A Comarca da Sertã nº434 31-03-1945

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DIRECTOR, EDITOR E PROPRIEÍÉRIO
Eduardo Barata da Silva Correia

 

— REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO —

RUA SERPA PINTO — SERTÃ

AVENCADO

PUBLICA-SE AOS SÁBADOS

— Dr José Carlos Enhrhardt —
. Angelo Henriques Vidigal
António Barata e Silva —
Dr. Josó Barata Corrêa e Silva

: —— FUNDADORES —
Dr
Eduardo Barata da Silva Corrêa

A A AAA aaa ESA o

Composto e im-
presso nas
Oficinas Gráficas :
da Ribeira de Pe-
Limitada :

F;

CASTANHEIRA
DE PERA

i Telefone16

ANO X
N 434

Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarea da Sertã : concelhos de Sertã, Oleiros,
== Prognça-a-Nova e Vila de Rei; & freguesias de Amêndoa e Cardigos (do concelho de Mação) AA=

351 :
MARÇO .
H 1945

PSA R2A E2SO R2IS9 E2IS4 BR2159 E2IS2 R2TSA R21S2 R2S2 12153 E2ISA EZTISA R22 259 R2552 R2 CISQ R2ISO R2IS2 R2552 R2S R22 12952 R2A R25S2 R2 2S RoIS RS R2IS RASSS

“Semana das
Colónias,,

De 23 a 29 de Abril vai rea-
lizar-se a «Semana das Colónias»,
cujo programa, êste ano, como
dos anteriores, é constituído por
sessões em que se efectuam con-
ferêncies, palestras ou lições sô-
bre matéria colonial, a promover
dos Estabelecimentos de ensino,
Unidades e Estabelecimentos mi-
litares, nas Câmaras Municipais,
nos Sindicatos e outros Organis-
mos corporativos, etce.

Esta acção de propaganda
merece desvelado apoio do Go-
vêrno da Nação pelo seú patrió-
tico objectivo e a Sociedade de
Geografia de L’isboa continua a
realizar a «Semana das Colónias»
para despertar em tôdas as ca-
madas sociais da Nação o cari-
nho e interêsse pelo nosso Impé-
— rio Colonial, que «todos não so-
—mos de mais» para engrandecer
e valorizar.

— A Sociedade de Geografia
pretende que em todos os centros
populosos se realizem, durante a
«Semana das Colónias», confe-
rências ou palestras adequadas
ao auditório da sessão, visto nes-
Ses centros se encontrarem hoje
militares, professores, funcioná-
rios, comerciantes e industriais,
etc., que conhecem as nossas co-
Jlónias pelos seus estudos ou por
nelas terem exercido a sua acti-

vidade e, por conseguinte, delas |

— Se poderão encarregar.
7 EcA
Chuva de oiro…

A chuva, anciosamente espe-
rada há tantas semanas, veio, fi-

nalmente, na 6.º feira da semana |

passada, à tardinha, depois de
uma ventania forte e incomoda-
tiva, que levantava grandes nu-
vens de poeira, sujando e cons-
purcando todos os recintos
abertos, :

Choveu bem, durante a noite
caíu violenta bátega e é provável
que as terras fiquem bem abebe-
radas e as nascentes adquiram
grande parte do líquido que deve
alimentar na época do estio.

Tôda a gente, mas muito
mais o lavrador, vivia preocupa-
do ante o receio dum maior pro-
longamento da estiagem que, a
continuar, traria fatalmente a fo-
me ; as batatas e os cereais tudo
morreria por falta de água e es-
brazeados pelo calor dum sol que
mais parecia de Junho,

O Inverno deixou-nos tristes
recordações : muito frio, intensis-
simo, frio mesmo, geada, alguma
neve e pouca chuva, medida a
conta-gôtas! Que a Primavera
entrou com o pé-direito, assim
parece! Por isso a saúdamos
com .alegria, confiantes de que
ela seja a mensageira da fartura,
do pão dos pobres!

]ílmg’él a |

ião que se despenha

e e :
mpressionante :

próximo do Vale do Pe-

reiro; o piloto é encontrado carbonizado

POPULAÇÃO da Sertã e de parte da
freguesia da Várzea dos Cavaleiros
viveu algumas horas da mais intensa

comoção quando soube da impressionante

tragédia: despenhara se um avião próximo
do Vale do Pereiro e o piloto fôra encontra-
do irreconhecível, completamente carboni-

zado. a

Quem viu o quadro lúgubre, pavoroso
e verdadeiramente trágico dum avião des-
pedaçado, desfeito, com as peças contorci-
das pelo fogo e, no meio, o cadáver do infe-
liz piloto, de tal forma carbonizado que as

| extremidades dos membros haviam desapa-

recido e a cabeça, com o crâneo triturado,
era uma massa informe e enegrecida terá gra-
vada, no seu espírito, durante muito tempo,
a impressão bem nítida do brotal desastre,
que arrancou à aviação um experiente e
denodado piloto, único amparo da sua po-
bre mãe, que mais do que ninguém, sentiu
tôda a imensidade da tragédia que lhe rcu-
bou, para sempre, o filho querido.

*
& %*

Têrça-feira, 20 de Março. São 9 horas
e 55 minutos, Ouve-se ao longe o ruído de
motores de aviões, a princípio vago e impre-
ciso e que é mais e mais intenso à medida
que se aproximam. São nada menos de 4,

|— faiscando ao sol dessa manhã linda e serena.

Voam alto, muito alto, na plena galhardia
de quem domina o espaço aéreo… Des-
cem, depois, rapidamente, desenhando con-
tôrnos caprichosos e aproximam-se do casa-.
rio da vila, sobre o qual evolucionam com
uma elegância e graciosidade que desperta
a atenção de muitos que param, nas ruas,
ou acodem às janelas para os ver, prêsos de

encantamento.

Aquelas curvas graciosas têm qualquer
coisa de voluptuoso, de extremamente belo!
Os aviões, prateados, airosos, cintilantes sob
as carícias do astro-rei, percorrendo o es-

. paço com velocidades incríveis, parece des-

prezarem a terra para se aproximarem do

: Céu, de Deus. .. :

De-repente, a esquadrilha, num arranco,
que se assemelha ao da leoa ferida e já nas
vascas da morte, soltando uivo prolongado
e tão violento que parece fazer estremecer o
casario, toma a direcção sudeste; quem
observou o voo vertiginoso, não o pôde
acompanhar por muito tempo porque os
raios do sol, reflectindo -se na couraça pra-
teada dos aviões, cegavam… Mas, mesmo
assim, houve quem, não desistindo de son-

dar o espaço naquela direcção, visse, minu-.

tos depois, dais aviões tomar o rumo poente !
E os outros? Surgia ao pensamento uma
dúvida, que era receio..

Houve quem visse cair um dêles, de

lado, aza para baixo e elevar-se uma grande
coluna de fumo negro, que se avistou muito
longe, ao mesmo tempo que se produzia
forte detonação e se notava que um dos
aviões sobrevoava o local e depois seguia,
rápido como meteoro, ao encontro dos dois
primeiros, para a Base. ;

Não . restavam dúvidas, infelizmente,

—de que havia ocorrido desastre grave. O pi-

loto fôra acometido de síncope, segundo se
presume, e o avião, sem direcção, despenha-
ra-se naquela encosta, derrubando dois gi-
gantescos pinheiros; à queda seguiu se a
violenta explosão, que elevara no espaço
grandiosas colunas do fumo negro. O ruído

ouviu-se a muitos quilómetros em redor e –

muitas dezenas de nessoas das proximida-
des,sendo as primeiras a chegar Zacarias Mar
çal, da Várzea dos Cavaleiros, que estava a
trabalhar no Outeiro da Várzea e António
Lourenço, das Semárias. O ponto onde
caiu o avião é chamado Vale da Fonte, ii-
mite de Semarias, a dois quilómetros do
Vale do Pereiro, na freguesia da Várzea dos
Cavaleiros, dêste concelho. As primeiras
pessoas que chegaram, vendo que o infeliz
aviador estava morto e que as chamas vio-
lentas iam consumindo o aparelho, trataram
de salvar dêste tudo o que puderam, arran-
cando, à fôrça, tôdas as peças que lhes
estavam ao alcance.

Do Vale do Pereiro seguiu de bicicleta,
em direcção à Sertã, onde veio pedir socor-
ros, o sr. Romão Cardoso, que fez o percur-
so em 8 minutos! De repente, tocou o sino
de alarme e muitos compreenderam a ex-
tensão da tragédia: um avião estatelara-se
para os lados da Várzea! O pronto-socôrro,
que é dotado de duas macas, seguiu ime-
diatamente e a tôda a velocidade para o lo-

. cal; nada mais havia a fazer do que arrefe-

cer, com jactos violentos de água, a parte
da carcaça esbrazeada pelo fogo, já que os
primeiros populares ali chegados, num acto
de previdência muíito de louvar, tinham lan-
çado grande camada de terra na estrutura e
sobretudo no cadáver do infeliz piloto, evi-
tando que êste se consumisse totalmente
por entre as pavorosas chamas negras.

Da Sertã, da Várzea dos Cavaleiros e
de muitos outros pontos em redor seguiram
centenas de pessoas a tôda a pressa para o
local do sinistro, a pé, de bicicleta, de ca-
mioneta e de automóvel, umas por simples
coriosidade, outras convencidas de que po-
deriam prestar qualquer auxilio, que, a-final,
não era preciso. —

A esquadrilha, composta de 4 aviões,
como dissemos, saíra da Base Aérea n.º 3,
em Tancos, comandada pelo sr. capitão An-
tónio de Morais Sarmento. Os outros 3 apa-
relhos eram pilotados pelo 1.º sargento Mar-
ques, furriel Cardoso Matos e 1.º cabo Vir-

E

: | D. Matilde de Jesus e Silva
de-pressa seguiram em direcção ao local

Melhoramentos regionais

Pelo Fundo de Melhoramen-
tos Rurais foram concedidas as
seguintes “comparticipações: à
Câmara Municipal de Oleiros,
para abastecimento de água à’
povoação de Sendinho dê Santo

| Amaro, freguesia de Alvro,

4.765%$00 ; à Comissão de Melho-
ramentos de Montinhosa, fregue- —
sia de Oleiros, para o abasteci-
mento de água àquela povoação,
8.583oo; e à Junta de Fregue-
sia de Cambas, concelho de

— Oleiros, para abastecimento de

águas à povoação de Admoço,
3.319%00. D

=E =

D. Matilde de Jesus
e Silva
Concluiu o curso do Magisté
rio Primário, em Lisboa, com a
classificação de 13 valores, a ST

As nossas felicitaçõe gílio Lopes Rodriguez. Foi
êste a vítima da trágica ocor-
rência. Tinha 23 anos, era
solteiro, natural de Cascais,
filho de Urbana Lopes e do
Manuel Mourifio Rodriguez,
ausente em Espanha. Em Se-
tembro de 1942 fôra como vo-
luntário para a Base de Sin-
tra, onde tirou o curso de pi-
loto, prestando serviço suces-.
sivamente nas Bases de Ota,
Espinho e agora em Tancos.

AÀ queda do avião verifi-
cou-se às lo,20 h. e às 13-15
h. chegavam ao local duas.
viaturas da Base de Tancos,
para uma das quais, sob a di-
recção do sr. capitão Morais

, Sarmento, foi transportado o

cadáver do malogrado aviador.

Na passagem pela Sertã,
as crianças da Escola Conde.
Ferreira e grande multidão,
vestida de negro, prestaram
comovida homenagem ao in–
feliz piloto, assistindo, sob im-
pressionante silêncio, à passa-
gem da viatura que conduzia

o cadáver.
*

O Delegado de Saúde do
concelho, sr. dr. Angelo Vidi-
gal, fez-se conduzir ao local
do desastre minutos depois de
êle ser conhecido na Sertã.

No local, o serviço de po-
liciamento foi feito por alguns
soldados da G. N. R., que
guardaram os destroços do
avião até o dia seguinte, em
que foram removidos.

 

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Slow por Garlos da Luz

Duas ribeiras te abraçam
Numa formosa moldura,
Tuas belezas realçam
Dando-te mais formosura.

No Jardim, que é Portugal,
“E’s o mais lindo canteiro,

Verdejante, sem rival,

Beijado pº’lo Sol fagueiro.

—— Côro
Sertã
Tu foste por Deus fadada…
Sertã

Da Beira Baixa és princesa.
Sertã :
Vista ao longe, alcantilada,
Pareces ilha encantada,
Capricho da Natureza !

. Serfã
Sertã

Sertã

Tomar — Abril de 1944.

Em indeléveis letras de oiro!

E cada dia que passa,
Como um filme encantador,
Te vejo com maior graça, ..
Te quero com mais amor!

Até a própria Natureza

Te distingue, nota bem ! .

Concedendo-te a beleza

Que nenhuma terra tem!
Côro

Tu foste por Deus fadada …

Da Beira Baixa és princesa !

Vista ao longe, alcantilada,
Pareces ilha encantada,
Capricho da Natureza !

Letra do rhesmo autor

O feu castelo altaneiro
Como ninho alcandorado,
Dá-te um aspecto guerreiro
Mais próprio do teu passado.

Aindo refulge a glória
Como facho imorredoiro
Teu nome ficou na história

Côro
Sertã
Tu, faszªe por Deus fadada…
Sertã
Da Beira Baixa és princesa.
Sertã
Vista ao longe, alcantilada,
Pareces ilha encantada,
Capricho da Natureza !

u”r.ama -Nevaeiro”

foi empregado com
‘ êxito pelos bombei-

— Fos da Hlorta
HORTA, 20 — Com a assis-
tência das autoridades superiores,
civis e mxlltares e numeroso pú-
blxco, realxzaram -Se exercícios dos
bombeiros voluntários, para de-
monstração da excelência das no-
vas agulhetas americanas, do tipo
nevoeiro, ultimamente obtidas
pela corporação local. Os resul-

tados foram excelentes.

N. da R. — Deve tratar-se do
«lança-nevoeiro», uma das mais
sensacionais invençeós dos últi-
mos anos. Em vez das grandes
massas de água despejada pelas
agulhetas vulgares, um bocal em
forma de crivo permite apagar
. os fogos mais violentos com bor-
rifos de água pulverizada, Desde
o capim à gasolina dos aviões,
nada resiste a êste formidável
êxtintor, de tal modo que com 50
litros de água se pode apagar em
meio minuto o fogo mais violento.

Além de evitar os grandes
prejuízos que até agora se verifi-
cam com a.água, tantas vezes
superiores ao do fogo, o «lança-
-nevoeiro» tem a vantagem de
permitir que os bombeiros se
aproximem dos focos incendiários
ao abrigo duma nuvem líquida.

Os Bombeiros Municipais de
Lisboa têm já uma agulheta de
borrifos de água pulverizada.
Mas utilizam-na só em determi-
nados focos incendiários, princi-
palmente nos de origem eléctri-
ca, visto que ela não é bastante
para vencer fogos cuja extinção
requere ainda o emprêgo de gran-
des massas de água, O modêlo
agora experimentado com êxito

na Horta parece ser o mais mo-

derno e já está a ser empregado
na guerra. Se são exactas as vir-
tudes que lhe atribuem as revis-
tas e jornais americanos, há que
saúdá-lo como uma magnífica
obra de paz.

“Tribunal Judicial

Movimento de Fevereiro

Distribuição: 5)-Carta preca-
tória para declarações da cabeça

de casal, extraida do inventário.

de maiores por óbito de António
Martins da Silva, Quifungo, vin-
da da comarca de Huíla ; Inven-

tários orfanológicos por óbitos de.

8) Maria Aniceta, Aivado, Vila
de Rets 15) Maria Cardoso Mar.

. tins, Camçal Cimeiro, Proença-

-a-Nova; Manoel Vaz, Sobreira
Formosa, Maria Pestana dos
Santos, Ramalhos, Carvalhal;
António Nunes, Picoto, Sertã;
Ana de Jesus, Lameira, Carva-
lhal ; José dos Santos, Póvoa da
Ribeira Sardeira, Castelo ; Luíza
Farinha, Castanheira Clmelra,
Ermida ; 26) Acção com processo
sumário requerida por António
Antunes, Lisboa, contra José An-
tónio da Silva, Vale do Laço,
Troviscal.

ED

EDITAL

LUCIO AMARAL MARQUES, se-
cretário de finanças de 3.º
classe e Chefe da Secção de
Finanças do concelho da Sertã:

Faz saber que neste concelho
se encontra vago o lugar de es-
crivão das Execuções Fiscais,
lugar que é preenchido por indi-
viduo com:mais de vinte e um
e menos de trinta anos, habilita-
do com o exame de instrução
primária ou o de admissão aos
liceus, devendo apresentar, nos
termos do artigo 1.º do decreto-
-lei n.º 29554, de 26 de Abril de
1939 diversos documentos, mno
prazo de trinta dias a contar da
data déste edital.

Nesta Secção de Finanças se
informa quais são os documentos
necessários e a remuneração pelo
exercício do cargo, bem como se
prestam mais esclarecimentos só-
bre o assunto de que trata éste
edital.

E para constar se passou éste
e ouíros de igual teor que vão
ser afixados nos lugares do cos-
tume,

Secção de Finanças do Con-
celho da Serta, 26 de Março de
10A :
. O Chefe da Secção,

Lúcio Amaral Marques

Câmara Munici-

pal d_g_ Sertã

Reúnião extraordiná-
ria de I2 de Março

Presente um ofício do sr. En-=-

‘genhen’o Director Geral dos Ser-

viços de Urbanização, de Lisboa,
pedindo informação a esta Câ-
mara àcêrca do que se lhe ofe-
recer sôbre a elaboração do pla-
no de urbanização desta vila,
tendo em atenção o disposto no
decreto-lei n.º 33.921, de 5/9/944.
A Câmara tomou conhecimento
e deli5erou informar que, aten-

dendo às suas muito más condi-

ções financeiras, que, infelizmen-
te, não melhorarão tão cedo, não
pode — contra sua vontade — su-
portar as despesas dêsse plano,
pelo que, respeitosamente, pede
êste município os bons ofícios e
esforços do sr. signatário no sen-
tido de o Estado chamar para si
as despesas respectivas.

— Qutro do sr. chefe da Sec-
ção dos Serviços de Contabilida-
de, Tesouraria e Pagadoria da
J. A. E,, informando que foi dada
ordem à C€. G. D. para ser paga
pelo cofre da Sertã a quantía de
2.192%0O0, respeitante à constru-
ção duma variante ao caminho
vicinal de ligação da E. N. 12-1.º
ao Mosteiro da Senhora dos Re-
médios. AÀ Câmara tomou co-
nhecimento.

— Qutro do sr. Engenheiro-
-Chefe da Repartição de Melho-

ramentos Urbanos, chamando a
atenção da Câmara para a ne-.

cessidade de promover que os
trabalhos da obra de «Constru-
ção de duas casas para residên-
cia de magistrados judiciais desta
vila»r sejam concluídos com a pos-
sível brevidade, a-fim-de evitar
que o saldo existente na compar-
ticipação concedida venha a ser
anulado. A Câmara tomou conhe-
cimento e deliberou a informar
conteúdo dêste ofício ao adjudi-
catário daquela obra para os con-
venientes efeitos,

— Outro do sr, Administra-
dor Adjunto dos Correios, Tele-
grafos e Telefones, de Lisboa,
informando, àcerca do assunto do
oficio desta Câmara, n.º 1.642,
de 20 de Novembro findo, de que
é impossível àquela Administra-
ção Geral mandar construir na
Sertã um edifício paraos & T, T.,
em virtude desta vila não estar
incluida no Plano Geral de Edi-
ficação aprovado pela lei n.º 1959,
presenterraente’ em curso, e comu-
nicando que o mais que se pode
fazer, para já, é tomar em con-
sideracão os desejos desta Câ-
mara nó sentido de estudar à pos-
sibilidade de a Sertã vir a ser
incluída, de futuro, num outro
plano, em que se pensa, é certo,
mas sôbre o qual nada ainda está
resolvido em definitivo. AÀ Câ-
mara tomou conhecimento e de-
liberou concordar inteiramente
com o alvitre apresentado, tendo
resolvido, também, e atendendo
à importância da terra e do seu
valor geral, solicitar a possibili-

dade de Sernache do Bomjardim.

ser igualmente abrangida nesse
plano, ficando esta municipalida-

de sempre ao dispor para tôdas .

as dêmarches que, depois, surjam
àcêrca dêste assunto.

— Qutro do sr. presidente da
Junta de Freguesia de Sernache
do Bomjardim, pedindo a entrega
do imposto de prestação de Tra-
balho respeitante àquela freguesia
e ao ano económico em curso,

Comasreasa da Serta

A MARGEM

DA GUERRA

As reservas de óleo duma refinaria japoneza em Bosla,
nas Indias Orientais, são consumidas pelas labare-
das’: dos incêndios ateados pelos bombardeiros
da 5.º Fôrça Aérea Americana,

a fim-de, com essa receita, se po-
der levar a cabo a obra do abas-
tecimento de água à sede. A Câ-
mara tomou conhecimento e de-
liberou informar que, oportuna-
mente, dotaria as diterentes jun-
tas de freguesia dêste concelho
na medida do possível e nos têr-

‘mos do disposto do artigo 753

do uA

— Presente uma circular do
Secretariado Nacional de Infor-
mação, comunicando que vai ser

instituído um serviço de fiscali-

zação especializado que, habili-
tando-o a conhecer exactamente

as possibilidades de cada estabe-

lecimento hoteleiro e similares do
País, permita tomar as medidas

necessárias para chegar a resul-

tado satisfatório, e esperando a
boa cooperação da Câmara, para
o que envia uma nota elucidativa
do serviço, de que se remeterá o
número de exermplares que forem
indicados serem precisos para a
distribuição por todos os interes-
sados dêste concelho. A Câmara
tomou . conhecimento e deliberou
aquiescer ao pedido feito.

— Presente uma carta da fir-
ma Lourenço Simões & Reis,

J..da, de Lisboa, pedindo que

seja resolvido o assunto relativo
ao calcetamento das ruas desta
vila, de que é adjudicatária pela
sua proposta de 23/6/940, cujas
obras foram mandadas paralizar
por esta Câmara e declinando a
sua responsabilidade sôbre a exis-
tência de pedras espalhadas por
esta vila, por cuja remoção o sr.

. chefe de Conservação, respectivo

constantemente insiste. À Câma-
ra tomou conhecimento e delibe-
rou informar que, por enquanto,
apenas resolve mandar proceder
a expensas suas à remoção dês-
ses materiais espalhados pelas
ruas desta localidade para local
ainda por escolher, remoção es-
sa exclusivamente referida aos
materiais que têm merecido re-
paros do referido funcionário.

— OQutra do sr, Manuel Fari-
nha Martins, do Mosteiro de
Sant’Iago, pedindo uma vez mais
um subsidio camarário para o
caminho principal daquêle logar.
A Câmara tomou conhecimento
e deliberou subsidiar a obra àa
levar a efeito com a 1mportanc1a
de 50c0ioo.

( Continual

=n sn s)

Anibal Nunes Corrêa

. Continua doente o nosso ami-
go Aniíbal Nunes Corrêa, cujas
melhoras muito desejamos.

No Cabeçudo,

Tealizou- se a Comu-
nhão Pascal, em que
tomaram parte cen-
tenas de fiéêis
As raparigas católicas do Ca-
beçudo escolheram o dia de S.
José para realizar a Comunhão
Pascal na sua freguesia, ideia fe-
liz porque assim viram associar-
-se ao festivo acto muítissime
major numero de pessoas, —

mulheres, homens, rápazes é mui-
to mais raparigás — Já que, se

fôsse a um dommgo, bastante
dessa Bente. teria de ir ao merca-

do próximo, —
A missa, a igreja estava re.

pleta de fidis- O celebrante, Re-
verendo pároco Alfredo Correia
Lima, dirigiu-lhes uma tocante e

elogiiente. alocuçao, exaltando o
significado do acto da Comunhão

Pascal como um dos mais belos
aos olhos de Deus e exteriorizan-
do o seu íntimo júbilo por ser
tão grande o número de, paro-

‘qUIRDOS que a ele concorreram

com a maior devoção.

A comunhão foi dlStI’lbUlda
por entre lindos hinos,.que as
raparigas cantavam e todos os
fiéis acompanhavam, presos. da
mais intensa e vibrante Fé em
Deus.

De tarde, e para comemo-
ração de tão solene acto, reah—
zou-se no aprazivel )ardlm do
Reverendo P, Lima, donde”se
avista um encantador panorama,
uma interessante festa, que cons-
tou de recitações dxversas, inter-
pretadas pelas crianças, dos: doxs
sexos, da escola local e raparigas
da Juventude, principais organi-
zadoras do espectáculo. Juntou:se

– ali muita gente, vendo-se ainda

bastante da Sertá é Sernache,
Nos intervalos leiloaram-se algu-
mas ofertas à Caixa Escolar,
constituídas por vinhos e carne
ensacada, que renderam cêrca de

200 escudos.
O programa do festival, que

agradou plenamente pela inter-
pretação, foi o seguinte; Para a
trente, (hino), Côro falado, Nós

queremos (cantico), , Dorme Je-

sus, Minha mãe, Miosotis, Auto
das cinco estrelas, Pobrezinhos,
Txarié (cântico), Saúidação, à
bandeira, Boneca partida, A fon-
Uma operação aos ouvidos
(comédia), À rosa e o botão, Re-
gresso ao lar, Uma apóstola pe-
quenina, Hossana (cântico), Diá-
logo, À Hostla, Tia Anica (cân-
tico), «Quero. ser missionário, O
menino está dormindo, Casa do
coração, Canção da candeia, À
melhor joia daminha mãe.—

 

@@@ 1 @@@

 

Coisas passadas

Nos meus

NoS tmexs lempos… Esta era
à Írasc que servia de intróito aos
velhos, no seu tempo dé rapaz,
ªu,:mdn queriama enuimerar aleuros

as suas façanhas ou pretendiam
pôr em confronto & proceder de
cntio com o . do presente.

Na “capitulo — cape — que: é
afinal um dos melhores passa
tempos do homem beirão, 05 ve-
lhos contavarm-nos comas mira-
bulantes que nos deixavam bo-
quisbertos por tanta perícia, por
tanta mataniça, por lances de at-
Tadorés to verdadeiramente fan-
1ásticos ?

E como êles nos contavarm as
peripécias Inacraditáreis de fel-
tos que munca tiveraro, nem po-
diaro ter, rezlidade !

Sim, porque o cacador é, ge-
ralmente, um rmentiroso Iincons-
clente, pols à fórca de tanto con-
tar tal proeza inventada, cche-
gá à convencer-se, por tim, / pas=
sados. anos, de que o facto se
realizon—que se não olendam o5
Foucos caçadores patricios que
Contam os seus feitos com hon-
TA — ; entretanto, sémpre é bom
tembrar aquêle provérbio latino:
ormmms fomo menda.

E o caso é que na nossa inge-
nuidade de beirões, nos deixãva-
mos ir no bole — como sóe di-
TEI-Se — e, coitados de nós caça-
dores de três ao vintém, Gicáva-
mos estarrecidos por tanta falta
de arte e contessávamos, afinal,
que Eí não havia atiradorés, que
não havia quem soubesse fazer
um bom tro, liqudar uma per-
diz na fuga rápida da moita em
que se refusiara, ou cortar à pas-
sagem à um coclho que salése: da
toça acossado pelos podengos.

Somos ums miseros caçado-
res, pechoftes até à quintincência!
— comelulimos nós — & f
ES caso é que de tanto ou-
“virmos 68 velhos, falar destarte
Ul E OS rapazês meéus conternpoó-
ráneos, ficávamos no convenci-
mento de que, de facto, a parte
do século em que haviamos nas-
cido. não estava sob o sieno de
Santo Humberto e, daqui, a nos-
sa impericia e o não nos ser per-
mitida à entrada n sua confraria
como apóstolos.

Nascemns para outros feitos :
1emos. que procurar outra ginás-
tica — diziamos, nós. .

Por “Esses tempos não estava
LIM YoORA alinda estragar a biquei-
ra da bota [usava-se entao a bota
de clástico) com & ponta-pé na
bola e, por jsso, lrocámos . os
exercicios fisicos e venatórios por
cxercicios. de carácter albsoluta-
Imente- mental e intelectual: Ta-
ziamos. múusica, faziamos teatro
— EoMmo atores e autores—e,
– nas horas vagas dêste exereicio
espiritual, jogâávamos nas boticas
U garião — dez Jogos, um puro
de dez reilis— e o solo é o volta-
rete, no Glub, a realo passe eo
tento,

E assim, não viamos desf(al-
cados 065 O0ísOS vencimentos no
fim do mês-—em geral todos
eramos luncionários públicos
porque: êste desporto ara menos
dísgend[nm do “que e da caça
(sobretudo para mum que tinha
uma habilidade rara para estra-
EBUar munições) e preenchia o fim
desejado : matar o tempo enquan-
10 O Têmpo não nos maátasse a nos.

Por uma questão de rapidez
na bola giratória a que se con-
rencionou chamar mundo e com

15 tantos gi’l”ll’â APpressal < IEHIPÚ i

cheguei, graças à Deus, à consi-
derar-me . já, velho, por via de
umas dêcadas que atingéem a bo-
nuta cilra de sels e… u6ms pózi-
nhos e; por isso, no direito de
dizer como os velhos:; Nos mens

Lemposs aa

J(‘wJura, como acima dieso, fui,
entre isto, aquilo e aqueloutro,
tambeém – caçador, “caçador dos
tais dos de três por um vintém,
mas tenho a minha bistória, por-
que não há caçador nenhum que

à não tenha, seja Ele caçador de

E

lempos…

vintera ou de livra; por 1sso vou
contar tóda 4 minha prosápia,
tudos 05 meus feitos de um caca-
dor, nao digo de quilate, porque
n elógio em boca próprio dd
pútio, segnundo a sabedoria das
Auções, Mas os meus patrícios,
depois de perderem uns minutos
na leitura destas. minhas mal-ali-
nhavadas linhas foge espero eão
encontrar. de verferta satae.os
— a fruse é autenticamente bej-
roa e da nossa Verral dirão du
sua Joustiça, [azendo-me o elogio
que qjulgarem mais conssentánec
com os meus feitos.

Í0 THeNS Temmpos. .. — USO 0
iêrimo. por direito de conquista,
como já disse, — e até que troci-
Most a caçadeira pela lira e pela
urte de Talma, éeu c os rapazes
Meus contermporáneos, na época
própria, raro era o dia em que
não lamos à caça depois de fe-
chados 05 cartórios e Reparlicões
públicas, que nesses tempos omi-
nosos tinha lugar às três horas
da tarde, como então se dizia.

No tempo dos tordos, os vales
a cacar ficavarm já escolhidos de
vêspéra, lixando-se desde logo «
hora e o ponto para à, concen-
tração dos caçadores, afim de re-
colhermos ; juntos à vila é Goar-
mos conhecendo os-feitos de cada
um,. CQue 05 meus eram séempre
8’ Mesmos; cespoladas as muni
cues é o cinto liberto de tordos
para lhe não sojar o verniz.

Mas vamnos à enumerar alguns
dos meus feitos, que é o assunto
principal; ,

DNeg HEMS Fêl c1ouu SEA
no meu primeito ano de caçador,
marcara-se uma corrida aos tor-
dos para as bandas do YValbom,
devendo à Concentração dos caça-
dores lazer-se, pór volta das- f
horas da tarde, júnto da Bemgue-
renca, entio ainda propriedade
de vélho Fina, para demandar-
mos à vila em conjunto &« pas-
sarmmos em trente do Clube, re-
cheadinhos. de tordos e fazermos
erescer agua na bóôca dos que por

á tivessem ficado, por preguiça,

a jogar ou a ler às guzetas da
capital — assim opinavam o Chico
Moura e o Rossi que eram, al
nal, os grandes mestres nã arte
de â:p:m Caçaro . TOda & caca,
Lumo a tarde mo não tivesse
corrido em vento de feicão, pois
estotara às MUNICÕES-— restan-
do-ime, apenas, um cartueho que
carregarva a cacadeira, sem que
o Inenos matasse um tórdo para

neÉaça, furme diríeindo, uaimda
ê

, ào ponté combinado para
à. concentração e, chegado ali,
tomei assento no sitio que encon-
trêi mais cómodo para descançar
das fadigas da camunhada, alhean-
do-meé ja dos tordos é pensando. .c
sei lã em quê?! talyvez nalguma
túrilia -porque tambéroa era caca-
dor. neste género de aves.

De repente, ouço plar um
tordo numa uliveira próxima;
fxo < ponto, descubro à caça e
começo, com toódos o5 cuidados a
firrmar a pontaária, não se mê es-
capasse éle e perdesse o último
cartucho., Nisto vejó que de umas
moitas próximas surge um bichs-
róco que me parégceul Lum guto ao
Eprimeiro golpe de vista, mas fi
xando-o melhor. vi que era um
autêntico e muito respeif_u,au Euc-
lha: Todo ev irémi de sustef:
nunca à sócle me proporcionars
atirar à uM coelho, assiro, à quei-
ma:-roupa. Era cóoclho ao mars
ESLAVA ESCrIlO : Serla / eU 0 úNICO
caçador que, certamente, enfeita-
riá o clinto com caça grossa, caça
de respeito!

ÁAtêé-já pensava na mangeira da
Angelina u cozinhar: de molho
de vilão, à caçadora, eto., eto.

Nisto, enquanto mentalmente –

fazia cstas. considerações, sinto

“um pequeno barulho, assim uma

espécie. de bomba dos foguetes
pequenos, e Ouço, em português
Intito correcto :. para n caçador!

Fico atrapalhado, sem saber
que fazer: olho para o tórdo e

EDITAL

IOSE EARINHA TAVARES, více
presidente a Câmara Aluri-
cinpel. do . conceillho do Serta,
ET EXPPOÍCIO |

Faco saber que, por delibera-
cão da mesina Camara, em reii-
nião ordinária de 27 do corrente
meês, se ha;de proceder, no dia
18 do prósimo mês de Abril, pe-
las 15 horas, nã Sala das SHAS
Sessões, e se arvrematarão defi-
NIfivAalnNtente

As obras relativas ao abasteci-
mento de aáguas às povoações
de Poreiro, freguesia da Var-
zêa dos Gavaleiros e Ghão da

Forca, freguesia e concelho
da Sertã,

As condicões para está arre-
matação estão paltentes na Secre-
taria da Gâmara Municipal to-
dos 605 dins uteis, desde a8 17 48
17 horas, a contar do dala do
presente edutal, onde podem ser
examinadas por queto (nferésse
fiver na arremaltacão,

E para conhecimento de todos
08 Inferessodos se passa o presen-
le é vulros idénlicos que Serão
afixados nos lugares publicos do
COSTITHE,

Ssecretaria da Camnara My-
nicipal de Serlã, 22 de Marco
de 1045 E em Jaime Manuel
Eravo Serra, Chefe da secreta-
TIa, O SHDSCYENI,

1) Vice-PFresidente da Cumaáro.

losé Farinha Tavares
aa nl çanas ee En
ee

Companhia de Viação
de Sernaçhe:

Foram restabelecidos 05 horários
suspensos em | do corrente
Iecomeçarama vigorar cntero,

dia 30, os horários das carreiras

de camionetas de passageiros re-
cduzidos em 1 dorcorrente mês
por virtude da [altx de pocus.

Yeja-sse o anúncio poblicado
noutro logar.

E=A
Este número fol visado pela

Comissão de Censura
de LCastélo Branco

vejo-O manso e quêdo a distrutar
à cena, reparo no coclho e xejo-o
suacudir as orelhas, como quem
dizi Ora adens mem amigo- e
virou-me a cauda seguindo o seu
czaminho. Nisto poiso a cacadeira
no chao cçom tedo 6 cuidado não
fôsse cla / desarmar-seç e corro o
coelho à pedrada, convencido de
que setla Mais cêrta,& pontaria.
ÍS UE Sc coDo olh
ségulutileso o seu caminho c. ..
sem 4 mais levebeliscadura.

Perdíido o coellic=de molho
de vilão ou à caçadora — lembro-
me do torde e fadco 6 meuracio-
cinio : assado no espeto também
não é maáu; Deito mnão dá caáça-
deira e faço uma pontaria firme,
dizendo muito baisinho, só para
mim : estás aqui estás cá,

Fireparo-me para dar ao go-
tilho é ouço uma risada enorme:
fica desconcertado, abulxo a ca-
cadeira e pareceume ouvir o
tordo com tóda à sua posêé: ora
vA niatar ouira d. ;

Nas dfinal, os responsáversde
táda esta tragédia haviam sido o
Gustavo e o scbastião, que/esta-
vam por detraz de uma azinheira
à dislrutar-oe e deram aquelas
ãa[‘galhndas que me fizerum per-

eroa ponfaária e, zóncomitante-

tmente: o coclho ou & tordo: E
quem sabe se ambos, porque os
pobres diabos, vla-se mesqo es-
lavam com dó de mum v da mi-
nha iriste/ figura e demxar-se-iam
caçar. e só pelo prazer de me
serem agradáveis, atento O Mmeu
om coração que éles apreciaram
certamente, quando deram pela
minha presenca e ‘-r’ir’.:’._’l’n,I sSoDre-
tudo, a minha inépeia na arte de
Bem caçar gqualquer coglio ô
tordo.

FREGCTEOSO PIRES

Comarca da Setta

A

A volta dum desafio
de futehol =

2 8P Thurector de «A Comar-
en da Serfás — &Sertã.

2= Senhor.

Confirinando a nossa última
carta, para: V comoo pedrdo
de publtcacião, que mantemnos, é
com nral disfircada saitsfação
que constalamos fer-se fornado
desnecessária a inacada nela so-
licitada a V,,, dumo ressosta
rública ao assunto neta tIrutado,

Com efeito, os nustres Direc-
tores da A. S5. na sua precioso
epislula de 27 de Janeiro p. p e
vublicada no úWllíimo numero de
«A Comarca do sertãs — qual
norvo e edificante elMons Dariu-
VIERS, .. * — disso Se encarrega:
ram cabvolinante.,.

Gplimo, Estamos plenamente
salisfeitos. :

Lesde a primeira Mora que
escrevemos a V,,, sóbre éste de-
sagradárel incídente, não pedi-
mos nem pretendeirmos tais nuada.

Apenas 180 a Aeclaração
publica, feita por alguém que
qpela A, &8. pudesse ser conside-
rada insusperta, sóbre qual o
resulitado do nosso desafio do
dia 31 de Liesembro do ano findo.

E jamois pudemos esperar
que esta satisfação nos fógse Aada
pelos própriostiusives plutmitivos,
Thirvrectores da A. S., autores, em
seu cólebre ofivio, de novd tet do
foot=-ball, , –

Murto gratos Uites ficnmos,
pois, por haverem respeitudo a
Ferdade, do MHeNoOS HHA NeT..o
quando ajirmaarain, em delermi-
nada alluro da sua carta, fex-
lualmente ; — e«5e o árbitro In-
ralidouw um ponto (e não Uois)

aA E 5 B fêlo e muiltissi-

1nt bewan, ViSlo enconfrar-se o Sem
Exirenio- esquerdo – pristpelmente
destocado aoffsaidv, sic, desca-
rado, validando, em contra par-
tida o 4.º, obtida por uma carga
irregular ao guarde-redes da
E

fsto já nos bastava para com
firmacão da razão que, desdêe a
EEÍMeira fJiora, nos assiste é que
G podér da mentira por maior
Exfensão: que Itpésse não . conse-
Euiu aestruir.. .

Mas o5 conspicuos Divectores

“da A. 55 SÃo rFagodveiss e mAais

adeante, quási no final da suHo
famusa arenga, que tra; um mês
e pico de gestação de ignóveis
mentiras, acobaim por fager a
confissão fotal da sua efrandes,
dizendo : — «À resolução tomada
pela A. S., corforme o seu ofício
de 4-1. em resposta ao do ASC,
8. D, de 17 considerando o
jóno ganho pelo seu grupo pelo
resultado de 4-8 não é, nem nA

ca poderia ser à resolugão vobses-

luta do que se kharvia combinado,
conforme diz erradanente o Pre-
sidénte do Ach T a su
Eartar, :

Assim/ ficamos sabéndo. que
daqgui em deante, àas decisões do
úárbitro de nada ;ralem-— e que
68 Fespeclfivos grupos dectdirão,
óles próprios, 08 resultades dos
SEWS JOROS, Consoamte a Conta que
lhes figer ss

KE” caso para diger como o
poela dos desditosos arbitros por-
FTHEHESES :

A Adeusla, Acabarámese o5 dias
Que ditoso vivi a teu lado…
Pois raciocinando cmbOrFA,

ússim, em Bocado d moda do
Compaare “Ganana, melgndo os
pês pelas inãos, como sucede sem:
Ere & quem não feit TAação, 05 se-
nhores Direciores dd A, S. aca-
bam por fagen publicamente d
confissão daquilo que nós const-
derdinos é contingamos legriima-
mmento. constderando, wnimna autén-
tica efragdes, com a comsegiterte
posse ilegitíma (é 1io honestida-
de?!, .) duh irofeu posto em
disputo e que, afinal, cobarde-
mente se negam a dispuúlar /

Um rosário de misérias, ..

Mas, está bem,

Quanto a nós — répelimos, –

não. precisamos de mais nada.

O eublico firard agora as

SS fustas concinNBõeS s.

F mais um reparo ainda,

uando a A, S pretende jus-
tificar A mmelusão na sha líinha dos
jJogadores de Castelo, Branco,
mente amda Instnuando queêe élês
são. serlaginenses, dó afirmar
úque habilualmente não restaeir
HA Sertãe SIC,o :

Depors acusu-nos dos HOSSOS
jogadores jogorem xnoutros Glu-
bes de supertor calegoria,,.

Com isso só nos presta fo-
HICHABMENT QE TNHITO NOS desvane-
ce, porquanto à acfual finhka do
EA 05A e que d A S tem
infligido repetidas aerrotas que
ardam pelas casas do0s q-1, é fo-
du ela constituida por fillios de
SerHache.

Se olíuns, porque são estus.
dantes, jogam mas lerras onde
csluadam, em Lisboa e em Tomar,
For «erupos do supertor calego-
Fida Sic, f550 sucede, aperas,
Porque nessas terras sabein apro-
veitar bem os Falores desportivos
que se lhe apresentam.-, .

Muito ofrFigado, em todo 6
coso, por esta pública homenos
aos HOSSOS jogadores,..

E como último retogue HO
aperfita dos Hlusires Directores
da A 5S, s6, depois de tudo isto
e para dterminar, a transcricaão
déste periodositlo que vale oreo :
— alinpula – nos deshonestidade
mnoral, sem que nos Acuseacons-
ciência de qualsdaer acções que
possam merecer dão IhonrosaAsS
expressão para as classifcaro
sitc. :

f coso para dizer —— 04 não ‘
ftênt consciência ou q ftem mutto
Elusticas. .-. : h

(Quanio ao resfo da longa
missiva dos prectaros Ihrectores
do A S confragedor acérpo
de iníultos e de mentirolas tnfe-
Fiores, prelendendo Imfantilmen-
têe, por $[eges, negar factos por
demuais constafados publicamente
— so nos vesla ativá-la, enoja-
dos, pará o césto dos papeéis ta=
teis e proceder em seguiaa d
aconselhavel desinfeccão, . ;

E, senhor “Director, mudo
obrigado pelo. espaço que e
roRDAHOS, 0

Quanto a n0s.. ponto final
to assunto, aquele ponto final
de que falámos e que tanto dese-
jávamos ter sido posto desde logo,
iritando assíim todo eêste estendal
de colsas idstimáveis que muHito
bemn se podiam ler evrrado,

Mas não nos cobe a nos a
responsabilidade do facto.

DDe ,,, cCom eléêvada const-
deração.

M1,º Al Fenerador 6 Obg.”
D Direclar do A G. B.
lerge Vidigal Leitão
Sernache do Bomjardun, 27
de Fevereiro de IOS5,

PP
. F_uncimmlis mo

Tomou poósse, em s/ do cof-
rente, do logar deinformador fis=
cal dêste concelho, Antóbio Au-
gusto Yarela, natural da Eibeira
de Santarém, que exercia o cargo
de escrivão das execuções fiscais

em GCaldas da Rainha,

DR. SIGUA TAVARES

Consltas em Lisboa :
R. de Santa Justa, 95-2º

(2 6526) _
Residência e consultório:

R. Joseph Bleck, 4
Dafundo Algés (299)