a carta de exame.

Ora, o que nos parece paradoxal
é tão conspícuos intelectuais virem
falar de cartas de exame…

Mas expliquem isso, que é para
nós entendermos.

E talvez possamos mostrar-lhes
que o tal paradoxo é simplesmen-
te… uma falsidade!

x

A da Beira:

«Vai matricular-se no Namorado,
o secretário da Camara Municipal.
Antes assim, ao menos lá aprende-
se a letra redonda.»

— Aprende.

E a escrever com gramática e sem
grosserias.

Distribuem a pontuação como
quem espalha semente em canteiro
de nabos. – ;

O que é a gente ser sábio!…

x
A guerra

Não é uma conflagração: é uma
contradança.

A Austria foi para a Sérvia: o
Montenegro para a Bósnia; a Rús-
sia para a Austria; a Alemanha
para a Bélgica; a França para a
Alemanha; a Inglaterra para Fran-

calls.
Não está ninguem em casa!
: E *
A Voz

«Do Relatório que a Comissão
Executiva apresentou á Câmara Mu-
nicipal na última sessão, conclue-se
que durante o interregno parlamen-
tar, se fez o que já estava feito, e
se não fez o que se está para fazer.
Ora assim mesmo é que é.»

r

Tinha filhos de graça e depois

Patêtices, pilhérias, inventos

Lá para êle um quartinho mais dois

Eram sempre três mil e seiscentos!
*

A Voz, em materia de paradoxos,
diz assim:

«A ser assim devem os alunos
daquela casa ter uma instrução mui-
to modesta da sua posição perante
um tal professor, para o admitirem
na cátedra». Sesi

—Muito modestas !

São mesmo uns pobres de espi-
rito ! :

O génio, êsse foi todo alapardar-
se na rua Santos Valente,

As grandes, as geniais instruções
alforjaste-las vós, sábios doutores de
capelo.

A vossa benção, altas e veneran-
das intelectualidades !

É *

A mesma:

«Continúa talassa o sr. presiden-
te da comissão executiva. Quer por
força 200 mil réis para peixe.

E 200 escudos porque não?»

—Porque não percebe nada.

E um tolinho!

Queiram os sábios desculpar.
*

Esta vem de Sernache, em cor-
respondencia para a da Beira:

«Que não conseguiu descobrir
qual o estabelecimento do Estado,
neste concelho, onde o pessoal é
obrigado a trabalhar ao domingo.»

—Tadinho !
Talvez o descubramos nós, e en-
tão o diremos.

Mas alguma coisa descobriu.
E Eleo dy:

«. . se não conseguimos saber on-
de é obrigação trabalhar ao domin-
go, ficamos sabendo que ha um es-
tabelecimento de instrução, do Es-
tado, onde o pessoal de certa de-

ECO DA BEIRA

pendência foi posto na rua porque
professava a religião católica e obser-
vava os seus preceitos. Para prova
de liberdade de pensamento, vá que
não é má…»

Ora, ainda bem, que alguem des-
cobriu alguma coisa!

Queira dizer onde é, se é pessoa
de vergonha, capaz de tomar a res-
ponsabilidade duma acusação e de
fazê-la em termos claros e concre-
tos.

Aguardamos.

caPeRa Ee
Camara municipal
5.º DIA DE SESSÃO
Em 17 de Agosto.

Presidência do sr. Ciríaco Santos.
“Secretários António Pedro da Sil-
va e António Mouga.

Lida, aprovada e assinada a acta
da sessão anterior.

toma assento o sr. vereador Tasso
de Figueiredo.

Levantam-se nesta altura dúvidas
sôbre qual dos substitutos em exer-
cício deve ser dispensado, parecendo
a uns que o sr. Eira e entenden-
do o sr. Quintão que devia ser o sr.
Marçal. Ficou o caso para a sessão
seguinte.

Entra em discussão o caso das
contribuições.

O sr. presidente da comissão exe-
cutiva dá a Câmara esclarecimentos
desenvolvidos num minucioso mapa,
indicando quais as quantias cobra-
das no último ano, quais as que se
cobrariam com as actuais percenta-
gens, verbas de incidência, etc.

O sr. Tasso de Figueiredo vê
muitos números, mas parece-lhe que
não esclarecem bem a questão.

O sr. Quintão:-—São muito mais
expressos…

—O sr. Tasso (atalhando) de que
os meus, que não apresentei nenhuns,
bem sei.

—O sr, Quintão: E” verdade. De
resto, a questão vem sendo: discuti-
da já em duas sessões, tempo. mais
do que suficiente para a entender
quem deseja conhecel-a,

Todavia, o assunto fica para a
sessão imediata.

Em seguida leem-se vários ofícios
e entre eles:um do govêrno civil

resoluções tomadas pela câmara.
Hum…

Nesta altura, não ha número.

A maioria fica-se entretendo a
discutir a ponte do Mosteiro em fa-
mília,

Forte teima!

6.º DIA DE SESSÃO

Presidencia do sr. Ciríaco. Secre-
tários—srs. Carlos David e António
Pedro.

Tendo os arruaceiros unionistas
impedido a Câmara de funcionar,
não poude a maioria aprovar a se-
guinte proposta a que noutro lugar
nos referimos :

«Tendo a Câmara, em sessão con-
junta com os presidentes das juntas
de paróquia, fixado as percentagens
sôbre as contribuições do Estado
em 60 º/, para a predial, e 35 “o
para as outras, e 29,63 “/, sôbre
todas elas, para a instrução, resul-
tando daí, por agravamento tributá-

sário para esta Câmara empreender

de realizar, quando as circunstâncias
o permitirem;

Mas,

Considerado que as dificuldades
e carestia da vida que sobrevieram
a êste concelho e êle está suportan-
do, como reflexo da situação cala-
mitosa da Europa, se impõe á aten-
ção da câmara aconselhando-lhe mo-
deração nas despesas e, consequen-
temente, diminuição de encargos tri-
butários, de forma a concorrer, por
sua parte, para minorar as suas pre-
cárias condições de vida, neste mo-
mento : ,

E

so :
Verificando-se dum detido exame

 

– do orçamento e do estudo da situa-

Entra na sala, presta juramento e

pedindo copia das actas ou nota das

rio, um aumento de receitas, neces-.

a larga obra de fomento que preten- .

ção financeira do município que, re-
duzindo-se as despesas no futuro e
emquato durar a crise, se poderá
tambem, por êste ano, reduzir as
percentagens, de 15 a da contribui-
ção predial, de 7 a das outras e de
6,63 o imposto para instrução ;

Proponho

Que esta câmara reduza, para o
próximo ano, as percentagens de
lançamento nos termos que deixo
exposto, fixando-as da seguinte for-
ma:

Contribuição predial, rústica e ur-
bana—45 º/,.

Sôbre as outras—28 9/.

Para instrução, sôbre todas, 23 9/0.

Sala das sessões, 20 de Agosto
de I914. –

O vereador,
Hermínio Quintão.

Estas percentagens são inferiores
as do último ano e realizam uma
diminuição de-.2:020h65 sôbre as

“que foram votadas antes de declara-
da a guerra.

“ES a EB
Agressão

O nosso amigo, sr. Angelo Vidi-
gal, de Pedrogam Pequeno, foi há
dias vítima duma agressão, que po-
dia ser de sérias consequências se-
não fôra o seu sangue frio e valen-
tia.

E” o caso que saindo aquele nos-
so amigo de sua casa em direcção
à vila, já de noite, foi traiçoeiramen-
te, atacado por um celerado que ali
há, chamado Maio, o qual armado
duma navalha o feriu no pescoço,

O sr. Angelo conseguiu dominar
o facinora, que em seguida foi prê-
so e conduzido a esta vila. Ro

Pelo caminho foi declarando que
nem o agredido nem a família lhe
haviam feito mal algum.

Malvadez! .

Aquele nosso amigo ainda foi
atingido mais do que uma vez pela
navalha do miserável, massem con-
sequências, pelo que sinceramente o
felicitamos.

“* Emfim, do mal o menos.

E

Os senhores da minoria da Cà-
mara pretendem fazer trapalhada
com a chamada dos substitutos.

Habilidade !

0.8 1.º do art.º 6.º do: Código
Administrativo diz que para preen-
chimento das vagas serão chama-
dos os substitutos das listas a que
pertencerem os substituidos.

As quais listas são as listas de
apresentação das candidaturas, ar-
quivadas na Câmara.

Cremos que a ninguem passou
ver algum pela cabeça que outras
elas fossem.

Na eleição cada um pode ter, pa–
ra votar,a lista que quiser e organi-
zá-la como entender e com os nomes
que forem da sua graça, com tanto
que sejam candidatos, que, por si
ou por procurador, tenha apresen-
tado a sua candidatura. Aliás não
são contados.

Na eleição dêste concelho houve
3 listas—a unionista, a republicana
e a independente.

Houve votações em comum?

Houve, mas listas de candidatu-
ras houve só três.

Listas, em votação, foram, de nú-
mero, cerca de 800: veriadores, de-
“viam ser quasi outros tantos.

Ora, na vaga do sr. Tasso de Fij- –
gueiredo, entrou o substituto mais
votado, da sua lista—o sr. Manuel
Marçal.

Agora procede-se inversamente :
entra o sr. Tasso, sái-o sr. Marçal.

E” tão claro.

E tão lógico!

as Esto
Falecimento

Faleceu em Sernache a sr? D.
Emília Angela Gonçalves Flores,
viuva em primeiras núpcias de Mar-
celino José Gonçalves, falecido em
26 de Fevereiro de 1896, e, em se-
gundas, de Aníbal Ferreira Flores,

 

| falecido em 6 de Outubro de 1906,

= É6,

= É

 

@@@ 3 @@@

 

»

Relatório da Comis-
são Executiva

Sr. Presidente é vereadores da Cá-
mara Municipal do Concelho da
Certã.

Presados colegas:

Pela segunda vez, em cumprimen-
to duma disposição legal, vem a
vossa comissão executiva dar-vos
conta das deliberações que tomou,
após o encerramento da última ses-
são desta Câmara.

Partidos, médico e de partei-
ras

‘ Dando execução à deliberação des-
ta Câmara, que criou os lugares de
parteria em Certã e Sernache e o
de médico em Pedrógam Pequeno,
abriu esta comissão o necessário
concurso público, pelo tempo e com
as formalidades prescritas na lei;
infelizmente, porêm, não pode sub-
meter à vossa deliberação nenhuma
proposta de nomeação.

Õ concurso para parteira ficou
deserto, e ao de médico veio apenas
um concorrente, e nem êsse poude
ser admitido, por não ter instruído
o seu requerimento com os docu-
mentos exigidos pela lei,

Pensa esta comissão, por isso, em
abrir novos concursos e espera que
o fará com melhor êxito.

Estrada da Várzea

Foi dado cumprimento à vossa
deliberação que mandou fazer obras
nesta estrada.

Ponte

Já esta comissão aprovou o pro-
jecto e orçamento para a construção
da ponte que há de ligar as fregue-
sias do Nesperal e Cumeada.

O orçamento é da importância de
1:200:500,

Vai ser arrematada a primeira
empreitada, para a qual foi autori-
zada a quantia de 700 escudos, pe-
las fôrças da respectiva verba orça-
mental.

Electricidade

O sr. Presidente desta Câmara
tem continuado nos seus trabalhos
no sentido de dotar êste concelho
com êsse importante benefício, que
é o do fornecimento de energia eléc-
trica para iluminação e uso indus-
trial,

Infelizmente, êsses trabalhos teem
sido demorados por motivo do seu
melindroso estado de saúde, mas
ainda nesta sessão vos será apre-
sentada uma proposta no sentido da
celebração dum acôrdo com a Cá-
mara do visinho concelho de Fi-
gueiró dos Vinhos.

Estrada do Castelo

Tambêm ainda neste mês come-
çarão os estudos e trabalhos de
campo, para elaborar o projecto e
orçamento da estrada do Castelo,
votada na última sessão desta Cã-
mara,

Necessidades da Vila

Tem esta comissão atendido com
cuidado as necessidades da sede do
concelho. E assim é que mandou
proceder à exploração de águas pa-
ra seu abastecimento, mandou con-
certar as calçadas e fez aquisição
dum mictório para uso público, e
de materiais para construção duma
retrete e fossa no terreno contiguo
aos Paços do Concelho. E a todas
as suas reclamações continuará a
atender com boa vontade.

Guarda Republicana

“Tendo-nos sido pedido uma nova
casa para instalação do quartel da
Guarda Republicana, para ser au-
mentado o contingente destinado a
êste concelho, que passa a ser de
12 soldados, 2 sargentos e 1 alfe-
res, com 5 solípedes, tomou a co-
missão de arrendamento o antigo

“convento de Santo António, desta

vila, pela renda anualde 80 escudos.
Orçamento suplementar

Em breve vos será apresentado o
projecto dum orçamento suplemen-
tar, com o fim de reforçar algumas

 

 

ECO DA

verbas insuficientemente dotadas, pe-
la transferência e diminuição dou-
tras, que se reconheceu excederem
muito a despesa calculada.
Aposentação

Tem esta comissão que comuni-
car-vos que o sr, chefe da secretaria
requereu a sua aposentação ordiná-
ria, correndo já seus termos o res-
pectivo processo, que em breve será
sujeito à vossa deliberação.

Lamentâmos esta resolução que
nos faz perder a colaboração dum
funcionário honesto, lial e dedicado
ao cumprimento dos seus deveres e
escrupulosamente zeloso na defesa
dos interesses do município, mas
teve de aceitá-la por lhe parecer jus-
to e fundamentado o pedido.

Mercado de peixe

Não poude ainda esta comissão
tornar efectiva a deliberação cama-
rária sôbre a mudança do mercado
do peixe.

“Yendo sobrevindo incidentes que
são do domínio público, resolveu a
comissão sobreestar na resolução
do caso, até esta sessão.

Entretanto, julgou do seu dever
expor a situação ao sr. Governador
Civil dêste distrito em ofício que
vos vai ser lido e no qual nitidamen-
te se expõe os incidentes ocorridos.

Está esta comissão no propósito
de fazer cumprir a deliberação, usan-
do contra os vendedores de todos
os meios que a lei lhe concede.

Antes, porêm, tem de atender e
prover aos interesses públicos e ne-
cessidades do consumo.

Portanto, ela vos propõe:

1.º Que a autorizeis a adquirir
todas as semanas, directamente e
por conta própria, o peixe necessá-
rio para abastecimento dos merca-
dos de Sernache e Certã, que ela
poderá fazer vender nas circunstân-
cias e pele preço que os interesses
do público e os municipais lhe re-
comendarem.

2.º. Que para tal fim e quaisquer
outras despesas necessárias à exe-
cução de tal deliberação, autorizeis
a verba de 200 escudos,

Renúncia

A propósito desta questão e com
fundamento em divergências de opi-
nião, apresentou-nos o nosso colega
sr. Luís Domingues da Silva a sua
demissão de vogal da comissão exe-
cutiva. Não tem esta poderes para
lha conceder, mas, ainda que os ti-
vesse, certamente não lha deferiria.
Não pode nem deve ela dispensar
cooperação tão valiosa e dedicada.

Alêm disso, esta comissão deu
sempre aquele nosso digno colega as
mais sinceras manifestações de es-
tima e elevada consideração, pelas
suas qualidades de inteligência e ca-
rácter.

Por isso e porque tal resolução é
sem. fundamento atendível, todos
nós esperâmos que êle nela tenha
reconsiderado, resolvendo continuar
naquele seu lugar.

Representações

Esta comissão representoú ao Go-
vêrno da República, no sentido de
ser convenientemente dotada a obra
de construção da ponte de Bouçã, e
com prazer vos anuncia que o seu
pedido foi atendido.

E, tendo sido consultada sôbre
quais as maiores e mais urgentes
necessidades dêste concelho, res-
pondeu indicando a referida ponte e
a construção da linha férrea.

Outros assuntos, mas dé somenos
importância mereceram a atenção e
a acção desta comissão, que em to-
dos os seus actos se inspirou no
propósito de zelar e bem servir os
interesses dêste concelho e os da
República,

Resta-nos enviar-vos
saudações, desejando-vos
Saude e Fraternidade.

Sala das sessões, em 3 de Agos-
to de 1914.

as nossas

O Presidente,
Hermínio Quintão
Os Vogais,

Emídio Sá Xavier Magalhães.
Joaquim da Silva Ladeiras.
Joaquim Nunes da Silva,
Manuel Martins de Almeida
José David da Silva.

 

BEIRA

FEEBISCITO

— pe

A Voz da Beira fez uma consul-
ta às suas leitoras sôbre o seu ideal
acêrca dos maridos.

Por ora só vieram as solteiras.

| Estamos para ver o que dizem as
viuvas.

A menina A; de Pedrogam Pe-
queno, diz:

«Não amei ainda porque sou mui-
to nova e o amor na minha idade é
apenas puro divertimento».

— Isso. Brinca, brinca…
Mas quer assim um marido:

«Alto, desempenado, olhos casta-
nhos muito vivos, boca pequena e
bem moldada, dentes muito brancos,
levemente morêno, cabelos pretos e
bigode pouco farto, que vista com
elegância e saiba dizer com graça.
– Encontrarei osmeu ideal?»

—Encontra, sim senhora. Era um
encanto. E, então, a dizer com gra-
ça, até parecia um papagaio de
freiras…

Mas casou há pouco.

Entretanto, como é só para brin-
car, talvez ainda sirva.

Manda-se a amostra.

Bom, bom, arranja-se de enco-
menda.

Um marido desempenado?!

Ora, o raio da mulher!

Não tinha que fazer na cosinha,
com certeza!

%*
O ideal de Guida é este:

«Terei encontrado o meu ideal
seo homem com quem casar me
consagrar todo o seu amor. Amar-
me muito… muito, porque “amour
est tout».

Sim, senhora: português afrance-
sado…

“Tambem se ehcontra.

Já conhecemos outra com o mes-
mo idéal.

Lá se entendia.

Cada maluca!

*

Victor, desempenado e curioso,
pergunta; E

«Diga-me, Guida, promete amá-
lo igualmente?»

—Promete, sim, senhor.
Dá fiador.

 

“Noticias da Beira»

Assumiu a direcção deste jornal,
orgão do partido republicano em
Castelo Branco, o nosso amigo e co-
lega, dr. Gastão Corrêa Mendes, a
quem, mui cordialmente, cumpri-
mentâmos.

FS ce
Parabens

Enviâmo-los ao nosso amigo e
correligionário dr. Francisco de Pau-
la, distinto clinico em Vila Velha,
pelo exame de sua interessante filha,
Fernanda.

Regressou a esta vila o sr. Almi-
rante Tasso de Figueiredo.

“ANUNCIO

2.* publicação

Pelo Juizo de Direito da comar-
ca de Certã e cartorio do segundo
oficio, correm éditos de trinta dias,
a citar o executado Vitor Francisco
da Silva, solteiro, maior, ausente
em parte incerta, na cidade. do Pa-
rá, Estados Unidos da Republica do
Brazil, para no praso de dez dias de-
pois de decorrido o prazo dos édi-
tos, a contar da segunda e ultima
publicação deste anuncio no «Diario
do Governo», pagar ao exequente
Manuel dos Santos Antunes, casado,
comerciante, de Sernache do Bom
Jardim, desta comarca, a quantia de
duzentos oitenta e nove escudos,
juros, custas é o mais legal, em vir-
tude da execução movida contra o
referido ausente, seu pai Joaquim
José Francisco da Silva é seus ir-
mãos José, Alda e Carlos, sob pena
de que, não o fazendo a execução
seguirá os seus legais termos com os
bens já arrestados que se converte-
rão em penhora.

Para constar se passou o presente,

Certã, 28 de Julho de 1914
O escrivão
Francisco Pires de Moura
Verifiquei :
O Juiz de Direito

Matoso

 

 

EDITAL

Camara Municipal do Concelho da Certã — Ponte sobre a
Ribeira da Certã entre as freguesias do Nesperal e Cu-

miada.

A Comissão Executiva desta Camara faz publico que no dia 29 deste
mês de Agosto, pelas 12 horas, na secretaria da (Camara deste concelho,
perante o respectivo Presidente, ha de dar-se de arrematação, a quem por me-
nos o fizer, a tarefa abaixo designada da construção da referida ponte, sen-
do os volumes e a base de licitação os abaixo designados :

 

 

 

 

 

 

 

 

 

& &
a = Base | Prazo
ilSg ARE Pres | da | PS
So os Designação Volumes ços | licita- a
e e a con-
5 E SãO |clusão
s
Zi A

v

q

o

3 Alvenaria hidrauli 38408 2
a venaria hidraulica… ………/384″2,000 & | 5

2 = | Alvenaria ordinaria… cs E TAS 2.000. O jo

e e [o
Pa)

O |

 

 

Para ser admitido a licitar é necessario fazer o deposito provisorio de
o

EO los

Não se aceitam lanços menos de 5o centavos.
As condições da arrematação, mapas e desenhos podem ser examina-

dos-todos os dias não santificados das

ria da Camara Municipal.

9 horas da manhã ás 15, na secreta-

Secretaria da Camara, 5 de Agosto de 1914.

,

O Presidente da Comissão

Herminio Quintão

 

@@@ 4 @@@

 

AGRICULTURA

Cultura da batata

 

O nosso lavrador tem ainda mui-
to que aprender para fazer a cultu-
ra da batata como deve ser.

Ainda hoje faz coisas que não de- *

ve fazer porque dão mau resultado.
Os principais êrros são êstes:

1.º Não escolhe nem prepara
a terra— — Julga que toda a terra
serve para batatal e, afinal, só paga
o trabalho o batatal que fôr feito em
terra que não seja nem dura nem hú-
mida. Nas terras duras e húmidas,
as batatas saem pouco farináceas e
com mau gosto a sabão.

A terra para batatal deve ser bem
mexida.

2.º Não estruma, como deve
ser. —A estrumação com estêrco só
pode servir em terras graníticas,
que tenham potassa; para outras não
serve. Quem quizer empregar o es-
têrco tem de espalhar por hectar
20:000 quilos dêle, pelo menos, e

completar a estrumação com 300 –

quilos de fosfato Tomás e 100 qui-
los de clorêto de potassa. De outra
fórma, terá poucas ou más batatas.
O gêsso dá muito bom resultado
nos batatais. Quem deitar 400 qui-
los de gesso sobre 10:000 quilos de-
“ estêrco que espalhe por hectare, po
de vir a ter 10:000 a 12:000 quilos
de: batatas que é já um: bom rendi-
mento.

3.º Planta as batatas muito
juntas. —Quem assim faz, nãotira
senão batatas pequenas. O que de-

ve ser é não plantar senão três ou:

quatro sementes de bom tamanho
por metro quadrado. Assim, com
3:000 quilos de semente chega a ter
30:000 quilos de batatas e plantan-
do-as muito juntas não tem nem me-
tade.

4.º Não se importa da esco-

– lha da batata para semente —

E? coisa sabida em toda a parte que
o rendimento de um batatal é tanto
maior quanto maior for o tamanho
das sementes; mas o nosso lavra-

 

 

 

 

ECO DA BEIRA .

dor não acaba de acreditar nisto e
sofre-lhe as consequências. Para se-
mente devem escolher-se as batatas
melhor contormadas, que não te-
nham sinais de doença. E’ bom pas-
sar rapidamente as batatas de se-
mente por uma água com um pou-
co de sulfato de cobre (caparrosa
azul), 1 kilo de sulfato para 100 li-
tros de água. Assim guarda-se a
batata de alguns males que lhe po-
deriam vir

5.º Dispõe pedaços de bata-
tas, em vez de batatas intei-
ras. —E’ hoje reconhecido pelos ho-
mens mais sabedores que com ba-
tatas pequenas ou pedaços de bata-
tas se não pode obter bom rendi-
mento. Dêsses pedaços muitos não
chegam a dar nada. As batatas para
semente devem ser escolhidas entre
as melhores.

6.º Enterra as batatas muito
fundas —Nas terras leves, as bata-
tas não devem ficar a uma profun-
didade superior a meio palmo e qua-
si sempre o nosso lavrador enterra-
as muito mais. Nas terras fortes, a
batata deve ficar muito mais à flor
da terra.

7.º Não trata o mal das bar
tatas — Poucos são os lavradores
que tratam os seus batatáis, para
lhes deixar chegar o mal; isso, de
um dia para o outro, aparece a ra-
ma queimada, como se’ por cima
dela passasse fogo. O tratamento é
o mesmo que se emprega para evi-
tar o mildio nas vinhas. E’ a calda
bordelesa.

8.º Colhe as batatas antes
do tempo — As batatas só estão
maduras quando as fôlhas e a rama
estiverem sêcas de todo.

O nosso lavrador entende que co-
meçando a rama a murchar já pode
arrancar as batatas. Daí resulta que
as batatas não crescem quanto de-
vem crescer e estragam-se mais dé-
pressa. Alem disso, umas varieda-
des amadurecem mais cedo do que
outras. –

As batatas devem ser colhidas por
tempo sêco, porque assim conser-
vam-se melhor.

 

 

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Venda de cereais e farinhas.
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blicas e particulares em algumas das quais funciona com. inexcedivel êxito.

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– À Agua minero-medicinal da Foz da Certã apresenta uma composição

quimica que a distingue de todas as outras até hoje uzadas na terapeutica.

E” empregada com segura vantagem da Diabetes—Dispepsias—Catar-

ros gastricos, pulridos ou parasitarios;—nas preversões digestivas derivadas

das doenças infeciosas;—na convalescença das febres graves; —nas atonisa

gastricas dos diabeticos, tuberculosos, brighticos, etc.—no gastricismo dos
exgotados pelos excessos qu privações, etc., etc. .

Mostra a analise bateriologica que a Agua da Foz da Certã: tal como
se encontra nas garrafas, deve ser considerada como microbicamente
pura não contendo colibacitlo, nem nenhuma das especies patogeneas
que podem existir em aguas. Alem disso, gosa de uma certa acção microbi-
cida. O B. Tifico, Difeterico e Vibrão colerico, em pouco tempo
nella perdem todos a sua vitalidade, outros microbios apresentam porém re-
sistencia maior.

A Agua da Foz da Certã não tem gazes livres, é limpida, de sabor le-
vemente acido, imuito agradavel quer bebida pura, quer misturada com

vinho.
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