Eco da Beira nº13 08-11-1914
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SEMANARIO
a
E RS
Assinaturas:
SEMRESTeS Saias o Oo
Brazil (moeda brazileira). .. 5Sibooo
Anuncios, na 3.2 e 4.º página 2 cen-
tavos a linha ou espaço de linha,
PELA PÁTRIA
Gm
Telegramas vindos da África
oriental: trazem-nos a sensacio- ‘
nal noticia de que ao suldanos- .
sa provincia de Moçambique, na
região compreendida entre Quan-
“gar e Dírico, próximo da fron-
teira, mas em terreno português,
se dera um recontro entre as.
nossas tropas e as alemãs, tendo
perecido no combate, por. parte
destas, os oficiais que comanda-
vaim êsse destacamento, que era
superior a cem homens.
As tropas portuguesas toma-
ram alfim contacto com os sol-
dados alemães.
– Não agredimos nem provocá-
mos ninguêm. Defendemos o so-
lo sagrado da pátria, dos flibus-
teiros prussianos, que, num mo-
mento de desvario, conceberam
“o projecto odioso de submete-
rem é avassalarem o mundo in-
teiro, se é que o mundo não. é
ainda pequeno para campo de
acção da sua pilhagem.
Portugal está em guerra |,
Nela queitnou as primeiras
onças de pólvora, disparando os
primeiros tiros contra os saltea-
dores do nosso património colo-
nial, que caíram varados pelas.
balas portuguesas, pagando, as-
sim, com a vida a sua tentativa
de espoliação.
As tropas portuguesas recebe-
ram o seu baptismo de fogo.
Está feita a nossa iniciação
nesta conflagração, como outra
nunça teve a humanidade.
Fizemo-la defendendo o solo
sagrado da pátria, a integridade
dos nossos dominios ultramari-
nos, que os nossos antepassados
fundaram, em feitos de audácia
e de heroismo, que foram o es-
panto do mundo-inteiro. |
Os soldados que hoje os de-
fendem são os filhos dêsse pu-
nhado de herois.
– Tenhamos confiança neles,
sem, sobresaltos nem abalos.
‘Éles saberão pugnar pela hon-
ra e pela integridade da pátria,
defendendo -a bandeira que é ho-
je o lábaro dum povo republiça-
no, que nesta luta gigantesca en-
fileirou destemidamente ao lado
dos que defendem a causa da
liberdade e da humanidade.
‘ Eles provarão, sobretudo, que
são portugueses.
Tenhamos confiança e sereni-
dade.
Viva o exército!
Viva avpátria !
e)
Es
ERRE
POLITICA LOCAL
O sr. presidente da comissão exe-
cutiva leu na última sessão plenária
da câmara o seguinte relatório:
Ex.mº Sr. Presidente e demais vo-
gais da Câmara Municipal do Con-
celho da Certã
Presados colegas
Pela terceira vez vem’a vossa co-
“missão executiva dar-vos conta dos
seus actos.
Nenhum acto anormal ocorreu de-
pois da última sessão plenária des-
ta câmara.
Esta comissão tem cuidado de
aplicar, com zêlo, as diferentes ver-
bas orçamentais às necessidades mu-
nicipais para que elas foram vota-
das: e, porque reconheceu que a
dotação dalguns serviços é insúfi-
ciente elaborou um orçamento su-
plementar, que vos vai ser apresen-
tado e submetido à vossa discussão,
e crentes estâmos de que êle mere-
cerá a vossa aprovação pois tende a
ocorrer a despesas de inadiável ne-
cessidade. US RE
– —T’omou esta comissão de arren-
“damento uma outra casa para quar-
tel do destacamento da Guarda Repu-
blicana nesta vila—o antigo conven-
‘to de Santo António—e ali fez todas
as, obras necessárias a uma conve-
niente instalação e lhe foram recla-
madas pelo sr. oficial comandante
“da força.
—lInterpretando os desejos pró-
prios e os que já haviam sido esbo-
“çados por esta câmara, representou
a vossa comissão ao Govêrno da Re-
pública no sentido de serem conce-
– didas, nêste ano, a êste concelho
três missões de escolas móveis e
dois cursos nóturnos, seudo um pa-
ra Sernache e outro para’a Certã.
Não pôde o Govêrno satisfazer
ainda a esta reclamação, mas con-
cedeu as três missões, para as po-
voações de Carvalhal, Pampilha! e
Quintã.
E, por sua vez, a benemérita’ As-
sociação das. Escolas Móveis pelo
método João de Deus concedeu ou-
tras três, para a Codiceira, Amioso
e Pôrto dos Furos.
— Adiantados vão os trabalhos da
construção da ponte chamada da Ga-
leguia, cujas obras foram há pouco
tempo inspeccionadas por um distin-
to funcionário, delegado da reparti-
ção dos serviços fluviais e maríti-
mos, que a achou construída com a
necessária segurança, no local de-
terminado na planta .e conforme es-
ta, que tambêm mereceu a sua apro-
vação,
São êstes os factos que esta co-
missão julga de seu-dever trazer ao
vosso conhec mento. Terminando es-
ta comunicação, vos enviamos às
nossas saudações e vos Jesejâmos
Saude e Fraternidade
Saladas sessões, em 5 de Novem-
“bro de 1914.
O presidente,
Hermínio Quintão
Vogais
Emidio Sá Xavier Magalhães.
José David da Silva.
Joaquim da Silva Ladeira.
Joaquim Nunes da Silva.
Manuel Martins de Almeida,
Editor e administrador — ALBERTO RIBEIRO.
esti
A da Beira, a propósito. da céle-
bre: questão? do peixe, é por uma
«solução favorável».
“E sôbrê o caso publica um artigo”
editorial em termos correctos e con-
ciliadores,
“Se a Voz da Beira. e os que a
inspiram sempre assim tivessem fa-
lado, a situação não se-teria agrava-
do e a questão estaria há muito so-
lucionada. E:
O colega, porêm, tem muitas cul-
pas na aplicação do incidente. Con-
correu muito, por sua parte, para o
apaixonar. E não-.era preciso o seu
concurso.
O desvario dos que da questão
quiseram fazer um caso político, to-
lamente, dispensara auxílios.
A câmara nunca teve caprichos.
Para a sua maioriá era absoluta-
mente indiferente que o mergado
fosse num ou noutro lugar, A inicia-
tiva fôra da minoria, com a qual
toda a câmara concordou.
O que, porêm, havia era uma de-
liberação tomada, que, boa ou má,
tinha de ser cumprida. Tumultuá-
riamente é que- ela não podia ser
derogada, não por teimosia, mas
pelo respeito ao princípio da auto-
ridade, que a câmara tinha de fazer
– cumprir; E
A câmara desinteressou-se do as-
sunto, limitando-se a proceder como
a lei lhe determina é sem paixões.
A deliberação para aí está é cer-
tamente a câmara nunca a revogará
emquanto a sua. autoridade não fôr
respeitada.
Com inimigos em rebelião é que.
ela não transige nem: parlamenta,
provavelmente.
Salvada e bem expressamente a
autoridade e a dignidade-da câma-
ra, tambêm sômos de opinião: que
ela volte a estudar o assunto. E que
levem lá o mercado; para onde qui-
serem,
Na Carvalha ou na .Avenida Bai-
ma ficaria êle muito bêm.
*
é
Sôbre o mesmo assunto, diz a
– mesma:
«Lançar-se-iam as bases paraia cons-
trução de uma nova praça em condições
modernas». JOR 6]
—Sim senhor: a maioria deve
tratar disso, em reconhecimento-da .
boa camaradagem, que a minoria
se tem dignado dispensar-lhe. ..
Mas-—claro é—lá para depois de
acabar a guerra, que agora pode vir
o tal cataclismo,
Poderia ser assim, poderia, co-
lega. o:
Bastaria que todos tivessem juízo.
%*
A “dum amigo pergunta-nos se
nós lemos uma local da Lucta sôbre
a ponte ‘da Galeguia.
-—Não: estamos fartos de ler as-
neiras e de aturar manias.
*
Que querem que o governo man-
de demolir a ponte…
— Colete de forças!
PROPRIEDADE DO CENTRO REPUBLICANO DEMOCRATIÇO |&
| sam a
| DIRECTOR–ABILIO MARÇAL
E
, Publicação na Certã
Redaúdah é administração em Cc
SERNACHE DO BOMJARDIM
Composto e impresso na Tipografia Leiriense
LEIRIA
O partido unionista mandou inju-
riar-nos no seu jornal. :
Podiamos individualizar, sem êr-
ro nem injustiça, a paternidade ou
responsabilidade das necedades que
“veem publicadas no núméro 3185
da Luta, de 25 de Outubro último.
Podíamos, mas não queremos.
Preferimos expor serenamente Os
factos, com o maior desprêso pelos
traficantes qué neles colaboraram.
O que vamos dizer pode ser de-
“sagradável, mas todos nos reconhe-
cerão o legitimo direito de defesa.
Provocaram-nos, mas em termos
tais que o nosso silêncio seria uma
desonra. o au
A local da Luta não é um ataque
político: é um assalto à honra. e di-
gnidade profissional de homens de
bem, com o impudor de quem. em
pouca conta tem a sua. Leva-se aos
encontrões o instituto que dirigimos
e no enxurro dum lodaçal de igno-
minia todos os que nêle teem uma
função ou uma colaboração é não fa-
zem parte dessa alcateia que em
volta de mim vem ululando furiosa,
mas inofensivamente.
Todos sabem como nós temos si-
do indiferentes e insensíveis, do al-
to do nosso desdêm, pelos -desva-
rios e crimes dêsse bando de tolos.
Essa tolerância acabou. | ;
Vão as responsabilidades a quem
nos veio provocar.
E, agora,.a contas!…
* Teu
Na noite dé 15′ de Junho do” cor-
rente ano houve em Sérnache, nu-
ma casa que pafa aí serve de club,
uma lauta ceia, para a qual se, fez
grande número de convites. |,
Não queremos saber quem a deu
nem das convicções políticas de
quem a promoveu.
Com mais generosidade do que a
“que estamos habituados a receber,
não nos repugna conceder que a sua
iniciativa não fôsse “inspirada, por
nenhum intuito político e consta-nos
mesmo que essa pessoa manifestou
o seu desgôsto pelo abuso, que .se
fez da sua hospitalidade, com ofen-
sa tambêm a amigos meus, bons e
dedicados republicanos, que nessa
“ceia estavam incautamente, e que o
seu promotor certamente não teria
convidado para uma festa política.
Ao fim do’ banquete, em que ser-
viu à meza um administrador de
concelho, um fogoso orador, que de-
signaremos pelo sr. X, demasiada-
mente conhecido pelas suas idéias
monárquicas, levantou-se para fazer
um brinde pelo ex-rei,, ao mesmo
tempo que ia crivando a República
de motejos grosseiros…..
je
Mas nã
o teve tempo de acabar.
Logo se levantaram, surpresos e
indignados, alguns bons republiça-
nos e, entre estes, três: protessores
do Colégio das Missões, cada um
dos quais, por seu modo, foi pro-
testando contra tão insólito, atrevi-
mento. Ec.
Levantou-se então um conflito es-
candaloso, defendendo cada um o
seu ideal político, e nesta agitação
não faltou mesmo quem, respon:
dendo aos protestos do professor,
sr. Antônio Amor, se referisse á
BlIar
ci.
PIABO OBLIPY IG (xOBLIPY IG (x
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República em termos obscenos, co-
mo se êsse chavascal monárquico e
a República fossem filhos da mes-
ma mãe…
Esse professor, que até então era
uma inteligência no conceito dêsse
bando, foi logo irradiado da convi-
vência dessa gente, perdendo, para:
êsses asnos, todas as suas virtudes.
Foi o professor, sr. Ribeiro Go-
mes, um dos que mais enérgica e
altivamente fez os seus protestos e
levantou o seu brado em defesa da
República.
A talassaria indígena votou logo
á execração o professorado do Colé-
gio e a própria instituição.
Podia lá tolerar-se-lhe o atrevi-
mentô de discordarem das ideias
daquela gente !..
Foram condenados à- eliminação
faltando apenas quem executasse a
sentença.
Apareceu.
Inflamado contra esta atitude no-
bre e honrada, o sr. X veio para a
rua gritar à sua vingança, para con-
seguir a qual e especialmente a de-
missão do sr. Ribeiro Gomes, amea-
çava filiar-se no partido republicano
português ou abrir a sua larga bol-
sa, até à despesa dêsses 40000 ou
mais.
“Fez-se-lhe saber que o partido re-
publicano português não é alcouce
de perseguições nem tenda do ne-
ócio. A talassaria virou logo o na-
Tiz para outro quadrante.
* É lá incorremos nós tambêm no
anátema dos paladinos de D, Ma-
nuel. O sr. X manda logo devolver-
-nos êste jornal, com a declaração
“de que era monárquico.
De forma que, o Colégio das Mis-
sões, ia sofrer o embate da tropa
monárquica. Rimo-nos.
Termina aqui o primeiro acto.
Não tenha o leitor dúvida.
Foi assim mesmo.
“Enxovalhada públicamente a Re-
pública, que teve a defendê-la al-
guns bons republicanos, entre os
quais alguns professores do Colégio.
Aqui seguia-se um entre-acto de
entremês, digno de registo, do que
nós, porêm, nos dispensâmos, por
causa das pessoas de respeitab lida-
de que, em boa fé, nêle estiveram
envolvidas.
Foi uma patuscada no dia 16 de
Setembro, para pregarem a aproxi-
mação dos unionistas, com o sr. X
e os seus companheiros.
Preço-—o da vingança. Os unio-
nistas aceitaram.
O sr. X mais uma vez trovejou
imprecações contra o professor Ri-
beiro Gomes, o rebelde; e termina
o entreacto.
*
Segundo acto.
Dessa patuscada vieram os mare-
“chais unionistas para a Certá, ra-
diantes por haver ali, em Sernache,
um grupo de monárquicos que lhes
alugarium o sotam e à tabolêta por
preço cómodo !
Era sedutor !
Entra, então, em scena o chefe.
No dia 17 de Outubro, pelas 14
horas, dá sua excelência entrada em
Sern: che, dirigindo-se logo ao cor-
respondente do jornal do Homem
Cristo.
Batem, com variado sucesso a
várias portas até que, aí pela meia
tarte, O sr. Tasso de Figueiredo dá
fundo em casa do sr, X: Scena co-
movedora.
“Conhecemo-la, em todos os seus
pormenores.
O sr. X. declara-se monárquico,
mas que nunca votou.
Espanto do sr. Fasso! Pode lá
ser ? um homem de tamanha impor-
tância ?
” Aborda-se a sorte do Colégio das
Missões e dos rebeldes que lá es-
tão. Fo’ curiosa a scena, que por ora
calâmos.
Entendidos !
No dia seguinte o sr. X. dá a to-
da a gente conta do seu triunfo!
“* —AÂntes de 6 meses, brada êle,
aquilo estará tudo liquidado! Uma
pessoa altamente colocada se com-
prometeu a isso! :
—Antes de seis mêses, gritava
êle, ha poucos dias, na adega do
“seu confrade F., estará aniquilada
aquela republicanagem !.
Já vê o leitor que não nos sur-
preendeu a infâmia!
*
Terceiro acto. .
No dia 25 de Outubro-—8 dias de-
pois da entrevista—aparece a local
da Lucta, feita sôbre notas escritas
com a mesma pena que fez a conta
“das patuscadas.
O sr. Tasso foi cumpridor e
pontual ! ;
No artigo lê-se o seguinte: |
” «Existe ali um professor, rapazo-
la anichado no lugar, tendo apenas
os preparatórios no Seminário de
Faro, de onde se diz ter sido ex-
pulso». mis
—Sabe o leitor quem é este «ra-
pazola»?
“E o professor Ribeiro Gomes
o que na celebrada ceia fez en-
gulir ao sr. X.os seus insultos gros-
. seiros«contra a República.
E’ um professor inteligente e es-
tudioso, honrando o magistério.
E” um dedicado republi icano.
Os unionistas, a soldo dos talas-
sas da patrulha “do sr. X, mandam
enxovalhá-lo no seu jornal.
Aos outros professores o mesmo
jornal chama-lhes «idiotas, sem ou-
tro mérito que o da inscrição no
caderno democrático.»
«São uns-cretinos, que-não resis-
tiriam a um exame de insirução
primária !» Ú
Di-lo o jornal.
Todos, não. Sómente os que são
republicanos. o
Sem cérimónia nem pêjo, o jor-
nal exceptua três: um que esteve
presente à ceia mas que muito se
ria dos gritos subversivos, outro de
conhecidas afeições reaccionárias Ê
um outro que êles supõem malavíin-
do com a República.
Os três talassinhas não entram
nasconta—di-lo o jornal.
São umas competências.
E” assiin mesmo.
Para quê, os disfarces?
“E, para que’os ódios dos monár-
quicos sejam bem servidos e o tra-
balhinho agrade á talassaria, o es-
crevinhador da Iucta vai já lançan-
do o seu ‘anátema contra um pro-
fessor que está a chegar, mas que
já é mau, por ter filiação democrá-
tica, imposta gl dipector do colé-
gio.
Este acto termina’com um quadro
de: farça, de grande efeito scênico.
E’ a seguinte passagem :
«Exercendo perseguições ‘odiosas
(o dr. Marçal) prejudica o bom’no-
me da República, que é aqui em
Sernache, o ideal de todas as pes-
soas de bem.»
E’. As pessoas de bem, di ideal
acendrado e carinhoso pela Repú-
blica teem por chefe o cidadão X,
que anda aí pelas baiucas a’dar vi-
vas ao seu-rial amo-e senhor é de
quem o sr. Tasso de Figueiredo foi
receber ordens no dia 17 de Outu-
bro!
E sôbre esta comédia, de miserá-
vel deboche político, cai o pano.
*
Aqui teem os leitores a história
do artigo da Lucta.
O partido unionista dd o
aos monárquicos de Sernache e por-
tador do ódio e vingança dêstes con-
tra honrados funcionários e liais re-
publicanos, pagando o seu crime de
“terem defendido a República, quan-
do ós patrões dos uniónistas a en-
xovalhavam em gritos sediciosos !
Esses homens são cobertos de
apodos repugnantes ferindo-os no
sentimento que um homem público
pode teríde mais respeitável e pre-
cioso—a sua dignidade profissional.
Esêsse ataque, à dignidade e com-
petência profissional, é feita por um
partido que tem por marechais ho-
mens, que tanto. se magoaram de
ataques. crueis que fizeram à sua!
A isto, a esta degradação política
desceu o partido unionista—a ser-
ventuários asssoldadados para; as-
saltar a honra alheia.
A escarradores dos talassas de
Sernache !.
Descendentes do velho partido re-
generador, direis vós.
Mentira!
“ ad
Dêsse partido vós só recebesteis
meia duzia de Soldados tresmalha-
dos, e um ou dois capitães mais ou.
menos graduados, e hoje, por ven-
“tura, envergonhados do seu apoio
que ‘vos teem dado!
A honra e a tradição respeitável
dêsse partido não a herdasteis vós,
e ainda bem, porque a terieis enla-.
meado neste miserável incidente.
Nem o exemplo e as lições de ci-
-vismo dos seus chefes, que foram
grandes e respeitados, não só pela
“inteligência e autoridade do seu são
critério, mas porque souberam res-
peitar e fazer respeitar os outros,
Na tenda regeneradora nunca se
instalou uma agência de injúrias ao
á serviço de gente suspeita.
E vós nem injuriar soubesteis !
Porque chamar, por exemplo, idio-
tas aos membros do corpo docente
dum instituto secundário, não é uma
agressão, nem uma ofensa, nem um
insulto—é um vómito excremento-
1
so!
Que grande, harmonia e conçor-,
dância na honradez e dignidade de
proceder !
Os monárquicos vomitaram injú-
rias contra a República: os unjonis-
tas: vomitam baboseiras contra os
que honradamente a defenderam.
Cada um deitou cá. para fora o
que de mais limpo tinha lá por den-
tro da alma.
“Feita a história -dêste: caso; do
que êle contêm e pretende falare-
mos:no pu Ro púmero:
Hospedes
E dos mais queridos nós tivemos
o prazer de abraçar esta semana em
Sernache-—-os nossos amigos Antó-
nio. Costa, Sequeira Lopes e José
Cunha, que na terça-feira regressa-
ram. à capital no belo automóvel
Euilmai do sr. Segue; Lopes.
– Boa viagem!
O er lina da Varzea
Devem os nossos leitores, desta
comarca, estar lembrados dêste cé-
lebre crime, que tanta sensação cau-
sou ao tempó e, posteriormente, se
foi mantendo por incidentes diger-
sos e meios vários.
Na madrugada de 5 de Fevereiro
de 1913, foi assassinado, numa rua
da Varzea dos Cavaleiros, um rapaz
daquela, freguesia, por nome João
António, de simpatias e bemquisto
naquela freguesia.
Como autores dêste homicídio,
foram «pronunciados Carlos Louren-
fofo) Brízio, Manuel Martins Júnior e
os irmãos João e Adelino Morgado.
Estes fugiram para Espanha, on-
de já faleceu um dêles.
Presos os dois primeiros, foi mar-
cado dia para seu julgamento, por .
mais de que uma vez adiado, vindo,
afinal, a começar no dia 28 de Ou-
tubro último, durando 4 dias, pois
terminou no dia dt, já de noite. .
Presidiu á A aane O sr dr.
Fernando Matoso, meretissimo. juiz
desta: comarca.
A. acusação foi representada pelo
digno agente do M. Público, dr.
Francisco Nunes Corrêa, ea dtêsa
pelos srs. drs. Bernardo de Matos,
pelo réo Martins, e Abílio Marçal,
pelo réo Carlos Brízio.
O. júri ficou assim constituído :
Francisco Ribeiro, José David da
Silva, José Fernandes, Antônio Dias
Cravo, José da Silva, Manuel Mar-
tins de Ameida, Manuel Alves Garcia
e dr. Virgílio Nunes da Silva. Para
suplente foi sorteado Francisco Ri-
beiro,
No primeiro dia procedeu-se á
constituição do tribunal, à leitura
do processo e fez-se a gunição de
uma testemunha: no 2.º e 3.º dia a
inquirição das restantes, e no 4.º
dia se cumpriram os restantes actos
do julgamento.
Abertos os debates, O sr. dr. Cor-
rêa, que em breve vai ser promovi-
do a juiz, depois de fazer as suas
despedidas a esta comarca credora
da sua estima e saudade pelas ma-
nifestações de consideração que sem-
pre lhe deu, fez, com a sua conhe-
cida proficiência e eloquência; uma
acusação cerrada contra os réos,
especialmente contra o “Garlos
“Brizio, aproveitando. os mais tênues
elementos e vestígios, como argu-
mentos de culpabilidade.
Definiu as responsabilidades de
cada um, concluindo por pedir a
condenação de ambos, pois ambos
eram réos dum crime gravissimo.
Seguiu-se no uso da palavra o sr.
dr. Matos, que defendeu o seu cons-
tituinte com calor, numa argumenta-
“ção concludente e bem deduzida.
Soube aproveitar os mais insignifi-
cantes incidentes e deles soube ti-
rar. partido, como distinto advogado,
que é, para demonstrar a inocência
do réo, seu constituinte, que apre-
sentou como vítima duma das teste-
munhas de acusação. Fez, emfim
uma defêsa hábil e, a todos os res-
peitos, eloquente, terminando por
pedir a absolvição do réo. —
Em seguida, o sr. dr. Abílio Mar-
çal defendeu o réo Brízio, rebaten-
do a acusação do M. Público para
demonstrar que, o seu constituinte
não tomara parte no crime, nem
sequer a êle podia ter assistido.
Encarou o caso sob o ponto de
vista jurídico, entendendo que, o cri-
me fôra. mal classificado, pois não
se tratava dum crime de homicídio
voluntário, por lhe faltarem os re-
quisitos da lei, mas sim dum crime
de ofensas corporais; sém “intenção
de matar, mas de que-resultara a
morte.
E terminou, pedindo a “absolvição
do seu constituinté.
Nesta altura foi Ri a
audiência,
Reaberta, ainda houve . réplica,
tanto por parte da acusação como
da defêsa, que foi aproveitada, por
parte do sr. dr. Abílio Marçal, para,
“em seu nome e julgando-se intérpre-
te dos sentimentos dos povos desta
comarca, enviar as suas – saudações
de despedida ao sr. dr. Francisco
Nunes Corrêa, digno agente do M.
Público, rendendo as suas homena-
“gens a sua. inteligência e correcção
de proceder, como homem de’so-
ciedade é como magistrado.
Podia afirmar que era com sau-
dade que todos 0 viam partir e que
em cada membro do tribunal êle
deixava um amigo, que mui sincera-
mente O estimava.
Concluídos os-debates, que dura-
ram 5 horas, foram redigidos os
quesitos, e com êles recolheu “o jú-
rr à sala das deliberações.
Decorridas quasi 2 horas, voltou
à sala das sessões comia suadeli-
beração, que deu como não prova-
do o crime, a respeito do réoBri-
Zig. é em quanto ao réo Martins pro-
vada à sua cumplicidade em crime
de ofensas corporais. voluntárias,
sem intenção de matar, mas de que
resultou a ‘morte.;…, e Eos
Sôbre esta decisão o digno juíz
proferiu a sua sentença, condenan-
do o réo Manuel Martins Júnior em
2 anos de prisão maior celular, e,
em alternativa; na; de:3 de: degrêdo,
e: absolvendo o, Carlos Lourenço
Brízio. –
Assim terminou êste processo.
Assaltos
Parece que os gatunos andam por
aí desaforados. |
Temos notícia dé vários assaltos
praticados na estrada desta vila a
Tomar.
O último foina noite de 26 de Ou-
tubro último, ao nosso amigo. José
Antunes – Duarte, quando ‘se dirigia
de Sernache para a CQuintãs ta
No sitio das Barreiras Altas saí-
ram-lhe ao caminho três meliantes,
qué ainda chegaram a segurá-lo. .
“Soltaram-no. os ladrões porque no
momento apareceu |um carro, que
os fez fugir, mas não sem que ainda
0 agredissem, fazendo-lhe um 1 feri-
“mento no nariz.
PRO
A descendencia de um casal de
coelhos pod: alcançar. em quatro.
anos, o numero de 1.250: 000 cabe-
ças.
&
&
@@@ 3 @@@
Z
$
Um debute
(DO: ESPANHOL)
Es e aa
Era em’1870.
A. guerra fôra declarada.
Mac-Mahon tinha recebido ordem
para passar a fronteira para inutili-
sar com um golpe audaz a acção
combinada da Germania do Sul e
do Norte.
Em Paris, como na França intei-
ra, a febre da anciedade invadia to-
da a gente. Por isso procurava-se
diminuir “a angustia da incerteza
com o excesso dos prazeres, e, exa-
gerando-s> a primeira vitória.
Os Campos Elyseos estavam sem-
pre animadissimos e radiantes de:
luz, os cafés-concertos repletos de
gente buliçosa, o Bosque coalhado
de luxuosas equipagens e soberbos
cavalos, e os teatros regorgitando
de espectadores.
Num dos melhores teatros do
boulevard, o público que o enchia
por completo, desde o páteo até ao
palco, parecia particularmente an-
cioso e impaciente. Estreiava-se nes-
sa noite martemoiselle Jane de Bolney,
que havia muito tempo os jornais se”
não cançavam de elogiar, conside-
rando-a uma nova glória e uma! es-
trela, que ia brilhar com todo o seu
fulgor no ceu dramático francês.
Sabia: -se que era bela, apaixonada
pela arte, maravilhosamente dotada
dum esplendor natural, que ilumi-
nava tudo. quanto. a rodeava! Tinha
escolhido para-seu debute 4 dama
das camélias.
Uma ovação espontanea acolheu-
a ao aparecer em scena. Bastou a
sua presença para conquistar todas
as sympatias. Sabia-se; segundo ha-
via dito o proprio auctor daquela
inspirada obra, que o papel de Mar-
garida Gautier tinha sido escrito pa-
ra ela… Bastou só o primeiro acto
para provar a feia Saquas prema-.
turo entusiasmo.
O exito foi crescendo e no final
do segundo acto o público levantou-
se em massa, electrisado.
Quem mais vivamente entusias-
mado se achava por aquele triunfo
era Pedro Belcourt, um actor daque-
le teatro. Belcourt amava-a com ado-
ração, posto que sem esperanças. À
bela actriz amava outro. O preferi-
do era um militar, que naquele mo-
mento se achava com o exército de
Mac-Mahon, disposto a sacrificar a
vida pela Pátria!
x
* x
No intrevalo do segundo acto, de-
pois de- descer o pano pela sexta
vez entre as aclamações ruidosas a
Jane Bolney, com um entusiasmo
sem exemplo, dirigiu-se com passo
rápido ao camarim pensando nele.
Roberto sabia que naquela noite era
a sua estreia, e não podia deixar de
escrever-lhe. Efectivamente ao en-
trar no camarim encontrou sôbre o
toucador um telegrama. Correu an-
ciosa e leu-o rápidamente,
Belcourt, que a tinha seguido sem
ser visto, ouviu-a soltar um grito
agudissimo, e, entrando precipitada-
mente, chegando a tempo de a rece-
ber nos braços, evitando que caísse
desmaiada no chão.
Jane tornou a si em poucos ins-
tantes, e repetiu com a voz entre-
cortarda pelos soluços o conteudo
do telegrama, que dizia: «Fomos
batidos em Woeêrth. Eu fui trans-
portado ao castello próximo. Ampu-
tação provavel. Roga por ‘mim. Ja-
“cob levará êste despacho a uma es-
tação próxima. Amo-te.— Roberto.»
Belcourt precipitou-se sôbre o te-
legrama.
Era inintelígivel. Compreendeu
então queera escrito em termos con-
vencionais.
Voltou-se para ver o que: fazia
Jane, e com grande surpreza viu
que estava pondo. precipitadamente
um chapeu de passeio sôbre um
penteado de baile e uma capa usa-
da sôbre um elegante vestido côr
de rosa. “
— Que faz? perguntou-lhe.
— Parto: Vou vel-o.
do Deus! Vai levantar-se o pan-
-.» Espere, suplico-lhe!… Veja
o o que faz… Destroe assim o-seu
futuro!… Espere até ámanhã!
— Ouça-me bem, respondeu Jane
friamente, e arrancando um punhal
da parede. São nove horas e três
quartos. Sei que parte um combóio
às dez. Se me impede de o alcan-
çar, com êste punhal mato-me aqui
mesmo!
Belcourt ficou estupefacto. Jane
|. abriu a porta atravessou o vestíbu-
lo e chegando à rua subiu para um
coupé, desaparecendo na escuridão
da noite.
“Hx
Quando Belcourt voltou aos bas-
tidores encontrou o director conster-
nadissimo. O contra-regra tinha-lhe
participado que Bolney não se en-
contrava em parte alguma.
Depois chegou outro empregado,
dizendo que a tinha visto num trem
de praça, correndo a galope, em
direcção do boulerard de Strasburg
Houve uma grande explosão de có-
lera, e o público impacientava-se,
dando ruidosas provas do seu mau
humor.
Pensou-se em mandar prender a
artista,
Uma ideia edor acudiu á
mente de Belcourt. Chamou de par-
te um dos actores, “que não tinham
representado nessa noite. Pouco
depois êste dirigiu- se pela porta de
comunicação à sala de espectaculo,
onde tomou lugar. De ali por ins-
tantes apareceu Belcourt perante o
público.
Reinou profundo silêncio.
— Senhores ! — disse Belcourt —
Mademoiselle Jane Bolney desmaiou
ao receber um telegrama no qual
se anunciava que a França tinha so-
frido um grande desastre na frontei-
ra-tudesca. Quando melhorar da
sua indisposição, reparecerá ante
êste respeitavel público. Rogo pois,
em seu nome, um instante de indul-
gência: :
Um silêncio lúgubre se seguiu a
“estas palavras.
O amigo de Belcourt, que se
achava naplatéa, levantou-se e su-
“bindo a um fauteuil, com voz seno-
“ra e expressiva, disse:
—Compatriotas! Somos tão bons
“patriotas como maidemoiselle Jane
Bolney, e portanto o espectaculo
não “deve continuar diante de fran-
ceses que acabam de saber uma no-
tícia de luto para a sua querida pá-
2 tria!!!
Bravos unânimes acolheram êste
pequeno discurso proferido naquela
– distinta assembléa, em momento tão
crítico. O público” saíu do teatro ‘si-
lenciosamente. Belcourt tinha salvo
a honra de Jane e do teatro.
A inesperada notcíia da derrota
produziu em Paris profunda sensa-
ção. Quando Belcourt ia retirar-se,
depois de ter sido felicitado por to-
dos, aproximou-se dele um comis-
sário de polícia dando-lhe ordem de
prisão por ter praticado .o delicto
«de divulgar um segredo de estado»,
delicto previsto e punido com o mi-
nimum de trabalhos forçados, e em
tempo de guerra com a pena de
morte.
x” *
Havia um mês que Pedro Belcourt
se encontrava em Mazas, em frente
da desonra e da morte.
No dia seguinte devia comparecer
ante o tribunal.
Belcourt pensava naquele amor
sem esperança que o tinha condu-
zido a tão triste situação, quando se
abriu a porta do calabouço e o car-
cereiro lhe anunciou :
—A sr.2 condessa de Morfenille.
Era Jane, rigorosamente vestida
de luto.
-—Está livre meu querido amigo—
disse Jane.—Obtive da imperatriz o
seu indulto em recompensa do que
fez por mim. Vim implorar o seu per-
dão apenas dei sepultura ao corpo
do meu infeliz esposo.
Jane Bolney tinha chegado ao
acampamento a tempo de só poder
desposar o seu amado Roberto no
leito da morte.
Belcourt lembrou-lhe o seu antigo
amor, e que ficando viuva poderia
aceitar-o seu coração.
-— Não continue-—interrômpeu ela
—eu só vivia para Roberto de Mor-
feuille. Não tive a felicidade de ser
sua, Não serei de mais ninguem!
X*
Ea JE
Tal foi o debutée de uma artista,
que tantos dias de glória prometia
ao teatro francês.
E assim morreu a vocação dra-
mática de uma grande actriz, é a
“vida mundana de uma grande alma!
M. Tavares d’Almeida
GRE – ss 5
Duas surprezas
Os jornais francezes dão conta de
duas surprezas militares, de grande
efeito, levadas à pratica pelos Ed
dos.
Eis uma delas:
A cerca de 100. metros da linha
franceza havia uma trincheira alemã |
defendida por 800 homens Todos
os esforços envidados para a tomar
tinham sido estereis contra o fogo
horrivel das muitas metralhadoras
de que eles dispunham. Em vista.
disto o general que veio com as tro-
pas de Africa preparou uma sur-
preza noturna. Escolheu 300 atira-
dores argelinos da sua divisã., que,
chegada a noite, caminharam de
a rastos até ás trincheiras alemãs. As
sentinelas inimigas -foram surpreen-
didas e mortas sem poderem dar
um grito. Os atiradores continuaram
avançando e chegaram emfim á trin-
cheira.
Um acendeu um fosforo, sinal de
antemão combinado, De subito-to-
dos se puzeram em pé e com bra-
dos selvagens. deitaram-se sobre os
alemães. Nas trevas foi terrivel O
combate. Acudiram mais forças fran- ‘
cezas e dos 300 alemães só 8 esca-
param com vida. fe
O outro episodio foi e seguinte:
Havia dias que o inimigo ocupa-
va com forças consideraveis a mar-
gem esquerda do rio Lys, impedin-
do as metralhadoras a passagem do
ro aos francezes. Em vista disto,
deu-se ordem a uma brigada de
couraceiros francezes para transpo-
rem o Tio.
“Já de noite, um dos couraceiros
despiu-se e, com uma comprida cor-
da, atirou-se à agua. Uma das ex-
tremidades da corda ficou atada a
uma arvore; o couraceiro levou a
outra. Depois de muitos esforços
alcançou a margem esquerda. Gra-
cas á corda poude estender-se entre
as duas margens um grosso cabo;
e imediatamente os couraceiros, em
silencio, e um a um, passaram o rio
Lys, segurando-se ao cabo para não
serem levados pela corrente, nem
eles nem os cavalos,
Ao amanhecer 2:000 courace ros
atacavam os: alemães, »que não; es-
peravam inimigos por esse lado. A
inesperada carga dos couraceiros
causou grande perturbação entre os
inimigos, que fugiram abandonando
as metralhadoras e sofrendo muitas
baixas.
aee comeram
AGRICULTURA |
ADUBAÇÕES
Chegou o outono ; chegou o tem-
po das: adubações.
E” preciso restituir à terra as ma-
térias que lhe foram tiradas pelas
culturas.
Tudo se resume em duas coisas
principais: 1.2, saber de que adubo
carece a terra; 2.º, aplicar êsse adu-
bo como deve ser.
Escolha do adubo. — A determi-
nação do adubo preciso depende do .
exame da terra. Esse exame: póde
limitar-se a lavar muito bem a terra
n’umas poucas’de águas, de modo
a separar aiareia, da argila e da
cal. À areia vai ao fundo e a argila
fica em suspensão na água. Quanto
mais areia tiver a terra, quanto mais
adubo requer, porque os gasta mui-
to; quanto mais se menos, gas-
tará.
A cal conhece-se, lançando-se” na
terra um pouco de vinagre. Se pro-
duzir efervescência, é sinal de que
há cal e, por isso, dispensa adubos
muito calcários.
O Lavrador já ensinoua conhe-
cer a potassa e o ácido fosfórico
nas terras, sem grande dificuldade;
mas, hoje até as casas que vendem
“adubos potássicos, os’ fosfattos »
azotados amoniacais, de modo a
– pequenas coisas; qu
* por serem peque
adubos químicos se encarregam des-
“se serviço, gratuitamente, a quem
“lhes mandar amostras de terras.
Essas-amostras não devem ser ,
tomadas num só sítio de cada cam-
po: devem ser tiradas em “diversos
sítios, a um palmo de fundura.
Aplicação dos adubos — E! preci-
so atender aquilo a que se chama o
poder absorvente da terra, isto é, á
fôrça com que a terra guarda o
amoniaco, a potassa é O ácido fos-
fórico. Esse poder varia de terra
para terra: as argilosas e as humi-
feras teem poder absorvente . supe-
rior ás siliciosas. Terra com” pouca
argila é pouco humus está sujeita.
que os adubos desapareçam depi
sa, arrastados pela água.
As raízes das: plantas. absorvem
substâncias minerais que estejam
solúveis pela acção do. sólo – e . até
“ das próprias plantas. Essas substân-
cias são absorvidas pelasraizes ; por
isso, a fecundidade de uma terra
dependerá da distribuição mais: ou
menos completa dos adubos. E quan-
to mais os adubos. estiverem em
contacto com os pelos. das raizes,
mais alimento terá a planta e, por
isso, mais*abundantes serão. as co-
: lheitas.
Conclue-se disto-que é necessário
enterrar, por meio-de lavoiras, os
os
misturá-los bem com a terra «até à
fundura aonde cheguem ag raizes e |
espalhar apenas á superficie da ter-
ra os nitratos, que são menos reti-
dos pela terra.
Para que uma adubação, sobretu:
do uma adubação química, dê bom
resultado, é preciso atender a estas
exactamente
+. Concorrem
muito para se tirar proveito do di-
– nheiro que se gasta com os adubos.
Não falta gente ignorante que se
queixe da ineficácia dos adubos qui-
micos. Do que devem porêm, quei-
xar-se é da própria ignorância e do
desprêso pelos preceitos mais: rudi-
mentares para fazer uma adubação
racional.
No dia em que o lavrador portu-
guês tenha aprendido a adubar bem
—e é êsse um dos intuitos mais
persistentes das Escolas Móveis
Agricolas—a agricultura portuguesa
– terá dado um grande passo e a pro-
dução da terra dé Portugal terá au-
mentado considerávelmente.
os Bento Carqueja.
(Do Lavrador)
X* sa *
As abelhas e as árvores
de fruto
Os vegetais e árvores, “des fruto,
que teem colmeias próximo, produ-
zem muito mais do que as que as não
Portista,
Calculando que o da, abelha isi-
te anualmente 2:200 flores em. en-
xame-de 10:000 abelhas, que é a
média da população normal, visita
3.200:000 florês que fecundam e
fazem com que não fiquem estéreis.
A-sua influência no desenvolvimen-
to da frutificação verificou-se práti-
ca e concludentemente, submetendo
ás abelhas um’ certo fmúméro de
plantas e resguardando com finas re-
des de gaze oútras. Estas ficaram
quasi estéreis, emquanto as expostas
as abelhas se. cobriram ‘ de frutos,
Daí à grande utilidade dás abelhas
como agentes fecundadores dos ve-
getais.
“ Mas não ha só isso, pois a abelha
produz o meleacera, e é ainda
um bom agente terapeutico, sendo
já muito usadas no estrangeiro, as
– picadas das abelhas no; tratamento
– do reumatismo.
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nos de outros fabricantes, ocupam um lugar de destaque pela solidez da sua
construção, elezância, velocidade, duração e economia de combustivel.
“Teem uma longa distância entre os eixos, beixo’ centro de gravidade,
todas largas com grandes pneumáticos, excelente sistema de lubrificação au-
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A sua marcha é da maior confiança, tanto nas tuus das cidades, como .
nas peiores estradas de rodagem c nas subidas não teem rival.
“E, alâm de todas estas vantagens, são extraordinariamente mais baratos |
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Para as províncias acresce mais 100 réis’por aprélho:
Todos os pedidos devem é ser dirigidos a
FRANGISCO. SIMÕES,
236, RUA DOS Rain, 238 —LISBOA
“Agua da Foz da Certá.
A Agua mineros Dudibia! da Fox da Cer tã apresenta uma composição
quimica que a distingue de todas as outras até hoje uzadas na-terapeutisa.
E” empregada com segura vantagem da “Diabetes-— Dispepsias — Gatar-
ros gastricos, putridos ou parasitarios ;—ntas preversões digestivas derivadas
das doenças infeciosas ;—-na convalescença das febres graves; -—nas; atouisa
gastricas dos diabeticos, tuberculoósos, br ighticos, elcy-—no RARE O dos
“expgotados pelos excessos ou privações, etc., etc.
Mostra a analise bateriologica que a Agua da Foz da Ceritã. tal comio
se encontra nas garrafas: iduverser consilerada como, microbicamente
pura não contendo colibacitlo, nem nenhuma das especies-patogentas
que podem existir em aguas. Alem disso, gosa de uma certa acção microbi-
cida. O B. Tifico, Difeterico e Vibrão colerico, em pouco tempo
nella perdem todos a sua vitalidade, outros microbios apresentam: porém. re-
sistencia maior,
A Agua di Foz da Certã não tem gazes livres, é limpida, de sabor jo:
v. mente acido, muito apratiánei quer bebida pura, quer misturada com
o DEPOSITO GERA
RUA DOS FANQUEIROS—84—LISB DA
“TFelefone 2168168