A Comarca da Sertã nº677 10-12-1949

A Comarca da Sertã

Representante em Lisboa:

João Antunes Gaspar L. de 5, Domingos 18 r/t – Tel. 25505

Director Editor e Proprietário:

Eduardo Barata da Silva Corrêa

Publica-se nos dias 5, IO. 15, 20, 25 e 30

Sertã, 10 de Dezembro de 1949

Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interesses  da Comarca da Sertã Concelhos de Sertã, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei:  Freguesias de Amêndoa é Cardigos [do concelho de Mação] (Visado pela Comissão de Censura)

Ano XIV     Redacção é administração: Rua Serpa Pinto — Composição e Impressão: — GRÁFICA CELINDA, Lda. — SERTÃ Nº677

Notas a lápis 

70

Príncipe Árabe vastido em Londres

Ao sr. Teixeira Gomes devo atenções com uma que ginda se mantém, a de me mandar buscar e pórem cosa de gqutomotel quem do para serviços cxtraordinários, Que então cram ds vezes seguidos, Recordo que un dia fui ao futebol com o sr, Fetreira Comes, que gostava muito do jogo da bola, € que logo q seguir tinha uma festa desportiva no Coliseu. Nem teve tempo de ir jantar a Belém, e féto noccamarote do Coliseu,
Eu, além de fozer os contas de todas as suas despesas, era o encarregado de pagar a todo o seu pessoal particular, porque do seu bolso mantinia, como disse, um cozinheiro e qm ajudante de cozinho, na levadeira e crodo de mesa,  e o sr. Teiceira Gomes ainda gratifico-a generosamente todo o pessoal do Palácio.
nat deipra Como hr principeé, que aiepunndo a Re doença da filha que Deus me leui,
Encorntrom prefeito pora me ateperender,
— Dou- lhe muito qure fazer disse pousecro gratificá-lo com tregentes escudos por mês. Eat compreendi a sud bondade e ogrodeçi, Com aqueles trezentos escudos consegui tapar vs buracos que na minha pobre bolsa abriram todas as despesas que então Move que fazer com médicos e medicinas. Queo sr. Teixeira Gomes com aquela aparência fria, tinha tamdem um coração de pai.
Era-lhe difícil disfarçar a impaciência com que esperava a quinta feira, dia cm que suas filhas soiam do colégio ou recolhimento onde estavam.
Entretinha-se com as meninas, almoçava com mais alegria e, á tarde, quando se iam embora, para recolherem ao colégio, ficava triste, isto é, retomava aquela apa-
(Continua na 3.ª pág)

Confia os seus impressos à Gráfica Celinda, Limitada

Carestia da vida
No mercado de sábedo corriam os seguintes preços: ovos, fá escudos, a dúzia; batata, 30 e 2,0 alqueire; galinhas, 25 e 30, cada bico; frangos, 17350, 20 e 23-e3- udos, cada Bico.
Se é verdade que em todos os anos, nas proximidades do Natal, ‘  os ovos e a criação têm uma subida sensivel de preço, este ano, o aumento É excessivo e incomportável para as familias de modestos recursos.

DIREITO DE VIVER
Todo o homem têm direito absoluto de viver livremente, de harmonia com a sua posição social, situação material, prolissão e capacidade de trabalho, para que constitua elemento prestável e válioso, quer para sie para a família de que é cheie quer para o meio de que faz parte ou sodiwdade onde se integrou.
O direito de viver implica, necessáriamente, am outro dircito: o de trabalhar oc exercer a prolissão mais consentânea com as habilitações literárias e cientilicas, competência artística e proiciência mangal e ainda laborando nos vários mistercs, que, se não requerem estudo especial va preparação prévia — frequência da escola primária ou curso superior — exigem, contado, uma vocação maior ou menor e prática decidida, como o fim de se obter o máximo rendimento económico os melhores e mais eficientes resultados dentro do tempo previsto, já que o factor tempo olerece inegável importância para eleito duma prodação criteriosa & metódica: se ele não or
tomado em consideração, o produto do trabalho poderá resultar inútil ou. mesmo em tremendo iracasso. E” por isso que muitas pessoas, que se esfaliom a trabalhar dia e noite, não conseguem alcançar nunca ressaltados compensadores do seu esforço e sacrifício; labútam sem método, mesmo quando possuem longa prático, e desprezam o factor tempo. Assim, dizem com frequência que o tempo não lhes chego pára nada, que q seu serviço está sempre em atrazo por maior diligência exercida em sentido contrário…

Problemas Venatórias

O sr, engenheiro agrónomo Rogério Leitão diz-nos que as declarações do sr. dr. Pedro de Matos Neves quanto ao desaparecimento da perdiz estão absolut amente certas, segundo o seu modo de ver, mas incompletas quanto ao coelho.

Perdoc V.o tempo que lhe vou roubar.
Li com grande interesse-o artigo de seu jormal «Problemas Venatórios. Felicilo»o sinceramente por ter sido O primeiro a tocar em problema
ão momentoso em nossa região, quando os verdadeiros Interessados, e sor um. deles, se limitam a destrair por montes e pales, as rasras pérdizes e ecoclhos que acaso ainda aparecem. Mas vamos ao que interêssa: as declarações que o dr. Pedro de Mitos Neves fez cm ser jornal estão, quanto à nós, absolitamente certas, especialmente para o casó da perdiz, mas incompletas quanto ao coclho. Por esta razão rejerir-me ci Especialmente ao desaparecimento gradual desta espécie cinégética.
Se É certo que à raposa, aves de rapina e outros dizimam anaoimen le grande número destes animais, parece-nos contudo, que o grande Animigo do coelho bravo na região do Sertã é o lúrão, Este animalzinho é utilizado intensamente cm nossa terra, dorante todo o ano, sem qualquer receio de panição; quer*por qacadores (e assim se lhes pode chamar), quer por não caçadores, E” volgar haver porafc em qualquer época do seno, verdadeiras comezainas de toclho bravo, cacado com o auxílio do farão é da rede. Ainda recentesmente, no passado mês de Novembro; um grapo de caçadores (P) aid roatam todas ns covas de coclho existentes ao longo da ribeire da Foz (ribeira pequena) atilizando com mo meio de locomoção um Lrankporte cato adequado a passar por qual» quer caminho de carro de bois o teremos que com o fim exclasivo de apressar a matança. Foi-nos imposivel identificar tais exterminadores dus miseros peludos que ainda por lá existem, UNA PCL que apenas nos  serviamos dos ebotes», para calcar riarmos montes. é pales. Estas e o trás andanças com o idrão são palgares e para nós, a maior cogss do desaparecimento da coelho na região.
Quanto ao resineiro e respectivo são, se é verdade que esto é um grande dizimador da caça no defeso, não e menos verdade que é aquele o verdadeiro distraidor, porque além de ser calpado de se deixar a Companhar de seu fiel amigoc portanto das diabaras que este faça, é ele que Inctmtiliza em cada ano muilas dezenas de coelhos € lebres, pois é em geral possuidor duma pequena espingarda teFlobert, com que mata quantos destes incautos ou adormecidos agi mais encontra no caminho, Em nossa aldeia já temos visto resineiros durante o sem dia de trabalho virem a casa boscar a CSCopela para matar lebre concelho que momentos antes toparam no covil.

Notas sobre o Fundamento Juri – dico das Primeiras Feiras —
Portuguesas — (3.º artigo)
A Primeira Feira da Sertã Pelo Dr, I, Barata do Almeida

 

Quem se der ao labyr de percorrer mm CIT OTIS atenciosa 05 Pas tos manuscritos existentes no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, encontra com relativa jacilidade numeros cartas de feira, diplomas de direito medicval que constitiéem as mais pastas fontes qué tornam possivel O sem estudo. Desde os primeiros dias dn Idade Média que asfeiras se espalham através de toda à Europa Ocidental, instituídas por soberanos e até abades prestigiosos e sou nhores territoriais. O rei jamais fbdicor do sea poder, mas com o advento do regime senhorial a equicéncia régia pérdea muito da sua importância.
Os investigadores deste ramo do saber a nda-nos não deram uma obra de conjúnto, que trate aos quesa Aúes intrinsecas À vida mercantil desm Es de. Os trabalhos que existem são dispersos. e apenas sabsídios, que mais tarde serão certamente utilizodos por personalidades doutas nestes assuntos. (conclui 4ºpág)

Aos domingos e dias feriados também é valgar jantarem se grupos de caçadores, nos quais só a Escopeta confere este arremedo, que desandam depois nã matança impune de quanta caça encontram.
Existem, como se sabe, muitos modos de obstar a estes males, sobretado se honver boa vontade da parte dos interessados das autoridades responsáveis

Ainda não há muitos anos eremos que o então presidente da Cãmara, dr. Carlos Martins, determinou que fosse proibido caçar por um período de 3 anos em determinadas áreas. Salvo erro, a primeira áren a ser contado foi a do Couto da Sertã. Por essas alluras comecáramos à caçar € estamos ainda recordados da abundância de caça qac havia então comparada com a que existe actnalmente, sobretudo nas regiões acobades de coutar. Esta determinação vigorou por POUCOS ANOS, pois a ganância domino o bom senso.
Estamos certos de que esta seria uma Poa medida à tomar, a fim de obstar à tão veloz desaparecimento das espécies cincgéticos, não esquecendo todas aquelas que o dr, Pedro de Matos Neves c muito bem aconselha, Ou então (para grandes males grandes remédios)” proibição tal de caçar por um numero determinado de anos.
Certo que V, dorá n estas linhas e destino que julgar mais útil, sou, atenciosamente e obrigado
Lisboa, 3-12-49,

ROGÉRIO LEITÃO
(Eng. Agrônomos)


A Comarca da Sertã


Um morto a dois feridos em consequência da desastre de automóvel 

No pretérico domingo dirigtam-se, de agtomécel, para Lisboa os nossos Amigos srs. Jiime António do Vale. Solteiro; de 54 nos € Manoel António Names do Vale, casado, de 33 anos. comerciantes em Kikwit (Congo Belgoj e acidentalmente no Vergão. freguesia e coneclho deProcnca-a-Nova,acompanhados de sea pai sr. Jato Antônio do Vale de vó anos, egricaltor naquela povocção, sendo  vetento. condozido pelo primeiro. Enter Blmeirim e Alpiarça, no sítio da Cincharia, o-carro derrapos fai embatér violentamente contra ama camioneta de passageirosda firma Ribalejana, Lota, de Santarém, que vinha em sentido oposto. Os três passageiros ficaram muito feridos, conduzindo-os imediatamente ao hospital daquela cidade, numa forgoneta o sr. Francisco Pombo, de
O se. Manoel Antônio Nanes do  Vale falecio poaco. depcis, tendo o corpo sido transportado, na 5cira, para Procnça a Nova, onde se cieca tao o faneral cos dois feridos seguiram para Lisboa na 22 jeira dera, entrada na Ordem Terceiro de 5. Francisco; o sr. Juão Antôniodo Vaje continua em estado gravíssimo é satisfatório, felizmente, o estado do outro ferido.
O sr, Manuel António Niunesdo Vale deixa vidva a sé D. Leonilde Fernandes do Vale, era matoral do Vergão onde se encontrava há bastantes meses é havia sido o lundador da importante firma comercial de Klkoit, Vale & Vale, Irmãos, Lda, de que ainda era sócio, juntamente com seds irmãos srs. Antônio, Abílio c Jaime Manes do Vale, este; o condetor do automovel aqueles notialmente no Congo Belga. Dotadó de rara tenacidade no trabalho c de excelente carácter, o catinto era muito estimado & | sua trágica morte causou profunda impressão,
Era também irmão da sr“ D. Clos Hide Noncs do Vale Fernandes,  posa do sr. José Fernandes, de Léopoldyilte (Congo Belga), lilho do sr. João Pratónio do Vale magistrados) e da sr? R Joaquina Nancsdo Vales pal dos ses Abilio Noncs
do Vale, comerciante em Kikwit e José Fernandes do Vale, estudante em Lisboa.
Lamentando, profandamente, o terrivel desastre, apresentamos a todo a família dorida AS nossas condolências  fazemos os melhores votos polo restabelecimento dos feridos.

Doente
Há cérca dc três semanas que ingressom no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, bastante doente, O nosso amigo sr. Antônio Teixeira, diregente Filarmónica local, à quem desejamos rápidas melhoras.

Grupo Desportivo Oleirense
“A Comissão Organizadora deste Grupo, com sede em Oleiros, acaba de nos convidar  armabilíssima carta de agradecimento pela transcrição da sua cireglar e referências icitas nos seus objectivos fundamentais, que nos merecem o mais franco apelo e decidido aplauso. Por isso mesmo, tencionamos entrevistar a distinta Comissão Organizadora na primeira oportunidade que se nos deparo.

 

VINAGRE
branco e tinto a 2$00 o litro vendem-se cerca de 14 almudes
Aqui se informa

Necrologia
Em 4 do corrente, faleceu, no lugar do Vergão Fundeiro (Proença a Nova), O sr. João Nunes, solteiro de 43 anos, proprietário, irmão das sr. D. Maria José Nunes, de Penafalcão. D. Maria Nunes, da Isna de São Calros, D. Lucina da Conceição Nunes, de Carrascal e D. Maria de Nazaré Nunes,  de Santarém e dos srs. Anibal Nunes, do Galisteu Cimeiro, e Jo´se Nunes, da Sertã e cunhado da sr. D. Maria da Piedade Farinha, do Moinho Branco, da sr.ª D. Maria do Rosário Cravo, do Galisteu Cimeiro, do sr. Manuel Martins da Silva de Carrascal e da sr.ª D. Margarida David Silva Fernandes Nunes, da Sertã.

Na pretérita 3.º feira, faleceu, em Lisboa, a sr.ª D. Alzira dos Santos Marçal, solteira, de 26 anos, filha do sr. José Pedro Marçal e da sr.ªD. Maria Albertina dos Santos Marçal e irmã das sr.ª D. Olinda e D. Izilda dos Santos Marçal.

Ás famílias enlutadas, os nossos pêsames.

 

Assinaturas em divida
A todos os nossos cstimados 0ssinantes do Estrangeiro, para onde não é possível enviar recibos à eos brança pelo corrcio, expedimos avisos, soliviiando O pagamento das 0ssinataras, pelo qu: muito agradeçcemos que os tomem na melhor concomo minimas, as quantias indicadas, visto serem cxccssioamente cltm vadas às despesas de publicação.
Seria preferível que todos os nossos amigos escolhessem alguém, na Metrópole, para cicetuar os pagamentos com à devida regalaridade e disso nos dessem comunicação para nosso governo.
Há alguns assinantes que há cinco ou seis Anos não pagam as assinatúros-e diversos que até hoje não remetcram cm ceitil, apeser de lhes termos começado a enviar o jornal, desde há meia diízie de anos, com toda a regularidade é mem as menos comanicaram, até hoje, lê-lo regebido. Este procedimento não se conforma com o nosso empenho de bem os servir, de lhes dar amas noticia  da terra natal, já que a «Comarca» —ainda que para quem vive longe não tenha outro-mérito- representa, pelo menos, uma carta de família.

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NOTAS A LAPIS

(Conclusão do 1,º pág.)

rência fria que parecia apenas calma elegância.
A mesa, quando vinha o »consomé» sou qualquer prato de galinha, dizia que lhe fazia mal do figado, e não se servig; mas, se era emogonaises de lngosta, por exemplo, servia-se hem,
— Porque não dizia- À lagosta é fresca, a alface também, e o molho foi feito agora. O que é preciso é que tudo esteja fresco,
Café também não dispensava, porque estava feito de fresco —dizia-. É também não dispensam tim bom conhaque, bem velho, E explicava que com o conhnque o caso era ouiro, Quanto mais velho, mais fresco, isto é melhor,
(De «Servidor de Reis e Presidentes, de Vital Fontes)
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Por essas estradas fora raro e o dia em que não se registam pavorosos desastres de automóvel, quase – todos, de consequências fatais. Brinca-se com e Morte, como se 0 sumpremo bem da Vida fora coisa de somenos, de pouca valia! Uma onda de loncara colectivo domina maltos homens, entorpece-lhes o instinto de conservação, Corre-Se para o suicidio como sc à Morte fora a princesa linda € enamorada que se pretende a todo o transe possdir no domínio da colwptuosidade embriagadora dos sentidos…
Mas o pior é que essa tendência imprevisível para o suicídio, alimentada pela fúria das velocidades vertiginosas, determina & provoca o assassínio inconsciente; mas nem por isso isento de responsabilidades, das queles que sabem alilizar o volnnte com as cactelas € pradência Impostas pelo bom senso e núnca perdem à noção do respeito devido ao seu semelhante: Por isto mesmo, convinha adoptar medidas rigorosissinas que redozissem o proporções minimas o cortejo de tragédias por essas estradas, onde à Morte campela é se levanta temerosa e sinistra a cada posso. O actomobllista desregrado, que não tem o mínimo respeito pela seguranças vida doutrem, deverá ser considerado un criminoso cam locico dos mois perigosos. Por constguinic, nada há mais a fazer do que meté-lo na cadeia ou no manicômio.


A Comarca da Sertã


DIREITO DE VIVER

(CONCLUSÃO DA 1.º PAGINA)

Vemos que umas profissões só s: poderão desempenhar depois de atingir certa preparação intelectual ou técnica, enquanto ogtras impõem, op-nas, conhecimentos práticos e dispensam teorias, mas a verdade é que aquelas não dispensam, para 0 ser bom desempenho, dma prática mais oq menos aturada € todas elas uma vocação em maior ou menor grau. A dominar cstes dados, que condicionam à preparação para o trabalho, há a força de vontade, determinante diima realização capaz e segura q sem a qual o agente od executor não passa dam aolúmato, porquanto ag: apenas por imposição oq simples dever. Evidentemente que o trapelho executal o nestas condições está muito longe de-atingir a perícição, a eliciência e o alconce qu: se pretende: presidia a ele, somente, à obrigação de- desempenhar nas saãas linhas gtrais, exclaiu-se, na tarela, 0 “amor próprio c o caprizão que levam à atingir o resa’tado Dridhanic é a beleza de lorma.
O direito de viver traz cónsigo, automãlicamente, o direiio dc trabalhar, garantido a todos os cidadãos pelas. leis do nosso Pais, outro tênio sacedendo nos máis países civilizados. E’ sa-
grado esse direito porque ce alinal, corresponde a ama obrigação aceite livremente pelo homem digno € pundonoroso e quê Cristo sintelizor nestas palavraas: anhards o pão com 6 suor do Leu rostô»,
Quer dizer, que tado aquele que não trabalha é um ser desprezível, é um parasita da soeledade, porque cesta é que terá de o manter. Mas se é dever de qualquer homem trabalhar e lutor pela existência contorme as sus habilitações, conhecimentos c eptidões—dentro do mistér que
scalhca É pará que se sentia inclinado—, a imposição do tra- Palho violento, excessivo em relação bo témpo normal é, por isso, superior às forças humanas ou lora da capacidade obtida,representa uma indignidade, é a escravatdra aatêntica  e revolante que o Cristianismo condenou e aboliu vai para dois milangs ao proclamaqrue tados – os homens eram irmãos. Este – Sistema de trabalho obrigatório uu iorçado, em que a pessoa humana regressa à deplorável condição de besta de carga, vem, desgráaçâdamente, sendo prálicado, na nossa época, ém certos países governados. pelo. mais breital despotismo c feroditada- rã, em que parté das vitimas é representada por aqueles. que discordam dam sistema político firmado na lorça na sevícia, nó ódio e no extermínio.
Para além da «Cortina de Ferro» e até às regiões qrladas da Sibéria há legiões de seres infelizes que trabalaam como escravos, na siliação mais vexatórias e ignóbil, c ao3 quais, por isso, não se reconhzce qualquer direito; míseros farrapos, qual rebotalho da socieda le, faltos de alimento e conforto, avaba nm por calr inânimes, de fome e cansaco, já de há mito vencidas ma ralmente, sem q ralquer csperança de se libertarem da tirania, de voltarem a viver livremente. E à custa desses miscros que tais países levam a cabo os célebres planos quadrienais e quinquinais, enquadrados no maldito destanio de promoverem a querrã com vista do domínio dos po vos livres e À hegenonia económica do Mando.
Abominável é exercer 0 trabalho em tais condições, como condenável, também, é obrigar os homens idosos, as crianças  a a: malhres a desempenhar taretas saperiores às suas forças físicas, de que se aproveitam indivíduos sem coração e sem séntimentos, com a agravante de o retribuirem escassamente aproveitando o pretexto da jalta de robustez ca miséria em que vive quem precisa de angariar o pão para não morrer à mingua.
O nosso País tem legislação adequada para proteger às trabalhadores em tais condições, mas elo É letra morta para os exemplo: radores do sdor alheio.
Sabendo-se que pão é a orolissão que honra o homem mas o homem é que honra à prolissão, ningaém pode inapedir que cada qual exerça o sec trabalha nas melhores condições, desempenhando- o com dignidad: e a devida eliciêncin. Faz pena que muitos. indivíduos. recorram a todos os meios para impedir que outros desempenhem ma lunção igual od similar à sãa, temento uma concorrência que é resulta- – do da inveja e esta, por sua vez, da complexidade inferior de espírito e da pouca confiança nos méritos próprios.
Diz-se que nunca à invsja medrou nem quem ao pé dela morou. E’ verdade. Por inveja, se impede que o olicial do mesmo ofício pratique a função que lhe dá direito à conquista do alimento necessário é lancam-se graves objurgatórias sobre ele e todos os deleitos se apontam sobre o trabalho exceulado: e por inveja se. procuram criar meios de concorrência sistemaáticos, pouco menos que afrontosos, quando já outras, de natareza diferente, se po isaiam para garantir o ganho de sabsistência. O que é isto, se não maldades
Lembrâmo-nos agora, à face dese tas consideraçõveársi,os  asos tipicos de inveja ocorridos na Sertã nos últinos anos; cria ocasião, aparcccram aí dois Serralheiros que pretendiam trabalhar juntos e bem proscisos Eram nan maio onde estassciam tais artíiices:; não chegámos Ah saber se tinham Competência é se corresponderiam integralmente às necessidades verificadas, tonto mais que se trata dmna proiissão comples xa c dos mis variadas mod itidados; Svab2mos depois que [oi asado qualquer frac para di não deixir assentar arralais.
Ora a Sertão que preciso é de gente de trabalho é não de parasitas!
Doutra vez, determinada pessoa hahilitod-se para O lugar de solicitam dor da comarca, de que depois teve de desistir por verificar que não lhe sobrava tempo para o convenlent: desempenho; na altura em que, se gundo n praxe então estabelecida, era preciso odoir O parecer de entenilidos, houve vozes discordântes à candidatirra, com à receio, evidente, de gar. 0 homem-7it não queria airontár ninguém mas apenasgas nhar mais Uns patacos para saslento da namerósa família  lhes bolisse no tacho… E este censo ainda: pelo para ai um aliniato competente, por sinal, filho da Sertã, que ainda não instalos oficina decente por falta de casa em sido central; pois têm-lhe movido uma querra sarda, porque temem a competência do rapaz, que, por isso mesmo, deveria ser ajuda o e acarinhado, além de que, bom má sito como é, poderá-vir-a ser élen mento de valor na Filarmónica. -Sempre os oliciais do mesmo ofcio a monobrarem a .oeultas, …
Não terá toda a gente o direito de ganhar a vida sem atropelos, invejas e malquerenças ?

 

J. Martins & Companhia, Limitada
Com sede na Vila de Ambriz (Golúnia de Angola)
Cessão de quota

Antônio Peixoto Corrén, Bacharel formado em Direito pola nlversiiade de Lishoa, notário Interino da cum márca dº Sertã, com sede de cartão rio em Cerrackh: do Bonjadim, silo à rar dos Pinheiros,

Uerbífico que neste cartório € n9 livra de notas nº vi, de fis, 58 8 59,vºexiste a escritura tu teor seguinte:
Cesado Jos 29 de Setembro de 1940 mesto cartório nontarinl, sito à rr dos Pinheiros de Cernache do Bonifrdim. comarca de Seria, prránm te mim Bacharel formado em Dircito Antônio Peisnta Corcéa; notário interino cos testemanhas adiante nomesádes e po fim assinadas, coma pareceram como oatorgântesc 9 = Atônio Naars, vidoo, conerelanto e ogriemttár, morador vo Vitar da Cara ga. fregi-sia e concelho de Sertã; 2º
— João Martins Ferreira. solteiro, maior, comerciante na Vila de Ambriz, província do Congo, distrito de
Uige, colônia de angola, acidentais mente em Iishos e de passagem por esin lovallodads, oglorgando por si é na qualidade de bastante procurador de João Martins, solteiro, ma or, cos mercante é sócio-gerente da «grlca dade por quotasso n sede no Ambriz, sob afirma +J. Martins & Comas nha, Limiladas, como me fez cortu deste mandato por prociração assa nada em Loanda perante testemanhas e mário da comarca Bos O de Lilho de 1045. E pelo primeiro oútorquite, António Nones. foi dito: Que ele é um. dos sócios da referida sucicdade JS Martins & Companhia, Limitada», Sum sede no Ambeiz, sobe Hitma dia ta, constitaída por escritura de o de Janeiro de 1943, lavrada nã cidade de Lennda e no cartório da comarca Carlos Moósra Carvalho; Que nos termos dessa cscritira 6 sua parte social é de cinquenta e trés mi tn golares e acha-se toda real:zado; Que tendo ajustado com o segundo vaga Lorgante, este na qualidade em que outorga. ceder à referida sociedade a sata pário sovial, pela presente css erra e de hoje paro sempre a ceu
dee: Lransfere: à predia -soriedade com tolos. os correspondentes direi. tos e obrigações, Quecsta cessão a faz pulo preço global de cinquenta c três mil angalares ao câmbio de im escudo por cada angular, seganda base, um número um, bases Antas, Decreto nº 14921, de 20 de Janeiro de 19295, coniorme consta de informação do Banco de Portagal por via telegrálica com data de hoje, quanta esto que declaro ter já recebido dos cessionários e da qual por isso dá plena quitação: Que colosa os mesmos ecessionários no lagar dele cedante quanto à relerida parto som ciatora cedida, c ele cedonte Fica obrigado a manter e hroceê por boa e fira meo todo o tempa a presente cessão, -Pelo segundo ostorgaate João Martins Ferreira, na qualidade em que outorga, kw dito: Que aceita presente, cessão, quitação do preço e obrigações exaradas,
O notário Interino António Peixoto Corrêa

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A Comarca da Sertã


Notas sobre o Fundamento Jurídico das Primeiras Feiras Portuguesas
 (3. artigo) 

A Primeira Feira da Sertã pelo

Dr. J. Barata de Almeida

A documentação é extensa, mos, apesar de tudo, alguma coisa se pode já inferir do ser estado. Com eleito em Portugal, não só as cartas de  feira, como os forais e até outros documentos emanados das chancelarias  reais provam que a sua criação era prerrogativa do rei. E o monarca que as autoriza e muitas que  tiveram a sua génese em épocas recuadas ainda hoje perduram, com um fulgor verdadeiramente surpreendente.
Mesmo em terras de senhorio à autoridade real impõe-se aos magnatas laicos eclesiásticos e estes, recorrem frequentemente ao rei. A título de exemplo para nos citar em diploma de D. Sancho I ao conferir o direito. de mercado no Porto «antesanetam Mariam» no qual se determina que «mando quod Episcopas faciat fieri mere tum». Os seus sucessores nunca alienaram o direito de autorizar as feiras.
Mas a que atribuir a criação de uma feira? Ao capricho real ou de algum senhor? Parece-nos inverosímil tal juízo. Muitos factores eram considerados.
A feira pressupõe o contacto periódico entre produtores consumidoress, anlepondo-se nalguns casos uma terceira entidade designada por Intermediário.
Os locais onde em certos dias se vende e compra estão submetidos a uma organização especial, que forneça garantia e segurança, enfim, protecção jurídica. Por conseguinte as feiras recebem do soberano, ou autoridade pública uma espécie de estatuto onde se encontram privilegios e regras do seu completo funcionamento. O  direito medieval português e noutra nas reuniões mercantise no disposto á protecção sos feirantes  assunto extraordinariamente.
O local da feira é campo de paz, -sendo proíbido mela toda a disputa ou acto hostil.  As cartas de feira referem-se constantemente a essa protecção e os castigos aos prevaricadores são severos, ao ponto de serem considerados como inimigos do soberano. À proteção abrangia ainda os feirantes nas viagens de ida e volta para os locais de transacção.
A paz da feira era marcada por símbolos como, uma bandeira, um escudo, uma cruz uma espada, e um ramo de árvore etc. Na opinião de Havelin estes símbolos foram de as0 universal, Porém, com o decorrer dos anos passou a usar-se à cruz com mais frequência.
A trégua do feira pode observar-se nas cartas de Ponte de Lima (1125), Guarda (1155), Vila Mendo(1129), Covilhã (1269). As expressões «quebrar a feira», ficar por inimigo del-rei» e, outras, fundamentam a vigência da paz temporária dada aos mercadores.
Em forais como os de Abrantes, Palmela, Trancoso, Celorico, Covilhã, Valhelhos, S., Vicente da Beira, etc, observe-se que essa trégua é reconhecida como medida necessária para atrair mercadores. (Vela-se: Portugália Monumenta Historica —Leges et Consoetadines).

Se por um lado os feirantes eram protegidos, por outro, recaia sobre a sua actividade um enorme peso tributário se podemos afirmar que desde muito cedo os diplomas emanados das chancelarias reais garantem segurança, isenção de perseguição e penhora, não é menos certo que os impostos agravavam enormemente a vida económica dos negociantes e a sua segurança não era absoluta. Todas as mercadorias pagavam a portagem e em alguns concelhos, como Caminha e Viana, os seus moradores eram obrigados à vender na feirae a comparecer ali mesmo que nada hoessem que negociar.
Em 1420, quando D. João de carta dé feira a Tomar a segurança é reforçada, ao ponto de se vislumbrar em tal facto na nova fórmula jurídica. Durante o acto mercantil garante-se ali nos feirantes não serem presos, ao serem acusados por delito, com exclusão, claro, dos praticados durante a feira; dá se o direito do uso de armas é a utilização de qualquer montada de carga, de uso pessoal, não podia ser requerida
forçadamente para qualquer serviço.
As feiras francas que surgiram a partir do século XIII, vieram arruinar outras que se desenvolviam nas proximidades. Os diplomas que encontramos no Arquivo Nacional a partir da sabida ao trono de D. João I são na maioria cartas de feiras fraqueadas.
Mas o que são feiras fraqueadas? E’
D. João que nos vai dar a resposta. Em 1413 a0 outorgar feira franqueada ao Mosteiro de Santa Maria na Batalha afirma mandamos aos que nom levedes nem consentades levar portagem nenhuma aqueles que na dita feira forem vender alguas cousas porque nossa merece e vontade he de a nom pagarem pois as nom pagam em outras feiras fraqueadas».

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Com o advento da segunda dinastia passam à predominar as feiras francas e sob o ponto de vista jurídico inaugura-se nova época. Foi por esta altura que à Sertã recebeu carta de feira.
D. João 1, querendo fazer graça e mercê aos homens bons da Sertã e se concelho, «em terra da ordem do esprital a rogo de dom alvaro ganealirez camelo», prior da dita Ordem. concedeu-lhes feira anual franqueada, oito dias antes e oito dias depois de S. Lucas. Nesta ocasião, como era do desejo régio, não causaria dano a outras feiras da região. Esta carta de D. João 1 é datada de 16 de Março de 1390, e nela se dão à Sertã todos os privilégios e franquezas da de Trancoso. (Veja- se: Chancelaria de D. João I, livro II, folha 8).

Pensão
EM PROENÇA -A-NOVA—
Antiga e bem afreguczada—
Trespassa-se—Para tratar, Pensão
Condeças.

Horta nas Regorisses.
junto à Sertã (antiga propriedade de Joaquim do Moinhos), arrenda-se.
Tratar com Francisco Martins Fernandes—Sertã ou Av.
Almirante Reis, 97 A, rc— Lisboa.

A Hipodermose
BOVINA

E uma afecção parasitária que atinge o gado bovino e que É caracterizada por pequenos abessos situados debaixo da pele principalmente num e noutro latados da coluna vertebral ma região dorso-lombar.
E* no interior desses abcessos que se encontram às larvas da hipoderma, o insecto causador da afecção
que É conhecida entre o nosso povo
pelas designações de «berros, «verre», «bichos, «vermes» e «medranças».
Não só no nosso País mas mesmo em outros de mais elevado nível geral de cultura a hipodermose é tida , nos meios rurais, de efeitos benificos. Tal conceito, fundamentalmente erróneo, deve-se ao facto de os bubões ou abcessos aparecerem na primavera—exactamente quando o gado começa a apresentar melhor estado geral e em que se desenvolve E engorda com mais facilidade.

É certo que só a infestação maciça é grave, e essa é rara. No entanto, mesmo nos casos benignos, Os prejuízos de ordem económica causados pela moléstia são consideráveis, Independentemente da acção depauperante exercida pelo parasita a larva funciona como corpo estranho alojado no tecido subcutâneo determinando uma reacção inflamatória e supuração.

Assim, O desenvolvimento e a engorda são retardados, a produção
leiteira diminui e a pele fica grandemente desvalorizada para a industrialização visto que, mesmo quando à cicatrização se completa, fica marcada indelevelmente nos pontos onde sé formaram abcessos, No curtume, em muitos casos, à pele rompe por esses pontos e quando isso não acontece fica defeituosa de aspecto e diminuída de resistência. Quando o gado é abatido sem à cicatrização se ter feito, O orifício de respiração não mais se elimina.

O insecto pefeiito encontra-se com frequência durante a primavera e verão, principalmento nos terrenos de pastagem e durante as horas de maior calor.
Como medida profilática e de maior alcance, é de elementar cuidado destruir todas as larvas. Como por outro lado, o tratamento curativo mais eficiente consiste exactamente no deslarvamento é em seguinda na desinfecção do nódulo aberto, nada mais fácil e econômico do que o combate a esta afecção.
Empregam-se também, nomeadamente, nos ossos de Infestações maciças em que se torna incómodo o deslarvamento mecânico, parasitieiadas químicos.
A Junta Nacional dos Produtos Pecuários encectou, recentemente, mais ama campanha contra esta parasitose, Os seus representantes concelhios têm efectuado palestras a lavoura é sempre que a ocasião se lhes
depara, feito demonstrações de deslarvamento, Além de cartazes chamando a atenção das populações rurais para o assunto, distribuíram-se muitas dezenas de milhares de exemplares de um folheto elucidativo editado por aquele organismo é que tem sido remetido a Grémios de Lavoura, regedores, párocos, etc. Através de instruções dadas aos secs técncos, que estão ao dispor dos interessados para qualquer esclarecimento sobre O assunto, aquele organismo procura tomar conhecimento das zonas mais infestados bem como do grau e da acuidade da doença, em ordem a melhorarem-se os processos de actuação das próximas campanhas.
A Junta vai também adquirir na Suíça um filme sobre a Hipodermose, à que será dada a maior expansão.
A Lavoura deve no seu próprio interesse é no da economia nacional dar à sua melhor colaboração à campanha referida, deslarvando 0u fazendo deslarvra Os seus animais e aconselhando-se sobre o assunto com os veterinários locais.

De Sertã 

Passada a luta eleitoral no distrito, e recolhidos os espíritos na meditação do sem significado e naturais consequências que bem à vista estão, é a oportunidade de algama coisa daqui se dizer sobre este canto da beira, tão mal conhecido nalguns pontos da nossa Província.
Apelidado de concelho da serra apesar de não avistar o Estrela, talvez por sé lhe emprestar o aspecto serrano o pensar é o sentir dos seus incolas têm sido por vez mal compreendidos, criando-se à sua volta sob aspecto político, uma lenda que no interesse geral convém não alimentar nem deixar crescer. Sem se saber bem porquê, de há tempos a Esta parte entrou de se fazer crer que a oposição ao Estado Novo criara aqui raízes profundas, à ponto de dar forma e corpo a um baluarte de resistência, merecedor da vigilância consuante lá de cima, não vá das margens feracíssimas das suass ribeiras romper de surpreza qualquer susto de respeito.

Quem está cá por baixo interroga-Se uma e muitas vezes sem acertar com as razões plausiveis da atoarda, pois por estes sítios não se dá conta da existência dessa falange, aguerrida ou não, copaz de grandes feitos e audaveis, Desde a 1ª hora à situação criada pelo 28 de Maio encontrou entre nós adeptos fervorosos, em todas as camadas sociais, em número considerável, a começar pelas pessoas mais representativas da região. Se alguém quiser dar-se ao trabalho de ir consultar 0s arquivos, onde se encontra estampada à lista das individualidades que após à Revolução ocuparam Lugares de confiança na Câmara Municipal, nas autarquias locais, nas instituições de beneficência e interesse público, nos organismos corporativos, nas comissões políticas da UN, etc., é com custo que encontrara a falta de uma ou outra pessoa de relevo, que por ali não tenha passado.
Poderá dizer-se: houve deserções. Sim, talvez, porque em toda a porte há gente que muda de face, quando não lhe satisfazem todos os caprichos, além de um ou outro que também sempre aparecer, a aparentar de monopolizador de pura essência dos melhores princípios, que tais são os que passo a defender. Admitindo que alguma defecção se tenha verificado,  o que pode garantir-se É que o seu número não vai exceder a percentagem de cem por cento. Ora isto não basta para se fazer correr com insistência o rumor sussurrante do nosso suposto não conformismo com uma situação, que para bem de todos mantém com pulso firme e seguro às rédeas da governação pública.

E que há, pois, qualquer coisa
que não está certa e carece de ser
esclarecida, Isso nos propomos fazer —C.,
De «BEIRA BAIXAS)

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