A Comarca da Sertã nº304 16-07-1942

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Ó l DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETARIO É Pa

: | Cduondo Donato da Tibia Cotia oo TI. PORTELA: FENÃO

Qd. Poco E ADMINISTRAÇÃO —— |JCASTELO

Z BRANCO

w| |RUA SERPA P PINTO -SERTA ER

>| | | TELEFONE

< PUBLICA- -SE ÀS QUARTAS FEIRAS, ; 112

a res doi GE/A qass DE tu DD Sir. a = 23 FERAS < aê

ANO VII | | Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarea da Seztã: conselhos de Sertã | dferices o

a :30 4 Oleiros, Proença “gs – Nova e Vila de Rei; e freguesias de Amêndoa e Gardigos (do concelho de E 19492

Querra é a guerra: o maior

“mal aflige os povos, por:
que encerra em si a destruição
das vidos e riquezas sem dó
nem piedade, não poupando
as. próprias populações inde-
fesas; e para vencer recorre-se
a todos os meios, ainda mes:
mo; ao ertermínio total, pela
carnificina e pela fome. Mas
a guerra, na sua brutalidade,
refina os sentimentos haÂmani-
tários dos: combatentes e põe
à prova, nos lances dramáti
cos, o seu heroísmo e até, por
vezes, a abnegação pelos ini-
migos.

Um. episódio. que há pouco
ocorreu no mar prova bem que
a crueldade das lhtãs não obli
terou de todo o cavalheirismo
e os sentimentos de piedade
do coração das gentes da guer-
ra; o homem, se, criado à ima-
geme semelhança-de Deus,
pode encerrar na sua alma as
mais belas virtndes, aprozi
mando se da perfeição, tam-
bém, levado pelo egoísmo e
pela ambição, sempre insatis-
feita, é cavaz de descer às
maiores. forpezas e praticar as
mais vis acções. Quere dizer
igue no fando da pessoa ha-
“mana daas fórças se entrecho-
‘cam — o Bemeo Mal-e uma
“op outra se desenvolvem.e aflo-
“ram à superfície, como planta
2 tona, da água tranguíla dos
lagos, segundo determinados
caracteres psicológicos, meio

ambiente e formação moral. O| ‘

homem pode praticar as mais
belas vir índes, expandir o seu
“coração cm ineranríveis tesou-
ros de âmor pelo sen seme
“lhante, a ponto de tado sacri
ficar por êle do mesmo passo
quesetransformaem fera,comes
tendo os mais infamantes cri-
mes, mergulhando a alma no
lodo da depravação e awigno
mínia.’

Reatanto o fio do episódio:
um. submarino alemão ataca
“em comboio inglês no maral-
to; um dos barcos ingleses,
torpedeudo, com as tripulações
nos salva-vidas, está prestes a
sepultar seno abismo do ocea-
no. Vogava o submarino à su-
perfície, quando o comandan-
te descobre que o capitão in-
giés.do navio mercante perma-
nece no seu posto, sereno, he»
“róico, firmemente resolvido a
ir para o fundo. tendo por tú-
mblo o próprio barto. O ofi-
cial germânico ordena â tripu-
lação duma baleeira que vá
-salvgr o seu capitão, subindo-
se. fe suspreza e de pasmo ao
ficar-se que o capitão in
lês tinha o corpo retalhado
pela metralha e se esvaia em

Sangue, sem que tivesse pro-

citrado salvar-se como os sens
companheiros ou fizesse o mi-

nimo gesto a implorar socôrro..

FO comandante do submaári»
nairécalhe o oficial inglês, ce-
de-lhea própria tarimba e ero
digaliza lhe todos os cuida
dos, até que, achando-a, mki-

FUNDADOREIS
— Dr. José Carios Ehrhardt ea
— Dr. Angelo Henriques
-— antónio Barata e Silva ——
Dr. José Barata Corrêa e Silya.
Eduardo Barata d:

“am
* Tum

Vidigal —

E Siva” Corea

comunicação ultimaménto dirigida
A pelo Chefe do Govêrno ao País,
pela substância dos seus conceitos,

pelo sentido de orientação que indica no tri-
plice domínio económico, moral e pelítico, pe-
lo lúcido exame da actualidade, pela clarivi-
dente previsão do futuro, constitus copio-
so motivo de considerações e ensinamentos.
Esse discurso de palavras serenas e
reflectidas que, no dia 25 do passado mês
de Junho, a rádio proporcionou a audito-
res nacionais espalhados pelos mais dis-
tantes recantos do território português e

também a auditores estrangeiros, de algum
«modo marcava, pelo seu nobre acento de

sinceridade e solidariedade humana, estra-
nho contraste com aquelas outras afirma-
ções de ilusórias perspectivas, de falso ou
exagerado conteúdo, que possivelmente,

também nessa mesma hora e pela mesma

via hertziana, cruzavam tumultuariamente
o espaço.

Aquelas abrindo um traço luminoso
de verdade e esperança, definindo um es-
fórço pacífico de reconstrução, estas tra-
duzindo incertos propósitos, ilusória per-
cepção das realidades, significando fundos
abismos de divergência e de destruição.

Publicado, ido e meditado o discurso
de Salazar na sóbria eloquência da forma
que róveste as suas idéias, a Imprensa por-
tuguesa e estrangeira lârgamente o co-
mentou.

Desyanece pensar na atenção séria
que o que hoje se passa em Portugal des:

perta no estrangeiro qne sôbre nós volve

os olhos curioso e interessado, mercê úni-
camente de prestigiosa acção governativa
do Estado Novo superiormente comanda-

da. providencial desígnio, por uma forte

inteligência e inconcussa honestidade.

” Este pequeno Pais continental, situa-
do no extremo ibérico da Europa e não há
nisto exagêro ou cândida suposição, todos
os de boa té o deverão reconhecer, reassu-
me a sua púreza histórica de colaborador
activo na marcha da Civilização, como ou-
trora quando devassava mundos é os oter=
tava aos olhus maravilhados das gentes,

Regressemos, porém, à. mensagem de
Salazar.

A sangrenta conflagração que devasta
o muudo, de todos é sabido e por muitos
sentido, gerou desorientação nos espiritos
e determinou divergências justificadas em
afinidades ideológicas ou em visões parce-
lares dos problemas em debate.

Muito se peca por precipitada forma-
ção de opinião através duma visão restrita,
por v.zes, por carencia de esfôrço investi-
gador, ou, por inferioridade de-situação pa-
ra apreender totalmente todos os múltiplos
aspectus duma questão.

Essa visão ampla pode, poréto, possui-
ia quen se encuntre em especial posição ou
altitude que extraordinâriamente lhe alar-
ga o campo de visão ou em confluência de
informações e outras que lhe permitem ou
mais é melhor,

ESA NACIONAL

ana = ERR iEso do

BATOS

Isto vem a propósito do seguinte pas-
so do discurso de Salazar :

«Há nesta conflagração problemas uni-
versais que interessam a tôda a Humani-
dade e problemas que respeitam essencial-
mente apenas a alguns países; é assim Co
mo o filosofar vem: para depois do viver,
deve pensar-se que os últimos ocupam o
primeiro plano nas preocupaçõesimediatas»,

Soares LCsTtE LORCA SCCO S

«Sôbre os problemas de ordem univer-
sal temus feito clara profissão de doutrina;
muito antes da guerra tomámos partido;
sôbre 08 vutros não é correcto agora tomá-
lo. Porquê e para quê dividirmu-nos à vol-
ta de interêsses estranhos ?»

Da desorientação dos espíritos, causa-
dora de; ásperos atritos, porventura de em-
bates vivlentos, poderia resultar perigosa
desintegração em prejuízo da unidade e
conservação nacional.

Se nós queremos conservar esse patri-
mónio material que é a realidade territorial
da nação — imperativo fideicomisso dos nos-
sus antepassadvus, e esse património espiri-
tual que é unidade étnica, comunhão-de
interêsses, fundo comum de aspirações e
de tradições — 1880 que se chama alma da
Nação, Lemos que verdadeiramente escutar
a palavra de ordem de quem tem autorida-
de para definir o interêsse nacional e con-
verter essa palavra em acção, .

Cremos bem que a vida não se resume
para o Homem a uma manifestação vege-
tativa, se esta é uma condição indispensá-
vel dé existência, não é de-certo a sua es-
sência e finalidade,

A atitude que se nos impõe, quer ela
seja de restrição e estôrço produtivo no dos
mínio económico; quer ela seja de coesão e
consciência no dominio moral, quer seja de
coesão e consciência no domínio moral,
quer seja de prudência no domínio político,
é sempre uma atitude qe defesa nacional.

Temos que aceitar, sem discrepâncias
nem tibiezas que perdem, essa directriz co-
lecuva dotríplice signo de autoridade, do
trabalho e de preocupação social,

Autoridade, porque sem ela, forte e es-
clarecida, não pude haver disciplina, e sem
esta não pode dispender-se estôrço útil e
construtivo.

Trabalho porque só êle cria e aumenta
a riqueza, quer seja o trabalho do cérebro
que pensa, quer seja o do braço que executa,

Preocupação social porque sem a cons-
ciência sucial de uma actividade não se
poderá tirar dela todo o rendimento pró
prio. Há que despojar-nos de certos egofs-
mos e cunsiderar que a vida social não se
organizou por causa de alguns poucos mas
por causa de todos que dela têm o direito
de auferir a sua quota parte de benefícios
desde que nêle colaborem até à medida das
suas possibilidades, BrEs Bd g

RB. 6.

“.. a lápis

tos dias depois, um pouco
melhor, lhe comunica que pode
seguir, num barco neutral,
para Buenos Aires, onde se
poderá restabelecer.

Se o inglês comprovou todo
o heroísmo e desapêgo pela
vida, o alemão não foi menos
heróico no seu gesto cavathei-
resco.e nobre. Um e outro hon»
raram as bandeiras das suas
pátrias com a suprema galhars
dia que nunca falece em gi-
gantes.

Como êste, muitos outros
belos episódios se têm dado,
por certo, nesta guerra, por
entre a fária das batalhas.

E’* cruente a guerra. elá é
nma autêntica calamidade. Os
povos nela envolvidos não dei-
xarão de reflectir nas suas
consegiiências desastrosas e,
calmamente, compreenderão
que não valem a peaa tantos
sacrifícios etantas dores. –

d Será a guerra, porventura,
uma fatalidade que subjuga
as nações e as escraviza e que
elas se sentem impotentes por
evitar ?

<SBego Sh pu

ALGUEM nos lembra que a

ladeira do Adro seria dam
piso snave se fósse constraí-
da uma escadaria com longos
patins, -como se tem feito nos
centros nrbanos onde existem
ladeiras de acentuado declive.

No inverno, então, a terra,
a pedra solta e as águas das
chuvas, formando torrente tor
nam quási impossível o trân-
sito equem por ali se aventara
a passar snjeitase a ficar
com os pés encharcados.

Pros

SEMPRE notámos que o fun-
do da rua do Castelo, no
bairro de S. Sebastião, primou
pela sujidade “e mama cheiro
que se exala do estrume dos
animais, enfileirados, dam la-
do e outro, em grande número
nos dias de feira e mercado,
esperando a vez de serem fer-
rados; nas últimas semanas,
porém, a porcaria é’maior e a
bonicada formou quás! que um
espêsso tapete, destacando-se
um cheiree mais activo por
fôórça, certamente, do calor. »
Seria preferível que’os fer-
radores recolhessem todos os
animais nos pátios anexos às
oficinas, única: maneira de evi-
tar que a rua continue trans
formada em cavalariça; para
mais, nenhum déles tem o cui-
dado nem se quere dar ao trabalho de a mandar varrer com frequencia.

O que não pode é continuar
aquelu imandície, para a qual,
nos últimos dias, e com certa
insistência, têm chamado a
nossa atenção.

São muito dignos e respeitáveis os interesses de todos
que trabalham, mas a via pública não pode ser, nem é, local

 

“gradonro particular,em é, los

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A comarca da Sertã

 

Horário da Carreira de Passageiros entre Tomar- Eat. e Sertã ” [Horário da Carreira de Passageiros entre Oleiros e.Sertã

Ci ncessiorário: Companhia de Viação de Sernache, Ld*

à T +

| [OA jd: AB

| Cheg. | Part. | Chog. | Part. Cheg. | Part | Cheg. | Part.
eee er e pe | em | o | eo | aço | | eres | as | ea | ep | mea
Tomar — Estação a — | 7,30) — |15,50]| Sertã — Largo Ferreira Ribeiro — | 805) — |17,
Tomar = E é 7,35] 7,40] 1555 16.05]| Sernache do Bonjardim -| 825) 8,45] 18,05| 18,2
Ferreira do Zézere % É, »| 820) 8 35] 1645] 17,00]| Bésteiras . . «| 9,25] 9,30] 19,00 sa |
Bésteiras . a à 8,50] 8,55] 17,15| 17,20]| Ferreira do Zézere «| 9,45] 10,00] 19,20] 19,35
Sernache do Bonjardim «| 935) 9,50/ 18,00] 18,10] Tomar : , «| 10 40] 10,50] 20,15| 20.20
Sertã — Largo Ferreira Ribeiro .[10,10] — [1830] — Tomar — Estação E [10,551 — [20,25] —

A — El-ciuam se diã iamente, B — Efectuam se 20s Domingos

 

ENVEL

Praia modesta, das chamadas «praias
paracrianças. ..»
Tardinha Mar calmo Ambiente ta-
miliar ; meia dúzia de t Idos…
Mamãs e tias fazendo rendinhas…
Papás, graves, lendo o jornal, recos-
tados em cadeiras de praia…
Meninas casadoiras passeando ou
lendo romances de Max du Veuzit…
Miudagem de mailiot, descalça, com
grandes chapéus de palha, chapinha
no mar ou faz construções na areiã…
Há quem durma… quem medite…
quem converse.

Num toldo : — Várias vozes ;

e Quem é aquela rapariga que ali
vai vestida de verde ?…

— E” a Manuela Vaz, a pianista…

— Que linda rapariga !

— Linda! O retrato da mãi quando
era daquela idade…

— O que?! A mãi da Manuela Vaz
era assim bonita 21…

— Assim… ou ainda mais…

=—Isso era! Lembro-me bem dela
nesta idade… e mais velha… já com
filhos crescidinhos…

—=E? preciso que vocês mo digam
para eu acrfditar | Então aquela senho-
Ta que me apresentaram hã dias comô
mai duma pianista é dum pintor de ta-
lento…

— E dum médico e dum engenheiro e
dum professor do liceu e duma profes-
sora de instrução primária e duma Ir-
mãzinha dos pobies.,,

= Sim, sim, dessas notabilidades tô-
das… essa senhora já alguma vez na
sua vida foi Inda? […

— Lindíssima |

-— Quem o diria?!

—Di-lo quem a conheceu, ou quem
. Vê O admirável retrato que a filha tem
na sala, por cima do piano, tirado quan-
do a mãi tinha 20 anos.

— É* verdade… eu até pensava que
era o retrato da filha… e quando sou-
be que era o da mai, confesso que sen-+
ti uma pena infinita.

— Pena de quê ?..,

— Então ! de ver assim desfeita, des-
-botada, arruinada aquela beieza encan-
tadora e enternecedora… figurinha de
retábulo… imagem de graça e de fres-
cura.. agora transformada numa gra-
ve senhora, gorda e pesada, feições
sem expressão, olhos desbotados, côr
macilenta, cabelo nem branco nem loi-
ira

— Tem graça, é realmente assim…
dá. a impressão de uma figura inculor,
indecisa… sem aspecto detinido…

“= Até no vestir, ,.

—Pois olhem que era bem elegante
e tinha uma personalidade bem caracte-
rística…

— Não contesto.,. mas é isso que
faz pena… Como uma pessoa pode
mudar assim | ..

— E verdade | aqui para nós, aquela
senhora quando olhar para O seu retra-

“to e recordar a sua mocidade, deve sen-
tir muita mágua e muita saiidade…

— Deve, deve | olhem que, se a gen-
te pensasse bem, não tirava retratos!
Apre! olha que testemunhas a gritarem-
nos a tôda a-kora: O que iu jostee o
que tu és!

— Ora! eu não penso assim | Pelo
contrário! A gente-olha para o espelho,
vê-se pesadona € feia, mas em compen-
sação contempla o retrato e diz: Mas
Já fui assim!

— Eu não concordo contigo !

— E eu sim…

— Eu também…

— Ai, eu não !

— Nem eu.

— Olhem lá; não acham que há pior
do que êsse caso? — o de uma pessoa
que fosse sempre, sempre, feia e desen-
graçada…

— Ai, isso deve ser horrível… Que

pavor! Muito tem que agradecer a!

Deus quem recebeu um palminho de ca-
ra razoável…

— Isso tem…

— Lá isso…

— Dão licença, minhas senhoras ?…
Perdoem o meu atrevimento ! Como es-
tava sentada aqui muito perto e as pa-
redes são muito delgadas, ouvi tudo
sem querer… mas não sem gostar,,.
As discus:õ:s de ideias são a minha

paixão e esta era tão interessante, . ;
Estamos na praia, terreno de ninguém, :

onde são permitidas iôdas as sem-cerj-
mórias e desculpáveis muitas ousa-

udias… Dão licença que exponha a mi-

ha opinião 2…

 

PRE EIS

— Ora essa…

— Pois não…

o muito prazer… etc… etc…
Bica
— Sou amiga da D. Hortense Vaz.
Conheço-a desde… desde que fui alu-
na dela de piano e de pintura… há
vinte e cinco anos… e sou, desde es-
sa data, sua admiradora enternecida e
dedicada.. Conheci-a linda… de en-
cantar. . já ela tinha então cinco fi-
lhos. . Ea uma casa tão alegre! O
marido tão bom e amigo dela e das
crianças | Que lindas festas organiza-
vam para êles e para nós, as discípulas
mais queridas… Depois veio a gurr-
ra… à cegueira do marido… Coita-
dinha, que pena fazia durante êsses
anos de angústia e incerteza que êle
passou em França… e depois quando
êis voltou céguinho e muito doente…
tão doente que morreu três anos de-
pois, deixando-a com sete filhos… Só
quem viu pode avaliar o que esta se-
nhora passou para criar e educar 08
filhos como os educou… E? verdade
que teve o grande auxílio do Colégio
Militar e do Instituto de Odivelas para
os mais velhos, e que esses depois aju-
datam os mais novos, mas ainda assim
o que ela teve de trabalhar e lutar ! e
de sofrer… Contraíu uma grave doen-
ça de coração que lhe du aquela gor-
dura, aquela côr macilenta. aquele ar
balôfo… Mas hão-de concordar que,
falada, é uma simpatia…

— Aiisso él…

— E muito culta…

— Muito espirituosa…«

— Muito. .. muito…

— Ainda bem que concordam comigo!
Pois eu, que conheço a valer aquela
senhora, afirmo-lhes que ela nunca de-
ve ter : xperimentado essa sensação de
o que eujuieoqueeu sou… que V.
Ex.as lhe atribuem…

— Como o sabe 2…

— Essas coisas não se confessam a

 

— Ainda que o pensasse não lho di-
Fiã. e.

— Pois não, bem sei… Mas lembro-
me do que ela ensinava às filhas e a
nós, as amiguinhas delas, já espigadi-,
tas…

— Então ?…

— Que a beleza do corpo não vale
nada… nada… Vou repeilic-lhes as
suas palavras…

— «As que sois lindas, minhas filhas,
pensai que Os anos hão-de passar.»
e rouba -vos a beleza, desiaze-la, dese
figurá-la…

Ai de vós se vos tiverdes apegado a
essa graça ilusória, enamorando-vos
dos vossos p:óprios encantos. ..

Quandos êles vos fugirem a decepção,
o desengano, a saudade, a nostalgia do
que nunca mais pudereis ter, será ter-
rível… E havereis de manter uma luta
inglória com o tempo e a sua obra,
disputando-lhe, à fôrça de sarranjos»
uns restos de beleza desbotada, erian-
do-vos um rosto artificial, caricatura do
que tiverdes sido. .

E as outras, as que pouco ou nada
deveis à graça € à beleza, não vos en=
tristeçais nem desanimeis… Pensai
que há alguma coisa quê vale infinita-
mente mais. .

O corpo é barro frágil e quebradiço
que nada vale se o espírito o não ani-
mar é o coração lhe não der calor…

Uultivai tôdus os dotes intelectuais e
morais. Procurai instruir-vos e aper-
feiçoar-vos, E o

Juntai, amontoai tesoiros de beleza
espiritual — trabalhareis assim pela
vossa felicidade não só eterna, na «ou-
tra vida», mas até pela deste mundo.

Aperfeiçoando-vos constantemente,
incansâvelmente, chegará o dia em que,
comparando-vos a vós próprias, possais
afirmar :

«Perdi a beleza do meu corpo, mas
como embelezei a minha alma > E

Ou: — «Nunca fui bonita, mas graças
a Deus, sinto em mim tesoiros de bele-
za imortal !»

Aqui têm, minhas senhoras, como
posso responder com as próprias pala-
vras de minha mestra € amiga ao que
dela diziam…

Só me resta pedir mais uma vez per-
dão da minha ousadia…

— Que nos encantou…

— Que nos deu muito prazer…

— E uma bela e grande lição…

De «Os meus contos»

Maria da Soledade

Serviço de Racionamento

Valor, em Kilos, das senhas
de racionamento,
respeitantes ao mês de Julho :

Açúcar

A* Categoria n.º | correspon
dem 14 kilos —7 k. em cada
quinzena; à n.º 2, 11 kilos— 55
k em cada quinzena; à nº 3,
85-kilos — 4,250 E. em cada
quinz-na; à n.º 4, 6 kilos — 3 k.
em cada quinzena;ân’ 5 4 ki-
los – 2 k em cada quinzen ; à
n.º 6, 2,5 kilos — 1,250 k em
cada quinzena.

Arroz E
A* Categoria n.º 1 e’rrespon-
dem 10 kilos— 5 k. em cada
quinzena; ànº2, klos—4k.
em cado qunzens; à nº 3,6 ki
los- 3 k em cada quinzena; à
n.º 4 4kilos—2 k em cada
quinzena; à n.º 5, 25 kilos —
1,250 k em cada quinzena.

Serpro
PENSAMENTOS

A caridade é o cálix onde se der=
romam. as gotas do sentimento e da

crença.
9

A caridade é o luar da Vida, por

isso ilamina quem a faz e quem a re,

cede,

Os hospitais são o remanso onde

a caridade impera com cintilações de .

carinho e bondade, aaxiliá-los é cons=
truir o padrão duma existência per-
feita e sem mácula.

é

Auxilior os pobresinhos é periamar |

os corações; doirar as almas e sinte=
tizar à bundade ao sentimento.

Lisa
A ag

Sopa dos Pobres

DEZMBRO DE 1941
Movimento neste mez :

Sopa diária media de 35 indi-
gentes.

* Despeza 638805.

Receita: Cota mens:| de ano-
nimo, 100800; cotas diversas,
169800; cota de D. Guilhermina
de P Durão 30800; donativo do
Sar. Governador Civil; E
donativo do Snr P.º António
Ramelhosa, 100800; Anonimo
20800; de António Mendes (Lis=
boa, 10800; de Anonimo por
intermédio da Comarca, 20800;
Suma 699300.

Generos: Do Snr. Dr. Antó-
nio Nunes e Silva, meio alqueire
de: azeite; de anonimo, 4 litros
de feijão e dois litros-de azeite;
de D Laura Cârneiro de Moura,
um tacho de gtão com. arroz, 10
pães, um alquéire de batata, .um
quilo e setecentas de toucinho.

“A comissão muito grata agra-
dece a todos os benfeitores em
nome de Deus e dos pobresinhos.

Este número foi visado pela
Comissão de Censura
de Castelo Branco

Papcl para embrulho
Vende se nesta Redacção,

Concescj: nã jo: Companhia

de Viação de Sernache. Lá, ii

4 Oheg, | Part.

Olcicos— ra da Riba) —. | 6,00

| Alto do Cav:l [635

6,40
| Sertã —.Lamo Ferreira Ribeiro) 7,35

Cheg. [vêr
3.rta — Lao finita Rito) — [18,50
Alto do Cavalo. . ]19,25]26,00

Oleizsº— Pa da Ip 20.25]

Efectuam-se

diáriamente

Novos livros

| Nestá Redneção encontram-se à
| venda novas obras literárias que têm
obtido grande sucesso por tôda a par»

ter E na Ra

| Calcanhar do Mundo (romance) —
Virgílio Godinho, 12809; O soidado

‘ prático (história do Exército .porta=
gaês ou melhor, do heroísmo lasiada
através da História, escrita por Paiva
Couceiro protagonista das campa-
nhas africanas de ocupação). 15300;
Sobo pendão reul — Luiz de Almeida
Braga, 15800; Dois Nucionalismos, Hi=
pólito Raposo. 0400; Dissertação a ja-
vor da Monarquia Marquês de Penal»
va: com am estago de Caetano Beirão,
12450; Lagoa Escura (contus)—Hipóli=
to Raposo, 10500; A história Sergista
de Portugal —J, Preto Pacheco, 8800;
Cartas a um cêptico- José Maria Pex

mán, 10890; Assuntos regionalistas —

Jorge Vernex, 10800.
e

Anancia-se para breve um novo ros ‘

mancçe de Vergílio Godinho—A Herda-
de dos Castros—que a crítica agaards
com bem jastificado interesse

Postais com vistas da Sertã

(EDIÇÃO PRIMOROSA)
Vendem se nesta Redacção
| Colecção de 7 postais — 7400

| EDITAL

São por êste meio avisados to»
dos” os indivíluos que julguem:
ser propiiedade ou logradouro
público uma, parcela de terreno:
sita n- luga: do B-i:ão. £ fuso
do Cabeçudo,. junto: à Estrada
Municipal, e que ultimamente fui
anex-da, pela con-truçã – de um
muro à pr piedade da família
Maia Pestana, a apresentarem
quaisquer documentos ou outros
elementos de prova dêsse f-cto!
no Gabinete da: Presidência ‘ da
Câmara, ro prazo de vinte dias a
contar da data da afix ção dêste
Edital, E

– Ep ra constar se passaram ês-‘
te e outr s de igu:l teor que vão!
ser afix-dos na sese do concelho!
e sede da freguesia de Cabeçudo.-
E eu An ónio Caldeira Firmino,:
Chefe’da Secretaria o subscrevi.
Sertã 4 de Julho de 1942,
O Presidente da Câmara Car
los Martins. RR
À Douram-se é pintam-se

tigais, tocheiros, bangu, tas,

todis Os

Pinturas :

|PEDRO D’
DOURADOR E PINTOR
SE RT A

todos os trabalhus concernentes à
arte relig osa, Douramento em al-
tares, a oyo fino, prata e douradura, Merdentes é brunides
|| TODA A OBRA DB TALHA – Tiibunas, alteres, cas

para iulssal, caceires, guardaventos, ec, eic.. FINGIDOS: a
ármores e mudeiras.

Bandeiras em sêda com artísticas pinturas para ir. .
niandades; Imitação a damascos a côres próprias e
esculhidas, Pinuras em Tabuletas em Vidro, Madeira-ou Pedra. |
Pinturas e retoques em imagens com esmerada acabamento,

Pessoal habilitado que se desloca a qualquer ponto do País |

Auto-pintura à Pistola, pintura. e reparação em qutos e mé
lias. Tiabalhos à prova no distrito de Cistelo Branco, Santa-
rém Coimbra, Guarda, Tr.balhos na Exp s:ção do Mundo |
Portugués e na Nau Portugal.
que respeitam a arte religiosa,

OLIVEIRA

cadeira. pa quiais, estantes

Executam se todos.os trabalhos |

Horário da Carreira de Passageiros entre “SERTÃ e ALVARO
Concessionár’o: Companhia de Viação de Sernache, Ld;*.

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Sertã Rua Cândido dos Relgy. > -/1425
Maxeal . . [14 40 [1440
Alto do Cavalo “|15 20 115,20
Cesteiro.*, . – – 1530/1530
Alvãro (estala camarária) ./15 40

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Cesteio . 4. 11,10
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dições económicas ficará ôptimamente servido,

 

@@@ 1 @@@

 

Assim, graças ao processo da
anilhagem adoptado, adquiriram-.
se dados seguros sobre a longa
migração das .cegonhas brancas.

hines migratórias

=| “EM 2Adejaneiro-enviémos à
iLegação da Ale nanha, em Lisboa,

a anlha dum-tordo’ dias an es
caçado, n s redondezas da Amiei
r3, conc lho de Oleiros, pelo pá
roco da frecuesia e nosso patrí-
cio Rev.º P.º |esé Francisco; do
facto demos notícia no n.º 279,

“do qual remetemos un exemplar

à mesm: Legação, que agora nos

-Temete à seguinte amável carta,

procedente da: estação ornitoló-
gica da ilha de Helgoland, agra-
decendo”a intervenção que tive-
mos— como já temos feito muitas
outras vezes para que a anilha
chegasse do seu cestino:

: “Estação da ilha de Helgoland
(Alemanhs) para a observação
das aves nigratoias. o

“ Helgo! ad, 2 de VI de 19142.
– Exm Sar.

Muito agradecemos a sua co-
municação, de grande interesse
para. nós, relativa á captura do
nosso Tordo branco Nr 8480085.

“Esta ave, apanhada ao passar
por aqui—nas nossas redes es
peciais=-foi anilhada no dia 19
V 1940, na ilh: de Helgoland,
erto da costa alemã do Mar do
Narte.

“Pedimos o obsequio de men-
cionar este facto na sua revista,
convidan o os leitores a auxilia-
rem estas investigações interna-
cionais acêrca das migrações das
aves, investigações em que cos
labora a maioria dos paizes ci-
vilizados Basta para isso qe
todos os que tenham ocasional-

menté efe. tuado a recaptura duma’
ave anilhada, queiram dar-se o.

incóno so de.o fazer constar, uti

lizanio o endereço inscrito na.

anilha. Estas investigações têm
grande interesse para a ciência,

para Os sportsmen, e para a pro-|
tecção internacional das aves úteis.
já se obtiveram resultados notá-

e sobre a das andorinhas ingle-

‘sas, que: se deslocam até o sul
africano. Com as anilhas nada
sofrem as aves, algumas das quais

têm chegado a trazê las dez anos
EQUÍS aa

Naturalmente não deve abater-
se uma ave com o único fim de

“averigusr se traz anilha : não te-

ria tal prática a menor probabi-

“lidade de êxito. Mas seria para

desejar que, por falta dum pouco
de cuidado, não se deixasse per-
der qualquer anilha casualmente
encontra a : dá mui’o trabalho a

“colocação de anilhas em milhares

“e milhar. s de aves, que primeiro
têm de ser expressamente captu-
radas : e é muito reduzida a per-
centagem das anilhas devolvidas.
Aves empalhadas portadoras de
anilhas, patas com anilhas e até

simples: anilhas, tudo recebere-

mos com gratidão, a fim de ser
exposto no nosso museu público.
a Ge e E De V.. Ex, t da

AttS.Vrº é Obgd.
ns x Dr. R. Drost,

RA
Es

Cobrança ide assinatu-
«as na comarca

“ Entregâmos aos nossos cobra-
dores da àrea da Comarca, ex-
ceptuando as localidades onde
existem estações de cobrança, os
recibos relativos aos assinantes
nela, resi lentes,: esperando ficar

– a; dever à todos o obséquio de

os liquid. rem prontamente. Qual-
quer adiamento-ou devolução só
nos causa transtôrnos e prejuízos,
visto serem certos e inadiáveis
os; encargos que oneram a publi.

“cação: dêste semanário.

5A todos os nossos estimados

assinant s agradecemos, anteci- |
“- padamente, a melhor atenção pa-

f3 O nosso pedido.

u

Pad Administração

Corpo=Atniliar para Combata
A Incêndios

!’O Comando. dos: Bombeiros
Voluntários da Sertã pro

“cura constituí lo, convi-
dando, para esse eleito, lo-
dos os indivíduos nas devi
das condições

O sr. Comandante, interino;
| dos Bombeiros Volu tários locais
, recebeu uma circular do sr. Ins-
| pector do «Serviço de Incêndios
da: Zon: Sul» em que comunica
| haver conven ência em intensifi-
| car, a “instrução do pessoal da
nossa, €’ rporação e, ao mesmo
tempo, alargar a sua acção a to-

se. prestem a colaborar e difun-
dindo mesmo o mais largamente
possível os conhecimentos gerais
à popul.ção, se p.ssível É r.

aumentar o número de pessoas a
quem seja ministrada instrução
compl-ta de todo o material de
socorro, promovendo à inscrição
de indivíduos fora da idade mi-
litar que não façam parte das
Organizações patrió icas «Legião
Portuguesa» e «Mocidade Portu-
guesa», (dos 18 aos 20 anos e
além dos 40). Paralelamente ao
Corpo activo poderá ser criado
um Corpo auxiliar no qual se
ec mpreendam os indivíduos me-
nos robustos e aquêles que, por
fôrça das suas ocupações, não
possam freqientar assiduamente
as instruções, ministrando-lhes os
corhecimentos elementares se-
guintes : material de socôrro, no=
menclatura e utilização; estabe-
lecimentos de mangueiras e tra-
balho: com. agulhetas; engates e
arvoramento – de escadas; conhe
cimentos dos métodos de salva
mento; meios de extinção de in-
cêndios, a água, a areia e Os ex-
tintores: transporte de feridos
com ou sem maca; respiração ars
tificial; socorros de urgência
cuidados especiais a observar.

Nesta conformidade, o Coman-
do dos Bombeiros Voluntários
da Sertã faz, por êste meio, con-
vite a todos os indivíduos, que
puderem aceitá-lo, a inscrever-
se, O mais rapidamente possível,
na lista patente na Redacção de
«A Comarca da Sertã» e, opor-
tunamente, por aviso pessoal,
indicará o dia, hora e local da
primeira instrução.

AGENDA
-Da Praia do Ribatejo regres-

sou à Sertã, com sua espôsa, O
sr. dr. Francisco Nunes Corrêa.

Festa do S. Coração de Jesas

Com a habitual solenidade
realiza se, no próximo domingo,
na Sertã, a festa do S Cor. ção
de Jesus, estando marcadas as
cerimónias: às 11 horas, Missa
das crianças. Comunhão solene
e prédica; às 15. missa solene,
sermão-e Exposição do S. S.; e
às 19. procissão e bênção do S. S..

te dos Í rigorosa pontuali-
dade e O devido acatamento a
todos of detos e as intispensá-
veis compóstura e ordem na pro»
cissão.

Pelo sbipáito significado espi-
[ritual a festa do S. C. de Jesus
costuma atfair muitas e muitas
centenas dé crentes.

a
CELESTE

Aº rosa, chamam: lhe rosa
E nada mais nataral,
Pois sendo tão formosa,
Outro nome estava mal,

Mas Deus fez te snperior,

1 De oatras graças te reveste ..

E por isso. sem favor,
À ti chamam-te Celeste.

L. da Silva Dias
(Da «Voz da Beiras)

Espera 0 digno Clero, de par-.
eis,

dos. os indivíluos que com ela.

“Torna-se, pois. indispensável;

“A’MARGEM

“A comarca da Sertã

“Na Inglaterra, muitos milhares de homens e mulheres se empenham, nvlte e dlu na produção
de tanks do último modêlo, capazes de escalar precipicios a quarenta milhas à hora.

Através da Comarça

(Noticiário dos nossos Correspondentes)

PEDRÓGÃO PEQUENO, 7—Albano
Mateus, de 42 anos de idade, residen«
te no lugar da Póvoa das Baraças,

iregaesia da Madeirã, hoje cêrca das

lo horas, depois de ter dormido no
campo, foi a uma taberna do lugar do
Bravo, desta freguesia e bebeu cêrca
dé meio litro de aguardente para ma»
tar «o bicho», falecendo pouco depois
Era um incorrigivel alcoolico’ e deixa
viara e 6 filhos menores. é CARDIGOS, 8—Encontra-se- nêsta
vila o snr. José Maria Tavares, impor=
tante vinicalior e exportador de vi-
nhos, de Arenhas de Mar (Colares),
com demora de algans dias. Acompar=

-nha-o saa digna esposa.

-Em serviço de exames, de cujo juri
faz parte, acha-se ausente o prolessor
oficial de Cardigos snr António d’Oli=
veira Viegas Tavares.

— Já há dias que partia prra Lisbva,

onde foi sageitar-se a ama melindrosa

operação cirargica, o distinto médico
do partido municipal com sede nesta
vila, snr. Dr. José de Matos Ratinha.
Consta-nos-que a operação correa
bem, e que o nosso amigo se encon-
tra em pias de restabelecimento, com
o que nos congratulamos

Na sua ausência tem vindo agai,
uma vez por semana, o snr. Dr. Puns
ces de Carvalho, de Vila de Rei.

-—-Partia para a praia da Nazaré,
com. sua espôsa e interessantes filhi=
nhos, o snr. Mário d’Uliveira Viegas
Tavares, indastrial, e vereador da
Câmara Manic:pal do Concelho,

-=Consta-nos que é elevado o núm
mero de colectividades e pessoas des=
ta iregucsia, que por ocasião do ani-
persário da sabida ao poder de >. Ex.*
o snr Presidente do Concelho, o feliei-
taram.

—Tem passado mal de saúde o snr.
Joagaim Martins da silva Tavares.
conceituado comerciante desta vila, a
quem desejamos boas melhoras.

N, R.—Aos votos formalados pelas
melhoras dos snrs. dr. José de Matos
Ratinho e Joaquim Martins da Silva
Tavares, expressos pelo sea presado
Correspondente, associa=sse «A Con
marca da Sertã».

DID
Exames é passagem de classe

Ficaram aprovados : nas cadei-
ras de Português, Prancês, Geu-
grafia Económica e Inglês (dis-
tinção) do 4.º ano do Curso Com-=
plementar de Comércio, o ar.
Henrique Pires Alves e, no exa-

me do 1.º grau, a menina Maria

José Pires Alves, desta vila, fi-
lhos do nosso amigo sr. Vergi-
lio José Alves, de Léopoldviile
(Congo Belga).

Transitaram: parao 3.º ano do
liceu o menino Carlos Francisco
de Azevedo Moura, aluno do
Colégio de NunºAlvares, de To-
mar; para O 5.º e 2.º, respectivas
mente, o sr. Angelo Antunes
Menues, filho do sr. Joaquim Pi-
res Mendes, da Sertã e o menino
Alvaro Fernandes, filho do sr.
José Fernandes, de sernache do
Bomjardim. 7

As nossas felicitações.

0» EM SEARA ALHEIA

Comem-se os homens ..:

Vêdes vós todo aquelle bolir ?
Vêdes todo aquelle andar? Vê-
des aquelle concorrcr ás praças
e cruzar as ruas? Vêdes aquelle
subir e descer as calçadas ? Vê-

des aquelie entrar e sair sem

quietação nem sossego? Pois
tudo aquilo é andarem buscando
os homens como hão de comer,
e como se hão de comer.

Morreu algum delles, vereis
logo tantos sobre o miserável a
despedaçá-lo e comê lo. Comem-
no os herdeiros, comem-no os
testamenteiros, comem-no os le-
gatários, comem-no os credores,
comem-no os oficiais dos orfãos,
e os dos defuntos e ausentes; co-
me-o o médico que o curou,
ou ajudou a morrer, come-o o
sangrador que lhe tirou o san-
gue, come o a mesma mulher,
que de má voniade lhe dá para
mortalha o lençol mais velho da
casa, come-o o que lhe abre a
cova, O que lhe tange os sinos,
e os que cantando o levam.a.gn-
terrar: em fim, ainua ao pobre
defunto o nao comeu a terra, e
já o tem comido tôda a terra.

Já se os homens se comeram
sómente depois de mortos, pare-
ce que era menos horror e me-
nos matéria de sentimento, Mas…
considerai que também os ho-
mens se comem vivos…

Vêde um homem desses
que andam perseguidos de plei-
tos ou acusados de crimes, e
olhai quantos o estão comendo.
tome-o o meirinho, comeco
carcereiro, come o o escrivão,
come o o solicitador, coms-o o
advogado, come o o inquiridor,
come-o a testemunha, come-o O
julgador, e ainda não está sen-
tenciado, já está comido, São
Peores os homens que os corvos

O triste que foi à forca não o
comem os corvos senão depois
de executado e morto, e que an
da em juizo, ainda não esta exe-
cutado nem sentenciado, € já está
comido.

Pº António Vieira
tg) sp

Rev. Vigário José Ramiro
Gaspar

Nos últimos dias tem obtido
apreciáveis melhoras, facto que
muito nos regosija e apraz noti
ciar, o nosso amigo Rev.º Vigá-
rio José Ramiro Gaspar, mui di
gno e zeloso pároco desta fre
guesia.

Ha já bastantes semanas que
se encontra em casa, completa-
mente afastado de qualquer acti-
vidade e, como se sabe, o seu es.
tado chegou a inspirar sérios
cuidados, preocupando-se, de-ve-
ras, as pessoas de sua família e
amizade.

Que continue a caminho do
rápido restabelecimento, são os

nossos sinceros votos

carta de Saiidade

De Francisco Mendes, natural do
Outeiro da Lagoa, soldado n.º: 545/40
da 1.º C. do 1.º B. Expedicionário do
R. 1. 15-Santo Antão – Pôrto Novo —
Cabo Verde, para sua irmã Leopoldina
Mendes — Sertã, Ped

Mana, sabes que quando daí vim que
me encontrei agai na ilha de:S: Vicena
te dêsie arquipélago de Cabo Verde
sabes que esta ilha que.tem uma cidas
de que é como à Sertã aonde nós ess
tipéramos umas três semanas aqailo
lá era bom para a gente gozar tinha
lá másica que era uma da Marinhã e
oatra dos pretos aonde a gente ésm

-pairecia e gozava bastante havia lá

tanta gente preta como branca afinal
era quási tudo bom só a.falta que ti»
nha era a água doce para gastos da=
quela ilha tinha que ir desta ilha de
Santo Antão todos os dias vem um
barco duas vezes buscar água para lá
gastarem sabes que nos achamos mai»
io estranhos derivado ao tempo tendo
demorado já ans três anos que agai
não chove e é esse o motivo de se não
criar quási n .da só pelo: Ano: Novo é
que choveu uma pequeita: chuva mas
nem sequer chegou a entrar à terra
foi só para apagar o pó o tempo que
agai há é só vento e calor à farta tan=
to tomávamos banho na ilha de S. Vie
cente como aqui aonde nós estamos
agora em Santo Antão sempre no mar
em todo o tempo quando chegámos a
S. Vicente no tim de três semanas mas
dámos para aqui para Pôrto Novo
Santo Antão irmã sabes que isto por
aqai é tado muito triste aqui onde nós
estamos só se véem serras negras €
corvos galinhas bravas e macacos e
água do mar aqui não se cria nada só
nama parte desta ilha é que se cria
pouco mais de nada e é só nas serras
mais altas nem sequer o pouco dinhei
ro que ganhamos há aonde 0 gastar
só cá há algama banana e laranja é
tado uma miséria aqui a gente preta
raparigas de 12a 15 16 anos andam
directamente tôdas nuas e a caírem
com a fome aqgai a comida dêles é mis
lho assado e cosido é a comida dêles
que chamam o caxupa compram aqai
o milho e o petróleo e outras coisas
mais e fado assim aqai as casas dêles
são umas choapanas cobertas de er=
vas e ouiras por de-baixo do chão nós
maitos dias nem vamos passear por
ver tanta miséria que até doi o cora=
ção nanca eu esperava de ver tantas
coisas mas que havemos de fazer pau
ciencia mana!

: erre. E
Pagamento de assinaluras

O nosso bom “amigo st. Ma-
noel Marins Cardoso, de Belas,
teve a amabilidade de nos en.
viar 30$00 para liquidação de 20
n.º (até o 320) da sua assinatus
rã, favorecendo nos como seu
auxílio, pois, paga-os à razão de
1$50. Aqui deixamos – expresso
o nosso reconhecimento ao ami-
go dêste semanário, de quem o
dirige e da Sertã, onde conquis-
tou grandes simpatias durante q
tempo que nela exerceu a sua
actividade, ao

Legalização de engenhos

A fôlha oficial publicou um
decreto-lei prorrogando, «até 31
de Jezembro, o limite ‘do prazo
estabelecido para a leg lização
de engenhos (moinhos, lag res é
azenhas, que utilizem as águas
como fôrça motriz. .. ..

 

@@@ 1 @@@

dee. pe or add e

RECORDAR…

“Fisco
A guarda fiscal apreendeu à um
pobre ceifeiro que de Espanha

A Uvmarcada Butiá

º | MVotasa lápis

(Continuação)
ANGELO MENDES, o sim»
pático acordeonista a que

regressou à sua terra um lenço | se jaz referência em «Mira-
de lã e um relógio de níquel. O dgonro.. —Serenatas», no pas:
relógio seria a sua dourada aspi- | sado número, diz-nos, ao con-

ração de rapaz e O lenço, quem
sabe, talvez o presente para a
namorada cu a recordação para
alguma irmã. Qualquer das cóu=
sas nos parece desculpável por
não revestir intenção criminosa,
nem tão pouco as finanças peri-
garem pelo desvio de tão insi-
gaificante bagatela. O que pode-
mos afirmar ser muito é o pre-
juízo do pobre homem a quem
talvez não sobre outro tanto para
comprazer com a lamília nas ale-
grias da chegada à terra.

Rig r para os contrabandistas
de profissão é uma cousa justa
em defesa da indústria nacional !
Porém estender a dureza da fis
calização às simples recordações
de família, parece-nos exacção
de mais.
te. . .. e” quoeortes a + . ese.

-* Pobre ceifeiro! Quantos dias
vergado pela sêde e pela fome;
quantas tardes aturando o sol a
prumo, quantas noites velando
na memória e acariciando na in-
teligência a imagem da noiva!

Sirva-te ao menos de cunsola-
ção a certeza de que nem as fi-
nanças públicas se salvaram com
a prêsa, nem tu deixas de ser um
homem honrado a quem faça tris-
teza a lembrança dêste crime,

(Da «Voz da Beira» —Sertã,
de 11 7.914)

Fogo aquático

Fez grande sucesso o fogo
aquático queimado no rio Nabão,
em Tomar, na segunda noite da
festa dos Tabolciros, confeccio-
nado. nas oficinas do pirotécnico

“da Sertã sr. José Nunes da Silva.

(Da. «Voz da Beira»—Sertã,
de 11-7-914)

Em correspondência de 8-7-914,
de Olciros, dá-se a notícia de
ter alí chegado inesperadamente
o sr. dr. Rebêlo de Albuquerque,
Governador Civil do distrito,
que foi recebido « poteoticamente
pelos habitantes.

(Da «Voz da Beiras— Sertã,
de 11 7 914)

Água vai!

Só de guarda-chuva ou capa
ide borracha. E” a única maneira
“de transitar pelas ruas desta vila

sem perigo dum banho de chuva.
Assim no-lo diz o nosso amigo
Milheiro Duarte.

Nós já não pedimos que se
cumpram as disposições do có-
digo de posiuras porque é o
mesmo que prêgar aos peixes.
Agora apelamos somente, para O
generoso coração das crisdas de
servir ou das donas de casa que
não têm sopa e esperamos ser
atenvidos.

Pelo amor de Deus não nos

molhem os nossos ricos fatinhos!
“Quando despejarem para a rua
a água da loiça: ou… qualquer
coisa, digam ao menos: dgua
vai!
(Da «Voz da Beira» —Sertã,
de 18.7 914)
Prevenção amiga
Estamos a doisidias das elei-
ções: Lembraisvos disto 6 povos
dalém ribeira—engeitados da Er-
mida, Figueiredo e Trovical. Ima-
ginai uma ponte na ribeira Gran-
de, aquéla ponte tão contada pelo
Paure Farinha e adormecei. Tal-
vez. ao acordardes, tenhais que
passar a ponte a pé.

(Da «Voz da Beira — Sertã,
de 18 7 914)

Luz elécírica

Parece estar resolvido o pro-
blema da iluminação nas princi-
pais terras dêste concelho por
meio da luz eléctrica,

Para proceder ao preciso exa-
me dos terrenos e respectiva

” queda de água esteve já nesta
vila o sr. Eduardo Aguiar Bra-

trário da afirmação ali erpe-
dida, que a valsa <A’s 3 da

madrugada» não é composição.

sua e que apenas a adaptou a
outros instramentos.

Em todo o caso êsteé facto
contesta o gue várias vezes te-
mos ouvido dizer que Angeio
Mendes se revela já um apre-
ciável compositcr, corroborar
do, assim, o seu talento e er-
traordinária vocação para a
arte musical,

rs

UM facto que nós notamos na

Sertã, e que com o tempo
mais se acentua, é que raros
são os rapazes de agora que
se dedicam à música, ingres-
sando na Filarmónica ou for
mando qualquer agrupamento
artístico do género.

Temos a impressão de que
se envergonham de vestir a
farda de filarmónicos, talvez
por ela ser mais que modesta
e não ter arrebigues, longe,
portanto, de satisfazer vaida-
des !

A música é uma arte mara-
vilhosa, que devia ser caltiva-
da por todos que têm algum
jeito on tineta para ela; e na
Sertã sempre houve e continua
a haver muita gente com onvi
do e aptiaões para a música,
a tal ponto que já em tempos
existiram duas filarmônicas,
qual delas a melnor uma das
quais contava entre os seus
componentes, vários fanciond-
rios públicos e artistas de mé
rito, filhos de famílias de cer-
ta posição social. E êles não
se envergonhavam, antes se
mostravam ufanos, de serem
músicos; instruíam-se, diver-

tiam-se e adquiriam hábitos.

de disciplina e trabalho, por-
que esses agrupamentos for-
mavam, para todos os efeitos,
escolas esplêndidas, onde se
organizam e seleccionam va
lores, onde o mestre era um
guia, um conselheiro e am
amigo.

Por oztro lado, ainda, os
moços dêsse tempo, dedicando
as horas de ócio ao estudo da
música, não tinham tempo de
se lentregar à libertinagem,
eram obrigados a fugir du ta-
berna e do jôgo como o Diabo
foge da Cruz, mesmo guando
para tais ruins vícios tivessem
inclinação.

Muitos dos rapazes de ago
ra tem a cabeça ôca, vivem
alheados de tudo o que é belo
e torna a vida decente e agra-
dável, comprazendo-se sômen-
te em satisfazer caprichos e
futelidades, mostrando aquilo
que não são e nunca podem
ser e vara que Deus os não
fadon!

gança, engenheiro electricista,
apre:entando a casa inglêsa
Thompson-Horton-lbérica, com
filial na cidade do Pôrto, que
tendo feito um minucioso estudo
por tôda a margem da ribeira
Grande. desde o Martim da Boa
até aos subúrbios do Outeiro da
Lagoa, escolheu êste último pon-
to como o mais próprio e con-
veniente para a instalação por fi-
car a três quilómetros desta vila
ea cinco de Sernache do Bom-
jardim,

Por êstes dias conta-se com a
chegada do sr Glodomiro Gui-
marãis, engenheiro técnico, que
procederá aos competentes estu-
dos a-fim de se re:lizar com a
possível brevidade êste melho-
ramento

Bem hajam os iniciadores des-
ta obra de tão grande alcance e
oxalá não encontrem dificul iades
na sua realização.

(Da «Voz da Beira» — Sertã,
de 18-7-914)

“Club Serfaginênse

-» Sto Redactor de
A Comarta

À leitura do último número da
«Comarca» — 302 — veio trazer-
me a notícia da última mudança
operada no título da nossa mo-
delar casa de recreio, conhecida
por Grêmio Sertaginense. |

Não se admire V. … que eu
diga a última, porque, pelo me-
nos, é esta já a terceira vez que
aquela casa sofre alteração no
seu título, desta vez porém, com
a curiosidade de que-se lh – pôs
o mesmo que lhe fôra dado pclos
fundadores em seu baptismo de
nascença. EA

Criada a simpática instituição
em 25 5-1888, para suprir o vá-
cuo deixado pela -ua primitiva
congénere — Sociedade Recrea-
tiva — fundada em 1877 foi lhe
dado desde log o nome e so-
brenome de Club Sertaginense,
que, com agrado de todos os só-
cios conservou até 1890

dos acontecimentos que tiveram
seu desfecho no Ultimátum. fe-
rindo assim no mais fundo o en
timento nacional, quis timbém
a Sertã mostrar a sua repulsa por
tão indigão gesto, e, vib-ante de
indignação patriótica, riscou ‘a
quela casa de reiiniãn a palavra
Club, ensão menos conforme ao
sentimento dominante.
Atravessou então o país, de
lés a lés, uma onda torva de na
cionalismo, sem outra finalidade
mais que o protesto, e por-isso
foi de tão efé «era duração. Hoje,
porém, que uma nova aúra, vin-
da de fontes mais puras e tri
lhando caminhos mais suaves,
pretende nacionalizar tôda a or-
gânica portugueza, sem exclusão
da língui melhor se justificaria
a substtuíção daquêle extrangei-
rismo, já una vez repudiados

que bem poucas pessoas terão
conhecimento, pelo que, tratan-
do-se de repor o antigo título,
não fica mal à «Comarca», me-
diante o meu agr «secimento mais
respeitoso, fornecer aos seus inú
meros leitores êste breve traço
“da história local, que, separa

servirá de recordação,
Um leitor :

de DEBE
Casa das Beiras

Publicâmos no penúltimo nú-
mero. por solicitação da «Casa
das Beiras», uma notícia sôbre a
próxima realizaçã» de mais uma
das suas in’eressantes e úteis ini-
ciativas, e que vem a ser uma
exposição de maquetes e foto-
grafias das instituições de assis-
tência espalhadas pela província
da Beira Litoral e gráficos elu-
cidativos do movimento dos di=
ferentes serviços e da obra rea.
lizada naquela província: À ex-
posição como dissemos, efectua-
se dos dias 19 a 31 do corrente
na sede da «Casa das Beiras. e
na Sociedade Nacional de Belas
Artes, estando marcadas durante
esse período, em dias que opor-
tunamente se anunciarão, algu-
mas conferências.

Mais um notável serviço que
a «Casa das Beiras», prestigiosa
agremiação regionalista do País,
vai prestar em benefício da im-
portante província da Beira Lito-
ral. Pelo seu esfôrço abnegado na
defesa das Beiras, pelo entusias-
mo e interêsse com que sempre,
advoga as suas causas, a simpá-
tica instituição bem merece todo
o apoio e v-limento da sua Im
prensa, na qual -enfileira, humil-
demente. <A Comar a da Sertão.

Por isso a ilustre Direcção da
«Casa das Beiras», quanto a nós,
nada tem que pedir, tem apenas
que mandar; as suas ordens são
para nós mma honr .. Aqu’ ex-
pressamos, com franqueza, o nos-
so modo de sentir sproveitando
o ensejo para lhe tr’butarmos os
nossos mais respeitosos cumpri-
mentos.

Neste ano, porém, por fôrça.

Vão já passados longos ános.
sôbre os factos apon’ados del

muitos é novidade, para outros

“CINEMA
é ie
cMarinheiros à fôrça»

No próximo sábado deve Tea-
lizar se na esplanada de S. João,

so’ Castelo, uma interessante Ses-
são cinematográfica em que se

exibe o engr cadíssimo filme
«Marinheiros à Iôrç:», tendo co-
mo protagonistas, os grandes có-
micos populares Estica e Bucha,
já muito conhecidos e admirados
pelas platéias.

O público da Sertã, apreciador
de cinema, que vai para ano e
meio não mais voltou a assistir a
qualquer espectáculo do género,
tem agora ‘ oportunidade qe pas-
sar uma noite em cheio, rindo-se
a bandeiras despregadas com um
filme de inimitável graça e espi-
rito, onde se revela, a-par-das
maiores excentricidades, a arte
perteitíssima que preside às pe-
lículas de bom gôsto. Com efei-
to, Estica e Bucha não são có.
micos vulgares. mas actores de

| Cinema na verdadeira acepção da

palavra, que, pelo seu desempe:
nhn, têm conquistado as simpa-
tias gerais. |

A noite de sábado levará, por
certo, a S. João, tôla a gente do
nosso meio, destjosa, de se di-
vertir um pouco, de esquecer por
momentos as agruras da vida
tanto mais que tri=tezas não pa-
gam dividas…

Os bilhetes são dum preço úni’
co. e custam apegas 2800. Tra-
tando-se-dum local ao ar livre e
não serido assegurada a freqiiên-
cia dos espectáculos, entendeu a
Direcção da Associação dos Bom
beiros que era inconveniente fa
zer despezas com a instaleção de
bancos para o público; em todo
O caso, quem quiser poderá levar
bancos ‘ ou cadeiras para se sen-
tar, pois no recinto fica uma zo-
na para a sua instslação. ‘

Parte da receita reverte a fa |

vor da Associação d’ s Bombeiros.

CASAMENTO

No dia 23 do mês findo reali-
zou-se, na capela da Isna ide S.
Carlos, o casamento do nosso es.
timado assinante sr. Manoel de
Figueiredo, proprietário, de Puia
res;com a sr.º D.Mar a de Lour-
des Nunes: filha do sr. Jusé Lo
pes Morgado-e da sr.* D. Maria
Nunes. da Isna: de- S. Carlos.
Apadrinharam o acto, por: part-
da noiva, seus tios:sr. José Nu-
nes e espôsa sr.” D. Margarida
Fernandes Nunes, da Sertã e,
por parte do noivo, o Rev.º P.º
Guilherme Nunes Marinha, da
Pó.oa da Ribeira Sardeira e a
sr? D. Matilde Farinha, da Var.
zea dos Cavaleiros.

Ãos noivos, que ficam a resi-
dir em Poiares, desejamos tôdas
as felicidades.

esse

Transporte colectivo
de: mercadorias

Há uns’ poucos de anos que o
sr. João Lopes, desta vila, explo-
ra-a carreira de transporte co
lectivo de mercadorias entre a
Sertãe Tomar, que se efectuava
às 2:º, 4.º e 6: feiras. Ultima
mente, porém, devido à-falta:de
combutível, não se tem verifica-
do acostumada regularidade, em
manifesto prejuíz» do público,
que, sea necessidade o obriga a
recorrer . às camionetas: particu-
“ares, fica compelido a pagar os
fretes muito, mais’caros; durante
a primeira quinzena do mês cor-
rente só se fizeram, por junto,
três carreiras, pois ao concessio-
nário, que dispõe de dois vcicu-
los, foram atribuídos-40 litros de
gaso’ina para cada.

. Consta-nos que aos proprietá-
rios das camionetas pariiculares
tem sido distribuí :a uma «maior
porção de gasolina do que aque
la, o que nos parece pouco: com-
preensível; pois que a carreira

mencionada é de vantagem ger 1, A EM
rente dos respectivos: texjos—

e são muito grandes os encargos
que uneram o concessionário pe.
lo exclusivo da exploração.

Cio unripad do- Srt
“Principado taiihenansentoundos
de 1982 RR

Tomar conhecimento de diver-
sa correspondência recebida;
— Pedir a comparticipação da

garagens na Casa dos Magistras

mento ao projecto;

— Marcar o concurso da eme
preitada da obra de «Abasteci.
mento. de águas à vila de Sertã.;
para o próximo. dia 24 do cor=
rente; . à da Fis
— Obliciar à Junta de Freguesia
de Sernache do Bomjardim, pre:
guntando: em que estado. sé en=
contra o projecto de abastecimen:
to de águas àquela localidade; |,

— Solicitar informações aos
Presidentes das Juntas de Pre-
guesia sôbre O consumo prová-
vel do milho até à nova coihei-
ta a fim de se ver ficar da possi-
bilidade de satisfazer o peido
da Federação Nacional dus Pro-
dutores de Trigo no sentido do
abastecimento dos concelh:s vi-
sinhos;
| — Conceder uma prorrogação
de prazo a um proprietário inti:
mado a fazer diversas obras na
sua habitação; PSA

— Atixar editais convidando
todos os indivíduos que julguem
ser prupricdade ou logradouro
público determinada parcela de
terreno sita-na freguesiade Ca-
bçudo e que últimamente: foi
anexada, pela construção de um
muro; a uma propriedade dala-
mília Mata P.stana, a apresgenta-
rem quaisquer documentos ou
outros element :s de prova dêsse
f-cto; Afeta Ss
– — Autorizar diversos pagimen-
tos; : asno

— Deterir diversos rqueris
mentos. RR

“EXAMES 7
Os exames de 3.º classe, na

50 havido algumas rapósas, não
obstante tôda-a benevolência do

iuri, –

piaram ontem os de 4.º classes
Tanto nuns como noutros ve»
rifica-se uma sensível diminuição
de candidatos em relação po ano
t ansacto. . Ep fetto da e
Dizem nos que os exames de
admissão ao liceu, na sede do
distrito, .se iniciam no próximo
dia 246. Rd a
Ao contrário do que ch-gou a
constar, as provas de desenho
não são eliminatórias, Man ém-se,
“por isso, a decisão tomada nos
anos anteriore» quanto ao-exame
de admissão, i to é será elimina-
do o examinando que: a). Obti-
ver uma nota de mau em qual
quer das provas, excluindo a de
desenho; b) Obtiver duas ou
mais notas de medíocre, excluin-
do a prova de desenho, salvo
se, tendo merecido spsnas duas
notas de medíocre obtiver, pelo
menos. duas notas de muito
bom, incluindo nelas a prova de
desenho. E

mena Rot |
ORTOGRAFIA |

Ainda sôbre exames, quêt se
trate dos de:ensino elemenfár ou
do 2.º grau, quer se trate dps de
admissão aos liceus; justo ‘& gue
os senhores examinadores te-
nham presente que há livros ce
diferentes autores eclasses, dj
vados oficialmente, que regist
com grafias dif.rentes vários vo-
cábulos .. V. g: mâi Ou mãe,
emguanto ou enquanto, que
diano ou cotidiano, têm ou
téem, tão vu tam, etc., etd. E”,
pois, lógico e racional que nã
apreciação ortogratica das pro;

sejam considerados como grros

E

quando grafados de forma dife-

provas.

(De «O Educador)

pipi
Nua
À

“em eteete ad qedatha

Estado: para à construção de duas *

dos – Judiciais, conforme q aditas

Serta, teruimaram no dia 11, ten-

Na sede do concelho princi. –

vas escritas tais vocábulos não |