Echo da Beira nº48 26-11-1897

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SEXTA-FEIRA, 24 DE VOVEÉNHRO DE 159
PVE spp ads Ego
24 DARK
%
ANNO |
tb dio “ADMINISTRAÇÃO
– RUA DO VALLE-CERIA
“ASSIGNÁTURAS.
Ui, and pi o dio ibasina ade nd DR. 200
O PMERitos a desnjadae crpaio he fiel AP Ta 600
“Brazil Anos doa O ray GOO
ATOR ADO 60 400% Mo prato EA ESP ntarora 2 21000:
E Namero ajvulso. 4 ve soresentereonservoe so D0, reis)
RERUM DS X Ê à 5º Ps G
sig TRAMÓIA
“já um caso; ndo pegado
ma administração: é ama ques-
tão de moralidade muito grave
e muito complexa. |
O que se passou na sessão
da camara, as insinuações que
alli foram dirigidas; semum|
protesto d’aquelles que eram
directamente visados; a inva-
são que alguns vereadores fi-
geram nas attribuições da pre-
sidencia da camara, arrojando-
se direitos que não dies pertén-
cem,. sem uma satisfação nem
uma desculpa; a declaração
cathegorica d’um empregado da
camara; cumprindo a ordem
d’um vereadore desobe:lecendo 4
indicação que lhe fez o presi-
dente, tudo isto, emfim, são fa-
ctosmuito melindrosos, flagran-
temente indicadores d’úma si-
tuação anarchica e tumultua-
ria. de
Vejamos em poucas palavras
qual é a historia d’esta ques-
tão.
Nosprimeiros mezes do corren-
tcanno, começou a circulara no-
ticiade que a camara tinha
resolvido abrir uma estrada
que, saindo da Certã, no sitio
da fonte de 5. Er tambem
conhecida qor fonte do. Almo-
xarife on da «Boneca» e se-|
guindo aquella margem da ri-
a fosse entroncar na que
vom de Pedrogam, no sitio de
S. João do Couto.
A esta redacção vieram ter
duas cartas reveladoras desta
loucura, mas nós não lhe de-
mos credito e desconfiámos até |
que à questão das cartas fosse
uma cilada armada é nossa
boa fé.
Uma estrada para que?
Para Pedrogam? Mas então
não havia já duas estrades pa-
ra alh?
Bm ramal?
Mas então o que valia ou
aproveitava o ramal, feito par
ra uma estrada que ainda não
está concluida?
Demais. a mais as duas ea-
tr adas–principál é ramal | —
desembocavara muito. proximo
uma da oritra (200 metros, qu-
úndo muito!-costeavamo mes |. O esbanjemento é
io monte, uma por nascente
outra por poente, não se afas-
tando uma da outra mais do
que 200 ou 250 metros, e tn-
do isto n’uma distancia de? ki-
é | lometros apenas! E este luxo
|custava. 3:0008000. reis,
Não podia. ser! Não avredi-|1
támos.
O publico fez o mesmo.
Pouco tempo depois voltou
novamente a fallar-se no caso,
afiirymando-se que era resolu-
ção játomada Dela cantara,
Não podia ser!
Uomo?
Quando?
Um caso d’estes não passa as-
sim derapercebido!
Redobrando de ingistencia
começam então a correr fio pu-
plico os mesmos boatos, agora
já augmentados, pois se dizia
que a acta em que igso se re-
solvera estava assignada pelos
srs. dr. Guimarães e Lima mas
que estes protestavam, dizendo
que não tinham resolvido tal
COISA. |
Um amigo nosso confirmou-
nos o caso, sffirmando-nos que
a questão ia novamente levan-|.
tar-se,
Prevenimos então a camará
num artigo que aqui publicamos
no numero 44, Não fomos ou-
vidos e as coisas chegaram
ao estado em que se acham:
suspensas com 4 sessão do dia
18, cujo extracto damos n’outro
rar d’este jornal, o publico
attonito e o gf. Cabral a dar a
ultima demão no projecto. apres-
sadamente.
Uma questão, pois, que teve
tão bons e limpos principios,
não admira que sejav mais
descarado esbanjamento, tia-
tado com o maior cynismo é
com a maior loucura.
Já que essvg boatos, pois se
transformaram’ em factos pu-|.
blicos, discutidos n’uma sessão,
examinemol-o nós também.
O caso vae ben condimonta- |
do. .
À inuálidade
‘Pres estradas para a mesma
freguésia, que afinal se reunem
no mesnio sítio é demais!
“ Ab teratites ;
M E MORANDUM
EM eorrespondencia relativa à assiimptospda radaição | ao ai]
reetor do,jornal para Sernache. do Bemjardim: e da adminis- |
tração ao administrador para a Certa.
Os orginaes recebidos não se devolvem, sejam: ou não. publi. |
cados. Annunciam- -sepublicaçõesde que serecebaum exemplar,
es
ae
1:100 metros de estrada!
à violencia b injnstiça do
desperdicio tambem é palpitan-
te; uma camara quenão tem
dinheiro para construir a ponte
de Figueiredo, orçada em
1:2008000 reis, que não póde
soneluir a ponte do Porto dos
Cavallos que não. cosiúmiria
mais de 800:000 reis, que não
tem (dinheiro para conservar as
estradas que tem, cuja pobreza
é tão grande que não póde
“comprar mobilia para o tribu-
nalnem ogcorrer ás mais ur-
gentes necessidades-do conce-
Jho, essa camara tem 3:0008000
de reis para gastar num es-
trada, escarneceudo assim da
miseria de povos, que não tem
sequer uma fonte que os abas-
domesticos.
Mas para comiemnar . essa
medida gbusiva e iniqua não é
| preciso mais do que recorrer
nos proprios argumentos (sic)
com que esta é defendida.
«Para occorrer à grande crise
de trabalho porque está pas-
sando este concelho,» diz laco-
titcamente a acta em que isso
|se escreveu,. referida á sessão
de 20 d’agosto de 1896!..,
Oh! deligentes -e beriemeri-
tos vereadores da patria de
Celinda, pois então vós desco-
bris uma crise de trabalho. pe-
dessa obra:
está por de miiy demonstrada:
la qual ninguem deu, em 1896,
e resolveis em vosso alto eri-
terio acudir-lhe em 1897, um
dos annos agricolas mais fer-
teis, agora que a colheita da
azeitona está, em pleng activi-
dade e em que, longe d’haver
crise, ha falta de braçós?!
Philantropica gente! Deli-!
gentes carabineiros! Às varias |
vietimas da tal crise de 1896
podiam dormir socegados 4 es-
paia do vosso goccorro!
– Não é preciso mais nada pa-
ra cumprir a disposição do $
4.º do artigo 49 do codigo ad-|
ministrativo que diz assim:
Os recursos das deliberações de-
vem mencionar alem da data das
sessões da matureza d’ estas e dos
nomes dos vogaes “presentes, todas
ag resoluções tomadas, com indivi-
duação elara e presisa do” seu ob-|
teto, indicando concisamente,
motivos dordein” legal ode conve-
teça d’agua para os seus usos|
ns Is
ADMINISTRADOR
message
E JULIO DA
| Repetições. uia
Os assignantes tem
3:0008000 de reis pastos em | lencia publica dis 4s determina.
ram… etc.
Ordem legal?…
Lá está à crise
lho!
Quo siria dos Sa haveres?
Convenioncia publica?…
-de traba-
andáva em Baridos, pedindo es-
mola, havia de morrer de fome?!
O. resto dizem-n’o o sr. dr.
Guimarães, Lima e Diniz que
ando justificaram os seus vo-
e
Maas ha mais razões: como
os nossos leitores verão adean-
te um vogal da camera justifi-|.
cou a necessidade de se cons-
truir aestrada, para evitar a su-
sida do “Valle de Percorvo.
“Poem razão!..
reador realisou a idéa donobre
conde de Santa Maria, de sau-
dosa raemoria: pelo outro lado
ha só descidas!,..
Outra scena engraçada que
nos trouxe a discussão na ses-
são a que nos vimos referindo,
foi o abuso commettido pot
dois vereadores, substituindo-
se nas attribuições da presi-
dencia da camara eo cago não
menos engraçado dosr, Cabral
continuar a estudar a estrada
depois do que lhe disse o gr. |:
dr. Guimarães.
Com que direito deú o sr.
‘|Carvalho erdens no sr, Cabral?
Quem o auctorison?.
Sim, porque nós ainda somos
do numero dos’ ingenuos’ que
entendemos que para este con-
tros concelhos 6 que tem um
artigo —o 62-—que tráta do
caso;
E verdade que maior abuso
bem póuco tempo .
“Um dia; sem ouvir a cema-
eo professor tambenr e. ar-
mou all um “theatro!
Tudo. isto para amesquinhar
o seu colk ra Eniypgidio é para
mostrar que póde,
Ac callou-se. A: deante.
à Vejindos outro caso não pá
Então essa gênte que por ahi:
Aqui está como.o ilustre ve-
SILVA FERREIRA
“ANNURCIOs
Dada linha « ou Ospagos ituiiineneniiios Loo vidO raid
pmemin mca er enmen toras bia na Q0, reiá
“No corpe do jornal…..
Annuncios permanentes preço convencional;
cer ev 040.100 teia à linhá
o abatimento E 20; a
nos engraçado, colhido ha d’º
cussão dá sessão.
Declarou or, Cabral que)
já este anno, consultára Out
presidente da camara sobre o
projecto é que este lhe respon:
dera, surprehendido, que, não
sabia de tal estráda nem a auí
ctorisára;
Pouco depois, o sr; fina
voltanda-se pára o presidente
da camara, Perg gunta-lhe. mas
em que sessão se tratou d’ isso?
quem assistiu gessa sessão ? O
sr.dr. Guimarães responde-lh+
quenão sabe; mas em acto conti
nuo o secretario lê-lhe a âutr
sissignada por quatro ve.
readorés: dois dos quass erani
o sr; Tibia eo sr dr: Cuima:
rãés Pit po do
“Túdo n’aquella sessão anda?
va desmemoriado. .
N’outto qualquer cótmeliA
ainda a proposta não tinha si-
do approvada porque, se o sy.
tdr. Guimarães BOSr. Limaaso
sistiram á sessão de 20 d’ agos-
to de 1896, como diz, A, acta,
votaram “contra o. Projecto,
votando O sr, Emyg gdio É o ir.
Carvalho a favor. Ê
E como, n’este caso, haveria
empate na votação é q ‘este, se.
gundo o codigo. administrativo
e outros concelhos (artigo.
25, g j *) desempataria o: pres
sidento com o:seu voto de que
alidade, estaria a Bloposta re-
zeitada,
Isto porem era. noutra qual.
quer parte. E que naturalme «
te nas leis porque se rege esta
camara o sr. Carvalho é que
celho vigora emesmo codigo, ad- |:
ministrativo quevigora nos ou-
conettoir o-sr. Carvalho ha É
rê foi 4 escola Conde de Fer-|.
reira, poz os alumnos na rua |
tem voto de qualidade.
À não ser que “o presidente,
eosr. Lima se tenham Goa
quecido», votando, agora d’ uma,
maneira e então votassem, Pou-.
tra, .. por causa da crise do
ara balho! oa
4 4
riste, muito triste tudo isto!,
: Não revolyamos mais este
panteno!
: : É
A ex a cor ernador Civ e
otos. a que acabo dere ,
! Br. conselheiro, são
ln graves e Fla Ary
grantemente symptomatico os dg
uma grande “desorganisação, dg,
niás comprehensões e da anaç,
bhia “adulifisirativa. a “que este”este”@@@ 1 @@@
4505 MAIS nim moer meia ra
esncelho chegou.
— Chamei em meu auxiho toda
“a minha serenidade, que não é
“muita, para apreciar estes Ca-
pos galhofeirament», porque só
assim poderia chegar ao fim
sem chamar aos factos e dos
sous auctores o que elles si-
gnificam e são, em bom e ge-
“nuino-portuguez, franco e rude.
Atravez d’estas paginas qu-
antas vezes me ia prostando a
mais profunda tristeza e quan-
tas: vezes me electrisou a mais
legitima indignação?
Procurei ser superior aos
“sentimentos de momento: fui-o.
Ahi estão os factos em to-
da a sua nudez.
Eu não peço a x. ex.* que
opponha o seu voto e a sua
auetoridade 4 consummação do
esbanjamento que a camara
d’este concelho acaba de votar.
Seria pouco, e seria alem
d’isso suppor que v. ex.’—ho-
mem austero e digno, que é&—
hesitaria um momento na sua
resolução a respeito do proje-
cto sobre que terá de dar o seu
voto.
Eu peço a v.ex.’ em nome dum
“concelho ha tanto tempo victl-:
ma d’uma fatalidade que pa-)
recia não terminar, que, como,
magistrado superior deste dis-
tricto e presidente da commis-
são districtal, faça comprehen-
der a esta camara o codigo ad-
ministrativo. que é lei doreino,
tambem o é d’este concelho €
que está, pelo menos por ago-
ra, terminado o Jougo — consu-
lado em que o capricho e omais
dispotico arbitrio se sobrepu-
nham 4s normas da lei, sempre
com a certeza da mais censu-
“ravel impunidade.
V. ex.* praticará um acto de
moralidade, fazendo observar a
lei e prestará um serviço a to-
do este concelho—tal é a se-
de de justica de equidade e boa
administração que nós todos
temos.
Abilio tarçal
CARTA DE LISBOA
Já regressou da sua missão finan-
ceira o sr. conde de Burnay. Por
ora os trabalhos do famoso finan-
coiro estão envoltos n’um disereto
mysterio, mas tudo parece dizer
que, apesar de todos os seus tele-
gramas triumphaes e optimistas,
não 6 para invejar o exito que el-
Je alcançou. Devo-lhes dizer que
“não me surprehendeu o malogro
das diligencias do conde-banqueiro
e deputado e tambem que não me
entresteci com elle. Em todo o pe-
riodo da existencia do actual gabi–
nete, ainda não divergi de nenhum
“ dos seus actos, a não ser do da no-
meação do sr. de Burnay como em-
baixador financeiro de Portugal,
junto das bolsas de Paris, Berlim,
Amsterdam e Londres. Não lhes
minto, affirmanão-lhes que durante
dias e dias me reensei a acreditar
em tal nticia, reputando-a habili-
dosa insenção dos inimigos do go-
verno. E quando tive de me cur-
ECHODA BEIRA
eso vo ciais MSC
ivar à verdade dosfáctos, pareceu-
imo logo que a resolação ministe-
| val, além de inconveniente para os
nteresses politicos do gabinete es
caminhav:-se directamente a umin
suscesso absoluto. NÃo era preciso
ser-se propheta para se fazer tal
vaticinio. O sr. conde de Burnay
lucta hoje com a opposição, de im-
portantes e fortissimos elementos
financeiros da praça de Pariz, Do-
tado alem disso d’um caracter ar-
rebatado, “inconvinie te na lingua e
na penna, fazendo gala em ostentar
os seus titulos de plenipotenciario
portuguez, excedendo nas suas ne-
gociações o limite das auctorivações
que recebera, gastando muito de
reclame e de communicar aos
ficis os seus planos, intenções e
actos, escaceando-lhe totalmente
as qualidades de criterio, de pon-
deração e de prestigio e Éde cordu-
ta, essenciaes para uma missão tão
delicada, como aquella que o go-
verno cometteu o erro de lhe con
fiar. Alem disso o ilustre titular
seguia, desde o puúncipio, uma pia-
ta errada, para chegar a bom ter-
mo. Illudiu-se com largas phantasias
sobre a comversão das obrigações
dos tabacos, realisando essa conver-
são sem dependencia de nenhuma
outra e não: comprehendeu,. que,
a primeira necessidade para tentar
qualquer emprestimo ou fazer com
| bom resultado e regulares condie-
ções um apello aos mercados ex-
trangeiros, consiste. em efectuar
com os credores do estado uma zon-
cordata honesta, leal e digna que
desfaça a pessima impressão causa-
da pelo decreto violento e illegal do
sr. Dias Ferreira e pelo convenio
futuro, feito sem o consentimento,
ou consulta dos credores. Essa con-
cordata é o primeiro e indispensa-
generação economica. Sem ella na-
da se pode tentar e todos os esfor-
ços serão inuteis. Esta verdade é
que não a reconheceu o delegado
financeiro de Portugal. D’ahi o seu
insuceesso que, comolhes disse, me
não causa a minina comoção e an-
tes a considero como uma noticia
agradavel porque dá ensejo a que
o governo portuguez possa mostrar,
em negociações futuras, a lealdade
dosseus propositos, a seriedade das
«suas intenções.
%
Está aberta a assignatura do the-
atro S. Carlos.
Dizem os jornaes bem informa-
dos que nunca, em anno nenhum,
nem» mesmo nas epochas mais pros-
peras de Portugal, essa assignatiura
toi de tal modo. concorda. Não
resta um camarcte, poucos bilhe-
tes de plateia ficarão em poder do
bilheteiro. Semelhante noticia serve
de thema a muitos espiritos inysan
tropos para castigarem a inconsci
gastam assim loucamente quantias
fabulosas em luxos e ostentações,
emquanto a miseria alastra e o the-
souro definha. Pela miuha parte
vo reputundo uma escier mo
notona esta lamusia constante da
pobreza do paiz. Ha seis annos que
a crise se declarou e tenho visto
cresecrem sempre as manifestações
de riqueza e de luxo. As emprezas
theatraes tem tido d’então para cá
uma epocha feliz. Os comboyos
crescem de dia para dia de ren-li-
mento. As carreiras de carros nas
grandes cidades mal correspondem
ás necessidades crescentes do
blico. Não ha festa de caridade,
Kermesse, batalha de flores, subs
cripção, animada por nomes illustres,
que não obtenha um exito grandio-
vel passo para a obra da nossa re-;
encia-e ligeireza dos homens que.
pu-
so. E apesar d’isso vem sempre,
como toada lugubre, a cantilena da
miseria publica, Ora realmente s.
Carlos com a Tetrazzini, a Lussan,
o Andrado e o Garutti, tudo
celebridades, o seu salão de luxo,
a sua sala reparada, nunca esteve
tão appetitoso. Comprehendo pois
a natural anciedade da sociedade
elegante pelas suas recitas e 0 Te-
sultado da assignatura. E” caso de
repetir o velho estribilho do Bucro
do Senhor Alcayde: «Viva a tolia,
dansar, dansar…»
ap
Uma sessão celebre
Na noticia que vae ler-se en-
contrarão os nossos leitores
uma pallida descripção do. que
se passou na sessão de 18 do
corrente, sessão que por todos
os motivos hade ficar memora-
vel na historia do municipio da
Certã.
Não é , possivel fazer uma
discripção exacta e fiel do que
al se passou: não podemos
graduar aqui as diferentes
phases pelas quaes passou
aquella sessão: não sabemos
movimentar aquelles typos co-
ma elles assistiram áquella ce-
lebre sessão.
O leitor quando chegar ao
fim d’esta noticia veja se póde
reconstruir no seu espirito a
gcena extraordinaria do que
vamos contar-lhe e se lhe pa-
recer que ella é anormal de
mais pelo ridiculo, pela sua
monstruosidade e pela violen-
cia… não duvide, não receie,
não se admire, porque ainda é
mais muito mais ridiculo muito
mais monstruoso, muito mais
violento do que o leitor imagi-
na!
Commentarios não os faze-
mos—podem ser inuteis ou
perigosos.
Faça-os o leitor quando che-
gar au fim: mas não se indigne,
norque n’este estado de coisas
tem graves responsabilidades
— as do seu indifferentismo e
as da sua incuria!
para emenda dos que tem as
responsabilidades indirectas dº
este cahos, ainda o mal não
foi muito grande e bemao con-
trario é motivo para dizer-mos
que este veio por bem.
N’um conciiabulo qua ahi
se realisou, algnmas horas de-
pois da sessão, em que o caso
foi muito discutido, um exalta-
do arrotando a bacalhau. do
Pina… concluiu sentenciosa-
mente. «Ee José Diniz é não
o deixar para o anno cá pôr
os pés!» O caso mereceu a ap-
provação unanime dos circuns-
tantes. Podera! ÁAquillo é del-
les! RE
Osmeninosnão gostaram, mas,
emfim, o concelho pode lem-
brar-se de imtervir e dar-lhe
outra vez José Diniz!
E como e destmo às vezes é
eaprichoso, póde muito bem
o concelho sel-o tambem e do-
Se esta lição poder servir.
brar a dose… triphical-a, em-
fin. Até mesmo seis ou sete!…
No que vae ler-se poderá
haver culsas a menos, porque
a nossa memoria póde ser in-
fiel, mas do que os leitores po-
dem estar certos é de que uão
ha nada a mais.
Antes
Cerca da uma hora e meia
da tarde foi aberta a sessão,
com a assistencia de todos 08
vereadores e sob a presiden-
cia do sr. dr. Guimarães: À
direita o sr. Lima. a seguir o
sr. Almeida e logo o sr. Emy-
gdio: 4 esquerda o sr. Neves,
seguindo-se-lhe o. sr. Carvalho
eo sr. Diniz.
A sessão d’esta vez celebrou-
se na sala propria, a mia por-
ta, e junto d’esta um continuo
de grandes barbas,
Pouco depois chegámos nós,
perguntando delicadamente ao
homensinho —ainda estão na
acta?—Eu sei cá, responde o
homem, muito agastado e em
voz grossa.
Estive para lhe corrigir os
modos, mas callei-me. Eram
etfeitos do bacalhau do Pina!
Assignavam n’essa occastão
a acta os srs. camaristas € O
secretario, | que oceupava um
logar entre o presidente e o sr.
Lina, começava a ler o expe-
diente.
—Officio da junta de paro-
chia de Pedrogam Pequeno,
lembrando 4 camara que fizes-
se cumprir as posturas e que
exercesse vigilancia sobre o
fornecimento das carnes ver-
deste negocio a camara : resol-
veu informar-se: a respeito da
primeira parte. . .moita!
—Officio do professor pri-
mario de Pedrogam, pedindo
2:500 reis que gastou em re-
parações no telhado da escola.
Indeferido.
—lden: da Certã, pedindo
2:000 reis para o concertod’um
relogio. Deferido.
Mais umas pequenas com-
munitações sem importancia e
no fim o sr. secretario lê um
requerimento seu pedindo à
camara que lhe atteste qual
tem sido o seu comportamento
e se tem merecido a sua confi-
ança.
Muito correctamente, retira-
se da sala, embora sem venia
do presidente, segundo nos pa-
receu. À camara, sem hesita-
cões, resolve em sentido lison-
geiro para o requerente.
Entra um outro empregado
da secretaria, de grossa caneta
despacho.
supplicante tem tido bom com-
portamento moral e civil, sem-
pre com a sua mais completa
confiança. O eserevent: suppii-
me-lhe o qualificativo, certifi
cando que o supplicante tem
‘comportamerto moral e civil.
des n’aquella villa. À respeito!
detraz da orelha, para lavrar o|
rece impossivel…
À camara certifica que 0|
O «bom» guardou elle para
gabar o bacalhau do Pina.
Faz-se a emenda; assigna-se..
o attestado; retira-se o sr. Car-
valho; segue-o o empregado- da
secretaria; O sr. secretario re-
assume o seu logar, depois do
sr. Carvalho ter tambem reto-
mado o seu logar sobrecarre-
gado com um grande masso
de papeis, os quaes colloca
sobre a mesa.
São-os projectos e orçamen-
to da estrada da «boneca», fei-
tos pelo sr. Cabral, que assiste
ásessão, paf’& dar esclarecimen-
ROSS
O sr. Carvalho requer que
esses trabalhos sejam submetti-
dos 4 disctissão e votação da.
camaras;
Presidénite—Está em discus-
são a proposta do sr. Carvalho:
Ao mesmo tempo estendia so-
bre a mesa os differentes tra-
cados do projecto.
O sr. Lima—(em tom sar-
castico, passando aquella pa-
pellada para o sr. Álmeida, sem
a ler). Deve ser obra fina e
muito bomta!…
O sr. Almeida dosenrola
aquelles interminaveis papeis,
detendo-se muito especialmen-
te» exaninár a obliquidade
um angúlo, combinado. com
certo perhil que lhe deu mais
na vista.
Alguns vereadores examinam
outras peças do preject+ e or-
camento.
Aluuns minutos de silencio.
Começa então o
SIDEO DO PaADME CURA
—€ sr. Lima (sacudindo a
agua do capote) — Visto que o sr,
Cabral está aqui para prestar
esvlarecimentos eu vou, seosr.
presidente m’o permitte, pedir-
lhe um de que preciso.
Presidente — Pois não!
Se. ELima-O sr. Cabral
diz-me quem foi quelo encarre-
gou de fazer este trabalho?
sr. Cabrai—Eu…eu…o
projecto?… Não mé recor-
POE
O sr. Liíma- Não se re-
corda?!
Acho extraordinario! Pois
então o sr. Cabral procede a um
trabalho tão importante e não
se lembra qual dos vereadores
da camara d’issoo encarregou?
Tantos somos nós!…
O sr. Cabral Não sei. Não
‘me Jembro. Isto passou-se ha
sete mezes. .. Sei que me de-
ram ordem para que a estrada
tivesse cinco metros de Jargu-
ra.
«O sr. Lima»— Quem? Pas
«O sr. Diniz» — Sim, é pre-
ciso saber quem foi.
«O gr. Uabralb—Não sei, Já
disse a v. ex.” Eunão vim aqui
para fazer intrnjices.. .
«A conversa azeda-se.
«O sr. Limas—querend:
ajudai a megroria «do sr, Cagroria «do sr, Ca@@@ 1 @@@
“mas todos se calam,
Ee
bral— Fw eu?
«O sr. Cabral» — Não sei.
«O sr. Lima»—(formalisa-
do) —Veja lá bem. Parece-lhe
que fui eu?
«O sr. Cabral»—Não se-
nhor, Parece-me que não.
«O sr. Diniz» (medindo as
palavras) Eu não fui!
«O sr. Lima»—Foi o sr.
presidente?
«O sr. Cabralby— Não s …
Ah! Não foi. agora me recor-
do. E tanto que, encontrando
eu um dia o presidente na pra-
ça e ponderande-lhe a conve-
niccia de que a estrada tivesse
seis metros de largura,o sr. dr.
Guimaries, surprehendi-
do. respondeu-me que não
sabia que estrada era essa
mem a amctorisára 1…
(Não duvidem os uvssos leitores.
Nós já dissemos que não esere-
vianos aqui uma palavra que não
fosse à reprodução do que lá. se
passou. Por mais éx:raordinarí que
tudo pareça é a genuiua expressão
da verdade—creiam)
O sr. Lima—Bem. O gr
presidente tambem não foi…
O sr. Neves—Nem eu!
(O sr. Almeida–N’umas pala-
vras que não se ouvem, parece
querer dizer que tambem não toi.
“O sr. Lima. Oh! senhores
isto é extraordinario. O sr. Ca:
bral, não sabe qual foi o vere-
adorque o encarregou detal tra-
balho; estou aqui farto de per-
guntar e ninguem se aceusa!!!
O sr. Carvalho (como quem falla
do fundo d’um poço)—Eu1 eu.
(Os olhos do sr. Emygd,o des-.
pediram contra O sr. Carvalho ehis-
pas como a mais poderosa machi-
na electrica)
O sr. Carvalho (continuando) —
Fu: euecosr. Emygdio!…
(Jupiter, o velho fabricante do
raios, nunca forjou um como o que
o sr. Emygdio despediu contra” o
seu collega. O er. Carvalho camba-
leon, amparando-o o sr. Neves,
“ com um sorriso de comiseração co-
mo quem diz —Não pescas nada de
regedoria!)
O sr. Carvalho (continuando com
a mesma infelicidade) — Tenho es
tado calado para não interromper!!!
Tableau! ;
Termina aquio jogo do padre
cura mas continua ainda a pande.
ga.
Custon, mas, afinal, sempre O sc.
Lima conseguiu sabor quem orde-
nara ao sr, Cabral aquelles traba-
lhos todos. ;
O illustre vereador, porem, con-
tinua com a peára no sapato, como
se diz em linguagem popular, e quer
por força saber quem é o pas da
creança, ou antes, quem tem as
responsabilidades do caso.
Eile lá se entende. Todos sabem
e que por ahi se diz á bocca cheia,
Ninguem. le:
vanta a luva! Ninguem confunde a
calumnia. .. para não intorrompor!
Só o secretario varre a testada,
exigindo attestado de bom compor-
tamento.
O sr. Lima, implacavel, conti-
nuá a desfiar
a historia
Mas em que sessão é que se
tratou d’isso?
(Quem é que votou uma me-
dida destas, pergunta ainda o
sr. Lima, dirigindo-se & presi-|
dencia?
O
os hombros como quem diz que
não percebe patavina! O sr.
secretano precuranolivro das
factas aquela da sessão em que
se tratou do caso.
O sr. Emygdio—Ha bem
pouco tempo, até, resolveu à
camara mandar abonar ao er.
Cabral uma dispeza de tres mil
|e tanto gastos n’essa obra, em
estacas.
O ar. Dinix—(repellindo a
insinttação). E” verdade que
eu votei aqui que se pagasse
essa conta, apresentada pelo
sr. Cabral.
Mas não me
que era.
Devia-se. Auctorisei o paga-
mento.
Confici. A camara não pre-
visa ser caloteira. ..
O sr. Emygdio – voita à primei
ra forma.
Finalmente depois de varios cal-
culos de rectificações e de emen-
das, o sr. Lima e o sr. dr. Guima-
rãos que não sabiam em quo sessão
se tivesse resolvido este negocio
nem quem o tinha votado matam
a sua curiosidade…
O sr. secretario lê
Acta-da sessão de 20 d’agosto
de 1896.
A camara para occorrer à gran-
de crire nperaria que atravessa es
te concelho resolve mandar proce-
der à construcção duna estrada
que, partindo do sitio chamado
Fonte do Almoxarife ou da «Bone:
ca» vá entronsa: na estrada de Pe:
drogam etc… …. RREO do
Assignadas— Figueiredo Guima-
ries, Lima. Xavier, Carvalho.
Momentos de silêncio. O sr. Li-
ma faz esforços por engulir está
grossnfípilula quo parecia da anti-
ga Pharmacopéa Luzitana.
O sr, presidente finge que engo-
Jo, o sr. Almeida está indiffo-
rente, o sr. Emygdio e o er. Car
valho impassiveis, o sr. Neves olha
adinirado para tudo aquilio como
quem não percebe… mesm» nada.
O steretario acaricia distrahida-
mente o attestado +…
O sr. Diniz–(acabada a
leitura) Eu bem dizia. Fu não
estive presente. Uma obra que
disseram do
não tem razão nenhuma de
Mer o
O sr. Carvalho—(balbuci-
ando) E uma necessidade…
O sr. Diniz—Necessidade,
porque?
| Or. Carvalho— Estabelece
um caminho directo para Pe-
drogam.
O sr, Diniz —Paois então a
Certã não tem duas estradas
d’aqui para Pedrogam.
O sr. DCarvalho—Mas não
são directas: Uma é um ramal.
“O gr. Diniz—Mas que cami-
nho mais directo querem os
senhores?
O er. Emygdio—Tem que se
subir a ladeira do Valle dePer-
corvo. Adenntam-se quasi 2
kilometros.
O sr. Lima—E gasta-se para
isso 3 contos de reis!
U sr. Carvalho —E’ uma ne-
gessidade, é.
o couto!
sr. Presidente — encolhe.
O sr. Emygdio—Atravessa
ECHO DA BEIRA
O sr. Diniz–(com justa im-
dignação e solêmnemente). Em
quanto ha povos e freguesias
que anceiam por communica-
ções não vão fazer-se estradas
para propriedades e que só
servem uma vez no anno!
O sr. Carvalho—E uma ne-
cessidade.
—O sr. Diniz —(voltando-se
para o sr. Carvalho— Necessi-
dade?!…
O sr. Carvalho-—Necessida-
de, sim senhor: respeito muito
a opinião dos outros, mas é
uma necessidade…
Prolonga-se ainda por álghns ma:
mentos esta discussão em que se
ouve já só a voz do st. Diniz à do
sr. Lima demonstrando a iegali-
dade d’essa obra que é,um esbam-
jamento como a classifica o sr.
Eima.
Passa-se á votação.
O sr. presidente recebo à voto
do sr. Neves que declara que se
reserva para votcr no fim.
O sr. Carvalio— Approvo.
O sr. Diniz—Regeito
O sr. lEmygdio—Approvo
O sr. Almeida—(muito admi-
rado de lhe perguntarem qual
era o seu voto)-—Approvo.
O sr. Lima—Regeito; e que:
to consignar na acta o meu
protesto contra tamaítho es-
banjamento.
O sr. Diniz—E’ eu tambem.
O er. Neves— Approvo.
O sr. presidente— Está ap-
provada a proposta do sr. Car-
valho, por maioria,
Palavras duras
Termma aqui a comedia.
Oque vao Agora ler-se são . ver-
dades amargas, grossas como pu
nhos. São palavras ditras, como ha
muito não echoaram n’aqhella sala!
São brados sinzeros de caractere:
integros e austeros gados por
braços poderosos que travem aquella
roda de desatinos 1
São protestos calorosos de cons-
ciencias rectas e jnsticeiras contra
a violencia escandalosa que, teihio-
samente ácabava de consum-nar-se,
Alli não ha politica—ha patrio-
tismo.
Não ha conveniências partidarias:
ha normas d’uma boa adirtinistração.
E’ a moralidade que grita dean-
te da liberdade asphixinda t
Quçam os leitores esses palavias.
O presidente dita as palavras com
que o vereador Diniz justificou o
seu voto, ros seguintes termos.
Pelo versador sr. José Diniz foi
dito que protestava energicamente
contra, ..
O sr. Carvalho (que agora
já interrompe. . : embora com
certa infelicidade) O st. Diniz
não emprezou a palavra- ener-
gics mente.
Presidente —A mim pareceu-
me ouvil-a. Eu não desejo…
O sr. Neves—Disse, disse,
senhor!
O sr. Diniz—-Ora essa t E-
nergicamente, sim senhor, ener-
gicamente t “Tão energicamente
quanto é possivel fazel-o um
homem convicto contra a for-
ça domúmero de votos que ain-
da não foram justificados.
O sro presidente==proctran-
do ainda desculpar-se, O meu
desejo e. Apps
O sr. Diniz==Energicamente,
energicamenter
(O er. Emygdio lança um
olhar da compaixão ao seú col-
lega Carvalho, como quem lhé
quer dizer =Quebella occasião
para continmares a não inte?-
rompe?,) ;
O sr, presidente (continuan-
do). É
Pelo si, vereador Diz foi
dito qne protestava energica-
mente contra o desperdicio que
acabava de ser votado; não lhe
reconhcianecessidade visto que
a Certã, já tem duas, vias de
communicação com Pedrogam
Pequeno, uma pelo Cabeçudo,
já aberta 4 circulação, outra à
districtal 123, ainda em cons-
trueção mas com todás as ter-
raplanagens já feitas. Não era
por isso, de necessidade e mui-
to menos de necessidade urgen-
te que justificasse tão grande
despes1, como e am por exem
plo, a ponte de Figuriredo,
obra da maior necessidade pa
== ue —
úsica é então ainda deveria ser cit
Itra a diróstriz da estrada. Por es-
te ; pois, é ontros motivos voava
contra o projecto. Z
“Xe Tg do pr aa era d Aa ce dbred
Eis o que se passo n’está ihe-
moraVel sessão,
Agora só uma pergunta.
Quem são os vencidos? |
Esses homens que tão altiváinch-
te justificaram o seu voto ou 08 que
sanccionataii ósseo bsbanjamento,
sem únmia palavra de jústificação, sem
um protexto sequer, palidos, en-
tetrados nas suas cadeiras, como
euvêrgonhados?
Seja o público 6 julz emquanto
antes, quo tem de selo pronuni-
sudo tambem 0 set verêdictam.,
Nós pomos ponto nesta qiastão
até que os tribinaes rêsolvan.
aiii ão
ANNUNCIO
ca publicação
PELO Juizo de Direitod’vs-
tá Comarca, escrivão Gronçal:
ves e nos auútos d’inventario
orphanologica por obito de
Maria de Jesus, moradora; quê
foi, no logar do Pampilhai,
ra os povos d’aquella fregue-
sia, da Varzea, Ermida et: é
cuja obra fôra orçada na qu:
antia de 1:2002000 reis: apon
te do Port» dos Cavalos, obra
da mais urgente necessidade é
que está por acabar: a repa
ração da estrada da Catraia,
que está em misero estado e
euja continuação 6 da maisjus
ta concessão para OS povos
d’aquelias cap-llanias e outras
muitas obras que sem impõem
à camara, como uma necessida –
de inadiavel e que tem mereci
do sempre o mais coniplecto
deapreso. Votava por isso con:
tra aauctorisação petlida, con-
signando assim o seu mais so-
lemne e energico protesto.
O sr. Lima—Que não obs-
tante terestado sempre ao lado
da Certã, não podia sanecio-
nar um e:banjamento destes,
porque entendia que era una
obra meramente luxuosa. Pro-
testava, pois, fazendo suas as
palávras do sr. José Diniz.
Eireves momentos de si-
leacio
Depois ouviram-se as 82-
guintes palavras pronunciadas
sereriamente pelo sr. dr. Grui-
marães e ditadas ao secretario:
«Em seguida por slle presidente
foi dito que, embora reconhecesse
que à estrada t’nha alguma utilida-
de para a Certã e para a tegião
agricola do Con’o votava contra o
projecto porque elle não représen-
tava Uma ncce-s dade nem à camã-
ra podoria faz rt essa despeza sem
fazer primeiro outras obras de mais
imperiosa necessidade- Que a Cer:
tà tem já duas estradas que a põent
em communicação com Pedrogem,
uma pelo Cabeçudo, já aberta &
circulação outra atravessando a
mesma região do Couto ainda em
construcção: Quie, em aew entender
os estorços da camma deveriam
convergir todos no semtido de con-
seguir do governo que se fizesse a
tconclusão desty e ain a, quando a
Certã quizosse bnscar uma commu-
nicação nais tapila com O Couto
deveria, pot cublerencia, procurar a
diresção minis curta € mais ogono-
freguesia de Sernache do Boni
Jardim, desta Comarca, ent
que é cabeça de casal o coniju-
ge sobrevivo Thomaz Antunes;
do mesmo logar, correm oditos
de trinta dias, citando os her=
deiros, filhos da inventariada,
—=Maria de Jesus, e Anicetá
de Jesns,—solteiras, maiores é
auúzentes em parte incerta, pa:
ra ássistirem, a todos os ter=
nãos; até final do referido in=
veêntario, sem prejuizo do án=
daniento d’esté.
Certã, 10 de novembro
de 1898.
1 cu Francisco Cesar Cons
calves, escrivão o subscrevi:
Verifiquei
Alnieida: Ribeiro
1
ARRENDA-SE
)) MA tasã pertencente ad
sr. José Maria Pereira, sita na
R; de Santo Antonio, com os
seguintes conipartimentos: Reá
do chão, Sala e tirei quartos, cosi=
nha e Varanda, tudo forrado
de novo; primeiro andar, sala
quarto é um otitio de telha vã:
Tambem tem Evcheira; palheiro
e loja, é um armazem com qua-
tro potes encaliçados tim foro
e seus logradonrós. Quient per=
tender dirija-se do st. Joaquim
Maria dás Neve:
Carro e parelha
Vende-se em boas condições
um caleche”quast novo com
parelha é arreios, tambem em
bom estado, vendendo-se tudo
junto oit separado, conforme Rê
combinar ou convier.
Está encarregado da venda
jo sr: dr: Abilio Marçal:rçal:@@@ 1 @@@
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Editores: ‘LIBANIO &. CUNH A-—Rua do Norte, 145—LISBOA
CONDICÇÕES DA ASSIGNATURA: Serão distribuidas cada
gemina 3 folhas in.4.º, com 3 gravuras, ou 2 folhas, com 2 gravuras
CHROMO em separado pelo preço.de 60 REIS, ou em tomos de 1
folhas com 28 gravuras e um CHROMO. pelo preço de 300 REIS. Para
a provincia expedir-sc-hão quinzenalmente 6 folhas ou 4 folhas e 1
CHROMO pelo preço “ de 120 REIS, mas não se satisfazem pedidos que
não venham acompanhados da importancia, Assigna-se em Lisboa no
na
GALIERIA MONACO e nos estabelecimentos onde estiver 0. cartaz-an-
nunco. Vonsideram-se correspondentes as pessoas das. .provincias e ilhas
que se responsabilisarem por 3 ou mais assignaturas,
| COLLEOÇÃO. PAULODE COKE |
Tradueção de Fº F. da Silva Vieira |
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Ilustrado com magnificas gravuras 40 reis–cada semana—40 reis
— Rorance em 2 volumes, O preço da obra RP não excederá
800 reis.
a Asidnls a dis: da Getão
Approvada pela junta consultiva de sande publica e am
*“ ctorisada pelo governo. medalha de prata nas exposi
cões de Lisboa 1893, Amversg 1894, Snint Esfenne 189:
* concurso de Hygiene ilruxe tas 1898. Medalha de ourv—
| dipiomu de honra. Marselha éi concar so de Hy viene de
Londres 1596,
Esta agua apresenta uma Rony ponigio ita “que a distingue de códal
as-aguas minero-medicindes até hoje empregadas na iherapeutica.
Dove as auas principaes propriedades ao «sulfato acido de alumioa»
que no organismo humanoa ctur como cadstringente tonico e desinfe
tante», e assim se explicam os notaveis beneficios que o seu uso produ;
| pecialmente nas doenças de:
ESTOMAGO, GARGANTA, DIABETES, UTERINAS, OBES! 4
| DADE, ULCERAS, SYPHÍLIS, DIARRHEA, E aa EX |
| TERITES E NAS INFLAMAÇÕES EM GERAL.
Não tem gazes livres; sabor muito agradavel quer pura, quer mistura
| da com vinho.
“A! venda nas principaes pharmacias é drogarias e nos Depositos:—
| Porto, rua de Santo Antonio, 49, — Coimbra: Disigarin J. Figueira & 0º
| | — Figueira: Pharm. Simões d’ Oliveira. —Thomar: Pharm. Torres Pinheiro. |
| ” Depesito geral–Rua dos Fanqueiros, 84, 1.º
|
SIA
CENTRO COMMERCIAL
DE
LUIZ DIAS
Completo sortimento de fa-|
zendas de algodão, lã, linho, e
seda, mercearia, ferragens.e
La oratorio. olaimaiog: industrial
| – de
A, P. Mu Foto
Mu, Rua da Piedade, 41
“(a Campo. Ourique)
LISBOA.
Eite estabelecimento tem actual-
“mente em laberação, e póde desde
|roa, por preços sem competencia.
foi qnem forneceu os fogos quein. =
“- dos em Lisboa pelo Centenario dv]
| José Alexandre da Costa, de
Ro publico que tem para allu-
faz por preços conmodos.
já satisfazer todas as encommendas
que lhe sejam feitas da provincia,
dos. seguintes produntos: GRAXA
| QUADRADA (Popular); dita preta,
redonda; (Me Lonp)-n.º 2; dita n.º k;
dita do. COI Ansa dita To ds dita
ara pellica n.º1e n.º 2,
PU: INSECTICIDA | (ME Loup)
aaa para a “destruição dos
ratos, toupeiras e outros animaes
dam Wntos, DESINFECTANTE
AS[A PICO. TINTA PARA ES-
CRY VER, em frascos, ou latas de
17 litros.
Remettese para à provincia, franca
de portes quem enviar 280. réis |
em estampilhas.:
– ELS-XIR DA EIBERIA para a |
cura proompta e radical das frieiras. -.
Mais Je20 annos de bom exito! |-
equinquilherias, chapeus, guar-
da-chuvas e sombrinhas,
ços, papel,
chapa e objectos do mesmo, vi
nho do Porto, lisoves e cognac;
livros de estudo e litterarios,
tabacos etc.
Preços extraordinariamente |
baratos e sem competencia |
Seguros Portugal.
[1a 7, Praça do Commercio, 1 a [| :
CERTA:
len-+
garrafões,; relogio |
da sala, camas de ferro e Java-|-
itorios, folha de Flandres, esta-
Inho, chumbo, drogas, vidro em
“Sgencia da Companhia de|
nda Ultramarinas. |
ECHO DA BEIRA
“FOGOS D’ARTIFICIO
U pyrotechnico David Nunes’e
Silva, da Certã, satisfaz para todos
os pontos do paiz que: Iquer encom-
menda de fogos, em todos vs gene-
Apresenta sempre novos e varia-.
dos trabalhos, d’un effeito surpre-
hendente, rivalisando – com ‘ós ne:
Eróros do estrangeiro.
Este pyrotechnico, já bastante
donhendo em Portugal, onde os
seus trabalhos teem sido admirados,
Santo Antonio eem Thomar pelo:
de Gualdim Paes.
Curi espondeacia e pedidos ao py
rothechnico .
Darid Nunes e Silva 7
RETRATOS
Tiram-se em diff: rentes ta
manhos desde 500’reis a duzia,|
garantindo-se a sua perfeição
e nitidez,
Encarega-se de ir tirar pho-
togeaphias a qualguer ponto
deste concelho, mediante ajus-
te especial.
Quem prjender dirija-se a
Luiz, Dias, Praça elo Commer-
CIO. 2 CER TÁ
dubriea a Pagar
DE
Papelão nacional
Unica premiada na exposição in
‘ustrial«de Lisboa: em: 1898.
Cada maço de 15 Kg., contend:
3 a 30 folhas, formato 64 x 80, JO
dis.
Satisfazem-se com rapidez todú:
‘s pedidor, sendo postos em qual
juer estação de Lisboa por .cont
la fubrica, quando as enconmer:
las sejam superiores a cinco ma:
| «os. Aceeita-se apara em troca.
«Grandes descontos aos revende
lores, sendo a prompto pagamen
[0D,
| Todos cs pedidos dirigidos a É
scriptorio da fabrica Brito NÉ
| sueira.—Rua d’Alcanfara, 62 A.
LISBOA :
CARRO
Pedrogam Pequeno, participa |
go
gar um carro com purelha. cu-
Jos serviço para qualquer loea- |
lidade, entre ‘Fhomar é Certã,
A
LOVRENÇO CAYOLLA
CORAÇÃO DOENTE
TTPDER arma
E BRLO A LED ;
/
Nº Está oficina se foca tódos os trabalhos concernentes,
arte typographiva, para o que tsm pessoal habilitado, pory beé
cos assás rasoaveiss
Acceitam-se encommendas de facturas comimerbiaes, bis
‘hetes de estabelecimentos, memotadths. participações de cti-
samento. etc:, etc.. impressos officiaes e bilhetesde visita, para
» que esta casa possue um grande e variado so timento de mas
-riaes qtie mandou vit expressamente das prirmeiras cásas dé
| “asboa.
Garante-se o bom scabamento dos trabalhos, a nitidez e:
pr omptidão.
é » aAIS DÔRES pr Bs
Ê sore io Ea DENT Tee,
E GRRPR BEMEDICTINOS É
at essa DOM MAGUELONNE, Prlór a
9 Medalhas de Ouro: Bruxeliis (580 — Londres 1884 é
da ABBADIA de SOULAC (Gironde)
AS MAIS ELHVADAS REGOMPENSAS
o RR
INVENTADO Feto Prior — &
KO ANKO a78 Blerra BOURSAUD RS
«Gugo quotidiano do Elixir Den | “EM
Ra dos RR. PP. Reitedics 5
timos, com dose de Ra ottas
o água, prevein ôcura a catia dós
Hites, embrariqueceos, fortalecens
ao é tor Ptçen as gongivas periei-
arnente gadias
e Posto o pordadetro E AS
assighaiândo 5 Nossos
dotes este antigo e Gti ao pter
parado, O melhor curativo & 6
úsico pregervíiivo contra as
Afruceses dentá: b
Cata fntidada em 1807
[LESULA E) Crolx-do-soguoy ER
sur SEQUIN ES
j aganto G Ê
É 44 Dopositóent todas ss boas Partuimarias, rd aa
Ç Er ed“ casa de onda rã do puto, 100; te,
INSTITUTO ELECTRO- EHOMGBOPATHICO .
R UA DA PALMA, 1h,
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