Beira Nova nº2 25-04-1932

1
QUINZENÁRIO.
PRÓ DEFEZA DOS INTERESSES DOS CONCELHOS DA SERTÃ, PROENÇA-A-NOVA, OLEIROS, VILA DE REI E PEDROGÃO GRANDE

NUNES COSTA

Director e Editor:
Propriedade do Grupo “BEIRA NOVA” (em organisação)
Redacção ecorrespondencia: RUA DO DESTERRO, 23, B2sES

LISBOA

Composição e impressão : Rua Antero do Quental, 16–Tel. N. 3097
Ê ASSINATURAS

ERANO e sen – 12500
Bomestro. …..«s 6$00
Trimestre. – . ….. 3$00
O magno problema
da região

Somos por um programa de
realisações imediatas, como se
diria em linguagem de manifes-
to politico.

Repugna-nos construir caste-
los no ar. Seria, pelo menos,
pretencioso que nos propuzes-
semos, pela voz desta humilde
tribuna, revolucionar magica-
mente as realidades locais.

Muito menos aspiramos a le-
var. os governos diante da nos-
sa opinião. Temos na devida
conta a noção das proporções.
“A imprensa regional — a pe-
quena imprensa, pouco mais
pode que sugerir ideias e acor-
dar vontades, in loco.

Se o consegue — já consegue
muito. «Beira Nova» surgiu no
momento próprio, para tocar a
unir esforços em-torno dos prin-
cipais problemas da região.

Tentemos situá-los por ordem
da sua importancia.

Em primeiro plano ergue-se,
dominadoramente, -o problema
das comunicações.

Ha quem, tocado de um opti-
nismo que nos merece simpatia,
sonhe ainda com a construção
de um caminho de ferro galgan-
do o Zezere, por aí fora, até á
Sertã, Proença, Sobreira e…
ese mais vales e outeiros hou-
vera lá chegara».

O projecto não é de agora.

Pela sua realisação se esfor-
cou, em tempos, o falecido dr.
Abilio Marçal, com a influencia
que lhe vinha da alta situação
politica que ocupou no nosso
Paiz, — sem nada conseguir.

Mas pregunta-se, actualizan-
do a questão aos nossos dias:

E’ realmente, esse projecto
exegiivel ?

Nós, que não somos técnicos,
pomos nossas dúvidas.

Com a multiplicação dos
transportes mecanicos levada a
limites de concorrencia verda-
deiramente surpreendentes, os
caminhos de ferro mal podem
respirar.

Por isso se diz, e com razão,
já não se justificarem nos tem-
pos que vão correndo as cons-
truções de linhas férreas para
pequenos percursos.

– Mas ha mais.

A abertura de um caminho
de ferro, numa região acidenta-
díssima como a nossa, custaria”
rios de dinheiro. E, com fran-
queza, não nos parece que tão
largo emprego de capital pu-

Continua na 2.º página

Administrador: GUSTAVO À LVES
Administração : Pedrogão Pequeno (SERTÃ)

Corpo Redatorial :

Americo REBORDÃO, MARIO TAVARES E MARTINS MOREIRA

REGIONALISMO

Por toda a terra portuguesa vai uma febre de progresso que
se desentranha em fecundas realisações,

E” um facto de facil constatação que, nos últimos tempos, o
regionalismo alcançou incremento significativo de uma nítida valo-
rização dos núcleos populacionais.

Façam acto de contrição os cabotinos, para quem— «Portugal
era Lisboa e o Rossio a capital».

Os povos de Portugal sabem o que querem e para onde vão.

Contam como unidades operosas no conjunto nacional, e não
como células mortas de corpo em que apenas vibrasse o coração.

Quando reclamam, em seu benefício, a intervenção dos pode-
res públicos, fazem-no de cabeça levantada, na atitude de quem
reivindica direitos e não em geito de quem mendiga favores.

Trahalham. Lutam. Porfiam. É

Marcham, a pé firme, até onde as forças lhes chegam, E só
quando se lhes esgotam as últimas reservas é que apelam para as
esferas da governação. para que estas lhes facilitem a caminhada.

E’ ver o que vai por esse País fora.

O dinamismo forte, prolífico, exuberante, que se revela na.

vida dos burgos. :

Rasgam-se estradas. Erguem-se escolas.

Rompem-se avenidas e parques. g :

Estilisa-se a fisionomia rude dos aglomerados urbanos.

Domestica-se a força bruta das-aguas, para dessedentamento
das populações e alimento de indústrias

Mecanisam-se transportes.

Suprimem-se distâncias com as comunicações aéreas.

Terreolas bisonhas, onde, aínda ha pouco, mal beliscava
a cerração da noite o foco anémico de luminárias de petróleo, go-
sam hoje os primores do invento de Edison.

E tudo isto — quantas vezes—praticado pela iniciativa parti-
cular, que não cansa, que não se exgota e vai beber alentos onde
os não adivinharia a desconfiança sorna dos improdutivos.

E’ este o regionalismo que nós entendemos.

O esforço local apostado em edificar obra útil, partindo de si
próprio para o Estado e não do Estado para si próprio.

Encomendar ao Terreiro do Paço a terapeutica milagrosa para
todos os males, é realmente cómodo, mas pouco rende.

Sucede quasi sempre como a certos doentes de neurastenia, que
chamam o médico ao rebate falso da primeira dor de cabeça: O
médico, que já lhes conhece o fraco, pretexta uma razão e não
aparece, ou aparece tarde e a más horas.

Transportemos estas singelas considerações para a região onde
este jornal se publica.

Que realizações esforçadas lhe outorgam a intervenção comple-
mentar dos altos poderes? j

Estará ela em condições de bradar aos governos:

—Andem, que eu não posso mais?

Sempre receámos afirmações categóricas, quando as não po-

 

BELEZAS DA BEIRA

pecar ana

vista de Pcdrógão Pequeno

Miradouro…

Estamos satisfeitos com o acolhi-
mento dispensado ao nosso jornal,

SeTé certo que houve quem nos
brindasse com a sua devolução, con-
sola-nos registar que a grande maio-
ria das pessoas a quem o enviámos,
maioria mais que suliciente para as-
segurar-nos vida desafogada, nos
honrou com a assinatura.

De muitas pessoas temos recebido
palavras de saudação e incitamento
que nos penhoram, E

Fizeram referenciasamaveis á
Beira Nova, até agora, os diários da
capital Século, Diario de Noticias,
Voz e os semanários Correio da Bei-
ra e Condutor de Automoveis. ,

-Vai realizar-se brevemente em Se-
tubal o congresso das misericórdias.

Afiniciativa merece o nosso inteiro
aplauso,

As misericórdias de todo o País
arrastam uma existência atribulada.

Urge estudar a melhor forma de
acudir à sua situação, habilitando-as
a prosseguir eficazmente, na benemé-
rita cruzada que lhes incumbe.

Não esqueçamos que nesta maré de
crise, quando o desemprego leva a
fome a muitos lares, são as intitui-
ções de benificencia que ainda con-
seguem travar a desgraça, na sua
marcha atropelante,

” Na nossa região têm essas institui-
ções um activo de serviços que as
impõe à gratidão pública.

Está, portanto, naturalmente indi-
cado que dêm a sua adesão ao con-
gresso, fazendo-se representar por
pessoa idónea, as misericórdias de
cada concelho ou de um grupo de
concelhos. .

Aí fica o alvitre, para ser ouvido
por quem de direito. a

Iniciou a sua publicação na Sertã
o semanário Correio da Beira, com
quem vamos permutar.

Dirige-o o sr. dr. Vergilio Godinho,

conhecido homem de foro, espirito
culto e desempoeirado, que no
jean da capital já marcou um
ogar de honia e que muito nos
apraz ver assim interessado no pro-
gresso da nossa região. amis

Felicitamos o Correio da Beira, de-
sejando-lhe longa vida e prosperida-
des.

demos escorat em factos con-
cretos.

Nós sabemos que as condi-
ções geográficas da nossa região
explicam, até certo ponto, o seu
impressionante atrazo. icms

Mas não desculpam tudo.

Leitor e conterrâneo amigo:

—Tu, que sabes ler nas en-
trelinhas, perdoa este desabafo
sincero da minha alma insatis-
feita:

A tua terra, a minha terra, ou
eu me engano muito, ou até…
são acanhadas no pedir.no pedir.

2

Beira Nova
Porque não tem: Pe-
drogão Pequeno repre-
sentação na camara ?

Entre as catorze freguezias
“que constituem o concelho da
Sertã, Pedrogão Pequeno ocu-
pa o terceiro lugar:

Pelo seu índice demografico,
pela categoria urbana da sua
séde e pelas belezas naturais
em que abunda, entre as quais
avulta o Cabril, a melhor jóia
pitoresca de toda a região.

Só quem padeça de daltonis-
mo bairrista o não reconhecerá.

A abonar ainda o que afir-
– mamos está o facto de todos

os anos ali afluirem numerosas
familias, que elegem Pedrogão
para estancia de repouso, du-
rante estios sucessivos.

No entanto, as boas graças
dos poderes públicos não lhe
têm sorrido.

“Pedrogão Peqgteno há muito
tempo que vive sobre si proprio.

Quanto tem, quanto vale, ao
seu esforço o deve, á parte ca-
sos excepcionais.

Um ou outro melhoramento
de tomo que na pequena vila
se nota, ou nasceu do ventre
generoso da iniciativa particu-
lar, ou por ela é mantido, des-
contando, já, áquelesa que me-
teu ombros á Junta de Fre-
guesia.

A torneira camararia pinga
frouxo,

Verdade seja que o munici-
pio da Sertã não vive em maré
de desafogo economico que lhe
permita, não diremos já certas
liberalidades, mas, ao menos,
uma assistencia equitativa nor-
mal a todas as freguesias.

Mas há coisas que não se
conseguem porque é im-
possivel consegui-las, e outras
que só não se alcançam pelo
mecanismo vicioso de certas si-
tuações criadas.

Há seguramente mais de 15
anos que Pedrogão não tem um
representante na Camara, quan-
do é certo que freguesias como

o Castelo, bem menos impor-
Entes se tem feito representar.

Nos ultimos anos, as verea-
ções têm sido exclusivamente
recrutadas na Sertã e em Ser-
nache,

Como explicar tal
vismo ?

Dir-nos-hão que é hoje da
competencia do senhor Gover-
nador Civil a escolha dos mem-
bros das comissões adminis-
trativas.

Não ignoramos o facto.

Mas certamente que o senhor
Governador Civil não faz no-
meações ao acaso.

Procede a consultas e recebe
sugestões das pessoas idóneas
do concelho. =.

Essas pessoas é que não têm
o direito de colocar Pedrogão
á margem da representação ca-
marária.

Confiamos em que, para fu-
turo, o Chefe do. Distrito não
deixará de prestar a este caso
a atenção que merece, fazendo
justiça a Pedrogão.

exclusivo Visado pela Comissão
de Censura

Remexendo 0 passado

Sabreira, formosa de nome e de facto, é uma das mais
típicas e florescentes terras da Beira

Situada na Beira Baixa, 40
km. a Oeste de Castelo, Branco,
Sobreira Formosa é um verda-
deiro oásis no meio dum ingra-
to deserto.

Vista do alto de. qualquer
dos montes cireunvisinhos, a
arquitectura das suas casas aco-
lhedoras, surpreende-nos pelo
seu aspecto bisarro. Aglomera-
dos de superfícies brancas e
polidas chocam-se, interceptam-
se e sobrepõem-se a capricho;
razão porque a consideram uma
das mais lindas, mais modestas
e mais pitorescas povoações
que a Beira contem.

Apesar de um pouco ignora-
da pelos poderes públicos, ela
tem, contudo, vivido tranguila-
mente, assim como tem sabido
manter com honta, através de
todos os tempos, o prestígio a
que tem direito.

Administrativamente, é hoje
uma freguesia das maiores, se-
não a maior, de todo o con-
celho.

Já foi no entanto uma vila,
embora a sua fundação remon-
te a uma epoca muito longin-
qua. Pelo que nos dizem os
historiadores, o seu primeiro
foral foi-lhe concedido por D.
Gil Sanches, filho do rei D.
Sancho I, em 1212, apesar de
haver quem retute a autenticida-
de deste facto, afirmando que tal
foral lhe fôra dado em 1222 por
D. Constança, filha bastarda do
mesmo rei (maço 8 de forais
antigos, n.º 17).

Parece, porém, já ter fóros de
irrecusavel testemunho o foral
novo que por D. Manoel lhe
fora dado em Santarém, a 1 de
Junho de 1510 (Livro de forais
Rca da Beira fl.. 18 V; col,
o

Em 3 de Março de 1373, Afon-
so Fernando de Lacerda, vassa-
lo d’elrei, teve a doação de me-
tade da Amendoa e Sobreira
Formosa, e em 1 de Setembro
do mesmo ano deu elrei D.
Fernando a Garcia Tenreiro as

‘ rendas da Vila da Sobreira.

Em 1404, D. João I fêz mercê
a Afonso de Lacerda, seu escu-
deiro, dos direitos das Vilas de
Sarzedas e Sobreira (livro de
forais novos da Beira, no art.”
Sarzedas, o 8, Condado de Sar-
zedas). No sec. XVII fôram ainda
senhores de Sobreira Formosa,
Fernão da Silveira, depois seu

neto D. Luiz Lobo-da Silveira; :

e a seguir D: Rodrigo da Silvei-
vra e Teles que nasceu em
1663.

Tinha nesse tempo uma única
paróquia da invocação de S. Tia-
go, vigairia que apresentavam

«in solindum» o Mestre Escola

e Tesoureiro da’Sé da Guarda a
cuja diocese. pertencia antiga-
mente,

Sobreira Formosa foi ainda
séde dum concelho extinto por
dec. de 24 de outubro de 1855.

E, apesar de «Formosa», nun-
ca fôra cantada pelos poetas,
mas foi por diversas vezes cele-

brizada pelas suas guerras de-
fensivas, não faltando quem fa-

‘ ça referências aos Sobreirenses

acerca da sua tenacidade e vi-
gorosa oposição ao exercito de
Junot, a quando da sua passa-
gem em Sobreira Formosa, a 22
de Novembro de 1807, vindo de
Castelo Branco em direcção a
Abrantes, onde chegou no dia
24 do mesmo mês.

Sobreira Formosa é, final-
mente, uma laboriosa aldeia,
onde os seus habitantes, agarra-
dos á terra que eles trabalham
com todo o amár e carinho,
fazem produzir com abundância
todos os frutos do nosso país,
merecendo especial menção a
azeitona, cujo azeite é singular-
mente apreciado, pela sua optima
qualidade, em todo o país, cons-
tituindo ainda pela quantidade
a sua maior fonte de riqueza e,
conseguentemente, a maior fórça
impulsiva do seu cado

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A’ roda de
um decreto

Um decreto recente só permi-
a venda do vinho, no distrito
de Leiria, quando este tenha a
graduação de 1i.º.

Sucede, porem, que o vinho
desta região difilmente atinge a
graduação de 10.º, mesmo sem
batismo, em consequência das
condições do clima e da nature-
za do terreno.

Assim, o nosso lavrador que
queira apresentar um produto
isento de mixórdias, tal como a
cepa o deu, não consegue, sem
prejuíso da qualidade, satisfa-
zer as exigências da lei.

Ha processos modernos de
concentração dos mostos, que,
entre os pequenos proprietários,
só por ironia se podem aconse-
lhar.

Entendemos que a referida
lei peca pelo seu caracter de
uniformidade rígida.

A última colheita de vinho
foi de tal modo abundante que
o seu preço de venda mal com:
pensa as despezas do lavrador.

O decreto. em questão veio
ainda agravar, como élógico, es-
te estado de coisas,

Para o caso, chamamos a
atenção de quem de direito.

(Do nosso correspondente
em Pelrógão Grande)

O magno proble-
ma da região

Conclusão da 1º página
desse ser compensado pelos lu-
cros da exploração,

Mas deixemos o assunto para
ser apreciado pelos entendidos.

seu tempo o trataremos
com mais vagar nas nossas co-
lunas.

Por agora, contentemo-nos
com colocar a questão nestes
termos:

Possuímos nós, ao menos,
estradas bastantes que condu-
zissem a «essa hipotética via
férrea ?

Não queiramos começar o
edifício: pela cupula,

Estradas, estradas primeiro
que tudo, é que nós precisamos.

Mal se compreende – que Vila
de Rei, uma séde de concelho,
não esteja ligada com a séde da
comarca.

Mal se compreende que, es-
tando ha dezenas de anos pro-
jectada a ligação, pelo Cabril
entre os distritos de Leiria e
Coimbra e o de Castelo Bran-
co, só agora se tenha consegui-
do — e cabe essa honra á gente
de Pedrógão Grande — levar
esse projecto a próximas vias
de execução.

Mal se compreende que o
troço de estrada entre Pedrogão
Pequeno e Madeirã esteja trun-
cado ha mais de 20 anos e nin-
guem mais se mecha para o le-
var a cabo senão a gente da
Madeirã e Oleiros. É

Mal se compreende…

” E” melhor ficarmos hoje por
aqui, que o jornal é pequeno, e
isto não vai tudo duma assentada,

REGISTAMOS

Devolveu o nosso jornal o
Grémio Sertaginense.

3

Beira Nova

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4

Beira Nova

Por amor á terra

O regionalismo, quando bem
compreendido e orientado, é
util e passou a ser um factor
de importancia maxima em nos-
so meio, em nossas terras, igno-
radas e esquecidas até há pou-
co, é que vão sendo reveladas
dia a dia, em suas belezas e
encantos, por intermédio da
imprensa — facho incandescen-
te que alumia povos, clarão da
humanidade que pensa e que
progride.

A difusão de tais princípios
vai arrastando valores, que são
parcelas
agregado imenso nacional, e cu-
jo esfôrço acorda energias, fo-
menta riquezas, estimula o in-
teresse pela vida local.

Que será, pois, o regionalis-
mo, quando honestamente pra-
ticado? E” o amor á Terra, ao
Trabalho, o amor à Patria! E é
por êsse amor que Antonio Nu-
nes Costa, moço ilustrado e es-
tudioso, se vem lançar definiti-
vamente na ardua tarefa do jor-
nalismo, com outros seus con-
terraneos, e com o unico objec-
tivo, desinteressado e louvavel,
de servir a sua terra, com o
desejo de bem servir a sua pe-
quena região, que fica lá no
extremo desta Beira maravilhosa
e bela.

Antonio Nunes Costa pro-
fessor distinto, director de esco-
la, correspondente e colabora-
dor de bons jornais, e ao pre-
sente, aluno dum Curso Supe-
rior, apesar de nove, tem longa
pratica da vida e possuí baga-
gem, servida com inteligencia; é
um jornalista culto e um caracter
da eleição, e por isso bem digno
de ser ajudado na meritoria
obra que vai encetar, por amor
á Terra que o viu nascer, que
não esquece nunca, que longe,
ou perto, dela fala sempre com
saudade e com carinho.

Ao amigo de tantas horas nos
confins sertanejos de Angola, o
abraço fraterno, e os votos para
que o seu- jornal tenha vida
prospera e brilhante.

Seixo Amarelo, Beira Baixa,
Abril de 1932.

João Pessoa

N.R.— O autor deste artigo e o
sr. capitão João Pessoa, alma gene-
rosa de democrata e de lutador, que
os acasos da vida fizeram cruzar com
o director deste jornal, nos sertões
de Angola. Dirigiu já um vibrante
semanario republicano na cidade da
Guarda — o «Luzitano» — e a estu-
dos sobre a Beira tem consagrado
uma boa parte do seu infatigavel la-
bor intelectúal.

Quiz o querido amigo enviar-nos
as palavras de saudação que aí ficam,

Mui sinceramente lhas agradece-
mos, embora, na parte que se nos re-
fere, as levemos á conta da sua gran-

de amisade.
ragems—

AVISO

A’s pesooas a quem envia-
mos o jornal pedimos o favor
de o devolveram, caso não de-
sejem assiná-lo, para assim nos
evitarem prejuizos. ;

Serão considerados assinan-
tes todos os que não fizerem a
devolução.

DO
Falta de espaço
Por este motivo somos obrigados a
adiar a publicação de algum original,
do que pedimos desculpa aos nossos
colaboradores.

que se fundem no.

DE TODOS OSCANTOS DA REGIÃO

Proença a Nova

Convidou-me um amigo, que mui
to respeito e admiro, para correspon-
dente do quinzenario, «Beira Nova,

Apesar de me faltar competencia,
não pude deixar de anuir ao amayel
convite, pedindo à generosidade dos
meus leitores que me relevem qual-
quer lacuna.

Cumprimento o seu digno corpo
directivo, fazendo votos para que o
novo jornal tenha longa vida.

x

Teve lugar no dia 14 do corrente

o mercado mensal, que esteve muito

concorrido e animado em transacções
comerciaes.
Xe

Devido aos bons oficios de S, Ex?
o Governador Civil do Districto, foi
concedido à Camara Mnnicipal deste
concelho um subsidio de 17.000800,
para reparação da estrada municipal.

*

Em companhia de sua mãe, seguiu
ontem para Lisboa a sr.* D. Maria do
Carmo Sequeira, esposa do sr. Anto-
nio Martins Alves, comerciante em
Bumba (Congo Belga).

x

Tambem seguiu para Lisboa o sr.
José Lourenço. funcionario aposenta-
do do Ultramar e presidente da Junta
de Freguezia.

*

Tivemos hoje a honra de cumpri-
mentar nesta vila o sr. dr. Antonio
Ildefonso da Silva Coelho, conserva-
dor desta Comarca,

*

Estiveram entre nós os nossos con-
terrâneos srs. João da Silva Dias e
Antonio da Silva Carvalho.

+.

“Afim de concertar o relogio mu-
nicipal, que está bastante avariado,
encontra-se nesta vila um relojoeiro
de Vizeu.

*

Tem estado bastante doente o sr.
José Martins, pae dos srs, drs. Carlos
Martins e Francisco Dias Bernardo, a
quem desejamos rapidas melhoras.

S * :

Casou em Aldeia Gavinha o nosso
patricio e estimado amigo sr, Manuel
Alves Catarino, notario no Gavião,
com a senhora D. Carmina Lanz Reis.

Aos noivos, muitas felicidades.

Sertã

Foi nomeado ajudante duma seção
da secretaria duáieal desta comarca,
o nosso presado assinante sr, Arman-
do Antonio. Parabens.

x

Sairam para Lisboa, tendo já re-
gressado a esta vila, os srs. Antonio
da Silva Lourenço e João Nunes e
Silva. 4 X

Foram a Lisboa os meninos Eulália
Batista Lourenço e Mario Martins da
Silva,

*

Acompanhado do sr. Coronel Arro-
bas Machado, visitou a vila da Sertã
o sr. General Lacerda, da 42 região
militar, tendo suas ex. sido acom-
panhados pelo sr: dr. Antonio Ilde-
fonso Victorino da Silva Coelho,

*

Foi batisado no passado dia 17 um
filhinho do sr. Domingos Antonio
Francisco da Silva. Serviram de pa-
drinhos a menina Cezária Marques
Nunes e o sr. Joaquim Francisco da
Silva, tios do neófito, que recebeu o
nome de Sarmento.

A tratar de sua saude, encontra-se
em Lisboa a menina Maria do Carmo
Farinha.

*
Acompanhado de sua ex.m? esposa,

“foi a Lisboa o sr, José Francisco da

Silva,

*

Depois de ter passado alguns dias
em companhia de sua familia, retirou
para Castelo Branco o sr. Joaquim
Dias Ferreira, com sua esposa,a ex ma
sra D. Maria Madalena P. Serrano
Ferreira.

Encontra-se nesta vila, ja quasi ha

um mês, bem com sua ex.ma esposa,
D.. Maria de Lourdes Serrano Cam.
pino, o nos-o presado amigo sr. Pom.
peu Nunes Campino,

Regressou « esta vila o integérrimo
juiz da Comarca,sr. dr, Morais Cabral.

*

Encontra-se doente a ex.ma esposa
do nosso presado assinanre sr. João
Pinto de Albuquerque, cujas melho-
ras desejamos.

Acompanhado de sua ex,m2 esposa,
saiu para Coimbra o sr. dr, Ehrarhdt.

Fizeram anos:

No dia 21], a menina Maria Tereza
filhinha da srº D. Maria do Ro-
sario Rocha e do sr. Alfredo Rocha,
e no dia 25, a menina Eulália Batista
Lourenço. Às nossas felicitações.

Encontra-se nesta vila a sr.* D, Fer-
nanda Tasso de Figueiredo Corrêa
Lage.

Pedrógão Pequeno

Por lapso, referimos o nome do sr.
Custódio Pereira Perfeito como fa-
sendo parte da comissão que promo-
veu a acquisição de material contra in-
cendios com que acaba de ser dotada
esta vila, quando é certo que aquele
senhor figura simplesmente como o
primeiro subscritor (2000800).

E’ de lamentar que a Comissão de
Lisboa não tenha encontrado o acolhi-
mento que seria para desejar, por
parte de muitos filhos da nossa terra,
que não compreenderam bem o al-
cance da iniciativa.

Voltaremos ao assunto,

*
Deve partir em breve para Lisboa
o sr. dr. Augusto Henriques David,

– acompanhado de sua ex.ma esposa,

que sabemos ir assistir ao casamento
de sua filha, D. Maria Antonia Dias
David,

*
Passou no dia IR o aniversario da
senhora D. Maria da Natividade Se-
ueira, mãe do nosso administrador,
ustavo Alves.

Esteve aqui de passagem, realisan-
do no passado dia 7 um espectaculo
ao ar livre, uma companhia de Circo.

*

Vieram de visita a suas familias, os
srs, Jaime Antunes Amaro, Francisco
A, Amaro e Antonio Jacinto Duarte.

Tambem aqui chegaram, ha dias, os
senhores Francisco Martins e seu so-
brinho, José Martins Junior, téndo-se
realisado o batisado de um filhinho
deste, que recebeu o nome de Anto-
nio José Martins.

Passou no dia I7 o 42.º aniversario
da fundação da Filarmonica Aurora
Pedroguense.

E’ de notar que ninguem se tivesse
lembrado de festejar esta data.
Pedrógão Grande
a E air, 1a

A este concelho não tem sido dis-
tribuidos subsidios para obras publi-
cas, apesar de a sua necessidade se
fazer sentir enormemente e de a
Comissão Administrativa da Camara
se ter interessado pela construção das
estradas do Cabril, Ervedeira, Mila-
gres e Louriceira,

A Direcção dos Correios e Telé-
grafos prometeu dotar esta vila com
uma linha telefónica, tendo-se a Ca-
mara comprometido a fornecer casa
para a instalação da cabine pública,

A Misericórdia (hospital) apenas
tem recebido o subsidio ordinário.
*

Ultimamente, nota-se um certo alas-
tramento de questiúnculas pessoais,
cá no burgo, que frequentemente são
resolvidas nos tribunais.

Pela maneira como se repetem,
somos levados a crer que a justiça,
em certos casos, devia ter a mão mais
pesada.

*

Passou no dia 190 aniversario da
sr D. Albertina Ferreira Vidigal e
no dia 10 o da menina Maria Alber-
tina Vidigal Amaro, respectivamente
esposa e filhinha do nosso presado
amigo, Antonio Ancunes Amaro,

Vila do Rei
Ha grande entusiasmo pela reorga-

Encarestino de Mendonça

Com muito prazer participa-
mos aos nossos leitores que
este distinto jornalista e nosso
presado amigo acedeu gentil-
mente a colaborar nas colunas
da Beira Nova, encarregando-se
da secção — «Carta de Lisboa,

Espirito brilhante, a quem a
Ilustração e outras revistas de-
vem valiosa colaboração, felici-
tamo-nos pela sua honrosa
companhia nesta modestissima
jornada da imprensa.

Muito agradecidos ao Dr. Eu-
carestino de Mendonça.

— —— feestipoa)
Casamento

Kealisou-se em Elvas, no dia 14, 0
casamento do nosso prezado amigo e
antigo condiscipulo, Henrique Graça
digno. empregado comercial daquela
praça, com a ex.ma sra D. Izaura Rosa
de Jesus Daniel, distinta funcionaria
dos correios e telegrafos na mesma
cidade, –

Aos noivos desejamos as maiores
felicidades.

— ro ——

Uma carta

Entre as várias cartas de cum-
primentos que temos recebido,
chega-nos uma particularmente
gentil, assinada por uma Proen-
cense.

Apesar de não adivinharmos
quem se esconde por detraz
dêste meio anonimato, regista-
mos o gesto com agradecimen-
to.

———+Dece———

Carreiras para
Lisboa

Damos conhecimento aos nos-
sos leitores de que a “Empreza
de Viação de Sernache, Ltd.»
transferiu a sua Sede em Lisboa,
para a Rua Antero do Quental,
n.º 5 e 7, (ao Intendente).

Por alguns passageiros com
quem trocámos impressões, sa-
bemos que os serviços desta
empreza estão hoje montados
de molde a satisfazer as pes-
soos mais exigentes.

Felicitamo-la pilo facto.

Ce meme

 

nisação da Filarmonica, devendo
chegar aqui, em breve, o digno regen-
te, sr. Antonio Crispim de Oliveira.

Fez anos no passado dia 21 o digno
correspondente deste jornal, sr. Fe-
lisbelo Cardoso Costa. Felicitamo-lo.

EM LISBOA
Tem estado doente a Sr,2 D. Maria
dos Anjos da Silva Fernandes, vir-
tuosa esposa dó nosso amigo e assi-

-nante sr, Francisco Martins Fernan-

es.
Desejamos-lhes rapidas melhoras.

Tivemos o prazer de abraçar o nos-
so amigo e assinante sr. Alvaro Luiz
Pereira, conceituado comerciante em
Proença-a-Nova.

Encontrámos, tambem já restabele-
cido da grave doença que o deteve
alguns dias no leito, a nosso amigo
sr. engenheiro Carlos da Silva Cava-
lheiro.

Tivemos o Par de abraçar o nos-
so amigo sr. António Mota, que a esta
capital veio tratar de assuntos parti-
culares, o

Encontra-se AE o sr. coman-
dante Cesar Amaral, pai do nosso
amigo, dr, Alberto Amaral.

Fazemos votos pelas suas melhoras,

Tambem tem estado doente a es-
posa do nosso amigo, Eduardo Bran-
dão Lopes. ç

Dejesamos o seu breve restabele-
cimento.