Echo da Beira nº4 14-01-1897

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CONDIÇÕES D’ASSIG
Anno, 15200 réis. — Semestre, 6
300 réis. Brazil, anno, 65000 réis.
ção, dirigida ao administrador
“EXPEDIENTE
A’s pessoas a quem enviamos o
nosso jornal, e que não queiram hon-
rar-nos com a sua assignatura, pe-
dimos a fineza de nolio devolverem
immediatamente, para o que basta
escrever na mesma cinta— «Devol-
vido á redação».
Em caso contrario, e visto que a
nossa folha é enviada a muitas pes-
noas, por indicação d’outras, consi-
deral-as-hemos para todos os effeitos,
nussos assignantes.
==
NA BRECHA
Fieis ao que promettemos no
nosso programma, encetamos
hoje as nossas campanhas en
favor dos melhoramentos do
concelho, ha muito reclamados
pelas conveniencias locaes, pe-
las exigencias dos interesses do
commercio e da industria e,
n’uma palavra, porque é tem-
po que esta terra sáia do ma-
rasmo em que ha tanto jaz, é
acompanhe na sua marcha evo-
lutiva outras terras de egual
cathegoria.
Desde já o declaramos: Se
ha alguem que ainda nutre a
louca ingenuidade de suppôr
que desistimos dos nossos pro-
positos com meia duzin d’arti-
gos ou de noticias sem resulta-
dos immediatos, cançados de
reclamar em vão, enganam-se
redondamente. O redactor do
Echo da Beira não é homem
que retroceda no seu proposi-
to, uma vez encetado o cami-
nho. Já o devem conhecer de
sobejo: poderá ficar esmagado
pela corrente, mas não se dei-
xará arrastar por ella; poderá
quebrar, mas nunca torcer.
E, recordados ainda uma vez
estes principios que sempre
mos serviram de norma, quer
na vida publica, quer na vida
particular, vamos entrar no as-
sumpto.
E velha a questão; não é de
hoje nem de hontem: a Sertã
sempre tem sido um simples
burgo podre duma facção po-
litica. BW” tempo de acabar com
isto. E” tempo do concelho le-
vantar a fronte, sacudir o jugo;
e fazer-se ouvir não só perante
os poderes publicos como pe-
rante o paiz. Senão… é o caso
da resposta dos conselheiros
d’este jornal, LUIZ DIAS. | FE
=
Quinta-feira 14 de Ja
Ss
í
rieiro de 189%
REDAOTOR PRINCIPAL — ABILIO DAVID
— : |
NATURA | ã Dn : |
ds E REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO |
Africa, anno, 23000
réis Fóra da Sertã aceresce o porte da cobrança. Numero |
avulso, 30 réis. Correspondencia respeitante á administra. |
4
ES Esto pe ni mca – =
rea case
áquelle rei teimoso, quando,
impetuoso e audaz, perguntava
irritado:— Senão o quê? —Se-
não… não! magestade! repli-
caram respeitosos mas firmes
os membros do conselho dºEjs-
tado. Aquelle «senão. .. não»,
era uma ameaça tacita, mas
formal. Ora por cá póde tam-
bem sueceder o mesmo áquel-
les que entendam que isto ha
de continuar a ser o que tem
sido até aqui. Esses tempos
passaram. E” a onda do pro-
gresso que chega e que esma-
gará quem o não acompanhe.
Ora entre a série de melho-
ramentos que temos a recla-
mar perante os poderes publi-
cos, ha um que se impõe desde
já á nossa consideração, por-
que são enormes os beneficios
que d’ahi resultam, não sé para
a Sertã, mas para o concelho
em geral. Trata-se d’uma es-
trada entre a Sertã o Oleiros,
que siga pela serra onde póde
então bifurcar-se para Álvaro
e Oleiros.
Aquelles dois povos jazem
ha muito sob um jugo de ferro.
Precisam abrir os olhos à luz
scintillante do progresso para
que sáiam do estado de inac-
ção e quasi barbaria em que
se encontram. Sem duvida, se
elles lucram immenso com uma
estrada nestas condições, é
certo que a Sertã não ganha
menos porque teem d’este mo-
do abertas aos seus mercados
mais duas correntes assás im-
portantes. Os beneficios são,
n’este cato, reciprocos. E os
que mais podem são os que de-
vem tomar a iniciativa. E” pois
á Sertã que cumpre romper o
fogo, que lhe asseguramos que
não perderá nem o tempo nem
o feitio. Temos aqui, sobre a
nossa mesa de trabalho, mui-
tas cartas de conterraneos de
Alvaro e Oleiros, que nos pe-
dem com instancia que levan-
temos a questão no Kcho da
Beira por bons termos, promet-.
tendo-nos a sua cooperação em
tudo e por tudo, até alcança-
rem o seu desideratum. Muitos
são tambem os filhos d’aquel-
las duas terras, aqui residentes,
que nos teem procurado, pe-
idindo a cooperação da nossa
penn para essa obra de justi-
ça e de progresso.
O individuo que traça estas
linhas, de mappas e documen-
A
Rua do Valle-— SERTÃ
= ip ECO
=
tos á vista estudou largamente
a questão, e viu que se trata
dum melhoramento da mais
alta importancia. Está tambem
convencido que, quer a tratas-
se, quer a não tratasse, a obra
ha de ir por diante; porque são
muitas as influencias que em
Lisboa se movem por parte dos
conterraneos de Alvaro, Olei-
ros, Sertã, Madeirã, etc., resi-
dentes em Lisboa, que estão
resolvidos a ir até ao parla-
mento para alcançarem o que
pretendem. E é muito bem en-
tendido. Porque basta compul-
sar um mappa da provincia,
que qualquer póde obter na
repartição geodesica mediante
800 réis, para, logo n“im re-
lance, ver que um tal melhora-
mento, independente dos gran-
des beneficios que acarreta á
Sertã, a Alvaro e Dleiros que
são as terras mais directamen-
te beneficiadas, não falando
tambem nas que refitamente
aproveitam com tão grande
melhoramento, temos muitas
outras as quaes uma tal estra-
ds beneficia em larga escala.
São, entre outras que é inutil
ennumerar aqui—a Cava, Ca-
vinha, Madeirã, Sabugal, So-
bral, Rodas, Portella, Frazo-
meira, Sernadas, Longra, não
falando nos povos de Alvaro
que são numerosos, taes como
Sendinho, Corugeira, Gaspa-
lha, etc., etc.
Emfim, ficamos hoje por
aqui, porque em artigos suc-
cessivos trataremos a questão
em toda a plenitude e desen-
volvimento.
Abilio David.
e mma
Dr. Abilio Marçal
Acaba de realisar-se em Elvas 6
consorcio do nosso querido amigo e |
talentoso advogado nos auditorios |
|coz grarnecido de perolas.
d’esta comurca, o dr. Abilio Cor-
rêa da Silva Marçal, com a ex.ma
sr? D. Angelina Eva Nogueira da
Silva, senhora da mais distincta
sociedade elvense, e que allia à
formosura e gentileza as mais bellas
qualidades de espirito e coração, o
que sem duvida lhe ha de grangear
a estima e sympathia dos serna-
chenses, que sabem ser cavalheiros
em toda a extenção da palavra.
Antes de ir mais longe, digamos
duas palavras, de relance, deste
sympathico moço qua a todos os
titulos se torna credor, não só da
nossa profunda estima, mas tam-
bêm da nossa mais alta considera-
gos
2
jjnoiva, a, ex.MA
cada ljinha 40 réis.
PUBLICAÇÕES
No corpo do jornal, cada linha 100 réis. Annnncios,
ANHO |
Repetições,; 20 réia cada linha. An-
|núncios permanentes, preço convencional. Os senhores us:
|
|
mi
Abilio Marçal é um d’estes ra-
pazes que logo á primeira vista se
nos revela o que so póde chamar,
na rigorosa accepção da phrase, um
typo de distineção. Não é um ba-
charel moderno, todo postiço, con-
vencionalista, rethorico e banal, en-
cobrindo a ignorancia com ares es-
tudados e meias phrases de subtile-
za impirica. Não, Muto pelo con-
|trario; tem o ar naturalmente dis-
tincto e aristocratico, mas d’uma
distincção e aristocracia democra-
ticas—se é permittido assim dizel-o
—lhano e aífave! sem affecta jão—
um typo de parisiense de raça. Tra-
tado mais de perto, dir se-hia que
fez a sua educação em pleno Paris.
Em dois traços, eis aproximada-
mente o homem. Conversado, quer
no campo litterario, politico ou sci-
entifico, Abilio Marçal revela-se-nos
um homem de educação moderna,
conveniente conhecedor do assmum-
pto, mas sem entonos pedantescos
—naturalmente, singelamente, sem
o mais leve tom de convenção ou
de prosapia.
E aqui teem os leitores, muito
ao de levo, resumidas as nossas
impressões d’esse rapaz que conhe-
cemos de pertu, por assim dizer ha
dois dias, e de quem por isso mes-
mo não diremos mais, para que
ninguem nos tome por louvaminhei-
ros, ou não vá descobrir intenções
secundarias no que representa ape-
nas a nitida expressão do que sen-
timos.
À prevenção era talvez escusa-
da, porque a penna que traça estas
linhas nunca peccou por louvami-
Dheira; antes passa por espada afia-
da e temivel. E a Sertã sabe-o de
sobejo. Tanto melhor. Mais pensam
as nossas palavras, por partirem de
quem está desacostumado de elo-
giar.
Dito isto, passemos a dar noticia
do casamento do nosso presado e
ilustre amigo.
A ceromonica realisou-se no dia
31 de dezembro do anno findo, às
9 horas da noite, na igreja parochial
de St? Maria d’Alcaçova, em El.
vas, sendo celebrante o reverendo
padre Antonio Joaquim Mira. A
sr* D. Angelina
Eva Nogutira da Silva, ia rica-
mente vestida, o que mais fazia re-
alçar os seus bellos dotas physicos.
Trajava vestido de othoman com
Foram padrinhos, por parte da
noiva, o srt. José Nunes da Silva
Sobrinho, por procuração passada
ao sr. Antonio José de Carvalho, e
a ex.”º sr.* D. Sophia Leitão, irmã
da noiva. Por parte do noivo, seu
pae, o nosso presadissimo amigo,
sr. Antonio Corrêa Ja Silva, e a
ex. gr.à ID) Maria da Conceição
Marçal Corrêa,
Terminada a ceremonia, foi ser:
vido em casa da mãe da noiva um
opiparó copo d’agua. Em seguida
os noivos partiram para a sua quin-
1a do Malvar, no Varche, onde fo-
ram passar a luz de mel, devendo
depois partir para Sernache do
signantes teem o abatimento de 20 0[9.
Os originaes recebidos não se devolvem.
Bom Jardim, em que provisoriamen-
te estabelecem a sua residencia, é
onde D. Angelina vaé sem duvida
ser recebida cur: à extrema delica-
deza e attenções de que é merece-
dora; não só pelas suas brilhantes
qualidades e fina educação, mas
tambem porque é de ha muito pro-
verbial a delicadeza e benevolencia
da sociedade de Sernache, onde O
nosso bom amigo, dr. Marçal, con:
ta numerosas sympathias.
A” sua chegada 4 quinta, foram
os noivos surprehendidos por uma
agradavel surpreza, feita pelos ren-
deiros e habitantes do Varche, que
haviam enfeitado e illuminado a
avenida que conduz À casa da quinta.
E, não obstante serem já 2 horas
da madrugada, achava-pe a vasta
alameda cheia de povo, que rece-
beu os noivos com musicá e des:
cantes —uma recepção enthusiastica
e brilhante.
Na «corbeille» dos noivos viam se
as seguintes prendas: salva de prata,
pulseira d’oiro antiga, um parde cas:
tiçaes de prata e um relogio d’oiro,
de D. Carlota Nogueira, mãe da
noiva; guarda-joias de filagrana de
prata, de D. Clotilde Rebello, irm3
da noiva; estojo com colheres de
prata com concha dourada, da ma-
drinha da noiva; centro de mesa,
do padrinho do noivo; pulseira ds
oiro e um serviço de crystal, da
madrinha do noivo; manteigúeira é
escova de prata, da avó do noivo;
uma salva de prata, de D. Martha
Corrêa, irmã do ncivo; aderesse de
oiro, de D. Adelaide Leonor, irmã
do noivo; paliteiro de prata, de D.
Carmelina Corrêa, irmã do noivo;
dois almofadões de cambraeta de
linho, bordados em alto relevo é al-
finete d’oiro para chapéu, de D.,
Amalia Corrêa, irmã do noivo; pul-
seira d’oiro, pulseira d’oiro com bri-
lhantes, e alfinete d’oiro com bri-.
lhantes e rubis para gravata, José
Nunes da Silva Sobrinho « esposa;
um tinteiro de prata, de Antonio
Leitão; cunhado da noiva; copo de
prata, do coronel Nogueira e cs
posa, tios da noiva; annel d’oiro
com brilhantes, da noiva, adevesse
d’oiro com topazios, donoivo; estojo
com faca de cabo d’oiro é folha de
madreperola e caneta d’oiro, e tripli-
ce espelho com moldura de inetal
branco, de Bernardino Núnes da Sil-
va e esposa; atête-i-têto» de porcel-
lana, de João Augusto Nogueira de
Sá e esposa; tios da noiva; colher
de prata com voncha d’oiro, para
doce, de D. Feliciana Almada, tia
da noiva; gaútho d’oira para cabello,
de D. Maria Almada; almofadão da
setim azul bordado à seda, de D.
Sophia Nogueira e D. Feliciana
Nogueira; «sachet» de seila bordado
a matiz, de D. Henriqueta Rebello;
alfinete de oiro, com perolas e rus
bis, de Raul Rebello, sobrinho da
noiva; um par de castiçaes de bron-
ze, de José Marçal Corrêa da Silva;
irmão do noivo; bilheteira de filagra-
na de prata, do dr. Luiz Ornellas à
esposa; paliteiro de prata, de Quis
‘lherme Rocha e esposa; um par dea e esposa; um par de@@@ 1 @@@
MESA VOO mms =.) O —
ergolas
te D. Henriqueta Julia da Costa e
milita; brocha de prata, de D. Ju-
Ha Izabel Leitão; chavena de por-
celiana para almoço, de D. Mario
Amado; caixa com triple espelho de
1. Amado Costa Miranda; compo-
teira de crystal, de D. Virginia Lei
ão; tres jarras para toillete, de D.
Margarida Corrêa; seis garrafas de
crystal, de D. Rosa Pires; copo e
prato de norcellana, antigos, de D.
Carlota Pires; alfinete de prata, de
Julio Leitão; candieiro, biscoiteira,
garrafa e copo para toillette, paima-
toria de porcellana, etc., dos servi-
caes da noiva.
Felicitamos, pois, os recemeasa-
dos, e fazemos votos por que elles
tenham uma perenne lua de mel,
acompanhada de todas as felicida-
des a que ambos teem jus por mui-
tissimos titulos.
E com effeito assim deve ser. D.
Angllina é uma senhora virtuosa,
amavel e d’uma educação esmerada.
Abilio Marçal é um rapaz cheio de
vida, de talento o de saber, reu-
nindo todos os predicados ás mais
bsllas qualidades pessones, o a uma
generosidade nada commum, n’es-
tes tempos de feroz eguismo. De-
vem, pois, n’uma terra hospitaleira,
delicada e boa como Sernache, pas-
sar uma vida feliz e tranquilla.
CARTA DE LISBOA
II
E” possivel que, d’esta vez
ainda; eu não reconheça a mi-
vha prosa, quando me chegar
ás mãos o Echo da Beira, de
tal fórma acabo de me conven-
cer que os senhores revisores
collaboram sempre comigo. A
minha primeira carta saíu de-
ploravelmente atropelada e
mutilada; mas como isto é um
barbicacho da sorte que perse-
“gue todos aquelles que escre-
vem para prblico, tenham os
leitores paciencia. Não venha
isto, perém, evitar que falemos
da abertura do parlamento. Co-
mo na fórma do costume, foi
no dia 2 a solemnidade. Estava
o tempo fresco de mais para
que ouvissemos os tradiccio-
FOLHETIM
PRÉVOST
MANON LESCAUT
Traducção do francez
por
ABILIO DAVID
PRIMEIRA PARTE
Perguntei-lho o que era que a
trazia à Amiens, é se ahi tinha al-
guma pessoa dassuas relações. Res-
pondeu me ingenuamente que tinha
sido enviada para alli polos seus
parentes, para ser religiosa. O
amor, desde que me entrou no co
ração, tornou-me de tal modo es-
clarecido, que eu olhava esse desi-
gnio éomo um golpe mortal para os
mens desejos.
Falei-lho-d’uma fórma que lhe
fiz comprelender os meus senti-
mentos; porque ella era bem mais
experimentada do que eu: era com
pesar seu que a enviavam para o
convento, afim de sustar,. indubita-‘
de prata para guardanapo, | nacs pregões da agua fria como
a neve; entretanto não faltaram
os pasteilinhos nem os p’esinhos
com linguiça, cada coisa é do
seu tempo.
Como coisa solemne, toi um
acto de se lhe tivar o chapéu.
O diseurso da corôa, como ahi
sabem já, decerto, velu trazer-
nos a risonha esperança de que
isto se vae endireitando a pou-
co e pouco. Não se falou na
Inglaterra d’esta vez, o que ser-
viu para os espiritos menos
optimistas barafustarem logo. |
Dizem que aquillo é um mau
agoiro. Mas… ora adeus! Tam-
bem nós acabamos de fazer
uma brilhante figura com a
Allemanha e o discurso da co-
rôa passa por ella (pela figura)
como gato por brazas.
E’ que esta gente que trata
de politica, ou que se trata
com ella, anda sempre a inven-
tar espalhafatos para que os
animos se indisponham, e tudo
se maldiga…
—Já deve ser ahi conhecido
o desastre de ha dias na fabri-
ca do gaz. A noticia não é no-
va, pois; mas como não lemos
em nenhum dos nossos colle-
gas da capital considerações a
tal respeito, que verdadeira-
mente interessassem a opinião,
não podemos deixar de dizer
algumas palavras ainda sobre
o assumpto. O desastre na fa-
brica do gaz não foi o primei-
ro, devido a descuidos de quem
quer que xeja, mas, em todo o
caso, motivados todos por in-
cidentes cujas gravidades não
teem sido bem mordidas. O
operariado não está seguro com
a fórma das installações da
companhia, mas a população
da cidade está muito menos se-
gura com o ter uma fabrica de
gaz n’um sitio dos mais con-
corridos, cercada de predios
por quasi todos os lados, e sem
nenhumas reservas dispostas
velmente, a sua inclinação para o
prazer, que se declara já, e que
causou no futuro todas as guas e
minhas infelicidades. Combati a
cruel intenção dos seus parentes por
todas as razões que o meu amor
nascente e a minha eloquencia es-
colastica puderam suggerir-me.
Ella não afectou nem rigor nem
desdem. Disse-me, após um mo-
mento de silencio, que demasiado
previa que ia ser desgraçada, mas
que isso era, segundo todas as pro-
babilidades, a vontade do céu, pois,
que este lhe não deixava meio ne-
nhum de a evitar. A doçura dos
seus olhares, um ar encantador do
tristeza, ao pronunciar essas pala-
vras, ou antes q ascendente do meu
destino que me arrastava à minha
perdição não me permittiram hesi-
tar um momento na minha resposta.
Assegurei-lhe que se ella ligava al-
guma importancia 4 minha honra e
á ternura infiuita que me inspirava
Já, eu empregaria a minha vida pa-
ra a livrar da tyrannia dos seus.
parentes e para a tornar feliz. Es-|
panto-me mil vezes, reflectindo n’is-|
to, d’onde me vinham então tanta,
‘audaucia e facilidade em m’expr:-|
mir; mas não se fazia: do amor
ECHO DA BEIRA
contra os einistros provaveis.|
Nisto é que o governo devia
pensar um pouochito, porque
o assumpio é grave e mais vale
prevenir que remediar.
-— Às sessões das camaras
por emquanto, não teem tido
importancia alguma. Consta-
nos, porém, que estão para
breve apresentação jruportan-
tes medidas ministeriaes. Por
exemplo, a/ do augmento do
preço do pão de rala, um su-
jeito que tem tomado o passo
ao pãosalvo deixando-o pelas
ruas dá amargura. Os senhos!
res padeiros estão deveras con-
tentes com a idéa do governo.
-—() batalhão da miseria
commandado pela ex.” sr.* du-
queza de Palmella continua
a exhibir-se bellicamente em
frente do respectivo palacio.
Segundo consta a policia vae
tomar energicas providencias
contra o facto, que se suspeita,
d’emigrarem para diversos of-
ficios alguns dos recrutas da
sopa.
O que se pretende é apenas
não acabar de vez com os re-
gistos da vadiagem, nem com
a clandestinagem da prostitui-
ção.
A medida é d’alcance.
a
—Para fechar:
N’um baile. A condessa R.,
solteirona, passa muito deco-
tada pelo braço d’um banquei-
ro VIUVO, a
Um dos circumstantes vol-
ta-se para a baroneza X., uma
travessa galante de 20 annos
apenas, e diz-lhe com ironia
transparente:
—V. Ex.* já reparou na con-
dessinha? Vem hoje capaz de
seduzir meio mundo masculino
Ella:
—h» justo. Amor com amor
se pagal…
Martim Feyo.
uma divindade, se elle muitas vezes
não obrasse prodigios,
Ajuntei mil coisas instantes, A
minha bella desc mhecida sabia bem
que se não é um embusteiro na mi-
nha idade: confessou-me que se eu
um dia a puzesse em liberdade,
acreditaria ser-me devedora de al-
guma coisa mais caro do que a vi-
da. Repeti lhe que estava prompto
a emprehender tudo; mas não ten-
do assás experiencia para imaginar
n’um relance os meios de a servir,
achava me n’este estado de confian-
ça geral que não podia ser um
grande auxilio para ella e para
mim. Tendo vindo» juntar-se-nos . o
sou velho argus, as minhas espo-
ranças sossobrariam se ella não ti-
vesse espirito de sobejo para sup-
prir a esterilidade do meu. Fiquei
surp:ehendido, à chegada do seu
cenduetor, quando ella me chamou
seu primo, é quando, sem parecer
desconcertada, me disse que, visto
sentir-se assás feliz por me encon-
trar em Amiens, transferia para o
dia seguinte a sua entrada para o
convento, afim de conseguir 0 pra-
zer de csiar comigo. Penetrei mui-
to bem no sentido deste estratage-
ma: propuz-lhe alojar-se n’uma hos-‘
REVISTA ESTRANGEIRA
Lavta funda inquietação em
Constantinopla por causa dos
projectos de mr. Nélidow, re-
ferentes a 8, Petersburgo, Pos-
to que a volta do embaixador
da Rusia tenha tomado as
proporções dum verdadeiro
acontecimento, e que durante
todo o seu percurso em terri
torio othomano lhe tenham sido
prestadas honras quasi sobera-
nas. sabe-se até agora que o
representante do Tzar fez co-
nhecer o programma das refor-
mas, concertado entre as po-
tencias, e que segundo corre
nos circulos ofliciaes do estran-
geiro, mais bem informados, se
encarregou de o communicar
ao Sultão,
Ura, o que sobre tudo in-
quieta à Sublime Porta, não é
já tanto o plano das reformas,
mas 08 disignios que se attri-
buem á Russia — de ligar a
questão das reformas á da
abertura dos Estreitos á4 sua
marinha de giicrra.
Isto explica a agitação que
se apoderou dos circulos offi-
ciaes othomanos.
O gabinete de S. Petersbur-
go está decidido a aproveitar-
se da situação vantajosa que à
Rusia conseguiu na Turquia
e na Europa, para regular es-
te negocio que tomou tanto a
peito.
– Em Constantinopla, a opi-
nião publica é fandamental-
mente contraria ão regulamen-
to d’esta questão, no sentido
do voto da Russia. Objecta-sa,
em primeiro lugar, que a liber-
dade de passagem, accordada
com as esquadras russas no
Bosphoro e no mar de Marma-
ra, põe a Turquia á mercê da
sua poderosa visinha. E n’esse
caso, à independencia do Sul-
tão não seria já senão uma pa-
lavra vã, em consequencia da
proximidade da base d’opera-
ção russa, permittindo a todo é
momento, ao embaixador dá
Russia em Constantinopla, ex-
primir vontades imperativas;
sempre que lhe approuvesse,to-
rando por pretexto qualquer
futilidade.
Por outro lado, segundo se
pensa nos eirculos othomanos,
equivalendo essa passagem 4
presença de couraçados russos
no porto de Constantinopla e
suas immediações, a policia
d’esse porto, já de si dificil, –
nas actuaes circumstancias, –
tornar-se-hia de futuro quasi
impossivel, o que, sob o ponto
de vista interior, apresenta
graves inconvenientes.
Esta ultima razão, franca-
mente, é apenas accessoria e de
pouca monta para a questão.
Bastava a primeira para pro-
vocar as repugnancias othonta-
nas ao desideratum russo. Esta
é que é, em nossa opinião, a
verdade toda inteira, sem me-
taphoras nem euphemismos. .
Mas a Russia, sagaz, habil,
escolheu tambem o seu mo-
mento — permittam os leitores
que o digamos assim—a sua
vontade parece dever-se expri-
mir tão nitidamente, a attitude
das principães potencias e mes-‘
mo a da cynica Inglaterra, es-
tão hoje de tal modo, que o
góverno rússo parece, segundo
todas as probabilidades, estar
bem proximo de. attingií o seu
fim. i e
Constantinopla está convens
cida de que en xvãoo Sultão
se dirigia á Europa, se a
theoria do Mare claxsum, no
que respeita ao mar Negro, lhe
fôsse imposta, ao mesmo teme
po que a obrigação de abrir ás
esquadras russas o Bosphoro
e o mar de Mármara. A Euro-
pa, n’este ponto, encontra-se
em face d’um ajuste; e a Rus-
sia, subordina a sua franca e
pedaria cujo proprietario, que se
estabelecera em Amiens, depois de
ter sido muito tempo cocheiro de
meu pae, era inteiramente dedicado
às minhas ordens.
Acompanhei-a eu proprio, ao pas-
se que q velho conductor parecia
murmurar um pouco, e que o meu
amigo Tiberge, que não compre-
hendia nada d’esta rcena, me se-
guia sem proferir uma palavra. El-
le não tinha ouvido s nossa conver-
sação. Ficára a passear no pateo,
emquanto eu falava d’amor à minha
bella amante. E como eu receiave
do seu bom senso, desfiz-me d’elle
por meio d’uma incumbencia de que
eu lhe pedia se encarrgasse. Tive
assim o prazer, chegado á estala-
gem, de conversar sósinho com a
soberana do meu coração. Reconhe-
ci em breve que era menos criança
do que sepunha, O meu coração
abria-se a mil sentimentos de pra-
zer de que eu nunca fizera ideia.
Um dôce calor se espalhou em to-
das as minhas veias. Eu estava
n’uma especie de transporte que
me tirou por algum tempo a facul-
dade de falar, e que não se expri-
mia sonão pelos meus olhos. Mada-
moiselle Manon Lescout, é assim
que ella me disse que se chamava,
afigurou-se-me muito contente por
este effeito dos seus encantos. Pa-
receu-me descobrir que ella não es-
tava menos commovida do que eu.
Confessou-me que me achava ama-
vel e que se sentia encantada por
me dever a fineza da sua liberdada.
Quiz saber quem eu era, é esté co-
nheeimento augmentou a sua affei-
ção; porque sendo elly de nasei-
mento commum, lisengeava-se de
ter feito a corquista d’um amants
tal como eu. Procurámos os meios
de estar um com o outro, Depois
d’algumas reflexões, não achámos
outra via senão a da fuga. Torna”
va-se necessario illudir a vigilancia”.
do velho, que era um homem para:
attender, posto que não fôsse se-.
não um domestito. Combináinos’
que eu faria preparar durante a’
noite, uma sege de porta, o que
viria d estalagem, de madrugada,
antes que ello tivesse despertado;
que mos evadiriamos a cecultas, e
que iriamos directamente para Pa-
ris onde casariamns assim que ch6:
gassemos.’
(Continua);ontinua);@@@ 1 @@@
PETER
SETE
dd

* publicar revistas
“vidas á penna do nosso director sr.
E a
ECHO DA BEIRA.
“decisiva cooperação ao pro-!
gramma das reformas para a
solução naval que pretende,. e
pará à qual, em boa verdade,
le não escasseiam poderosns
razões d’ordem moral.
, À situação, com franqueza.
é das mais interessantes; e O
que está em via de se nego-
ciar, depende em grande parte
da sorte do Oriente. Evidente-|
mente, o gabinete de S, Peters.
bnrho explora nesta conjun-
ctura a amisade da França, os
– manejos da Allemanha, a resi-
ns,
— gnação coneiliadora e, talvez
interessada, da Austria-Hun-
| gra, os enleulos egoistas da
matreira Inglaterra, as recen-
tes boas disposições da Itaka,
e emfim, a desvantajosa situa-
ção moral em que, por desgra-
ça sua, ainda uma vez se col-
Jocor a Turgria.
Todos estes factores, ou to-
das estas eircumetaneias são
favoraveis 4 Russia. ou pelo
menos não lhe -oppõem senão)
ama fraca resistencia, se resis-
teneia se lhe póde chamar,
Ora, foi sob estes auspícios |
que mr. Nélidow entrou em
Constantinopla. No que res-|
peita ás: reformas, muitos são.
os que as desejam, e não obs-
tante ,ningmem está inteiramen-
te convencido ea efficacia das
“medidas decretadas pela Subli-
me Porta. Mas ligar esse pro-
gramma à hberdade de passa-
gem pelos estreitos dos Darda-
helos, eis o que espanta e as-|
susta toda a gente.
“E à coisa comprehende-se,
como teremos ensejo de fazer |
ver aos nossos leitores no de-|
turso das nossas revistas do
estrangeiro, Desde então, é de
esperar grandes controversias
so, como se présume, mr, Né-
lidow formúla-a exigencia cujo
annuncio o precedeu em Cons-
tantinopla.
meta ] ee j
O Ventre de Paris
Publicou-se ha ponco em Paris o
relatorio annual da direcção muni-
cipal do Sena. Por elle se vê que
os 2.447:957 habitantes da grande
capital do mundo civilisado consu-
miram no anno findo a bagatella de:
997.491:722 kilos de pão.
149.392:132 Kil. de carne de
vacca.
24,016:955 kil. de carne de por-
ço.
27,188:776 kil. de peixe.
20.501:984 kil. de manteiga.
6.770:491 kil de queijo.
| 12.251:810 kil. de fructas, legu-
mes, etc.
17.750:129 kil. de sul.
1.159:998 kil. de azeite.
9.011:466 hectoltros de vinho,
180.700 hectolitros de alcool.
— — oeyoée
Revista Estrangeira
O nosso Ri puifeipia hoje a
o estrangeiro de-
Abilio David, As «revistas» serão
regulares e avompanharão sempre
9 mais de perte que fôr possivel o.
dvimento externo politico-social,
CANÇÕES
NALDEIA
Sp
Vinde, vinde raparigas
ás horas da noite morta
sentar-vos à minha porta
Vinde, vinde raparigas
desfiar na roca estrigas.
Juntos com as dos rapazes
vossas almas vão noivando
pelo céu enorme oasia!,..
Junto com as dos rapazes
vossas almas vão cantando. …
Vão perdidos pelos brejos .
os soluços das cantigas!…
Sonhai…
sonhai raparigas!
Vão perdictos pelos brejos,
uns sons que parecem beijos!
Quem me déra ser o linho
esse nho que fiaes…,
poder ouvir vossos aisl…
Quem me dera ser o linho, .
em que dais tantos boijinhos!
Tenho inveja d’esses beijos
que vós lindas raparigas,
daes no linho das estrigas.
Tenho inveja d’esses beijos ,
tenho inveja… são desejos!
Os beijos são lavradores,
lavrando—vão arando;
o campo que vão lavrando
esses beijos lavradores, . |. à
não tem fim…
se elles é d’amores!
Andam de noite e de dia
os mesmos eampos lavrando,
perdidos, sem, nenhuma guia.
Andam de noite e de dia,
os mesmos sonhos cantando.
Andam perdidos meus beijos
na seára dos teus cabellos, cs
: : : = acne
na seára dos. meus desejos. .
Andam perdidos meus beijos;
não sei, não posso detel-os.
Dourados lindos cabellos
que prendeis meu coração,
enredai esta paixão.
Dourados, lindos cabellos,
enredai meus pezadellos.
Auras meigas soluçai
as nossas ruivas cantigas
que de beijos são mendigas!
Auras meigas soluçai
as canções das raparigas.
Morrendo vão as cantigas |
e anda o linho das estrigas
desfiado pelos brejos!…
Morrendo vão as cantigas,
morrendo vão nossos beijos!,,.
29 de dezembro de 1896
Geralmente considerado no nos-
so meio pelo seu austero caracter e
generosos sentimentos, muitas hão
de ser as demonstraçõos de sym-
pathia e apreço que receberá hoje
O nosso respcitavel amigo o sr. An
tonio Ferreira Alberto, distivcto
commerciante no Pará e cava-
lheiro assás estimavel pelos seus
apresiaveis dotes moraes,
Com o melhor animo partilha-
mos das justas alegrias que n’este
dia em que mais um anno decorre
na sua existencia, todo consagrado
ao labor honesto e nobiliante. inun-
dam o coração dos seus numerosos
amigos e apreciadores.
Dois amigos.
E. Silva
Consta que regressará por estes
dias 4 sua residencia em Sernache,
o nosso estimado amigo o ar. dr.
Abilio Marçal acompanhado de sua
ex.Ӽ esposa. 2
Seja bem vindo.
x mentogaç O TE
Ae
Roubo
No domingo passado ronbaram
da oficina do sr, Joaquim Barata,
sapateiro d’esta villa, um par de sa-
patos que aquelle senhor ali tinha
já concertados para levar ao freguez.
Os sapatos segundo o que diz 0 sr.
Barata vaham, 19800 réis.
Como choveu alguma agua n’a-
‘quelle dia o gatuno quiz provavel-
Caso curicso
i
I Desabam ento
Sob esta epigranhe, refere o | Com es ultimos temporaes
nosso collega o Seculo o se- | desabon parte d’uma casa sita
guinte interessante facto:
«O conhecido medizo sr. dr. Ran-
gel de Quadros Joyce, que durante
quatro, annos fez serviço no hospi-
tal da marinha,com a graduação de
1.º tenente e que depois foi nomea-
do, por concurso, subdelegado ide
saude do municipio de Lisboa, Jo-
gar que exerce ha oito annos, re-
ceheu ante hontem . aviso .para . se
apresentar á junta de inspecção
militar no regimento de intanteria
7, a fim de se verificar se sim ou
não está nas condicções de assen-
tar praça, por ser considerado, re-
cruta supplementar ao n.º 15 do
contingente de 1879.
O mais engraçado do caso é que
o gr. dr. José Joyce, pelo menos
desde que terminou o seu curso na
escola medica de Lisboa, residiu
sempre na capital, é muito conhe-
cido pelos cargos que tem exercido
e conta actualmente 37% annos de
idade. Pois só agora se lembraram
de o chamar ao serviço militar sob
pena de ser considerado refractario!
O sr. dr. Joyce, acatando a con-
tra-fé que lhe foi entregue, tirou
hontem guia na administração do
2.º bairro, e vae hoje apresentar-se
á junta de inspecção.»
| O mais gracioso da festa se-
ria se nós ainda vissemus o il-
lustre subdelegado de saude a
marcar passo em infanteria 7,
de barrete de magalla na ca-
beça, marchando á voz do ins-
truetor: um.. dois… tres…
Um. dois: . tres, io
— soe
Realisa se no dia 20 do corrente
a festividade do guerreiro martyr
S. Sebastião na capella do mesmo
santo.
— aptas pe
Casamento
– Realisou-se na terça-feira, 12 do
corrente na egreja do Cabeçudo, o
enlace matrimonial do sr. Antonio
Ferreira com a sr.? Maria Candida,
ambos naiuraes do Carpinteiro.
Foram padrinhos. por parte do
noivo o sr. Joaquim Nunes da Matta
e sua ex-Pê esposa, representados
pelo er. José Nunes da Matta e es-
posa, do Outeiro do Pampilhal, por
aquelles se acharem ausentes.
Por parte da noiva, foram padri-
nhos.o sr. Vasconcellos e sua filha,
de ‘“Thomar, tio e prima da noiva,
A” cerimonia assistiram bastantes
pessoas. Entre ellas, vimos os, srs.
José Correia e Jeaquim Ferreira
Guimarães, Lima, do Cabeçudo, e a
sr? D. .Mathilde, da Matta e suas
filhas, D. Clothilde da Matta e Ma-
ximina da Matta.
É Ore,
– Continua doente o rev.º Abreu
Freire, tendo sido confessado e sa-
cramentado no cia O do corrente.
Fazemos votos pelas suas promptas
melhoras, Abreu Freire, não obs-
tante os. seus poucos annos, pois
apenas conta 26, é um padre que
se torna credor da estima e venera-
ção dos seus concidadãos, pelo seu
bondoso caracter e pela seriedade e
honradez do seu porte.
———— optimo
| Regresso
Regressou ha dias a esta vil-
la vindo dos Valles o sr. dr.
mente pôr os pés a salvo da lama. Romão Luiz de Mascarenhas.
na rua do Valle de S. Pedro,
pertencente a Manoel Farinha.
TD A
Solução do conflícto
– Quando o nosso jornal esta-
va no prelo, chegou-nos,á mão
a nota do governo, explicando
a; solução do- conflicto com a
Allemanha. E” do theor se-
guinte:
Reconhecido como toi—diz ella —-
que as successivas e desagradaveis
occorrencias que se deram em Lou-
renço Marques com.o consul. alle-
mão, especialmente o artentado: con+
tra o consulado allemão, no dia 8
d’este mez, tornaram justificada uma
satisfação ao governo imperial, foi
a “ormúla respectiva . assumpto de
negociação diplomatica, concordan-
do-se afinal: Sica DE PRISdR
– Em que o governador de Lous
renço Marques fará uma visita ofil-
cial ao consul allemão, que este re-
tnbuiriios CE a
– 8 em que, no dia ehora que ali
se, combinar, será, a. bandeira alle-
mã saudada pelo nosso navio chefe,
n’aquelle porto, ao que, onavio de
guerra allemão corresponderá, sau-
dando a bandeira portugueza.
– Seriam largos os commenta-
rios a fazer. À imprensa oppo-
cionista, porém, tem-se alarga-
do o, suficiente, para, por ora
nos calarmos, mesmo, porque
nem o tempo.nem o espaço
nol-o permittem explanações
n’este, momento. CP RR Op qu
» Ahi fica o documento na sua
cruel singeleza. . . aparente.
— O cerfifio
: Passou no dia 29 do mez passas
do o seu. anniversario matalicio q
nosso. amigo sr. Antonio Ferreira
Alberto, conceituado eommerciante
no Pará,
aC rm
Feira
o E DEREDO E o í ae pe q
Realisa’se 4manhã, n’esta villa a,
feira annual denominada «15 de
Janeiro».
qe een E are me
Acha-se já restabelecido dos,
seus incommodos o nosso ami-
go o sr. Fructuoso Pires,
Parabens.
meio
Travessá do Caldeira
o ESSAS SR ALR RAR RAS ERE o
– Chamamos a attenção da
Camara Municipal para o esta-,
do em que se encontra esta
travessa.
Tea pare —
– Tem estado bastante doente,
de cama o rev.” padre João,
Antonio da Silva capellão da,
Real Capella de Nossa Senhora,
dos Remedios. Desejamos-lhe,
promptas melhoras. Esta doens,
ça consta-nos que foi motivada,
por uma queda que deu na rus
do Valle d’esta villa.@@@ 1 @@@
TE
ECHO DA BEIRA
Sucei
O famoso jejuador italiano, Sue
CENTRO COMMERCIAL | Agua Acidula da Foz da Certã
TTPOGRADEIA
«ei, está recolhido na enfermaria es- DE Apprevada pela junta con
pecial do Deposito, em Paris, por da de saude punlica e
ter sido subitamente atacado d’um LUIZ DIAS uciosisada pelo governo,
Premiada com a medalha de
préta mas exposições portu-
gucra de 1893, dé Anvers de
1894, Saint Eiienne de 1895,
diploma de honra Marselha
de 1896, Concurso de Hygie-
ne Bruxelias 1896.
agcesso de loucura furiosa. Foi em
23 de dezembro.
Sucei, que morava na rua Cau-
metim, 10, pouco depois de entrar
em casa foi accomettido d’um | ata-
que de furia. Pegando n’uma ben-
gala desstou a partir quantos obje-
-etos tinha nos seus aposentos.
Aos gritos da visinhança, que :e
Completo sortimento de fa-|
sendas de algodão, lã, linho e!
seda, mercearia, ferragens e,
quinquilherias, chapeus, guar-|
da-chuvas e sombrinhas, len-
cos, papel, garrafões, relogios
(de sala, camas de ferro e lava-
RUA DO VALLE
Esta agua apresenta uma compo- É
sição chimica que a distingue de SST UPAN
todas as aguas minero-med’ceinaes
— Foi preciso algemal-o para o levar
alvoroçou ao ouvir o desturbio, ae
Piram os agentes da policia conta
os quaes o pobre Joucu arremetteu.
para a enfermaria.
——— — o pego — —— —
Ao sr. Domingos Antonio
d’Abreu, concessionario do lo-
cal onde lança a armação
Torraltinha, que lhe pertence.
para a pesca do atum e da sar-
dinha na bahia de Lagos, a
renovação da concessão do re-
ferido logar. E deve manter-se
a actual distancia para as que
lhe ficam contiguas, tanto de
frente, como de rectaguarda.
Além d’isso, as armações
podem pescar simultaneamen-
te na temporada da pesca do
atum.
ANNUNCIO 3
CONCURSO
ERANTE a Camara Mu-
nicipal do Concelho da
– Certa, está aberto concur-
so de 30 dias contados sobre a
publicação deste annuncio no
Diario do Guverno para pro
vimento do logar de Pregoeiro,
com c ordenado de 188000 rs.
annuaes. Os requerentes deve-
“ão juntar os documentos exi-
gidos no Decreto de 24 de de-
zembro de 1892 na parte ap-
plicavel. Certã 29 de dezem-
bro de 1896.
O Presidente da Camara.
Amtonio Nunes de Figueiredo
Guimarães
RETRATOS
Tiram-se em differentes ta-
manhos desde 800 reis a duzia,
garantindo-se a sua perfeição
q nitidez.
Encarega-se de ir tirar pho-
tographias a qualquer ponto
d’este concelho, mediante ajus-
te especial.
Quem pretender dirija-se a
Luiz Dias, Praça do Commer-
torios, iolha de Flandres, esta-
nho, chumbo, drogas, vidro em
chapa e objectos do mesmo, vi-
nho do Porto, licores e cognac;
livros de estudo é litterarios.
tabacos etc.
Preços extraordinariamente
baratos e sem competencia
Agencia da Companhia de
Seguros Portugal.
1 af7, Praça do Commercio, 1 a q
CERTA
FOGOS D’ARTIFICIO
U pyrotechnico David Nunes e
Silva, da Certã, satisfaz para todos
os pontos do paiz quelquer encom-
menda de fogos, em todos os gene-
ros, por preços sem competencia.
Apresenta sempre novos e varia-
dos trabalhos, d’um efleito surpre-
hendente, rivalisando com os me-
lhores do estrangeiro.
Este pyrotechnico, já bastante
conherido em Portugal, onde os
seus trabalhos teem sido admirados,
foi qnem forneceu os fogos queima-
dos em Lisboa pelo Centenario de
Santo Antonio e em Thomar pelo
de Gualdim Paes.
Correspondencia e pedidos ao py-
rothechnico
Darid Nunes e Silva
Laboratorio chimico-industrial
de
A. P. Moreira Lobo
41, Rua da Piedade, 41
(a Campo d’Ourique)
LISBOA
Este estabelecimento tem actual-
mente em laberação, e póde desde
já satisfazer todas as encommendas
que lhe sejam feitas da. provincia,
QUADRADA (Popular); dita preta,
redonda, (M. Loup) n.º 2; dita n.º 1;
dita de côr, n.º 2; dita n.º 1; dita
para pellica n.º 1 e n.º 2.
PO INSECTICIDA (M Loup)
preparado para a destruição dos
ratos, toupeiras e outros animaes
damninhos. DESINFECTANTE
ASIATICO. TINTA PARA ES-
CREVER, em frascos, ou latas de
17 litros.
ELEXIR DA fIBERIA para a
cura prompta e radical das frieiras.
Remette-se para a provincia, france
de porte, a quem enviar 280 réis
em estampilhas,
cio —OERTA,
Mais de 20 annos de bom exito!
FABRICA DE BEB/DAS ALCOOLICAS
A SILVA & Cº
ALBERTO
dos seguintes produrtos: GRAXA |
até hoje empregadas na iherapeu-
tica.
” Deyg as suas principaes proprie-
dades” ao asulfato acido de alumi
na», que no organismo humano
actua como «adstringente tonico e
desinfectante», e assim se explicam
os notaveis beneficios que o seu
uso produz especialmente nas doen-
cas de: Estomago, Garganta, Dia-
betes, Uterinas, Obesidade, Utceras,
Syphilis. Diarrhêa, Purgações, Gus-
tro-intestinal e nas Inflammações
em geral.
Não tem gazes livres; sabor mui-
to agradavel quer pura quer mis-
turada com vinho. A” venda nas
principaes pharmacias e drogarias
e nos Depositos:—Porto, rua de
Santo Antonio, 49. —Coimbra: Dro-
garia J. Figueira & C.º— Figueira:
Pharm. Simões d’Oliveira.— Tho-
mar: Pharm. Torres Pinheiro. — De-
posito geral: Rua dos Fanqueiros,
84, 1.º; Lisboa,
ALFAYATERIA ELEGANTE
51, 51 A, 53, 55
Rua da Escola Polytechnica
Sortimento collossal de varinos a
48400, 63600, 75550, 85400, 93200
108500; 125000 até 203000 réis.
Double-capas, enorme variedade
a 38800, 65800, 75800, 94700,
115000, 1258000 e 133500 réis. |
‘Sobretudos, grande salão de fa-
zendas a 35600, 55800, 65500,
75500, 84500, 95000, 108000, 125
até208000 réis.
Capindós para creanças desde 2
até 5 annos a 15800, 23500, 23800,
39200, 45000 e mais preços.
Fatos á maruja para treenças de
2 até 10 annos, 25509.
Fato completo a vestir 35500.
Fato completo de cheviote, 45500
Fato completo de casimira, 55800
Fato completo de diagonal, 65800
Fato completo de flanella, 75450
Fato completo de cheviote espe-
cial, 84300
Fato completo de flanella supe
rior, 99800
Grande e variado sortimento de
Bengalas e Guarda-chuvas a 900
– Fatos das mais finas casiwiras,
cheviotes, flanellas e diagonaes a
105000, 128000, 135500 até 30000
Recommendamos a todos os che-
fes de familias economicos que não
comprem noutras casas sem pri-
meiro verem as qualidades dos va-
rinos, sobretudos e mais vestuario
que aqui annunciamos. De todos os
preços acima expostos temos e em
quantidade, pedimos a fineza de
|apresentar este prospecto e por elle
verá da nossa verdade,
ATTENÇÃO
Como temos sido macaqueados
Nesta officina se fazem todos os trabalhos concernentes 4 –
arte typograpaica, para o que tsm pessoal habilitado, por pre-
“ços assás rasoaveis.
Acceitam-se encommendas de facturas commerciaes, bi- |
lhetes de estabelecimentos, memoranduns, participações de ca-
samento, etc., etc.. impressos ofiiciaes e bilhetes de visita, para
o que esta casa possue um grande e variado sortimento de ma-
teriaes que mandou vir expressamente das primeiras casas de
Lisboa.
Garante-se o bom acabamento dos trabalhos, a nitidez e
promptidão.
SDÔRESD)
‘ ã pi Por molo do empregodos DE 7; = a
vos 8 dE
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do e Lornando as gengivas perfei
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viço, essigualando aos nossos lei- VEN E
tores este antigo e utilissimo pre-
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4gente Geral : SEGUIN BOÓRDEOS
SYSTHEMA METRICO
NOÇÕES DE ARITHEMB TICA
POR
ABILIO DAVID e FERNANDO MENDES
Acaba de ser posta 4 venda a segunda edição d’este ma-
gnifico compendio, redigido em conformidade com o program-
ma d’instrucção primaria elementar do 1.º e 2.º graus, confor-
me o decreto de 19 de junho de 1896. E” um livrinho que se
recommenda, não só pela acertada disposição pedagogica, co-
mo pela extrema clareza das suas definições e pela excessiva
barateza do seu preço.
Brochado, 80 réis; cartonado, 120 réis.
Todos os pedidos devem ser acompanhados da respectiva
importancia, e dirigidos a J. N. GUERREIRO,
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Trabalhos em todos os generos por artistas de Lisboa.
Garante-se a perfeição e bom acabamento das obras. —
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Inventores do afamado licor CANHÃO
Fabrica—40, Rua da Padaria, 44
DEPOSITO GERAL DA FABRICA
Participam ao publico que continuam a ter grande sortimento de
bebidas em todos os generos e para differentes preços, taes como: gene-
bra, cognac, licores, vinhos do Porto e Madeira, cremes finos, garrafas
lindamente enf-itadas, de banana, annanaz, ameixa, morango e ginja.
Fazem-se descontos para os srs. revendedores, e em Lisbua, envia-
se qualquer encommenda gratis a casa do freguez. Este mesmo estabe-
“Tecimento acaba de montar uma maguitica fabrica de refrigerantes em
“ condições vantajosas de forma a poder satisfazer com rapidez qualquer
encommenda que lhe seja feita. Rea
por alguem que pretende imitar
por todas as fórmas a nossa casa CENTRO COMMERCIAL
por isso lembramos que reparem : as < bem na taboleta e procurem sem- Luiz Dias pre na mesma taboleta os numeros seguintes: BIBLA, 59, 55 B.INDE—-Uma bonita carteira para notas a quem comprar de 5;3500 réis para cima. José Clemente 1a 7, Praça do Commercio, 1 a 7 CERTÃ TYPOGRAPHIA—Rua do Valle. — SERTÃ Editor responsavel— ANTONIO DIAS D'OLIVEIRA'OLIVEIRA