Echo da Beira nº6 28-01-1897

@@@ 1 @@@
“não tem senão
REDACTOR PRINCIPAL —A BILIO DAVID
A’s pessoas a quem enviamos O
“nosso jornal, e que não queiram hon-
rar-nos com a sua assignatura, pe-
dimos a fineza de nolo devolverem
immediatamente, para o que basta
escrever na mesma cinta— «Devol-
vido à redação».
Em caso contrario, e visto que a
nossa folha é enviada a muitas pes-
suas; por indicação d’outras, consi-
deral-as-hemos para todos os efeitos,
nossos assignantes.
0 p=
NA BRECHA
“Temos indicado a largos tra.
cos, ainda que bem accentua-
dos, não só a conveniencia «
abertura da estrada, mas quan-
tô se torna economica u sua
construcção. Diante dos factos
apresentados, só não tê quem
fôr cego de espirito, ou quem
não quizer ver.
Dissemos no nosso ultimo
artigo que o dispendio não iria
além de 40 ou 508000 teis.
Pois estudando melhor a ques-
tão, vimos que nein mesino es-
se dinheiro é preciso, porque
n’uma palavra, não ha expro-
priações a fazer, todo aquele
terrenc por onde deve passar
a estrada, isto é pela serra,
mato bravio.
Não suscederia o mesmo se o
traçado fôsse estabelecido pela
ribeira, porque então teriam de
se construir pontes, aquedu-
ctos, etc.; e haveria mais ou
menos expropriações a fazer, e
tudo isso acarretava um largo
dispendio.
Todas as razões militam em
favor do seguimento da estra-
da pela serra. La iria encçon-
trar depois o seu andamento
natural para Castello Branco.
Ora, posta a questão n’estes
“termos, repetinos, só não vê
quem não quizer ver,
*
* %
O que é profundamente la-
mentavel é que, na immensa
área comprehendida entre a
Sertã e Idanha-a-Nova, tendo
n’este percurso o concelho de
Oleiros a meio caminho, se en-
contrem justamente os povos
wuais atrazados de todo o pais!
CONDIÇÕES D’ASSIGNATURA
“ Anno, 15200 réis. — Semestre, 600 réis, — Trimestre, |
300 réis. Brazil, anno, 65000 réis. Africa, anno,
réis Fóra da Sertã aceresce o porte da cobrança. Numero |
avulso, 30 réis. Correspondencia resp sitante à administra-
ção, dirigida ao administrador d’este jornal, LUIZ DIAS.
EXPEDIENTE
23009,
|
50 kilometros, com uma popu-
lação approximada de 55:000
habitantes. Beneficios inolvida-
veis que devemos á Incuria dos
nossos governos, e tambem em
parte—digamos a verdade—ao
pouco amor proprio d’alguns
filhos dessas terras, que | po-
dendo e devendo ter feito mui-
to, nada teem feito senão em
beneficio proprio.
Felizmente, a poucos se pó-
de applicar a censura—e ain-
da bem—porque muitos são os
que desejam ver prosperar a
terra que os viu nascer. E’
certo que ha e tem havido al-
guns ilustres filhos d’essas ter-
ras, que de braço dado com
governos e mandões locaes,
systematicamente se teem op-
posto á realisação de todos os
melhoramentos que possam
contribuir para a civilisação e
progresso d’esses povos escra-
visados. Mas não é menos cer-
avança lenta, mas inalteravel-
mente, e que passará por ci-
ma de quem a não acompa-
nhar. À celebre phrase de Ca-
múillo Pelletan— Lemonde mo r-
che-—encerra uma grande ver-
dade, que é ao mesmo tempo
uma synthese philosophica.
Ora, está posto em razão que
um dos factores mais eficazes
para o progresso dos povos é
a facilidade de communicação
d’uns para outros, Cortado es-
te meio, temos o isolamento, a
ignorancia, a falta de iniciati-
va, a apathia, emfim.
E” o que se tem observado
até aqui nas terras a que nos
temos referido. Que immensas
vantagens, que somma enorme
de interesses de toda a ordem
não adviriam a estes povos, se
tivessem boas estradas que lhes
facilitassem o contacto para as
transacções commerciaes! Póde
alguem contestar estes factos
com uma unica razão de peso?
Não, sem duvida nenhuma.
Então, porque é que ha mais
de dez annos se começou uma
estrada pura Oleiros, à saída
da Sertã, e ainda se conserva
no mesmo estado?
Dizem-nos aqui documentos
que temos sobre a nossa mesa
de trabalho, que esse facto se
deve á influencia de alguem
que se empenha em que ella
siga, e que d’isso se gaba em
! .
Isto numa área de cérca de publico e raso!
toquea onda do progresso |
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
Rua do Valle— SERTÃ.
– Custa-nos a crer o: facto,
henda neste paiz d’opera co-
mica. Mas se com efeito ha
alguem com influencia bastan-
te para impedir um melhora-
mento d’essa cathegoria, 6 que
tem ainda o desplante de o con-
fessar publicamente, perdeu o
tempo e o feitio, podemos asse-
gurar-lh’o. Está prestes a hora
do ajuste de contas, e malirá a
quem se não apressar a ir ae
encontro dos.factos. |
| O tuturo dirá em breve se
nos enganamos,
Abilio Pavid,
«— omega
Padre Xavier de Mello
Voltou novamente para Timor,
a oceupar o seu logar de superior
das missões portuguezas n’aquella
ilha, este nosso presado amigo e pa-
tricio que entre nós esteve gosando
pouco mais d’um anno de licença,
retemperando sua saude, abalada
por 18 annos conseentivos de tra-
balho n’aquellas inhospitas regiões.
Affavel, insinuante, d’uma since-
ridade captivante, que” por vezes
chegava a ser ingenuidade, creando
em cada conhecido um amigo, O
Padre Kavier deixa-nos a mais vi-
va saudade; elle, que depois de
tantos aunos de serviço á patria e
à religião, poderia alfim descançar
entre os seus, gosando as commo-
didades d’uma vida facil e sem
canceiras e responsabilidades, com-
modidades que eilo só agora conhe-
ceu, porque a sua vida tem sido
sempre uma existencia de trabalho
e dedicação á causa da religião e
da patria, lá partiu de novo para a
Occeania a oceupar o seu elevado
cargo de Vigario Geral das missões
V’aquella formosa e fertil ilha, que
elle, ha menos de dois annos, « dei-
xou pacífica, cultivada e povoada e
que agora vae encontrar devastada
e despovoada por uma guerra mor-
tifera o sem quarteis, em que os
que es:aparam à metralha dos. ca
nhões pereceram | selyaticamente
d’entro das suas povoações incen-
diadas. ge
Hecatombe -norme, como desfor-
ra d’esse grande morticinio
semelhantes na nossa historia, ver
dadeira guerra de exterminio que a
influencia o respeito do Padre Xa-
vier poderia tulves ter evitado!
O sr. Padre Xavier de Mello
concluiu o curso do collegio das
missões em 1876, partindo em no-
vembro desse mesmo anno para
Timor, onde chegou em 1877, sen-
do logo nomeado parocho do Oc-
custi reino encravado nos territorios
hellandezos.
Em 1336 foi nomeado superior e
vigario geral das missões de Timor
como premio dos seus importantes
posto que já nada nos surpre-
sem | sociaes da dar á estam»a, no seu
“debate a questão. E velha, Muitos,
| a
icada lsimha 40 réis.
|nuncios permanentes,
|
||
Os originaes recebi
ge
X
ficiaes porque pelo. seu zelo evan-|
gelico conseguiu que a sua missão
fosse um modelo de virtudes chris-|
tãs, conseguindo até que os povos
confiados ao seu munus parochial|
se approximassem mais da obedien-|
cia às anctoridades portuguezas. |
» Como premio de serviços presta-|
dos á patria foi agraciseo com a
commenda da Conceição, honra que |
elle modestamente recusou, não: se |
livrando ainda assim, de pagar uns |
trezentos mil réis… por não ter
renunciado a tempo.
Amigos e adiniradores do Padre
Xavier, d’aqui lhe enviamos um san-
doso abraço de despedida, desejan-
do-lhe de. todo o coração uma feliz,
visgem e saude para poder prestar
à. religião o á patria o.zelo e tra-
balho com que sempre os tem hon-
rado e servido.
Dm DIE
“, Na correspondencia de Villa
de Rei,gue adeante publicamos,
queixa-se o nosso ilastrado
correspondente das circumstan-
cias desgraçadas a que ficou re-|
duzido aquele antigo concelho, |
por virtude da famosa reforma
do sr. João Franco, annexando
a este aquelle concelho.
Tem razão o nosso corres-
pondente. Bellezas d’aquelle
aborto do reformador e dos po
liticos preponderantes neste
concelho.
Havemos de conversar ainda
detidamente n’este jornal ácerca
d’este caso: não tardará.
Acha muito que o povo de,
Villa de Rei ficasse pagando o|
dobro do que pagava até aqui?
Pois fique sabendo que nós|
pagavamos mais do que o tri-|
plo… com cara alegre! Em
compensação ficaram perten-|
cendo a um concelho muito; fe-|
liz, muito rico e muito bem sor-|
tido… de politicos. |
Ê
a ALIADA mm mama |
Comptabilisme social
É E E
Sob o titulo que encima estas |i-
nhas, acaba o Instituto de sciencias
ultimo fasciculo, as idéias de mr.
Selvay sobre a complicada e eterna
questão da moeda. E para falar a
verdade, os principios alli expostos.
merecem que se lhes consagre ur
pouco de estudo e attenção.
Mr. Seivoy não é o primeiro que
porém, a teem abordado sem exito.
Os socialistas, por exemplo que
não teem ditu senão coisas pyrami-
daes sobre o assumpto. E n’este
numero, claro é que mettemos os
seus pontifices como Karl Marx,
Benoit Malon, etc., ete. |
PUBLICAÇÕES
No corpo do jornal, esda linha 100 réis, Annnncios,
|| siguantes leem o abat
Repetições, 20 réis cada linha. Ans
preço convencional. Os senhores as-
imento de 20 0/0.
dos vão se devolvem.
cialista, que nós saibamos— o caso
agora é diferente. Fez e vino que
muitos outros não fizeram nem vi
ram. Vae até, por vezes, mnita
longe, Temes pena que as dimen,
sões da nossa tolha nos não permií
tam dar um extracto d’algumas da”
mais interessantes passagens da tra
balho de mr. Selvay, porqua esta
mos certos que os leitores haviam”
de aprecial-as como meiecem.
Elle demonstra e prova d’um mo-
do irresistivel, que o papel da mo-
eda é inútil, e que esta nódo’ per-
feitamente ser suppr E a lin-
guagem, as razões de mr. Selvay
são de tal modo persuasivas, que a
gente deixa-se arrastar e conven-
cer!
Demonstrar que a moeda é
perílua, n’esta crise terrivel
nos assoberba, acabar com a velha
questão dos «mono» e dos «bimie-
tallistas», pelo paeifico desar
mento d’uns e d’outros, é a noss
ver é de muitos e anetorisados
iegas d’alêm dos
um serviço à 1
este ponto de vista quo
examinado o problema e as
já applicados em parte na 4
Não se trata aqui senão
PU
27
Dica,
a
Su-
que
? Eri
numanigado
Id
auma
questão deinteresse geral, que não
é nem .catholica, nem socialista,
vem liberal, nem politica, nem col-
lectivista.
E” d’interesse commum da hu-
manidade inteira. E esta questão é
tanto mais interessante, quanto é
certo que não é só actual, mas
principalmente uma questão do fu-
turo.
A brochura de mr. Selvay pare-
ce ter produzido viva impressão no
mundo seientifico, porque d’elia se
| m RR :
[estão oceupando lá fóra os sabios,
1s— economis-
ophos, ete.
tudo – isto,
a] beato
ue. todas
tas, advos
catheg
cados, phil
Veremos o que
NT É
Nós yauos registando.
de
De fe) 8 um
Partiu para Lisboa, devendo
seguir d’aili para Manãos, on-
de, com uma demora de 3 me-,
zes, vae tratar dos seus nego-
cios « nosso amigo Sr. Libanio
l Neo mw
Girão.
até à capital acompanhou-o
seu tio e nosso presado amigo
3r. Eduardo Girão.
– Uma feliz viagem é o que do
coração lhes desejamos.
———— ceaR TE (me
Bibhotheca
Por iniciativa dos srs. Gus-.
tavo Bartholo, Francisco Mou-
ra, e Frmetuoso Pires, vae ser
creada uma bibliotheca annexa
ao Club Certaginenso.
Louvamos a ideia porque.
assim proporciona-se aos socios
“serviços é «segundo es relatorios ot-, Com mr. Selvay—que não é so- mais um méeio de distracção,o de distracção,@@@ 1 @@@
REED ne 4 ja ———
CARTA DE LISBOA
Es |
IV
O funeral do distincto ho-|
“mem de setencia, dr. Arantes,
Pedroso, dignissimo director da |
acl
Escola Medica, foi unia impo-|
n nte manifestação de dôr. O,
| dencias. Limitamo-nos a regis
corpo docente da Escola acom-
panhou o feretro, em eujo cor-
tejo “se encorporou tambem,
além-de grande numero destu-
dantes, a tuna academica. No
cemiterio houve discursos com-
moventes. À memoria inolvida
“vel do illustre finado será um
estimulo para todos que o tive-
ram como collega, professor ou
amigo.
— No proximo mez de feve-
reiro realisa-se aqui um sarau
promovido pela commissão cen-
tral de soceorros ás victimas do
cyclone dos Açores e dos desas-
tres de Espinho.
—Vae ser presente ás ca-
maras o projecto de lei relativo
ao patrocinio gratuito nas cau-
gas em que forem litigantes as
p:ssoas pobres. A medida, que
é de summo alcance, representa
alguma de valor neste oceano
de cosas extraordinarias a que
a justiça preside… sem fazer
uso da vara tradiccional. Assim
o uso da nossa taculdade seja,
cimo se assegura, privativo
d’aquelles a quem a absoluta
falta de meios costuma collocar
nas contingencias terriveis de
perderem as mais justas causas.
— Continua a ser notada com
graves prejuizos publicos, a má
vontade d’alguns senhores re-
vendedores de estampilhas pos-
taes em vendel-as a quem quer
que as pretenda. Muitos dos
taes senhores apenas as vendem
LD dE —
la certos freguézes dos outros | de preço.
certeros, ogtie faz revoltar, vis | Sensação que, entre ;
Icorrido estes, ultimos dias. Os
to que, em taes casos, seria
mais logico e menos earie
chapas-anntincios.
A” direcção “dos correios
iamos inutil a reclamação:
nunca se tomam provi-
as
| porque
tar o facto.
—A opinião tem andado re-
‘mexida com o caso dos empre-
os publicos. O escandalo foi
ando por um jornal demo
cratico,e tem feito estardalhaço
temivel, Descobriu-se, afinal
que havia em Lisboa uma agen-
cia de empregos publicos, e
que eram femeas os interme-
diarios da coisa E” claro que a
justiça poz-se em campo e tem
prendido já bastantes indivi-
duos compromettidos, ao que
parece, na pouca vergonha; en-
tretanto, é de suppôr que as
responsabilidades se apurem…
negativamente e que tudo fique
como se costuma dizer, com 0
quartel general em Abrantes.
Este incidente tem-nos sugge-
rido alguns raciocínios, attenta.
‘a facilidade que sempre honve
em se annnciarem as preten-
ções a empregos victalicios me-
diante determinadas gratifica-
‘ções. Ora, se havia quem an-
nunciasse, não seria por cons-
tar haver quem arranjasse as
colocações officiaes nas condi.
ções dos lucros promettidos?
Ninguem houve até agora que
pensasse nisso; mas, em com-
pensação, todos se admiram
hoje de que se praticassem taes
vergonhas. Embora serodia, a
admiração representa um pros
‘nuncio de moralidade.
— O assucar vae augmenter
ato re- -geueros
| de “como se vê, vão-se tornan-
rar das respectivas fachadas |
T
1
BCHO DA BEIRA
E” a noticia de m: tor
de primeira necessida-
do cada vez mais dificeis d’ob-
ter! E, emquanto as camaras
discutem frivocidades, o com-
mercio vae a seu bello prazer,
jogando com à miseria, como
quem joga, muito socegado da
sua vida, uma partida de Xa-
dreá! Os jornass de grande ti-
raoém falam d’estas ninharias
com à simples necessidade do
noticiario. E assim vemos abrir –
se-nos o abysmo da fome, va-
carosamente, acintosamente,
como catalepticos. Que enor-
mes convulsões nos não reser-
va o futuro!
E Para fechar
A duquezinha tinha-se fe-
chado no boudoir, a cuja porta
trauteava agora com os dedos
um. aviso de presença o mor-
gado Z.
-— E’s tu?
“ —BSou eu.
E ella entreabriu, com um
recato digno das virgens, a
porta do boudoir.
a viu em trajos simples, de
quem está em principios de
toilette, a duquezinha ecompa-
nhou d’uma gargalhada:
—Dez minutos mais, e não
poderia receber-te, meu que-
rido! –
Es Martim Feyo.
RR past
Co alguns artistas da eua tron-
pe, esteve na Certã o sr. D. Juan
Diaz Arelleno, director da Compa-
nhia de Zarzuella que está em Ser-
nache e que pretendia dar alguns
espectaculos n’esta villa.
Nada conseguiu, porém, por folta
de casa.
nós tem.
Quando o morgado entrou e
21 de janeiro.
VILLA DE REL
2 do
—Fincu-se n’esty villa, em
corrente, o facultitivo d
Jho, dr. Francisco José de Monra,
que era nateral d’esta localidade.
Aqui, aomo em Trancoso, Vidi-
gueira e Odemira, onde exerceu 0
seu munus, era considerado como
medico distinsto e abalisado. |
Esta freguezia, que é amais im-
portante do concelho, pela sua area
e população, não póde prescindir
d’um medico, com residencia eficial
n’esta freguezia; e por isso espera
mos que a camara, em cujos mem
bros muito confiamos, pela sua tllus-
tração, remedeie esta falta, pondo
o partido a concurso. |
—E te mez tem sido do duras e
terrivels provações para Os povos
d’este extincto concelho. especial-
mente para a classe agricola. À
contribuição predial duplicou ou do
brou como os chonricos, segundo a
expressão popular, ao eterno Zé pa
‘gante, e os pequenos lavradores,
vendo se a braçoos com a miseria,
luetindo com mil dificuldades, “e
vendo desapparecer por complesto
o arvoredo, cujo rendimento ara
destinado para pagamento das con-
tribuições, desanimam e maldizem à
sun sorte, entregando ao diabo os
bens que possuem, que para elles
são já um fardo pezadissimo.
So tentassemos descrever o qua-
dro de miseria que aflige este po-
| bre povo, tel-o-hiamos de fazer com
| corês tão carregadas, que seriamos
tomados à, conta de choramingas,
pelos que, no conforto e regalo das
“suas fortunas não s2 lembram de
que a maior parte da humanidade
geme é chora. Não phantasiamos,
porque a quadra que atravassanos
é deveras assustadora, e a mizeria
com todo o seu sequito de infortu-
nios alastra-se pelas camadas prole-
tarias, sem ninguem poder prever o
que será-o-dia dámanhã o,
—De duras provações, diziamos
nós, tem sido esta eporha para a
classe pobre. Demonstramolo, O
concelho de Villa de Rei era pe-
queno e pobre, na verdade, mas vi-
via honrada e desafogadamente, não
devendo um real a ninguem. Com a
sua suppressão, mercê d’uma refor-
ma estupida e desordenada, perde-
mos a nossa autonomia municipal, e,
r
por sobre tudo isto, pagames agora
este conce- |de contribuição predial.o dobro do
| que pagavamos quando Villa de Rei
era séde d’um concelho!
não será isto caso para dizer=
ue ave sinistra tem esvoaçado.
E
| mos q
Isobre este malfadado concelho? Pois oa
à ultima hora consta-nos que outra:
ave agoureira pia ali dos lados de
Mação, querendo-nos roubar as po:
voações mais importantes para à
| freguezia de Amendoa. Campram-sê
us fados, e depois… o ajuste de.
contas d’essa orgia desenfreada.
o
(Corrrespondente), .
Depois d’uma pequena estas |
da na ersa da Quintã, regres-
sou á sua casa de Phomar,
acompanhado de s. ex.?* fami-
lia o nosso presado amigo Sr.
Barão d’Alvaiazere.
Que estas visitas se repitam
com mais frequencia é o que
nós sinceramente desejamos, 6
connosco, toda a sociedade
sermachense, onde o Barão
d’Alvaiazers conta nimerosos
amigos e as piais vivas sym-
‘pathias.
éra
mito
E’ no dia 1 do proximo mez
de fevereiro a inauguração do
novo Club Uertaginense, que
romette ser mnito mais con-
corrido que até hoje, já porque
o casa é muiito melhor e mais
bem localisada, já pelos esfor-
cos qué à presente direcção tem
empregado para progresso d’es
ta sociedade, º
Tiveram lugar hontem e an-
te-hontem, como arinuniciâmos
as audiencias geraes, do pri- +
meiro trimestre de 1897, sen- |
do absolvidos ambos os réos.
7
FCLHETIM
PREVOST
MANON LESCAUT
Traducção do francez
por
ABILIO DAVID
— se0——
PRIMEIRA PARTE
Por muito apaixonado que eu es-
tivesse por Manon, ella soube per-
suadir-me qne o não estava menos
por mim. Lramos tão pouco reser-
vados nas nossas carícias, que não
tinhamos paciencia para esperar que
estivessemos sós. Os nossos pusti-
hhões eos nossos hospedeiros olha-
vam-nos admirados; e observei que
estavam surprehendilos de ver duas
crianças da nossa idade que pare-
ciam amar-se até ao furor. Os nos-
sos projectos de ca-amento foram
esquecidos em Saint-Dinis; defran-
dâmos os díveitos da egreja e achá
mo-nos esposos sen ter pensado
nisso, Certamente, sendo eu de
meu natural terno a constante, sen-
tir-me-hia feliz para toda a minha
vida, se Manon me tivesse sido
fiel. Quauto mais eu a conhecia,
mais descobria nella novas qualida-
des anaveis. O seu espinto, “o seu
coração e a sua formosura consti-
tuiam uma cadeia tão forte e tão
a minha felicidade em nunca me
desprender d’ella. Terrivel imudan-
cal O que fez o meu desespero, fez
a minha felicidade. Julgo me o mais
desgraçado de todos os homens, por
esta nesma constancia de que
davia esperar a mais doce ventura,
e as mais completas recompensas
de amor.
Cecupámos uma casa mobilada
em Paris. Dra na rua V…, e, por
infelicidade minha proximo da casa
de M. de B…, célebre, rendeiro
geral. Tres seraanas se passaram,
durante as quaes eu me senti tão
preoceupado com a minha, paixão,
e no pesar que meu pae devia sen-
tir com a minha ausencia. Entre
nenhuma parte na minha conducta,
viviomos serviu para me recordar
ver, e resolvi reconciliar-me, se
“Osse possivel, com men pse. À mi-
nha amante era tão amavel, que eu
zer conhecer o seu tino e o seu me-
recimento; n’uma palavra, lisengea-
va-me de obter d’ell» “a
de a esposar, ainda que
| do, na esperança de o pos
ler sem o
seu consentimento. Communiquei
que pouco pensei na minha familia,
tanto, como a devassidão não tinha,
e Manon se portava com muito re-|
cato, à tranquillidade em que. nós,
pouco a pouco a idéia do meu de-,
não duvnlava que ella lhe egradas-,
se, se eu achasse meio de lhe fre!
este projecto a Manon, e fiz-lhe
encantadora, que eu teria posto toda | conprehender que além dos mofi-,
| vos de amor e do dever, o da ne-|
| cessidade podia nisto entrar para
alguma colsa, porque os nossos fun-
dos sc achavam extremamente al
terados, e eu começava a modificar
‘taveis, Munon resebeu friamente es-
ita preposição. à
| Comtúdo, não sendo as difficul-
“dades que ella oppunha a isin, ba-
‘seadas senão na sua mesma ternu-
“va e no receio de me perder, se
| meu pae não entrasse no nosso de
rignio, depois de conhecer o local
do nosso esconderijo, não tivo a
[menor suspeita do golpe cru:l. que
se preparava para me ferir. A’ ob-
joução da necessidade, ella. respon-
|eu-me que nos restava ain lo com
que viver algumas semanas, e que
“encontraria depois disso recursos
na affeição d’alguas parentes da pro-
visou à sua recusa com curicias tão
ternas e tão apaixonadas, que eu,
que não vivia sendo para ella, é
“que não tinha a minima desconhan-
“ça do seu coração, applandi todas
as suas respostas e todas as suas
resoluções. Deixei-lhe a nossa bolsa
“4 disposição, e o cuidado de pagar
“as nossas despezas ordinarias. Per-
hberdade |
desabusa- |
cebi a breve trecho que a nossa
mesa
Munsa
sra
a E ] sa
taziad Gespezas
eua opinião de que elles eram inesgo-|
vinçia, aos quaes . escreveria. Sua- |
melhor servida, e que,
ensidera-
veis. Como eu não ignorava que
“mos deviam restar umas dôze ou
“quinze pistolas, fiz-lhe notar o meu
«espanto por este augmento. appa-
‘vente da nossa opulencia.
Ella pediu-me, rindo, que esti
vesse socegado.
—Não to prometti eu —disse-me
ella—que acharia recursos?
| Eu amava-a com demasiada sim-
| plicidade para me assustar facilmen-
Vie.
Um dia em que eu saí de tarde,
‘e em que à tinha advertido de que
‘me demoraria mais tempo do que
[o costume, fiquei, surprehendido
quando, 4 volta, me fizeram | espe-
rar dois ou tres minutos à porta.
| Eramos servidos por ama rapariga
| que tinha aproximadamente a nos-
sa idade. Quando esta veiu abrir,
eu perguntei-lhe porque se tinha
[demorado tanto. A rapariga res-
| pondeu me com um ar embaraçado,
quo pão tinha ouvido bater. Eu não
sinha batido senão uma vez; e por
isso, disse lhe:— Mas se não me ou-
viste, porque vieste então abrir?
| Esta pergunta desconcertou a
tanto, que não tendo assás presen-
Í
|
|
|
|
a despirito para responder a ella, |
ç I |
ando-me |
[largou-se a chorar, assegur
que a culpa não fôra sua, e que a
[senhora lhe não deixara abrir a
| porta, até que M. de B… saisse
[pela outra escada que communica-
va com o fgabinete: Fiquei” então
sevturbado que não tive forças para
entrar em casa. Tomei o partido de |
descer, sob o protexto d’um nego-
cio, e ordenei à rapariga que ais
sesse » sua ama que eu voltava
n’um momento, mas que lhe não
deixasse perceber que me tinha fa-
lado de ME deb.
A minha consternação foi tão
grande, que derramei lagrimas ao
descer as escadas, sem saber ainda,
de que sentimento ellas partiam.
Entrei no primeiro café; e, tendo-
me assentado a uma mesa, appoiei
a cabeça entre as mãos, para con- |
siderar o que se passava no meu |
coração. Não me atrevia a recor-
dar-me do que acabava de ouvir.
Queria coustderar o facto uma al- |
lnsão; o duas ou tres vezes estive
prestes a voltar para casa, sem no-
tar que tivesse prestado atteução
Parecia me tãe impossivel que Ma-
non me tivesse tralido, que recea-
va injurial-a com-a simples suspei-
ta. Eu adorava a, seguramente; não
do que as que tinha recebido della; |
porque accusala de menos sincera |
e menos constante do que eu? Que
nar? Havia apenas tres horas que,
ella me havia coberto com as su!
mais ternas caricias e que por sc
turno havia recebido as minhas com |
transporte; não conhecia melhor
meu coração que o delta.
(Continha)s*
lhe tinha daão mais provas d’amor |
vazão teria ella tido para me enga- e: e:@@@ 1 @@@
|
|
|
v
Padre Abreu Freire
Quum adhuc ordirer,
succidit me
Isaias cap. 38.
Morreu Abreu Freire!
Finou-se no dia 21 do cor-
| rente esse apostolo sinecro e
“ves e mais dedicados amigos.
| devotado da religião de Chris-
to, um dos filhos mais queridos
da Certãe um dos nossos maio-
Quem diria que tão cedo a
morte insaciavel e devastadora,
o terrivel Parea viria roubar-
nos para sempre esse ente que-
vido, deixando em nossos pei-
tos um vacuo imprehenchivel,
a mais viva e terna saudade!
Ainda nos parece isto um so-
nho! É
Pobre moço! desditoso amigo!
—Passaste curvado sobre os
livros a quadra mais florida da
tua existencia, e agora, que a
Eoreja contava em ti um dos
seus mais leaes defensores
quando te esperava um futuro
vidente, quando em tua alma
se abrigavam as mais fagueiras
e risonhas esperanças, vem a
morte a sempre horrivel e cruel
morte, chamar-te a st, sem ain-
da teres completado 26 prima-
veras!
Triste e bem triste condição
a da humanidade!
Separaste te pará sempre de
uma mãe extremosa e inconso-
Javel de irmãs estremecidas,
de amigos dedicados, êmfim de
toda à Certã, que tanto te esti-
mava é que hontem prestando
a derradeira homenagem devi-|
do so teu nobre caracter, te
acompanhou á ultima morada,
vertendo lIngrimas, prova elo-
quente da estima e afleição que
te tributava. | é
Mas no meio da acerba dôr
que nos tortura a alma confor-
ta-nos a lembrança de que o
Umnipotente acolhendo-te em
seu amplo templo, saberá pre-
mear as santas doutrinas que
ensinaste na terra, as quaes
como poucos soubeste e fizeste
respeitar.
Descança em paz, desditoso
amigo; e lá na mansão etherea
espera aquelle que, em teste-
munho da afieição que te con-|
sagrava derrama duas lagrimas
de profunda e eterna saudade
sobre a tua santa e querida
Memoria,
Notas biographicas
| Abreu Freire nasceu a 4 de
fevereiro de 1871 e mosreu a
21 de janeiro de 1897, Tinha
portanto 26 annos incompletos.
‘ Suceumbiu apoz pertinaz e
dolorosa, deença, victima de
úma tysica pilmonar, origina-
da das febres, que o atacaram
na ilha de S. Thomé, onde es-
Fava a missionane 0 cs
Abreu Freire vendo-se doen-
th partiu para Portugal bus-
dando no seio dos que lhes
eram caros, nos are
tria, da sua queria Certã, co-
mo elle lhe chamava, o reme-|
dio paia o terrivel mal que ia
minando a existenia.
Por algum tempo ainda ah-
mentámos esperança de que
melhoraria, mas breveniente se
desvaneceram-porgue o viamos
peorar consideravelmente dia a
dia esperando-se já pelo de-
senlace fatal.
De nada valeram os carinhos
e desvellos da sua extremosa
mãe e os cuidados da medicina.
Tudo isso foi inutil para e
arrancar da aduuca garra da
morte, para luctar contra os
decretos da Providencia.
Abreu Freire, celebrou a
sua primeira missa no dia 29
de dezembro de 1894, na ca-
pelia de Nossa Senitora da
Conceição, d’esta villa, onde,
por signal disse missa, pela nl-
tima vez a 20 de setembro ul-
timo. :
Em “3 de março de 1895,
pagando ao Estado a divida
que contraem todos os prosby-
teros educados no Collegio das
Missões Ultramarinas, partiu
para S. Thomé, onde foi mis-
sionar na freguezia de Santa
Maria Magdalena. No curto es-
paço de tempo que ai esteve
conseguiu captar a sympathia
de todos os que o conheciam
como padre e como amigo; por
isso, quando retirou para Por-
tugal foi alvo das mais since-
ras manifestações de estima. E
elle-tudo merecia. +:
Ábren Freire, possuia a al-
ma ataviada dos mais nobres e
elevados sentimentos e era o
“que se chama um bom rapaz
em toda a acepção da palavra.
A Certã orgulhava-se de lhe
ter sido berço, porque elle co-
mo poncos votava á sua patria
um acrisolado amor.
Amava extremamente a fa-
milia, a quem protegia bas-
tante e a sua falta é, por elle,
uma perda irreparavel.
O enterro
A’s 10 horas da manhã do
dia 22, foí o cadaver conduzi-
tagin nse é grande numero de
amigos do finado, Celebraram-
se o: officios do, estylo. .
uma manifestação imponente.
Sobre a sepultura foi collo-
cada uma corôa de flores na-
turues com a dedicatoria se-
guinte: «Os rapazes da Certã
ao seu desditoso conterranco»
o Duas
* 5
Morreu Abreu Freire!
Silencio! Ante a regídez da mor-
te, curvemo-nos revereates e mu
dos, porgite as phrases, mais inspi-
|radas, sentidas e penetrantes, não
[traduzem melhor que essa mudez o
“sentimento de dosgosto, a intima
do 4 Egreja Matriz, Acompa- |
‘nhado pela Philarmonica Cer-
As 2 horas da tarde seguin |
o prestito para o cemiterio. Foi
|
ECHO DA BERRO
da sua pa- | dor, a plangente tristeza qu’ a mor-|
te nos inspira.
| Oh! a morte! é bem tr’s’e quando
|surprehende o caminho dos pri-
|meiros vassos na incerta, agreste e
dura senda da vida, no início da
dolorosa é triste perigrinação atra-
vez do emisphero terrestre, díeste
miserando vale de dores, de soffi-
mentos. de desillusões!
Como 6 triste a palidez da mor-
te, o fenecer da existencia! IE tanto
mais, quando a parca implacavel
vem ceifar uma existencia que era
preciosa, porque representava a es-
erança, o futuro, o pão d’uma fa
milia, de tres pobres mulheres;
quando a negra Atropos, na sua
mpetuosa carreira de. devêstação,
iarrebata um moço na punjança da
vida, no alvorecer da existencia, no
começo d’uma carreira toda civili
sadora o benemerita, conquistada
pelo trabalho. pelo incessante labu-
tar de nove apnos sobre os livros,
sem lhe deixar gosar, sequer, as
primícias da gloria, colher os lou:
ros da missão derivada que a ton-
sura lhe impunha q
Morte prematura! Quantas illu-
sões desfeitas!
Quantas esperanças perdidas!
Quanto trabalho inutilisado!
Quão dura é a realidade! Como
a vida tem provações bem acerbas,
epilogos bem dolorosos!
Infeliz moço! desditose Abreu!
Pobre, sem pae, abindonado ape-
‘nas aos cuidados d’uma pobre mu-
lher, encontrou, todavia, no seu
caminho mão protectora que lhe
jabrin as portas d’uma respeitavel
casa de educação, e ali se internou,
|greança ainda.
Estulou; applicou-se; fez-se ho-
mem. Conclriu o seu curso; eilo
presbyte e lá vão, cheio de crença
e dedicação, pagar a divida sagra-
da contrahida para com o Estado;
cumprir os estatutos da casa, do
Raul Collegio das Missões Ultrama-
rinas, que em promuta dá instrne-
ção ministrada, lhe exigiam que
fesse levar a palavra de Deus, a
luz da civilisação e o amor e rves-
peito á patria portugueza, lá longe
ao continente negro, ás plagas afrl-
canas em que tremula ainda impa
vida a sacrosanta bandeira das’ qui-
nas.
A missão, porem, era pesada, a
tarefa ardua para elle, a quem a
tubuculase corroia já, talvez, os or-
gãos, Mas o nobre levita não tre-
pilou, e, corajoso; digno, julgando-
se cheio de vida e saude, pariu
resignado a cumprir O seu augus
to sacerdocio.
Muitos por lá morrem em pról
da civilisação: Outros voltal, m: e
en regra arruinados, é vem encon-
‘trar na patria, no seio das familias,
inão a feliciciade a que timmm di-
|reito, pobres martyres, mas a mor-
te prematura, gastos pelo clima
d’aquellas paragens, inhospito e in-
grato para O européu.
Foio que suceedeu zo nosso des-
ditoso e mfeliz conterranco, o rev.?
missionario padre Abreu Wreire, a
quem, como amigos e conio certa-
ginenses, lamentamos, e sobre quem
cahiu aos 26 annos d’edade, a pe-
zada lonza, a tampa do frio sepul-
chro, no fundo do qual tombou pa-
ra não mais se levantar, e se nos
escondeu para sempre da vista, a
reduzir-se ao pó, ao nada de que
proviera, a vil materia inanimada e
fria que foi o envolucro humanado
do nosso saudoso amigo, em quan
to que o espirito, esse, vatu, ao
seio do Creador, para junto de
Deus, : K
saudade te acon panha.,,
Adeus! Paz a tua alma,
d M. G.

Infeliz amigo! Intimamente de-
plovamos.r tua morte, eia nossa
LINDA Ea Sta cora
| Tl:eatro Bonjaudím Notes de Loulé
| =
| o Nºeste elegante -theatro de Ser-| assa bastante incomoda
inache deu hontem o primeire es- do. de saude o sr. Joaquim Fis
| pestaculo a companhia de anranela lippe Fretre Pires… «mu,
dirigida pelo sr. D. Juan Disz Arol | —Desejamos-lhe melhoras. . |
leno, levando à sceua as caravelas | — Foi promovido a. coronel
em | acto «Musice classica, Cha- | ; ; AR
tean-Morgau e Salon Eslava». “do exercito d’Afnca Decidental
| O conjuncto do desempenho agra- O tenente, coronel, sr. José de
dou-nos sobre maneira— sem lison | Souza Alves, natural de Vavi-
gea o dizemos—e admirados fica- | ra. ER
que, sem. pompusos reclames, aqui |
apparecesso uma companhia de me |
recimento artistico d’aquella que NºS &
actualmente trabaiha no Theatro,
Bomjardim. CRS
“O desempenho excedeu, pois, à
nossa espectativa, principalmente |
na «Musica classica» que, de todas
as zarzuelas, foi a mais bem canta-
da e a mais bem representada: muita
afinação, boas vozes e boa dieção.
Hnrique Espinosa é um bom actor
quer cantando quer representando,
mostrando variadas aptidões desde
o grave centro da «Musica classica»
até ao desenvolto toureiro do «Sa-
‘lon-Eslava». Tem uma voz muito sã
je muito agradavel, Cabem-lhe as
honras da noite compartilhadas pela
sr.* Mathilde Galimer, que tanabem
ouvia fartas e merecidas palmas,
principalmente na «Musica classica»,
No «Chateau-Margau represen-
tou melhor do que cantou, chegan-
do mesmo a perder-se, na valsa, se
bem nos recordamos.
Pena é que a companhia tenha
qne representar ao som d’aquelle
realejo, muito proprio para acom-
»—Fez no dia 15. nove-an:
Sociedade Cooperativa
, ?
d’Instrucção e Recreio Popular,
d’esta villa. a
—A Sociedade Philarmoni-
ca.u velha desta villa, come-
çou a denominar-se Marçal Pa
checo.
fe PC.
cai A —
Agradecimento ..
| Angelina do Patrocinio “e
suas filhas Senhorinha do Pas
trocinio e IGmilia das Mercês,
agradecem extremamente reco-
nhecidas a todas as pessoas
que se dignaram acompanhar
4 sua ultima morada o seu
muito, chovado e querido filho
e irmão Abreu Freire.
Preços do mercado
Carnes
E ições nº CO o sã ] :
panhar lições nas funeções da se Porco, 15 killos….. 3:200
mana santa: aqu llo é insupportavel, V RE á
servindo apenas, e em todo é caso, |: SOC ae os A en rr 6:150
para nos mostrar que o sr. D.| Chibato » Did Na lo ae ão 1:950
Juan Arellino é um excelente to- sia
E SPSa Farinha
cador e um artista de muito bom | “ir Co S j
gosto, pois que d’aquelle instrumento rod Lo pad rc ue OO)
ingrato, improprio pra tal fim e Centeio » E ROO
atravez de tanta escabrosidade pou- | Milho S ee dO
de fazer alguma coisa, não diremos pet
agradavel, mas muito toleravel. Bom | … Vinho ; Ê
seria recita i a ENE
seria que nas recitas seguintemesta 90) ] daterra …… 1000
«ronca podesse ser substituida. APR DE GRE CEA GS O :
po ida Beja e = 10500
A casa estava menos de meia,
mas é de esperar que a consorren-
cia augmente nas reeitas seguintes:
são esses 08 nossos votos, e a nossa So :
recommendação ao publico, que, ao | «Na secção respectiva, annuncia o
mesmo tempo que pas-a noites agra- | nosso distincto amigo e conhecido
daveis e se diverte, portege artis- industrial de Lisboa, o sr. Pedro.
tas dignos disso, e E | | Soares de Brito Nogucira, a sua ta-
Hoje quinta feira há novo espa- | brica de papelão. nacional, uma das
etaculo com as zarzuellas «Salsa de primeiras, senão a primeira, no
Aniceta, Les Baturros e Toros de | paiz. Chamamos para esse annuncio
puntas. a attenção dos leitores interessados,
Lembramos à companhia a con: | porque realmente a fabrica do sr.
veniengia de priacipiar o: especta- Brito Nogueira offerece. vantagens
culo mais cedo, tornando-o menos | de todo o genero : como: nenhuma
fatigante e a necessidade de melhor | outra: Gesde a perfeição e bem aca-,
iluminar o theatro, principalmente |bado dos seus., productos até aos;
a ribalta que parecia iluminada por| preços que são os mais rasoaveis
lamparinas, é 4 (possivel… ERA à ces
| Os preços da casa, annudeiados | . Aprova do que afirmamos: está
[tambem pela companhia, não eram na somma enorme de pedidos, quo
os que se cobravam no bilheteiro e| todos os dias afiluem ao essriptorio,
nenhuma razão haveria para estabe-| d’aquelle; nosgo amigo, e.que nós
lecer preços extraordinarios. | [temos tido ensejo de observar «de
No espetaculo de: hontem, – pila | visu» a RR :
primeira vez n’aquelle theatro, fui; Brito Nogueira nãv se poupa à
permittido fimarse na platéa, o esforços e a despezas para tornar 4
“que é um a“tso, alem de incommo- |sua tabrica um, estabelecimento de.
do, perigoso. Na galeria respirava-| primeira ordem. Ainda;ha bem pou-,
se uma athemospbera imsuportavel | cos, dias teve a amabilidade. de nos,
e irritante viciada principalmente | cunvidar-a. visitar. &; fabrica. para;
pelos espectadores, da geral que fu- | nos mostrar, as ultimas machinas,
mavam umas enormes «tochas» fei-| que mandou vir dircotamente . de;
tas do mais genuino matrafão do’ Paris, é que vimos funccionar. com
contrabando, ; uma precisão e rapidez. admiraveis.:
Bom era que este abuso se não| , Em resumo, podemos. assegurar,
| permitta nas, observando o costu-| aos leitores, que es productos: da,
|me da casi e cnmprindo os regula- fabrica do,sr. Brito Nogueira nada,
|mento» de, policia, que probibam. ficam devendo aos seus similares do
1350. por motivos de, facil ccompre-. estrangeiro… cs dg o E
hensão; e, para commodidade, dos, Isto lhe bastava .para titulo : de.
socios do club seria «conveniente, recomendação, se-os preços redu–
fisniquear-se lhes a sala de jogo, zidos por que se vendem não. «estia
abrindo nos intervallos a porta qua vessem indicando ao sonsumidor
do theatro lhe dá myresso. “preferencia,
E o EE
Fabrica de Papelãoão@@@ 1 @@@
oz
ANNUNCIO >
DE
|
ALMANACH AUXILIAR |
| LUIZ DIAS
PARA 1397 € |
Completo sortimento de fa-
É E E A “
zendas de algodão, Jã, linho e
seda, mercearia, ferragens e
uoel Caetano da Silva. quinquilherias, chapeus, guar-
E um livro de 416 paginas mui- da-ehuvas e sombrinhas, len-
to util e custa à imeigniiicante quan ‘cos, papel, carrafões, relogios
1a de 140 reis. TE Jay
de sala, camas de ferro e lava-
Insere, alem das tabellas do cos: | Ê a é
|torios, iolha de Flandres, eata-
tume, uma descripção illusivada de | Ê
Coimbra, varios apontamentos his- nho, chumbo, drogas, vidro em
toricos e 36D paginas em branco | chapa e ebjectos do mesmo, vi-
Ea aa dana nho do Porto, licores e cognac;
;m todas rarias € |): J. .
da E es uvros de estudo € litterarios,
na Certã na joja do cepositario, f
e 143 31 a af
João da Silva Carvalho. tadacos e16. Rca
Preços extraordinariamente
baratos e sem competencia
Agencia da Companhia de
Seguros Portugal.
Começou este -anno a publiear-se
em Coimbra.este novo aimanach,
propriedade da conhecida casa Ma:
“Laboratorio chimico-industrial|
de
4. P. Moreira Lobo 1a 7, Praça do Commercio, La 1
CERTÃ
RR a eta E ” E
gsbriesa Dagor
| DE
Este estabelecimento tem actual-|
mente em laberação, e póde desde |
já satisfazer todas as encommendas
que lhe sejam feitas da provincia,
dos seguintes productos; GRAXA
QUADRADA (Popular); dita preta,
redonda, (M. Lonp) n.º 2; dita n.º 1;|
dita de côr, n.º 2; dita n.º 1; dita
para pellica n.º 1 e n.º 2.
PÓ INSEOCTICIDA (M Loup)
41, Rua da Piedade, 41
(a Campo d’Ourique) |
LISBOA
Papelão nacional
Unica premiada na exposição in-
dustrial de Lisboa em 1893.
Cada maçe de 15 Kg., contendo
8 a 80 folhas, formato 64 x 80, 900
réis. — e
Satisfazem-se com rapidez todos
os pedidos, sendo postos em qual:
CENTRO COMMENCIAL| FOGOS D’ARTIFICIO |
cio — CERTA.
preparado para a destruição dos
ratos, toupeiras e outros animaes
damninhos. DESINFECTANTE
ASIATICO. TINTA PARA ES-
quer estação de Lisboa por conta
da fabrica, quando as encommen-
das sejam superiores a cinco mas
sos. Aceeita-se apara em troca.
37 htros. a A o ao
ELEXIR DA SIBERIA para a] ores, sendo a prompto peg
Or.
E , a fre sandes : PTI aro Ri
cura prompta e radical das fviciras. | Todos cs ped dos dirigidos ao |
im se para a provincia, franco | escriptorio da fabrica—Brito No-
» porte, a quem enviar 280 réis | cueira.— Rua d’Alcantara, 62 A.
|
em estampilhas. |
Mais de 20 anpos de bom exito!) LISBOA
Sama, Meidela da dog da Gerkh
Apprevada pela jumia con-gulitva de saude puélica e
austorianda prie governo. Premiada com R perdakna de pra-
ta nas exposições poringpueza de RB, ds Anvers de 85898,
Saint Wsicone de 1845, diploma de honra Narselha de 1596,
Concurso de Hygicre Bruxeilas 1896.
Esta agua apresenta uma composição chimiva que a distingue de todas
as aguas minero-mediemaes até hoje empregadas na iherapeutica.
Deve as suas principaes propriedades ao asulfato acido de alumina»,
que no organismo hunianoa ctua como jadstringente tonico e desinfe-
ctante», é assim 26 explicam os notáveis Denchcios que-o seu uso produz
especialmente nas doenças de: Estomago, Garganto, Diabetes, Uterinas.
£
Obesidade, Uleeras, Syphilis. Diarrhêa, Purgações, Gastro-intestinal e nas |
Infammações em geral.
Não tem gazes livres; sabor muito agradavel quer pura quer mistura
da com vinho. A? venda nas principaes pharmacias e drogarias e ,no
Depositos:—Porto, rna de Santo Antonio, 49, – Coimbra: Drogaria d
Figueira & (.º-—Figneira: Pharm. Simões d’Oliveira. — Tb: mar: Pherm.
Torres Pinheiro. — Deposito geral: Rua dos Fanqneiros, Sá, 1.º; Lisbça.
FABRICA DE BEBIDAS ALCOOLICAS
BLBERTO DA SILVA & C
Inventores de afamado licor CANHÃO
Fabrica—40, Rua da Padaria, 48
DEPOSITO GERAL DA -FABRIC/
Participam ao publico que continuam a ter grande sortimento de
bebidas em todos os generos e para differentes preços, taes como: gene-
bra, cognac, licores, vinvos do Porto e Mudeira, cremes finos, garrafas
lindamente enfeitadas, de banana, annanaz, ameixa, morango e ginja.
Fazem-se descontos para os srs. revendedures, e em Lisboa, envia —
se qualquer en zommenda gratis a casa do freguez Hate mesmo estabe-
fecimento acaba de mentar uma magnífica labrica de refrigerantes eu
condições vantajosas de forma a poder satisfazer com rapidez qualque
encommnenda que lho seja feite,
RD Ra nfS Rs sen pal ia 2AS0O,.- 68300,
CREVER, em frascos, ou latas de| «Grandes descontos aos revende-| 115000; 125000 e 155500 réis.
QU pyrotechnico David Nunes e |
Silva, da Certã, satisfaz para todos |
os pontos do paiz que lquer encom-|
menda de fogos, em todos os gene: |
roa, per preços sem competencia. |
Apresenta sempre novos e varia-|
dos trabalhos, d’um efieito surpre-,
hendente, rivalisando com os me- |
ilhores do estrangeiro.
Este pyrotechnico, já bastante |
conhecido em Portngal, onde os
seus trabalhos teem sido admirados |
foi qnem torneceu os fogos queima-,
dos em Lisboa pelo Centenario de |
Santo Antonio e em Themar pelo,
de Gusfim Paes. |
3 RR amd, E ê T e] 5 s aa
Corsespondencia e pedidos ao py- Jhetes de estabelecimentos, memoranduns, parti
rothechnico
Doxid Nunes e Silva
“RETRATOS
Tiram-se em diferentes ta-
manhos desde 800 reis a duzia,
garantindo-se a sua perfeição
e nitidez.
Encarega-se de ir tirar pho-
tographias a qualquer ponto
d’este concelho, mediante ajus-
te especial.
Quem pretender dirija-se a
Luiz Dias, Praça do Commer-
ALFAYATERIA ELEGANTE
di, 51 A, 53, 55
Rua da Escola Polytechnica
Sortimento collossal de varinos a
45400, 65600, 75950, 85400, 95200
105500; 126000 até 205000 16is.
Double-capas, enorme variedade
TASDO,
Sobretudos, grande salão de fa-
zendas a 25600, DAS00, 65500,
75500, 89500, 95000, 1050C0, 128
até 205800) réis. |
o
Capindós para creanças desde 2|
até 5 annos à 14800, 25500, 25800,
25500; 45000 e mais preços.
Fatos á maruja parva ereenças de,
2 até 10 annos, 25509,
Fato completo a vestir 35500.
Fato completo de cheviote, 45500
Fat» completo de casimira, 55800
Fato completo de diagonal, 65800
Fato completo de flanella, 75450
Fato completo de cheviote espe-
cial, 29300
Fato completo de flanella supe
etor, 98800
Grande e variado sortimento de
Bengutas e Guarda-chuvas a 900
Fase das mais finas casimiras,
105000, 125000, 132500 até 305000
Recommendamos a todos os che-
(es de familias economicos que não
“omprem noutras casas sem pri-
| samento. ete., ete.. impressos officiaes e bi!
‘o que esta casa possue tm grande e var
“ lteriaes que mandou vir expressamente das primei:
| Lisboa. é
apo”
95700,
beviotes, – flanellas e diagonaes a,
netro verem as qualidades des va-
rinos, sobretudos e tnais vestuario |
que aqui annunciamos. De todos os
preços acima expostos temos e em |
q ‘antidade, pedimos a fineza de |
ap “entarieste prospecto e por elie,
ver. da nossa verdade. Feel
ATTENÇÃO |
“Como temos sido macagneados
mor alguem que pretende imitar
»or todas as fórmas a nossa casa
or isso lembramos que reparem
em na taboleta e procurem sem-
pre na mesma taboleta os numeros |
eguintes:
Dk 51 A; 58, DD
“BRINDE —Uma bonita carteira
sara notas a quem comprar de 55800,
éis para cima. |
José Clemente
dE
1!
Nesta afficina se fazem todos os traba
arte typogrtapnica, para o que tsm- pessoal tiabilitado,
ços assás rasoaveis.
Acceitam-se enconmendas de fachiras conim
E: – E
! te visma, para
Á
E
mento qedma-
E
as casas de
a nitidez e
alhos
3a
Garante-se o bom scabamento dos tra
promptidão.
Ao :
IS DORES E
pais Por melo do emprego DE BE ae EE
Elixir, P6 o Pasto dontifricios Fes 7 É
RR. PP, BEMEDICTINOSE
da ABBADIA de SOULAC (Gironde)
DOM MAGUELONNE, Prior Es
B Medalhas de Ouro: Bruxollas 180 — Londres 186% E
Ag MAIS ELEVADAS REGOMPENSAS
INVENTADO so 2 Felo Prior
NO ARKO [7] Plorro BOURSAU
« Ougo quotidiano do Elzir Den ;
tifricio dos RE. FP. Benedio-
tinos, com dose de aigumas gottas
“com agua, prevem e cura a carisdos
dentes, embranqueceos, fortalecen-
do e tornando as gengivas perfei-
tamente sadias.
« Prestâmos um verdadeiro sore Gt
viço, assignalando aos nossos lei- ;
tores este antigo e utilissimo pre
parado, o meiior curativo € o
unico preservativo Conira as
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NOÇÕES DE ARITHEME TICA
POR
ABILIO DAVID o FERNANDO ME: DES
Acaba de ser posta 4 venda a segunda edição d’este ma-
enifico compendio. redigido em conformidade com o progtam-
ma d’instrucção primaria elementar do 1.º e 2.º
me o decreto de 19 de junho de 159
recommenda, não só pela acertada d
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graus, conior-
Herinho que se
pi
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imo pela extrema clareza das suas definições e pela excessiva
barateza do sem. preço.
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