A Comarca da Sertã nº672 15-11-1949
A Comarca da Sertã
Representante em Lisboa:
João Antunes Gaspar L. de 5, Domingos 18 r/t – Tel. 25505
Director Editor e Proprietário:
Eduardo Barata da Silva Corrêa
Publica-se nos dias 5, IO. 15, 20, 25 e 30
Sertã, 15 de Novembro de 1949
Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interesses da Comarca da Sertã Concelhos de Sertã, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei: Freguesias de Amêndoa é Cardigos [do concelho de Mação] (Visado pela Comissão de Censura)
Ano XIV Redacção é administração: Rua Serpa Pinto — Composição e Impressão: — GRÁFICA CELINDA, Lda. — SERTÃ Nº672
RESULTADO
las Eleições de Deputados no
Concelho de Sartã
Indicam-se os números de
eleitores inscritos c vntantes e as
percentagens, respectivamente,
por cada qma das ireguesias:
Cabeçudo: 350–311—86,
lv Carvalhal; 12510682,
8º; Castelo; 195—170—88º/,;
Cernache do Bonjardim:
495 — 426 — 85,5. Cumiada: |
1060-—155-053,3″4: Ermida: 02
—B0—Ub 7 Figueiredo: 96
— 03— 00,8º/,: Marmeleiro!
159 — 145-—01,1º’a Nesperal:
95–06-— 07,9″: Palhais: 109—
88 80,7″; Pedrógão Pequeno:
291—274—04,1º/,: Serfãs
615—701—86,37/ Trovis-
Cals 155—169–91,5º/: Várzea
dos Cavaleiros: 364—221—
OT jo. ;
Totais: de inscritos, 5.553; de
Volantes, 3.047. É
— Percentagem média; 85,72.
Na Assembleia da Sertã apareceram
2 listas da Oposição,
Nota alsápi s
O tribuno da República
LXIAO
regresso a Portrgal ezese no
eArlanzo convidando o sr. Presin
dente à aconpanhá-lo o novo ema
baixador do Brasil que vinha para
Portagal. Eo vim distante do camas
role do sr. Presidente, mas ia bascú-
to no cambrote para o almoço E&
porão jantar, precedia-ó no trajecto
e conscrvava-me detrás da sda cos
deira à mesa.
Á chegado à Lisbon, o sr. dr. Ana
tónio José, que trozia maitos presentes
cv os mais ritos numa mala cspes
cla! conhogema com a recomenda
ção dea não largard a mão e dé a
não entregar senão à sua esposa OM
a sua lilhá. Degembareâmos no Are
senal e era tanta a bagagem, que sc
fez noite som ed de lá poder sair;
mas vão lárguei à mula qm momena
to até que chegou à Nlha do sr. Pres
sidente a quem então à entreguei, recomendando-
lhe, por minha vez, que
tivesse cuidado que se tratava de
palgres.
Sendo Presidente o sr. dr. António
José veio visitar Lisboa o rei
Leopoldo da Bélgica, 0 «mei Soldas
do». Atompanhava-o a Rainha, de
origem portuguesa, neta de D, Min
que! 1.
E ao tado desta princesa de san=
(Conclusão na 3.* pás)
“Chaveiro, sem gae se lhe reconheçam
“impedia-queca Associação de
À Esplanada do Castelo deverá ser
disfrutada livremente pelo público
Voltamos, de novo, a insistir: à
Esplanada do Castelo deverá scr disa
irutada livremente pelo público; Não
compreendemos que o magnifico rem
cluto, o melhor e mais belo miradoda
ro da Vila, dada é sia altitude e,
consequentemente, porque dele se
avisam perspectipas encantadores
até dilutados horizontes, continal ves
dado do público, que só all poderá
entrar mereé-do licença, pedida de
chapég na mão, a quem é apenas deu
tentor da chave do portão, é simples
três anos, souheasé, podia depois, que
“Uma carta anônima molivara à inu
tempestiva decisão.,.bescando ras.
ZÕEs mois Or menos discalípeis E E LOLo
alinol=isto é emrioso;—nadao tinham
com à Associação de Bombeiros, que
se caso estava como Pilatos no Lre-
Lá a ;
Pois que tinha a Associação de
Bombeiros que ver com à *dancinga
instalado no recinto, nesse mês de
Julho, pela comisão que ali levou à –
“eleito qmas festas popilares com àgtorização
de quem nele saperintendes
– Que eolpa tem à Associação que a
cnpela. servisse de arrecadação à su»
cata do Eléctrica Sertaginense 2. Nenhama;
absolatamente nefhama, mas «
Sucede multas vezes que O justo pas |
ga pelo pecador] aa ma
Mas a Associação de Bombeiros,
|
i
!
à
i
!
quaisquer direitos de posse sobre o
local 0d mandato de guarda e administração
da entidade a quem, járidicamente,
pertence o terrenp e se
julga ser—pelo menos, nté agora,
ainda não apareceram documentos a
provar o contrário—a Comissão Fa
briquelra da Sertã,
Quando, em Julho findo, sem prévio
aviso é fora das regilares nor
nas de delicadeza € Rã cs qo O melhorêra,
om- 1 porde Portalegre
beiros contindasse a dispor da Es-
Planada para, conforme-o acordo co
ima enipresa ambulante, renlizar
Sessões cincmatogrúlicas — que: lhe
rendiam algans cobres e constituam
passatempo seletar, edavalivo c iniga
trutipo prra à popalação—,conctssão
que já se mantinha hã cerca de
1
junto do Prelado, tão ponderosos e
(Conclti na 2º página).
E: a —StAfinal, o que tem : pragvreediddaiaã aa SSeenuttaã?! »
| Carta à um amigo
Parece que cstamos à vê-lo bem entarpelado, barbeado epenteado à primor, todo elegante, quando há meays dam mês você entro pe- | la porta da Redacção–estávamos nús tentando ligar daas palavras —€ depois de acentuar, com toda a clareza é precisão, à pobreza desta nossa terra, de casario incaracterístico, velho e descuidado: as deliciências de urbanismo num du nóutro ponto; os traços-acentaa- dos de desmazelo e incária que olerecem maitos pavimentos: a falla de calçada nos passeios da rua Cândido dos Reis, onde às poucas pedras, espalhadas a esmo, dão o triste espectáculo de parecer que se tenta de incóúmodos caminhos rásticos, caleados pelo pastor € seu rebanho nas andanças entre-o casalório inóspito e a colina, e pelo jornaleiro de bota brochada, e não de faixas reservadas ao peão ci- vilizado ou pretenso; a deselegância daquela mesma artéria, impan- te de vaidade por ser a maior é por lhe chamarem principal, mas qui não se lava nem se embeleza, rebelde ao progresso.c à vida moder- no, que ali poucos edifícios têm boa conil
ou irês casas comerciais amplas c bem-sortidas; só têm medrado. tabernas, algumas, pouco menos, que espeluncas; à carência de boas | pensões; O encerramento do cine-tcairo
divertimentos; a desgraciosidade daquele pairro de Santo António,
outrora tão elegante e com seu quê de aristocrático; à rua do Sna- lheiro, em dirceção aos Paços do Concelho—um dos melhores edifi- clos da Provincia estreita, suja, orlada de’silvas: n embocadura da ras Manael Juagaim Nunes (e porque não rua das Necessidades 21)
e (Conclusão no 4.º pág)
e
À
vid irentco dos E DERA e
Hivros adventistas —
igaração e, excluindo duas |
» Privando-se a população de [
Olelros, Proença-a-Nova a Vila-do Rel: e Freguesias ds
(Visado pela Comissão de Censura)
ERRAR SA EDER SPEARS E EDER EE e Ca A a RA E
Ea ; GRÁFICA CELINDA, Lda. — SERTÁ
RARE E E A DR E E MRE RE 2 à : : ge : MH: 672
Binis e Cacás
POR Silvestre Figueiredo
Transferidas às ambições do real
merecimento, sempre mais difíceis,
para as enganúsas dá aparência e do
ludíbrio, o traje deixou de exprimir,
como na minha mocidade exprimin,
a -condicão social de cada om, O
coampónês, o artista, o rico e o jntem
leetunl já se não distinguem, na apresentação,
como outrora, a não ser,
Lanias vezes, pelo cuidado inperso das
possibilidadesde cada um. Na cara
feira verliginosa para o lixo, nesta
époea- estallamente tgualitário e de
saperticiolidade reinante, são dos que
menos podem maltos dos que vão à
frente. Às amas jud’ciosas já não
saem maito à vontade com às eriãs
das, sujeitas, como estão, a serem
contundidas, a caminho do mercado,
pelo magela conquistador, € não nos
jallam enséjos de abordarmos um
contíngo na persimação de que temos.
néste aspecto, Os
ardiosamente impingidos como cicntílicos,
tão belos na encadernação
quão péssimos no recheio, or ainda
D: pastels de-certos. pensões Tsboe.
tas, com óÓptima aparência, mas tom
talmente ocos.
Os exemplos mais representativos
desta famna de manequins empavos
nados são todavia, 05 pípis Tas co
eus, de que é farta capocira esta cau
piral de desvairamento. E’ nestes que
relina até à extravagância a frejman
de bem parecer € intcligente deve ser
o pádrinho que tão a propósito os
crismoa, Pipis € cocos são, ciceliw
vamento, aves, nves canoras e delina
da plumagem o jácil voo. /s caraca
teristicas comams são à leveza da co
beça, O acro-dinamismo das linhas
esquinas c angulosos, O caminhar in
seguro sobre allus tacões contrashãas
lançado pelo edejar condjuvante da
largueza dos gestos, un cacarejo al-
Hssonante, impertihente c pazic com
mo linguagem de papagaio, riqueza
de adorno cómo matiz varitgado de
pavão. A sin passagem é sempre
bssinalada por intenso Cxtravazar reu
tórico, chamariz de atenções, “ Os
braços, os segs braços leves, ociosos,
são projectados, com gesticulação ens
lática, em todos es sentidos, como
relorço mimkcomento esclarecedor da
miséria do seu verbo, Na cabeça o
que lhes vale é o penteado artístico
é Nos braços c mãos, as pulsciras,
os relógios € os ancis, com que sc
enriquecem os joalheiros é se tempos
brecem tantos vezes, a carteira c e
bonrã:
Entre às muilas coisas péssimas,
desta Lisboa de coises óptimas, não
são das melhores, entre as piores,
estes tipos dc degencração humana,
sobretodo o pipes que afronta à rú=
deza máscila do homem, com seus
gostos femenis. O pipi não vive, ves
getn; não se socríilica, parasita, não
cria, consome; não eleva, pervertos
A Comarca da Sertã
Reunião de 20 de Setembro
(Continaação)
—Deliberado, por qmanimidade,
aprovar as propostas apresentadas €
tidas nesta reanião pelo presidente,
elaborados em resposta à reclamação
e proposta do vereador António Lopes,
presentemente em g0Z0 de licen=
ca e que s€ enconram transcritas na
integra na acta da reanião ordinária
de 46 de Agosto, mas que não pade-.
ram ser convenientemente aprecia
das na mesma reunião não só por
falta de tempo mas também por terem
sido apresentadas à última hora
e das quais aquele magistrado administrativo
se não oeupoa na sessão
realizada no-dia 6 do corrente, como
consta da respectiva acta a dis, 177
vº, do livro presente, cm virtade dos
seus múltiplos afazeres, sendo o sea
teor 0 que segaé: «Proposta: Enquan=
to à proposta do vereador António
Lopes por motivo de pagamento da
andemnização por parte dos penefi=
aiários de ramais para fornecimento
ae energia eléctrica, implantados Toxa
dos perímetros das Vilas de Seraa
c Pedrógão Pequeno € sede da tre»
guesta de Cernache do Bonjardim,
doi proposto pelo presidente da Câm
mara que Josse conilrmada à deli=
tberação tomada em reunião ordiná=
gia de 7 de Junho último no sentido
de que qualquer proposta tendente à
fixação das taxas OU percentagens
de consumo a atribuir aos beneliciá=
rios dos ramais nas condições atrás
citadas, só poderia ser discatida com
:a presença de, pelo menos, am dos
asftores da proposta apresentada em
seunião ordinária de 5 de Abril do
corrente ano, cujo teor loi modifica»
«do na reunião extraordinária de 13
ádo mesmo mês de Abril, por força
das razões exaradas na acta da reu=:
mião extraordinária de 28 de Janho
seguinte, modiliceção operada com à
concordância dos firmantes da pri
mitiva proposta, & qual para todos
os efeitos foi sabstitaida pela nova;
e isto porque qualquer tentativa para
»oltar à primeira forma —como agueda
que nitidamente S€ desenha na pro»
mosta, agora cm discussão, do vercam
dor António Lopes—não passa de
pura e mesquinha chicana em terre
mo para onde a Câmara Se não deixará
arrastar, além de representar
merecido agravo às individualidades
«que tomaram parte ou assistiram
mas negociações referidas na acta dá
reunião extraordinária de 28 de Ja»
mho pf. Sertã, (5 de Setembro de
1949, O Presidente da Câmara, (a)
Flávio António Francisco dos Reis
e Moura». Proposta que apresenta
o presidente da Câmara Municipal
da Sertã relativamente à uma recian
mação do vereador António Lopes,
entrada no dia 16 de Agosto de 1949.
A reclamação apresentada em reom
nião, ordinária desta Câmara, de 16
ASSES OO
não atrai, como pense, mas repele pelo
fastio é cnojo das saas preocupações
inúteis de Petrónio arrebentado.
Condeseenda-se, ainda que penosamente,
que as cocós, como mulhe»
res, iludidas quanto ao gosto dos seas
atractivos, por estes se tornem ri
áículas. E” um tribato fácil do sexo.
Para OS pípis, porém, é sempre pod
ca à dareza da nossa crítica, certos
de que os arranjos da sua indumen»
tária são o trilho dos desarranjos da
sua própria vida e daigans outros €
outros. Daqui estas impressões, no
esplendoroso paleo da Avenida em
que, hoje, domingo, estoa entretendo
meus ócios, analisando quem passa
e conversando com o meu presami»
pel leitor.
de Agosto último, a qual no decurso
da mesmo reunião não pôde ser des
tidamente apreciada pelas razões
constantes da respectiva acta, não
tem fundamentos sérios, como se vai
demonstrar em face das objecções
que se lhe vão opor, resultantes estas
das cireanstâncias e do modo com
mo efectivamente decorreram os trabalhos
da Câmara, na reunião de 19
de Julho anterior. Para tanto se seguirá
a ordem observada pelo vereador
reclamante-no tocante a cada um
dos assuntos que são objecto de recla«
mação. Caso do vereador Adelino
Lourenço Farinha: A acta reproduz,
em síntese, mas também com a
mais rigorosa Hdclidade, a série de
incidentes que as intervenções do
vercador António Lopes suscitaram
ao apreciar-se o afastamento do vem
reador Adelino Lourenço Farinha;
€ isto porque aquele vereador pretednia
que à jrstificação de ausência
requerida por este sea colega se desse
um tratamento tal que, a aceix
tar-se essa sugestão, poderia criarse
uma situação delicada, muito do
aprazimento, talvez, do reclamante,
mas de maneira nenhama proveitosa
à continuação da missão para que
uma vereação é chamada, quando
livremente escolhida pelo sufrágio
do respectivo corpo eieitoral e enquanto
dura o seu mandato, O vereador
Antônio Lopes, em dado mo»
mento e no curso da discussão mon
tivada pela sua insindação de que
conhecia ainda outras razões, além
das invocadas pelo vereador Adelino
Lourenço Farinha pará procurar
afastar-se da cooperação e actividam
de que deve, como aliás, a devem
todos os componentes, ao Corpo
Administrativo de que faz parte, foi
convidado pelo presidente da Câmara
a dar conhecimento dessas oum
tras razões, que, através de sorrisos
enigmáucos e reticências sibilinas, tentava
revestir de certo mistério; e porque,
depois de instado por diversas vezes som
bre esses pontos, sistematicamente se rem
clai na negativa, sempre sob a alegação de
quê lhe estava vedado dar publicidade a
tais razões por não estar, para tanto, autor
sizado por quem de direito, foi então solix
citado para sugerir nova redacção, visto
haver em certa altura formalmente declan
rado que não concordava com a redacção,
que, laboridbsamente, O presidente da Cãmara
intentara orticuler em ordem a não
trair a exactidão do relato da discussão.
Tendo-se escusado n anair a esta sugestão
que, pelo que vem de se expor, parecia dex
ver abraçar com o maior empenho, há que
concluir que o vereador António Lopes,
através do primeiro ceso abordado na sua
reclamação, se acusa de não merecer a
atenção que se lhe quis dispensar: e se é ele
mesmo que nos força a essa conclasão, com
relação à sua própria pessoa-—que tem
obrigação de conhecer melhor do que ninguém-—
fica, seja a quém for, interdito o
direito de se pronunciar mais a tal respeito.
«Caso do electricista para à rede de Pedróm
gão Pequeno:» Tembém em relerência a
este caso o vereador António Lopes não é
muito feliz ná san reclamação, porquanto
o provimento do cargo de electricista pera
arede de distribuição de energia eléctrica
em Pedrógão Pequeno, foi assunto que, de=
vido à sua intervenção.em termos simples»
mente desconsertantes, revelou intolerável
animosidade paracom asede de umafreguesia
que, no conjunto concelhio, ocupa, sem
dávida e também sem favor de qualquer
espécie, lugar de destacado relevo. Da pró
pria iorma por que se acha redigida a acta
reclamada, no seu passo em debate, se vé
que o caso em referência começou a ser
discutido na reanião anterior e, por não se
ter concluido nessa reanião a discussão, fim
cou para a segainte, motivo porque talvez
o cheje de Secretaria não lhe fez alusão,
sequer sumária. Com efeito, por em razão
dos objecções descabidas levantadas nessa
anterior reunião, se não ter podido tomar
uma deliberação concreta acerca da aber»
tura de cuncurso para o provimento do cin
tada vaga, joi que o presidente convidou o
vereagor reclamante a apresentar-se mu»
nido de uma sugestão átil, relativamente a
esse provimento, sem curar de saber se ti=
A Esplanada do Castelo
deverá ser disfrutada livremente pelo público
(Conclusão da 1.º página)
dignos de aceitação eram os motivos
em que a exposição se fandamentava.
Esse requerimento tem a data de |
16 de Julho e, em resposta, recebeu
o Presidente da Direcção a seguinte
carta, dois dias depois: «Tenho a
honra de acusar a recepção do ofício
de 16 do corrente mês, da Direcção
dessa prestimosa corporação, de eu
jo conteádo tomei Poa nota. O assanto
carece de ser estudado sob maitos
aspectos e por isso lhe darei a
melhor atenção. Uportanamente iniformarei
V. Ex.*. Invocando as mex
lhores bênçãos de Deus sobre V. Ex.*
RE
nha ou não preparação para tento, preparação
que era de presumir e admitir, pelo
menos, na medida em que se tem permitido,
quase sistematicamente, fazer obstrução
asstrabalhos da Câmara de que é elemento
constitativo, nas poucas reuniões a que se
digna comparecer, quase desde O início do
seu mandato e em especial no decurso do
ano corrente. Pretendeu, primeiramente,
o vere:dor António Lopes que se transierisse,
à fina força, O electricista que serve
narede de Sertã, para a rede de red” ógão
Pequeno – sem se preocupar com o facto de
aquele dever passar a ganhar, mensalmen»
te, menos 360300, por virtude da transierência
proposta, quando é certo que c dito
electrieista é chejle é amparo único de uma
família numerosa com nada menos de três
filhos de me-or idade; nem com a eireanstância
de ele não ter em Pedrógão Peque=
no família ou bens de raiz por onde lhe
pudesse advir o suplemento compensatório
de tão bratal corte nos seus magros proventos:
nem, finalmente, com a particular
ridade, dé ponterar, de que um electricis=
ta, que não serve para uma rede de gran»
de extensão, em princípio também não po»
de servir para uma outra de extensão mais
reduzida, na qual os: problemas chamados
a solucionar teriam a mesma natureza técnica,
só diminuidos de gravidade, ou melhor,
de intensidade, em razão da menor
amplitude do traçado. Vendo deiraudado
este sea objectivo, volvea-se d> seguida a
patrocinar a pretensão de que a rede de
Sertã devia ser confiada a um técnico com
conhecimentos para orientar os outros dois
electricistas das redes privativas do Concelho,
conforme fora sagerido pelo engex
nheiro consultord a Câmara, mas quando
se lhe lembraram as dificuldades dó nosso
erário e mais se lhe pediu para indicar
que ordenado se havia de propor para O
tal técnico (cajna exacta categoria, aliás,
nunca foi capaz de deiinir), não passou de
vagas considerações, que só poderiam ser»
vir para ladear a questão mas não tinham
o mérito de a atacar directamente e de
frente. Perdeu-se tempo precicso na discussão
destes temas, tanto no reunião de
que vem a presente reciamação como na
anterior, e porque a hora se adiantasse ao
ponto de ter havido necessidade de mudar
da sala onde a reunião começara, para
uma outra contígua, por aquela não ser
ilaminada a electricidade, o presidente,
tendo percebido que o vereador António
Lopes, em mais essa reunião, outra coisa
não queria do que repetir o mesmo que
na anterior ocorrera, chamou a sio assunto
em causa para, inexoravelmente,
cortar. o nó górdic. Não o fez, infelizmen»
te, tão cedo que uma deliberação pudesse
ser tomada ainda nessa reunião, mercê
das razões exaradas na respectiva acta e
cuja reprodução, por isso, aqui se dispensa
—tendo de tudo resultado um novo adia»
mento, com necessária e inevitável pro=
jecção na inauguração do serviço, que já
a esse tempc estava fixado, com público
conhecimento, para o dia 4 de Setembro e,
afinal, quem sabe se com desespero de al
gumas pessoas, sempre se fez no dia apram
zado, havendo sido, entretanto, assalariado
um serventuário, a título provisório e even
tual para o efeito de tomar conta da rede
e posto de transformação em foco, até à
designação daquele a cujo cargo Íicerá,
definitivamente o serviço, Queixa-se mais,
na sua reclamação agora apresentado, de,
tendo protestado contra as ínexactidões
mandadas escrever pelo presidente da Càmara,
o facto não constar da respectiva ac»
ta; mes O vereador reclamante seria mais
verdadeiro se dissesse que, em determina»
da altura dos trabalhos, desistiu de todas
as suas reelamações e protestos —certa=
mente porque acabou por se conhecer a
sem-razão de umas e outros, ou então por
notar que a reunião não decorria propí=
cia a fazer triunfar os seus pontos de vista,
ainda que tivesse procurado encobrir à
manobra de retirada com v-fogo de vista
dos tais sorrisos enigmáticos e reticências
sibilinas,
(Continas)
e Bombeiros Volantários dessa terra,
sabscrevo-me, ete.. Portalegre, 18 de
Julho de 1949. António, Bispo de
Portalegre».
Porém, até hoje, nada mais se
comanicoa à Associação de Bom»
beiros.
Prepositâdamrente não queremos
fazer aqui qualquer comentário. Para
quê?
Entretanto, como às semanas iam
passando sem que se apres:ntasse
uma decisão sobre o apelo, que a Direcção,
apesar de tudo, supôs que
sargiria muito antes do fim da época
calmosa, os Bombeiros dirigiram-se
aos srs. Presidente e Vercadores da
Câmara Manicipal, solicitando a sua
intervenção no sentido de consegair
arredar, janto da Comissão Fabri=
qrieira, todos os obstácalos que im»
pediam-a continaação das sessões de
cinema na Esplanada pelo interesse
que daí resaltava para à Associação
e porque—segundo o sea entender —
o direito dama população inteira deperia
prevalecer sobre quaisquer Cum
tras considerações desde que não se
infringissem certas regras aceites €
reconhecidas à face da moral e não
contendessem com o respeito devido
a qualquer instituição criada ao abrigo
das disposições legais.
Depois, novo pedido se apresen=
tou àquela entidade, desta vez, para
que, a título precário, fosse cedido o
recinto à entrada do Convento para
as sessrõefeerisdas , já que não se
adregava catro melhor. O sr. Presidente
e Vereadores da Câmara aceitaram
as solicitações com a mais
decidida boa vontade, com um interesse
inexeedível e merecedor do maior
reconhecimento da Associação, dem
notando, claramente e sem solismas,
que defendiam as jastas pretensões
dos Bombeiros e os inalienáveis direitos
dos habitantes desta terra, pisa
to que os divertimentos sádios e os
meios de elucação e instrução, tão
facilmente postos hoje ao alcance de
toda a gente por via dessé invento
admirável, que é o cinema, não lhe
podem ser negados. .
Se é verdade que a Câmara Mas
nicipal, apesar de todos os seus ese
forços, não consegaia que a Esplanada
do Castelo reabrisse, contado cem
deu prontamente—honra lhe seja—o
recinto do Convento, onde ainda se
deram alguns espectácalcs com uma
ajluência de páblico digna de nota.
Entrementes, a C. M. procurou,
maito legítima e loavavelmente, indagar
à quem pertencia a jarisdição
da Esplanada. Segando os elemen=
tos colhidos, parece conelair-se que
ela é da Comissão Fabriqueira. Pelo
menos—€e ao contrário do que al=
guém nos disse e de que demos ins
formação—o terreno não é propriem
dade da €. M., nem ali possaí qual»
quer parcela, por mais pequena que
seja. Disto nos esclareceu concretamente
o sr. dr. Bernardo Ferreira
de Matos, que, em 1954, vendea à
Comissão Reconstratora da Capela
de S. João um terreno conlinante
com o adro da mesma e eonhece,
como ninguém, porque em volta des
se adro possui casa, barracões e
terras de cultura, devidamente sepam
rodos por altos maros, as sacessivas
transacções particulares que, se têm
feito à volta desse terreno, que chegou
a ser de diversos, parcelados e
retalhados por paredes hoje inexis=
tentes. Se o sr. dr. Bernardo de Max
tos foi claro e peremptório na sua
afirmação, nem nós, nem a Câmara
Manicipal, nem seja quem for dela
pode dúvidar, sebido, como é, que
aquele sr. é pessoa de carácter e da
máxima respeitabilidade, tendo, por
A Comarca da Sertã
A Esplanada do
Castelo
isso mesmo, a consideração é estima
de toda a gente da Sertã, onde passou
grande parte da sua vida e consa
tituia o seu lar, ligando-se a ama das
mais ilastres famílias deste meio.
Porém, e deste ponto é que faze=
mos cavalo de batalha, como soi
dizer=se quando há aum argamento
ponderoso e poderoso a apresentar
et defender: seja de quem jor a Es«
planada do Castelo—da Comissão
Fabriqueira, da Câmara Manicipal
tjá se sabe que não É oa da Junta
de Freguesia, que citamos apenas
para exemplilicar—, ela deve estar
sempre aberta a todas as horas, de
dia ou de noite, exactamente como
tado quanto é públicc, as ruas, os
largos, as praças, os miradouros,
dentro ou fora do limite das povoam
eões e aliral não pertence a cada um
de nós, mas a todos, colec:ivamente
e é saperiormente administrado pela
Câmara Municipal, pela Junta de
Fregaesta ou ainda pela Comissão
Fabriqueira, pois é de crer que a úál=
tima exerça o seu mandato sobre oa»
tros terrenos além do da Esplanada
do Castelo (não vendea ela há tempo
uma grande laixa de terreno entre a
capela de Santo Amero e a Fstrada
Nacional a diversos particulares ?),
partindo de prin.ípio—que aceitamos
e não queremos discutir—-de que a
Esplanada é inteiramente sua.
E assim como o adro da igreja
matriz, a Praça da Repáblica, o Min
sadodro Caldeira Rifeiro, arempa de
Santo Amaro, esta que abasivamente
serve de estendal de sucata de toda
a espécie e de logradouro de parti=
caulares, a Carvalha, ete, não estão
fechados com portões de lerro e onm
de o acesso é inteiramente livre a
toda a gente, do fidalgo ao plebea, do
rico, remediado e pob:c ao mais sór=
dido mendigo, pclo mesmo motivo a
Esplanada do Castelo deverá também
estar à disposição absolata do cham
mado Zé Povinho, figura que Born
dalo Pinheiro imortalizoa. com o sea
“génio artístico.
Pode a Comissão Fabriqueira im-=
pedir que a Esplanada sirva de feira
de sucata ou para exibições coreom
gráficas, lestas e cinemas, -—-mesmo
quando tado isso concorre para fins
de bPenelicência-mas não deverá
proibir que o público ali entre quan»
do lhe apetecer para passear e gozar
os atraentes e encantadores pontos
de vista que se estendem numa vasa
tidão imensa como formosas telas,
deliciosamente pelícromas e deslum»
brantes, que o Criador pôs ante o
nosso rosto,
Confiamos que a Comissão Fan
briqueira pondere estas razões e deim
xe de censiderar a Esplanada como
recinto inteiramente privado à base
rigorosa da expressão e do signifi=
cado restrito que apresenta o termo
sob o aspecto jurídico e no consenso
individualista.
A Esplanada é saa? Muito bem.
Olhe por cla, defenda-=a dos desacam
tos, zelema, alinde-a, mas abrana ao
público e deixe ficar o portão se
acaso ele dá alguma feição de Torta=
leza medieval ao recinto onde se er
gue o incaracterístico e feio castelo
de cimento…
Agredido à dentada
Apresentou queixa em Juízo, José
Maurício, casado, jornaleiro, da Al«
deia Fandeira da Ribeira, contra An«
tónio Lourenço, casado, agricultor,
do mesmu lagar por, num momento
de exaltação, o agredir à dentada,
na face, c com tal violência que lhe
decepoa a ponta de nariz,
A Comarca da Sert8 NLOTAS ALAPIS
tConclusão da 1.º página)
gue real fez muito boa Tigara a es
posa -do sr. dr. António José, ilastre
dama alentejana, filha dam senhor
que fora lavrador c autor de vários
inventos que chegaram a ser expostos.
O sr. dr. António José fora falar
nam comício em Evora, terra da senhora
que então o conhecea. Amaram-
se e foram tão felizes quanto
as atribalações e a doença do sr. dr.
António José o permitiram.
Solreu muito com a gota o sr. dr.
António José, que nos últimos anos
da saa vida chegou a ir até São Sen
bastião para ver se o dr. Asuero o
salvava com o sea famoso sistema.
(De «Servidor de Reis e Presidentes,
E de Vital Fontes»)
22:22
É facto bastante earioso, nesta
época, haver laranjeiras em flor. Q
amigo José Ferrcira Jánior, desta
Vila, mostrou-nos um ramo todo
florido e bem lindo dama laranjeira
do seu quintal; e há dias, quando fon
mos à freguesia da Cumiada, tivemos
ocasião de verificar o mesmo no
Casal do Calvo. Salvo erro, também
há daas ou três semanas os jornais
diziam ter aparecido, em certo pon=
to do País, de que nos não recordam
mos, uma cerejeira em flor, que pau
recia uma noiva, deliciosamente ves=
tida de branco, em dia de núpcias.
A que se deve atribuir o fenómeno?
A um Outono de temperatura
tão elevada ?
tt. áLEIL
Estamos em. pleno Verão de S.
Martinho. A temperatura mantémse
agradabilíssima.
Provam-se agora os vinhos nox
vos, conquanto muitos pipos só se
abram mais tarde porque a feitara
está longe do sea termo. E com a
pinga, de óptimo paladar é cor lím-=
pida ec maravilhosa, que borbaulha
como o melhor espumante nataral,
as castanhas assadas, de casea en=
vernizada, trincam-se com suprema
delícia; ce um naco de lombo de por
co é petisco tentador, a que não rem
siste o mais pintado !
222 EA 822
Muitas dezenas de homens, rapam
zes € raparigas seguiram para o Rim
batejo, onde foram tomar parte na
safra da azeitona, caja produção éex- –
troordinária naquela Província, bem
como na Extremadara e Alentejo.
Os salários são remaneradores é
assim não se notará falta de braços.
Aqui, na região, há uma relativa
abandâncio, pois que se nalgumas
áreas as oliveiras vergam ao peso
do fruto, noutras é escasso e tamu
| bém há zonas onde ele mal se topa, –
como sucede no Couto da Sertã, que
em tempos antigos era afamado ma»
nancial de azeite. O arrastamento
das terras das encostas. pelas chan
vas, a ponto de ficar a safra nda, à
falta de tratamento cuidadoso, inten=
so € persistente tanto do olivedo co=
mo dos terrenos que ele domina, a
invasão nefasta do pinheiro, do sobreiro,
da azinheira e dos matos, a
velhice e cansaço de muitas árvores
e o descaido pelo repovoamento gras
dual deverão se as causas principais,
se não as ánicas, deste dasastroso
resaitado.
Percorrendo o Couto e não só
este mas também muitos outros oli=
vais das redondezas, poucos olivais
sc deparam convenientemente tratam
dos.
t:2:X=X222
Alguns patetas das luminárias
lembraram-se, para mofar dos devom
tos do deus Baco oa dos simples
apreciadores da boa ping?, de ir pe
ra o Adro, na noite de 4.º feira, ber=
rar, em tom jocoso, os nomes daqueles..,
c daquelas que à volta do
ano vestem anjosi A altaras tantas
apareceu ama patralha da G. N. R.
que cortou o fio à-palestra e correa
com os palermas, de modo qae agora
licam maitos anjos nuzinhos em pelo…
Coitedinhos! Que pena!
t2:2%228
Os lagares da Sertã e em volta
já laboram há mais de quinze dias,
moendo a azeitona do rebasco e pes
quena porção da colhida e mais
adiantada; o pobre e o lavrador mais
modesto tapam, deste modo, as faim
tas do precioso tempero, que é tam-=
bém indispensável alimento.
rs áZLrr
Algans comerciantes e muitos mou
radores da Vila pedem-nos para
transmitir à Câmara Manicipal o sen
reparo pelo tardio aparceimento da
iluminação pública, o que prejudica
o movimento comercial e o trânsito
nas ruas, maito principalmente nos
dias de Teira e mercado.
Estamos convictos de que a Câmara
considerará o pedido inteiramente
justo, providenciando no sentido
de aparecer e laz a horas conn
venientes para que não haja danos
para quem quer que seja.
82228
Pedimos à Câmara Manicipal pe-:
ra estúdar com a máxima urgência
o plano da instalação de mictórics
e W.C. dentro da Vila, convindo que
os últimos fossem colocados em pon»
tos discretos e abaixo do nível do
solo.
E’ uma vergonha o que por aí se
passa por falta dessas acomodações.
Não precisamos de dizer mais nada
porque os efeitos só não estão à vism
ta… dos cegos!
Lamentamos que havendo uma
rede de esgotos há uns poucos de |
anos, ainda se encontre por resolver
este importante problema que tanto
contende com a saúde pública.
DIDENTES
Vem experimentando sensíveis melhoras
nos últimos dias, facto que maito
nos regozija, o sr. Adrião Morais
David, de Lisboa, cujo estado che
gou a inspirar sérios cuidados.
— Também está bastante melhor o
sr. dr. Rogério Marinha Lucas, que
ainda continua em Lisboa em tram
tamento.
—Regressaram de Coimbra, gran.
ças a Deus, em via de rápido restam
belecimento, o que nos apraz noti=
ciar, a menina Adozinda d’Almeide
Ferreira, filha do sr. José Ferreira
Júnior e os srs. Ernesto d’Oliveira
Barata, filho do nosso director e
Fernando Lourenço, filho do sr. Luís
Lourenço, que, no hospital daquela
cidade se submeteram a operações
cirárgicas.
RE eee
«Os Três Grandes da Freguasia
do Sobral»
Está marcado para o próximo
dia 22 o julgamento, no Tribanal
desta comarca, do director e do representante
deste periódico em Lis«
boa por motivo da publicação da cor»
respondência da capital, no n.º 608,
de 18 de Setembro de 1948, intitala=
da <Os três grandes da freguesia do
Sobral».
Necroiogia
Nos Vales, freguesia de Cardigos,
faleceu repentinamente, em &
do corrente, o sr. Laís Alves &Olia
veira, solteiro, de $5 anos, comerciante
na região de Mabeti (Congo
Belga), onde permaneceu 15
anos, tendo vindo há seis meses
para a Metrópole a [fim de visitar
c família, que muito o estremecta,
e repousar das canseiras de inten=
sa labuta.
A morte do inditoso rapaz cau-.
sou profunda consternação nos
Vales e entre todos os seus numerosos
amigos, não só pelas circunstâncias
em que ocorreu mas tam-.
bém porque era dotado das mais
excelentes qualidades de carácier
e coração, de extrema bondade e
de uma lialdade nunca desmentida,
tendo pela família um afecto
inexcedível, No Congo Belga soubera
conguistar a simpatia e rosa
peito dos colonos e ilimitada admiraçõo
dos compatriotas pela lisura
na sua vida comercial e particular,
qualidades de trabalho e
auxílio que não regateava a quem
a ele recorria, Por isso, a família
e cs amigos sofrerum rude golpe,
tendo o funeral constituido elo «
quente manifestação de pesar.
Era filho do sr. José Alves de
Oliveira e da srº* D. Maria Joaquina
e irmão dos srs. Anibal e
Francisco Alves Oliveira, comerciantes
no Congo Belga, António
e Alberto Alves d’Oliveira, dos Vales
e cunhado do sr. Aniónio Farinha,
de Lisboa, a quem «A Cos
marca da Sertã» apresenta sentidas
condolências.
E
Casamanto
“Em 7 do corrente, realizou-se,
no Santuário de Fátima, o casa-
-mentod o nosso prezado amiga
sr. António Cristóvão, comerciante
em Balanga (Congo Belga),
nataral dos Vales (Cardigos),
onde se encontra acidentalmente,
com sua prima sr.* D. Belmira
Farinha Cardoso, também nataral
dos Vales, filha do sr. José
Martins Cardoso e da sr.’ D. Delfina
Farinha Cardoso. Apadrinharam
o acto, por parte do noivo,
o sr. António Fernandes e esposa,
sr.* D. Nazaré Fernandes,
dos Vales e, por parte da noiva,
o sr. José Laís Clemente, de Lisboa
ea sr. D. Adelaide Cardoso
Laís, de Vila Franca de Xira.
«Comarca da Seriã» faz os
mais sinceros votos pelas ventaras
do simpático casal.
Desastre mortal
António Miguel Simões, solteiro,
de 18 anos, natural des Portas do
Santo, freguesia de Dornelas, concen
lho de Pampilhosa da Serra, criado
de servir de José Garcia d’Almeida,
proprietário, do Vale-das Ovelhas,
conduzia, há dias, am boi e imprevidentemente
atara à corda ao pulso;
o animal espantou-se e o rapaz foi
arrastado a longa distância, sofrendo
ferimentos tão graves que dea
entrada no hospital local e dos quais
veio a falecer na noite de 6 para 7
do corrente,
Festa Escolar do Sipote
No próximo dia 20 realiza-se, no
lugar do Sipote, freguesia da Ermin
da, ama interessante festa escolar em
benefício da respectiva caixa, tendo
se constituido, para esse fim, uma
comissão composta da regente e de
diversas pessoas da povoação, que
dirigiram a maitos amigos uma cir=
cular solicitando óbalos € prendas
para a quermesse.
A Comarca da Sertã
varia ao Ex” Senhor Presidente da Câmara Munigipal
de Sertá
Ex Senhor
Emo nº 602 desA Comarca da
Sertán, cpresentou, Ve” oqflano
Anmel de Actividade da Câmeara
Municipal do Concelho de Nertá,
relativo «ev ano económico de
19500,
– Deus permita -que esse plano venha
ser mea recliitade.,
Dirigindo, com. mão de mestre,
algumas alfinetades para a direita
e para o esquerda, talvez não
reparasse que algumas des mesmas
podem ter efeito de ricucheto!
Ninguém é perfeito, neste mune
do DA
Defende, V. Ex”, q sua obra e
senao “é sem uma ceria comoção
«ue, formelmente dá o este Conseho
Municipal o conhecimentode
que se ccho concluida q electrifisanção
do nosso concelho na sua
primeiro fase, ele
O que, V. Exº não diz é que,
para obter essa realidade as condribuições
no mesmo concelÃo, pare
À Câmara, teem sido cleradas
além das possibilidadese,m fantos
mwasos, dus seus contribuintes! Mes
asto seria, digamos, O mends, por
que q nossa mente e boo e sufrê=-
dora. O pior é que o descontentamento
da população do concelho
qumenta e pode vir a ser gpropeis
Sado, talvez, para manobras polisicas,
em desfavor do Governo da
Nação, que Y. Ex serve e defenale,
Governo que não é culpado de
wertos desmandos, Croserno que
mos tem doado prosperidade, paz e
erédito memdial. É creta, ViBr-,
gue q maioria da gente deste concelho
reconhecendo ém Je. Ex inteligência
c qualidades de irabalho,
lamenta, muito sinceramente,
que V Ex, não tenha dich atalrer
orientação, muis condizente com a
mpimião pública, delegada em tom
dos os membros da Câmara e não
só no Presidente da mesma.
Se, V. Bixo, tivesse em mais consideração
a opinião pública, na
pessoa dos pereadures representem
des de mesma, murtus erros se fe—
siam ebitade e mais justo equidaade
teria havido na distribuiçã«oe
benefícios. Quem estas linhas redige
tem, por +. Ex, considerasão
e estima, mas não pode deixar
de escrever o que sentee apontar”
facios. O contrário seria trair a
sua consciência,
Refere-se, V, Ex? à projeciada
e já comparticipada, peio Estado,
reconstrução de estrado comarinia
Faleiros-Granfa e escrepeu:— qd
freguesia de cabeçudo poi asim,
e finalmente ver realizada uma
des SUCOS iniores Capirações, clic
No perdade, esse melhoramento,
quando realidade, será um grande
beneficio para está [Freguesia mas
não e menor, como F. fx” diz,
para as freguesias limitrofes é eu
acrescento: muito maior para lodo
a tránsito de foda q espécie de peientos,
que, de muito longe veem
apropeitar-se deste Inportae ra-
“mai Faleires- Granja, para transporte
de passageiros e varga dife-
“rente, como. madeira, lenha, resineo,
cortiça, materiais de construção,
etc, etc. Um outro motivo que
terá influido poderosamente para
«4 reconstrução da referido estrado
eomorária devem fer sido as obras
da Barragem a realizar no rio Aê
zere, no Cabril, em Pedirdoão Pe-
Comprbta o quo deixo eserito O
esquecimento, ou indiferença, em
aterter, por quem de direilo, outros
melhoramentos que, li tanto
Jempo(!) neem sendo pedidos por
esti freguesia, Assim; fem-se pedido
um novo edifício escolar fe
não ampliação du existente, 0 que
geria um erro) porque este, cos
fruido há muitos dezenas de anos,
por benemerência da família Anjos,
desta freguesia, mol, muto
maleamporta uma população escolar
de mais de cem crianças de
ambos os sexos, embora ent salas
seprrades, o que é contra todos
os principios pedagógicos: Frabathem
nessa escolta duas professoras
que, por maior que seja a sua
competência e bom vontade, não
pudem atender convenientemente
tão elevado número de Griunças,
mes que chegom co fim do ano
escolar completamente esgotados.
Parque não temos sido atendidus
nesta dean furto aspirição por
nós, tão anstosamente esperada?
Mais se tem pedido a ampliação
do nosso cemitérios e, por enquans
ta, estamos noso vE-lo-emos !
* Havia, no lugar de Lameira da
Lagoa, desta freguesia fo mais
populoso) uma fonte de que se uti=
lizava a grande maioria da população
mos, um dia, é Câmara da
presidência de Vº fas, resolveu
dar video à uma nova estrada-—
Nesperal- Cealraia —púsito digpensávelje
que, podendo ter passado
a alguma distância da referida
fonte, sem o inttiizar,a fez desa-
Parecer, sublerrando=a!
E essa numerosa população
não tem uma fonte publica, vendo-
se obrigada a andar, de chapéu
na ntão, à pedir água a quem
u tem, err poço. À referida fonie
nunee demria fer sido inutifizode,
sem se ter explorado oulra. Porque
não [oi respeitado esse direito,
e aquela povoação foi privada do
que era muito seu df
A Junta desta freguesia,interessou-
se imenso e pediu dinda mis,
para que esta freguesia não ficasse
sem luz elécirica. Palavras de
esperança não faltaram; mas. ,«divemos
que perder, ou ficar d recordar
essas belos, encaniadoras,
esperanças !
O cabo passa a pequena distineia
do coração da freguesto, Mas
a luz deixou-nos de sscuras, porque
só chegam para os privilegiades
habitantes de Sertã, Cernache
e Pedrógão Pequeno !! E embora
faso Pos ndo cóuse intejo, a ner>
dade é que, dizem os entendidos,
que, com um pouco de boa vontade,
um pouco de economic e Outra
direcção do cabo que deveria
ter outro ponto de partida, (nuns
cor do Cosa! Ouelheiro) e cinda
com o auxílio que esta fregucsia
estova disposta a presfuro luz eléctrico
podia estar q heneficiar-nos,
hem como a pare das fregiuestas
de Castelo, Corvalhal e parte da
“de Sertã. Quem o culpado? Porque
não furam clendídos us pedidos
feitos pela Junta de Freguesia?
Ago, Exro Sr. Presidente da
Câmara, não está certo. À freguesia
de Cobeçudo, pola sua posição,
pelo muita com que contribui por
ra q Municipio e para à riqueza
da Vila de Sertã, pele sãa dedicaego
co tEstedo Novos, mereco algumea
colsa; merece mais, muito.
“todo o-encantamento!
A Comarca da Sertã E | em =
—«Afinal, o que tem
pragredida a Senta?
Carta a um amigo
Conelosão do 1.º página)
para à largo Ferreira Ribeiro, transformada em imando lodaçal por
virtude das aflições; os sinais, nos pontos mais ca menos discretos,
da Irequência Cunstante dos oprimidos e Lado por falta de instalações
sanitárias públicas, n pobreza da agência das camionetas das enrreiras,
onde nem o viajante pode repousar um poaco até que siga O
seu destino; à ribeira pequena, entre as dãas pontes, onde em vez
dam dio, poderia existir uma massa de úgua cristalina se se cons
troísse para juzante uma represa ou simples açude, orlando as margens,
em toda a extensão,de chorões e salguerros; aquela ridicala
rua Goncalo Caldeira, pompúsamente chamada apenida, irregular
nàs dimensões, onde há apenas duas wu três boas edilicações o mais
são pardieiros Loscos-—,0 cartaz de maior descrédito da Sertã posto
aos olhos do viandante que a demanda-nas suas passagens, rua deomináda
por ama incosta em que se acastelam miseráveis barraquetas:
o sujidade do bairro de S. Sebastião € o desmazelo da alameda
da Carvalha, o passeio mais catita da terra sc 0 homem desse à mão
à Natureza generosa; o desmantelamento da calçada da raa do Castelo,
onde au cimo se topa a bela Esplanada solitária, triste c meditabanda,
inacessível ao pobre habitante… por todos os lados, desmazelo,
sujidade! E depois de acentaar tado isto-—-como diziamos—,
depois de carregar bem a nota, de deshiar todo éste rosário de mazclas,
você é a dinbol, você que não tem papas na lingua e não pênsou
se poderia magcar es nossos brios dc sertanenses, atira-nos,
sem pestanejar, esta perganta, que era como o epílogo duma severa
argaição:
—Pinal, o que tem progrédido a Sertã ?
Você deixoa-nos sem pinga de sangue, boquiabertos, e par momentos
tivemos à impressão de que estávamos prestes à despinhar»
nos na Boca do Inferno… longe vão agodra!
Com o nosso silêncio de minutos, você reconheceu-se trianianio, Conclaia.
que nos rendíiamos à evidênciar Demos-lhe razão, stm, € ateitámos,
sem protesto, a sarabanda porque sabemos que O amigo, não sendo da Ser»
tã, mas vindo até clã por laços afectivos e pelas relações de amizade que
aqui soabe conquistar pela saa educação, manca teve em mente magoaranos
nem Rostilizar cala boa gente; quero até cror que as suas obrervações são
produto dum espírito sagaz e da cstima que natre pela Sertã, onde todos à
consideram.
Reconhecemos-lhe muita razão, mas sejamos justos + apesar de tado que
você expús, o Sertão progredia alguna coisa de há vinte anos a esta parte,
não tanto como, decerto, todos desejariamos, mos, enfim, é preciso atender
que durante cerca de trinta anos permanecer ngma apatia confrangedoras –
portanto, se Roma e Pavia não se lizcrom ncim dia, à nossa lerra nunca pos
deria alimentar a pretensão de madar redicalmente O seu aspecto Hisionórmia
co em tão escosso periodo, tanto mais que é vila antiquissima, de dificil
transiormação ; É pobre, dispõe de poucos recarsos econômicos €, pira agra-
– var este óbice, houve sempre invetcrado retraimento de capitais particalaress
assim, O comércio tem curtas possibilidades c a indústria é insignificante,
portanto, de valor escasso. A agriealtara, no melhor dos casos, para porco
mais dá do que pagar os encargos e manter um passádio muito modesto.
Há trintã anos para cá constralram-se meia dúzia de edificios, se tanm
to, destacando-se os Paços Manicipais c a Casa dos Magistrados; cm época
mais recente constroiram-sc as redes de esgotos e ágans, que, não se vendo,
quase passam despercebidas; alindoy-se o adro, melhoroa-se a Carvalha,
jez=se parte importante dos calçadas, insteloa-s: o posto de Assistência,
abriram=se dois cafés, um restaurante e mais ama pensão, dotow-se à praça
de belas natomóveis e por dMimo,—age sobreleva- todos os outros melhõs
ramentos cm conjunto–temos a clectrificação, q qual, só porsi, marea o
início dama época mais feliz, um passo em irente no caminho do progresso
c abre rasgados horizontes, pelas ilimitados possibilidades que oferece, a to=
dos os homens de iniciativa e de dinheiro. E” preciso considerar que o Mus
nicípio, pobre cumo é, está agora mumoa sitinção mais dificil por virtade des=
sa obra de lúlego; torna-se necessário que toda a gente corresponda à grana
deza desse sacrilício « ponha de parte ressentimentos que devem esquecer-se
pará bem de todos. E
Dirá, você, que os globos de Irz, tão graciosos é esbeltos, são como colares
de pérolas no colo duma pedinte. .. Talvez, mas à pedinte há-de tod
car-se, vestiv-s?. com elegáncia, virá a ser formosa c linda, para que seja
mercecdora desse colar maravilhoso] aaa
“É palpita-nos que os Sertanenses scrão bem capazes de oferecer à pom
brezinha, que É a sua terra, am belo vestido de brocado, a que as jolas dorão
tradea comarária Faleiros-Gran- Que, F: Ex? nos não leve a
Ja, só no próximo ano [950, será mal este breve desabafo que outro
uma realidade! Mais vele tarde do | intento não tem que não seja fa
quero. Assim, deste benefício ea- mais. Mas, se, por motivo, qu moberá
uma parte à freguesia de Cu- | tivos descontecidos, € lançada do
beçudo (que é para agradecer) mos abendono, do cequecimento, pelo
que, talves, não oblipesse, cinda, menos que se não eragere o
se fosse só paro servir us Cubeçu- benefício que, depois de tantas pedenses.
| zes pedido—reconsirução da esque
nuned!.. No enfemnto, se não
devemos desdenher da fatia de pão
que nos venha ec ser concedida,
FUELOr, JHÃO MIGÍOr, SCrid O DOossa
satisfação se nos fusse dado, ou
viera ser dado, o pão inteiro, q
que nos julgamos com direito,
zer sentir 08 NOSSOS QUEÍCUMES,
realçar os nossos direitos despres
zadus e pedir mais um pouco de
atenção e jusiiça para esta modesta
mas disciplinada e patriótica
freguesia de Cabeçudo, Pela per>
date e pela justiça, wm-—LABGUDENSE