A Comarca da Sertã nº89 30-04-1938

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DIRESTOR, EDITOR
Eduardo DPanata ola sa tva CQaneia
E PROPRIETARIO
do ‘ REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO-
RUA SERPA PINTO-SERTA
PUBLICA-SE AOS SABADOS
ANO Il
N.º 89
AVENÇADO
/ A
FUNDADORES.
DR. JOSÉ CARLOS EHRHARDT
DR. ANGELO HENRIQUES VIDIGA
“ANTONIO BARATA E SILVA
DR. JOSÉ BARATA CORREA E-SILVA:
EDUARDO BARATA oa SILVA CORREA
Composto & Impfgiso
ANA mad
[GRAFICA DA SERTÁ
Largo do Chafariz
; | — SERTÃ,
Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca da Sertã: concelhos (le S
Úleiros, Proença-a-Nova
ertá,
6 Vila de Rei; e freguesias de Amêndoa E Cardigos (do concelho le Mação )
SO ..
ABRIL…
A Victória Colonna
tó não sei quê divino, força
fé cré-lo
Nêsses teus olhos de uma luz tam
[bura
Que ao vê-los, tive logo segura
4 eterna paz que é mew constante
o Janhelo;
Filha de Deus, nossa alma aspira
fa vê-lo;
Desprezando caduca formosura
Ela em seu giro eterno só procura
4 forma, o tipo universal de belo.
Não pode amar, não deve, uma
jalma casta
Fugaz beleza, graça transitoria,
Coisa que o tempo leva, o tempo
[ gasta.
Nem. também alma digna de
Pode amar o prazer que o bruto
farrasta,
João de Deus, Campo de Flores.
A
no vila de Proença-a-Nova
realiza-se no próximo
dia 3 a grande feira anual de
Santa Cruz.
O
e estupidez de muita gente
levara a ter sempre a
rabeca afinada para malquistar
* a Sertã contra um ou outro fo-
rasteiro que a pretende visitar,
vindo’por aí fóra em busca de
bons ares e repouso. Para mais,
em muitos casos, as insinuações
depreciativas à nossa terra, des-
lustrando os suas belezas natu-
rais,são feitas, em alguns casos,
por pessoas ilustradas, a quem,
ipso facto, combete o dever de
cortezia. Essas pessoas sabem
bem por exberiência própria ou
por tradição, que os sertaginen-
ses recebem como urbanidade to-
dos os visitantes, sem, muitas vezes,
averiguarem quem éles são e don-
de vêm. Isto talvez seja para nós
um mal, porque alguns déles, de-
pois de receberem provas irrefu-
táveis de hospitalidade, vão para
as suas terras dizer mal de tudo e
de todos. Mas o que a muitos vi-
sitantes não passa despercebido,
se dor acaso não se deixam levar
pelos contos dos embusteiros, é
que a Sertã impõe-se belos seus
panoramas, pela pureza das suas
águas, pelos ares sâdios, pela
grandiosidade do Palácio Muni-
cipal, pelo conforto e convivência
social das suas casas de recreio,
onde a mtriga não têm guarida;
e assim, ficam a fazer o pior
Juizo dos intrigantes que toparam
no caminho.
A Sertã tem arredores tindis-
simos, pontos de vista de uma
amenidade e beleza incompará-
veis, fiquem sabendo os seus de-
Practores por muito que lhes custe,
E O fmenória-
Em vez do buro amor — sombra.
[de glória.
URANTE a semana de 18 a 24 do cor-
rente realizou-se em Lisboa o 1.º
Congresso »Pedagógico dos Jardins
— Escolas João de Deus, que teve lu-
gar na sede social — Museu de João
de Deus—, Juntamente com o programa dos
trabalhos, recebemos um evite para assis-
tir à conferência pedagógica por intermédi
“do nosso Ex re Amigosr. Titan Pr
do notável própagandista do método de João
de Deus e grande apóstolo da Instrução, saii-
edoso Casimiro Freire, natural de. Pedrógão
Pequeno, cuja biografia publicâmos há tempo,
Desvaneceu-nos o pedido, não só pelo
muito amor que votamos aos problemas pe-
dagógicos, mas também porque as conferên-
cias se prendiam com a Cartilha Maternal,
declarada nas côrtes de 1898 método de lei-
tura nacional o mais simples e intuitivo de
que nos podemos orgulhar, imaginado pelo
cérebro fecundo de João de Deus, o burila-
dor genial da poesia portuguesa, na qual se
casam a beleza e a simplicidade em tão in-
teira harmonia. Campo de Flores, colecção
completa de poesias, é um verdadeiro tesou-
ro, em que se mostra o inimitável lirismo de
João de Deus. Que expontaneidade e arte de
dizer cpisas belas há na elegia Raquel, na
Noite de Amores, no Adeus e no poemeto «4
Vidal». Cânticos que são uma maravilha !
Que êxtasis hã no ZJino do amor incluido
na Cartilha Maternal: |
Andava um dia
Em pequenino
Nos arredores
De Nazaré
Em companhia
De São José
O bom Jesus
O Deus menino.
A 060 A Ses dd ssa o o eia O To FBUO 06 Co cv» 0 04
Os versos de João de Deus, a quem se
chamou o poeta do amor,são inspirações da
sua alma bondosa, ingénua e simples, apre-
ciam-se pela candura tocante.
a
x ES
O congresso iniciou-se pelo discurso de
abertura do Presidente da Direcção da Asso-
ciação de Jardins-Escolas João de Deus, sr.
dr. João de Deus Ramos, sôbre: O analfa-
betismo em Portugal, dados estatísticos e
causas que o mantêm. Idaue escolar.
Como e quando deve principiar o ensi-
no das primeiras letras, As antigas Escolas
Móveis pelo método João de Deus, fundadas por
Casimiro Freire, e os actuais Postos Escola-
res, organizados oficialmente. Necessidade
da escola infantil ou pré-primaria. A cria-
ção dos Jardins-Escolas. :
No decorrer das conferências, entre ou-
tras, apreciaram-se e discutiram-se-os seguin-
tes pontos: O Jardim-Escola João de Deus —
excepções,
escola diferenciadamente portuguesa, caracte-
rísticas, orgânica e programa próprio em
relacão ao de ensino primário oficial. A
moral e a religião na educação infantil. A
Cartilha Maternal — seu confronto com ou-
tros métodos nacionais eestrangeiros. A Ar-
te de Escrita de João de Deus. À inicição na
aprendizagem do cálculo. Principios de arit-
Reticá é
as lições de coisas, contos e histórias “apro-
priudas. A educação visual-manual—desenho,
trabalhos manuais e jogos educativos. Higie-
ne escolar. Regras preventivas na admissão
e fregiiência dós alunos. Colaboração da fa-
milia e do médico. Horârios. Alimentação.
Classes, — Exercicios e jogos de movimento.
Fixação dó regulamento administrativo dos
Jardins-Eãcolas e da sua função em matéria
de Assistência. ;
Ao analizar a Cartilha Maternal na 2:
sessão de trabalhos, o sr. dr. João de Deus
Ramos proferiu uma dissertação brilhantis-
sima, que resumimos por falta de espaço e
que arquivamos nestas colunas por estar-
mos perfeitamente de acordo com ela: «Decla-
rou que as mãis com a abrigação de ensinar
os filhos a falar, devem igualmente ensiná-los
a ler e escrever. O poeta João de Deus, uo
escrever o seu método, lembrou-se das mais
que têm filhos a educar». .
Expôs as razões por que a Cartilha é
um livro racional e acentuou:—«Salvo raras
os adversários dêste método são
os que o não conhecem». Pôs em relevo o
pensamento do autor quando mandou imn-
primir as letras em cores diversas, o que deu
excelentes resultados; A Cartilha não tem
estampas porque estas contribuem para dis-
trair a atenção dos alunos, Sôbre as difi-
culdades existentes no método, frisou que
elas eram filhas do próprio idioma; e para
fundamentar a sua afirmação, referiu-se ao
vaior de algumas letras que se lêm de modo
diferente no mesmo vocábulo. Defendeu o cri-
tério de que os livros infantis têm de ser.
obras de bom gosto, obras srtisticamente
acabadas; quem não tiver noção-de artista-
não pode ser bom pedagogo», Analisou và-
rios métodos de ensino, destacando o de Fe-
liciano de Castilho e provou as vantagens
e geometria. A educação da atenção: |
da Cartilha Maternal sôbre aquêle e sóbre
muitos outros conhecidos no Pais: «Quem |
ensina não deve servir-se de frases dispara-
tadas, como se nota em muitos métodos que.
para ai se empregam».
Não resta dúvida alguma de que o Meto-
do de João de Deus é o melhor para ensinar
a ler e escrever. Ele tem hoje a consagra- |
ção do povo. Sos.
À pobreza do espaço não permite focar,
dar uma pálida ideia sequer, dos outros va-
riadissimos têmas: debatidos no Congresso
por muitos pedagogos notáveis que vêm vo-
tando um especial interêsse aos “complexos
problemas subordinados à instrução e edu-
cação popular… doe queres
E, BARATA
dr. João do Carmo Corria Bó
| referida estação nas. investiga
-( ONSTA-NOS que “des
— Ss de Junho deves
bilo, no nosso écran, o fom
português «Maria Papoula»..
dm o
o
belecimentos de ensino,
oficiais e particulares, 1 cabrir-auma
no dia 25. 4
a
tag
Ta
aulas, em todos os esti-
ame à ui
nº E 15 do próximo mês Pê
cebem-se, nas estações
relégrafo-postais de Ferreira “do
Zêzere, Besteiras, Areias, Sertã e
Sernache, propostas em cariirfe-
-chada para a venda do traçado
telegráfico estabelecido entre. Bes-
teiras e Sernache do Bomyjaudimp,
DRE
– > múcieos da Legião Po
tuguesada Sertã e Sê
nache do Bomyardim, sob 05 0%
mandos, respectivamente, dos sys
telho e Manuel Vicente Beato, tê) A
agora feito atura los exercicios:
de táchca militar, de modo apos
derem encorporar-se no tarada
geral da Legião no dia do ante
versário da Revolução Nacional
AT
naugurouse na 2.º feraa
carreira diária aérea:ens
tre Lisboa e» Roma, ‘com “estals
por Sevilha, Málaga, Tutuão;
Melilha e Palma de Maiorcr. ai
carreira é explorada pela Com.
panhia «Ala Littoria», que dis”
põe de aviões irimotores Sp.
transportando o correio e 18 pass.
sageiros; facilita o serviço postals
com a Africa Oriental Portus:
guesa, dado o encontro com as ha
nhas inglesas da «Imperial
Airwys», além de proporcionar
uma mais constante ligação com
os países da Europa,
CR
AR propósito da noticia que.
hã tempo publicimos
sóbre a captura, no Troviscal, de
um rotkelchen-pisco (Erithacus yu-
bicula rubicula (L), portador da
auilha n.º grasõor, recebemos:
uma cativante carta da estação da
ilha-de Felgoland (Alemanha:
para observação das aves migra
tórias, em que nos apresenta os
seus agradecimentos, afirmando-,
-nos que tal comunicação reveste
grande importância, solicitando-
-nos a publicação da carta, puis
que há grande interêsse para a,
ciência em participar o local onde.
são apanhadas as aves naquelas
condições. à
4 carta é acompanhada dum.
mapa marcando o trajecto da
ave. Publicaremos oportunamen-
teacarta e entretanto pedimos.
As bessoas que capturem passaros,
com anilhas para nos indicarem.
o múmero, data da captura e ca-
recteristicas, auxiliando, assim, &
ções. Convém, também, enviarenio
nos as anilhas.
ma
ma@@@ 1 @@@
A GOMARCA DA SERTA’
Transcrições
Acompanhada de justissimas consi-
derações, a «tidade de Tomar» trans-
ereveu, dêste jornal, a «nota a lápis»
há pvuco inserida sôbre cobranças de
assinaturas, O segundo periodo que pre-
cede a transcrição. diz: «Limitamo-nos
apenas a transcrever da «Comarca da
Sertã» o seu intersante comentário sô-
| bre cobranças de assinaturas, pois tal-
‘ vez os senhores «devedores» do nosso
| jornal tenham vergonha e nos venham
pagar o que devem», –
Vergonha? muitos dêles foi coisa
se nunca tiveram; mas, ao menos são
ortes em basófia e -pregoâm aos qua-
tro ventos, moralidade… pura os ou-
tros.
Leia-se «fauna onde vem «fama»,
|. Também o colega «A Vida Social»,
– de Lisboa, no número de 1 de Murço,
transcreveu de «A Comarca da Sertã»
| o artigo «Oração à Vida», do nosso es-
itimado col.borador sr. Monteiro do
Amaral, sem que fizesse referência al-
— guma à origem.
RBD ONES ARO OO O
“ “Carta de Oleiros”
1 Um grupo de assinantes naturais de
| Oleiros, residentes na capital, por in-
| termédio do n’sso presado amigo sr.
José C. Martins Leitão, também ali re-
sidente, enviou-nosagradecimentos pela
publicação da «Carta de Qleiros» da
autoria do estimado e distinto colabo-
‘rador dêste jornal, J, E. R., inseria no
inº 86,
6286640000 9005000000000000890c500000
Bemingos Carlos da Silva
Foi promovido, pot distinção, a che-
fe de 3.º classe dos Caminhos de Ferro
‘ da Companhia Portuguesa e colocado
na estação do Entroncamento, o nosso:
| estimado patricio e amigo sr Domingos
Carlos da Silva, que, na sua, relativa-
mente curta carreira de funcionário da
« P., tem conquistado a estima dos sn-
| periores peio elevado zêlo e competên-
“cia de que tem dado exuberantes provas.
Daqui lhe enviamos umsinceroabra-
“ço de parabens.
B$00BGSBUBDS DOCS GO D0D Doo 0000 oo BaDoR
ANUNCIO
1,2 publicação
| Pelo Juizo de Direito da sétima vara
‘eivel de Lisboa, segunda Secção, e nos
autos dc justificição avulsa, requeridos
Rr Rosalina Tavares da Silva contra o
Ministério Público e incertos, correm
éditos de trinta dias, contados da se-
segunda publicação legal do respectivo
anúncio, citando quai quer interessados
incertos, para no prazo de vinte dias,
‘ findo que seja o dos éditos, a contesta-
irem, querendo, ou deduzirem os seus
direitos à herança de Alfredo Silva, na-
tural da freguesia de Sernache doBom-
“jardim, comarca da Sertã, falecido sem ||
descendentes, na cidade de Lisboa, no
“dia 1 de Fevereiro do corrente ano, na
casa da Avenida António A, de Aguiar,
‘numero cinqúenta e seis-primeiro, di-
reito, freguesia de São Sebastião da
‘ Pedreira, com testamento em que insti-
‘taiu por sua única < univer-al herdeira 8 asticulante sua viuva, a qual pede Dera ser julgada habilitada como sua única herdeira para todos os efeitos le- gais, e designadamente para os de poder 'fazer registar em seu nome a transmis- são de quaisquer prédios, quotas em - sociedades comerciais, ou títulos de créditos: poder fazer o levantamento de depósitos em Bancos, receber lucros, “juros, fundos de reserva, suprimentos ou outros interesses ou valores em ca- sas comerciais de que o falecido era | sócio e que lhe pertencem ou a que ti- vesse direito, seguindo-se os demais termos do processo. É Sertã, 26 de Abril de 1958. Varifiquei - O Juiz de Direito, | - Lopes de Castro O Chef: da 3.º Secção, José Botelho da Silva Mourão Francisco Mateus Solicitador Judicial | SERTAÃA EDITAL FERNANDO CHAVES DE OLIVEIRA SARMENTO, Engenheiro Chefe da 2º Circunscrição Indústrial Faz saber que: Viriato Mateus, pretende licença para ins- talar um forno de cozer te- lha tipo portuguesa, inclui- do na 3.2 classe, com os in- convenientes de fumos, sito no logar do Fundão, freguesia do Troviscal, concelho (ia Ser- tã, distríto de Castelo Branco. Nos termos do regulamen- to das Indústrias Insalubres, Incómodas, Perigosas ou Tó- xicas ce dentro do prazo de trinta dias a contar da data da publicação e afixação dês- te edital, podem tôdas às pes- soas interessadas apresentar reclamações por escrito con- tra a concessão da licenca requerida e examinar o res- pectivo, processo n.º 6430, nesta Circunscrição, com sede em Coimbra, Avenida Na- varro n.º 41. Coinbra e Secretaria da 2. Circunscrição Industrial, em 21 de Abril de 1938. Pelo Engenheiro Chefe, Albertino Pires Antunes eananaanao 000000000 dD0poaDao vocoadoca MACACOS... Todos querem imitar o ca- fé “A Mulatinha mas... a Mulatinha continua a ven- der café diferente de todos. ? Se0000098 A Mulatinha Rua dos Cavaleiros, 108 (Ao Teatro Apolo) LISBOA Importante Encomendas superiores a s| quilos, portes gratis. Pensão Testa eae eo semreassmms Esmerado serviço de Restau- rante, bons quartos, higié- nicos e confortáveis RECEBEM-SE COMENSAIS MAXIMO ASSEIO Rua Serpa Pinto TELEFONE sil TOMAR ALBANO LOURENÇO DA SILVA ADVOGADO SERIA FLAVIO DOS REIS E MOURA Advogado SERTÃ Francisco Nunes Corrêa MEDICO Consultas das 12 às 15 horas Consultório e residência: TRAVESSA DO FORNO (á Rua Candido dos Reis) SERTÃ VENDE-SE Uma casa que serve de ha- bitação e estabelecimento, com armação, balcão e mais pertences, sita na Praça, na vila de Pedrógão Pequeno. Trata-se com José Martins & Irmão MOSCAVIDE. É um prédio sumptuoso, como se verifica pela gravu- Fã a! António Tamagnini RAIOS X Telefone 30 TOMAR 9200000000009000080099680600909009000000 Quinta, e várias pro- | priedades anexas | Nos arredores ta Sertã, junto á estraia alcatroada vende-se uma das melhores quin- tas desta região, e varias outras propriga- les anexas. Belissima Casa de habitação com todas as dependencias. Produz muito azeite, vinho, cereais, ate, ete. Tem muitas arvores de fructa, sobreiros, pinheiros e mato, e enorme area para adean- tamentos agricolas. Ontima água. Excelentes ares. - Informa-se nosta redacção. SAPATARIA PROGRESSO uu DE mun) Casimiro Farinha Fabricante de todo o géne- ro de calcado; Exportador de calçado para as Colonias e principais Cidades do Continente SS RT 44 NORBERTO PEREIRA GARDI., SOLICITADOR ENCARTADO : ALRASA SA: Rua de Santa Justa, 95-2.º TELEFONE 26607 LISBOA J. D'OLIVEIRA TAVARES, & F.o Fábrica das melhores velas de cera de abelhas do País — CASA FUNDADA EM 1850 CARDIGOS PORTUGAL Premiada em tôdas as exposições a que tem concorrido: Universal de Paris em 1900; — Pala- | cio de cristal - Porto em 1903-1904 -S. Luiz, E. U. da América do Norte em 1904; - Rio de Janeiro, E. U do Brazil, em 1908 e 19222; Grande Pré- mio de Honra Grand Prix na Exposi- ; ção Industrial Portuguesa 1932 - 33 area Is emma = Recomendada por alguns Ex.>ºS e
Reverendissimos prelados, mencio-
nada honrosamenis nos Boletins Eclo-
siasticos de várias Dioceses e elo-
giada por muitos respeitaveis, virtuo-
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) 10º Aniversário
DA INVESTIDURA DO
SR. DR. OLIVEIRA SALAZAR
NA PASTA DAS FINANÇAS
Comemorando o 10.º apni-
versário da investidura do
sr. dr. Oliveira Salazar na
pasta das Finanças, de que
adveio a restauracão finan-
ceira e económica do País,
realizarászi- se conferências
nas diversas escolas primá-
rias desta vila, usando da pa-
lavra os respectivos professo-
res, que enalteceram a obra
grandiosa, eminentemente
patriótica, do ilustre Chefe do
Govêrno.
Na escola Conde Ferreira
a sessão foi extraordinária-
mente concorrida, tendo as-
sistido as várias autoridades
e funcionários locais, algu-
mas senhoras, as crianças do
sexo masculino e muito povo.
Convidado pelo director da
escola, professor sr. António
Lopes Manso, assumiu a pre-
sidência da mesa o presiden-
te da Câmara Municipal, sr.
dr. Carlos Martins, secretaria-
do pelo sr. dr, Custódio Lo-
pes de Castro, Meritissimo
Juiz de Direito desta comar-
ca e Rev.º P.º Francisco dos
Santos e Silva, pároco da
freguesia, O sr. dr. Car-
los Martins abriu a sessão e
usou da palavra, focando a
acção financeira de Salazar,
de que resultou a restaura-
ção de Portugal em todos os
sectores da vida nacional, a
ordem interna e o prestígio
do País perante os povos ci-
vilizados. Acentuou que lhe
era particularmente grato fa-
lar às crianças de hoje, a
quem âmanháã, como homens,
está reservada a tarefa de
contribuirem para o engran-
decimento e prosperidade da
Pátria, seguindo os exemplos
e as virtudes do grande por-
tuguês que é o sr. dr. Olivei-
ra Salazar.
Em seguida dá a palavra
ao professor sr. António Lo-
pes Manso, que faz uma ora-
ção brilhante sôbre a perso-
nalidade de Salazar e as di-
rectrizes da sua politica acen-
tuadaménte nacionalista.
Afalta de espaço impede-
nos de publicar hoje êste dis-
curso, o que faremos próxi-
mamen te.
Os discursos toram aplau-
didos com entusiasmo.
Depois, as crianças cantam
o «Hino da Mocidade Portu-
guesa»e a «Portuguesa», le-
vantando-se calorosos vivas
ao sr. Presidente da Repú-
blica, ao sr. dr. Oliveira Sa-
lazar, ao sr. ministro da Edu-
cação Nacional e ao Estado
Novo, vivas que foram en-
tusiâsticamente secundados
pela assistência.
806000006000 09020000000000400000800b
Um caso de miséria
Gravemente doente partiu para Lis-
boa, onde talvez tenha de ser operado,
o correeiro desta vila, António Louren-
ço Inglês Não obstante ser um ho-
mem deligente, o Inglês nem sempre
tem trabalho, vendo-se em sérios em-
baraços para prover ao sustento da
mulher e quatro filhos pequeninos, que
agora estão na contigênciu de sofrer as
maiores priv ções pela doença do che-
fe da casa, situação que pode prolon-
gar-se por muiio tempo, Como um mal
nunca vem só, a mulher do correeiro
está prestes a dar a luz,
Aos leitores amigos de fazer bem e
que estão sempre prontos a remediar
ou atenuar as desgraças alheias, reco-
mendamos a melhor protecção a esta
infeliz familia,
%* x
De um generoso anónimo recebemos
a importância de 5900, com destino
áquela pobre gente, o que, muito reco-
nhecidos, agradecemos em seu nome,
890000000000 cb00000000000 g00D00onoscau
Os amigos de “À Comarca
da Sertã”
Tiveram a amabilidade de nos indi-
car novos assinantes os nossos amigos
srs. Demétrio Carvalho, do Cabeçudo,
Alfredo da Silva Gi-ão, da Cava e José
€, Martius Leitão de Lisboa,
Muito obrigado,
a Le (=) Do, So, Oo DO
VCS USAS RS SD
Co TP HP & HP
900000000 006900000000000000006000008
Tivemos o prazer de ver na
Sertã os srs. Pº Bernardo Pra-
ta, de Alvaro, D. Guilhermina
Leitão de Portugal Durão, Joa-
quim Ferreira, Eugénio de Car-
valho Leitão, dr. António Nunes
e Silva, dr. José Nunes e Silva
e familia, Brigadeiro Couceiro
de Albuquerque e esposa, Alva-
ro Lopes da Silva e famiha, dr.
Rogério Marinha Lucas, Eutí-
quo Belmonte de Lemos, Adria-
no Faro Viana e esposa, de Lis-
doa; os estudantes Joaquim Fa-
rinha Tavares e Lauriano Fer-
reira, de Tomar e António Bap-
tista Manso, de Castelo Branco;
António Vieira da Cruz e Luiza
Cruz, da Praia do Ribatejo; dr.
“António de Mendonça David, de
Alvaro e Francisco Mateus, de
Pombal.
mm 4 bordo do vapor holan-
dês «Sibajak», partiu no dia II
para Macau, com sua esposa, syӼ
D. Maria Edith Soshei Coelho,
o nosso presado assinante sr. Jo-
sé Coelho, da Calvaria, digno 2.º
Sargento do Grupo Mixto de
Infantaria daquela Colónia.
mm Estiveram no. Cabeçudo os
srs. José António Martins, sócio
da conceituada firma da capital,
«Pires & Martins», e José Alves
e familia, de Lisboa.
Estiveram em Sernache os srs.
Gil Marçal Corrêa Antunes, di-
rector do Colégio Nu Alvares, de
Tomar e Jaime Bravo Serra, de
Castanheira de Pera.
mm Com sua familia esteve em
Alvaro o engenheiro sr. Joaquim
Barata Correia, director das Es-
tradas do Distrito de Faro.
mm Estiveram em Penafiel e
Praia do Ribatejo, respectiva-
mente, os srs. Ricardo Reis e dr.
Francisco Nunes Correia,
um Partiu para Fernando Po
o sr. Wenceslau Herreira, de Ser-
nache do Bomjardim.
mm No dia 23 embarcou para
Lourenço Marques, a bordo do
«Niassa», o sr. Januário da Sil-
va Moura, agrimenssor na Coló-
ma de Moçambique.
ANIVERSARIOS NATALI-
COS,
19, 0 sr. Manuel da Mata Pes-
tana, do Bailão;
um 22, menina Irene Carneiro
de Moura, filha do sr. Henri-
que Pires de Moura; 25, srº D.
Aura de Magalhãis Chnrdli e o
menino Augusto Fernandes, fi-
lho do sr. Manuel Fernandes, de
Lisboa; 26,0 sr. José Nunes Mi-
runda; 2 de Maio, sr.º D. Maria
do Sacramento Lemos Nunes e
o menino Robert Edmundo P.
Martins; s, sr* D. Carlota Al
meida Tasso de Figueiredo.
Parabens
906000000200000090000000006 0009000000
Notas a lapis…
qe agora um bonito aspecto
a entrada que se faz
pela escadaria de acesso ao quar-
tel da G. N. R. e cadeia civil: os
muros carados, a rua e as escadas
limpas a primor.
Mas melhor ela ficará quando
desuparecerem as pequenas hortas
laterais, colocando em seu logar
alguns bancos decentes e árvores
de pequeno porte, substituição que
se impõe dada a proximidade do
campo dejogosea situação do
cruzeiro à entrada do recinto.
a
mo Direcção Geral dos Edi-
fícios e Monumentos
Nacicnais, concedeu o sr. minis-
tro das Obras Públicas e Comu-
micações a comparticipação de
T00:000800 para reparação da
igreja do Colégio das Missões Ul-
tramarinas dê Sernache do Bom-
Jardim.
900000088 000060008 900000000000000000
Este número foi visado pela
Comissão de Censura
de Castelo Branco
” “COMARCA DA SERTA’
Magistrados
Informam-nos ter sido pro-
movido a Juiz de 2.º classe e
coiocado na comarca de
Abrantes, o sr, dr. Custódio
Lopes de Castro, magistrado
integro e sabedor, e que para
esta comarca vai ser nomea-
do, em sua substituição, o
sr. dr. Armando Torres Pau-
lo, delegado do Procurador
da Repúlica na 9.º Vara Judi-
cial de Lisboa.
90000000000000000000000u002000000008
Igreja Matriz da Sertã
Subscrição para as obras de reparação
Transporte ds n.º 85. 7.596$50
Dr. Antônio Nunes e
Silva — Lisboa. .. 9200800
Alberto Pires Mendes 200890
A transportar .. 7.996$50
200000000000 000000040000 coaDoovoguoo
Augusto Fernandes
Completamente restabele-
cido, com o que muito folga-
mos, tivemos o prazer de
abraçar na Sertã, o nosso
amigo sr. Augusto Fernan-
des, grande industrial do
concelho de Oleiros,
9800608000909000008005040 coGooc00uD0a
António Moreira
Encontra-se no Continente,
em gôso de merecidas férias,
o nosso amigo sr. Antônio
Moreira,-sócio da acreditada
firma comercial de Lourenço
Marques, Cruz & Moreira, Su-
cessor.
Tivémos a satisfação de o
abraçar na Sertã.
Desejamos-lhe muita saúde
e prosperidades.
DOGBOGDBADHO DOG MosoGaSSC npooeasbasao
José António Beirão
Este nosso patrício, amigo
dedicado da sua terra e de
«A Comarca da Sertã», co-
merciante estabelecido hã
muito no Recife (Brasil), aca-
ba de nos comunicar, com
muita alegria, que nos pri-
meiros dias de Maio vira
abraçar-nos,
Com a maior satisfação cà
o esperamos e, certamente,
todos os seus amigos, ‘que
muito o prezam nelas suas
qualidades de carácter.
BDNDDGDOBGaaDOnSOo De avoeDVa doaDonoDs
Expedição do nosso jornal para
a Colónia de Moçambique
Dada a facilidade e rapidez
actual dos serviços de cor-
reio entre o Continente e a
Colônia de Moçambique, os
nossos assinantes ali residen-
tes, para queim, na quási to-
talidade, são expedidos dois
exemplares dê-te jornal, de
15 em 15 dias, por via ordi-
nária, cujo custo é de 1$00
(um escudo) por número, po-
dem passar a recebê-lo mais
rápidamente, caso para isso
nos deem instruções, com
uma pequena sobretaxa no
custo da assinatura, consoan-
te passamos a indicar:
Expedição quinzenal (de 2
números) — via Cabo — ao
preço de 1820 cada número;
Expedição semanal (de 1 nú-
mero) — via Cabo — ao preço
de 1$30 cada número; Expe-
dição semanal (de 1 número)
— via ordinária —ao pre-
ço de 1810 cada número.
BEGDODGDADHO DRODHaDDaDO vononGuasosa
“Casa das Beiras
Esta importante associação regiona-
lista, com sede em Lisboa, na sua últi-
ma reiinião, resolveu realizar na sua
nova sede — Largo de S. Domingos,
14-2.º, por ocasião da comemoração dos
centenários da Fundação e Restaura-
ção de Portugal, mais um Congresso
Beirão e respectiva Exposição, a que
precura dar o maior brilho,
E’ a primeira vez que se realiza um
Congresso Beirão na capital, sendo de
notar que o Palácio Regaleira, actuai
edificio social da Casa das Beiras, se
dptimamente para tal fla,
Carta de Quelimane
A João Sertã
A demora dos paquetes de
Africa, uns cuidados instan-
tes, depois, por fim uma forte
dose de impaludismo obriga-
ram-me a curvar a cabeça
perante a inflexibilidade das
circunstâncias e a protclar,
ainda que bem contra a mi-
nha vontade, a resposta à sua
carta.
Perdõe-me meu caro João
Sertã, mas o homem põe, Deus
dispõe e, às vezes os malái-
tos protozoarios dispõem tam-
bem.
Ah! meu caro João Sertã !
quanto lhe agradeço esta sua
carta! a que gratidão me
obriga pelo prazer que ela
me trouxe!
Quandó recebi ó jornal de
30 de Novembro, não calcula
a brotoeja de contentamento
que me andou em correrias
por todo o sistema psiquico !
Pois quê? Havia então um
homem, e um homem demais
a mais, da envergadura imo-
ral e intelectual de Jogo Ser-
tãa quem a minha humilde
prosa conseguiu interessar e
até comover! ?!
Sim, porque eu conheço-o
moral e intectualmente meu
caro João Sertã e… vamos
lá… direi mesmo que julgo
conhecer a sua idoneidade
através dos seus escritos.
Não se admire. Diz o dicta-
que; «pelo dêdo se conhece o
o gigante»; dizia Vieira que |
«o melhor retrato de cada
um é aquilo que escreve»; e
digo eu já agora, a frase co-
nhecida: o estilo é o homem.
De posse dêstes três pre-
ciosissimos elementos e habi-
tuado, um pouco, a ler nas
entrelinhas, quando vi a sua
primeira cata para a Direc-
cão do jornal, no dia 23 de
Junho de 36, disse cá de mim
para mim:
— Isto é dêdo de gigante!
Está aqui uma sensibilidade
apurada, uma inteligência
culta, um carácter enfim que
sente e sabe sentir. Devo co-
nhecer êste homem.
E parafusei, parafusei…
especialmente numa frase em
que o meu caro João Sertã
se descobriu um pouco:
«A missão é espinhosa : ar-
dua mesmo, seio «POR EX.
PERIENCIA PROPRIA».
Veio depois o jornal de 10
de Setembro com o seu AN-
JO DA GUARDA, e a côr vi-
gorosa da descrição, a impe-
cável correcção da linguagem,
a exactidão da frase e até o
pitoresco do conceito leva-
ram-me, desta vez, e galgar
mais um escalão no campo
da sua identidade e a dizer
novamente de mim comigo:
—Eu conheço-o; eu conhe-
ço-o com cert;za!
E” que a justeza, a preeisão,
a propriedade daquele sim.
ples VERRUMOU O VELHO
MATIAS O SEU ANJO DA
GUARDA» não é vulgar e
so pode ser empregada por
um espirito culto e eminente-
mente observador.
E a propósito meu caro
João Sertã, não conhece real-
mente o Tabelião da história
do Matias do Muro?
Mas vamos lã .. agradeço-
lhe a sua carta de todo o co-
ração mas há nela uma pas-
sagem com que eu não con-
cordo. E a que me diz:
«Não se ria Zé Pinto desta
minha fraqueza».
Que fraqueza é essa a que
se refere o meu caro João
Sertã ?
Que preconceito é êsse tão
extraodinário num homem
superior de considerar as lá-
grimas uma fraqueza 211!
Ah! meu caro João Sertã!
Que o não castigue Deus por
tão grande heresia !
Pois não são as lágrimas
Reforma do ensino primário
No debate que se estabelec u na
Assembleia Nacional em 6 do corrênte,
a propós-to da Reforma do Ensino: Pri-
mário, foi submetido á discussão a
proposta no sent’do que o serviço diã-
rio obrigitorio nas escol .s possa ir até
seis horas efectivas, não sendo, portan-
to, taxativamente de seis horas, como
consta da proposta. Outra proposta
foi feita no sentido de, emquanto a
rede de escolas de en.ino complemen-
tar não estiver inteiramente montada,
se permita o funcionamento da 4
cl sse nas escolas de ensino elementar,
ou seja nas freguesias rurais. :
Na apreciação da Bas: IV, de que
fazem parte aquelas alterações, ficou
ainda assente que o Estado criará no
mais curto praz» a rede escolar sufi+
ciente para, em cooperação coma fa-
milia, estabelecimentos particulares de
ensino e organizações de assistência
educativa, tornar fácil a todos os por=
tugueses o cumprimento da obrigação
de adquirir o grau elemenar e tam-
bém para que possa freqintar sem
in omportáveis sacrifícios o grau com-
plementar e facultativo.
Em cada freguesia haverá as estos
lis elementares e, nos meios rurais,
também os postos escolares que se jus-
tificarem por um minimo legal de fre-
quencia. E onde a dispersão populacio-
nal não permitir a existência de pose :
tos far-se-ão facilidades e estímulos es-
peciais ao ensino particular. Rs
Em cads concelho haverá as esco-
las complementares suficientes, deven-
do a sua diferenciação e distribuição 5
adequar-se ás condições locais e á maior.
comodidade dos povos. Emquanto a É
rede de escolas de ensino comple: –
mentar não puder ser julgada suficien-
te, poderá a 4,2 classe ser frequentada
nas escolas de encino elementar.
Far-se-ãa revisão dos periodos de –
maior ren-
férias no sentido do
dimento da escola: e o serviço dià-
rio obrigatório, como acima se diz, pos ;
derá ir até seis horas efectivas, conve- .
nientemente distribuidas entre tempo ‘
lectivo e recreio educativo, excepto aos
sábados, em que será de três.
900900000 3n9900000 0065 0aDae coaDcoDna
DOENTES
Encontram-se em Lisboa, onde esa .
tão a ser submetidos a rigoroso truta-.
mento, a sr.? D. Virgina Baptista Man=
so, digna professora oficial e o sr, An-.
tónio Lourenço Inglês, corre .iro desta |
vila.
Também têm passado incomodados .
de saúde o Rey.º P,º Mário Baptista, do
Tojal e o sr. Conego Benjamim da Sie r
va, de Sernache,
Aos enfermos almejamos rápidas
melhoras,
nerosidade do coração ?
Em que código é que se viu”
que a firmeza de ânimo con- E
sistia na insensibilidade?
Pois não disse o Próprio :’
Bem-aventurados os |
que choram…? . a
O homem forte paga tribu- |
to à Natureza. Nascemos a. .
Deus:
chorar, morremos a chorar,
mas não choram os homens
bons, só choram as grandes ”
almas.
Chorou Napoleão em S. He. cs
lena pela ingatidão de Maria
Luiza; chorou Alexandre ao
pensar na derrocada da Ma.
cedónia, chorou César ao vêr
«Brutus» no Senado, chorou
Jesus Cristo
dos homens !
Não chorou Néro nem Ca-
lígula; só não choram os cini-
pela maldade
cos e empedernidos; só não
choram os monstros!
E é a um homem desterrada : —
«de longa data em Africa
que o meu João Sertã pede
a mais sublime manifestação” |
da grandeza da alma, da ge- a
para se não rir das lágrimas!!!
Pois não rio e só
como o sábio:
Bemdita seja a Povidên-
cia que nos deu as lágrimas.
Sem elas quantos corações
estalariam de dôr! Quantas
almas seriam esbrazeadas pe-
lo fôgo da adversidade!
Bem ditas as lágrimas meu
caro João Sertã, bemditas
quando elas exprimem um
elevado sentimento de amor
à nossa terra ! .
Quem me dera estar jun-
to de vós, não para lhas en-
xugar mas para as chorar-
mos ambos.
Permita-me agora que aqui
faça ponto e transforme o
seu aperto de mão num
largo, num a pertado abraço.
E ainda uma vez muita
digo
obrigado, mande meu caro ….:
João Sertã o seu criado de
Quelimane
ZÉ PINTO
+ aah@@@ 1 @@@
‘ ticulares, um dos quais é a|
aldeia do Cabeçu-
do é alegre, muito
bem situada, ele-
vando-se suáve-
à mente da plani-
Cie a um outeiro, que lhe fica
sobranceiro, onde se encon-
tram os melhores edifícios par-
residência do sr. Padre Al-
fredo Corrêa Lima, de puro
estilo africano; daqui seavis-
| ta um vastisssimo. horisonte
“do mais variegado matiz.
Muito do primitivo casario
“estã hoje em ruinas; contudo,
se estivesse devidament:> caia-
do, outro seria o aspecto da
povoação. Aqui, como em
muitas outras terras, o des-
mazelo de alguns proprietá-.
rios dos prédios urbanos, de
mãos dadas com a acção de-
molidora do tempo, vai dei-
‘ xando ruir antiquíissimas ha-
*paçoso pátio,
– bitações, onde se acoutaram
“e viveram dezenas de gera-
“ções; é de lamentar tal incúria
“visto que muitas dessas mo-
radias representam tipicas
«construções portuguesas, de
“arquitectura guniiinamente.
nosca, graciosa e inconfundivel..
Nelas nada falta: desde o ce-
leiro e adega à capelinha com
o seu campazário; desde o es-
onde se reço-
lhiam as seges, à casa do.
lagares de
azeite e vinho, ao palheiro e.
ás cavalariças. Em tudo ha-.
via método, ordem e comodi-.
dade, que nós, hoje, não sa-|
bemos nem procuramos imi- | tà
| Silva,
alambique, aos
tar. i
Temos automovele a tele-
fonia, sim, mas não usufrui-
mos a vida sã e prazenteira,
a tranquilidade e o doce
convívio dos nossos avós.
Igreja -maítriz e ca-
pelas :
Como se diz no decreto do
Grão-Prior do Crato, que.
que criou a freguesia do Ca-
beçudo—publicado no núme-
ro anterior–, emquanto: se
não acabaram as obras da igre-
ja destinada a paroquial, ser-
viu interinamente para tal
fim a ermida de Santo Estê-
‘ vão, situada no alto de uma
pequena colina, onde todos os
| anos se realiza um festivida-
‘ de, habitualmente muito con-
‘ corrida do povo.
A igreja matriz do Cabe-
gudo é alegre, espaçosa, cons-
“truida solidamente, onde a
luz e o ar entram à jorros.
Tem um córo amplo, baptis-
tério, cadeiral no altar«mór e
uma boa sacristia; os altares
são de talha dourada, sendo
‘O principal destinado aos. S.;
nos laterais estão as imágens
-desS. José, N. S. das Dores e
‘ obras perfeitas. O púlpito é de.
Coração de Jesus e um qua-
dro a óleo deN. S. da Mis.ão,
com o Menino Jesus; tanto o:
quadro como as imagens são
madeira pintado, apresentan-
do vestigios de ruina. Obser-
vâmos que a igreja estã muito
cuidada e limpa, pressupon-
do-se que aqui, como noutras
terras, há senhoras que ve-
lam pelo seu templo, acção
muito louvável.
Diz Candido Teixeira no
seu livro «Antiguidades, fa-
milias e varões ilustres de
Sernache do Bomjardim e
seus contornos» que «o seu
primeiro párocó, Antônio Al
ves Nunes, que teve o titulo
de reitor, tomou posse no dia
9 de Fevereiro de 1768 da er-
mida de Santo Estêvão em
nome da igreja que se havia
de erigir, sendo-lhe ela dada
na citada ermida pelo Meiri-
nho Antônio Leitão, perante
muito povo e as testemunhas,
que foram os drs. Roque Luiz
Damião Chambel, morador na
Felgaria e José do Casal Ri-
beiro, morador no logar do
Ribeiro, junto ao Cabeçudo.
a côngrua do dito reitor foi
‘ aumentada por Alvará de 25
de Agosto do mesmo ano de
obstante ser
mente,
tea
1768, com mais 128800 réis
das missas 270 topulo, dois
almudes de vinho em mosto
e dois cestos de tinta, orde-
nando ainda o referido Alva-
rá que se dessem 3$000 reis
para a Fábrica e oito alquei-
res de azeite para a lâmpada
do Sântissimo. (Ver a côn-
grua atribuida ao pároco no
Alvará quecriou a freguesia).
Em 21 de Agosto de 1192 foi |
de novo aumentada a côn-
grua do pároco do Cabeçudo,
que então tinha o titulo de
cura, com mais 244000 reis
em dinheiro. Em 17 de Se-
tembro de 1807 houve novo
aumento da côngrua. «Em 12
de Setembro de 1817 foi cria-
do coadjutor ao cura do Ca-
beçudo, com oitenta alqueires
de trigo, 1 moio de centeio e.
308000 réis em dinheiro, côn-
grua igual à do coadjutor do.
Castelo. |
Foram sucessores do P.º An-,
tónio Alves Nunes, como pá-.
roco da freguesia: José Nu-,
nes Ribeiro, que começou a.
prestar servico em 1777; Vi-|
cente Antunes da Silva, em.
1778; Antônio Joaquim Pes-.
tana, em 1820; José Nuncs da,
Domingos.
Francisco Nunes, em 1834:
em 1828;
José Lopes da Silva, em 1836
Antônio Nunes Martins, em |
1844; Antônio Farinha Leitão,
em 1871; José António Fer-.
reira, de 1871 a 1911, «igno-
‘rando-se os restantes por não
ter o actual pároco (1930)
prestado quaisquer esclareci-
mentos», diz o sr, Pº Antoó-
nio Lourenço Farinha: em «A
Sertã e o seu concelho»,
—O edificio da igreja, não
relativam ente
moderno, precisa de algumas
reparações que hão de con-
sumir centenas de escudos; o
dobar does anos causa a de-
vastação e a ruina nos me-
lhores edifícios. Se continua-
persistentemente, as
beneficiações são feitas á me-
dida que as intempéries pro-
duzem dano, gasta-se mui-
to pouco, evitando-se males
maiores, que custam grossas
somas para serem devida-
mente reparados. Foi o que
sucedeu com a igreja matriz
da Sertã e é o que mais tar-
de se dará com a do Cabeçu-
do se os paroquianos, por ini-
ciativa do pároco actual, com
a colaboração e auxílio efec-
tivo da Junta, não procurarem
remediar os danos do templo;
com um pouco de boa vonta-
| de tudo se fará e os naturais
do Cabeçudo, bairristas como
são, darão o melhor auxilio
a quem meta ombros à tare-
fa que se impõe. Aos abas-
tados não faz falta uma cen-
tena de escudos, que às ve-
zes gastamem puerilidades e
os pobres podem contribuir
para a obra com alguns dias
de trabalho, sem que isso re-
presente grande sacrifício.
Ouvido o ilustre Presiden-
te da Junta, sr. P.º Lima, sô-
bre o estado actual de con-
servação do templo, declara-
nos em tom que bem mosstra
o interêsse por tudo que se
prende com a sua terra: —
Que direi quanto à necessi-
dade de reparações na nossa
linda igreja? São muitas e
bastante dispendiosas. O
abandono a que foi votada,
hã uns vinte anos a esta
parte, foi verdadadeiramente
criminoso!
O novo pároco, sr. P.º José
Martins da Silva, mostra-se
disposto a trabalhar, o que
fez nascér a esperança de que
êle, resolutamente, tomará a
inicíativa de angariar os fun-
dos precisos para as repara» |
“ATCOMARCA DA SERTA!
Ep
ções a fazer. E acrescento: —
O teto do corpo da igreja, de
grande valor pelo seu traba-
lho de talha e pintura, en-
contra-se bastante danificado
e pena é que se não acuda a
tempo. Os altares também
precisam: de reparo e bem
assim a capela-mor, sacristia
e pavimentos; há muito que
fazer.
N’«A Sertã e o seu Conce-
lho», diz-se: «Em 1730 havia
no território da freguesia do
Cabeçudo, que depois foi cria-
da, as capelas do Santo Estê-
vão, próximo do Casal Cu-
telo, de N. S. da Consolação,
do. Cabeçudo, de pequenas di-
mensões, sendo o seu capelão
sempre pago: por subscrição
entre Os povos interessados
na celebração da missa aos
domingos e dias santificados
do Bom Jesus no Tojale de
|S. João Baptista da Mata. Em
1791 havia mais a de N, S. do
Carmo». Porém Cândido Tei-.
xeira, no livro a que atrás re-
ferimos, diz que esta última
capela «foi edificada entre
1740 e 8 de Outubro de 1770,
data em que casou o capitão
António (cios Reis Deniz, natu-
ral do Tojal. Provavelmente
foi edificada em 1757″ porque
Amaro Luiz Ribeiro, deixou
em seu testamento, feito a 11
de Dezembro de 1756, 308000
réis para as obras».
Visitâmos a igreja de Santo
Estêvão—chamemos-lhe assim,
| porque peio seu tamanho e
| valor talvez não deva ser con-
siderada capela–e apreciá-
mos à beleza dos seus alta-
Tres, a boa ordem e arruma-
‘ção dos objectos de culto e a
‘pérfeicão das suas imagens,
Igreja Paroquial do Cabeçudo
de uma naturalidade que agra-
da, O pavimento é de mosai-
cos pretos e brancos.
“Às pessoas a quem nos di-
rigimos não nos souberam
elucidar, mas supomos que a
capela de N. S. da Consolação
seja a de acanhadas dimen-
sões que está junto à escola
primária; encontra-se comple-
tâmente abandonada, despi-
da de cai tanto no exterior
como no interior; disseram-
-nos que alguém se apos-
sou ilegalmente dela, trans-
formando-a em casa de arre-
cadação de lenhas; por uma
pequena fresta lateral verifi-
cámos que uma: imagem se
encontra no chão dilacerada e
coberta de terra e que outros
objectos de culto, agora inú-
teis, estão espalhados pelo
pavimento térreo, que, tal-
vez, tenha sido. de madeira.
Magoa-nos a fúria dos icono-
clastas, que, sem rebuço, es-
patifam tudo o que os nos-
sos antepassados edificaram à
custa de muitos sacrificios e
que traduzia, em tão alto
grau, os seus sentimentos pie-
dosos e cristãos.
Estradas ruas e cas
minhos :
Diz-nos o sr. P.º Lima:—Para
reparações da calçada princi-
pal do Cabeçudo foram rece-
bidos 300800, mas esta verba
não permitiu que o: trabalhos
fossem além de metade. Como
início de uma reparação ge-
ral que se impõe, hã agora
que acudir aos caminhos vi-
cinais de Cabeçudo — Tojal
— Casal Ovelheiro; Tojal —
Ribeira Serdeira; Tojal—San-
to-Estêévão. Todos os cami-
nhos, repito, precisam de re-
paração, por que todos se en-
contram em péssimo estado,
mas como é impossivel obter
verba para repará-los todos
de uma só vez, ou num só ano,
eis a razão porque, apenas,
me refiro águeles, que são o
complemento uns dos outros,
facilitando as comunicações
de tôda a parte norte da tre-
guesia com Sernache do Bom-
jardim e vários povoados en-
tre si; o caminho do Cabeçu-.
do— Ribeira Sardeira liga es-
ta freguesia vom a do Castelo
—Estas informações, diz-nos
osr. Pº Lima, constam da
exposição dirigida, em 21 de
Fevereiro findo, ao sr, Presi-
dente da Câmara, em que se
alude ás necessidades mais
ingentes da freguesia e nãosó
de caminhostrata a Junta nessa
exposição, mas fala pormeno-
| risadamente sôbre o estado
actual das fontes e lavadou-
| ros, pontes, escolas, caminhos,
etc. assuntos de que noóva-
mente volta a tratar e pede
para serem solucionados, isto
é, que ratifica, por exposição
de 21 de Março. Segundo cons-
ta da 1.º,a Junta diz que a es-
trada camarária Faleiros —
alto da Granja se encontra
em deplorável est:do, haven-
do pontos onde, com dificul-
de, passam carros, principal-
mente no tempo das chuvas.
Na exposição de 21 de Mar-
ço, a Junta informa que sen-
do da sa competência velar
pela conservação dos cami-
nhos vicinais, lem bra à con-
veniência, ou, melhor, a ne-
céssidade da construção de
de um pequeno aqueduto na
estrada camarária que vai
dos Faleiros à Granja, nã
altura da escola desta fregue-
sia, para evitar que as águas
da chuva, que vêm da referi-
da estrada, derivem para o
caminho que conduz ao Tojal,
Prejudicando.o e tornando-o,
por vezes, quási intransitável.
Não é obra de grande custo —
acrescenta —motivo porque se
atreve a fazer êste pedido
que, está certo, a Câmara to –
mará em consideração, Quan-
to ao estado actual da estrada,
onde, no inverno, mal pode
passar um carro, a Junta
lembrou à Câmara a conve-
niência de mandar reparar
os troços mais deteriorados,
cuja direcção e fiscalização
de trabalhos ficaria a seu
cargo. Referindo-se ainda aos
caminhos vicinais, diz-nos o
sr. P.º Lima: — A maior par-
te dêles quási não merecem
a /denominação que se lhes
dá, pela sua estreiteza, irre-
gularidade e péssimo estado
de conservação. Incontestá-
velmente muito hã que fazer
nesta matéria,
Em 1793 já as sedes das
freguesias do Cabeçudo e Nes-
peral tinham as ruas calce-
tadas, sendo a terça parte do
calcetamento dum e outro
lado da rua feito pelos mora-
dores ea terça parte do cen-
Aro à custa dos restantes pa-
é
roquianos das freguesias res-
pectivas.
Pontes
Diz-nos o sr. Presidente.da
Junta que para a Ponte do
Tojal foi dada a quantia de
300800, ficando a reparação
em meio por insuliciência de
dotação. Para ligação das duas
freguesias, Cabeçudo — Cas-
telo torna-se, também,
necessária a construção de
uma ponte em cimento ar-
mado sôbre a Ribeira Sar-
deira. Não deve ser obra de
grande custo.
Gemitério :
E’ preciso, dentro do mais
curto prazo, fazer a sua am-
pliação, hoje de acanhadas
dimensões, porquanto a po-
pulação tem aumentado mui-
to nos últimos anos.
Comunicações tfele-
fónicas:
E” uma das maiores aspi-
rações desta freguesia ter um
posto telefônico, informa o sr.
P.º Lima; adviriam dai gran-
des vantagens, principalmen-
te, para o comercio, que ho-
je o considera indispensável.
Os filhos da freguesia que
residem nos grandes centros,
teriam, no telefone, um meio
rápido e económico de se pô-
rem em contacto com suas
famílias ou delas se infor-
marem com segurança. Hã
esperanças de, num futuro
breve, se ver realizada esta
aspiração.
Edifícios públicos:
Precisamos muito, diz o sr,
P.º Lima, de um pequeno edi-
ficio com 3 divisões, destina-
a Junta, ao Registo Civil e ao
posto telefônico.
Produções princi-
pais:
Muito fértil, o solo do Ca-
beçudo, como dissémos, pro-
duz em abundância milho,
trigo e centeio; fruta magni-
fica de tôdas as variedades
da região, mas em especial
maçã, pera, laranja e ameixa:
azeite finissimo; de tudo ex-
porta em quantidade.
Correio :
Informam-nos que o actual
giro parte da Arrifana, se-
guindo pela Fonte da Mata,
Ribeiros de Baixo e de Cima,
parte do Cabeçudo, Cabeço
da Fonte e Bailão, onde hã
uma caixa de correio que,
segundo nos dizem, devia ser
transferida para a sede de
freguesia, assim como tam-
bém se considera mais con.
veniente para a população da
freguesia, que o correio pas-
seasse a ter o seguinte itine-
rario: Lameira da Lagoa, Fa-
leiros, Cabeçudo, Vale Bor-
reiro, Tojal, Cabeço da Fon-
te, Bailão e Ameixoeira.
Fogos e população :
Às povoações que consti-
tuem a freguesia tinham, em
1527, 1730, 1891 e 1911, respec-
tivamente, 82, 166, 220 e 271
fogos ea população naquele |
último ano era de 1.219 habi-
tantes, dos quais 156 perten-
ciam à sede, seguindo-se-lhe
a Lameira com 129, Tojal com
114 e TFaleiros com 95. Em
1920 tinha 301 fogos com 564
homens e 684 mulheres. Em
1907 tinha 564 prédios urba-
nos e 1815 rústicos com o
rendimento colectável de
3:5388956 reis,
(Continua),