A Comarca da Sertã nº250 26-06-1941

@@@ 1 @@@

— Dr. José Carlos Ehrharat = –
— Dr. Angelo Henriques. Vidigal-—
-—— António Barata ‘e Si
Dr. José Barata Corrêa. e

Eduardo Barata da Silva Corrêa

UNDADORES –

é

Silva

E E ir e Composto Impresa
O DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETARIO NA |,
Ol — REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO —— paso
z| Pa: BRANCO
m| |RUA SERPA PINTO-SERTÃ ad
O | | es ns TELEFONE
«|| PUBLICA-SE ÁS QUINTAS FEIRAS 112
4NO VI | Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca da Sestã: concelhos de Sertã | o doa
Nº 250. | Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei; e freguesias de Amêndoa e cardigos (do conselho de Mação ) ” 4944 é motivo de sobeja
honra publicar, hoje, como
editorial, a magnifica: narra-
tiva histórica «Milícias Porta-
eguesas na Abissínia», valio
síssima produção literária do
nosso patrício e antigo mis-
sionário, o erudito Reverendo

“* António Lonrenço Farinha.

“Esta narrativa, como disse-

mos, âlcançoa menção honro-
sa nos recentes Jogos Florais
da Primavera.

JM defesa da economia na-

cional acaba o nosso Go-
vérno de adoptar severas me-
— didas contra a exportação ili-
— cita de mercadorias.-* quintais, têm aparecido
“nos últimos dias enxames de
abelhas. insectos utilíssimos

“como tôódaa gente sabe, Por
tal motivo há grande procura
de cortiços. .

d’ abelha é um insecto hime-
nóptero (isto é, pertence à or=
dem dos que passam por me-
tamorfoses completas e cujos

* caracteres são: quatro asas:

membranosas, três pares de
patas e bôca conformada para
a sucção, armada de mandíba-
“das distintas), que produz mel
e cera. Há muita espécie de
abelhas. À que em Portugal se
cria é a abelha doméstica (apis
mellifica), denominada também
abelha comum. Abelha mestra
éa fêmea que preside a cada
colmeia formada por abelhas
nentras ou asseruadas.

“Nas freguesias da Camiada
e Marmeleiro, do nosso conce-
lho, produz-se excelente mel,
constituindo uma óptima re-
ceita para os apicultores, pois
chega a ser vendido por preço
superior ao azeite.

Sóbre o valor higiênico do
mel diz o dr. Paulo Carton,
glória da Medicina Francesa
e do Naturismo, cujo mérito
no campo da Profilaxia social
é mundialmente reconhecido,
o seguinte:

«bm açucar concentrado,
vivo e diastaseado, que para
os. individuos sãos não apresenta inconvenientes do açã-.

“car químico, é omel O mel,
côm os seus açúcares ainda
associados aos sais minerais,
às energias florais vitalizadas,
évportanto, um alimento vivo
e um excitante fisiológico, ct=

– Jo nso se pode bastante espa-
lhar por ser cem vezes mais
dinamógeno e nutritivo do que
o açúcar. Assim, deveria reto»
mar na alimentação o logar“importante que ocupava antesda descoberta do açúcar in-dustrial. Para adoçar modera-.damente as infusões, pastéis,bolos e preparações culind-rias, o mel constitue, portanto,o melhor sacedâneo do açue.

PARENotas …PARA: A Comarca da Ser=

DENTRO da Vila, nalguns

| Milícias, Portuguesas na Abissínia

séculos — velejava no Mar Verme ho uma

frota portuguesa, comandada por Dom Es-

têévão da Gama. ÀÃo ter conhecimento da
ancoração dos nosso navios no pôrto de Massuá
(Eritréia), apressou-se Cláudio, Imperador da
Abissínia, a enviar a Dom Estêvão «muitas car-=
tas mais que piedosas e miseráveis» (a), em que
implorava o auxílio dos soldados portugueses,
cujas façanhas já eram de sobêjo conhecidas na-
quelas paragens, A situação do Império etiópico
era na-verdade desoladora: –o Iman de Zeila

E’ Abril de 1541 — há precisamente quatro

| (Somália), conhecido pela alcunha de Granhe (b),

invadira e devastara com as suas aguerridas hos-
tes boa parte da Abissínia, já em grave crise po-
lítica pelas lutas civís que haviam deflagrado após
a morte d: David, antecessor de Cláudio (1538).

As turbas do Granhe, em que se tinham en-
corporado centenas de turcos, inspiravam com
efeito enorme terror no Império, não tanto por
motivo dos grandes combatentes ou pela sua arte

às fadigas, surgia inesperadamente, como lava de
vulcão, praticando as-mais horríveis crueldades
com os prisioneiros. O seu maior prazer e glória
consistia no esquartejamento dos inimigos aprisio-
nados e no oferecimento dêsses pedaços de carne
humana, ainda palpitantes, às mulheres, parentes
a amígos. Além da crueldade peculiar aos súbdi-
tos do Granhe, na maioria adeptos do islamismo,
albergava-se ainda nas suas almas ruins, desde
remotos tempos, Ódio mortal aos abexins, por
êstes seguirem p eceitos evangélicos (c).

A população etiópica, espavorida, abando-
nava os lares, sem oferecer resistência aos inva-
sores; e, desta | rma, fácil lhes fôra talar os cam-
pos, semeando a miséria e a morte, e apoderar-se
de muitas povoações e riquesas, até incluindo o
seu fabuloso tesouro, o maior «em tôda a redon-
deza da terra» (d), acumulado durante centúrias
pelos imperadores e guardado em misteriosos es-
conderijos de alta montanha. Cláudio, sem recur-
sos e apenas cercado de escassas centenas de ho-
mens válidos, ficou quási, ao desamparo na ser=
ra de Choá.

Foi nesta hora de iminente perigo para a
independência da Abissínia que lançaram ferro no
pôrto de Massuá, como referimos, os navios de
Dom Estêvão da Gama. Se bem que o objectivo
primário da expedição ao Mar Vermelho fôsse o
destrôço da armada dos Rumes. levava Dom Es-
têvão instruções para prestar socôrro ao Preste
João, se êste persistisse no antigo pedido de ajuda
militar. Tendo assim acontecido, como dissemos,
resolveu Dom Estêvão, com o voto favorável dos
Capitães, anuir ao apêlo de Cláudio, com a oferta
de mil homens; mas os delegados do Imperador
reputaram êsse número excessivo, em razão da
escassez de mantimentos nd Império, pelo que se
assentou no desembarque dé 400, apenas (e).

Para Capitão-mór dos nossos soldados es-
colheu Dom Estêvão o sei próprio filho, Dom
Cristóvão, que a 9 de Julho de 1541 deixava o
sobredito pôrto, com suas tropas, avançando para
o interior por caminhos ásperos e perigosos (). A
5 de dezembro marchavam os 400 soldados por-
tugueses e 200 abexins por terras já conquistas
das pelo Granhe. Deram-se em breve os embates,
sendo o primeiro no monte Sanet; mas nenhum
dêles fôra decisivo. Em 28 de agosto de 1542 tra-
va-se, porém, grande bataiha entre os exércitos
cristão e mouro. Dom Cristóvão saiu ferido da
rija luta, com o braço direito esfacelado, perden-
do a vida 170 soldados portugueses e 4 capitães.
Para maior infortúnio, na retirada, os mouros ain-
da conseguiram aprisionar Dom Cristóvão, a
quem arrancaram logo a farda, cobrindo-o das
maiores injúrias e açoitando-o com as sandálias grosseiras dos escravos. Levado em seguida àpresença do Granhe, ordenou êste lhe arranças- sem as pestanas e sobrancelhas e, por último, tens nossosbélica, mas pelos horrorosos processos de fazer
guerra: Gente destemida e indiferente à miorie, |de corpo aparentemente franzino, mas resistente“contravam com algum».las nativas, mulheres relativamente belas, dotadas do se Dom Cristóvão recusado a fazer ir à suz presença os capitães portugueses, o próprio Granhe, enfurecido, o degolou com o terçado. Para, maior escárneo, mandou dar-lhe sepultura ao-lado
dum cão, Dos portugueses salvos da morte, só a 50
invadiu o desalento, retirando para Massuá, onde
em vão tentaram o reembarque; os restantes 140
aguardaram melhores dias para revindita, Saíu
então Cláudio do seu esconderijo e, a pedido dos
soldados, ordenou o recrutamento de
8000 peões e 500 cavaleiros que foram ao encon-
tro do inimigo; mas êste conhecedor dos prepa-
rativos do Imperador, reunira, pr seu turno,
13000 soldados de Infantaria e 1500 de cavalaria,
Cristãos e mouros não tardaram em medir as fôr-
ças. A luta assumiu terríveis proporções; mas,
desta vez, a sorte favoreceu os cristãos na célebre
batalha do lago Achangue. As balas dos mos-
quetes portugueses atingiram certeiras o Granhe,.
que morreu «caindo debruçado sôbre o arção

dianteiro». Foi tal o heroísmo dos portugueses, sob |
C comando do Pedro Lião, que-os abexins,-emo-|
cionados e reconhecidos, «se botaram a seus pés

e lhos beijaram, dando-lhes muitas bênçãos e
agradecimentos»; e, durante alguns anos, os ca-
valeiros do Império, recordados do alto feito,
«desciam das mulas e cavalos, tanto que se en

Libertada a Abissínia, não a abandonaram
os nossos soldados. Prenderam-nos as belezas do
país: —a temperatura amena de muitas regiões,
as águas puras, os panoramas surpreendentes, os
lagos cristalinos e vastos, os rios caudalosos, ser-
ERado entre montanhas escarpadas, as grutas en-

eitadas de estalactites, os vulcões em plena acti- |

vidade, as várzeas de relvas viçosas, em constans
te primavera, as florestas de cedros e sicómoros;,
e os magestosos ambás, picos soberbos, apro-
veitados como fortalezas naturais na defeza do
Império. Solteiros, todos tomaram a resolução de
constituir família. Não fôra de difícil solução o
problema, Serviram pará o matrimónio as donze-

de olhos grandes e vivos, rosto quási europeu,
lábios finos, cabelos corredios, airosas e muito
joviais embora de côr levemente escura, Os pais,
mesmo os da mais alta nobreza indígena, apro-
vavam os casamentos, sentindo-se honrados com
a união matrimonial que, com os seus feitos guer-
reiros, os tornaram merecedores de alguns privi-
légios: terras para cultivo, cavalos para fins mi
litares e escravos para os trabalhos agrícolas.

Reiinidos em povoações p ivativas, puderam
os portugueses formar, a pedido do Imperador, uma Companhia de Milícias, comandada por um capitão, a qual nunca pôde viver no ócio; estava, ao contrário, «semprê com as armas às costas e com à lança na mão», para defender a Abissínia sua pátria adoptiva. Ninguém, como êles, sabia manejar os mosquetes e colubrinas quando as revoltas dos Rás ou as invasões dos povos inimigos reclamavam o seu auxílio. Mas, com a |morte de Cláudio, os fidalgos abexins, roídos de inveja pela sua prosperidade, malquistaram-nos com o sucessor, Malac Sagued, que os desapos sou dos terrenos desbravados para lhes dar outros incultos em Naninan (Gojão), a uma légua do Nilo. Daqui transferiram-nos ainda para os montes de Dancaz, em Dambeã, sem lhes dar des-
canço (h) Depos seguiram-se outros maus tra-
tos, obrigando-os à dispersão. Das perseguições
deram conhecimento algumas vezes a El rei de
Portug-l, a quem pediram os fizesse embarcar
para Goa; mas, não sendo isto possível, ordenou
Sua Magestade ao Vice rei da India lhes enviasse
anualmente um subsídio, em fazendas, pela Al-
tândega de Diu, que nunca chegou intacto ao seu
destino, porque as autoridades abexins o redu-
ziam, a título de direitos.

«e. a lápis

O Adro está um passeio en-
cantador.

Os canteiros, de viçosas flo.
res, oferecem um conjunto lin=
díssimo, em que as rosas so
bressaem pela profusão, varie-
dade e beleza.

Como não há bela sem sex
não, alguns garotos malcrias
dos — a culpa não ê dêles! —
arrancam flores, pisam os
canteiros e fazem trinta por
ama linha!

Dois valentes puxões de ore:
lhas aos miúdos com a apli=
cação de multa pesada aos
papás talvez sortisse efeito!
Eº experimentar. |
“PARA os lados do. Vate Por.

“ co tem havido ronbalheira
danada nos batatais ! a ao
Elistoll! Passa um pobre.
homem a vida inieira à trabas

um dinheirão e, por fim, row.
bam-lhe aquilo que destinava.
ao sem sustento e da família.

ee

ALGUEM nos lembrou que a
Câmara podia adquirir o
típico moinho de Santo Antó-
nio para, sôbre êle, constrair
um miradouro, donde se avise
taria um panorama magnífico.
Reparar o muinho, erguens
do, no interior, uma escadas
ria de acesso à parte alta, ses
ria obra de jeito em que pow»
co se gustava. e o
Aqui fica o alvitre de uma

pessoa de bom gosto e que ..

é de aproveitar tanto mais que
a Câmara, expropriando, den. –
tro de possível, todos os ter.
renos que sirvam -para-embe. .
lezar a Sertã, seguirá uma ‘
louvável linha de conduta em
contraposição com oque nous
tros tempos por aí se fez, ven»
dendo-se, a compadres e ami-
gos, terrenos de utilidade pú-

“| blica, que hojem fazem falta

para uma conveniente urba-
nização.

Bt Os

H4º por af umas porcalho-
nas que têm o ruim hábi-
to de sacudir os tapetes para.
a ruae pendurar a roupa da
cama à janela! E’ uma coisa
bonita, pois não é ?.. %
Quem lhes desse com um pau
no. encharcado !

St 0) pap

CADA vez se nota mais a
necessidade de construir

um mercado coberto na Sertã.
Bem sabemos que Roma e
Pavia não se fizeram num dia, .
mas sujeitar compradores e
vendedores ao sol ardente de
Verão ou às chuvas de Inver=
no, prejudicando se ou dete»
riorando-se, por outro lado, as
bichesas e géneros expostos,
torna-se pouco -consentâneo
com uma terra de categoria.
da nossa, que precisa de pros

(Continma na 4.º pagina)

gredir e marcar dentro da sua
posição.

lhar como um negro, gastasta

 

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A Comarca da Sertã

mu
ta ao – gos n Qnio

(Número certo, recebido directamente da Misericórdia)

A CASA DA SORTE PROMETEU E CUMPRIU!
A Casa da Sorte distribuiu, em cautelas, pelo País
E 2 OD0 CONTOS
TANTA GENTE FELIZ POR TER COMPRADO O JOGO NA

CASA DASORTE/!
MAS A CASA DA SORTE VENDEU MAIS ESTES PREMIOS:
Ê 9109 com 20 Contos | ES SE

6224 »

1668 » 10 Contos
6704 » 10 »
9800 » 10 »

11220. »- 10 »

Duç » 4 »
TO » 4 »
11631 » 4 »

10.800800 (Aproximação do 1.º Prémio)

.& CASA DA SORTE sente a alegria da alegria que levou a tanto lar l:
Façam os seus pedidos de jogo, pelo correio, para os estabelecimentos de

Lisboa
Ed Porto
Braga

Amasgem da quena

Quem é o Duque de Hamilton? |

— DO HOMEM QUE VISHOU HESS)

O Duque de Hamilton, de 38 anos de
idade, é o homem que Rudolf Hess
pretendeu avistar quando se deixou
cair no paraquedas na Escócia, a uns
“quilómetros de distância da proprieda-
de daquéle aristocrata em 10 de Maío,

Mais conhecido por marquês de Cly-
desdale (o seu titulo anterior), foi éle
quem dirigiu a viagem de exploração
do Monte Everest em 1933 e que voou
duas vezes por cima déste monte o
mais alto do Mundo. Este feito levou
Hess a desejar conhecê-lo. Só mais
tarde encontraram-se em Berlim, em
Setembro de 1936, na ocasião em que o
Marquês voou até à Alemanha para
atender uma reiinião de cientistas da
aeronáutica, Os alemãis tomaram então
conhecimento de muitos detalhes refem:
rentes à aviação nas alturas que lhe
serviram na campanha da Noruega,

Hamilton o primeiro par do reino da
Escócia é Conselheiro Privado do Rei,
o que é considerado ser uma grande
distinção.

Há pouco mais de um ano que suce-
deu a seu pai, contando já uma carreira
política de dez anos. Muito interessado
no movimento da Mocidade Inglesa es-
tudou os métodos alemãis da Mocidade
com o maior cuidado. Jantaram muitas
vezes juntos, Hess e êle por ocasião
das suas visitas à Alemanha e tiveram
grandes conversas sôbre política.

“Antes da guerra começar estava Ha»
milton ao serviço das Fôrças Aéreas
Auxiliares erz deputado e costumava
pilotar o seu avião particular quando
ia à Escócia, Entrou logo depois da
guerra declarada em serviço em -Fran-
ça e agora é comandante de uma fôrça
qe aviadores. a

Em 1937 casou com Lady Elizabeth
Percy, irmã do Duque’dé Northumber-
land, casamento que ligou duas fami-
lias tradicionalmente | fllmigas os Per-:
cys € os Douglas. Têm um filho que
nasceu em 1938, o aa

:Um dos desportos do Duque é o box
e já quatro vezes quebtóh o nariz em
desafios. EE ;

Sabe-se que Hess tinhã marcado no
mapa’ qué levou, a lápis azul, o local
da casá do Duque e que logo que se
deu a conhecer pediu pará lhe falar,

(Britanova Features Service)
(Es raro mms,

Norberto Pereira
Gardim
SOLICITADOR ENCARTADO

RBD NONO
Rua Aurea, 139 2.º D.º
“TELEFONE 27111
“‘4AISBOA

CASA DA SORTE
CASA DA SORTE
CASA DA SORTE

| ANUNCIO

(1.º Publicação)

 

Secção da Secretaria Judicial,
nos autos de insolvencia de Gui
lherme Félir da Silva e mulher
Emilia da Silva, também co

nh cida por Emilia de Jesus,
moradores no logar da Azenho.
Cimeira, treguesia de Vil de
Kei, correm éditos de oito dias
a contar da segunda e ultima
publicação do presente anúncio
citando os mesmos insolv ntes e
todos os credores, para n» pra:
zo dos éditos dizerem o que se
lhes oferecer sobre as contas
apresentadas pelo administra

dor da insolvencia

Sertã,11 de Junho de 1941
Verifiquei: .
O Juiz de Direito,
Armando Torres Paulo

O Chefe da 1.º Secção,
José Nunes

ANUNCIO.

“(2.º publiceçã ),

Pelo Juízo ae Direito da co-
marca da Sertã, 2º secção no
processo de execução por custas,
que o digno Agente do Minis
tério Público promove contra
10 executado José Domingos,
solteiro, maior, proprietário,
moraior na vila de Ped ógão
Pequeno, corrém éditos de 20
dias contados da segunda pu-
blicação dêste anúncio, citando
os crédores desconhecidos da-
quêle executado, para no prazo
de 10 dias, posterivres ao dos
éditos, virem à dita execução
deduzir 08 seus direitos

Sertã, 9 de Junho de 1941,

Ver:fique!,
O Juiz de Diriito,
Armando Torres Paulo
O Chefe da 2.º Secção,

Angelo Soares Bustos

Por este Juizo e Primeiral

Lisboa:
Porto.
Braga

EDITAL.

Carlos Martins, Conser-
vador do Registo Pre-

dial e Cóniercial e Pre. |
sidente da Câmara Mu-

nicipal do Concelho da
Sertã ;

FAZ SABER QUE: Em
cumprimento de determinações
superiores os produtores de cen
teio são obrigados a participar

ás autoridades luca:s, no prazo |

de 8 dias, tôlas as vendas que
efactuarem dêste cereal em quan
tidades superiores a 50 alquei
res indicando o nome do com
prador, preço, quantitade e da
ta em que a transacção tiver
sido efectuada

Os produtores da freguesia
da Sertã entregarão as suas de
clarações na Secção Policial da
Câmara e os residentes nas ou
tras freguesias farão a entrega
nas respectivas regedorias, in

correndo em graves sanções os |
que não cumprirem os preceitos |

dêste edital.
E, para que não possa ale

| gar se ignorância, se afixow és

te e outros de igual teor em tô
das as freguesias do concelho.

Sertã, 17 de Junho de 1941

O Presidente da Câmara, —
Carlos Martins

mem

Professor Particular Diplonmado

Habilita para os exames
de Instrução Primária, Ada
missão ao Liceu e Postos
de Ensino por preços módi-
cos, Tb
Informa-se nesta Redac-
ção. :

ESTUDANTES

ACEITAM SE em Tomar. Casa
de confiança, tratamento familiar.

Informa se nesta Redacção,

ANUNCIO

(2.º Publicação)

 

Pelo Tribunal Judicial do Jul-

gado Municipal de Oleiros única,

secção da Secretaria, e autos de
execução por custas e sêlos que O
exequente, Ministério Público, moe
ve contra o executado, Tomaz Pu

trício, viúvo proprietário, residem

te que foi nesta vila de Oleiros é
presentemente em parte incerta,
correm éditos de vinte dias, à con

tar da segunda e última publicas
ção do presente anúncio, citando 08
crédores desconhecidus do referido
executado, para no prazo de dez
dias, depois de findo o dos éditos,
virem à execução deduzir os seus
direitos, indicando a natureza,
montante e origem dos seus crédi-
tos e oferecendo logo as provas.

Oleiros, 2 de Junho de 1941, :
O Chefe de secção,
João Texugo de Sousa
Verifiquei,
O Juiz Municipal,
António Ferreira Pinto.

ANUNCIO
Faz se saber que no dra cinco
do mez de Julho pelas 12 horas,
nesta . Vila de Sertã, e á porta do
Tribunal Judicial desta Comarca,
se ha de proceder à venda em hage
ta publica dos bens abaixo desie
gnados, e pelo maior preço ofere-
cido acima do valor indicado. .
1º Casa de hab.tução no sítio
do, Carvalhal Cimeiro. inscrito:na
Matriz urbana du freguesia do Tro
viscal s0b,,0 n.º 235, e não se en.
contra descrita na Conservatoria
do Reg sto Predial desta Comarca,
Vai pela primeira vez á praça
pelo valor de 400500. fi
2º— O direito. «o arrentamens
to pelo. prazo de. noventa e nove
anos que incide sobre o predio se.
guinte : E
– Uma courela de terra inculta
com uma cerejeira e testada de ma.
to do lado barroco no sitio da Era

vedosa, limites do Carvalhal: cuja

renda é constituída por cinco quare
tas de centeio é uma franga.

Este arrendamento teve inicio
em 26 de Agosto de 1926, inscrita
na Matriz rustica da freguesta do
Troviscal. sob o n.º 14,166.6 não
se encontra descrita na Conserva.
toria desta Comarca,

Vai pela primeira vez À praça
pelo valor de 370520,

3º -— O direito ao arrendamen
to pelo prazo de cem anos, a con:
tar de move de Março de mil nove-
centos e trese, cujo arrendamento
incide sobre o predio seguinte :

Uma courela de terra de semea-
dura, arvores de fruto, testada de

mato no sitio do Rodeio: limites do.

Carvalhal, pela venda – anual. de
quatro alqueires de centeio e uma
galinha, inscrita na-matriz rustica
da freguesia du Troviscal s0b.0 ns!
14011 e não se encontra descrita

na Conservatoria do Registo Pres
dial desta Comarca, et
Vai pely primeira vez á praça

“JOÃO FERREIRA PINHO
TELEPONE Nº IS

Depósito Central em Tomar Ec

EDITAL

A- Câmara Municipal do

Concelho da Sertã.
FAZ SABER que, em ses
são de 18 de Maio último, de

liberou mandar caiar tôdas as
casas e muros junto á via pá

blica. na Aldeia de Sernache

do Bonjardim: e na Vila du
Sertã, tódas as casas e muros
numa zona que abrange as cons
truções de um outro lado da
Estrada Nacional, n.º 12 1º,
Rua Cândido dos Reis, Praça
da República e rúis laterais,
ruas Nuno Alvares Pereira e
Pero da Sertã, e ainda tôdas
as construções que ficam entre

a ribeira grande-e aquela estra..

da e rua Cândido dos Reis até
á entrada da rua Pero
dg Sc
O prazo para a execução des.
tas obras é até au último dia
do mês de Setembro do ano
corrente, ao ty poças a

A infracção ao dever impos-
to será punida com a multa de
5500 acrescida dos respectivos
adicionais, por cada metro qua.

da Ser

drado das fachadas dos prédios

que devem ser cairdos, além da
multa de 10800 estabelecida no
art * 25 do Código de Posturas

Municipais, ficando à Câmara

o direito de fazer as obras, quan
do assim o entender, correndo
de conta dos infractores as des-
pesas feitas. .

E para que se não alegue
ignorancia, se passou o presen:
te e identicos para serem afixa.
dos nos lugares do costume

Sertã e Secretaria da Cá
mara Municipal, 18 de Maio
de 1941. ss.

“O Presidente da Câmara, —

Carlos Martins E

Postais com vistas da Sertã
(EDIÇÃO PRIMOROSA)

Vendem se nesta Redacção

Colecção de 7 postais — 78C0

pelo valor-de 1 147520,

Os referidos bens, constituem o
activo da herança insolvente abera
ta por vúbito de João Mateus que
foi do logar do-Carvalhal Cimeiro,
freguesia do Trov’scal concelho de
Surtô cujo processo corre pela Ter
ceira Secção da S-cretaria Judi-
ciul desta Comarca, :

A sisa fica por intero a cargo
do arrematante. a

S-rtã, 23 de Tonho de 1941,

“O Administrador da Inso!ven.
gie— Annibal Diniz Carvalho.

Verifiquei a exactidãr:=0 Sine.

cioo,— Ruben Anjos de Carvalho,

 

@@@ 1 @@@

 

Vista

 

Santo António, um
Santo português

A terra portuguesa foi sempre

* tica em valores *eais. E se que-

remos sabê-lo abramos a nossa
história, A cada passo encon-
tramos ou heróis que empregaram
todo o seu estôrço no engrande
cimento da sua pátria cu sant’s
“que souberam vencer-Sc a si pró-

“. prios e estabelecer à sua volta

“novo,
– dade.

“ o’reinádo do espírito, não espíri
-to de decadência, mas espírito
– espírito fundado na ver
“- E ainda outros que souberam
“aliar o patriotismo são e verda-
“deiro com a virtude em grau emi
NEGIe.
Se quiséssemos apresentar a
” lista dos que mereciam uma lápi-
“de de hcnra em cada: canto de
Portugal ou uma estátua cuj»

“cimo fôssem as estrêlas quási di-

riamos que a nossa terra não che-
– gava para tanto.

– Se quiséssemos descrever com

– pormenores a vida de todos êles
do mesmo modo di íamos que
muito se.teria de aumentar o lo-
“Cal das nossas bibliotecas.
Pátria de heróis e de santos é
a pátria portuguesa! Eles nunca
serão astáz exaltados! E” com
custo que deixamos por hcje os
outros portugueses para sempre

“, £loriosos para falar de um: Santo

An ónio de Lisboa,

“Não venho descrever a sua vi-
da, o que seria muito edificante a
todos os espíritos livres de pre-
conceitos em matéria de elevação
moral que pode ir até à santida
de; porém é meu intuito dizer a

todos que Sant> António é um
e po o!

guês e um santo português.
“ Todos os outros santos ou são

dados como tais sem designação

– da terra que os viu nascer e lhes

“se:viu de berço ouse aponta com

so = * verdade a sua própria nacionali

dade; e só nós deixamos que a
“Santo António de Lisboa se lh

chame Santo António de PáduaE’ verdade que Santo Antóônic

– morreu em Pá ua, na Iália, mas

“—Víquia do passad-.

não é verdade que ainda hoje
“existe em Lisboa. capital de Por-
“tugal, o quarto onde êle nasceu
“junto à Sé catedral?
– Santo António nasceu em Por-
“tugal e portanto é português |
-. E como prova de tudo isto a’n-
“da hoje se conserva e pode ser

” visitado o quarto em questão que

é considerado como preciosa re-
Ouçan os a vuz autorizada do
Padre A: tónio Vieira: e se Antó-
nio era luz do mundo como não
haveria de saír da pátria!
– Saiu com luz do mundo e saiu
como pirtuguês. Por isso nos
deu Deus tão pouca terra para O
nascimento, e tantas terras para a
sepultura Para nascer, Portugal;
para morrer o mundo.

“Muitos desconhecendo quási
por completo a vida dos portu
“ gueses ilustres sobretudo quando
êles tiraram o seu valor principal
do cultivo do espírito em ordem
do aperfeiçoamento m: ral, admi-
ram.se da sua acção tão benéfica

em todos os campos.

“E quando passados muitos sé
culós se cobre de louros a sua
memória em contraposição de
tantos Outros que cafram para
semprê fo esquecimento mesmo
daquêles que pareciam adorá los,

a sua’dúmiração é ainda maior.

E’ páta a memória de Santo

Antônio de Lisboa que hoje se
yblve à nossa atenção. A gran-
deza da sua vida e da sua obra
em Por ugal e nó mundo não
chegaremos nós a avaliar suficien-
temente,
Donde tira portanto o seu va-
dor?
Oh! como tantos de nós fazen.
tdo a comparação ficamos muito
aquém dêste que foi um autêntico
português — um português santo.
– Eis-agui o motivo de todo o
nosso ogulho de portugueses:
“Santo António é um santo portu-

prês.

* Levado para o mundo por um.
– vento de maravilha êle foi como :

A Comarca da Sertã

Através da Comarca –

PEDROGAO PEQUENO, 12 — Rea-
lizou-se, no domingo passado uma in-
teressante festa escolar na Escola Mix-
ta do Bravo, desta freguesi», onde hou-
ve uma sessão solene presidida pelo
Sr. Carlos Ferreira David, Presidente
da Junta de Freguesia e secretariado
pelo Kev.º P.e Serafim Serra e pela
regente Sr.º D. Mariana Garcia Varela.

Apesar do dia estar chuvoso, encheu-
se o salão da escola ficando muito po-
vo ainda fóra.

Falaram sôbre o significado da festa
os Srs. Rev.º Serafim Serra, Professor
Joaquim Nunes Rodrigues e a Regente
Mariana Varela que foram muito aplau=
didos. ; :

As crianças recitaram poesias e can-
taram hinos e canções escolares que es-

tavam magnificamente ensaiadas

A’s crianças foi oferecido um almoço
na escola e aos convidados um «Porto
de honra» na escola e um lauto álmoço
em casa do. abastado proprietário Sr
Manuel Martins, da Póvoa da Alegria.

— Com sua família esteve nesta vila
o Sr, Francisco Martins, de Moscavide.

PEDROGAÃO PEQUENO, 14 — Rea-
lizou-se nesta vila a festa a Santo An
tónio.

— O St. Dr. Domingos António Lo=
pes, médico municipal desta vila, está
procedendo à vacina contra a varíola
de que já há bastantes casos nesta fre-
guesia. Os interessados podem compa-
recer aos domingos no hospital.

«sSoz

SOBREIRA FORMOSA, 14 — Após
alguns dias de doloroso sofrimento fa-
leceu ontem nesta vila o conceituado
comerciante sr. Lino Ferreira de Matos,
de 49 anos, casado com a sr. D. Lucin=
da Almeida Ribeiro de Matos, deixando
na orfandade três filhos menores, Luiza
de catorze, Maria Alina de dez e Lino
de oito anos,

Era um grande comerciante e por is=
so muito conhecido e estimado em to-
do o pais, principalmente no Alentejo e
Beiras e a Casa Matos & Matos de que
era sócio-gerente perde nêle um valio-
so elemento.

Foi durante alguns anos Administra-
dor do Concelho de Proença a Nova,
tendo presidido também à Camara Mum
nicipal e presentemente fazia parte do
Conselho Municipal,

Para assistir ao seu funeral que foi
concorridíssimo e se realizou hoje com
ofício de corpo presente veio muita
gente das freguesias visinhas e da sede
do concelho.

Com o mesmo fim vieram também os
srs. João Alves Lopes Manso e Ber-
nardino Ribeiro de Almeida e os Enge-
nheiros Armando de Almeida Manso e
Raul de Almeida Manso, os primeiros
cunhados do falecido e os segandos, som
brinhos. a

O Colégio de Nossa Senhora de Fá-
tima de Castelo Branco, no qual a me-
nina Luiza de Almeida Matos se encon-
tra internada, fez-se representar pela
sua Directora, a Sr.? D. Celeste Fran-
co Carneiro e por 4 alunas.

* Organizaram-se vários turnos sendo
o último constituído por pessoas de fa-
mília do extinto e por aquêles que com
êle mais de perto privavam.

Dirigiu o funeral o sr. António Alves

(Noticiário dos nossos correspondentes)

Lopes Manso, professor oficial na Sertã.
A* família enlutada apresentamos os
nossos sentidos pêsames. E

54
Etges

SERNACHE DO BOMJARDIM, 17—
O Cinema Ambulante da Propaganda
Nacional, deu ontem aqui no Campo de
Jogos da Casa do Povo uma sessão que
teve enorme assistência e foi apreciada
com o melhor agrado.

Falou brilhantemente naquela sessão,
pondo em evidência os benefícios rece-
bidos pelo País na Administração do
Estado Novo o Sr. Dr, Francisco Mar-
ques Canas, médico e comandante local
da Legião e pela Casa do Povo o Sr.
António Coelho Guimarães,

— Estiveram ontem reiinidos em casa
do Sr. Dr. António Victorino, na Pó-
voa, os seus antigos condiscipulos, do
curso jurídico de Coimbra de 1898.
Ali almoçaram, findo o que foram rece-
bidos no Clube Bomjardim, regressan»
do à tarde a suas casas. é

csgez
BAILE

PROENÇA A NOVA, 19 — Organix
zado por uma comissão de rapazes ten-
do à sua frente o Exm.º Sr. Vasco Soam
res, realizou-se na passada noite de 15
para 16 um grandioso baile à america-
na, que decorreu animadíssimo até às
7 horas da manhã. A comissão, aten-
dendo ao exito obtido, pensa em orga-
nizar brevemente novo baile, eno mes-
mo género dedicado às Ex.mas Senho-
ras que se dignaram abtilhantá-lo com
a sua presença, Deve abrilhantar êste
novo baile o esplêndido jazz «Os Bei-
rões» de Castelo Branco. E

e
Ego

SOBREIRA FORMOSA, 21 — Com a
assistência de alguns milhares de es-
pectadores deu ontem um espectáculo
nesta Vila o cinema ambulante do Se-
cretariado de Propaganda Nacional.
Antes do início do espectáculo falou ao
microfone o proiessor sr. João Ribeiro
Cardoso que, depois de expôr a obra
grandiosa levada a efeito pelo Govêrno
do Estado Nóvo, explicou com clareza
o fim educativo destas sessões cinema-
tográficas, E

No final foi muito aplaudido termi-
nando a sua brilhante oração com al-
guns vivas a Suas Excelências os Se-
nhores Presidentes da República e do
Conselho, a Portugal e ao Secretariado
de Propaganda Nacional, os quais fo-
ram entusiásticamente correspondidos.

C.
<egoz

VILA DE REI, 21 — Publicou o «Diá-
rio do Govêrno» uma dotação para a
estrada Sernache do Bomjardim — Vila
de Rei. Ê

Sôbre esta estrada correm aqui ver-
sões que veridicas ou não, poder-se-á
aplicar-lhe o caso do pobre orgulhoso
a quem é preciso pedir-lhe por favor
para aceitar a dádiva, como Vila de
Rei é farta de vias, regeita a oferta,
não sem que a maioria ficasse contente
! com a dotação, que poderá contribuir
para o progresso, embora tardio, desta

terra.
Alguém é o propulsor dessa obra,

entidade com extensas simpatias aqui,
cimentadas por actos de generoso e
nobre carácter, Vila de Rei presta-lhe
todo o seu apoio, tendendo-lhz o prei-
to da sua respeitosa homenagem.

Mas como nestes casos Vila de Rei
segue ao inverso das outras tertas, É
possível que como a sua congénere que
nos devia ligar a Ferreira do Zezete,
fique absorta contemplando as salsas
águas ribeirinhas.

A não ser assim, convinha o seu de-
lineamento ser feito de forma que a
ponte a construir sôbre a ribeira da Is-
na servisse para as duas ligações —
Sernache — Vila de Rei — Seriã — Vila
de Rei, esta não deverá ser considera-
da ramal, mas sim uma variante clas-
sificada da E, N. 54-2 2,

Até à feitoria desta é aquela a liga-:

ção que mais nos convém, já por ser o
trajecto mais curto para a sede da Co-
marca, já por fornecer com a sua pas-
sagem uma parte do concelho das mais
populosas e produtivas como é a fre»
guesia da Fundada,

Realizadas estas feitorias o alatga-
mento da E. N. 62-2.º que nos liga a
Abrantes tornar-se-ia um facto porque
o transito que conseguiria a Vila de
Rei a isso obrigava,

Por causa de diversos factores rela-
tivos a êste assunto, deverão ou não
as edilidades dos concelhos abrangidos
por tal, a quem o Estado Novo entre-
gou os destinos dos mesmos a-fim-de
os tornarem prósperos e grandiosos,
num desempenho leal e desinteressado
do cargo de que estão investidos, irem
perante as entidades governativas so-
licitar tais melhoramentos, dizendo=lhe
não ser favoritismo, mas sim justiça,
acudir a um povo entorpecido pot lhe
não ter sido distribuido aquilo a qu
tem jus ?

Nas normas de inteira justiça em que
assenta o Estado Novo, estou certo
que seria realizável o pretendido,

Porque não se tem feito ?

Porque não se faz ?

Porque motivos não tem isto meres
cido de quem de direito as suas aten-
ções?

Singulares preguntas, para singula-
ríssimas respostas.

Mas isso não interessa a Vila de Rei
que vai entrar numa época de grandeza
e explendor, sua iórtuna vai entrar pe-
to Outeiro por uma rua a abrir que
partindo dali vai parar a uma «cabana»
ficando uma lindeza e resolvidos então
os problemas de habitação e descon-
gestionamento de trânsito, sim porque
esta terra é muito movimentada,

Essa artéria deverá ser arborizada
com sobreiros que dão boa sombra
para môscas.

-— Pelos jornais soube-se que foi
autorizada a Câmara a contraír um
empréstimo para a canalização de
águas.

Bom seria e era de louvar esta man-

dar publicar em extrato as suas deli-.

berações, a-fim-de que os munícipes
tendo conhecimento da vida municipal,
possam responder a preguntas de es=
tranhos. o

— O cinema ambulante da Propagan«
da realizou aqui em 18 uma sessão.

Assistência numerosa, sendo curiosas.

as apreciações do povo das diversas
povoações que aqui acorreu, princi-
palmente as mulheres que ficaram admi-
radas,STD ROSTO ? ; á Fa

CONCERTO MUSICAL

A Filarmónica União Sertagi-
nense deu um concerto, no Adro,

no passado domingo, das 22 às!

24 horas, que foi ouvido com
imenso agrado por numerosa as-
Ea A noite estava magni-
ca.
Mais uma vez se verificou que,

naquêle passeio, como, de resto. |!
em todos os outros, a iluminação

pública é muito deficiente.
— Oro.
FEIRA DE S. PEDRO
Na Alimeda Salazar realiza-se,

no próximo dia 29, a costumada
feira de S Pedro.

luz e bênção; que não venha-dês-
se mundo para Portugal o vento
nefando que só traz a destruição
e a morte, eis o voto e até a prece
que todo o português deve fazer
âquêle que soube sair vitorioso
da luta que todo o homem tem
de sustentar, sob pena de ser um
traidor ao seu fim.

O exemplo seguido dêste gran-
de português será a salvação da
nossa para sempre amada terra

portuguesa,

Notícias Militares

‘ Serviços da Junta de Reeruta-
mento e revistas de inspecção

Os serviços da Junta de Recrata-

rente anô, às praças nas situações de
disponibilidade e licenciadas, domici»
liadas nas freguesias que vão indica=
das, têm logar nas respectivas sedes
de concelho nas seguintes datas :
Concelho de Vila de Rei; Vila de
Rei, 24 de Agosto; Fundada e Pêso,3!
de Agosto. S
Concelho de Oleiros: A’lvaro, Cam-
bas, Estreito e Oleiros, 13 de Junho;
Amieira, Isna, Madeirã, Mosteiro,
Orvalho, Sarnadas de S. Simão, So-
bral e Vilar Barroco, 3 de Agosto.
Concelho da Sertã: Sertã e Ermida,
6 de Julho; Castelo e Sernache do
Bomjardim, 13 de Julho; Carvalhal,
Nesperal, Troviscal, Várzea dos Ca-
valeiros e Figueiredo, 20 de Jalho;
Cabeçado, Camiada, Marmeleiro, Pa-
lhais e Pedrógão Pequeno, 10 de
Agosto. À
Concelho de Proençana-Nova: Prox
ença-a-Nova, 7 de Setembro ; Sobrei=
ra Formosa, 14 de Setembro; Alvito
da Beira, Montes da Senhora, Peral
e S. Pedro do Esteval, 21 de Setembro.

Em Novo Redondo (Angola)
faleceu o sr. João António Nu-

nes, de 64 anos de idade, naty-
ral da Sertã,

mento e revista de inspecção, no cora,

TRANSCRIÇÕES

O nosso colega «Flor do Tãe
mega» deu-nos a honra de transe
crever, das nossas colunas, a
enotã» que há tempo publicámos
sôbre açambarcadores.

Também o. nosso colega «Jor-
nal de Santo Tirso» transcreveu
de um dos nossos últimos núme-
ros «Chá das cinco — Os cágas
dos», da autoria do nosso pre-
zado colaborador Zé Ferrão,

Agradecemos.

«rr
INSTRUÇÃO

Foram colocadas nas escolas
de Bravo, concelho da Sertã,
Pêso e Salavis2, concelho de Vi-
la de Rei, respectivamente, as
professoras sr.’º* D,. Maria Antó-
nia das Neves, D. Joaquina Boa-
vida e D. Maria da Ressurreição.

pre
Produção de Cenfeio

Chamamos a atenção dos pro.
dutores de centeio do concelho
para o edital camarário inserto
neste número,

E? de todo o ponto convenien-
te lê-lo com a devida atenção
para que, depois, não aleguem
ignorância…

L) ae 8 o)
Pega a a “ea f “ea =” eai

Acompanhado de sua espôsa
encontra-seem Carnapete(Ser-
tã) o nosso amigo sr. Vitorino

E E %

Martins da Silva, proprietário

da Sapataria Costa, em: Lis:
boa. MEDIDOS CO

— Esteve na Sertã o:nosso
amigo sr. Artnr Dias do Cár-
mo, de Lisboa. –

Aniversários natalícios:

21, D. Maria Alexandra Gil
F. de Oliveira Gouveia Tórres
Paulo, espôsa do sr. dr. Ars
mando Tóôrres Panlo; hoje, D,
Guilhermina L. de Portagal
Darão, Lisboa, Joaquim Guis
lherme,:Cabeçudo e Mademoi-
selle Maria Margarida da Sil.
va Carvalho; âmanhã, Crispim
Casimiro; 28, D: Aida Mari-
nha Mendes Belmonte de Le-
mos, espósa do :sr.. Eutíquio
M. Belmonte de Lemos, Lisboa;
29, Alfredo de Mendonça Das
vid e sua’ filha Marta: José,
Lisboa; 2 de Julho, Mademoi-
selle Maria Isabel Rodrigues
Valente, Amadora e D. Maria
dos Anjos Craveiro, espôsa do
sr. António Craveiro.

Parabens
rose És
CAIAÇÕES

Chamamos a atenção de todos
os proprietários de prédios e
muros, por caiar, existentes na
área da Vila da Sertã, para as
disposições contidas no edital da
Câmara que hoje publicamos.

A carvalha

Quando a Câmara a que pre.
sido, incluiu no sew orçamento
ordinário de 1940 uma verba pa. .
ra obras na Alameda Salazar, era
| seu pensamento substituir tôdas
as plantas que se encontram na.

antiga Carvalha entre a estrada
central ea ribeira Velhas umas,
carcomidas e caducas outras, a
sua substituição impunha-se, pois
a ninguém passa despercebido
que dentro de alguns ânos pou-
cas resistirão à acção do tempo:

Pensando assim, a’ Câmara é
de parecer ter chegado a opor:
tunidade para fazer ali em baixo,
junto à ribeira, um parque mos

derno que deverá ser motivo de.

atracção para os habitantes da
vila e quantos a visitem. +

Não se ignora quê parte da po-
pulação deseja manter a Carya-
lha tal como se encontra; por es=
ta razão, e ainda mais pela cir=
cunstância de não-ser natural do
concelho o seu actual presidente,
a Câmara, em sua sessão realiza-

| da em 18 do corrente, ao delibe-

rar substituir no outono próximo
tôdas as árvores da Carvalha na
área acima indicada, deixou esta
sua deliberação sujeita a revisão
futura, por desejar que sôbre-o
assunto manifeste o seu parecer
quantos se interessam pela Car-
valha.

Êste jornal obsequiosamente

assegurou à Câmara pôr as suas
colunas à disposição de quem

pretender emitir o seu voto, pró.

ou contra a substituição, até o
dia 15 de Setembro próximo;
bastando indicar o nome, profis-
são e morada. A
Têem direito a verem aprecia –
dos os seus votos todos os na*
turais da freguesia da Sertã, €
bem assim aquêles que aqui re-
sidiram durante 3 anos, pelo mes
nos.

O Presidente da Câmara— Cars
los Martins. Ã
— DD
Quere fazer melhor venda dos
artigos do seu comércio
e produtos da sua indústria ?

Gastando uma insignificância,
pode anunciá-los na «Comarca
da Sertão, Ei£o, Ei

 

@@@ 1 @@@

MILÍCIAS – PORTUGUESAS

NA ABISSÍNIA
| (Continuação EE 1.2 pagina)

De ano para ano aumentava a
sua desdita; em 1634, em quê
existiam” cêrca de 2000 descen-
dentes de portugueses, já a gran-
de maioria déles vivia pobremen-
te, ocupados no transporte de
sal gema de Dambeá para Tigré,
«feitos todos êles afronta dos
homens e desprêzo do povo»
(j). Até mesmo a fé católica, cu-
ia chama se não extinguira nas
suas almas até a dispersão lhes
grangeou insultos da parte dos
herejes abexins. Alcunharam-nos
de calafans, ou seja de incir-
cuficisos, nome tão injurioso no
país como o de frangui, dado

no Oriente aos europeus. O des- |

prêzo aumentara com a expulsão
dos missionários portugueses da
Abissínia, nos quais tiveram
sempre protectores desvelados;
por isso «com lágrimas e gritos,
que subiam ao céu, choraram a
sua orfandade, sabendo que não
tinham dali por diante que espe-
rar dos herejes uma apa (um
pão) com que matassem a fome»
(k). Sem comunicações com Goa
ou com Portugal, os míseros ca-
lafans amalgamaram-se pouco a
pouco com os abéxins, tomando
os seus costumes e a sua cren-
ça. Era fatal êsse destino, priva-
dos como ficaram de quem os
orientasse e defendesse naquele
meio. hostil.

Hoje. volvidos quatro séculos,
só as ruínas venerandas de monu-
mentos daque’a época—o castelo
de Gondar e a ponte do rio Ma-
geck, por êles construídos, evo-
cam a sua acção prestimosa e
documentam a superioridade da
sua cultura, A perseguição dos

«netos dos heróis portugueses e a
“expulsão dosnossos missionários,
“foram os maiores êrros que, na

g ecular existência, cometeu

Abissínia; pois nada «tinha a

* recear de Po tugal, cujas preten-
sões se limitavam a uma forte
aliança contra a mourama inimi

o e à liberdade da prêgação da

outrina católica: a ajuda na
destruição da seita de Mafame-
de», na exacta expressão de Dom
João HH.

“Os calafans e os missionários
ortugueses teriam sido os me-
hores factores da paz e da uni-
dade nacional e as mais podero-
sas alavancas de progresso ma-

«terial’e moral da Abissínia. Se
-& lendária Terra do Preste João
-COntinuasse a aceitar francamen- |

te a nossa cooperação em vez
de a repelir, bem diversa seria
hoje a sua situação política e
bem mais elevado o nível da sua
civilização, por que tanto se em-
penhou Portugal, com dispêndio
de elevadissimas somas e com
duro: sacrifício de muitas e pre-
ciosas vidas de soldados e mis-
sionários.

– Padre António Lourenço
Farinha(a) —- Roteiro de Goa a Saez, de
Dom João de Castro, de |

(b) — Significa «canhoto».

(c) — Aguêle poto- vivem durante
séculos do banditismo, do assalto e
do’roubo de povoações pacíficas; ain»
da no crepúscalo do Século XIX, sex

jando testemunha o Missionário Coal-
besuy, acometia af chravanas, roa-

ando-as e tracidáfido-as com re-
gaintes de crueldade.
– (d)— Obra eitadá de D. João de
Castro. 4

(e) — Dom João de Castro afirma
serem 500, Ea

“(1)-— Como artilharia levavam 2
berços e 6 méios bérços, transportam
doB por muares e-camélos.

(9) — Só era possível entrar neste
logar dentro de cêstos de vimes, iça«
dos por grossas cofdas,

-(h) — Nem mesmo nesta região con=
Seguiram estabilidade, segundo carta
do missionário da Abissínia, Manuel
Ferreira, de 29 de julho de 1562.

(i) — Em 1598 eram três mil, segan-
do informação de dois etíopes que
neste ano estiveram em Portugal (Ara
guivo Portugaês do Oriente, fase. 30).

(j)) — Carta do Patriarca da Abissi-
nia, Dom Afonso Mendes, de 19 de ja-
nho de 1634.

“(k)— Carta do Padre Manuel de
Almeida, missionário, pablicada na
sEtiópianamAlta»,

A Comarca da Sertã

Passam as ondas nos mares
sempre a rolar… a rolar…

A’s vezes

a correrem desgrenhadas,
a gritarem cegas, roucas
num côro de alucinadas !

E logo as vagas revoltas,
enraivecidas, no acume,
rugem lutas truculentas
nas tragédias do ciume.

de farsas,

Assim os dias na terra
sempre a rolar…

entre muitas a chorar!…

1941 — Maio

Parece às vezes que cantam,
outras que estão a chorar!…

Na amplidão das ondas

são como as noivas,

cabelos em tranças soltas,
a sorrirem donairosas,
em ve s de rendas envoltas.

Mas outras são como as fúrias

Passam às vezes Nereides
nas espumas flutuantes,

e ao longe pairam Sereias
a iludir os navegantes…

O mar é teatro ingente
com alternados cenários

comédias, dramas,

com entrechos os mais vários,

a rolar ..
têm horas que às vezes cantam

Oliveira Tavares Arvores do Parque da Cidade

Em sua sessão de 18 do cor-
rente resolveu a Câmara Muni-
cipal substituir, no próximo Ou
tono, as velhas árvores existen-
tes na área do parque da Car-
valha. Ae Pais

Aquela deliberação, porém, fi-
ca sujeita a futu a revisão porque
a Câmara deseja que os municí-
pes nat rais da freguecia ou os
que, não o sendo, nela residam,

tam O seu voto sôbre o assunto.
Trata se de uma consulta que

se interessam pelos melhoramen
tos e belezas da Sertã e coloca
a Cânara, tam simpática é a
idéia do plebiscito, numa posi-
ção tal que a furta a críticas fu-
turas menos justas.

A Câmara tomará em conta a
situação social dos votantes,
como não pode deixar de ser,
não se preocupando com os ar-
gumentos expostos; deseja aque-
la entidade que apenas seja pu-
blicado o sentido. do.voto eo
nome, profissão e morada, de
quem o apresentar.

O prazo da votação termina
em 15 de Setembro próximo,

«ro re
Dr. Francisco Dias Garcia

Foi nomeado Conservador do
Registo Civil de Pampilhosa da
Serra, de cujo logar já tomou
posse, o nosso amigo sr. dr.
Francisco Dias Garcia, rapaz do
tado de primorosas qualidades
de carácter, filho do, também,
nosso amigo sr. dr. José Dias
Garcia, antigo notário de Olei-
ros, recentemente colocado em
Alcobaça a seu pedido.

Ao sr. dr. Francisco Garcia
apresentamos os nossos cumpri-
mentos, com votos pelas suas
melhores prosperidades:

rn) q

Paróquia de Sernache
do Bomjardim

* Consta-nos ter sido indigitado
para prior da freguesia de Ser-
nache do Borjardim o sr. Có-
nego Manoel Patrício Mendes,
da Roda da Estrada, que, em
Macau, onde est-ve muitos anos
como Deão da Sé, praticou uma
obra de fecundo apostolado mise
sionário.

pelo menos, há três anos, emi–

tem valor para todos aquêles que:

“Guerra ao piolho!

Há semanas constou por aí que
no país visinho grassa otilo
exantemát co. Nas terras da raia

| medidas profiláticas convenien-
tes para evitar a propagação da
epidemia, que é aos mais terrí-
veis efeitos. ne

Se é certo que, no nosso País,
as autoridades não determinaram
Quaisquer medidas especiais,
pórque nisso não viram necessi-
dade, não se deve, contudo, ex-
cluir o maior cuidado com o as-
seio e a máxima vigilância sôbre
as cabecinhas das crianças a-fim-
de evitar que tenham parasitas, O
veí ulo dessa doença, que, feliz
mente, ainda cá não se manifes-
tou.

Mais desleixadas, que deixam
andar os filhos piolhosos, agi
riam louvávelmente se lhes man-
dassem cortar o cabelo à escovi-
nha. Esta medida preventiva im-
põe-se em p rte porque, quando
não são as próprias mãis, as
criadas, que acompanham as
crianças ou de mais perto lidam
com elas, trazem — isto é tam
vulgar!— sob as pastas conser-
tadas com elegância e denotando
aparente asseio, piolhos, que se
desentranham em ninhadas, a
ponto de se fazer larga propa-
gação…

– Há raparigas de meia-tigela e
mesmo das camadas mais baixas
que se apresentam sempre apa-
raltadas, bem vestidas (pelo me-
nos aparentemente !), bem calças
das, com ondulação permanente
ou penteado à moda – que chic !-,
bem pintadas-no Irontispício e
até algumas com os lábios— que
fino! — a assemelhar-se a cloaca
de galinha! mas a cabeça anda
minada de piolhos, não se lavam,
chegam a exsudar um fedor nau-
seabundo !

Enfim, são umas verdadeiras
porcalhonas com que todo o cui-
dado é pouco |

Procurando eliminar os para-

sias, usando à máxima higiene
mir sossegado, não há motivo
para sustos.

Nada l=vamos pelo conselho !

| NO corpo e no fat», pode-se dor-
Este número foi visado pela

Comissão de Censura
de Castelo Branco

ou fronteiriças fcram tomadas

Notasa lápis

(Continuação)

MoDOS os anos, por esta épo-
ca, temos de falar no fla-

Igelo das móscas, não porque

elas nos apoguentem… tanto
mais que, graças a Deus, não
somos carecas, mas porque os
terríveis dípteros domésticos
«colaboram -—segundo afirmou
o dr. Ricardo Jorge, grande
sumidade médica — na disse-
minação dos germes de certas
moléstias infeciosas e nomea»
damente nas que atacam as
vias digestivas, como a febre
tifóide, desinteria, cólera, en=
terites, etc. Exagerou se tal.
vez esse papel—continua o dr.
Ricardo Jorge — que aliás é
real; mas certamente que, re-
petimos, a mósca é um sinal
de insalubridade e portanto
de insanidade. Revela a ester
queira, como o mosquito a
água estagnada. Atacando es-
ses dois meios de reprodução
dos insectos, beneficia-se du-
plamente a casa e o povoado,
promove-se a sua higiene e
elimina-se uma causa de incó-
modo e de dano».
Por outro lado afirma o dr.
Boaventura de Azevedo, pro-
fessor do Instituto de Agrono-
mia: «Nada há pior para a
qualidade do estrume do que
conservá lo, mais ou menos
desprotegido, ao ar livre, à
mercê das chuvas e ventos. À
êste prejuízo acresce ainda
grave inconveniente de se fa-
cilitar a multiplicação das
móscas, causa provada de tan-
tos males. Façamos boas ni.
treiras com fossa «anti-mósca»
e serviremos, do mesmo passo,

‘a nossa saúde e os vossos in-

terêssess.
– Ora isto é claró como água!
Na Sertã existem, à farta,

“cavalariças, currais e montões

de estrume desprotegido, de
modo que, enquanto houver a
causa-de tanto mosquedo, não
cessam os efeitos! Há por
aqui estrumes nos quintais e
debaixo das habitações, pois
gue muita gente cohabita com
os burros, porcos e galinhas!

4 autoridade competente de-

via pôr cóbro a isto e teria,|

indubitavelmente, o aplauso
de todos aqguéles que desejam
ver a Sertà uma terra higiênis
ca, dotada com as condições
de salubridade, saildáveis en-
fim, que seerigem a uma sede
de concelho e comarca.

Está reconhecido, de há mui-

10, a necessidade de remover

da área da Vila os currais de
suínos, pelo menos. Quem qui
ser possuir êstes animais mut-
de-os para as hortas dos ar»
rabaldes. Ocasionaria isto
protêsto? Que importa? Prix
meiro que tndo está a higiene
pública e a prática das medi-
das precisas para evitar a dis-
seminação de doenças graves,
O resto são cantigas !

Há gente apegada a hábitos
rotineiros de porcaria, que
não vai por boas palavras,
mas só à má cara! Seja assim,
já que ela o quere.

4 Câmara actual, que tanto
se tem empenhado pelo embe
lezamento da Sertã, tem tam-
bém nas suas mãos o meio de
a tornar asseada.

A questão é querer. Tudo se
faz com tempo, paciência e
boa vontade.

ted) ad

PARECE dedazir-se, pelo no-
ticiário dos jornais, que
a Alemanha deita as suas vis-
tas para a Ucrânia, provtn-
cia russa fertilíssima em trigo.
Pode ser que seja chegada
a hora dea enigmática Rúss
sia pagar, com lingua de pal-
mo, tanta rapinicee brutali
dade praticadas a título de
protecção, bem odiosa por si-
nal, a países fracos e quási
indefesos ! ê
Elas cá se fazem e cá se pa-
gam!

Carta de Lisboa –

Por iniciativa da Emissora
Nacional realizaram se os Jo-
gos Florais da Primavera de.
1941, que se revestiram de gran –
de brilhantismo e foram, segun-
do a própria expressão do se-
manário — RADIO NACIONAL
— dos mais vividos pelo públi.
co radiofónico

Tudo isto está muito bem, mas
não nos poderia interessar, a
nós Sertainhos de uma maneira
geral, se no torneio não figuras
se 0 nosso velho amigo Luiz da
Silva Dias, que obteve, com o
seu soneto – OS MEUS’ Fi.
LHOS, —o prémio de Menção
Honrosa. E

Assim o torneio, torna-se para
nós, muito interessante por ver-
mos destacar uma figura muito
estimada no nosso meio e a quem
nos ligam laços de verdadeira e
velha amizade. ia

“E porque o soneto premiado
é, com efeito, um mimo literário,
queremos que ele fique arquiva-
do na Comarca da Sertã e, por
isso, aqui o transcrevemos do
RADIO NACIONAL, de 8 do
corrente. ;

OS MEUS FILHOS

Tenho dez filhos! — brancos e motenos,
Uns de. olhos negros, outros em castanho,
Vários. na idade, vários no famanho,. |
Fez um vinte anos, outro um mês ou menos.

Uns irtequietos, outros mais serenos,

De tudo, está composto o meu rebanho;

Só iguais são no afecto que mantenho,

Por todos êles — grandes e pequenôs.

Dez filhos! linda prol; pesado emcatgo
Eu trago sôbre mim. Mas, sem embargo,
Quem me dera contar mais um ainda; —

Um, que era anjo e os anjos me lo
Sempre a lembrar-me, numa dor infinda,
O quanto eu quero aos dez que me ficara

E com as nossas felicitações,

amigo |
| João Sertã.
Movimento religioso .

– A-fim-de se conseguir mais
uma vinda do Rev.º Dr Cruz à
Sertã, foi adiada a festa em hon-=
ra do Sagrado Coração de Jesus.

Está pois, definitivamente
marcado o dia da festa — 6 de
Julho, K

Sua Rev.* será hospede do sr,
: Presidente da Câmara, Dr. Car-
los Martins, porem não podemos
saber o tempo que tenciona de-
morar se. Rn

Desde já nos vamos alegran-
do com a noticia da vinda dum
sacerdote que é conhecido de
e pelo encanto da sua virtu-

e.
Espera-se que a Sertã saiba
aproveitar a vinda dum visitante
tão ilustre. ; sd

Nos dias 3, 4 e 5 de Julho ha-
verá um triduo preparatório pára

a festa.
EB 4

Hospital da Seitá

Subscrição aberta pela «Co.
missão dos Amigos do Hos-
pital da Sertã», em Lisboa,
para a compra de matórial
cirúrgico: ; Ma
Transporte, 5 165800.

Ex.”’* Snrs. David & David,
100%; João Lourenço, 50$; José
Lourenço, 30%; Fran:isco Inácio
Corrêa e J. Moura, 208 cada;
Fernando Antunes Duarte e Jore
ge Antunes Duarte, 108 cada;
Artur Gomes Ferreira, Carlos,
José Nunes Alves, Filipe Guer=,
reiro e João Teodoro, 2$50 cada.
Soma, 2508. a

A transportar, 415800,

LUIZ DA SILVA DIAS |

receba o homenageado um efu. a
sivo aperto de mão do velho