Echo da Beira nº9 19-02-1897

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pum
ERO 9
Soxta-feira 19) de Feverem
CONDIÇO
Anno, 15200 réis.
800 réis. Brazil, anno;
65000 réis.
ES D’ASSIGNATURA |
— Semestre, 600 réis. — Trimestre, |
|
véis Fóra da Sertã aceresce o porte da cobrariça.
avulso, 30 réis. Toda a correspondencia deve ser dirigida.
. j . f o j
ao director do jornal, para Sernache do Bom Jardim. |
R
REDACÇÃO E ADMINLTRAÇÃO |
y
Rua do Valle — CE
Africa, anão, 25000,
Numero |
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|
|
|
|
| é |
– | atÃo É ter
| H Os originaes recebid
E PUBLICAÇÕES
No corpo do jornal, cada linha 100 réis. Annnneios,
da linha 40 réis. Repetições, 20 réia cada linha, An-
nímcios permanentes, preço convencional. Os senhores as-
| sugnantes teem o abatimento de 20 0/0.
os não se devolver,
EXPEDIENTE
A’s pessoas a quem enviamos O
nosso jornal, e que não queiram hon-
par-nos com a sua assignatura, pe-
dimos a fincza de noto devolverem
immediatamente, para o que basta
«Devol-
escrever na mesma einta
vido à redação».
Em caso contrario, e visto que £
‘soas, por indicação d’outras, consi-
deval-as-hemos para todos os efeitos,
| nossos assignantes.
| com a questão e com
mea DE EA DES Dra
Nt BRECHA
Continuamos hoje a série de
nossa folha é enviada a muitas pes-|
artigos ácerca do projectado
melhoramento, que parecia des-
tinado a realisar-se lá para as
| calendas gregas, se nosnão dis-
phzessemos a ar
ponsabilidades.
Está demonstrado
mente, pelos artigos aqui pu-
blicados nos numeros 4, 5 e 6,
que o dispendio com expropri-
ações na abertura da
que vae da Sertã a
“nem mesmo attinge 509000
| yóis, desde que siga pela serra.
“des Pereira, vê-se que
Sobre este ponto, pois, é
inatil insistirmos. Pela carta
dum nosso illustre amigo e as- garios tributam pesadamente |m
signante, O sr. Manuel Fernan-
a talta
muitos
ss
ss
We
dos
deixem de ir visita! mais a mi-
udo as suas terras nataes,
não arcarem com as estupidas
fadigas duma viagem incom-
moda, aborrecida, e porventu-
ra nm tanto ou perigosa.
Mas ha mais. Dizemos
aqui amigos nossos, proprieta-
rios, commerciantes, industri-
nes. etc., naturaes desses sitios
e estabeleei os em Lisboa, taes
como os srs. Firmino Barata,
João Antunes, José Luiz, Mar-
tinho Alves Garcia, José Men-
des, Bernardino Rodrigues, An-
tonio M. Martins, ete., que mui-
tos generos d’essa região gas-
tariam nos seus estabelecimen-
tos em Lisboa, se os meios de
transporte permittissem pol-os
na capital pelos mesmos pre-
cos, ou menor ainda Go que os
que vcem d’outras rigiões mui-
a estrada faz que
tas vezes tanto ou mais distan-| provincia, com a indicação a|
tes. F o consumo d’esses gene-| tinta azul. Isto póde verificar-se | melhoras de s. ex”
ar de frente |se alguem ha que tenl
as res-|nor duvida, basta reparar em no nosso paiz, se podem fazer
que o vinho, a miudo, se está com uma somma tão reduzida.
sobeja-| vendendo na Sertã a 200 réis o Porque se não tem feito? Car-
litro, em relação à
| porque es
réis e em Lis
estrada |100 réis e até por 90 reis, vi-|cam-nos de modo claro e ter-|
Oleiros, nho da Moita, de Santarem, do | minante, citando até nomes, os|
| Cartaxo, de Phoniar, de Álem- |
|quer, ete., vê-se que na Sertã
nossos comprovincianos
itã devia estar a 50 véis, ou,| enganamos.
por
ros não se limitaria atal ou/na repartição dobras públicas.
tal especialidade que não te- Mas temos mais. Pessoas da
mos, mas comprehenderia tu- maxima confiança nos assegu-
do: a batata, o feijão, o grão, ram que ha muitos annos se es-
o muúlho, o trigo, a fava, o azei- ‘tão cobrando impostos a essa
te, o vinho, a aguardente, o pobre gente para a construeção
queijo, Os ovos, etc., etc. Veja da estrada, e que esse dinheiro,
o leitor consciencioso que enor- ja não ter levado algum cami-
mes beneficios de toda a ordem |nho escuro, deve estar na Caixa
nos não acarretaria a abertura Geral dos Depositos. O que de
do mercado de Lisboa para os positivo ha a tal respéito, não o
productos d’esta uberrima re-| sabemos nós, mas havemos de.
gião até hojs tão desunrada! sobel-o, e diremos depois da
Não phantasiamos. São ho- nossa justiça.
mens da sariedade dos que| Consultado um illustre enge-
apontamos que nol-o assegu- nheiro que conhece bem a re-
ram, e que a despeito de todas |gião, sobre o custo da abertura
as dificuldades já por mais/|da estrada em questão, respon-
d’uma vez teem feito a experi- deu-nos que, «sem excesso de
encia, desistindo afinal, porque economia, e cortando inesmo 4 lytos pelas maravilhas das suas
as despezas de transporte so- larga, não póde ir além de vin- | doutrinas, pelo prestigio dos ho-
brecarregam por demais oslte contos de réis». Ora, para mens, on pela fascionação das
preços d’esses productos. Isto quem percebe alguma coisa |sens planos de governo. O seu
vê-se, sente-se, palpa-se. Mas | d’isto, vê claramente que pou-, processo tem sido outro e sem-
a ame- cas estradas Vaquela extensão, | pre o mesmo. Desacreditar os
CARTA DE LISBOA
— À ascensão do poder do par-
tido progressista veiu pôr mais
uma vez em evidencia um phe-
nomeno político, já muito co-
nhecido na nossa teria: o odio
dos republicanos para os mais
bberaes da monarchia, o seu
favor e contemplação para os
que, às idéas mais conserva-
doras, aliam processos indeco-
rosos e hamoralissimos de ad-
ministração.
O pienomeno parece extra-
nho, mas explica-se perfeita-
mente. O partido republicano,
entre nós, nunca creou prose-
a |
ladversarios, enxovalhal-os na
sua honra, fazer campanhas
| chamadas de moralidade e le-
sboa! Sim. tas importantes que temes em var assim o desespero ao ani-
|nosso poder, de pessoas de bas- |mo das multidões. As suas fi-
expli- leiras não se teem povoado de
crentes. mas sim de descrentes
no regimen e nos homens con-
|porquês da coisa. Temos enten- | trarios. Tres quartas partes
‘dido e é possivel que se as coi- | dos sens adeptos não sabem se
sas não levarem breve o camila Republica será boa, se o seu
nho que devem seguir, tenha-| governo será estavel, se os che-
Li
tando na Sertã a 100
boa pelos memos tante respeitabilidade,
| , –
|sae pelo dobro do que em Lis-
‘boa, onde os direitos: alfande-
os uma liquidação de contas. |les da nova seita terão cara-
esse genero. Ora, o que era Alguem terá de soffrer-lhe asjcter é inteligencia para arca-
naturalissimo e justo era que, consequencias que não serão rem com as dificuldades da
3
4
‘decerto muito agradaveis. E o crise. O que sabem.ou antes do
futuro dirá, repetimos, se nos que se convenceram, é que os
| partidos monarchicos são res-
| A” camura da Sertã aos bo ponsaveis plas amarguras do
de provém similhinte e tão | mens de maior influencia d’essa presente, que muitos dos seus
disparatada desproporção? Do | terra, cumpre tomar a iniciativa marechaes se teom illaqueado |
pesado preço dos transportes, | do pedido junto dos poderes pu-‘nas culpas de negociatas des-.
allega o commercio da Sertã, blicos, de parceria com cs de honrosas e apellam portanto
e com razão. |Oleiros. Não esperemaque ou-| para uma mudança de regimen
itros lhes roubem a gloria da como para uma esperanç
iniciativa. À advertencia que indefinida, mas em todo 9 caso
Vahi fica é de amigo. Façam ago-|uma esperança.
ira o gue lhes approuver, É | Semear os elementos de des-
A estrada entre Sertã e Olei- desde Já lhes asseguramos que credito, rebaixar todos os ad-
ros, com bifurcação para Álva- terão um appoio enobme em versarios ao mesmo nivel, es-|
ro não é um melhoramento pe- | Lisboa. í |morecer as qltimas crenças, cia |
‘o trabalho dos propagandistas |
dido agora, já vem de mais|
longe. Ha, como dissemos, cer-, Abilio David | | republicanos entre nós e a esse |
ca de dez unnos que está en-| EE trabalho consagram tudo o que
cetada. O traçado foi já estu-| e possuem de energia e de von-|
dado por um engenheiro com-
petente, que como nós enten-
deu muito bem que ella devia) Tem estado doehte na su
seguir pela serra, e assim se casa da Lonzil este prestigioso | lístico.
acha designada n’um mappa da ebefe politico. E o
“
sa
a
vis
estando o vinho em Lisboa a a
100 réis pos cada litro, na Ser-
quando muito, a 60 réis, D’on- |
o ae
& Y ara,
% «
Vaz Preto itade, visto que o saber e a In-|
|
La
ao
“Do coração as sista é aquelle que palos seus
desejamos
jrocessos de toleranciaç de jus=
Fe
‘telligencia são elementos des-|
onhecidos no seu labor jorna-| a Lisgoa um ar
festa é de alegria. Ouvem-se
omo o partido progres- estalar foguetes por toda a par-
realisam-se- sessões solem=
festivas, vtem-se fachias
os elementos
tem blandícias e carinhos, para
os que, como o epileptico João
Franco, são pelos seus desati-
nos, violencias contradictorias,
e actos de devassidão no poder,
os operarios mais valiosos do.
descredito da monarchia.
Eis a explicação do pheno-
nemo a que me referi. Eis por-
que os republicanos são, por
conveniencia e bom criterio, os
inimigos obrigados dos pro-
gressistas e os auxiliares dos
regeneradores.
*
* %*
Não o digo por faccionismo
politico, mas sim porque repro-
duzo uma verdade que se ou-
ve, que se vê, que se respira
por assim dizer: O novo gabi-
nete entrou acariciado por uma
benevola corrente de sympas
thia e os seus primeiros actos
tem rebustecido d’um modo
consolador essa corrente. A
promoção do dr. Griilherme
Moreira, o decreto da amnistia,
o decreto quebrando algumas
|das armas mais perigosas do
corregedor, e a restauração das
associações commerciaes e in-
dustri
velam arreigados principios li.
beraes e a lealissima revolv-
ção em que está o partido pio-
gressista de cumprir o que pro-
metteu e affiançou no tempo de
consulado anterior. À restaura-
ração das associações vetu d 1
desusado de
te,
mes é
aes, são medidas que res
tiça e de liberdade, melhor po —
de satisfazer o terceiro estado
e como esse partido é o quo
reune ainda hoje, em torno da
sua bandeira,
mais vivos e resistentes da ve-
lha patuleia, os soldados mais
intemeratos da provincia, cuja
firmeza e dedicação resiste a
todos os ostracismos; e como
esse partido finalmente é, pela
solidariedade das suas fileiras,
pelo prestigio do seu chefe o
pela moralidade do seu syste-
ma de governo, o que melhor
póde considerar a monarchia
e conservar-lhe a adhesão das,
classes trabalhadoras, por isso
elle 6 o alvo obrigado dos odios
mais rancorosos dos revolucio-
narios, que, ao contrario, só contrario, só@@@ 1 @@@
CRSHE prestamos ca poe,
das o am 184 F felreito-
semp esm’nisiros dão exem- me pelo honroso inicio do no-|
plos d” ia moralidade adminte-, vo governo e tenho onvIe-
atrativa. Nº esse campo quem ição de que 0 futta-
abriu o caminho foro horn irado, POS, Não safrio-
este adista. que dirige a pasta das |fistão ea pri-
obras publicas. À noticia dos |meiros pa
côrtes que elle determinou, des | E
abusos que corrigiu, Gac Em a
amais favoravel impressão. Os,
ouros ministros seguem-lhe 0, E ag
exemplo, As huminosas missões |
dos officiaes de marinha, «0! inda entr aprova de alto
extecito da fiscalisação do-sello, ajiterio do lastro chefe do gas:
ns despachos illegues, às con-
tenas, dos ultimos tempos, tudo
isso será revisto e emendado,
em desagravo à dignidade go
vermativa ultrajada e 4 precária
situação do paiz, enxovalhado |
com tão criminosos desperdi-
cios.
Mas o acto do governo. Hs
mais conquistou à sympa
publica, foi a declaração termi-,
nante e cathegorica de que o
novo ministerio não. faria di-
ctadura. Preferia acceitar uma
lei prejudicial aos seus interes-
ses partidarios, servir-se de re-
cenceamentos viciados, d’onde
os eleitores progressistas ti-
nha sido excluidos em mass
apelar para os meios Ba
para executar o brio a que se
consagra, do que
wesse regimen odioso de suc-
cessivos golpes de estado, de
violentas e escusadas revolu
ções do poder que «deprimem
o systema parlament: wr, desco-
brem a Corôa e aviltam o po-
der.» Foiisto o que disse e
repetin, nos tempos da eppo-
pição. E isto o que cumpre no
pa pa exemplo de co-
herencia, que alenta as maio-
res esperanças e desperta um
enthusiasmo tão interno, como
já não se suppunha qne podes-
se sentir a opposição adormeci-
da e descrente.
FOLHZETIM
PRÉVOST
MARROM LESCAUT
Trodueção do francez
por
ABIRO DAVID
—— oe
PRENDIRA PARTE
— Ab! ah! aht— fez elle, rindo-se
a bandeiras despregadas — isso é ex-
cellente. Tu es um bello pateta, e
eu gosto de te ver esses sentimen-
tos. E” uma grande pena, meu po-
bre cavalleiro, o fazerte entrar na
ordem de Malta, pois que tens tan-
4a disposição para marido paciente
e commodo.
E ajuntoa a estas palavras mil
gracejna ida mesma fôrca, sobre o
que ello chamava a minha tolice e |
x minha credulidade, Embm, como.
eu ficassé silencioso, reu pae con-,
tinuou dizendo que, segun ndo o cal.
| culo ques podia 5 nor, deste a mi
nha pá: 8, Manon me
tinha arado approximadimente
ums dôze dias.
contimuar,
is
e s 3
iverno,tira-se d
+?
| cmodo como elie
está escolhendo os novos. go-
| a
|vernadores civis, Este cargo ti-
Inha cabido nos ultimos tempos
[no maior
idades e meritos dos
Eos para
atpagido pro
einho e por isso nos numeros dos
la já numeados vesm e nomes
“Omo OS srs. 1). João d’Alar-
Cão, Oliveira Monteiro, dr. Pe-
reira Dias, Alexandre Cabral,
visconde das Mercês, Raposo
do Atas Pina Callado, Ro-
cha Pariz, conde de Villa Real,
e outros de maior valor oral
escolhi
ENS segue O
As
E
a escolha não es-
ia, Dependerá ella decer-
to E indicação do lealissimo e’
vahoso soldado do partido pro-
gressista, que se chama Tava-
res Proença. Mas nos circul
politicos d’agui falla-se com
mais insistencia, nos’Brs: Pran-
cisco V’Albugquerque e dr. João
Pinto. Qualquer dos dois, creio
porem que- possuirá qualida-
des para honrar o seu logar.
Quereria fallar-lhes n’oniros
assumptos extranhos á politica.
Mas a occasião justifica, que
tanto desenvolvesse as consi-
derações referentes a elle e ti-
vesse por isso de excluir du-
tres noticias. Reseval-as-hei
para aproxima carta.
Sa creio que
Te
| tá
-— Porque — accrescentou silo
en sei que partiste de Amiena, em
28 do mez passado; ora nós esta-
mos a 29 do presente: ha onze que |
mr. de B,..me escreveu; anppo-
nho, ou antes, quero admitir que
lhe den sido nrecisos oito dias
para estabelecer um perfeito
nhovimento com a amante; assito, ti-
cando enze e oito do trinta e um
dias que ha desde as a mez até
29do outro, restam dôze, pouco mais
ou menos.
E ao cabo de tudo isto, recome-
caram as gargalhados. Eu ouvia
indo com: um confranigunento, de
coraç ção, que julguei não poder re.
sistir até ao fim d’esta triste come-
dia.
— Fica, pois, sabendo —continn-
ou meu pae— porque o ignoras, que
M. de B… conquistou o coração la
tua priiceta: e elle zomba de mim, | e
pr. tendendo persuadir me que é
| por ur zêlo destrterussado e paro
|me se ervir; que quiz desviarste des
[sa mulher. E” d’um homem tal coma |
elle, que aliás não conheçe, que
preciso esperar santunentos tio no-
ibres. Elle Rene por e!
fumante, que és meu
pise livra!
esc ravelr-
LES. TIVE
Co-
Hs pela tua
das tibs
descredito, pelas qua-/
|
SE essista esse cami- |
e intellectual. Para esse distri-|
| O NOSSO JORNAL
| Como já annencianos no nn-
meio anterior, “o nosso prezad ,
icollega sr Abilio David, que
iaié Aquele numero redigiu
[di ngia este jornal, com supe-
|rior eniterio, deixou a sua di-
| reeção, reduzindo a sua collo-
b ração ‘á parte litteraria de
| Echo da Beira.
Esta resolução não significa
a menor disintelligencia com o
| propriet e ) Leste jornel e não
RO do que o resultado da|
combinação entre 08 dois feita
quando se fundou este jornal,
pois que o sr Abilio David
deseja não se envolver nas
questões politicas jocaes, seja
qual for a sua feição.
| Aquelle novo amigo, livre
todavia, de quaesquer compro-
missos politicos, não abandona-
TU
região, continuando por agora
na publicação dos seus nrtigos
Nú brecha, que tem despertado
grando interesse e que tepre-
sentam o defesa d’uma caúsa
|justissima, por todos os moti-
vos.
Deixou tambein de fazer par-
da redacção d’este jornal o nos-
e amigo e inspirado poeta sr.
Luiz Dias, que, como adminis
trador, prestou ao nosso jor-
nal favotes e zelo que não es-
quecemos:
Ao sr. Dias agradecemos os
favores que sempre nos dispen-
sou, e, Iimentando que ahoti-
vos que: respeitamos o obrigas+
sem a torhar esta resolução,
privando-nos da sua valiosa
conporação, fica-nos a consola-
ção de que não houve a mais
pequena quebra das nossas re-
lações. Como preito à verdade,
devemos ainda dizer que o sr.
Dias nenhuma responsabilida-
de tem pela orientação politica
que ultimamente tem tomado
em que vivias, e fazendo me com-
| prehender que era préciso apode-
|rar-me de tie pôr te em segurança.
| Offereceu se-me mesmo para me
| facilitar os meios dg te apanhar de
| subito; é e tor pela sua direcção e a
da tua propria amante, que teu ir-
mão achou o momento propicio de
te apanhar. Fulicito té “agora; pela
[duração do teu triumpho. Tu sabes
| venser assás rapidamente, calleiro;
*| mas não sabes coniscívar as tuas
conguistag.
Não tive fórças para ouvi? uma
narrativa de que cada palavra me
utravessava o coração. Ergui-nie da
mesa e,-tião tendo dado ainda qua-
tro passop pafa sair da sala, caí sem
sentidos qrendondamente. Cliama-
ram-me á vida prestando-me prom.
ptos sogebrros. Abri os olhos para
derranrar uma torrente de lagrimas,
ts e totantes queixumes; Mou pas,
que sempre me estimou com teran-
ra, empregou toda a sua affeição,
todo o seu amor, para me consolar,
(Em Gscurava-o, nas sem o Ouvir.
| Luncei mem seus pés, agarrei-me
[ava seis joelhos, sapi pliquei. lhe de
à eguidas que me deigusse ira
unhalar rr, M. de Bo, |
izia eu—elte não con-li
ração de Manon, violen-”
lãs
vd
vá a defesa dos interesses d’esta |
xa »,
e a bocea para p” “eferir os mais tr E –
este jornal e que, administran-
do-o, o fez por mero obse quio |
e sem remuneração alzuma.
Por conveniência de mais
regular expedição o Echo da
Beira, Pora ávante, publica-se
ás sextas feiras.
Toda à correspondencia, |
tanto no que diz respeito 4 re-
dacção como o que respeito á
administração, deve ser remet-
tida ao redactor d’este jornal,
‘para Sernache do Bomjardim.|
RR
Confersando…
O nosso presado collega o
Seculo publica no seu numero
de domingo o seguinte tele-
grarinma, cujas noticias tem si-
do transcriptos por outros jor-
haes.
CERTÃ, t.—Catison grande im-
pressão o artigo do «Echo da Bei-
atiribuido ao dr Abilio Mar
gal—Corre o boato de Baima do
Bastos se retira da vida politica,
por tausã do seu estado de saúde.
No numero segtinte publica
outro telegramma, concebido
nos séguintes termos:
CERTA, t.—Com a queda do
governo formou-se aqui uma Cor-
rente de clementos prógressistas.
Não lhe hgam importancia, inas
as eleições o dirão.
Não podenios hoje fazer a
respeito destas noticias algu-
mas consider o que élias de-
mandam, porque nos falta o
tempo e o espaço.
No proximo numero; porém,
conversaremos… visto que
querem conversa.
a po Ops
Vagueia outra vez por S f-
nache unta quadrilha de gati-
nos que nos ultimos dias tem
feito varias proezas:
Na noite de sógunda para
terça feira roubaram 5 btirros
a diversos individuos d’aquella
freguesia.
ton-a; seduziu-á com um attractivo,
ou com veneso; forçou-a talvez bru-
talmente. Manen ama me. Não o sei
bem; tei-aha ameaçado de punhal
na mão, para a cofistranger à abau-
doriar-nie. Que terá elle feito para
me arrebatar uiha tão excaritadora
amarite? Oh! meu Deus! meu Deus!
Será possivel que Munom me tenha
trahido, e que deixasse de amar
me? pe
Como eu falava senipre de voltar
a Paris; e me erguia a todos 0a mo
mentos para Jsso, meu pãe viti bem
que; no cstado do exaltação em que
eu estava, nada seria capaz de de-
ter. Conduziu-me para um quarto
superior, onde deixow dois criados
comigo para me guardarem à vista.
Eu estava fórá de mim. Feria dado
mil vidas, só para esta? um quarto
de Hora em Paris:
Comprehendi que, tendo declara.
do tão abertamente, não mes per
mittriant com facilidade o sair do
quarto, Medi com os olhos & altura
cas janelias. Não vendo renhama
possibilidade de me escapar por es-
ta via; divigiime docemente os
meus criados. Empenhet me por mil
juramentos em faner um diz a sua
fortuna, se elles quizossem consen-
ir na niiuha evasiio.
Vivieute-os, acariciosi os, ame!
E a
N’uma das ultimas noites
tambem uma troupe de selvas
gens que muitos suppõem per-
tencer áqneila quadrilha, o que
nós não accreditamos, damnifi-
caram às grades do jardim dó
st. Antonio Pedro da Silva,
torcendo os varões de ferro é
arrancando uma porta do mes-
mos gradeamento.
Não contentes com esta gra-
cinha, tentaram ainda arrombar
nma tas de Sernache,
Ge vernador exyil
Poúco depóis de ter sahido
ô ultimo nubleró do nosso jor-
nal, recebemos a noticia de que
era resolução definitiva a no-
meação do sr, dr, Francisco
d’Albuguerque para governa=
dor civil d’este districto; resol-
endo-se as dificuldades op-
postas á suá nomeação. Effeoti=
vamente o Diúrio de hontem
publica o decreto da sua no-
mbação.
s ais LS iimbi
Partiú para Alpedrinha 6 nossó
amigo sr: José Joaquim de Brito;
que alli vaé passar alguns dias em
compafibia de sei genro é iósso
amigo dr. Godinho Boavida:
Ta illó temipore
Offerecemos hoje ads nossos
leitores tini capitulo dim in-.
teressânte livro que está sendo
[editado pelo nosso tollega do
Comeio Elvense. uin voltinio de
fitais de 400 paginas em que
este nosso qterido amigo reu-
niú os artigos de bohemia cos
imbrã, que, sob este titulo,
Tirtidade Coelho; escreveu nas
Novidades, piblicando além
d’estes, outros ainda inéditos.
O que hojé publicamos perten«
ce à este Numero.
avei-os; mas ésta tentiva toi imutil.
Perdi então toda a esperança; re-
solvi morrer, e deitei-mo no leito
com o intuito de me suicidar, Passei
a noite é co dia seguinte n’esta situa-
são, Recusei a comida que me leva-
ram no dia immediato. De tarde,
meu pae velu ver-me.
Tevo à bondade de amenisar as
minhas penas com as mais doces
consolações; c ordefiou-me dum
modo tão absoluto que cormesse ál-
guria éoisa, quo hão tive remédio
senão obedecer-lhe:
Passaram se alguns dias, durânte
os quaes nada tômei senão na sud
presença, para lhe obdecer; elle
continuava Sempro a dar-nie as ra-
zões que podiam levar-me pata d
caminho É bom seriso, é a insispis
rarime o despreso; pela infiel Mas
non. E” certo quo eujá a não es-
timavaí e como havia eu de estimar
a nais versatile a mais períida
das creatiiras? Kas a sua imagem;
as suas encatadoras feições que eu
tinha bem gravadas no intiiio do
coração, predominavam sempre:
Posso morrer, dizia eu; e devo mes:
mo siorrer, depuis de tanta vergo-
nha e dor; mas sofreria mil mot=
tes sem poder esquecer à ingratã
Manon.
(Continua):
(Continua):@@@ 1 @@@
«ln dlo tempores..—no tempo
em que eu andava em Coimbra, an-
dava já tambem a estudar Direito
um rapaz chamado Passaro. Eile
não se chamava. Passarg: —«Pessa-
ro», pozemos-lhe nós, porque álém
de ser alegre como um pintasilgo, e
vivo como um pardal, — usava o ca-
bello não sei do que modo, que pa-
recia que lhe punha duas azas na
cabiça, e que a cabeça lhe ja a
voar!
*
«le não se zangava que lhe cha-
massem Passaro, e creio que até
rostava:—e como alcunha que se
ponha em Coimbra, pega como se
fosse visco,—desde uv Camões que
era lá em Coimbra o «Trinca fortes»
até do fallecido Alves da Fonseca,
ehamado o Chato José do Cão, por
andar sempre com um cão e ter o
nariz chato, ou ao outro que por
ter 9ó metade do bigode lhe pegon
à alcunha de «Goder—ninguem lhe
chamava d’outra inaneira: — «O’
Pagsaro isto!»— «O” Passaro, aquillo.
A pontos que o rapaz addicionou
a alcunha ao appellido, como fize- |
ram outros, (o Pirré, por exemplo,
que era pequenino e passou a assi
gnav-se aPirraity)–e não contente
em passar a chamar-se Augusto dos
Santos Pinto Passaro, arranjou não
sei que firma, ou rabisea ao lado do
nome, que: era um passaro d’azas
a levantar vôo!
%
P’rá troca, era o que se chama-
ya um vivo demonio! Piada que elle
atirasse a um caloiro, fazia o effeito
duma ventosa, que repuxava á cara
do pobre quanto sangue tinha no
corpo! E como lhe não falhaya nun:
va à inspiração, € tinha olho para
adivinhar um apelludo», ora o ter-
vor dos novatos e dos calorios, e
não havia ninguem que se batesse
com elle, —4 Porta-Ferrea, nos Ge-
yaes, na rua ou em qualquer café!
%*
Onde chegasse 9 Passaro era ri-
sota pegada; e como a graça d elle
era communicetiva, e ateava á roda
os gargalhadas, novato que lhe ca-
hisse deante, ficava-lhe nas mãos
em carno viva! Mas como era um
«artista» na chalaça, a chalaga nun-
ca lhe sahia pesada, AO contrario do
do que se dava com outros;—e por
isso todos lhe queriam bem, metuin-
do as proprias «victimas». Depois,
era uma graça natural, que pa-
rece que lhe espirrava dos olhos,
dos gestos, das feições, e vinha mo-
dulada n’uma voz que fazia vontade
de a estar a ouvir. – Só encavacou
uma vez Foi quando um novato
que ello troçava, no meio d’uma
roda que lhe fazia côro, lhe disse
com a voz a tremer:
—Qra uinda. bem! Ao menos o
Senhor tem graça!»
Entupiu e foi se embora! Parece
que nunca lhe passara pela cabeça
que tinha graça!
*
Nas assembléas geraes, fuzia as
delicias da Academia. Em vendo
guindada a discussão, d’aquelias
discussões que se armavam no
Theatro Academico, cheias de fogo,
ou mettia um áparte que fazia rir
tudo, e entupia ás vezes c orador,
on pedia a palavra, —porque a Áca
demia, em peso, erguia se em bicos
de pés.
— Fale o Passaro! Tom a pala-
ivra o Passaro! Caluda, que vae fal. |
lar o Passaro!
Na assembleia geral para se tra-
tar do centenario de Pombal, lem-
bro-me que pediu o Passaro a pala-
vra, quando os estudantes de theo-
logia, acaudilhados e de rixa velha,
faziam 4 má cara obstruecionisnio,
para fazer ir a idéia por agua abal-
X0.
—’Tem a palavra o sr. Pinto,
Passaro!
Discurso do Passaro:
-— «Eu é só para isto, sr. Presi-
dente. Para propôr um Padre Nosso
com uma Áve-Maria por alma do
Marquez de Pombal!»
*
Nas aulas era o demonio com elle,
Bilhete que elle escrevesse, em pro-
ga ou em verso, levando em cima 0
«Passe» do estylo, o «Leia e passe»
—era uma cocega pelas bancadas,
—e á tona das cabeças baixas, dos
rapazes que se perdiam de riso, só
aflorava então a cabeça do Passaro
muito serio, fitando o lente que
preleccionava…
*
Ora foi na aula do Chaves, nem
mais nem menos, que o Passaro,
rasgando uma folha em branco da
Novissima Reforma Judiciaria, fez
no 4.º anno o programma das latas,
–o celebre programma das latas
que é hoje rarissimo, —e uma das
peças mais classicas da bohemia de
Coimbra, tão afamado como o aPa-
lito Metricos. Apanhado, o pro-
gramma foi impresso; —e impresso,
uão houvé ninguem que c não com-
prasse no Gia seguinte à Porta-Per-
rea, por um vintem,—pois que de
mais à mais tinha opportunidade: —
as aulas de Direito fecharam-se
n’esse dia, e á noite, como era da
tradicção, a rapasiada tinha de sa-
hir pelas ruas de Coimbra, —n’a-
quella extraordinaria inferneira cha-
mada a atesta das latas», em que
cada um, incluindo os novatos que
n’osse dia ficam «emancipados», e
podem sahir de noite sem protecção
arrasta atraz de ei as latas poude ir
juntando durante o anno, ou as que
comprou na «feira das latasv aos
garotos, que vendem uma banheira
velha por um pataco, «e tres canta-
ros por ur vintem!
Essa é a tremenda noite de Coim-
bra, em que ninguem prega olho,
=—troça aos estudantes das qutras
faculdades, que ainda teem atila no
dia seguinte; –e queluma vez cbri-
gou a fugir não sei que inglez «tou-
riste». que berrava, de mala na
mão, a correr para 0 caminho de
ferro;
— Doidos! doidos! doidos!
*
Mas eis aqui o tal programma
das latas, copiado do exemplar pui-
do que ainda conservo, e que não
daria por dinheiro neihum:
(C ontinua)
E r
Está em Sernache, traba-
lhando no Theatro Bom Jar-
dim uma companhia, sob a di-
recção do ilusionista norte a-
mericanó Mr. «Leco Stanley »
appresentando alguns traba-
lho de—experiencia de plan-
tasia phenomonal-—trasniissão
de pensamento humano-— su-
gestão mental demonstração
anti espiritista e concerto ex-
centrico muzical,
coesa
Tem estado doente n’esta villa a
ex Me sr? D. Mark Henriqueta da
Camara Magalhães que aqui se
achava de visita em casa de seu
cunhado srs dr. Albano Prazão, di-
gno conservador u’esta comarca.
Desejamos o seu completo resta-
belecrmento. oo
O tabellião desta comarca
sr. José dos Santos Coelho Go-
dinho, em folheto ultim! mente
publicado defende-se das aceu-
sações que lhe são feito n’um
folheto tambem ha pouco tem-
po publicado pelos herdeiros
do fallecido dr. Barata Sal-
gueiro, por causa da celebrada
questão que pende nos tribu-
naes,
Agradecemos o exemplar que
nos foi enviado.
—————— —ospogrmea—o
Circumscripção administrativa
e judicial
O «Diario do Governo» publicou
hoje o seguinte decreto sobre os
concelhos supprimidos:
«Tendo a divisão das cireumscri-
pções administrativas e judiciaes,
approvada nos termos das leis de
21 de maio de 1896 e do decreto
de 298 de junho do mesmo anno,
aiscitado diversas reclamações; e
Considerando que, sendo a bem
ordenada divisão ae territorio ele-
mento de importancia capifal para
regular a eflicaz execução dos ser-
viços administrativos e judiciaes, 6
mister proceder n’este assumpto
com a maior circumscripção e se-
guro erterio;
Considerando que as reclamações
dos povos n’esta materia são atten-
diveis, desda qua não sejam direeta-
mente contrariadas pelas condições
topographicas, de população, de
recurso e afinidades das povoações,
nem se opponham á utilidade pu-
lica, que deva preponderar sobre
a conveniencia locais
Considerando, que, portanto, qual-
quer providencia a tal respeito deve
ser precedida de reflectido exume e
apreciação imparcial, que conjun-
ctaments com as informações oM-
viaes habilitem o governo « proce-
der, coino seja mais conformê 4 jus-
tiça e ao interesse publico, dentro
das normas legaes;
Hei por bem
guinte:
Artigo 1.º E fixado o paazo de
trinta cias, a contar da publicação
d’esto decreto, para serem agro-
sentadas ao governo quacsquer
reclamações contra a divisão das
circumseripções aduiuistrativas e
judiciaes, aprovada nos termos das
les de 21 de mio de 1898 e do
decreto de 25 de junho do mesmo
anno, Es
– Art 2º Poderão reclamar nos
termos do artigo anterior as“cama-
vas municipaes e juntas de pai Ot
ou, collestivamente, os cidadj
censcados para os cargos admi
trativos nas circumscrinções
das pelas citados diplomas.)
Art. 5 º—As reclamações que se-
rão restrictas ás cireussenpções
dos corpos administrativos secia
matites, ou em que mostrarem achar-
ae recenseados os cidadã l
doterminar o se-
vivia, que sem d envia
com informação 1
ms o
E Art 4.08
Icommissão, à
ectivos goverhos
. | sagreta-|
| ria de’ estado dos negocios do reino. |
pela-dita secretaria de estado as re-|
|clamações, a que se refere o artigo
anterior, pára que, examinadas e
apreciadas estas, emitta sobre ellas
o ser parecer e indique ao governo
as bases de quaesquer providencias
que, em sua opinião, devem ser
propostas ao poder legislativo.
O presidente do concelho de mi-
nistros, ministro e secretario de es
tado dos negocios do reino e o mi-
nistro e secretario de estado dos
negocios ecelesiasticos e de justiça,
assim o tenham entendido e façam
executar. Paço, em 14 de fevereiro
de 1897,» —REI-—Josê Luciano de
Castro— Francisco Antonio da Veiga
Beirão.
Adrianó Farinha Leitão
Falleceu no dia 14 do corrente
este nosso amigo e sympathico
rapaz.
À sma inesperada e prema-
tura niorte foi muito sentida na
Certã ende o infeliz Adriano
gosava muito boas sympathias.
Paz á sua alma.
——— «ICI —
Prognostico tristissimo
Escrevemos debaixo da mais ex-
tranha impressão, sentindo fraque-
tarem-nos as forças ao traçar estas
Inhas, que são o annuncio de um
extraordmario successo, quo se
avisinha e que vao surprehender
toda a Certã, causando a admiração
e pasmo de uns o desanimo e de-
sespero de outros, emfim, de um
acontecimento que vae prostar mul-
ta gente na mais pungente dor e
enlustar algumas familias d’osta ter-
va.
madas sociaes se sentem abalar por
acontecimentos mais ou menos ex-
spaordinarios, os quaes constituem
à historia d’esses povos. Ilsses factos
ora trasem comsigo as palmas da vi-
ctoria oi a alegria das gentes, ora
arvastam para os abysmos da dor ou
da miseria milhões de almas, deixan
de após si um rasto de sangue e de
lagrimas,
A Certã, a pacata Certã, por cima
da qual pareco que ha muito andar
euvoaçando ave sinistra e agonrei-
ra, vas ser theatro d’ama tragedia
sangrenta cujo acto final arrancará,
da alma dos espectadores, lagrimas
sentidas, aix lancinantes.
O lamentavel suecesso a que nos
referimos não passa boje de um
prognostico, inacreditavel para mur-
vos e ignora lo por todos, mas áma-
nhã será um facto consumado que
have fazer echo em todo o mundo e
que constituirá só por si a pagm:
mais negra e triste da historia d’esta
terra! Ainda nos parece impossivel
que na Certã, n’um tão acanhado
meio, onde a dsvassidão e o crime
não têm probabilidades de «e alas-
trarem como nos grandes centros,
se possa dar uma tragedia d’esta
naturoza que hade ser trajada pelo
sangue de muito infeliz Mas nos
gue vimos os seus ensaios, que pre-
senceámos; cheios de pavor as suas
maquinações, que somos obrigados
à cullar, cromos na reafisação d’es:
prognostico, que nos for confiada
to modo mais extranho que passa-
mos a relatar, E
Hontem, a hora muito adiantada
. 3
aq BOA. quando
toda a Cortã
ras do dir, pas
SITIOS
la, formos
adidos
) at |
Da tempos a tempos todas as ca-
“samp recreação
cio, ao mesmo tempu que nos. ven
davam os olhos. E
– Assim fomos obrigados à cami-
nhbar muito tempo, sem saber pará
onde. Chegados a um sitio, que so-
mos obrigados a calar, o persona-
gem mysterioso que, nos haviá
acompaúhado desvendou-mos | os
olhos e vimos… —Oh! men Deus!
-—não podemos dizer o que vimos!
Ouvimos, então, attonitos e cheio
de susto a narração d’esta tremen-
da tragedia! A” força de horriveis
torturações é terriveis ameaças vis
mo nos obrigados a revellar um se-
gredo que só nós conheciamos, e
assim é que explicamos o motivo da
nossá intervenção em tão mysterio-
so caso. :
Depois obrigaram-me a jurar que
nada cantariamos do que haviamos
presenciado sob pena de morrer-
mos victimas das suas garras, &
vendando-nos novamente os olhos
achavamos ao cabo de alguna mi-
nutos de caminho no mesmo sitio
d’onde haviamos partido paro tão
mysteriosa emprega, a
Nunca diremos nada do que vi-
mos e ouvimos sejam quaes forem
as consequencias que d’ahi resul-
tem porque acima de tudo está à
nossa vida.
| No proximo numero daremos por-
menores.
ANNUNCIOS
LOJA Do POVO
Albano R. M. Ferreira —CERTÃ
Chitas baratas de 80 rs. à vova-
do a 60 réis.
Assucar de 1.º, kilo 280 réis.
Dito de 2.º, 270 réis.
4
Machina photographíca
de graça
Dá-se uma boa machina photo-
graphica 134 18, em bom estado
a quem comprar os Seguintes obje-
etos pelo seu valor:
“1 obtuzador para imstantaneos;
4 pannos de fundo, 4 tinas, 1 lan-
terna para laboratorio, 3 calibres
de vidro, 6 chassis prensas, | cal
mara escura para campo; 3 sappor-
tes para seecar chapas, | almofariz;
»opos graduados, 3 funiz de vi-
dro, 1 machina para trazer debaixo
do colete, À lavador automatica, 1
luvas de borracha, 3 vinhetas é
ainda ontros objectos precisos ao
photographo.
Para mais esclarocimentos, diri-
gi-se a esta redacção.
”
o
dinbrisza Dagor
DE
Papelão nacional
Unica premiada na exposição in”
|dustrial de Lisboa em 1893.
“Cada maço de 15 Ke., contendo.
E a 30 folhas, formato 64 x 80, 900
(réis. e
| Satisfazem-se com ranidez todos
os pedidor, sendo postos em qual-
| quer estação de Lisboa por conta
ita fabrica, quando as encommen-
!
das sejam superiores a cinco mas-
sos, Aceeita-se apara em troca.
«Grandes descontos aos revende-
dores,
t
t
se
do a prompto pagamen-
QD.
rm
tá
dos dirigidos ao!
rica Brito Nos
Aleaniara, 602 AS
:
Aleaniara, 602 AS
:@@@ 1 @@@
GN re cosas. im = , GUiea
LYCEU POYTEGHNICO
C. DO COMBRO = LISBOA — PALACIO DE MURÇA
protessados os seguintes cu sos:
1.º— INSTRUCÇAO PRIMARIA, desde a aula mais infantal.
a nov» reforma; b) curso transijtorio.
3º CURSO COMMERCIAL, protessado em 4 annos.
4º-—Bellas Artes, Gzmnastica, Esgrima, Musica, Pintnra, ete.
dos estatutos, que se fornecom a quem os requisitar.
O director e proprietario
p
«JF J. de Figueredo
FABRICA DE BEBIDAS ALCOOLICAS
e pa y A
DE
ALBERTO DA SILVA & CG
Inventores do afamado licor CANHÃO
Fabrica—40, Bua da Padaria, EE
DEPOSITO GERAL DA FABRICA
Participam ao publico que continuam a ter grande sortimento de
bebidas em todos os generos e para diferentes preços, taes como: gene-
bra, cognac, licores, vinhos do Porto e Mudeira, cremes finos, garrafas
lindamente enfeitadas, de banana, annanaz, ameixa, morango e ginja.
Fazem-se descontos para os srs. revendedores, e em Lisboa, envia:
se qualquer encommenda gratis a casa do freguem Este mesmo estabe
tecimento acaba de mentar uma magnifica fabrica de refrigerantes em
condições vantajosas de forma a poder satisfazer com rapidez qualquer
encommenda que lhe seja feita.
deiduls ds do; ds Gertã
Sum
Approvada pela junta censuliiva de sande puntica e am
ctorisada pelo governo. medalna de praia TAS exposi-)
córs de Lisboa 1992, Anvera 894, Sanini Etienne 1895.
comenreo de Eiygiene Pruxcilas E S9€. Medalra de curdo
diploma de benta. Marsciha é Concureo de Hygiene de
Londres 5896,
Esta agua apresenta uma composição chimiva que a distingue de todas
as aguas minero-medicimaes até hoje empregadas na therapeutica.
Deve as suas principacs propriedades ao «sulfato acido de alumina»,
que no erganismo humanoa ctua como «adsiringente tonico e desinfe-
etante», e assim se explicam os notaveis beneficios que o seu uso produz
specialmente nas doenças de:
ESTOMAGO, GARGANTA, DIABETES, UTERINAS, CBESI-
DADE, ULCERAS, SYPHILIS, DIARBHEA, PURGAÇÕES, EN-
TERITES E NAS INFLAMAÇÕES EM GERAL.
Não tem gazes livres; sabor muito egradavel quer pura quer mistura-
da com vinho.
Aº venda nas principaes pharmacias e drogarias e nos Depositos:—
Porto, rna de Santo Antonio, 49. —Coimbra: Drogaria J. Figueira & O.º
— Figueira: Pharm, Simões d’Oliveira.— Thomar: Pharm. Torres Pinheiro. |
Depcsito geral–Rua des Fanqueiros, 84, 1.º
TD
bESBUA
CENTRO COMMERCIAL
Laboratorio chimico-industrial
de
A. P. Moreira Lobo DE
41, Rua da Piedade, 41 LUIZ DIAS
(a Campo d’Ourique)
LISBOA
a
«a
Comple’o sortimento de
N’este collegio, que é um dos mais bem montados da capital, são
2º- INSTRUCÇÃO SECUNDARIA: a) curso dos lyceus segundo:
Recebem-se alumnos intemmos, semi internos e externos nos termes’
Eb pesa
“mente em laberação, e púde desde
Este estabelecimento tem actual-
já satisfazer todas as encommendas
que lhe sejam feitas da provincia,
dos seguintes productos: GRAXA
QUADRADA (Popular); dita preta,
redonda, (M. Loup) n.º 2: dita n.º 1;
dita de côr, n.º 2: dita n.º 1; dita
para pellca n.º 1 e n.º 2.
PO ISSECTICIDA (M Lonp)
preparado para a destruição dos
ratos, toupeiras e outros aninaes
damninhos. DESINFECTANTE
ASIATICO. TINTA PARA ES-
CREVER, em frascos, ou latas de
17 litros.
ELEXIR DA SIBSRIA para a
cura prompta e radical das frieiras.
Remette-se para a provinei”, franco
de porte, a quem enviar 28) ré:
em estampilhas.
Mais de 20 annos de bom exito!)
zendas de algodão, lã, linho e
seda, mercearia, ferragens €
quinquilherias, chapeus, gua!-
da-chuvas e sombrinhas, len-
ços, papel, garrafões, relogios
de sala, camas de ferro e lava-
torios, iolha de Flandres, esta-
nlo, chumbo, drogas, vidro em
chapa e objectos do mesmo, vi
nho do Porto, licores e cognac;
livros de estudo e litterarios.
tabacos etc.
Preços extraordinariamente
baratos e sem competencia
Agencia da Companhia de
Seguros Portugal.
ia 7, Praça de Commercio, 1 a 7
CERTA
“ECHO DA BEIRA .
FOGOS D’ARTIFÍCIO
QU pyrotechnico David Nunes e,
Silva, da Cent, satisfaz para todos
[os pontos do paiz que quer encom-
menda «de fogos, em todos os gene-
ros, por preços sem competencia.
Apresenta sempre novos e varia
dos trabalhos, d’um efeito surpre-!
hendente, rivalisando com os nre-,
lhores d) estrangeiro. :
Este pyrotechnico, já bastante.
conhemco em Portugal, onde os
| seus trabalhos teem sido admirados,
foi quem forneceu os fogos queima-
des em Lisboa pelo Centenario de
Santo Antonio e em honrar pelo
Ide Gualdim: Paes.
Correspondeacia ‘e pedidos 2o py-
| rothechnico
Darid Nunes e Silva
RETRATOS
Tiram-se em differentes ta-,
manhos desde 500 reis a duzia, |
e nitidez.
Encarega-se de ir tirar pho-
d’este concelho, mediante ajus-
te especial.
Quem pretender dirija-se a
Luiz Dias, Praça do Commer-
cio.—NERTA,
ALFATATERIA ELEGANTE
51, 51 A, 53,55
Rua da Escola Polytechnica
Sortimento celloscal de varinos a
| 45400745600, 78950, 84400, 95200
105500; 125000 até 208000 réis.
Donble-capas, enorme variedade
a 25800, 65800, 75800, BASTO,
115000, 1259000 e 135500 réis.
Sobretudos, grande salão de fa-
zendas a 832600, 55800, 65500,
78500, 88500, 98000, 102000, 125
até208000 réis.
“Capindós para creanças desde =
até D annos a 15800, 28000, 25800,
35500, 45000 e mais preços.
Fatos 4 maruja para trernças de
2 até 10 annos, 25509.
Fato completo a vestir 35900.
Fato completo de cheviote, 45500
Fato completo de casimira, * 00
Fato completo de diagonal, 65500
Fato completo de flancila, 75450
Fato completo de cheviote espe-
cial, 85500
Fato completo de fanella supe
rior, 95800
| Grande e variado sortimento de
| Bengalas e Guarda-chuvas a 000
Fatos das mais finas casimiras,
cheviotes, flanellas e dingonaes a
105000, 128000, 135500 até 305000
Recommendamos a todos os che-
fes de familias economicos que não
comprem noutras casas sem pri
meirg verem as qualidaces dos va-
rincs, sobretudos e tais vestuário
que aqui annunciamos. De todos os
preçop acima expostos temos e em
quantidade, pedimos a fineza de
apresenter este prospecto e por elle
verá da nossa verdade.
ATTENÇÃO
Como temos sido macaqueados
por alguem que pretende imitar
por todas as fórmas a nossa casa
por isso lembramos que reparem
bem na taboleta e procurem sem-
pre na mesma taboleta os numeros
sepumtes:
FOI DLA, 53,55
BRINDE—Uma bonita carteira
para notas a quem cor prar de 53860
róis para cima.
3
: ap (o ma Di
) sos Clemonte
E
garantindo-se a sua perfeição |
tographias a qualquer ponto /
ET PUEBAE
DO
TIA
RUA DO VALLE
ESTEITTA SG GS,
Nesta oficina se fazem todos os trabalhos concernentes &
arte typograpnica, para o que tsm pessoal habilitado, por pre- ão
ços assás rasoaveis.
Acceitam-se encommendas de facturas commerciaes, bi
lhetes de estabelecimentos, memoranduns, participações de ca-
samento, etc., ete.. impressos officiaes e bilhetes de visita, para
o que esta casa possue um grande e variado sortimento de ma-
teriaes que mandou vir expressamente das primeiras casas de
Lisboa.
Garante-se o bom scabamento dos trabalhos, a nitidez e
promptidão.
So
AASDÔRES ps De
Por moio do emprego dos
Elixir, 76 o Pasta dentifricios
Dos
Es,
da ABBADIA da SOULAS (Gironde)
DOZE MAGUBLONNE, Prior
8 BHedalhas de Ouro; Bruxollas1880 — Londres 1884
AS MAIS ELEVADAS RECGOMPENSAS
INVENTADO ) Pelo Prior
NO ARKO iss Pisrto BOURSAUD E
«Quso quotidiano do Blixir Den- ZM
tifricio dos RM. PP. Bonedio- Sa
timos, com nose de aigumas gottas
comagua, prevem e cura a caricdos
dentes, erubranqueceos, fortalecen-
do e tornando as gengivas perfei- À
tamente sadias. É : RS
« Prestâmos Um verdadeiro gere tita
viço, assighalando aos nossos let 4º
“tores este antigo e wilissimo pres
patado, o melhor curativo 8 o.
unico preservativo contra as e
Afrocaõos Contarias. d 7 :
Casa fundarta era 1807 SEGUIR 106 1108, rue Croix-de-Segue
2 agemte Geral: BORDEOS E
Daposito em todas as bdas Perfumerias, Pharmacias e Drogusr’as
em casa de R. Borgeyro, rua do Ouro, 100, 1º
Er
SBYSTHEMA METRICO
E
NOÇÕES DE ARITHEMETICA
POE
ABILIO DAVID e FERNANDO MENDES
Acaba de ser posta á venda a segunda edição d’este ma-.
gnifico compendio. redigido em conformidade com o program»
ma dinstrucção primaria elementar do 1.º e 2.º graus, confor-
me o decreto de 19 de junho de 1886 E’ um livrinho que se
recommenda, não só pela acertada disposição pedagogica, vo=
mo pela extrema clareza das suas definições e pela excessiva
barateza do seu preço.
Bruchado, 80 réis; cartonado, 120-réis.
Todos os pedidos devem ser acompanhados da respectiva
importancia, e dirigidos a À N. GURAREIRO,
Rua Nova da Trindade, 30 — LISBOA
PLFAVATERIA
Trabalhos em todos os generos por artistas de Lisboa.
Garante-se a perfeição e bom acabamento das obras,
FATOS DESDE 48500 REIS
Grande sortimento de fazendas de là.
CENTRO COMMERCIAL nor
Luiz Dias ;
1 a7, Praça do Commercio, 1a 7
CERTÃ
TYPOSRAPHIA- Eua do Valle. —SERPÃ
Ee A TPNAT ENE ge
Editor responavel — ANTONIO DIAS D’OLIVEIRAIO DIAS D’OLIVEIRA