A Comarca da Sertã nº244 15-05-1941

@@@ 1 @@@

— FUNDADORES —
— Pr. José Carlos Ehrhardt — –
— Dr. Angelo Henriques Vidigal —

pmarca :

Dr. José Barata Corrêa e Silva

António Barata e Silva —”

Barata da Silva Corrêa

O DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETARIO nor ra eo
: Cuando Barata da Filva Coreia E amo |” PORTELA FELÃO
a ——— REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO —— CASTELO
m| |RUA SERPA PINTO-SERTA : No
> TELEFONE
« PUBLICA-SE ÀS QUINTAS FEIRAS 112
ANO MT | Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarea da Sestã: concelhos deSertã | jp as o
Nº 244 Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei; e freguesias de Emêndoa e Gardigos (do concelho de Mação ) 1944 .
CE===> ERR e o crer irres em

Notas …

LEMBRAMOS a algans pro-

prietários de prédios den-
tro da Vila que vai sendo tem=
po de cumprir a determinação
camarária que obriga à caia-
ção de casas e muros.

Alguns mantêm-se num ese
tado vergonhoso de sujidade,
destoando do conjunto geral.

De resto—é bom salientar —
a lei foi feita para todos, não
sendo, por consegninte, de
admitir excepções.

roda

UMA dama, já madura, diz
para um cavalheiro :
— Sua mulher dá-me 30
anos e sua filha dá-me 28. .
— O total, 58, deve estar
certo, minha senhora…

ro

BM 18 do corrente tem logar,

no Pórto, a Festa Cristã
do Trabalho, em que se repre-
sentarão as Organizações Cor-
porativas e os Organismos da
Acção Católica.

O programa consta de mis-
sa campai no recinto do Palá-
cio de Cristal, sessão solene
e desfile perante as antorida-
des civis e eclesiásticas.

ros

O Govêrno de Vichy pediu
aos Estados Unidos para
enviar, com a máxima nrgên-
cia, géneros alimentícios à zo-
na não orupada.
| A-pesar-do severo raciona
mento, a maioria dos géneros
de primeira necessidade está
a esgotar se rápidamente e q
situação das crianças é já bas-
tante precária.

O Govêrno americano não é
nem pode ser indiferente a um
apélo desta nutareza e, por
certo, fará todo o possivel pa-
ra minorar a sorte angastiosa
de tantos infelizes, condena-
dos aos horrores da fome em
consegiiência da guerra,

Há nesta súplica qualquer
coisa de impressionante, de
verdadeiramente comovente: a
alusão ás crianças, inocentes
vítimas do desvario dos ho-
mens. Condenar à morte ou
ao definhamento milhões de
crianças por falta de alimen-
tação é ama enorme monstrao-
sidade, um crime imperdoável,
que, talvez, Nero não fosse
capaz de admitir nos sens tres-
loncados e abomináveis exces-
sos de maldade e vingança,
que o celebrizaram.

É rosa
DECLAROU o Primeiro Mi-

» nistro da Austrália que
«as mulheres da Inglaterra
são os fusrores soldados desta

e que «desta a Raínha

até amais hamilde mulher dos
“bairros pobres de Londres,
“conserva-se uma raça que nun-
— ca se desmente a si própria.
— Tanto do palácio real como
— da mais humilde moradia vin-

“ve florescer a resistência das

MAIS UM ANO

M 9 do corrente completou cinco anos | seus interêsses pessoais ou apeados do pe-

É de existência «A Comarca da Ser-
tãm,

Não se pode considerar uma vida lon-
ga; contudo tem sido áspera e rude a bata-
lha em que nos lançámos desde a primeira
hira, envrme o esfôrço dispondido no com
bate pela defosa da nossa terra e da nossa
região, que outros, por certo, poderiam
sustentar com mais valor e beleza, mas
não nos excedendo — podemos afirmá lo —
nem em energia nem em dedicação.

Nem canseiras nem desfalecimentos
conhecemos até hoje, não obstante terem
fracassado, inúmeras vezes, 08 nossos es-
torços para a conquista de direitos consi-
derados sagrados, para a realização de al-
tos ideais cu efectivação de objectivos da
incontestável importância moral e social,

Por isso mesmo — não vacilando no
caminho que a nós próprios impusemos —
sentimos redobrada coragem para prosse-
guir o combate, todo o nosso vigor parece
galvanizar-se nesta luta que Lem por fina-
lidade derrubar todos os obstáculos que
impedem o progresso das nossas terras o
o bem-estar das suas populações, activas,
de ânimo afeito ao sofrimento e de boa in-
dole com as que o são.

Seguindo o seu caminho sem tergiver-
sar, compenetrado de que a sua função só
pode ser útil desde que não se afaste do
camizho do dever e da honra, êste sema-
nário determinou a trajectória que devia
seguir sem se preocupar com agradar ou
desagradar fôsse » quem fôsse, Essa deter-
minução tem sido inflexivelmente cum pri-
da e, como é natural, não tem agradado
aos pigmeus, que se sentem belisoados nos

 

destal da sua vaidade tola, que encara tu-
do pelo prisma das suas conveniências ime
diatas.

Mas isso não importa, O que importa
é ter a consciência limpa e as mãos vazias.
9) que importa é que as terras da Comarca
da Sertã encontrem neste modesto sema-
nário o eco das suas justas e belas aspira-
ções e a defesa dos seus legítimos direitos.

Neste lustro alguma cuisa de bom te-
mos feito; é a consciência que no-lo diz.
Muito mais poderiamos ter conseguido. E’
certo. Mas, por vezes, surgem impecilhos,
que a nossa mão não pode remover e a
nossa tenacidade não consegue destruir.
E” uma resistência passiva, uma espécie de
barreira imponderável, erguida pela indi-
ferença de uns, inveja o malquerença de
outros e sarcasmo de muitos.

Difícil e ingrato é o nosso papel, bem
grave é a nossa missão, porque são maio-
res as responsabilidados e os deveres ine-
rentes à tunção dy que us direitos quiçã
reconhecidos ou os triunfvs alcançados,

A nossa posição é daquelas que tem
de suportar o embate de tôdas as ironias
e o golpe acerado daquêles que, nunca per-
doando uma falta, buscam todos os ense
jos para nos injuriarem. Somos bastante
fortes para resistir às investidas e não nos
falta ânimo para encarar a adversidade,

Nesta trincheira nos manteramas en-
quanto tivermos, fôrças e não nos faltar o
apoio decidido dos amigos que enfileiram
a nosso lado na defesa das boas causas,
que são as desta torra, da região e da Pá
tria,

E. Barata

D. Maria de Jesus Baptista

Foi colocada na situação de
inactividade depois de 28 anos
de serviço, exercidos com muito
zêlo e competência, a sr D.
Maria de Jesus Baptista, mai do
nosso amigo sr, Engenheiro-
Agrónomo Mário Baptista de
Alegria, distinto professor da Es-
cola de Regentes Agrícolas, de
Evora,

A” ilustre senhora, que-última-
mente vinha dirigindo a escola
de S. Martinho do Pôrto, apre-
sentamos Os nossos respeitosos
cumprimentos,

mulheres. Eº lá possível que
ainda há poncos lhes chamás=
semos o sexo fraco ?»

E é verdade. Pelo seu san-
gue-frio e perseverança, a mu-
lher inglêsa é bem a compas
nheira ideal do soldado sen
compatriota, a verdadeira per-
sonificação de uma raça alti-
va e de indomável bravura,
que assombra o Mundo co)
a sua coragem. ns

Rugênio A. de Carvalho Leitão

Fez ontem 83 anos O nosso
bom amigo e dedicado sertanen-
se sr, Eugénio Alberto de Car-
valho Leitão, que conta, em ca:
da pessoa que o conhece e tem
o prazer de com êle conviver,
um verdadeiro amigo e admira-
dor. E” porque possue invulga-
res qualidades de carácter e um
grande coração.

Bairrista como poucos, o sr.
Eugénio Leitão acompanha, com
sincera alegria, tôdas as manifes-
tações de progresso desta terra,
que ama entranhadamente e nun
ca esqueceu durante os longos
anos, de ausência: na capital.

Felicitando-o. com muito júbi.
lo, fazemos votos por que conte
muito mais anos de vida, sempre
com saúde -e óptima disposição
de espírito,

rOrao
INSTRUÇÃO

Encontra-se vaga a escola mix-
ta do Pêso, concelho de Vila d

Rel,

Américo Vaz Rebordão Corrêa

Acompanhado de sua espôsa
chegou, inesperadamente, a Lis-
boa, a bordo do «Colonial», na
passada 5, feira, — dando, as-
sim, uma agradável surpreza a
sua. família e amigos — o nosso
colaborador e prezado patrício
sr, Américo Vaz Rebordão Cor-
rêa, distinto Administrador do
concelho do Dande (Caxito) e
um dos mais entusiastas aviado-
res civis de Angola, que, nesta
qualidade, ainda há pouco se
evidenciou salvando um europeu
perdido numa floresta, caso que
relatámos,

Ao amigo Rebordão apresen
tamos os nossos cumprimentos,
desejando que tivesse chegado
de saúde e lhe seja permitida
uma larga permanência na Me-
trópole.

Partiu para Lisboa, ao seu en-
contro, o nosso amigo sr, De-
métrio da Silva Carvalho,

Este número foi visado pela
Comissão de Censura
de Castelo Branço

«co a lápis

(O) Govêrno fornecen à Ima

prensa nma Nota Oficio-
sa, que os diários publicaram
em 9 do corrente, e que noutro
logar reproduzimos.

Eº a expressão sintética da
nossa posição internacional,
que não se presta, de forma
alguma, a mancomanações as
viltantes, A Nota Oficiosa, tam
clara e elucidativa, é, na sua
sobriedade, um documento de
alto valor histórico, que todos
— portugueses e não portãs
gueses — devem ler com calma
e apreciar com ponderação
porque, pelo seu concelho, de=
termina mma directriz que,
iniladivelmente, não se subor=
dina a falsas interpretações,

Os industriais do boato, no
seu inefável prazer de atnrdir
os outros com fantásticas, in=
concebíveis e aterradoras pas
tranhas, encontram na Nota
aludida a explicação de cau-
sas sóbre as quais teceram nm
amontoado de ridículos e mal-
dosos dislates.

No fundo encerra-se, nela,
uma lição.

Oralá que todos a saibam
aproveitar.

0 eo

Comissão Nacional de Sos
corros ás vítimas do
ciclone entregou a importân-
cia de 1.4878$00 para ser dis
tribuída pelos primeiros sete
sinistrados indigentes do cons
celho de Tomar, aos quais o
ciclone destruir ou arrainon
as suas humildes habitações.
A reparação será feita sob a
fiscalização das comissões pas
roquiais, constituídas pelos
presidentes das Juntas, Páros
cose Regedores das freguesias,

tà também houve muita gente
pobre que sofreu incalculúveis
prejuízos com o ciclone, ficans
do com às suas casas em pars
te destruídas e muitas olivel=
ras, pinheiros e outras árvos
res arrancadas, de que obti«
nham algum rendimento, sems=
pre importante e apreciável
para quem vive do suor do
rosto e esfôrço perseverante do
braço e até agora não nos
conston que essa gente venha
a receber alguma indemnizas
ção, que, incontestávelmente,
seria justo dar-lhe. Í

Se os grandes proprietários
podem suportar um pequeno
prejutzo, a gente pobre, otra
balhador rural humilde. não
está em condições de agilentar
o mais pequeno dano; não se
procurando atenuar as suas,
relativamente, tam grandes per-
das, a pobreza converter-se &
em miséria absoluta e dai à
indigência mede um passo.

E a indigência tem subido
a tal ponto que, indo quando
se fizer para impedir o sem
aumento, merece o maior lou»
vor. E’ uma acção digna de
elogio por ser profundamente
usta e humana e, ainda, de
alto alcance social e moral,

and dm AA = MR O

Na drea da comarca da Ser. -a Ser. –

 

@@@ 1 @@@

 

A Comarca da Sertã

A margem da quena
; 49 crianças conseguem
e obter 86,000

Dois milhões e meio de crianças in=
glesas, colegiais, fazem parte de uma
nova organização para angariar recur-
sos voluntários para a’guerra. Uma es-
cola de 49 crianças conseguiu uma sum
– bscrição de £6, na primeira semana

– em que iniciaram as suas diligências.

Outra, no mesmo espaço de tempo e
com uma população escolar de 17 alu-
nos 82,200,
6
A Grã-Bretanha está gastan=
. do $14,500,000 por dia

» A Grã-Bretanha bateu o «record»
das suas despesas, na segunda semana
de Março. Conforme comunicação do
Ministério da Fazenda, agora publicada,
os gastos diários naquela semana ul-
trapassaram £14,500,000 por dia.

o

O forneei to de eleetriel
dade mantido em Londres

Na 54.2 assembléia geral da Metro-
politan Electricity Suply C.º, uma das
maiores e mais importantes companhias
de Londres, o presidente disse:

<A-pesar-das condições irritantes
em que a companhia tem de manter os
seus serviços nunca faltou com o for-
necimento de energia eléctrica aos seus
consumidores durante o inverno e não
obstante a paralização natural de negó-
cios, a evacuação da população civil, e
seus efeitos, a companhia distribuíra
pelos seus accionistas um dividendo de
8º/, no ano corrente.

é

Os tesouros do, Rei de Ingla-
terra à disposição dos
– Soleccionadores

O Rei George pôs à disposição da
Cruz Vermelha, para serem vendidos,
os desenhos originais das primeiras es-
tampilhas do seu reinado das Ilhas de
Gilbert e Ellice (Micronésia e Melané-
sia). Há grande curiosidade em saber
qual o preço que atingirão.

O Rei George V, seu pai deu uma
«ninharia» para o mesmo fim, na outra
guerra, uma estampilha de 9 dinheiros
de 1865-67, rendeu £285, foi de novo
entregue ao leiloeiro e rendeu outras

A paixão filatélica de George V le-
volu-o a construir uma das mais lindas
bibliotecas da especialidade do mundo,
o seu filho continua com a colecção
com o mesmo entusiasmo paterno,

4%

Gentrais eléctricas exporta-
das de inglaterra

A Metropolitan-Vickers Electrical
C.º, Ltd, em 12 meses exportou 13 ins-
talações eléctricas geradoras, Entre
elas uma para a China de 20.000 kw. e

– outra para a Turquia de 60.000. A da
China tinha turbinas de 3,000 rotações
por minuto,

Além destas encomendas as cons-
truções de transformadoras bateram os
records de anos anteriores e algumas
delas eram de altas voltagens, A Nova
Zelânpia recebeu 7 alternadoras verti-
cais de água; Madras uma horizontal e
a Africa do Sul uma grande quantidade
de alternadoras de mais pequenas dix
mensões,

A-pesar-da guerra e dos trabalhos
Imensos para o Govêrno Inglês tem-se
motado um grande aperfeiçoamento na
indústria de transformadores que se
tornaram mais eficientes e económicos,

(Britanova Features Service)
0 +—
MALAS DEBE CORREIO

Em consequência da supres-
são de diversos combóios, há já
bastantes dias que não chegam
à Sertã as malas do correio da
tarde; esse correio passou a vir
no dia imediato, na mala da

manhã, fo ua
rose

08 AMIGOS DA «COMARCA»

O nosso amigo sr. João Nunes
da Silva, de Vila de Rei, teve a
amabilidade de indicar para as-
Sinante o sr, Luiz Francisco da
Silva, da mesma localidade.

Os nossos agradecimentos,

E

FRASCOS

– Vende-se um grande lote
de côrca do 500 frascos de
“diversos tamanhos: 500, zb0,
225, 100, 50, 20,10 0 bc, e,
rigorosamente graduados,
Aqui se informa,

Os preços dos géneros
Coisas que ‘denem saber-se

Das notas da polícia de Lisboa :

«As bananas estão baixando de pre-
ço. Por especularem com a venda por
grosso, desta fruta, foram presos e en-
viados, com os respectivos processos,
ao Tribunal Militar Especial, os comer-
ciantes João Inácio da Silva, Martinho
de Sousa, Alberto Bernardo da Silva,
Manuel Gonçalves, Alberto Marques
Braz e Cipriano Bernardo da Silva, to-
dos de Lisboa,

Foi arbitrada a fiança de 30 contos a
cada um, como multa provável.

Faz-se saber aos interessados no co=
mércio de azeites que os lucros e en-
cargos de todas as actividades inter-
médias entre a produção e a venda ao
público não podem ser superiores, a
$90, 1800 e 1$10 por litro, respectiva-
mente para 0 azeite de «consumo», «fi-
no» & «extra»,

— O comércio retalhista, não só da
capital, mas de muitos outros centros
populacionais, continua a ter grande
dificuldade em abastecer-se de azeite
de € fino nos i
que alegam, dum modo geral, não po

derem obtê-lo da produção a preços

comportáveis.

O comércio armazenista deverá pro-
curar, até ao dia 15 do corrente, ter as
suas existências de azeite em condi-
ções de satisfazer o comércio retalhis-
ta, dentro dos preços tabelados,

A partir dessa data a falta do artigo
em armazem só poderá ter justificação
em comprovada recusa de venda do
produtor a preços acessíveis, sob pena
de se considerar a escassez como re-
sultante dz intencional obstrucionismo
ao regular abastecimento do mercado,»

ANUNCIO

(2.º publicação)

O Doutor Armando Torres
Paulo, Juiz de Direito da
comarca da Sertã:

Faz saber que no dia 28 do mez
de Junho do corrente ano, pelas
12 horas, nesta vila da Sertã e à
porta du Tribunal Judicial desta
comarca, se há-de proceder à ar-
rematação em hasta pública do
imóvel a seguir designado e pelo
maior preço oferscido acima do va-
lor indicado,

IMOVEL

Onze dezasseis avos no direito é
acção a uma nona parte do arren
damento é respectivas benfeitorias
em uma propriedade que se com-
põe de terra de cultura, oliveiras,
castunhsiros e testada de mato,
aita ao Vale da Estradinha, fre=
quesia do Castelo, carrespondente
á nona parte do art.º nº 556 ruge
tico da respectiva matriz e do art.º
n.º 178 urbano da mesma matriz
e descrito na Conservatória desta
comarca sob o n.º 28,005, O ar-
rendamento é pela renda anual de
onze alqueires de trigo e uma ga-
linha e faltam ainda quarenta anos
para o seu fim, E’ senhorio enfi-
teuta o doutor Bernardo Perreira
de Matos, Var pela primeira vez á
praga pelo valor de dois m’l tres
sentos e sessenta e cinco escudos,
(2 365800)

Penhorado na execução por cus
tas e sélos em que é exequente o
Ministério Público e executada
Guiomar da Conceição, por ai e
como representante de seus filhos
menores R miro dos Santos, Au
senda da Conceição e Auguato
Carlos Santos, cuja execução cor-
re seus termos pela 1,º secção da
Secretaria Judicial da comarca de
Vila Franca de Xira, donde foi
emtraida a competente carta preca-
tória para arrematação, Notifica
se Jucinto dos Santos o mulher
Idalina dos Santos residentes em
parte incerta para assistiram d ar
rematação neste anúncio anuncias
da a-fim de nu qualidade de com
proprietartos do referido direito
penhorado unas
rem, querendo, do seu direito de
preferências

Sertã, 28 de Abril de 1941,
Verifiquei,
O Jolz de Direito,
Armando Torres Paulo
O Ohefa da 2,º Secção,
Angalo Soares Bastos

ANUNCIO

Arrematação Judicial de
Predios
Insolvencia de Guilherme Fe

lix da Silva e Mulher

 

Faz-se saber que no dia 24 do
mê; de Maio corrente, pelas 12
horas, nesta Vila da Sertã e à
porta do Tribunal Judioiul destn
Comarca, se hs-le proceder á
venda em hasta publica dos imo
veis abaixo designados e pelo
maior preço oferecido aoims do
valôr indicado.

1.º—Dois botareus de cultura,
oliveiras e um euoalipto, no sitio
denomínudo o L gar, limites dv
Azenha Cimeira, predio este que
tem direito a dois dias d> egua
em cada giro de seis dias; ines
crito na matriz rustica da fregue-
pºia de Vila de Rei com o nom =
ro 31.803, e desorito na Conser-
vatória do Registo Predial des
ta Comarca sob o n.º 10,382,

Vai pela primeira vez ú preça
no valor de 400300,

2,º— Quatro botareos de cultu-
ra, tendo um boca lo de terra in=
culta, alto no, luger da Azsnha
Cimeira, limites do mesmo; tem
direito á água da lavada deste
o pôr do sol até ás dez hovas do
dia seguinte em cada giro de dez
diss, Insorito na matriz da fre-
guesia de Vila de Rei sob o
n.º 5004 4/3,

Vai pela primeira vez á preça
no valor de 1300500

3.º Três botareus de cultork,
com um bocado de terra inculta
e arvores de fruto, site no lugar
da Azenha Cimeira, limites da
mesma; covfronta ao nasoeute e
poente com bens do insolvente,
norte com. a levada da água e
sul com o camínho poblico.

Vet pela primeiro vez á praça
no valor da 650500.

4.º—Casa de residenola de al
tos e baixos, pateo, forno, casa
de arrecadação, um curral e um
palheiro e terra de cultura com
treze oliveiras, no sitio da Aze-
nha Qimeira, limites da mesma;
Insorita na matriz ruatioa da fr –
guesia de Vila de Rei sob o
n.º 4.993,

Vai pela primeira vez á preça
no valor de 2.600500,

5.º—Uma “terra de semeadore,
arvores de fruto e testada de mas
to, sita aos Vales, limites da Ages
nha Cimeira; inscrita na matriz
rustica da fregucsla de Vila de
Rei sob o n.º 4,901 e descrita na
Qonservatoria do Registo Pre-
dial da Comarca da Sertã sob o
n.º 10,881,

Vai pela primeira vez á praçu
no valor de 4 700500.

Bens estes que constituem o
activo da insolvencis aberta ja
Guilherme Felix da S va e mu-
Iber do lugar da Azenha Cimel-
re, freguesia e concelho de Vila
de Rel, cujo processo corre pela
Primeira Socção da Secretaria
Judicial desta Oomaros,

A ulza fica por inteiro, a car
go-do arrematante,

Sertã, 10 de Mato de 1941,

O Administrador da Insolven-
ola— Annibal Diniz Carvalho,

Verifiquel a exactidão— Ruben
Anjos de Carvalho,

aa arma isa ia cia
Norberto Pereira

Cardim

SOLICITADOR ENCARTADO
eemeenimio

Rua Aurea, 189 2.º-D.º
TELEFONE 27111
LISBOA

Postais com vistas da Sertã
(EDIÇÃO PRIMOROSA)
Vendem-se nesta Redacção
* Colecção de 7 postais — 7400

Sntónio da Bilva Pourenço

acaba de abrir uma

SECÇÃO DE OURIVESARIA

JOIAS, OURO E PRATA

Interessantes e magníficos artigos, de
finíssimo gôsto, próprios para brindes

Compra ce vende ouro c prata cm segunda mão

RUA CANDIDO DOS REIS— s E RT À

Uma propriedade entre Serna-
che do Bomjardim e o rio Zêze-
re, a 2 quilómetros da estrada
nacional, tendo, até à porta, es-
trada para auto.

Compõe-se de um prédio, cons-
truído a pedra e cantaria; o pri
meiro andar tem 15 divisões e as
águas-furtadas, 12 divisões, que
servem também para habitação.
O rés-do-chão tem muitas e am-
plas dependências para garage,
cocheiras, adega, armazens de
azeite, celeiros, etc.

Possue, anexa, casa para cria-
dos, fornos, currais para gado,
capoeiras, etc,

Tem uma pequena quinta com
diversas árvores de fruto e ter-
renos agricultados, oliveiras, vi=
deiras e uma testada de mato e
pinheiros.

Possue água em abundância
para regar tudo por seu pé.

Quem pretender dirija-se a
Abilio Nunes da Silva

Rua do Comércio, 42= 1.º- Te-
lefone 25811.

 

«Minas Auríferas de Vila
de Rei, Limitada»

São convocados todos 08
sócios desta sociedade pala
reunirem na séde social, em
Vila de Rei, em Assembleia
Geral Extraordinária. no dia
15 de Junho pelas 16 hora»,
a-fim-de deliberaram àvârca
dos seguintes assuntos:

a) Transformação da so-
ciedado em sociedado anó-
nima;

b) Aumento de capital;

e) Modificação da deno-
minação social;

d) Alteração ou substitui-
ção do Estatuto Social.

Vila de Rei, 15 de Maio

de 1941,
A Gerência

E Mercearias Camas e Colchoaria ravatas | E
e Perfumarias Cobertores de lá e algodão Modas | ê
mio [e = é ls JE

EE >. E E E
Ee E | –
EE) louaemiia [01 | EE Ristadaria 5
E E | |xg E
e loca de Sacavém mm | SS |S uy Enfestados sz
E | eita Nego [mm] E SO) Pmselis | E
É = po E
| lim |” E É uaats | É

g | Tabaros | Colchas de seda e gorgorão Retrosaria E
= =
| Ferragens | Lenços de lá e algodão Cuarda-sóis Ê

Comeita. entro Seria = Fiqueiro dog Vinhos = Gojihra

Companhia de Viação de S

ernache, Ld,º comunica ao

público que as carreiras ontre Sertã —

Piguoiró — Coimbra, têm
Ás 2.º, 4″ o 6.º

Ohog. Part,
Coimbra ,……. 11-50
Figueiró dos Vh.º* 14-00 14-25
Sernache Bom.!m 15.03 15-10
Sertã scccreraros 15-20

Segue a O, Branco

os seguintes horários:

4’s 3.’!, 5.º o sábados
Vom de C. Branco

Ohog, Partd,
Sertl cas ermssssa 13.00
Sernache Bom. li 13-20 13-33
Pigueiró dos Vh.”! 14-15 14-25

Coimbra .,…… 16-35

AS terças feiras o dias 23 de cada mês

salvo se o dia 23 fôr domingo, pois neste caso
efectuasse ao sábado

Ohog: Partd,
Bertha ass sendo a 5-15
Sernache Bom. im 5.35 5-38
Figueiró dos Vh.”” 6-20 625

Coimbra,……. 8-45

Ohog. Partd.
Coimbra. css… 16-00
Figueiró dos Vh.º” 18-25 18-30
Sernache Bom. “lu 1912 1915
teto door do 19-35

Eº amigo dedicado da
sua terra ? |

Indique-nos, como assinantes, |
todos os patrícios e amigos que

ainda o não são. ]

O valor e o bom nome da sua,
terra dependem, em grande par=
te, da propaganda que dela se fizer nêste semanário,

 

@@@ 1 @@@

 

A Comarca da Sertã

 

Peregrinação a Fátima

 

Desde que se falou na pere-
grinação à Fátima nos dias 3 e 4
de Maio começou logo a reinar
o maior entusiasmo. E foi tão
verdadeiro que a principio se
pensou em irem duas camione-
tes, depois passou a três, a qua-
tro, enfim, foram cinco camio-
netes,

No dia três de manhã quási
tôlas as pessoas assistem à San-
ta Missa pelas 6 horas e meia.
Entretanto o dia vem e o espec-
táculo do Largo do Chafariz é
interessante. Tudo chegou a tem-
po, menos as camionetes, mas
ninguém teve culpa. Mas elas
chegam e as pessoas que pas-
sam de 150, vão-se arrumando o
melhor que podem.

Daqui, estamos ainda na Ser-
tã, até Tomar, onde tomámos um
pouco de ar; dali a Vila Nova
de Ourém; não sei bem como se
chama o local — é para dizer que
almoçámos antes de chegar a
Vila Nova de Ourém. O apetite
era já algum e os farneis vistos
em conjunto não eram maus,
Até quando se vai a Fátima se
tem de aplicar o «prumuru vive-
re»!

Tomámos as camionetes em
direcção a Leiria e entretanto a
chuva começa a cair; mas a boa
disposição continua em todos
porque, dizem, e com tôda a
verdade — chove à vontade de
Deus… Ainda assim pudemos
visitar a Sé de Leiria que escu-
sado será dizer é uma obra de
arte.

Assim de passagem tenho a
dizer que em Leiria tive a im-
pressão de que o mundo é pe-
queno, pois parecia não haver
lugar para estarem — paradas —
as nossas camionetes !

Enfim, deixemos Leiria, por-
que temos de visitar a Batalha.
Chegados lá a admiração é igual.
Só faltou ouvir: — Sempre foram
precisas muitas carradas de pe-
dra… 1!)

Depois de fazermos a nossa
“oração ao Senhor no Tabernáculo
em agradecimento pelo bom êxi-
to da nossa viagem e pelas in-
tenções recomendadas aos pere-
grinos, sem nunca esquecer dian-
te do mesmo Senhor os que cá
ficaram, fomos experimentar as
condições acústicas da monu-
mental igreja. Evidentemente,
ficou tudo maravilhado, pois que
os que estavam ao fundo calados
a ouvir, tinham a impressão de
que também cantavam. O con-
tentamento é visivel em todos;
porém a hora já vai adiantada e
nós quer:mos chegar a Fátima a
tempo. E eis que os motores po»
tentes das nossas camionetes pa-
recem gemer só com a vista das
enormes ladeiras do Reguengo
de. Fetol, Mas não se negam e
sobem, sobem e eis-nos em Fá-

tima,

Oh! em Fátima, na Cova da
ria

Louvado seja o Senhor e Sua
Mai Maria Santíssima; chegámos
e bem. Vamos visitar o Senhor
na sua realidade eucarística e
ali, muito junto ao seu trono, na
Fátima, pedir por todos: pelos
escadores, pelos que não têm
é, pela paz no mundo, pelos que
morreran por causa da guerra,
em reparação dos pecados de
Portugal, pelos nossos doentes,
pela nossa freguesia…

Pouco depois da nossa chegas
da tem lugar a concentração das

Senhoras da Liga da Acção Ca-
tólica junto ao pórtico principal,

O tempo passa-se e à meia
noite começa a adoração nacio-
nal na qual pregou o Sr. D. Ma-
nuel Trindade Salgueiro, O que
diz e a convicção com que o diz
caiu fundo na alma de todos os
que o ouviram. As horas da ado-
ração seguiram-se até de manhã.
Pelas 7 horas da manhã tem lu-
gar a missa do Sr. Bispo e con-
vidam o pároco da Sertã para
lhe ajudar à Missa e êle vai…

E a nossa gente lá estava aten-
ta e devota.

E” um espectáculo encantador
a reiinião de propaganda: as
bandeiras, a escadaria cheia de
gente, o Sr. Bispo que preside
e fala, fazendo apêlo à genero-
sidade das mulheres portuguesas
em relação ao apostolado que
urge fazer.

Há gente que só agora come-
ça a chegar. O Santíssimo Sa-
cramento é exposto e faz se a
imposição dos emblemas aos no-
vos membros da J. A. C. F.

Enfim, organiza-se a procissão
do «Adeus»: e os lenços bran-
cos e leves saúdam a Virgem
que toma o seu lugar na Capeli-
nha das Aparições.
qe vai fazer o povo da Ser-
t
A idéia foi muito bem recebi-
da: Vamos consagrar a nossa
freguesia a Nossa Senhora ds
Fátima. E eis-nos todos, pároco
e fieis de joelhos aos pés de Je-
sus e Maria, a pedir, a agrade-
cer, a consagrar-nos numa doa-
ção total de nós mesmos.

E a nossa freguesia ficou en-
tregue à Virgem

E de lá viemos, contentes,
trazendo na alma a alegria dos
filhos de Deus, cantando os lou=
vores da Virgem, Senhora de
Fátima:

— A treze de Maio apareceu
Maria…

— Avé, avé, avé Maria.

—Co’os males da guerra o
mundo sofria…

— Avé, avé, avé Maria.

—Falou contra o luxo, contra
o impudor…

—-Avé, avé, avé Maria.

— Penitência e oração se lizes-
se lhes pedia…

—Avé, avé, avé Maria.

Visitímos ainda o Convento
de Cristo em Tomar.

O cansaço começa já a sentir-
se em todos e é necessário tomar
um pouco de repouso nas nossas
casas e as nossas camionetes aí
vão, Serra de Santa Catarina fó-
ra, Aguas Belas, Rio Zêzere,
Sernache do Bomjardim,

E pelas 9 horas da noite as
nossas camionetes e o automó-
vel que sempre nos acompanhou,
entraram na,nossa linda Sertã,
triunfantes, dizendo a todos que
fomos e viemos bem, graças ao
Senhor e à Virgem, Senhora de
Fátima.

usZon

No próximo domingo, 18, ce»
lebrar-se-há o dia mundial das
Congregações Marianas, por não
o podermos fazer no dia próprio
e associar nos-emos às comemos
rações da «Renum Novarum>, À
missa será dialogada pelos orga-
nismos da A, C. local e Filhas
de Maria e à tarde haverá uma
sessão comemorando os dois fac-
tos,

E O

à AGENDA É
ea ea aa Ne Na

Estiveram na Sertã a srº
D. Adelina Alves e os srs. dr.
José Nunes da Silva e Amân-
cio de Quental, de Lisboa.

—Esteve na Cumiada o sr.
Jacinto Pedro, de Lisboa.

— Encontra-se no Seminário
das Missões, de Tomar, o
Rev.º António Martins da Cos-
ta e Silva,

—Encontra – se nas Caldas
da Raínha, como aspirante do
R. 1. 5, o sr. António Alves
Murtinheira, distinto fancio-
nário das Finanças, de Lisboa.

Aniversários natalícios:

Hoje, Maria Angela Vidigal
Marinha Morais Cabral, es-
pôsa do sr. dr. João de Bar-
ros Morais Cabral, Leiria; 16,
Augusto Justino Rossi e José
Ferreira Júnior, 20, Prancis-
co de Matos Gomes, Macinha-
ta da Seixa.

Parabens

Através fatura

(Noticiário: dos: nossos: Correspondentes)

CARDIGOS, 8 — Acompanhado de
sua espôsa e filhos esteve nesta Vila,
fendo-se hospedado em casa do sr, An-
tónio de Oliveira Tavares, o sr. dr,
Alfredo Pequito, antigo Reitor do Li-
ceu da Guarda,

— Com bastante concorrência se vem
efectuando o més de Maria na igreja
matriz.

— O tempo continua péssimo para O
trabalho das cavas das vinhas e ou-
tros serviços agrícolas, e

«sto

PEDRÓGÃO PEQUENO, 5—Foi on-
tem empossada, pelo sr. Carlos Ferrei-
ra David, como Presidente da Junta de
Freguesia e por delegação do Exm.
Sr. Presidente da Câmara da Sertã, a
nova Comissão Administrativa da Mix
sericórdia desta vila, que é composta
dos srs. José Antunes Amaro, Prove-
dor; Custódio da Cruz, Sacretário; e
António Antunes Fernandes Barata, Te-
soureiro.

Os substitutos são os srs. Januário
António Serra, Domingos Costa e Fir-
mino Lourenço da Silva,

Assistiram à posse além dos men=
cionados os srs. Dr. Domingos António
Lopes, Joaquim Nunes Rodrigues, Ma-
nuel Lopes, José Antunes Xavier, An-
tónio da Silva Lourenço, etc.

— Saiu para Lisboa a Sr D. Maria
Constância Brandão Lopes, filha do sr,
Dr. Domingos António Lopes, médico
municipal desta vila E)

ro

Hospital da Sertã

Subscrição aberta pela «Co=
missão dos Amigos do Hos-
pital da Sertã», em Lisboa,
para a compra de material
cirúrgico :

Transporte, 4.062850.

Ex.”ºs Srs. José dos Santos
Dias, 50800; Arquitecto José de
Lima Franco, 10800; José Vicen-
te Fernandes Martins, 5800; Car-
los S. Ventura Palrão, Emídio ).
Soares David, Humberto J. Cas-
telo Branco Chaves, Luiz Mar-
tins de Magalhãis, Manoel Fer-
reira, Miguel A, Costa e Vasco
José Vieira, 2850 cada, Soma,
82850.

A transportar, 4, 145800,

HO
Procissão das Velas

Funcionalismo Municipal |
“A Câmara Municipal da Sertã, *

na sua sessão ordinária de 7!

do corrente, nomeou, por deli-

“beração unânime, para o logar

vago de escriturário de 3.º clas-

se da sua secretaria, o sr. Joa-

ua Crisóstomo, natural desta
a,

“Ao novo luncionário, que sa-
“bemos ser um rapaz inteligente
“e activo, apresentamos as nossas
elicitações.

DOENTES

Continua bastante doente à
sr* D, Maria José Corrêa e Silva,
— Foi sujeito a melindrosa
PERO no hospital de S. José,
em Lisboa, encontrando se, fes
lizmente, em franca convalescen=
a, O nosso amigo sr. Aníbal
unes da Silva, antigo colono
de S. Tomé (Atrica Ocidental).
Fazemos sinceros votos pelo
restabelecimento dos doentes,

Realizou-se na noite de 2.º
feira, segunda o costume dos
anos anteriores, a procissão das
Velas em honra da Senhora de
Fátima, nela se encorporando
muitas centenas de fiéis da Ser-
tã e das capelanias da freguesia
com as suas bandeiras,

e

Com destino ao Santuário de
Fátima passaram, na Sertã, du-
rante todo o dia, algumas deze-

nas de camionetas, automóveis e
outros veículos apinhados de pe-
Iregrinos,

o | rodas (rastos ou galgas de ferro

“ETNOGRAFIA DA BEIRA

Picota cu burra, de madeira,
serve para tirar água das ribeiras
e dos poços.

Roçadoura, de gume recurva-
do, serve para cortar o mato.

Rodas de tirar água, de madei-
ra, com alcatruzes de barro ou
de folha os homens alcandoram-
se sóbre elas e movem nas com
os pés.

Sachão, enchadão de pá larga
e mais forte que a do sacho.

Sacho, de pá estreita e bico.

Sachota, sacho pequeno só com

Viro, ferro com cabo de ma-
deira, com que debulham o milho.

Utensilios de lavoura — Gar-
ro, arado, etc.

O carro de bois consta de: ta-
boleiro, chedeiro ou cabeçalha,
eixo e rodas.

O taboleiro compõe-se de che
das, tesouras, taboas, travessas
coucos e chiadeiras (estreitouros
em Idanha a Nova tristouras em
Vale do Lobo).

.*

A cabeçalha é ligada por gatos
de ferro.

O eixo de madeira preso ás
rodas, gira entre os coucões e as
chiadeiras e é feito de madeira
rija: azinho, sôbre, freixo, nos
gueira ou amieiro (de preferen-
cia de amieiro e nogueira por-
que são os que cantam mais).

As rodas constam de cambos,
miulo e fechais e são guarneci-
das em toda a volta por sobre-

e reforçados com gatos tamtem
de ferro. Usam se em Oleiros,
puchados pelos homens, peque-
nos carros identicos, em tudo,
aos dos bois,

Instrumentos ou utensilios
indispensaveis ao uso
dos carros

Chavelhão, chavelha, fueiros,
azeitelro e calabre.

O chavelhão, de ferro, serve
para segurar a dianteira (fiel em
Idanha) da canga e a chavelha
para prender o tiro do carro ao |
travão que, por sua vez está
preso na canga.

Os fueiros, ou estadulhos paus
altos que encaixam na cabeças
lha do carro e seguram as car-
radas de palha, feno eic., ou
portas que amparam os generos, ,
estrume, etc,

O azeiteiro, de corno ou chi-
fre de bol. que anda pendurado
do carro transporta as borras de
azeile com que untam o eixo,

Calabre, corda comprida e
grossa com que atam as carradas.

O arado

O velho a:ado de pau consta

por Dr. Jaime Lopes Dias

VIDA AGRÍCOLA
APONTAMENTOS REFERENTES Á COMARCA DA SERTÃ

(Continuação)

de: tamão rabiça, tiró, civecas,
taca, (Madeirã) ou séga (Oleiros)
meixilho relha (Oleiros) ou terro
do arado (Madeirã) e chavelha,

A canga

Consta de cangalhas, dianteix
ra, e canga propriamente dita,

A canga prende se à cabeça
dos bois pelas peaças, e ao pes-
coço pelos brochos que prendem
nas cangalhas, e ao tiro do car-
ro pela dianteira, de ferro ou de
coiro, que prende nas cangalhas
de dentro e é seguro pelo cha-
velhão.

A grade

Armação de cinco paus ou va:
ras com dentes de madeira ou de
ferro, que encaixam nas, cabes
ceiras e é arrastada por meio de
um cambão,

Aguilhada cu aguilhão, pico

ou vara com seu ferro aguçado
na ponta: serve para chamar ou
tocar os bois.

Para amenisar o trabalho dos
animais usam se coleiras com
campainhas, uma maior, ao cen-
tro, e uma, duas e ás vezes três,
de cada um dos lados, que an:
dam penduradas do pescoço dos
animais e são feitas do coiro dos
bois que morrem.

Jaime Lopes Dias

NOTA — Pede-se a todos os leito=
res da Comarca da Serrã que possam
completar ou emendar o que agal fica
o favor de se dirigirem para o refe-
rido fim ao dr. Jaime Lopes Dias —
Camara Manicipal—-Lisboa.—L. D.

Do
O QUE SE Diz…

Que a Eléctrica não há meio de
apresentar o relatório e contas
da gerência de 1940, não se sa-
be porquê!

— Que os seus accionistas con-
tinuam esperando, com uma pas
ciência. evangélica, pela distri-
buição de dividendos, em que há
tanto se fala |

—Que a luz eléctrica continua
sendo artigo de luxo cá no bur-
go e um fenomenal encargo para
os que não são ricos…

—Que há muita gente ainda,
por aí, a fazer, com a maior
sem cerimónia, os despejos para

o meio da rua!
Zé Ferrão
gro

Empréstimo à Câmara Munici-
pal de Vila de Rei

O sr. Ministro das Finanças
autorizou um empréstimo de
112.000300 à Câmara Municipal
de Vila de Rei para obras de
canalização e distribuição de
água à sede do concelho,

Dos bens que o Senhor te deu
não faças rigueza morta;

— Olha se mandas sem pão
Jesus que te bate à porta ..

HH

Se reconheces Jesus

no pobre que é teu irmão,

não dês só do teu dinheiro:

— dá-lhe do teu coração. ..—

NI
Não tens para repartir

nem migalhinhas de pão ?
inda tens grande riqueza:

==yariações sôbre um (êma===

IV

Não sabes donde te veio
a alegria que sentiste ?]

— foi Jesus o pobrezinho
a quem agora acudiste, ,«

v

Nem só os pobres de pão
precisam da tua esmola:

— quantos ricos, pobrezinhos
da ternura que consola!

VI

Um coração generoso

não dá só: dú-se também…
— aprende a dar-te e verás
como o bem dar rende bem…

 

— reparte O teu coração, ,,

MARIA DA SOLEDADE

 

@@@ 1 @@@

 

 

A Comarca

0 raia SRS Sc

 

epa ese ines

ospital da Misericórdia da Sertá

 

O Sr. Dr. Angelo Henrigues Vidigal, ilustre Director do Hospital,
confia, ao nosso semanário, as suas impressões acêrca da de-
ficiência de material cirúrgico do respectivo banco, o que o
impede de exercer, satisfatôriamente, a sua missão.

— pus

( x
ORNOU-SE, agora, oportu-
“no ouviro Sr. Dr. Angelo
Henriques Vidigal, distinto Dele-
ado de Saúde do concelho e
Director do Hospital da Miseri-
córdia da Sertã, sôbre a falta de
aparelhos cirúrgicos no banco,
circunstância que impede a única
casa de socorros do concelho de
cumprir, devidamente, as funções
para que foi criada e que se exi-
gem nos tempos actuais.

A determinação de. colher im-
pressões junto de S. Ex. foi,
em parte, motivada pela simpá-
tica idéia, lançada recentemente,
de um grupo de sertanenses —
dois de nascimento e um de co-
ração — residentes em Lisboa,
conhecedores da pobreza do ban-
co do Hospital, procurar adqui-
rir fundos para a compra de al-
guns aparelhos cirúrgicos de
maior necessidade. !

Procurámos o Sr. Dr. Vidigal
no seu consultório e, por sorte,
acabara de sair o último doente,
Ficámos esperançados de «que
nos! poderia receber imediata
mente; assim sucedeu, de facto:
malisoube da nossa presença,
amâvelmente nos convidou a en-
trarno seu gabinete.

Estamos na presença dum gran-
de amigo da Sertã, médico cari-
nhoso e cirurgião distintíssimo,

ue é, sem sombra de dúvida, o

r. Dr. Angelo Vidigal. Em to-
dos. osactos da sua vida tem
manifestado possuir um carácter
impoluto é um coração de ouro,
do mais fino quilate; a todo o
momento se condoe das desgra-
ças e infortúnios alheios, procu-
rando suavizá-los, sempre que é
possível, no exercício da nobi-
líssima profissão que exerce com
tanto prestígio, competência e
dedicação. Pode, muitas vezes, a
Ciência mostrar-se incapaz de
debelar o’mal, mas a palavra ter.
nado Dr. Vidigal, dando ao
doente a consoladora esperança
de’que’o sofrimento tem remédio,
consegue obrar prodígios |

Ricos e pobres encontram,
sempre, no Dr. Vidigal, a mes-
ma boa vontade e a mesma sim-
patia.

Então, que temos ? Há algu=
ma novidade? Í

Nada de importância, Sr.
Dr. Apenas duas palavras para
«A Comarca da Sertã» ,..

(Com muito prazer,

—V. Ex.” tem acompanhado,
certamente, a subscrição aberta
na «Comarca» para a compra de
material cirúrgico destinado ao
banco do nosso Hospital !

=>Sim, com muito interêsse, E”
digna dos maiores encómios a
iniciativa da: ilustre Comissão
que se propôs co’her fundos pa-
ra tal fim, A Comissão tem de-
senvolvido uma actividade admi-
rável e tenho a certeza de que a
eua tarefa será coroada de êxito.
Ainda há muita gente de bom
coração, verdadeiros filantropos
dispostos a contribuir com o seu
óbulo para atenuar o sofrimento
dos pobresinhos que recorrem
ao nosso Hospital | E tantos eles
são à roda do ano |

Nem sempre é possível aten-
der todos, naturalmente… obser-
vámos,

—bClaro que não, pela falta de
diverso material cirúrgico repu-
tado indispensável. Daqui resulta
que as pessoas sem meios têm

e recorrer ao auxílio particular
e, em certos casos, ao’olicial pa»
ra se deslocarem a centros onde
possam ser hospitalizadas e tra

tadas; se esse emparo lhes falta, |

então, morrem à mingual As
prstogi de haveres, resolvem
em o problema, O Hospital é
que perde sempre porque, se ofe-
recesse condições para internar e
operar qs doentes remediados,

obteria, na maior parte dos ca- : senvolvimento na época daquêle
sos, uma receita apreciável, dan- | Provedor; o seu interêsse por

do margem a aumentar o socôr-
ro aos doentes pobres.

—E a Sertã, Sr. Dr., sede de
concelho e comarca, centro de;
uma região importante e muito
afastado de qualquer meio onde
existem casas de saúde ou hos-
pitais com as devidas e indispen-
sáveis intalações e apetrecha-
mento para uma operação rápida,
precisa que o seu hospital se
transforme num estabelecimento
modelar de socorros, onde, ao
doente, a-par-do maior confôrto,
seja prestada a intervenção. ci-
rurgica urgente, que inúmeras
vezes se reclama.

— Assim é, de facto. Mas, in
felizmente, há muita falta de di-
nheiro e um hospital dotado com
todos os requisitos custa uma
fortuna! Sejamos modestos nas
nossas ambições, esforçando-nos
por que o Hospital da Sertã seja
uma casa de assistência regular
e que nêle se pratiquem, dentro
em breve, as operações cirúrgi-
cas menos complicadas, isto é,
tôdas aquelas que o apetrecha-
mento cirúrgico — que vai ser

tam magnifica obra de assistên-
cia, levavam-o a promover fre-
quentes festas no respectivo par-
que, de que sempre se colhiam
apreciáveis receitas. Com o de-
correr dos anos e no tempo dos
Provedores srs. José Bernardo,
também já falecido e Augusto
Justino Rossi, as condições. do
Hospital melhoraram ainda mais,
não tanto, contudo, como todos
desejávamos e sería legítimo es-
perar, por virtude da falta de re-
cursos financeiros e até — permi-
to-me afirmá-lo — pelo. escasso
auxílio que lhe prestam os par-
ticulares, aquêles—bem entendi-
do—que o podiam e deviam fa-
zer € supõem, na sua ignorância
dos problemas da assistência ‘so-
cial, que o nosso Hospital deve
ser asilo, hospício e creche ! Ora
isto é uma utopia! O hospi
tal não pode. recolher velhos até
os derradeiros dias da sua exis-
tência, nem pobres minados por
doenças incuráveis.

Por outro lado,: o auxílio ofi-
cial tem sido sempre pequeno,
muito aquém do que seria razoá-

aumentado — permita: realizar,
De’ resto, ‘ somos: agora «quatro
médicos na Sertã; dois dêles, os
Drs. Francisco Corrêa e Rogério
Lucas, novos, inteligentes, com
grandes: faculdades detrabalho,
sempre desejosos de acertar e se
tornarem úteis na sua profissão,
de uma lealdade a tôda a prova,
precisam de ser encorajados, pro-
porcionando se lhes o meio de
desenvolver uma acção altamen-
te benéfica, A ambição legítima
e humana que nêles existe de
‘virem a’ ser médicos modelares,
estimulá-los á a um trab. lho van-
tajoso para si e para esta terra,
Ora, precisamente, se o banco
do Hospital vier a-ser dotado do
apetrechamento cirúrgico mais
necessário, os novos médicos te-
rão ali um campo de actividade.
Se a deficiência do material ci-
rúrgico não lhes permitir gran-
des voos, ao menos não faltarão

vel,; sobretudo se. tomarmos em
linha de conta que o Hospital da
Sertã recolhe doentes de quási
todos os concelhos em volta, de-
signadamente de Oleiros, onde
O hospital está encerrado há bas-
tantes anos.

O Govêrno, preocupado com o
grave problema da assistência,
que, de ano para ano, parece
atingir maior acuidade, há de
confiar às Misericórdias e Hos-
pitais dos concelhos — estou dis-
so convencido — o principal pa-

pel na distribuição equitativa de
socorros e assistência aos doen-
tes pobres. São as Misericórdias,
criação da piedosa Rainha D.
Leonor, os mais belos estabele-
cimentos de assistência pública
que, através dos tempos, têm
derramado, pelos pobrezinhos, o
– bálsamo consolador da Carida-
de. Reatando o fio das conside-
rações que vinha fazendo, quero

oportunidades de mostrar os seus ! dizer-lhe que, como Director do

merecimentos suprindo a pobre-
za de recursos com a sua capa-
picado técnica e valor profissio-
nal,

—Mas, diga-me, Sr. Dr., O
banco ‘do Hospital tem passado
por diversas fases; Isto é, se a
dotação de material cirúrgico não
tem: panhado as exigênci
da Medicina moderna, que vive
numa ascensão constante de pro-
gresso e desenvolvimento, em
todo o caso verifica-se — se não
estou em êrro—que hoje há mais
e melhores apetrechamentos do
que há dez anos, como há dez
anos havia mais do que há vin-

a

— Eu explico em poucas pala-
vras: O Sr. Dr. José Carlos
Ehrhardt, a quem o Hospital da
Sertã deve tudo oque é,:a prin-
ciplar pela construção — para a
qual contribuiu com todo o seu
entusiasmo e a mais profunda de-
dicação — tran-formou o antigo
Hospital—-que apenas servia para
morrerem os-desgraçados —num
Hospital digno dêste nome, que

Hospital, tenho encontrado, sem-
| pre, de parte do actual Prove-
dor, Sr. Manoel Milheiro Duarte,
todo o auxílio compatível com
os recursos existentes, facto que
me cumpre pôr em relêvo,

Mas, finalmente, Sr. Dr. de
que material cirúrgico precisa o
nosso Hospital ?

—Necessita, coma máxima
urgência, de um autoclave de
maiores dimensões do que o
existente, visto as operações efe=
ctuadas agora exigirem maiores
dimensões dos esterilizados e em
maior quantidade; existe sômen
te uma marqueza, precisando de,

elo menos, duas, uma para o

arco e outra para a sala de
operações; aparelhos para fractu-
ras; duas camas articuladas, uma
para a enfermaria dos homens é
outra para a das mulheres; tam-
bém podia haver no Hospital
duas mesas móveis pra pensos,
uma para cadaenlermaria. Muito
mais coisas seriam precisas, mas,
como estamos habituados a vi-
ver com modéstia, até custa es-

passou a ser útil a todos, ricos e! tar a lembrá-las, não se vá su-

pobres. Foi o Sr, Dr. Ehrhardt
He fundou o banco, conseguin-

o, mercê da sua tenacidade e
espírito organizador, que Ble [ôs-
se dotado com o material cirtir-
gico usado então. No tempo em

ue. o sr. Dr, Eduardo Barata
Corrêa da Silva, já falecido, foi
Provedor da Misericórdia, cargo
que exerceu durante bastantes
anos, fez se a casa de operações
e comprou-se vário material ci-

 

rúrgico e médico, Tanto-a Mise-
ricórdia, como o Hospital. dela

por que gostamos de grandezas |
-— E será po:sível que a ilustre
«Comissão dos Amigos do Hos-
ital da Sertã, em Lisboa» reúna
undos para adquirir tudo isso?
Suponho que não porque o
custo de todo êste material deve
atingir uma verba muito apreciá-
vel, custo agora agravado em
consegliência. da guerra. Tenho,
porém,
actuais dificul fades não se man-
terão por muito tempo, Além
disso muito há a esperar da ge-

 

pendente, tiveram um notável de-

nerosidade da gente da nossa

da Sert

esperança de que as,

à

Á

margem

 

Muitos milhares de soldados
após o colapso da França, À
Inglesas da Palestina.

 

da guerra

z: a

 

polacos se retiraram da Síria,
para se irem unir às Fôrças

 

No Trízio realizou-se uma inte-
ressante festa escolar

Com a presença dos srs. Delegado
Escolar, prolessor António Lopes
Manso, Pároco da Freguesia e Presi-
dente da Junta de Palhais, Rep.º Vi-
cente Mendes da Silva, regente do
posto, sr? D Ana Nanes da Silva,
crianças que o ireqientam e bastante
povo, realizou-se no Trízio, no domin-
go 4 do corrente, uma interessante e
simpática festa escolar, que constou
de missa, sessão solens e, no final, lan»
che às crianças.

A missa foi rezada pelo Rev.º Men-
des-da Silva, na capela de S. Pedro,
daquela povoação; na sessão solene
falaram os srs. Delegado Escolar, o
mesmo Reverendo e a senhora regen-
te, que explicaram às crianças o sim
gnificado da festa, apontando-lhes os
deveres para com Deus e para com a
Pátria e enaltecendo as figuras gloriox
sas do Portagal de hoje, S. Ex.’s os
Senhores Presidentes da República e
do Conselho.

Foram recitadas plgtcins poesias e
dados vivas aos srs. General Carmor
na, Salazar e Ministro da Edacação
Nacional, a que a assistência corres=
pondeu com entasiasmo.

As crianças saborearam uma bela
merenda, ficando com uma agradável
e inesquecível recordação da festa
que, na sua singeleza, teve um alto
significado moral e patriótico.

Epizootia de febre aftosa no
nosso concelho

O sr. Veterinário Municipal
comúnicou ao sr. Intendente de
Pecuária do distrito que, neste
concelho, designadamente na fre.
guesia da Sertã, eclodiu com
relativa intensidade a epizoatia
de febre cltosa, atacando sobre-
tudo, as espécies caprinas.

 

 

terra e dos filhos do concelho
da Sertã, que estão ausentes,
sempre prontos a acarinhar as
obras de solidariedade humana
e a contribuir, com o seu óbulo,
para tudo que dignifique e en
grandeça o torrão natal.

E’ absolutamente forçoso e in-
dispensável, meu amigo, saír do
círculo vicioso em que gravita o
nosso Hospital: não admite doen-
(tes, porque não tem verba e não
!lhe dão verba porque não admite

doentes Fica o problema resol:

vído se o dotarem com os meios

sulicientes para admitir o maior

número de doentes, dentro, é

claro, da sua lotação. Só assim

e pode ampliar a sua acção de
enemerência,

 

Estava terminada a entrevista,
Agradecemos ao ilustre clínico
as valiosas informações que tam
| amável e sollcitamente nos pres-
tou e, em perfeita concordância
| com S. Ex”, licimos também
convencidos de que os filhos do
! concelho da Sertã vão mais uma
vez mostrar que o seu amor à
terra-mãi é a fôrça impulsiona-
“dora das grandes realizações,
que o seu bairrismo é a pedra
“mais preciosa e bela a refulgir
“no seu velho e glorioso brazão.

Cremos, pois, que a magnílica
iniciativa da ilustre «Comissão
dos Amigos do Hospital da Ser-
tã, em Lisboa» há ser coroada
do melhor êxito,

4 f
Inter

UMA NOTA OFICIOSA

Declaração
do Governo

acêrca da soberania
portuguesa

Pela Presidência do Conselho
foi ontem fornecida á Imprensa a
seguinte nota ofíciosa:

No dia 6 do corrente o sena-
| dor Pepper convidou, em dis=
corso público no Senado, o
Govêrno dos Estados Unidos a
tomar medidas mais vastas e
ousadas no sentido da defesa
do país, anunciando entre es=
tas a ocupação dos Açóres e
do arguipelago do Cabo Ver=
de. O discurso segue-se a re:
petidas alusões da Imprensa
norte-americana das últimas
semanas a intenções que a
Alemanha teria de ocupar o
território continental portu-
£guês e aquelas ilhas, devendo
os Estados Unidos antecipar-
-se-lhe na operação para me-
lhor garantia da sua defesa.
O Govêrno português, em-
bora lamente a desenvoltura
com que de vários lados se
traça o destino de países es=
tranhos ao conflito actual, não
pode evitar, nem mesmo apre-
sentando queiras on protes-
tos junto dos respectivos Go=
vernos, que as várias agências
e emissoras se acnsem mutnas
mente e lancem as piores sus
peitas sôbre a intenção de uns
e outros Estados violarem os
direitos de terceiros países.
Trata-se em geral só de
obter certos efeitos internos am
7 7 s de propaganda;
e precisamente neste caso o
Govêrno português está habis
litado, por declarações expres-
samente feitas pelo Govêrno
dos Estados Unidos, a dizer
que as ideias do senador Pep-
per, como outras do mesmo
género lançadas pela Imprens
sa americana, não correspon-
dem de modo nenhum ao sem
pensamento de absoluto res=
peito pela soberania porta-

guesa,

Mas porque o sistemático sia
lêncio a este respeito poderia
parecer excessivo e sofrer in»
terpretações que não estariam
de acôrdo nem com a situação
real nem com a compreensão
dos nossos direitos, o Govêrno
declara o seguinte:

1º Não lhe foi até ao presens
te feito nenhum pedido ou
sugestão relativamente &
eventual utilização de quais-
quer portos ou bases das c08=
tas ou ilhas portuguesas por
qualquerdosbeligerantescon-
tra o outro ou por terceiros
Estados;

2.º O Govêrno tem-se ogu-
pado da defesa dos três ar=
quipelagos do Atlantico refor=
gando os meios existentes,
somo afirmação da sua sobe-
rania mus em termos de pom=
derem resistir a algum ata=
que de que porventura sejam
objecto, embora o não espere,

 

O Presidente do Concelho