A Comarca da Sertã nº439 12-05-1945

@@@ 1 @@@

 

Eduarao Barata

taas

DIRCCTOR, CDITOR E PROPFRIETÁRIO

da Stva Correia

 

RE B AGOADO E NEMNINIS TRAÇÃO

RUA SERP& PINTO — SERTÃ

AVENÇADO,

PUEE[EH 3E Ao0s3 EÉEHDDE

—— F UND ADORES
== D7 JosS Carlos Ehrhardt —
E-:’:Jª;l-.pgulú Henriquas VYVidídal
— António Barata e Silva —
Dr. jJesé Beroata Corrês e Silva
Eduardo Barate de Silva Corrês

Composto é im-
préêsso nos
Drficinas Gráficas
da Ribeira de P e-
tra, Linmiítoda :-

GASTANHEIRA
DE PERA

T&Ia’funiii

Hebdomadário reginnalísta”í’h’d’ependem defensor dos interêsses da comares da Sertá:: concelhos de Serta Oleiros, | A
—— Prognça-a-Nova e Vila de Hm g trêguesias de Ambndoa e Cardigos (do concelho de Mação) ==

19<+<5S

mmm:an:anl:zamsmm ªmmmªammm ET STSA RS STS RET he o ESTS5A RETTA EZT ES BSTA h Rhomros

HOtas l..

M S H ARO

C M a publicação do presente
“ Húdmero entra 1À Comar=-
ca da Serfãs no X ano de exis-
flência, 0 que represenm aprecid-
vel asfórço no defesa da nossa
região, da nossa terra e da gente
pobre e fintmidde, que, POF O SeF,
é precisamente a mais desfarore-
cida da Dorfuna. ;

Nestes 5 anos, quantos des-
góstos, desilusões e gborrecimen-
tos de ióda a ordem! Quaisquer
ouiros, que se houvessem lancado
na ingrata e espinhosa missão de
jornalistas de aldeia, talvez de-
sanimassem logo nos pruneiros
meses de contacto com. o público
ante à indiferenca e.a falta de
compreensão da grande matoria
d’,a: patriícios par ina mmmítm
que, se outros méritos não aprês

— sentar, oferece do menos o8 de
contribuir para a propagandoa e
borm nome da nossa fterra e da
féêgião de que é sede e corres-
pander, para 08 que inourejam
lange do forrão nalal, à uma
carta de família, que e recebe
sempre com al#arau;a “Enexpri-
mivel, s

“Não nos CB!HPEÍE, nem o8E.

Nerecemos ném queremos fazer
efogros a nos próprios, que aqui
não fém cobimento; para qs cer
suras tatbém não ha vagar! E
tOIAO HÃO POSenos mem devemos
ser juízes em causa própria, dos

leitores É que compele apreciar *

a nOSSA Gcrão.

— Não queremos . fechar esta
despretenciosa nola sem aqui
Gelxarmos Dêm expresso o nosso
Sincero, reconhtecimento a Íodos
quantos, e por qualgHer Hmmodo,

tém auxiliado a Tarefá que entu- –

Stásticamente encelamos em q de
Maio de 1936 :

: 2OF

:dia de S. Marcos, em ho-
mMet, que levara um ma-

cho pelá arreata, quis entrar no
Fecinto da feira que o é tainberm
da capela, para cumprir uma

Eproómessa:: quando o fiscal da

Cármara the pediu o5 3 escudos
do terrado, airendo-The, 60 mes-
to fempo, que, se 08 não guisesse
Fagar, era prejerivel esperar
Fela tardinha e então, gratuita-
inente, sê desempenharia da mis-
são que ali o levava, o MOSSO ho-
mem objeclou com certa filoso-

fia: — Eu tinha que dar 15 e8

eudos de esmola ao Santo: assim,
como não estor disposto a esperar

C“HRTFL_DE LISBOR

III:I”:

recreativo, mas,

EM sido assunto de conversações entre
os naturais da nossa Coómarca a
criação nesta pacata Lisboa, da Ca-
sa da Comerco de Serta, como t-

dispensável não só 4 aproximação e convi-

vio de todos, estabelecendo o espírito de

amizade, lraternidade e lealdade, o

de leitura e de festas de carácter cultoral e

também e, sobretudo, a

grande necessidade de um órgão que defen- .

da e pugne pelos verdadeiros e legihmus in-

terêsses dos povos da Comarca.

Tem «A Comarca: abordado este as-
sunto por várias vezes e até muito criterio-
samente, digâmo-lo, mas não apareceu ainda
alguém que inicie as necessárias démarches
no sentido de se tornar um facto o que até:

cultivo

Mação.

“Casa da Comarca da Sertã”

agora têm sido apenas conversas frivolas e
de mero passatempo.

H, entre os nossos patrícios resld&n—
tes em I.Ishna, pessoas caterrorizadas que
bem podiam promover uma retinião magna
na qual se discutisse o assunto e se elegesse
uma comissão provisória que desse início aos
necessários e precisos trabalhos, comissão
que, à meu ver, seria composta de dois vo:-
gais naturais de cada um dos quatro conce-
lhos c um que representasse as freguesias de |
Cardigos é Amêndoa, componentes da Co-
marca, mas pertencentes ao concelho * de

Aqui fica o alvitre.

FRUCTUOSO PIRES

.a _lӇpis

é que contar oos ladrões, que ju-
raram à sefe pês não viber dor-
tro modo que não seja d custa
dos incagtos !

20%

OS últimos mercados Pern-se
acentuando uma certa far-

que perdurou longo lempo, Há
agora muita batata, ainda velha,
lemumes, fentas, bicos, efo., mas
fudo Tão caro que ar donas de
Casa prêem escoar-se o dinheiro
98 1Tãos serm que por outro lado
consigam obter as provisões nês
Cessdrias para NiNA Seinada, COMO.
=
Continga & haver deliciosas

femente, ds cerejas; fambém já

rentas nesperas, uma das melho-
vês frutas da éboca.

PTRO d POCEIRECE O8 À escudos,
aou 172 do Sontínho e o caso fico
arramado pelo inelhor s

2x

O dia 4 deitaraia por aí

desenas de morieiros a
assinadlar o fermo da guerra, o
que então ammag não estabpva com-
FTirmado,

Quem ficouw nm lanto ou
quanto aborrecido com d Bari-
lheira for o amigo Antómio do
Gosta, que viu abandonar e choó-

co uma rica galínha, que espe-.

rara o presenteasse com uma bod
ninhada de pintainhos!

E parece que pval pedir contas
ao Zeqgto Malioga pelo desacate!

=2em
H’Á muitas domas de casa que
não perdem o mau hábito
de sacudir ou mandar sacudir 05
tapetes da janéla para a ria
Eublica, e que, vistas bem as cot-
sas, é uma grande porcaria!

Mas torna-se difíicil convencé-
-fas arsso!

2s

A CÂMARA mandou pór tor- – sável líquido, que, de há tempo,

A’,margem da guerra

Uma brigada de operárias americanas procede à rebitoa-
gem da cobertura inferior dos bombardeiros tLibera-
tors” B-24 de tipoide transportes, cnnhemdus por C-B87

FFReS

Heiras nos chafariçes, o parece fler ficado, lambém, su
que, tncontesidrvelimente,’ vepre- Jeito ao regime de -ir*.ar:larmmsn-

senta , HmA solucao ade.i-ua:m ve-
rante a falm de déua no depó-.
sito.

h AHd, assim, uma considerdárgel

: ECORDINTA o precioso e indispén-

tó, .

Pn: Pena não ter posto a idêiq
em prática fa moais tempos con-
tudo, vale mnais farde do que
nuHAÇa.

NA Ffeira de Santa Crug, de

Proenca-q-Nova, que al
se realiça fodos o5 agos nus dias
2 e3de Maio, registon-se, na
última, uma pilkhaçem formidds
tel de carieiras, tão descuidados
& desprevenidos andavam os la-

c bradores. E Com esses descuirdos

S olivéeiras e videiras estão =

tindas.

até o fim,
Que a fartura de azeite e de
Finho compersse, de certo modo,
A escasses quasr absoluta de milho

Deus as guarde

a balaio de segueiro, que lamen-

tavelmente se regista éste ano por
tvirfude da seça proloengadissivaa.

FNS

ONS TA que o novo edifício

dos €. T. T, de Proen-
faca-Nova será inaugurado nos
fins do nês corrente om princi-
Fios do prósximo.

om

É !Lªl al um infeliz operário que

hecessita absolutamente de

ser internado ;m sanotório, sem :

que tenha possitilidade de o com-
“Semuir.

Em todo o cato, 03 peditórios,
renderm, anualmente, milhares de
contos e fhád amda muita gente
gênerosa a contribuir com eleva-
dos óbulos pPara o combate o umo

das muis horríveis doenças da

HOS8A éÇA

Impressiona. que se abando-
nem à sua Iriste sorte cenftends
de individuãos, sobretudo chefes de
Tamília, como oquêle, guando há
tanta riguera acumulada sem
proveito para a sociedade.

lt ee i ELono o o

Anunciai
na «Comarca da Sertãs

futro a contrastar com q MISErIA ;

laranjas e aumentam, abundage

aparecem, em quantidade, sumas

 

@@@ 1 @@@

 

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Ex.” Público que recomeçaram a vieorar as seguintes carreiras :

Dleil:oa—Diáría—exceptú aos Domingos
A’lvaro— A’s Segundas—Fmraq

Procenca-a-Nova— A’s Segundas e Sextas

Oleiros — Diária — excepto aos Dommgns

Pedrógão Pequeno— —A’sd.”, 6,º e Sábados
Proença-a-Nova—A’s Qqmtas e Sábados

Esta Companhia pede ao Ex.”* Público o favor de se fazer acumpanhar de um nús
mero de volumes o menor possível, pela dificuldade em adquirir pneus,

PELECELEELE COCS E EDECL LL CCFETLER

a&aa&aaàôaa

castelo Branco-Sertã-Figuelró
doe Finhos-Coilmbro;:

A’s Têrcas, Quintas e Sábados

catmbra—hgue iró dos Vinhos
Sertã-Castelo Branco.

A’s Segundas, Quartas e Sextas

serta-Coimbra—A’s 3º’ e dias 23 (ida el
e volta) néstes dias,

Serta-Castelo Branco – Aos Sibados
| Castelo Branco-Sertã—A’ 2.”-Feiras

7 3” e Sábados ||

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dl
s PEDF?O DE OLIVEIRA &
E Í
jea DOURADOR « PINTOR õ
às -= SERTÃ -; d
s dh
– Ê f
ªfi DUIRAM-SE » pintanicse “ouós os trabalhos concernentes à urie ª—L_fã
Fb D reigiosa. Duouramento em altarza, a ouro fino, preta e doura- f
s dura Mordentes. e brunidos. Fl
:;-“_5_’ TÓDA À OBRA DE TALHA — Tribunas, eltarées, castiçãos, 5-15.’.-*
“lr — tocbeiros, banquetas, cadeiras paroquiais, estantes pira missal, cadei- e
eba oalES, Puard Wventos, eTC., em S
v FINGIDOS : a todns 65 marmorzs c cadeirae. “l
Si o
e ; _’Hl*
.-ÉILE, INTURAS: Bandeiras em sêda com artisbeas pinturas para dre f
m mendades; [M]ITAÇÃO a damascos & cóces próprias e esco- o
‘LIIÚ’ Ihidas Pinturaa em Labuleras de Vidro, Maderra ou Pedra. %TE”
l PINTURAS e retugues em imugens com esmerado acabarmento, &
a
al & e
ê Pessoal habilitado Qu EH desloca 3 qualquer ponto do peís d
al
:“-J-: Áutn-pm[lfra à pistola, pintfura € r::tpsraçãa em autos e mobilias, Tra- à%
º halhos à prova no dietrito de Gasteloa Branco, Santarém, Coimbra,
ª-“i Guarda. Trabalhos ta Exposição do Mundo Purtugues e a Na- l., &

Portugal. Executan se todos o5 trabalhúa que respeltam à acfe religios.

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Avanida Balama de Bastos

@@@ 1 @@@

Hárinnamenln

Assinados. por diversos habi
tantes, desta vila, foram expedi-
dos, no dia 30 de Abril, telegra-
Mas aos sre, Crovernador Civil «
Delegado do Intendente Ceral de
Abastecimentos em Castelo Bran-
2o, solicitando providências. ime-
diatas no sentido de cessar a ma-
nilesta desigualdade que se veriy
fica neste concelho, em relação à
quisi totalidade, quanto à capita-
ção de arrosz e acúcar. Essa re-
clamaçao. é de todo o ponto de
vISta juSLISSIOS visto que, sendo
ESCASSAS ak rações aAtribuidas,
muitos chefes de faroilia pobres
vieme-se obrigados, com bastante
sacrificio, à 1C comprar ao mer-
cádo negro a maior parte do ar-
TOZ C açúcar de que necessitam
para alimentar os seus filhos pe-
quenos: é -os docntes que perína-
nenté tu eventualimente festão a
SEl curgo,

Us telegramas eraám assim re-
digidos :

n Ex “- Cuovernador Civito
Castelo Branco : Mantendo-se ee
mês população Sertã mésmo ra-
cionamento último trimestre com
capitação açúcar acros bastante
inferior cutras populações seme-
lhante: categoria pedimos resper-
tosamente valiosa intervenção Y.
Ex.* maneira pôór têrmo manilesta:
desigualdade mescs Tfuturos como
é justiça ponto neste sentido tele-
grafamos hoje Ex.Ӽ Delegado Tn-
teridente Geral Abastecimentos?+

nEx.Ӽ Deleeado Intendente
Geral Abastecimentos — Castelo
Branço: Vendo persistido êsie
mês população Sertá mesmo ra-
cionamento último trimesire com
capilaçõão açúcar. arcas / bastanle
interior outras populações serme-
lhante categsoria solicitameos con-
tiadarmente – providências V, Ex,*
sentido pór termo desteualdade
Ineses futuros como é de ustiças,

d — .

&mbos foram simultaneamen-
te assinados por: de; Tosé Carlos
Ebrhardt, António Baraizs, Eduar
do” Barata, António lernandes,
Manuel c Antíúnio Santes, Júlio
Leitao, Pedro Oliveira, Ántéruio
Lourénço, Frutuosa Silva, Ma-
únel António. João Pedro Fari.

‘ nha, António GConceição Silva,
Munvel Pracana, Maria Leopol-
dina Rocha, António Dionizio,
Maria Canceição, Angelo Lopes.
Lilementina Barata, Muaria louz,
João Dionizio, Hermenegildo Cos-
ta, Júlia Esteves, Juvenal Santos,
Alberto Alcobia;, Albino Albino,
Isalas Caompino,. Juse Miranda,

Toaquim Falé, Armando Ániónio,

António Costa, Maria Jose

Lierreia, Emilia Barata, Predade

Castanheira, Joaquim Monteiíro,

dr. Pedro Matos Noves, Augusto

Rossi, Alfredo Serro, Manuel

Leitão,

Til o o o E a A o al

Figurinos e Pa-
drões Luc

AÀ Escola Normal de Coórte
“Lucs — Rua do Alecrim, 61,
Lisboa — editou o seu 1º núme-
ro dos Figurinos Luc, respel
tanie à época calmosa que se
aprosima, marcando. arrojado e
intelizente empreendimento, co:
mo, talvez, no gdênero, jamais
hoóuvesse sido tentado entre nós,
porque a beleza e variedade
dos modêélos se agrêda a apre-
sentação gráfica, colorida luxuo-
sa, rivalizando, se acaso se não
sobrepõe, com o melhor que
vem do estrangeliro. Junto, um
modêélo-lição de corte para a&
senhoras e meninas que se inf-
claram na arte de aprender a
fazer AS SuBAS rolupas é vestidos
6 que, já sabendo tanto Qu
quanto, pretendem aperfeicoar
a técnica do corte.

Ao difector- gerente da E. N.
de Corte Luc, o0s nossos para-
bens pelo êxito dêste primeiro
fidurino e pelas maiores pros
peridades -do útl estabeleci-
mento que se impõe pelos seus
processos e métodos de acção
no alto. sentida de bem-servir.

A Comarca da Serta

Iniciativas regionalistas

A . Gaspalha, nas proximidades daá vila de Alvaro, vai ver res-
taurada dentro em breve, a sua capelinha de S. Domingos.

e s dizoo

AÀ Construção ou reconstrução
de uma capela, de uma fonte, de
Um estrada, 4 fundação de uma
escola, que servem o pequenino
lorrao: natal escondido entre as
Serras, representaro, sempre arro-
jado emprecndimento e salutar
manilestação bairrista, que paten-
lelam à cxcelência dos corações
dispostos, atráves de tódas as
dificuldades, à levar é nivel de
vida dos conterrâneos humildes,
quantas e Quantas vezes, por falta
de meios, abandónados aqg seu
destino. Quem empreende . fais
objecuvos— sempre Jouváveis,
fa-lo em testemunho du irmpére-
civel gratidão que bróta, expon-
fánea, das suas ulmes, pela terri-
nha abençõoada que 6$ viu Dascer
e Jumiais equeceu por momais longa
que seja a ausência, por maior ou
Éior que sejam às condições de
vida proporcionadas pela Fortuna.

Tais intelativas têm um conho
de amor que se expande em cla-
rites de bornidade e térnuca.

“loaqum NMateus, activo co,
merciante em Lisboa, proprietá-
rio da Bazar Sucetam em óampu
de Qurique, sentée pelo torrãozi-
nhonatal a Gaspalha – uma pro-
funda amizade, que traduz devo-
ção apalxonada: conhecendo . as
suas necessidades .marteriais e
morais, está disposto a remedia-
-las dentro do possivel. Parno em-
preedimento que se vai executar,
téve, em bhos hora, quem o com-
preende se csse disposcsse-a coa-
djuvá-lo da melhor focma: João
Mendes “Lopes e NManoel João
Júnior, também residénte na ca-
pital e Antónia” André, José
hâmaso Antuncs e Antópio Joso
maradores na CGaspalha.

À Testauração da capela de
5. Lomingos é a primeira tenta-
tiva da seérie de melhoramentos
que a Gaspalha vai conseguir por
imenmtiva de seus Llhos,

No seu entusiasmo bairrista,
diz-nos Joaquim Muteus, em des
crição exubcrante e prolixa,como
apintar à soa Craspalha em fortes
& EXPressivas túlmhdudc’s’.

—tiomecando . pela discrição
da minha pequenina aldeia, per-
mita-me que transcreva um tre-
cho do modesto livrinho que vm
dia publicarei: «EPol assim que
Joaquinzito (Ele próprio) deixou
de vislumbrar « maravillia dáque-
la paisagem beiroa, de . pinhais,
olivais. e cucaliptais. odoriforos,
|á ficando a sua Caspalhita nucna
assentado aureclada de elivedos,
submersa quasi pela frondosida-
de dos seus exemplares centeri-
rios; ao fundo, à capelinha de
mudesto campanário, & locar as
Avé-Marias no dia do seu padro-
ciro-—5. Domingos,—a que o po-
vo, n Plircza da sus alma, pres-
ta inteifu veneração no dia 4 ed
Agoósto de cada ano, conquistan-
do, sujestivamente, as esperanças
em melhores eolhejitas para que
jamais Talie sôbre o altarzinho
daquela silhueta de concentração
a chama ardente de presenca,
alumiando. o alvorecer daquela
pequenina Párria ts.. EM a mais
recondita aldeiazinha do concelho
de Oleiros, de caminhos transi-
távei só a pé ou em carro de bojs,
nua vertente miradoura a ouvir &
sonore sino da têrre de Álvaro,
à dizer, de hora a hora, de quar-
to em quarto de hora — São bho.
ras! E ao toque da missa, vai
dizendo : — VYenham vindo, ve-
nham ! E <juando alguma confes
sada está em pecado, êéle diz-lhe

assim :-Ama a Deus! Respeita

os teus! E assim leva no pensa-
mento todos aquêles pormenores
que pol Imais que os anos corram
nãio se lhe apagam da mente e
rolando, galgando e serpenteande
vai perdendo de vista uma paisa-
gem maravilhosa é encantadora
com que: a Natureza, em obra

sr. Joaquenm Mateus, de Lisboa.

prima, localizou Alvaro, sóbre a
escarpa do Lézere pelo poente c
pela melancolicaribeira da Valvi-
nleira pelonascente e com &. VPe-
dro 4 ilharga dá cemitério. Perdi-
dos de vista os imensos vales que
[or entre a cordilheira mergulha
vYum, cm breve se chepa à Cava
e logo se aporta à Sertã, vila an-
t]llga e pitoresta, cabendo-lhe na
istúria algumas páginas que
atestarm àa valentia dós sevs ‘J’l[‘i-
meiros. habitantes e o desaloro
duma cosinheira que nom mo-
mento de invasão aplicou a fri-
pideira, cheia dos cvos que es-
trelava, na cara’do invasor chefe-
Lentro turistico de verdadeiro en-
troncamento, banhada pela ribei
ra gracil—qual serpente 8 espre-
SUlçar-se vagarosamente Lozg co-
municativa Carvalha, a convidar-
nos nas tardes amenas do estio,
s Faços do Concelho, altaneiíros,
um dos melhores patrimônios
provincianos. Mais cá, a déscer
agora para ouitro precurso do
térzere, a linda Sernache de Nu-
no Alvares Fereira, Fereira do
Lézere, Tomar, cidade cosmopo-
lita à beira doa Nabão plantada,
com o seu convento de GCristo &
dominar todo aquéle casario vin-
te e cinco por cento industrialia-
zado.- ..
— Quantos habitantes tem u
traspulha ?
n adultos, 154 meninos &
rapazes é 13 meninas e raparigas,
—E fogos ?
=B
— Todos 05 anos, em 4 de

Asosto, o5 bhabitantes realizam a,

iestinha a &. Domiíngos, seu pa-
dróeiro t :
—ó o se realiza quando,
HEeSSCO aDoO, alguéerm morre na
povoação,
— 1e que consta a festa 7

—De mmisSa prosissão, seguin

do-se arratal, em que os da loca
lidade e dos povos cireunvizinhos
se divertem num ritmo alegre e
na melhor camaradagem, Eg cos-
lurmma ser concorrida, talvez pelas
poucas diversões que aªuela gen-
te tem nor decorrer das suas
vidas,

E’ muito grande o estado de
ruína da cap.ehla.?

—E’ de desmoronamento par-
cialc A dapela foi, fundada poór
descendentes duma farmília local
bhá mauis de ) anos, como preito
de humenagem a um ente quéri-
do. A idéia dé restauração basela-
-36, aléro du sua conservação, em
criar ambiente de propaganda
progaressiva pelo desbravar de
caminhos que seja possível iran-
sitar, e proporcionar estimulo
úquela santa sente para que pro-
cure vIver à vida doséculo pre-
sente-s

— A restauração compreende
obras interiores e exteriores ?

Não pode deixar de assim ser,
porque. tôda a capela se encon-
tra em péssimo estado e é preci-
NIão equecer que há ruinas a re-
parar. À capela tem
altar, que / é preciso
custo previsto das obras, não in-
clamdo carrelos, pedra & areia,
está calculado, ainda que arbki-
trâriamente, em d1 mil escudos.

—Como conta a Comesto
obter o NUMerácio Oecessário :

—Uorm a gencrosidade de To-
da a massa belroa, comprovado:
tomo cesta, pelas poórtas a que
temos batido, que 16dos nos re-
cebem com o carinho e amizade
desceritos nas circulares elabora-
das pelo Comissao é que vA Co.

murcax+ publicou há tempo. Note, –

que 05 móradores dão rodo u
auxilio. que estiver Jeniro das
Suas. possibilidade : crauspoórtês,
rtmadeira, pedra e areia. :
Fensa a Comissão ter às
obras concluídas até € de Agosto:
—Sim, essa é/ a nossa ideia;
se assim fêr, proporcionar-se-ão,
& “

ãpenas: um
ourart. O .

nesse dia, 05 máximos atrativos
para que à Teúnião, em massa,
daqueles pequenos : póvós Jecia
ma realidade; em iela convi-
Vência v unimação; Acssé dia ten
ciono sceredar-lhes;, em singela
palestra, com certo bom Inumor,
4 modo de conseguirerm uma v

da imais sádia: isto, se o ambien-

te fôr propieio,
— Quem dirige – as clras :
—Ls membros da Comissão

da Gaspalha cm estreita colabo-

Tração com 08 de Lisboa. Ois tra-
balhos. de pintura e doucamento
serão confiados a Pedro de Olr
velra, da Sertãt, se pocventura
estiver à altura das nossas ex
gÊêncIAZ.

——A que povoações está ligu-
ÉHÓR a traspalha, aléro da vila de
Álvaro;, de que é termo ?

— Felgueiras a 6 quilómelros:
Talvinheira, & 4, como a Igual
distáncia, 0u com pequena dife-
rença ficam &. Bartolomeu, Sen-
dinho, da Senlhora e de Santo
Amaro, , já 04 Imargem direita
do Leézere, Lormba do. Bavrco,
Açõr, VYale Serrão é à NMaris
Lrummes, esta vultima poroação ja
a 7 qulómetros. Yias de. ligação

não há nenhumas, à Não ser om

pruinitivos caminhos de cabras e
um ou outro, mas péssimo, cami-
nho de carro de bôis,

Us habitantes / da. Gaspalha
estão satisfeitos com &Linccrativa?

—Não cabem em si de eon-
léntes com a infelativa da recons-
trução e certamente, tambéro,

por que naquêle dia’ scus filhi-)

hlos expertnmmentero um pouco a
lundade sde / cotos corações. -.

—A AComissão imita 6 seu
papel a esse trabalho ou tem em
mente. mais aleuns melhoramen-
tas de utilidade geral para a po-
[11]].’:Çãn ?

—TDepois de conclúida a re-
paração da capela, é seu propó-
sUo não. cruszar os braços, tmas
continuar no fortaleciménto doo-
ral e baisrista. Tenho. esperança
de que, dada & posição geogrã-

fica daquela zona, que é 6 centro

do eixo Oleiros— Alvara— Pampi-
lhosa da Serra, o tufísmo muto
teria a lucrar com o desbrava-
mento dos caminhos por entre as
suas palsanens-de horizontes es-
quisitos c atraentes: asim, não
sera de. admirar que o Estado
Novo venha a collhar pelo seu fus
turo, aiém de que a estrada Gas-
telo. Branco-Coimbra é um farol]
que vira a NWuminar, porí certo,
com a suvua luz cintilante, o Jutu
vm de tóda essa região bem linda,
onde o5s AoSSOS COMPAtriotas,
pela sua condurta e amor à terra,
se mostram bem dignos descen-
dentes de Viriato,..

DETODCAOI DA

Furto de grande pore.
ção de ferro

lEncontra-se prêso nas cadelas
desta comarca Manoel Fernan-
des, solíeiro, do, Gasalinho, [re-
guesia do Sobral (Cleirosy, que.
encontrando-se um serviço do s.
Eduardo Andee da Silva, de
Abrunheiro Grande, feesucsia da
Fundada (Yila de Re, furtou a
êsie, da sua’ oficina de férreiro,
cêrca de 300 quilogramas de ferro,
que dépois escóndeu mum pinhal,
Juntamente com outros objectos
também turtados aó mesmo, can-
deeiros, toalhas, reralhos da fato,
latas de tinta, ete.

Cia furtos vinham sendo pra-
ncados desde Janeifo.e calculam-
-se em valor superíor & mil es-

cudos,

Alravés

da Comarca

Pedrógão Pegueno.

A Comissão de Socôórro de
Inverno desta freguesia. com- :
posta dos srs. Carlos Ferreira
David, Eseverendo Serafim Ser-
ta, Professor Joagoim Nunes
Rodrigues, Domingós da Costa/|
e JTanuário Simõô:s Borata, a=
darinfam 0s sedulintes donaiívos: :

lunta de Freduesia;, 1, (00SO0;
Misericórdia, 400E00: Januário
Simões Easrata, GUOSOO: Firmino
Laurenço da Siiva, ZO0FDO; Pa-
dre António Fernandes da Silva:
Martins, Anuelo Pereira, Carlos
Ferreira David, LDomingos da
Costa, Josê Martina, Mannel:!
Martina de Almeida, Danle] Fer-
nandes e José Lourenço da Sil-
va, IQUSOO cada um; Joaquitm
Nunes Rodrigues. Padre Séra-
fim Serra, Guilharmino da Silva
Firão, D: Josefa da Silva, Angelo
Ferreira, Vidígal, José Ántunes
&maro e Manuel Martins, 50€00
cada um; Franciaço Álveg da
silva, a8SS00:. António Louren=
ço da Silva SO$00; D, Maria do
Céu Lopes de Soúsa, D, Maria
Júlia Mesquita, D, Angela Yidi-
dal Marinha, D. Maria da Gón-
ceição Costa, Libânio Fetnan-
des, Pl]-]túniu H-nriques Vídigal,
António Antunes Fernandes Ba-
rata, Manuvel Fernandes, Jeroó-
nimo Martins Nunes, Manvuel
Arnautto, José António, 2000
cada um ; Josée Fernandes Grilo,
12550; Francisco da Silva Bara-
ta, António Martins Dias, João.
da Costa Alface, Manuel Antó-
nio Sapateiro;, José Duarte da
Silva, José da Gosta 10800 cada
um ; D. Eugénia Leite Ferreira
VYidigal, Noé Henriques AÁntu-
nes, Josê Antunes Xavier, Ma-

“nuel Fernandes. Gosta, António.

Lopes Fessoõa, Maria da Nativl-
dade, Joao Nunes Figueliredo,
5$00 cada um ; Maria da Pleda–
de Gomes, 2$50.
Angariou-se um total de
a A5g0O que foi distribuldo a
100 pobres da freduesla em cal-
çado, cobertores, chales, calças,
Piusas, salas, lenços e cemisas
que foram distribuldos no dia
12 de Abril, na sede da junta
de Freduesila, perante a Comis-
São é à que assistivcam além dos
contemplados muitas outras pes- :
poas desta vila :

Madetrã, . 4

Pequenos é drandes vinteo!-
tores desta resião encontram-seêe.
deveras descontentes devido
ainda não se ter procédido à
distribuição de sulíato e enxõ-
Ire, as videiras, encontram-se
deveras atacadas e se não fo-

rem tratadas o mais rápido
possível perder-se-ha tóda à
colheita,

Pedem-se providências às
autoridades competentes para
assim evitar drande prejuízo,

: C.

dd Á o o ol

Começaram

n8 trabalhos da ponte aóbre
o Zézere a ligar os distrl-
tos de Coimbráa 6 Castelo
Branco.

ORVALHO (OLEIROS), 25.
Estã já em construção a ponite
sóbre o Zêzere, nos arredores
desta povoação, a qual servira
para à ligação dos distíitos de –
Castelo Branco é Coimbra, visto
que à estrada respectiva — nº
A0-3.” — já se acha aberta até às
duas margens daquele rio, nos
concelhos de, Oleiros e Pampi-
thosa. Ã

Representa aquela ponte à
conclusão da relerida estrada,
que muito virá contribúuir para
o progsresso de tóda esta região,

E’ provável que, antes do
fim ano, já se possa atravessar
a ponte em qualquer veícuia,

 

@@@ 1 @@@

 

À Comarca da Serta

PAZ.

Tomar, Abril de 1945

ENDITA

A Paz! a dôce Paz será um mito ?

Um sonho, uma quimera, uma ilusão ?
No livro do Destino está escrito

que o Mundo viva sempre em convulsão ?

SENHOR!! Que o Teu poder bem infinito
nos toque fundamente o coração,

unindo em Eterno amor,-— amor bendito,

os homens em fraterna comun]zãa /

Que o Mundo de amanhã, já redimido
do vício, da miséria social,
deixe ser um mundo corrompido ;

E os homens, num abraço fraternal,
perdoando a injustiça, o mal sofrido,
caminhem sempre unidos no ideal.

PATO DA LUZ

Foi suspensa,

sem aviso prévio, a
carreira de camio-
netas de passagei-
ros entre Sobreira
Formosa e Lisboa,
com passagem por
Abrantes

A firma João Clara & C.º
(Irmãos), que vinha explorando a
carreira de camionetas de passa-

eiros entre a vila de Sobreira
Ig”‘ormosa e Lisboa, com passagem
por Abrantes, suspendeu-a no fim
de Abril, segundo nos informam,
sem aviso prévio, pelo facto de
dali ter partido uma reclamação
contra o atrazo, de 4 a 5 horas,

que últimamente se verificava à

chegada. Um atrazo tão grande
causava, como é evidente, eleva-
dos prejuízos ao público, tanto
mais que ela estabelecia a ligação
com os combóios de norte e sul.
Mandou o Conselho Superior de
Viação, diz-nos o nosso informa-
dor, proceder a um inquérito e
em vista do fundamento da quei-
xa aplicou uma penalidade à
emprêsa, que, sem olhar a
quaisquer considerações e apenas
a título de represália, suspendeu
carreira sem dar cavaco: :.
Agora seja-nos lícito pregun-
tar: a emprêsa tem ou não o de-
ver de cumprir o contrato a que
se obrigou e que deixou de res-
peitar simplesmente por ter in-
corrido em faltas que são do do-
minio público e contra as quais
houve justificado protêsto ?

Subscrição
para as obras de restaura-
ção da capela de S. Domin-

gos, da Gaspalha, freguesia
de Alvaro.

Alvaro da Rocha Gomes,
Francisco dos Santos, Anónimo,
António Alves Neves. Guilher-
mino Silva Solnado, Vítor Baptis-
ta R. Barata. Alfredo de Men-
donça David, dr. Jaame Lopes
Dias e Epifânio Dias Mateus,
20300 cada ; Silvino Martins Fer-
nandes e Francisco Costa, 50800
cada ; D. Maria Angusta Mendes,
António Antunes, Manoel Mar-
ques Almeida e Anónimo, 10;500
cada; Anónimo, José de Carva-
lho, Samuel Costa, José Fernan-
des, César Alves e António Men-
des Neves, 5500 cada; Augusto
Mateus, João Antunes Gaspar e
* Henrique Augusto Pires, 30500
cada ; José Francisco, 7850; Al-
fredo Moreira, 100500; A. H.
Santos, 2850 ; Manoel Maria Mar-
tins, 15800. . Soma, 565809.

Feira Franca na Sertã

“*No próximo dia 20 realiza-se,
nesta vila, a costumada feira
franca. FS

Socorro do Inverno

O Socorro do Inverno dis-
tribuiu a quantia de 5.070.000$00
por todos os distritos do país
destinados à criação de Alber-
gues distritais, cozinhas econó-
micas, cantinas escolares, cre-
ches, hospitais, centros de as-
sistência . social asilos, etc., e
para auxílio de muitas destas
instituições já existentes.

AOo distrito do Pôrto
1.000.000$00; ao de Setúbal
400.000$00 ; aos de Aveiro, Beja,

Portalegre, Santarem e Viseu

300.000$00 cada: ao de Vila
Real 285.000$00; ao da Guarda
275.000$00 ; ao de Faro 270.000$;

aos de Coimbra e Evora 250.0008;
ao de Castelo Branco 230.000% ;

ao de Leira 200.000$00 ; aos de
Braga e Bragança 150.000$00 ; e
ao de Viana do Castelo 110.000$.

Foi também entregue a quan-
tia de 600.000$00 ao Comissa-
riado do Desemprego, quantia
que êste distribuíu por todo

. país.

Ec EEcçEsçEaa E

TRIBUNAL JUNICIAL

MOVIMENTO EM MARÇO

Distrlbuição: 8) Inventários
orfanológicos por óbitos de : Do-
mingos dos Santos, Póvoa da Ri-
beira Sardeira, Castelo ; 12) Car-
ta precatória para penhora, ex-
traíida da execução por custas que
o M.º P.* move contra Rosa Al-
faiate, também conhecida por
Rosita Penteado, prêsa nas ca-
deias desta comarca, e outros,
vinda da comarca de Oliveira de
Frades; 15) Inventários orfano-
lógicos por óbitos de : Maria Joa-
quina, Vale do Grou, Vila de
Rei; Aniceta Maria, Orgueira,
Vila de Rei; Maria Joaquina Es-
teves, Mó, Álvito da Beira; Ma-
ria do Rosário, Pedra do Altar,
Peral ; João Ribeiro Pego, Chão
do Galego, Montes da Senhora;
Francisca da Conceição, Esfrega,
Sobreira Formosa; Luísa da
Conceição, Vale do Porco, Sertã;
José Fernandes, Várzea dos Ca-
valeiros ; Manuel Joaquim Alves,
Outeiro das Colheres, Serta;
Adelino da Conceição Costa,
Cimo da Ribeira, Sertã; Maria
Segunda Rosa, Vilar do Ruivo,
Fundada; Maria da Silva e ma-
rido, Miguel Ferreira, Nesperal.

António Farinha

Acompanhado de sua espôsa
e fiho encontra-se na Sertã, vin-
do do Rio de Janeiro, o nosso

prezado assinante e amigo sr.

António Farinha.

Os.nossos cumprimentos de
boas-vindas.

1 O problema da água .

O povo de Outeiro de Lagoa, passa sêde de verão

«Se a saúde é o primeiro

dos bens, a higiene deve ser a
primeira das artes.»

LACASSAGNE

Avizinha-se a época calmosa,
aquela em quewmais se faz sen-
tir a falta de água potável nas
regiões rurais. E, êste ano, com
a falta de chuva que se tem no-
tado durante o inverno, mais
agravará a situação de tantos
milhares de camponeses, que
vivem uma vida inteira lutando
com a terra, a qual por vezes é
madastra, a-fim-de a tornar mais
produtiva, proporcionando-nos
assim inúmeros produtos essen-
ciais à nossa existência. São ês-
tes lutadores a base de tôda a
luta, por isso devem ser dignos
da consideração dos seus seme-
lhantes, e, a fazer-se justiça, de-

.. ve-se-lhes uma grande dívida,

à qual êles reclamam uma retri-
buição, que aliás é justa e hu-
mana : abastecimento de água e
vias de comunicação.

* *

O Outeiro de Lagoa faz parte
da freguesia de Sertã, da qual
deve ser uma das mais impor-
tantes capelanias, pois conta
cêrca de 100 fogos, com 400 ha-
bitantes (números redondos) e
vergonha é dizê-lo, mas é a ver-
dade, tôda esta população é
abastecida de água, de uma
fonte, que durante o verão pas-
sado chegou a ser abandonada,
como coisa inútil, dada a exi-
guidade da sua produção, que,
a ser aproveitada, redundava em

prejuíso, pela perda de tempo.

Têm então estas criaturas de
andar grandes distâncias, em
procura do precioso líquido,
mendigando-o nas propriedades

em que há poços.

Como se sabe, a água adqui-
rida por êste processo, nem
sempre reúne as condições ne-
cessárias para o fim a que se

. destina, em regra para beber e

usos domésticos, porque, sen-
do os poços descobertos e
quási sempre em planos baixos,
correm para ali as enxurradas,
quando chove, levando na sua
corrente tôda a qualidade de
imundícies.

Deviamos ter sempre pre-
sentes estas palavras do ilustre
clínico Dr. Ernesto Roma: «Oi-
tenta por cento do problema da
higiene popular, resolvia-se
com água e sabão?>.

A água é a base do asseio e
sem asseio não pode haver saú-
de. À vida do homem, actual-
mente, tem a fragilidade de uma
linha de costura, sempre expos-
ta aos mais insignificantes conta-
ctos, sempre sob a ameaça de
sentenças de morte. Basta uma
môsca vinda dum monturo (o
que infelizmente, ali, faz parte
do embelezamento das próprias
vivendas); o contacto com qual-
quer objecto putredinoso, para
originar uma epedemia, arre-

. messando para os covais dos

cemitérios, pessoas cheias de
fôrça e dotadas de nergia bas-
tantes para vencer nas lutas
impostas pela existência.
A-fim-de evitar que um dia
tenhamos de registar um tão
trágico acontecimento e ainda

“no intúito de acabar com o seu

constante martírio na obtenção
de um cântaro de água potável,
o povo do Outeiro apela para
os Poderes Púbicos, na espe-
rança de virem a ser ouvidos
os seus clamores.

José Pedro

— Beneficência

Com destino aos nossos po-
bres, recebemos : do sr. Henri-
qua Nunes, actualmente em
Amioso, 208C0 e do sr. António
Joaquim Alves, de Amadora,
6800. – :

Os nossos agradecimentos.

Um aspecto do lindo jardim do Adro da igreja maitriz
: da Serta, na Primavera AA=——

eJOE)

Notas retiradas

da cirçulação

— —Conforme aviso tornado pú-.
blico em 27 de Março último, a

Administração do Banco de Por-
tugal resolveu retirar da circq.la—
ção as notas que passamos a 1n-
dicar, que, depois de 29 de Se-
tembro p. f., só poderão ser tro-
cadas nas suas Delegações, depois
de devidamente autorizadas:

1.000800 esc., ouro, ch ? 4 (efígie

Marquês de Sá da Bandeira);
500800 esc., ouro, ch.º 4 (efigie

Duque de Palmela) ; 100300 esc.,

ouro, ch.é 4 (efigie Gomes Frei-
re); 50800 esc., ouro, ch.* 4 (efi-

gie Borges Carneiro) ; 50300 esc.,

ouro, ch.º 5 (efígie Duque de Sal-
danhá).

Agenda

Estiveram : na Sertã, os srs.
José da Costa e Carlos Domin-
gos ; em Alvaro, com sua filha,
o sr. João Lourenço. R

— = Encontra-se em Carnape-
te, com sua espôsa, o sr. Antó-
nio Joaquim Alves, da Amadora.

2 SfOS

Necrologia.

Na sua r.esidência da Senhora ,
dos Remédios faleceu, na passada
3.º feira o. Reverendo P. Guilher-
me Nunes Farinha.

Biblioteca Popular —
c da Seria

O nosso amigo sr. dr. Vifgr
lio Godinho,advogado em Castelo
Branco, teve a gentileza, que
muito agradecemoo, de oferecer
à B. P. da Sertã os seguintes li-
vros: À Herdade dos Castros,
Cousas sem nexo, Acções posses-
sórias, A Revolução continua. . .,
Andam navios no mar…, Con-
nacionais para crianças,
A abnegação de Cláudio, Corpo-
rativismo, Gente de além, O fim
do bandido e A Legião maldita,

poriosidades

8. — Uma víajante imaginosa

Ignoro onde foi impresso e
editado um folheto com âste fí-
fulo: Feuilletes détachés d’un
journal de voyages par Mar-.
ggeritta, uma parte do qual des-
creve uma viagem em Portugal.

Margheritta. deve de ser o
pseudónimo de uma mulher.
Logo de entrada compara a re-

— gião da Beira-Baixa, por onde

entra o sud-express, com a Es–
cócia; é chegando a Lisboa alo-

ja-se no Hotel Central. Diz que .
o seu appartement fem seis ja-

nelas, donde vê o Tejo. Afirma

que Lisboa pode rivalizar com
Constantinopla ou Napoles. Viu –
a igreja da Conceição Velha, a
que chama, no velho hábito de
os estrangeiros estropiarem no-
mes portugueses de Conceias de
Velhas. Diz/ que a igreja da —
Graça é o mais vasto templo de
Lisboa (1). Diz que nela está de- .
positado o túmulo de Afonso de.
Albuguergue com o seu corpo (O).

(1) Não é exacto o de S. Domingos
é mais amplo, :

(2) Não, deve estar certo, porque
em Azeitão estão ossadas que se su- .
põem serem suas, ainda que não ave-
riguadamente, e o tumulo parece ter .
pertencido a alguém da sua família.

Ec ee

O racionamento
no concelho

A excepção que contínua,
como no 1.º trimestre, a verifi-
car-se no 2.º de distribuir pelos
habitantes do concelho uma ra- ”

-ção insignificante de açúcar— –

300 gramas por pessoa — , com
a agravante de, ainda as senhas
se distribuírem tarde, é causa
de comentários azedos e de
certo mau-estar. Poucos, rarís-
simos mesmo, deuém ser os
concelhos em que a capitação.
de açúcar seja inferior a 800
gramas, atinsgindo 1.000 gramas –
em muitos dêles. ã
Falamos no açúcar porque é
êste o dénero que mais falta ftaz
numa casa de família, sobretudo
onde haja— como sucede na
grande maioria — crianças, pes-
soas idosas e doentes, já que
os últimos ràramente poderão
contar com uma porção especial |

– do artigo por receita médica

depois da supressão, quási to-
tal, da reserva para os doentes,.
louvável e inteligentemente es-
tabelecida e mantida pelo pre-
sidente da Câmara cessante,
dr. Carlos Martins. =
Supõe-se que deve existir
grande quantidade de açúcar em
todo o País, tanto assim que não
há dificuldade em obtê-lo no
mercado negro; e é nêle que
alguns pobres pais de família o

“vão adquirir por 20 escudos o |

quilograma !!!, para o sustento
de seus filhos pequeninos. À –
questão é que, àquele preço, só
podem chegar os ricos ou as
pessoas a quem o dinheiro não.
custa a ganhar; a grande maio-
ria da população, pelas dificul-
dades da vida, tem de se limitar
às porções exíguas do raciona- .
mento ou passar sem êle.——-—
Quando se trata de capita-
ção subentende-se que a ração
deve ser igual para todos os.ci-
dadãos… que têm cabeça! ..

l=l===’ll=l :
Nascimento

No dia 14 do mês passado
teve o seu bom sucesso, dando
à luz um menino, a sr. D. Zé-
lia Noémia Pestana de Aguiar,

.espôsa do sr. dr. Dídio de

Aguiar, médico na capital..
Mãe e filho estão bem,