Echo da Beira nº5 21-01-1897

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FUMERO 5
CONDIÇÕES D’ASSIGNATURA
– Amro, 19200 réis. — Semestre, 600 réis. — Trimestre.
300 réis. Brazil, anno, 69000 réis. Africa, anno; 28090.
réis Fóra da Sertã aceresce o porte da cobrança. Numero |
avulso, 30 réis. Correspondencia respeitante 4 administra |
ção, dirigida ao administrador d’este jornal, LUIZ DIAS.
REDACTOR PRINCIPAL
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
ia do Valle-— SERTÃ
Er) AE
— ABILIO DAVID
a
| E Ê
|cada lginha 40 réis.
| nuncios permanentes,
ANNO |
eee e
| – PUBLICAÇÕES | “a
No corpo do jernal, cada linha 100 réis, Annnncios,
Repetições, 20 réis eada, linha. Ar=
preço convencional. Os senhores as-
| signantes teem o abatimento de. 20 Mo
Os originaes recebidos não se devolyero.
EXPEDIENTE
A’s pessoas a quem enviamos 0
nosso jornal, e que não queiram hon-
rar-nos com a sua assignatura, pe-
dimos a fineza de nol.o devolverem
immediatamente, para 0 que basta
escrever na mesma cinta— «Devol-
vido 4 redação».
Em caso contrario, e visto que a
nossa folha é enviada a muitas pes-
soas, por indicação d’outras, consi-
deral-as-hemos para todos os effeitos,
nossos assignantes,
cam =
“NA BRECHA
O nosso artigo de fundo, do
numero passado, tem produzi-
do viva impressão no espirito
da colonia d’Alvaro, Oleiros,
Madeirá, ete., residente em Lis-
boa, que se me dirige em ter-
mos taes de felicitação que não
posso attribuir senão á sua
muita benevolencia e ao extremo
desejo quetcem de ver realisado
bocado de esforço
um tão grande melhoramento. |
Porque, francamente, nem os,
meus meritos–sealgunstenho-.
merecem phrases de tanto lou-,
vor nem o prestigio da minha
humilde penpa é tal que baste
para à conquista pretendida.
O que eu posso Assegurar des-
de já, a todos esses cavalheiros
que se me dirigem, e que me
offerecem enthusiasticamente o
geti valioso concurso e digo va-:
lioso, porque são qiasi todos,
commerciantes, industries &
hegociantes—é que podem con-
tar com o auxilio da núanha fra-
ca penna para o fim que pre-
tendem, e com a cooperação da
iminhá palavra, insignificante,
mas quente pela fé e pelo en-
thusiasmo, se ellã tambem fôr
presa a.
E posto isto cumpre-me
agradecer, penhorado, as vivas
inanifestações de sympathia de
fue tenho sido alvo, mas que
hão mereço, porque no desem-
penho da minha missão de jor-
nalista, cumpro apenas um de-
ter sagrado é inalienavel.
Entremos no assumpto:.
Pelo ártigo anterior, viram
és nossos leitores erm breves
traços qual a importância e
Magnitude do melhoramento
proclamado é a facilidade de,
SPecução que oflerece; com mu!
va? Não falemos agorr de Pe-
e boa von-
tade de todos.
Mas vamos por partes. À
questão é momentosa e impor-
tante, e exige por isso ser tra-
tada com reflexão. Não valem
aquias phrases de rethorica
nem os periodos retumbantes.
Vale sim a argumentação cer-
rada, a demonstração e a pro-
va que esmagam; em resumo,
o que o nosso grande mestre e
amige, dr. Theophilo Braga,
nos dizia no Curso Superior
de Lettras: «O maior numero
de idéias, no menor numero de
palavras.»
No itinerario que a estrada
deve seguir, ha divergencias
que facilmente podem desap-
parecer, desde que se olhar
com animo sereno e frio o lado
pratico e positivo da questão.
Querem uns que a estrada
siga pela serra, directamente
para Oleiros, bifurcando-se de-
pois para Alvaro; querem ou-
tros que ella siga pela ribeira.
Para quem conhece a topogra-
graphia da região que a estra-
da deve correr, vêlogo a gran-
de conveniencia do primeiro
plano, isto é, pela serra, bifur-
cando-se ahi para Oleiros e
Alvaro. D’este modo, auxilia
muitos casaes, aos quaes pres-
ta enormes serviços, que seria
prolixo enumerar aqui: faculta
a condução para o mercado de
muitos productos agricolas, o
que não succede agora pelas
difficuldades de transporte.
Além d’isso, levando a estrada,
este traçado, facilita muito aos
conterraneos d’aquelles sitios,
residentes em Lisboa, o irem
visitar as suas terras. Isto,
como se sabe, deixa sempre in-
têresse, porque é dinheiro que
por lá fica. E a muitos temos
nós ouvido que só de se lem-,
brarem que não lia uma estra-
da da Surtã para Oleiros e Al-
váro, os fazem hesitar, e mui-
tas vezes desistir de jrem vi-
sitar mais a miudo as suas ter-
ras nataess E em Lisboa é
grande, é enorme a colonia
desses sitios. .
Querem os leitores uma pro-
drogam Pequeno, Sernache, da
Sertã, etc., porque , demais é
sabido que é para Lisboa que
mandam .a maioria dos seus fi-
lhos: referimo-nos aos povos,
aUaa o AAA Sa NBr TO E l
qdie ficam entre Sertã, Alvaro:
e Oleiros: só de dois lugares
pequenos— Quartos de lá, e
—Quartos de cá—um dos
quaes tem apenas, se me não
engana a memoria, oito fogos,
só desses dois lugares conhece
o auctor d’estas linhas, trinta
pessoas que residem em Lis-
bou!
Parece tabuloso, mas é ver-
dadeiro. Estabeleça-se agora
uma média por metade. isto é,
apenas de quinze pessoas na
mesma proporção de fogos, re-
ferente j idas essas erra, e
ver-se-ha que é grande a colo-
nia d’esses sitios, que vive em
Lisboa. De tudo isto ainda,
supponha o leitor que só dez
por cento visitam annualmente
as suas terras nataes. Pois ain-
da assim, quero dizer, dada
uma reducção destas, é consi-
deravel o numero de pessoas
que todos os annos vae de
Lisboa passar algumas sema-
nas ás suas respectivas terras.
Continuando de dedução em
dedução, podiamos ainda esta-
belecer uma média assás pe-
lintra, addmittindo que cada
um desses individuos deixava
lá apenas uns 128000—o que
está longe da verdade—e ve-
riamos no fim de contas a ci-
fra consideravel de dinheiro
que por ahi ficava!
Ora, se outras razões d’ore
dem muito superior não esti-
vessem militando em favor da
abertura da estrada, bastava a
que expuzemos, para não ha-
ver um momento de hesitação.
Não resta, pois, duvida sobre.
as vantagens de toda à ordem
que adveem da abertura d’essa
via de communicação. E por
uma coincidencia feliz, ainda
n’este caso desapparecem duas
das maiores diiiiculdades que
podiam surgir, para a realisa-
ção d’esta obra. E veem a ser
o dispendio com expropriações
e o accidentado do terreno.
Nenhum d’esses obices vem
embaraçar a empreza; porque
nem ka expropriações a. fazer,
a não ser por acaso algum cas-
tanheiro, alguma pequena tira
de terra. ou coisa assim. E tu-
do isso, segundo calculos muito
approximados da verdade, que
fizemos com documentos á
vista, e auxiliados por cavalhei-
Ns iu a 6 ação Troy ARE RR RAE RA la a dd
ros distinctos, naturaes d’essas
poste é ME ssh Reed: ) o)
terras. e por isso mesmo CO-
nhecedores perfeitos da topo-
graphia do local, o mais que
se poderia dispender em ex-
propriações na abertura d’essa
estrada, seriam uns 40 a
508000 réis. Gomo se vê, uma
quantia d’estas, o dobro que
fôsse, era uma miseria em que
nem valia a pena gastar duas
palavras de discussão, attenta
a alta importancia do melho-
ramento reclamado.
No proximo numero conti-
nuaremos. Edo :
Abilio David,
OLE aa E
Dr. Abilio Marçal
De regresso d’Elvas, esteve
de passagem em Lisboa, com
sua ex”* esposa, tendo logo de
partir para Sernache do Bom
Jardim, o nosso illustre, presa-
do amigo e distincto advoga-
do, dr. Abilio Corrêa da Silva
Marçal. :
Sua ex.* vae all fixar resi-
dencia, por algum tempo, com
sua esposa.
———— ED) din — — —
Systema metrico
Chamamo: a attenção dos
nossos leitores para o annun-
cio que vem na respectiva sec»
ção, d’aquelle livrinho que por
todos os titulos fe recommen-
da pará as escolas primarias
elenientares de 1.º e 2.º graus.|
—O ia
Alberto Augusto dá Silva
O «Echo da Beira» começou a
publicar, desde o seu n,º 4, na see-
ção respectiva, o annuncio da co-
nhecida tabrica de licores e bebidas
aleoolicas—a primeira do paiz, no
seu genero— do nosso querido ami
go e conceituado industrial, o sr.
Alberto Augusto da Silva.
Vem a proposito, agora que o
nosso iilustre amigo nos quiz distin-
guir é auxiliar com o seu annuncio,
dizer duas palavras a seu respeito e
dacenarfobrca dia
Ha bons 18 annos que conhece-
mos Alberto da Silva, aindu quan-
do elle era 0 caixeiro de confiança |
de Luiz Manuel da Costa, proprie-|
tario d’uma das casas mais impor-
tantes de Lisboa, no seu genero. .
sel-v, na accepção completa da pa-
lavra, Alberto, Augusto da, Silva
soube sempre conquistar, como pou-
cos, uma reputação acima de toda
a critica, e que é hoje uma das suas
maiores glorias de industrial e com-
ES BESSA «pra Di E Re (e ER cas
capitalista a quo acima nos referi-
MOS DEDO RARAS qua en AS
: Ainda em casa, d’esse homem,
obteve licença para se estabelecer,
e com .effeito montou um bello es-
tabelecimento na rua;da Esperança,
101 e 103, conseguindo fazer um
negocio superior a todos os seus
collegas d’aquelle bairro.
Em 1875, de soviedade:com seu
cunhado Nunes da Silva fundou a
fabrica e deposito de aguardentes,
genebra, etc. na rua da, Padaria,
40 a 44, e que é hoje, sem a me-
nur duvida o primeiro estabeleci-
mento do seu genero, em Portugal.
k” alli o campo de batalha de Al-
berto da Silva. a
A sua casa fabrica hoje, com
uma. perfeição que rivalisa com os
melhores estabelecimentos congéne-
res do estrangeiro, entre muitas ou:
tras bebidas assás conhecidas nos
nossos mercados, . os cremes finos
de, Corsçau, kumell, banana, ana-
naz, morango ameixa, ginja, espe-
cialidade em cremes de mil flores,
etc., licores de amendoa, rosa, la-
ranja, tangerina, marrasquino, li-
mão, bergamota, cai, canella, gra-
nito, genebra, cognac, aguardente
de cana, de vinho, erva doce, ania,
além d’outras qualidades superiores.
Ora, se a essa extensa lista aceres-
centarmos que os productos da fa-
brica de Alberto da Silva foram
premiados com a medalha d’ouro da
exposição de Paris, e que foram
egualmente premiados na exposição
agricola: de Lisboa, temos, feito, 0
seu melhor elogio ,e prestamos um |
bom serviço aos nossos Jeitares que
carecem fornecer-se d’aquelle ge-
nero de bebidas, indicando a acre-
ditadissima fabrica do nosso amigo
onde terão vantagens que não en-
contram decerto n’outra qualquer
parte. : SAE fee
Ainda sobre uma questão de so-
ciedade, precisamos referir-nos. a
Alberto da Silva. em outro numero
da nossa folha. Por isso ficamos ha-
je por aqui. eia
—— se
Pelos paquetes portuquezes que
partem de Lisboa para:a Atrica
Oceidental, nos dias 6 e 23 de cada,
mez, pódem expedir-se, encommen-
das postaes para S. Vicente e 5.
Thiago de Cabo Verde, Bolama, S.
‘?homé, Cabinda, Ambriz, Loanda,.
Benguella e Mossamedes. Cada vo-.
lume de encemmendas não póde ex-.
ceder o peso de 5 kilogrammas, a
capacidade do 20 decmetros. cubi-
‘cos e a dimensão de 60 centimstros,
em qualquer das suas faces, salvo,
| Activo, intelligentiasimo, traba-| quando a encommenda se apresente;
lhador e honesto quanto é possivel |em fórma de rclo e seja, de facil,
acommedação. Os portes em , selios,
são de 500 réis por encommenda,
destinada a Cabo Verde e Guiné, e.
de 700 réis por encommendas des-
tinadas a S, Thomé e Angola. |
Todas as estações postaes e tele-.
merciante. Genio emprehendedor a | grapho-postaes que permutam en,
valer, 9 nosso distincto amigo soube, | commendas com, o interior do paiz.
durante quinze annos de zelo e assi-
duidade indiscutiveis conquistar um,
lugar superior em casa do falleeido
estão auctorisadas a receber, en.
| commendas para a África Occiden-
tal,a Occiden-
tal,@@@ 1 @@@
I
«mebre a João de Deus, o ma-
po. Grande numero d’associa-
«TOR a
CARTA DE LISBOA
TIL
Realisou-se no ultimo domin-
go o sortejo d’homenagem fa-
até agui, por assim dizer, tira- [vidade bem dirigida póde, sem
das-a ferros. Os representantes
da vontade nacional, os nosses
sollicitos correspondentes… no
parlamento, dizem a isso que
as maçadas estão prohibidas
visto “estarem prohibidas as
“vioso poeta das Flores do Cam- massas. Umas sem outras não
«ções de classe, “escolas e -ou-
tras «corporações, formava o
prestito, que saiu do Terreiro
«do Paço à uma hora da tarde-
À triste manifestação foi impo-
mentissima. À inolvidavel me-
moria -do auctor do nosso mais
«completo methodo de leitura
uniu no mesmo intuito -cente-
nares d’espirito enlutados. Foi
| «deveras commovente a home-
magem: commovente e justa.
—Sob a direcção do sr. Ar-|subsidio, e terão appoiados á
mando da Silva, ex-secretario
da redacção das Novidodes,
vae sair um jornal cuja publi-
cação deve começar em prin-
cipios de fevereiro proximo.
— O novo jornal do sr. dr.
Magalhães Lima deve tambem
apparecer muito brevemente.
-— a falta de trabalho volta
de novo a assaltar o estomago
dos nossos operarios. Hl-rei
recebeu ha poucos dias um
memorial pedinto providencia
contra a miseria que se vae
alastrando cada vez mais nas
classes trabalhadoras.
— A séde da sociedade det
geographia vae passar para
umas dependencias do grande
edificio do Colyseu dos Re-
creios, completamente inde-
pendentes. E” no mesmo edifi-
cio, pois, que vae ser installa-
do o museu conolial, a cargo
da mesma sociedade, tendo si-
do encarregado do respectivo
projecto o sr. engenheiro Sar-
rea Prado.
— Pela politica vae o diabo
à quatro. As côrtes teem cus-
tado a reunir, sendo as sessões
FOLHETIM
PRÉVOST
MAROON LESCAUT
Eraducção do francez
por
ABILIO DAVID
—— egg
PRIMEIRA PARÉE
Eu tinha cêrca de cincosnta enu-
dos, que eram o frmeto das minhas
pequenas economias, e ella tinha
approximadameste o dobro d’aquel-
la quantia. Imaginámos, como cre-
ançY sem experiencia, quê esta
som na não acabaria nunca, e não
nos julgamos menos seguros sobre
o exito das mossas outras medidas.
pois de ter ceado com mais
satisfação do qne eu nunca tinha
senillo, retiver-me para excentar o
mu projecto. Os mens arranjos fo-
ram tanto mais faceis quanto é cer-
to que tendo u deliberado voltar
no dia seguinte para casa de meu
pae, estava já prepirada a minha |
pequena equipagem. Não tive, pois, .
|
póde ser, declaram elles. Não
vac tão longe como se pensa o
desinteresse da representação.
E aqui teem como se tem pas-
sado este temipo todo sem uma
sessão onde se haja dito al-
guma coisa-de utilidade publi-
ca. Pudera! Se elles tratam a-
penas de segurar uma proxima
utilidade propria! Honra lhes
seja:—de graça trabalham os
cães, e de cdes estamos nós já
fartos até aos olhos. Paguem o
farta e circumstantes com far-
tura. Quem dá é tio.
-«— Sob a direcção do enge-
nheiro trancez mr. Croneau,
está-se procedendo já a todos
os preparativos indispensaveis
para o assentamento da quilha
do novo cruzador d’aço. E” o
primeiro trabalho, n’este gene-
ro, que se executa no nosso ar-
senal de marinha. O novo en-
genheiro tem envidado todos
os esforços para o bom anda-
mento dos trabalhos e é digno,
por isso, dos Inalores encomios.
Como se sabe, o arsenal estava
muito longe de poder arcar
com as responsabilidades da
construcção de navios de guer-
ra como aquella a que se está
procedendo agora. Mesmo nas
pequenas tentativas que seteem
feito, os resultados nem por isso!
correspondiam ás verbas dis-
pendidas. A acquisição de mr.
Croneau foi, pois, acertada por
que era indispensavelfazer sair
o nosso arsenal de marinha do
marasmo em que jazia, tanto
mais que o operariado portu-
guez é inteligente e a sua acti-
ECHO DA BEIRA
duvida nentuma, dar excellen-
tes resultados praticos. Peque-
nos como somos temos gasto
verbas grandes. Que ao menos
os sacrifícios que nos são exi-
gidos sejam aproveitados, como
nos parete, coin fundadas ra-
zões, que o vão ser d’hoje em
diante. .
—Pela marinha de guerra
vae grande azafama com a
aprendizagem das demarcações
da barra a que estão moderna-
mente «jeitos os primeiros e
segundos tenentes, constando
tambem que essa aprendiza-
gem se estenderá a todos
os capitães-tenentes. Até equi
quando era preciso a qualquer
navio de guerra sair a barra
de Lisboa tinha que metter
pratico; rarissimos officiaes de
marinha portugueza a sabiam
entrar, o que era deveras las-
timavel. Como, porém, o sr.
Pinto Bastos, digno primeiro
tenente commandante da ca-
nhoneira Mandovi, fez os com-
petentes estudos e deixou d’a-
dmittir pratico nas passagens
da barra, entendeu o conselho
do almizantado que serin de
todo o interesse ordenar a re-
ferida aprendizagem. Ao me-
nos que se vão a pouco e pou-
co acabando com as incompe-
tencias que sobremodos nos
vexam os mais importantes ser-
viços publicos.
—Para fechar:
Uma elegante, depois de ter
ouvido, com a paciencia mais
evangelica d’este mundo, uma
declaração d’amor á queima
roupa, d’um papalvo qualquer,
volta-se para elle exclamando:
-—-Acabou? Pois tenho a di-
zer-lhe que não estou para o
aturar. Emmudeça primeiro…
e falaremos depois!
Martim Feyo.
REVISTA ESTRANGEIRA
– Às ultimas noticias chegadas de
Capetown deixam perceber o fim
das hostilidades em Matabéléland.
Não sabemos, porém, se as narrati-
vas dos colonos que abandonaram a
Rhodesia, n’estes ultimos tempos,
para voltar a inglaterra, condizem
com essas novidades. Toda a gente
concorda em dizer que os inglezes,
graças ás suas armas aperfeiçoudas
e à sua tactica militar, tem morto
muito numero de inimigos, que teem
incendiado numerosos kraals, e que
|se apoderaram de grande quantida-
de de aprovisionamentos. A ques
tão, porém, não é d’uma victoria
mais ou menos completa, d’uma
submissão geral dos indgenas.
São os proprios inglezes os que
estabeleceram as primeiras negocia-
ções de paz e, apparentemente, por-
que receavam ver prolongar-se in:
definidamente as hostilidades. O
prestigio dos europeus tem diminui-
do sensivelmente aos olhos dos ma-
tebeles e dos maohonas, e se se to-
mar em linha de conta que estes
são máis numerosos que os primei-
ros, reconhecer-se-ha que a sítua-
ção não é tão brilhante e Cheia de
rosas cumo se quer fazer insinuar
em Capetown e em Londres.
Um facto que comprova sobeja-
mente esta asserção,
mais acceso dás hostilidades, as
tropas inglezas de Rhodesia foram
chamadas, não porque fôssem inu-
teis; mas realmente porque a
Chartered Company, não prevendo
o bom exito d’essa guerra d’extre-
minio; e verificando vs enormes
gastos que ella acarretava, não quiz
expôr-se a ver augmentar essas des»
pexas em proporções mais conside-
raveis ainda, para um resultado que
tem o seti tanto ou quanto de pro-
blematico. E
Em summa, a situação, para ser
melhorada, não está de modo ne-
nhum definida. Us indigenas apavo-
taram-se, é certo, em face dos es-
tragos produzidos pelas espingardas
inglezas de repetição e pelas me-
tralhadoras Maxim. Hesitam talvez
em se expôr mais longo tempo. Pelo
seu lado, os inglezes devem ter re-
conhecido já hoje a coragem d’es-
sas tribus e a sua intenção, bem
accentuada, de defender heroica-
mente a sua independencia.
é que, no:
Pes,
O unico resultado effectivo, obti-.
do até aqui, tem sido o ‘repellir os
colonos e travar totalmente as trans-
acções tommerciães. E” uma chpe-
cie de armisticio, ‘corcluido tecita-
mente, que reina d’uma e d’outra
parte, e não ‘o que se pode chamyr
«paz definitiva».
Se a Chartered Company não
consegue reforçar as ruas tropas em
preporções consideraveis, devo es
perar-se por muito tempo ainda ob
ataques isolados dessas tribus qué
ella pretende curvar sob o jugo bri-
tannico, mas que não pôde reduzir
até agara.
a E SS e
Audiencias geraes
Devem ter lugar nos dias 26
e 27 do corrente as audi -ncias
geraes do primeiro trimestre de
1897.
No primeiro dia é julgado
um individuo acensado de pas-
sador de moeda falsa, e no dia
seguinte uma mulher que ten-
tou eavenenar uma familia.
TE E erre
Acha-se aberta, por espaço
de 30 dias a contar de 27 do
corrente, a correição aos em-
pregados judiciaes d’esta co-
marca.
——euitpe
Foi preso no dia 17 do cor-
rente, no lugar do Outeiro,
d’esta freguezia por estar pro-
nunciado n’esta comarca pelo
crime de ferimentos o réu Ana
tonio Costa, dos Calves, tam-
bem d’esta freguezia.
Foi capturado pelo official.
Barata conjunctamente com als
guns cabos de polícia.
Hontem na freguezia do Cass
tello d’este concelho choveu
bastante graniso:
Felizmente consta-nos que
não causou estragos á agrteul-
tura.
nenhuma difficuldade em fazer
transportar a minha mala, e em ta-
zer preparar uma carrhagem de
porta para as cinco da manhã, que
era a hora em que deviam estar
abertas as portas da cidade; encon-
trava, porém, um obstaculo com
que não contára e que estava a
ponto de destruir inteiramente o
meu intento.
Tiberge, ainda que tivesse sé-
mente três annos mais do que eu,
era um rapaz de senso amadureci-
do, e d’uma conducia muito regra-
da. Elle estimava-ne com uma ter-
nura extraordinaria. À” vista d’u.
ma tão formosa rapariga como ma-
demoiselle Manon, a minha pressa
em conduzil-a, e o cuidado que eu
tinha tido em me desembaraçar
d’elle, fizeram-lhe nascer algumas
suspeitas do meu amor. Não se a-
trevera a Voltar á estalagem onde
me tinha deixado, receoso de me
ofender com a sua volta; mas em
cor pensação foi esperar-me a mi-
nha casa onde o encontrei, ainda
que eram dez horas na noite. A
sua presença enfadou-me. Elle per-
cebeu farilmente o constrangimento
que me causava,
— Estou cerio—me disse elle sem
dissimulação–que meditas algum
plano que me queres occultar; ve-
jo-o no teu modo.
Respondi-lhe assás bruscamente,
que não era obrigado a dar lhe
conta de todos vs meus designios.
—Não—replicou elle—mas tens-
me tratado sempre como amigo, e
esta qualidade suppõe uma pouca
de confiança e de franqueza.
Constrangeu-me tanto e tão lon
go tempo para lhe descobrir o meu
segredo, que, não tendo eu tido
nunca reserva com elle, fiz-lhe a
inteira confissão da minha paixão.
Recebeu a com uma apparencia de
descontentamento que me fez estre-
mecer. Arrependi-me, sobretudo,
pela indescripção eom que lhe tinha
descoberto o projucto da minha fu-
ga. Disse-me que era demasiado
meu amigo para não se oppôr a
isso com todas as suas fórças; que
queria representar-me primeiramen-
te tudo o que julgava capaz de me
desviar do meu intuito; mas que se
eu não renunciasse em seguida a
esta miseravel resolução, elle ad-
vertiria as pessoas que podiam, com
certeza, impedil-a. E por cima dis
to recitoueme um discurso sério,
que durou mais d’um quarto de ho-
ra c acabou ainda com a ameaça
de me denanciar, se eu não
lhe |
dósse a minha palavra de que me
conduziria com mais prudencia e
raciocinio.
Eu estava no auge do desespero
vor me haver trahido tão inepta-
mente. Entretanto, tendo-me o a
mor aberto em extremo o espirito,
havia duas cu três horas, reparei
que não havia descoberto ao amigo
que o projecto se devia realisar no
dia seguinte, e resolvi illudil-o por
meio d’um equivoco.
—Tiberge-—disse-ihe eu-—acre-
ditei até hoje que eras meu amigo,
e quiz experimentar-te por esta
contidencia. E” verdade que amo,
não te enganei; mas, pelo que res
peita á minha fuga, isso não é uma
empresa qne se forme ao acaso;
vem procurarsme pela manhã ás
nove horas; eu te mostrarei a mi.
nha amante, e tu julgarás se mere-
ce a penta que eu dê esto passo
por ella.
Deixou me só, depois de ihil pros
testos de amizade, Empreguel a
noite em pôr em ordem os mevs
negocios, e, tendo Voltado à esta
lagem de mademoiseile Manon ab
romper do dia, encontroi-a à minha |
espera. Estava à janella que dava
[pars a rua; de surte que, tendo-me
avistado, veiu ella propria abrir me
a porta, Saimos sem ruido. Ella não
tinha outra bagagem além da sua
roupa branca, de que eu proprio
me encarreguei. À carruagem eg.
tava prompta à partir; afastámo-nos
immediatamente da cidade. Recor:
darei no decurso d’esta historia
qual foi a canducta de ‘Piberge,
quando percebeu que a tinha enga-
nado. O seu zêlo não se turnou me-
nos ardefite. Verá a que excesso 0
levou, e quantas lagrimas devo ver-
ter pensando na recompensa que
elle sempre teve d’isso.
Apressá:ro-nos de tal maneira
em avançar, que chegâmos a Saint-
Diniz antes da noite, Eu tinha mar-
chado a cavallo, ao lado da carrua:
gem, o que nos tão tinha perímittis
do conversar bastante, e apenas
ttocâmios algumas palavras na mu:
da dos cavalios; quando, porém,
nos vimos tão proximos de Paris;
isto é quasi em segurança, tontámos
tempo sufficiente para fios refager-.
mos, porque nada tihhamos comido
desde a nossa paitida de Amiens.
(Contintia):ntia):@@@ 1 @@@
” sante trabalho do sr.
Er
O Seu “onsorcio,
ECHO DA BEIRA
Maverraeemesases ger ias
Descripção topographica
da
“villa da Sertã
(Continuado do n.º 3)
“O concelho, de que esta villa é
““eabeça, é ‘quasi circular: os seus
diametros são de kilometros 23, 5.
Confina de notoeste a sul com
Pedrogam Grande, Figueiró dos
Vinhos e Ferreira do Zezere, ser
“vindo de linha diviso.ja o rio d’es-
te nome: de sul a léste confina com
Vila de Rei e Proença-a-Nova:
| pelo norte confina com 0 concelho
É de Oleiros. Compõe-se de 14 fre-
Esiozias, a saber: Sertã, no centro,
| com 922 fogos,
Cabeçudo 205,
‘arvalhal 133, Castello 264, Cu-
meada 125, Ermida 105, Figueire-
do 84, Marmeleiro 93, Nesperal
99, Palhaes 144, Pedrogam Peque-
no 358, Sernache do Bom Jardim
610, Troviscal 252, Varzea dos
Cavaleiros 303, que ao todo prefa-
zem 362% fogos.
Dentre todas as referidas fre-
grezias nenhuma conta singulari
dade que mereça commemorar-se,
com excepção da de Pedrogam Pe-
queno e Sernsche do Bom Jardim:
* aquella foi cabeça-do antiquisissimo
* “concelho, e julgado de juiz ordina-
vio, hoje extincto e annexe ao da
Sertã. Ha tambem n’esta freguezia
uma Casa da Misericordia e Hoxpi-
tal com avultados fundos em capi-
taes mutuados; as pessimas admi-
* mistracões, com póucas mas honro-
vas excepções, os teem dissipado
em grande parte, e as rendas dos
que ainda existem não teem a ap-
plisação que religiosamente devian:
ter em beneficio da pobreza, con-
forme as preseripções do benemeri-
to bemfeitor que lh’as legou Por
estas e muitas outras razões que
* aqui não cabe expender se, muito
“conviria annexur-se um tal estabe-
tecimento ao da Sertã, salvos sem-
pre os seus onys pios, e tendo em
conta os seus encargos. (»)
A freguezia de Sernache do Bom
Jardim, já de remotas eras é cele-
brada pela historia, que a designa
“como residencia temporaria do insi-
gne D. Nuno Alvares Pereira (se
não foi sua patria, como afirmam
* muitos) filho de D. Alvaro Pereira,
“prior do Gran Priorado do Crato.
A salubridade d’aquella terra, as
* suas Jimpidas e frescas fontes, a sua
* amenidade, êspecialmente a quinta
jutitulada —Bom Jardim—cujo no-
me junto ao de Sernache distingue,
esta povoação d’outras do mesmo
* nome, attrahiam alli a frequentes
caçadas e por rmauito tempo retl-
uham aquelle imortal guerreiro.
“Foi n’esta quinta (do Bom Jar-
dim) e palacio, que elle, celebrado
por obedecer às
instancias de sua mãe, Iria Gon-
* «ulvea, com a joven e rica viuva D.
“Àionor d’Alvim, própriotaria da
“quinta da Pedrussa, veiu passar com
É esta esposa as encantadoras horas
“do noivado, indo depois estabel cer
“»e ma da Pedrassa, até que, poucos
“annos mais tarde, fui, por carta ré
* ia, novamente chamado à guerra
É la fronteira que os castelhanos de
bovo tentavaln.
Junto d’aquella quinta, é sobre
ns ruas do palacio de D. Nuno
Alvares Pereira, toi fandado quasi
contiguo á povoação, em 1791; um
er re ar
(x) Já adventimos que o auctor
escrevia em 1874. Se é; pois, cer-
to. que imtiitás passagens do interes-
3artholomeu
“cm opportunidade ainda, tambem
“o é menos certo que cutras
hão b om:
0!
seminario ecclesiastico, á custa da
Casa do Infantado, sob a inflaencia
e direcção do Provisor e Vigario
Gera! d, Grão Prinrado o Crato
D. Manoel Joaquim da Siva, arce
bispo de Adrianopoli, natural d’uma
povoação d’aquella mesma fregue-
za, chamada Paparia, onde existe
a cas» que foi sua residencia, e que
o foi tambem, de seus irmãos, to-
dos grandes pelo seu saber e virtu-
des. Um d’elles foi bispo de Macau,
D. Marcellino da Silva; outro, bis:
po de Pekim,, D. linsebio Augusto
Luciano de Carvalho, que sendo
congregado da Congregação das
missões de 8. Vicente de Paula, foi
mandado para os Estados da India
a missionar, e ahi morreu (de bexi-
gas) tendo pouco antes sido nomea-
do bispo de Pekim, cargo que não
chegou a exercer, nem mesmo a sa-
ber; porque foi precisamente no
mesmo dia da sua morte, em (Ga
que alli chegou aquella nomeação,
de que era portador seu irmão
Marcellino. O terceiro, foi Geral da
Ordem de S. Bento, chamado Joa-
quim. O quarto foi o Desembarga-
dor da Casa da Supplicação, José
Alexandre da Silva e Castro, que
casou na Paparia com D. Maria
Barbara, avó de D. Maria Sande.
esposa do dr. Guilherme Nunes Ma-
administrador d’este concelho.
Foi aquelle seminario entregue
sos padres da Congregação da Mis-
são, do Instituto do S. Vicente de
Paula, que com mestres insign9s
em virtude e saber, crearam nume-
rosos; eculesiasticos “distinctos em
todo o Priorado do Crato e fóra
d’elle, por seus conhecimentos the
ologicos e exemplar conducta. em
1834, com a extincção das Ordens
Religiosas, passou o seminario com
os bens, que constituíam seu patri-
monio, à ser propriedade do Es-
tado.
Fechado e em completo abando-
no se conservou aquelle magnifico
edificio, prestes a converter-se em
monte de ruinas, até que foi esco-
lhido, por carta de lei de 25 d’agos-
to de 1855, para collegio das Mis-
sões ultramarinas, e sob a direcção
do bispo eleito de Macau; D. João
Pereira, que hoje é bispo de An.
gra, na qualidade de seu superior,
prosperou muito este collegio, co-
meçando a sair d’alli missionarios
bem educados e instruídos na boa
moral e dogmas da religião de Je-
sus Christo, que lá se acham em
algumas das nossas possessões ui-
tramarinas, crvilisando povos selva-
gens, e derramando sobre elles a
luz da Fé. E muitos são os que
quotidianamente afiuom áquelle so-
minario, e se preparam anciosos de
irem partilhar aquelle trabalho e
aquella gloria. ‘farobem n’aquella
freguezia (de Sernache) existiu um
formoso hospício dos Religiosos de
Santo Antonio. E’ hoje propriedade
particular, constituindo um brilhan
te edificio, que com a cêrca do
hospicio, áquello pertencente, se in-
titula bojo Quinta das Aguias.
Por tudo quanto fica ponderaro,
hoje é, senão a mais consideravel
do concelho da Sertã, em amenida-
de, fertilidade, riqueza e salubruta
de, pelo menos disputa esta gloria
com a da Sertã, que no tocante u
salubridade lhe é muto inferior.
«Fenis doronat Opis.»
Fernando J. Bartholomeu
na IDO Eme
Padre Abreu Freire
Depois do nosso jornal estar
no prelo echegou-nos a noticia
do fallecimento -d’este nosso
|conterranco;
rinha, de Pedrogam Pequeno, e|
sempre foi esta freguezia, e ainda,
LIBRO DEL ALMA.
Olha: à minh’alma é como um livro aberto;
As folhas—rosa-e-ouro-—-que ella tem
São paginas de sonhos que, decerto,
Nunca leste nos livros de ninguem…
Folhas singelas e infantis, vibrantes .
De brilhos de astros,
roseiraes em flôr,
Folhas donradas de illusões cantantes,
Com symphonias sideraes de annos.
São paginas sagradas
de evangelhos
Ungicas de leaes dedicações; |.
Porque eu adoro sempre de joelhos,
Os purós e amorosos eorações.
Quanto às diitras são paginas de dôr,
Estrophes de saudade e amargura,
Mas nunca saibas, nunca, meu amor.
As tolhas de tão grande desventura.
E para que tu leias como eu leio
N’esse livro que um sol divino aclara,
Guarda-o no cofre certo de teu seio
Como uma offertá virginal é rara.
Porque a minh’alma é como tm livro aberto,
E as folhas rosa-e-ouro que elle tem
São paginas de sonhos que, decerto,
Nunca leste nos livros de ninguem. «=.
N’etes ultimos dias o relogio!
que está collocado na torre
desta villa tem marcado de tal
fôrma que chega a dar horas
primeiro que os quartos: Como
quasi todos se cingem a elle
para começo de differentes tra-
balhos, seria conveniente que
se fizesse regular bem,
>> ca ae
Sahiu hontem com destino à
S. Thomé, Abilio dos Santos,
filho do sr. Joaquim dos San –
tos, d’esta villa. Vae com o fim
de se empregar no commercio:
Que seja feliz é o que lhe
desejamos.
O ED
Realisou-se hontem áqui à
festa ao martyr 8. Sebastião;
houve missa cantada, sermão é
procissão percorrendo esta à
rúa de Serpa Pinto, rua d’Ou-
rem, Largo das ÁAccacias, tua
Serrano, Largo do Chafariz,
rua do Valle e Avenida Baima
de Bastos, recolhendo á sua
capella no Largo denominado
8. Sebastião.
Abrilhantou esta festa à phi-
larmonica d’está villa que tos
cou varias peças do seu vasto
reportorio que niuito agrada:
ram. EA
e A ao
2a
Circo Lisbonense |
Está entre nós a tompáânhiá
Italiana dirigida pelo sr. Ro-
berto Marianni. Ja deu um es-
pectaculo, que agradou ao pu-
blico.
Temos a aterescentar que
os trabalhos executados pela
menina Antoniá Mariannã, tan-
to no átame como nos trabalhos
equestres, sendo alvo de mui-
tas palmas:
E. Silvá
António Dias d’Oliveira, no
proximo numero d’esta folha
publicará únia local sobre: a
responsabilidade que lhe cabe
como editor, o que não fez
neste numero por fins conve-
nientes.
Preços do mércado
Carnes
Porco, 15 kilos. ..:. 3:200
Vacea, », Mc BIlDO
Chibatos » -…1: 1:950
Farinhãs
Trigo 13,544 1 ..:. TOO
Centeio 1 1 1» BRO
Milho go jaca OU
Azeite.
ds94 AU i so 3:000
1896 =» 3º ro 800
Vinho
20 1. da terra :.:.:: 1000
o 1 da Beira… 1900
Quadrilha de gattacs
À riquisição dos srs. Anto-
nio Reis, Lazaro do Oº de Uli-
veira; Feliciano José Bento da
Silva e Mánoel Marçal de Men-
|donga, sobrinho; de Olhão, os
dois policias civis ali destaca-
dos acabam de captiirar Mano-
el Serrenho, de Paderne; Án-
tonio da Piedade; de Loulé,
Francisco Jésus; de Aljegtir,
alem de mais cinco hometis e
uma mulher, por suspeitas de
fázerem parte de úma grande
quadrilha dé gatunos que
ultimamente teem infectado a-
quelle concelho é os de Albu-
feira, é da villã dê Tavira, Vil-
la Real de Santo Antonio e ou-.
tras; todas d’esta provincia.
D. Maria José Furtado Men-
‘donça
Uma figura illustre do ro»
mantismo, e que apesar da suá
avançada idade, pois órça pe
los oitenta, ‘ainda se chtrepa db
cultivo das musas e das lettras,
Ahi vae um mimo ‘em oita-
vas de quatro syllabas, sob %
titulo
UM SUSPIRO
Meu querido filho,
“que “assim fugiste
“desta mãe tristo
“que fe amou tanto,
ai, tu fazias
“da minha vida
a prisão querida
‘o doce encanto!
Agora, vivo ..
‘sempre penando,
‘sempre chorande
“a tua ‘ausencia,.,
Deixas do mundo
‘plorias terrenas
tocando apenas
a adolescencia!
Ai, nem cingiste ,
meus membros lassob
com os abraçós
da despedida!
Códo. findaram,
teus bellos dias!
Tu, não podias,
com tanta vida!
Ai, que dôr sinto;
ai, que anciedade,
ai, que saudade .
por ti, meu filho!
Jnigo vêr tudo
côr dá tristeza:
a natureza :
perdeu o brilho!
Findou das aves
v canto ameno;
o ar sereno . |,
toldou-te emfim!
Lá vejo a Morte,
qual negro espectro;
erguer seu sceptro
em frentê a mim…
Oh; sim, à morte
medonha e feia:
eu encarera .
já sem tremer… .,
-——Morreú meu filho?!
E eú que espero?!
Meu Deus, eu quero
tambem inorrer!
Às verdadeiras mães hão dê
agradecerchos à transcripção
d’esse punhado de versos, re-
passados d’um sentimento tão
terno e tão docê como é o âmor
dê mãe:
BE 18
Uorista-nios que se trabalha
activimente para se arranjar
casa apropriada para Bervir de
quartel ao destacâmento que
em breve deve vir para está
tetra.
“O nosso comprovinciano sr:
dr. Jost Vicente Madeira ilus:
trado ditector do Districib dé
Bejú, partiu no dia 5 para Ans
gra do Heroismo, afim de to:
mar a do logar de prófes-
‘sor do Iyveu nacionat Paquelhá
“cidade:idade:@@@ 1 @@@
ALMANACH AUXILIAR
PARA 1897
Começou este anno a publicar-se
em Coimbra este novo almanach,
propriedade da conhecida casa Ma-
noel Caetano da Silva.
“E um livro de 416 paginas mui-
to util e custa a insignificante quan-
va de 140 reis.
Insere, alem das tabellas do cos-
“tnme, uma descripção ilustrada de
Coimbra, varios apontamentos his-
toricos e 365 paginas em braneo
– para apontamentos de familia.
A” venda em todas as livrarias e
“na Certã ra loja do depositario
João da Silva Carvalho.
Laboratorio chimico-industrial
de
A. P. Moreira Lobo
41, Rua da Piedade, 41
(a Campo d’Ourique)
LISBOA
Este estabelecimento tem actual-
mente em laberação, e póde desde
já satisfazer todas as encommendas
que lhe sejam feitas da provincia,
dos seguintes productos: GRAXA
QUADRADA (Popular); dita preta,
redonda, (M. Loup) n.º 2; dita n.º 1;
dita de côr, n,º 2; dita n.º 1; dita
para pelleca n.º 1 e n.º 2,
PO INSECTICIDA (M Loup)
preparado para a destruição dos
ratos, toupeiras e outros animaes
damninhos. DESINFECTANTE
ASIÁTICO. TINTA PARA ES-
CREVER, em frascos, ou latas de
47 litros.
ELEXIR DA “IBERIA para a
cura prompta e radical das frieiras.
Remette-se para a provincia, france
de porte, a quem enviar 280 réis
em estampilhas.
Mais de 20 annos de bom exito!
DE
LUIZ DIAS
Completo sortimento de fa-
gendas de algodão, lã, linho e
seda, mercearia, ferragens e
quinquilherias, chapeus, guar-
da-chuvas e sombrinhas, len-
ços, papel, garrafões, relogios
de sala, camas de ferro e lava-
torios, folha de Flandres, esta-
nho, chumbo, drogas, vidro em
chapa e objectos do mesmo, vi-
nho do Porto, licores e cognac; |.
livros de estudo é litterarios,
tabacos etc.
Preços extraordinariamente
baratos e sem competencia
Agencia da Companhia de
Seguros Portugal.
la 7, Praça do Commercio, 1 a 7
CERTÃ
—Gabriesa Dagor
DE
Papelão nacional
Unica premiada na exposição in-
dustrial de Lisboa em 1893.
Cada maço de 15 Kg., contendo
8 a 30 folhas, formato 64 x 80, 900
réis.
Satisfazem-se com rapidez todos
os pedidos, sendo postos em qual
quer estação de Lisboa por conta
da fabrica, quando as encommen-
das sejam superiores a cinco mas-
sos. Ácceeita-se apara em troca.
«Grandes descuntos aos revende-
dores, sendo a prompto pagamen-
to».
Todos es pedidos dirigidos ao
escriptorio da fabrica-—Brito No-
gueira,—Rua d’Alcantara, 62 A.
LISBOA
dana Beiduls de foz da Gonth
Approvada pela junta cen-suliiva de
sande publica e
Figueira & C.º—
auclorianda pelo governo. Premiada com a medalha de pra-
ta nas exposições poritugueza de 1893, dé Anvers de 894,
Saint Biicane de 1895, diploma de honra Marselha de I8S6;
Concurso de Ilygicne Bruxcilas 1896.
Esta agua apresenta uma composição chimiva que a distingue de todas
as aguas minero-mediemaes até hoje empregadas na therapeutica.
Deve as suas principaes propriedades ao «sulfato acido de alumina»,
que no organismo humanoa ctua como «adstringente tonico e desinfe-
etante», e assim se explicam os notaveis beneficios que o seu uso produz
especialmente nas doenças de: Estomago, Garganta, Diabetes, Uterinas,
Obesidade, Utceras, Syphilis. Diarrhêa, Purgações, Gastro-intestinal e nas
Inflammações em geral.
Não tem gazes livres; sabor muito agradavel quer pura quer mistura-
da com vinho. Aº venda nas principaes pharmacias e drogarias e nos
Depositos:—Porto, rua de Santo Antonio, 49. —Coimbra: Drogaria J.
r Figueira: Pharm. Simões d’Oliveira.—Thomar: Pharm.
Torres Pinheiro. — Deposito geral: Rua dos Fanqueiros, 84, 1.º; Lisboa.
FABRICA DE BEBIDAS ALCOOLICAS
ALBERTO DA SILVA & C;
Inventores de afamado licor CANHÃO.
Fabrica-—40, Rua da Padaria, 44 : Ê
DEPOSITO GERAL DA FABRICA
Participam’ ao publico que: continuam a ter grande sortimento de
Bebidas em todos: os generos e para differentes preços, taes como: gene-
bra, cognac, licores, vinhos do Porto e Madeira, cremes finos, garrafas
lindamente enfeitadas, de banana, annanaz, ameixa, morango e ginja.
Fazem-se descontos para os srs: revendedores, e em Lisboa, envia-
se qualquer encommenda gratis a casa: do freguez, Este mesmo estabe-
lecimento acaba: de montar uma magnifica tabrica de refrigerantes em’|
condições vantajosas de forma a poder satisfazer com rapidez qualquer!
engommenda que lhe seja feita, |
ECHO DA BEIRA
CENTRO COMMERCIAL) FOGOS D’aRTIFICIO
U pyrotechnico David Nunes e
Silva, da Certã, satisfaz para todos
os pontos do paiz quelquer encom-
menda de fogos, em todos os gene-
ros, per preços sem competencia.
Apresenta sempre novos e varia-
dos trabalhos, d’um efeito surpre-
hendente, rivalisando com os me-
lhores do estrangeiro.
Este pyrotechnico, já bastante
conhecido em Portugal, onde os
seus trabalhos teem sido admirados.
foi qnem forneceu os fogos queima-
des em Lisboa pelo Centenario de
Santo Antonio e em Thomar pelo
de Gealdim Paes.
Correspondencia e pedidos ao py-
rothechnico –
Darid Nunes e Silva
RETRATOS
Tiram-se em diferentes ta-
manhos desde 800 reis a duzia,
garantindo-se a sua perfeição
e nitidez,
Encarega-se de ir tirar pho-
tographias a qualquer ponto
d’este concelho, mediante ajus-
te especial.
Quem pretender dirija-se a
Luiz Dias, Praça do Commer-
cio —DERTA.
ALFAYATERIA ELEGANTE
51, BLA, 53, 55
Rua da Escola Polytechnica
Sortimento collossal de varinos a
45400, 65600, 75550, 83400, 95200
108500; 128000 até 205000 réis.
Double-capas, enorme variedade
a 29800, 65800, 73800, 93700,
115000, 125000 e 133500 réis.
Sobretudos, grande salão de fa-
zendas a 35600, 55800, 63500,
75500, 85500, 95000, 105000, 125
até205000 réis.
Capindós para creanças desde 2
até 5 annos a 15800, 25500, 25800,
329900, 45000 e mais preços.
Fatos á maruja para eresnças de
2 até 10 annos, 25500,
Fato completo a vestir 35500.
Fato completo de cheviote, 45500
Fato completo de ensimira, 55800
Fato completo de diagonal, 63800
Fato completo de flanella, 7,5450
Fato completo de cheviote espe-
cial, 88300
“Fato completo de flanella supe
rior, 94800
Grande e variado sortimento de
Bengalas e Guarda-chuvas a 900
Fatos das mais finas casimiras,
105000, 125300, 133500 até 305000
‘ Recommendamos a todos os che-
fes de familias economicos que não
cheviotes, flanellas e diagonaes a |
;
ANSPE RED RIDUTY
TTPDERA RIA
Ra,
1:
E É
DO VALLE
STnTA era
N’esta afficina se fazem todos os trabalhos concernentes 4
arte typograpaica, para o que tam pessoal habilitado, por pre-
ços assás rasoaveis.
Acceitam-se encommendas de facturas commerciaes, bi-
lhetes de estabelecimentos, memoranduns, participações de ca=-
samento, etc., etc.. impressos officiaes e bilhetes de visita, para
o que esta casa possue um grande e variado sortimento de ma-
teriaes que mandou vir expressamehte das primeiras casas de
Lisboa:
Garante-se o bom acabamento dos trabalhos, a nitidez e
promptidão.
ais DORES DEDEN
er molo do emprego dos Te,
E,
Elixir, Bó 8 Pasta dentifricios
RR. PP, BENEDICTINOS
» da ABBADIA de SOULNAC (Gironde)
E DCM MAGUELONNE, Prior
8 Medalhas de Ouro: Bruxolias 1880 — Londres 1884
AS MAIS ELEVADAS REGOMPENSAS
INVENTADO Pelo Prior
HO ANNO 878 Pirro BSOURSAVO
« Quego quotidiano do Blixir Den- e.
| tlfrício dos RE. PP. Benedio- o
tinos, com úose de algumas gottas
comagua, prevemecuraacariedos 4
dentes, embranqueceos, fortalecen- É
do e tornando as gengivas periei- k
tamente sadias. dba
« Prestâmos um verdadeiro ser
viço, assignalando aos nossos lei- Y
tores este antigo e utilissimo pre-
parado, o melhor curativo 6 o
unico preservativo contra as
Aiooções dentariaso »
Casa fundada em 1807 SEGA! 4, rus Croix-da-Sagney
&gente Geral : Es RDEOS
Doposito em todas as boas Rerfumarias, Pharmanias e Droguorias.
* Em Kisboa, em casa do R. Bergeyro, rua do Ouro, 100, 1º
SYSTHEMA METRICO
NOÇÕES DE ARITHEMB TICA
POR
ABILIO DAVID e FERNANDO MENDES
Acaba de ser posta á venda a segunda edição d’este ma-
gnifico compendio, redigido em conformidade com o program-
ma d’instrucção primaria elementar do 1.º e 2.º graus, confor-
me o decreto de 19 de junho de 1896. E’ um livrinho que se
recommenda, não só pela acertada disposição pedagogica, co-
mo pela extrema clareza das suas definições e pela excessiva
barateza do seu preço.
Brochado, 80 réis; cartonado, 120 réis. ;
Todos os pedidos devem ser acompanhados da respectiva
importancia, e dirigidos a J. N. GUERREIRO.
Rua Nova da Trindade, 30 — LISBOA
somprem mn’outras casas sem pri-
meiro verem as qualidades dos va-
rinos, sobretudos e mais vestuario
que aqui annunciamos. De todos os
preços acima expostos temos e em
quantidade, pedimos a fineza de
apresentar este prospecto e por elle
verá da nossa verdade.
ATTENÇÃO
Como! temos sido macaqueados
por alguem’ que pretende imitar
por todas as fórmas a nossa casa
por isso lembramos que reparem
bem na taboleta e prociirem sem-
pre na mesma taboleta os numeros
segunites:”
Bico A 53, 5
BRINDE —Uma: bonita carteira
para notas a quem comprar de 55800
réis para cima.
José Clemonte
de ja vêem 6 À
ALFAVATERIA
“Trabalhos em todos os generos por artistas de Lisboas
Garante-se a perfeição e bom acabamento das obras:
FATOS DESDE 48500 RÉIS
Grande sortimento de fazendas de lã.
CENTRO COMMERCIAL:
Luiz Dias
1 a 7, Praça do Commercio, 1 a 7
CERTÃ
TYPOGRAPHIA-—Rua do Valle. — SERTÃ:
Editor responsavel- ANTONIO DIAS D’OLIVEIRA:VEIRA: