A Comarca da Sertã nº240 17-04-1941

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– FUNDADORES –
— Dr. José Carlos Ehrhardt —
— Dr. Angelo Henriques Vidigal —
pese António Barata e Sia
Dr. José Barata Corrêa e Silva

“Eduardo Barata da Silva Corrêa

O DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETARIO ia ad
ç e tiano oito do Silva Comet | TI. PORTELA FEÃO

7 E — REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO —— CASEI
SI |RUA SERPA PINTO-SERTA e
= so TELE FONE|
<< PUBLICA-SE na QUINTAS FEIRAS 112

ANO NW | Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarea da Sestã: concelhos de Sertã | | . o E:
Nº 240 Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei; e freguesias de Amêndoa e Cardigos (do conselho de Mação) | 1944

 

Notas

VEM-SE apresentado fraldi-

queira esta Primavera,
que todos desejavam alegre e
sedutora, com as suas belezas
sem par, pródiga de encantos
e sorrisos, com as suas flores
e seus raios de sol criador,
tornando amena a temperatu-
“ra e mais bela a Natareza. E
êste desejo é bem jnsto depois
do inverno cruel por que se
passou, em que um ciclone te-
mível semeou a mortee a des-
truição em todo o País, redu-
zindo à miséria muitos daguê.
les que viviam em sofrível
abastança, equilibrada com o
esfórco do seu braço potente;
em que tremendas inundações
arrasaram campinas enormes.
garantia de riqueza e fartura
de alimento para milhares de
bôcas; e em que tantos, imen-
sos, EUA EA viram perdida,

 

“passada, já em plena
Pr mavera, volton uma furiosa
ventania a fazer das suas,

* gumas, por certo, combalidas
pelo ciclone, a destelhar casas
eafazer mais ruínas nos cam-
pos. Na 5º feira, um vento
desabrido, acompanhado de
enormes búátegas de água e
granizo, veio causar mais
preocupações a quem se en-
contra mal refeito da catástro-
fe de 15 de Fevereiro.

Quis Deus que a fúria dos
elementos, agora, não atingis-
se proporções graves e clamo»
rosas a roçar por nova cala-
midade.

: —et-4p sp
A protecção e o desenvolvi
mento do arvoredo – de=
vem merecer o interêsse de tô-
da a gente, mas em especial
– às câmaras municipais e à
Junta Autónoma das Estra-
das, porque é a estas entidas-
des que está confiada, à pri-
meira, a administração e con»
servação das praças, jardins
“eestradas municipais e, à se-
gunda, a das estradas nacio-
nais. Uma estrada e qualquer
recinto público são tanto mais
belos quanto maior for o nú-
mero, variedade e corpulência
das árvores nêles existentes.

Um parque de frondoso ar-
voredo atrai nos, proporcio-
na-nos indizível bem-estar e
sente-se que ali aspiramos um
ar puríssimo, bem diferente

do existente nos aglomerados |

urbanos.

— Temos verificado, no que
respeita à Sertã, que, nas es-
tradas circunjacentes, a J. À.

“E. tem plantado centenas de

– árvores, algumas bem bonitas;

“mas na Vila há muita falta de –

“derrubando mais árvores, all

Lo.
ea

UM dos últimos números do Diário
do Govêrno vimos um decreto
que manda se proceda durante
o ano corrente ac estudo da es-

trada nacional n.º 54 2.º na parte compre-
endida entre Santo António do Marme-
leiro e Cardigos, passando por Pêso, e
um ramal para Vila de Rei,

Muitíssimo bem. Não regatearemos
louvores, por que os merece, ao sr. Minis-
tro das Obras Públicas, bem como à Jun-
ta Aucónoma das Estradas por esta reso-
lução, pois não se compreendia que uma
estrada antiquíssima e de tauta impor-
tância para os interôsses gerais da Nação,
pois é a ligação do norte com o sul do
País, estivesse assim interrompida, e des-
prezada ha tantos anos já, justamente no
centro; no coração de Portugal!

Ainda bem que se compreendeu a
necessidade de | se acabar com esta ano-

que se procedesse. sem demora; ao estudo:
decretado, e logo a seguir, se subsidiasse
a estrada, para se iniciarem os trabalhos
de construção e progredirem até à con-
clusão pois que assim se atenuariam 08
efeitos calamitosos do ciclone de 15 de.

Fevereiro e os inúmeros e incalculáveis |

prejuízos que a interrupção da estrada
ocasiona à economia do País

Hã pouco tempo o eminente escritor
er. Dr. Joaquim Manso, ilustre director
do «Diário de Lisboa» ao referir-se aos
estrugos causados pelo ciclone nesta re-
gião, donde é natural, o que muito nos
envaidece, numa das brilhantes notas da
primeira página, pedia trabalho para os
sinistrados, na construção da estrada 54
-2,* na parte a que nos vimos referindo,
porque esse trabalho representaria pão
para os infelicitados.

Palavras de justiça, soldas do cora:
ção de uma alma boa e generosa! .

A população dêstes povos ao ver as
devastações do ciclone, as suas florestas
em que depunham tantas esperanças, e
que em suas vidas se não reconstituirão,
assoladas e destruídas, as suas sementei-
ras comprometidas com as asperezas do

inverno que passou, não se revoltou com
imprecações improficuas e inúteis, nem se

desalentou como o profeta Jeremias a

carpir trenos plangentes sôbre as ruínas
de Jerusalém, não, confiando na justiça,
clarividência e na previdência dos Lomens
que estão à testa do poder, espera, resi
gnado mas confiante, pelo auxílio a que

“se julga com direito, no aproveitamento

dos seus braços e das suas energias nos
trabalhos da construção da estrada a que
nos vimos referindo, que os beneficiaria

‘ fornecendo-lhes o pão para alimentar con-

venientemente seus filhinhoe, que vêem
definhar por falta de meios para lhes dar
o sustentento necessário, e também na
alegria que sentiriam por verem que as-
sim contribuiam para o engrandecimento
de sua região e benefício do País.

Os habitantes dos territórios que

atravessa a via a construir, situados na
Beira Baixa — a província heróica, altiva

e patriótica, talvez a mais linda pelos

seus panoramas —são humildes, honra-
dos, trabalhadores e patriotas. Sabem

por intuição natural, que o trabalho di-

gnifica, e que é do trabalho que resulta o
bem estar da sociedade. Facultem=lhes o
trabalho no abrimento e conclusão de
vias de comunicação entre os povos, não
lhe criem dificuldades antes os protejam
na agricultura e amanho das terras, faci-
litem lhe as indústrias e acordem-lhe as
tendências para as grandes aventuras na
colonização de nossas possessões no Ul
tramar, e êle, o povo, viverá satisfeito, e

o nosso querido Portugal, progredindo

sempre, reocupará o lugar que com tanta |2

glória desempenhou no passado, e que lhe
compete no futuro.

Sr. Ministro das Obras Públicas, e er.
Presidente e Membros da Junta Autóno-
ma das Estradas, atendam ao grito que
se repercute em minhas palavras, de tan-
tas almas que pedem pão para seus filhi-
nhos, e amor para êste formoso e infeliz
recanto da nossa Pátria!

E nós, humilde cronista, secundamos,
a súplica, e apelamos para os sentimentos
humanitários-de S Ex.”, para o seu cora»
ção, implorando — Pão e Amor !

OLIVIER –

arvoredo, sobretudo na rua
Gonçalo Rodrigues Caldeira
—Jjá tam triste e inestética pe-
lo seu casario! — de onde de-
sapareceram acácias velhas e
deselegantes, que nunca foram
substituídas,

Também a Câmara precisa
de mandar plantar árvores—e
é pena que já o não tenha fei
to— na esplanada de Santo
Amaro, tornando mais atraensa
te aquela entrada da Vila.

Precisa de muitas árvores

a mata da Fonte da Pinta, tam.

duramente fustigada pelo ci-

clone, e aquêle trôço da estra-
da entre-a escola novaea fon.
te do Pinhal.

4 Alameda Salazar precisa
de novas árvores, procuran-
‘do-se, não. só substituir, mas,
antes, exceder o número das
quelas que se tem de arrancar
por ‘ motivo de fôrça maior ou
que morrem de velhice.

A árvore merece tôda a pros
tecção e o maior carinho de
todos nós, tantos são os bene-
fícias que nos presta.

 

TOSSE CONVULSA

A tosse convulsa continua alas-

itrando, na Sertã, entre-as crian-

ças e dizem-nos que em terras
próximas se. registam já muitos
casos.

A melhor maneira de evitar a
sta propagação é recorrer ao
tratamento preventivo por injec-
ções.

A tosse convulsa é uma ver=
dadeira tortura para as crianças
e pode originar outras doenças
de carácter gravíssimo,

NA investida dos alemâis, nos

Balcãs, contra gregos e
ingoslavos, háaregistar, como
facto primordial para os ger-
mânicos, a conquista do pôr»
to de Salónica, um dos seus
objectivos.

Se é certo que um e outro
dos exércitos atacados — gre
£o e ingoslavo — são valentes
e têm dado durante êstes pri-
meiros dias (estamos escrevens
do a 12 de Abril) magníficas
provas de coragem e de resiso
tência, mostrando, essencials
mente, uma devotada fé paz
triótica, virtudes que a outros
exércitos, maiores e mais bem
apetrechados, faleceram nos
momentos de perigo e decisão,
a verdade é que ambos, peque-
nos, de reduzida capacidade
militar, sem comando único e
uma só frente, não oferecem,
a nosso ver, as condições nes
cessárias para travar o passo
a um exército, como o alemão,
aguerrido e enorme, com um.
potencial bélico sem similar.
Nem tam ponco o exército in-
goslavo havia completado a
a sua mobilização, o que cons
tribuiu para o seu enfraques
cimento.

A Inglaterra, por um dever
de lialdade e aliança com a
Grécia, tem prestado às nas
ções atacadas nos Baicàs todo:
o auxílio possível, mas, por
certo, essa ajuda. está longe
de ser suficiente para conter
os invasores; parece que nem
a Grã-Bretanha considera a

elcampanha dos Balcãs decisiva ..

para o resultado da guerra,
orque, se tal; sucedesse, ela
teria feito convergir para ali
apreciáveis reforços, mesmo |
em. prejuízo doutras posições
vitais. Ê

A Turquia, previmo-lo, toen=
do a corda sucessivas vezes,
colocou os seus vizinhos gre
gos numa situação periclitans
te e a sua atitude leva-nos q
concluir que ela se manterá:
passiva, Ou, tudo é possível,
virá a enfileirar ao lado dos
alemãis se nisso julgar do
seu interêsse,

Bom será repetir mais uma
vez a opinião dos críticos am»
torizados que afirmam ser no
mar que a guerra há de ens
contrar a sua decisão,

O exército alemão necessie
tava de uma diversão nesta
Primavera por razões de di-
versa ordem; e a. melhor éa
campanha dos Baicàs, já que
a invasão das Ilhas Britânicas
parece ter falhado ou estar
ga a fracassos,

SO 4

DURANTE a semana passas

da voltou a nevar, com
abundância, no Alto da Serra .
e por tôda a região em volta,
até à Cava, segundo nos infora
mou um habitante desta Als
deias. aé à Cava, segundo nos infora
mou um habitante desta Als
deias. a

 

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SAntónio da Gilva Pourengo|

acaba de abrir uma

SECÇÃO DE OURÍVESARIA

JOIAS, OURO E PRATA

: | Interessantes e magníficos artigos, de
“| finíssimo gôsto, próprios para brindes

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o» Ferreira do Texre 11,00 Saída – 19,00):
» Tomar 19,40
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É >» antarém 21.40
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ANUNCIO

2.º publicação

Pelo presente se faz pú-
blico, que por sentença de
dois de Abril corrente, fo-
ram declarados em estado
de insolvencia, Guilherme
Félix da Silva e mulher
Emília da Silva, também
conhecida por Emilia de Je
sus, agricultores, morado-

LL lres no logar da Azenha Ci

meira, freguesia e concelho
de Vila de Rei, tendo sido
fixado o prazo de quinze
dias a contar da primeira
publicação do presente
anuncio, para a reclamação
de créditos e nomeado admi-
nistrador da massa da in-
solvência, Anibal Diniz Car-
valho, casado, morador na
vila da Sertã.

Sertã, 3 de Abril de 1941
Verifiquei
O Juiz de Direito,
Armando Torres Paulo
O Chefe de Secção,
José Nunes

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João Martins Pinheiro

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todos os dias excepto aos domingos.

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E EESSE ARA car asia mto SEE no E A na

 

@@@ 1 @@@

 

orem mem mm

MARIA MADALENA

A Comarca da Sertã

 

tc ONA O)

E” tão interessante a carta que
acabo de ler, que não resisto à
tentação de transcrever aqui al-
gumas pissagens, CAs

«o .<Vou contar-te uma novi-
dade que há-de surpreender-te…
e encantar te !

Fui há dias de passeio áquela
saudosa aldeia onde passei os mes
lhores anos da minha mocidade,
Não sei se eram saudades que
me atraiam, ou qualquer inspira-
ção do Alto… o que sei é que
o coração chamava-me lá… e
fuso.

Dirigi-me primeiro à igreja e
procurei logo o meu cantinho on-
de passei inolvidáveis momentos,
buscando fôrças e amparo para
a minha juventude inexperiente,

implorando ou 2gradecendo gra- |

ças…

Encontrei o tomado por uma
senhora, que, de cabeça entre as
mãos orava, ou meditava num
recolhimento profundo.

Depois de rezar fui visitar de-
moradamente os altares para mas
tar saudades — enfeitei-os tantas
vezes! — e tambem na esperança
de descobrir quem era aquela
fervorosa criatura que partilhava
do meu gôsto por aquêle cantis
nho… Daí a pouco ela ergueu a
cabeça e eu a custo contive um
grito. Não adivinhas! Era a Ma-
dalena R.!… Essa mesmo, mas
tão diferente, que eu julguei me
víima duma ilusão.

Fizeme encontrada à porta; não
havia dúvida: era ela!

O mais discretamente que pude,
manifestei-lhe a minha admiração
por vê-la ali. E ela, num sorriso
de finura, obrigou-me a confessar
que não acreditava nos meus
olhos e que morria de ansiedade
por conhecer os motivos daquela
transformação. E exigiu, como
condição para que a minha cus
riosidade fôsse satisfeita, que al-
moçasse com ela. Maiores sacri-

fícios faria eu para ter a explica-

ção de tal mistério!

Almoçámos naquela salinha on-

“de uma vez entraste comigo, na
única e cerimoniosa visita que lhe
fiz, salinha que tanto nos escan-
dalizou e hoje tão transformada
como a dona.

Depois de almôço sentâmo-nos
no grande divan forrado de cre-
tone vistoso e ela começou a
meia voz:

—aBu era muito nova muito
inteligente e muito linda quando
“fiqueitó no Mundo. sem alguem
que me quiasss. Não há vaidade
em reconhecer as graças que nos
são concedidas sem. de qualquer
modo, contribuirmos para 2880…
Foi uma desgraça para mim não
ter quem soubesse dirigir e apros
vetar as minhas qualidades, ..

Entregue ao meu temperament»,
numa liberdade sem peias, não
tendo a congir me nem princípics
religiosos nem preconceitos de
qualquer espécie e para mais, dos
na de ums imaginação desordenaa
da, fu… o que V. sabe .. o que
era fatal que fôsse!

Nunca encontrei quem procuras
se modifiar me… Os homens lia
songeavam me os vicios jfingindo
achar nêles prova de superiorida-
de menta: que não suporta coac-

Hospital da Sertó

Subscrição aberta pela «Co-
missão dos Amigos do Hos-
pital da Sertã», em Lisbca,
para a compra de material
cirúrgico :

Transporte, 2.610800.

Ex.” * Srs Eng.º António E.
Abrantes, 10$00; António Rezen-
do Júnior e dr. José Coelho da
Fonseca 5800 cada; Augusto F
Cabral, Guilherme da Cruz Pom-
bo, Hen ique dá Encarnação Al-
meida, João Ribeiro da Silva,
Joaquim Vale Lobo Fernandes,

ções… As mulheres, se valiam
mais do que eu, evitavam o meu
convivio .. como V, fazia… é
seja dito sem sombra de censura |

Mas wu verdade é que êsse re-
traimento que eu, ostensivamente,
metia a ridiculo com os meus coma
panheiros de loucuras. doiaeme
tanto no intimo… Doiasme é àr=
ritava-me… E, num circulo vi-
cioso, quanto mais me despreza
vam, mais desprezrvel me tornas
va… e mais ms desprezavam,
quanto mais eu o merecia..,

Os meus actos eram como que
insultos e desafios áquelas que me
odiavam, .. é invejavam ao mesmo
tempo! Dai a minha ânsia de fa.
zer coisas estravagantes e auda-
ciosas.

Mas êsse procedimento era uma
verdadeira arma de dois gumes que
me feria tambem a mim, sem que
ninguem o suspeitasse., .

V. foi para Lisboa e veio para
o seu lugar uma senhora de meia
idade, que me disseram ser muito
piedosa, Como o fizeraa st, Fui
visitá-lo, e, num dos meus assômos
de revolta satánica, procurei mos-
trareme debaixo do meu pior as-
pecto. Fui indignadamente estra-
vagante !

Imagine a minha turpreza vendo
que ela mostrava sempre a mesma
afável delicadeza e quando, passa,
dos dias, na visita verdadeiramens
te despida de cerimónia que me
fez, me pediu que a visitasse mui»
to, pois desejava que fôssemos boas
amigas.

Durante algum tempo expera-
mentei por tôdas as formas a pa
ciência daquela santa com as mi-
nhas audácias e loucuras, A tudo
foi superior à sua caridade e do-
gura angélica.

Por fim venceu ela, Um dia,
a uma palavra de carinho, todo o
meu edificio de soberba ruiu, e eu
desfeita em lágrimas, entregueieme
a ela cégamente numa confiança
absoluta, pura que me guiasse…

O resultado é o que V. vê…

“Não precisarei de lhe contar, por-

que imaginará fáciimente, o que
esta mudança me tem acarretado
de sarcasmos, e até de ofensas…
Os que me adulavam os vicios, não
me perdoam a conversão…

Tudo acho pouco para expiar
tão graves faltas. E depois…
alem do amparo da Fé, que aque-
la santa me revelou, achei nela um
verdadeiro coração de mãe… Por
umor dela agui cntinuo; sendo,
ser meta verdadeiramente cone
solador mudar para terra onde não
fossem conhecidos os meus desvas
rios. Quando as circunstâncias o
permitirem sairemos as duas e con.
tamos dedicar a nossa vida a obra
de regeneração de raparigas infes
lizes. Eº uua dívida sagrada, da
minha parte…»

«Ainda falou muito, mas eu
nem à ouvia… estava atónita,
edificada… e cheia de remorsos!
Põe aquí os olhos, minha amiga
e tira dêste exemplo a lição que
eu sou tambem levada a tirar !»

Do livro — Os meus contos.

MARIA DA SOLEDADE

E’ amigo dedicado da
sua terra ?

Indique-nos, como assinantes,
todos os patrícios e amigos que
ainda o não são.

O valor e o bom nome-da sua
terra dependem, em grande par-
te, da propaganda que dela se
fizer nêste semanário.

na SESEES
cem

José da Costa Gomes, José Lo=-
pes da Silva, Manoel Alexandre
e Oliveres do Nascimento, 2850
cada; Fernando J. Marques da
Costa e José Maria das Neves,
5800 cada, Soma, 52850.

– À transportar, 2.662850,

Através da Comarca

CAVA, 12— Dois grandes
amigos desta aldeia e da sua:
gente, que lhes votam a maior
simpatia e a mais sincera estima, .
são o st. Pereira da Silva e sua,
Ex.”* Espõsa, sr.” D. María Emi-
lia Alves Pereira da Silva, resi-
dentes em Lisboa.

Muitas e muitas vezes têm pa.
tenteado a sua dedicação por es-
ta e assim procedem sempre que
as ocasiões se proporcionem,
Nesta quadra festiva da Páscoa
não se esqueceram da população
da Cava; bem fartas foram as
«amendoas» que lhe enviaram:
bom arroz e açúcar e delicioso
café e roupas para as crianças.
Todos, remediados e pobres, ti-
veram o seu folar. O sr. Pereira
da Silva e Ex.”* Espôsa para to-
dos tiveram uma lembrança, de
ninguém se esqueceram.

Bem hajam pelo seu magnâni-
mo coração,

C.

estos
Estrada Nacional 54-2.º

PESO, 13 — Com o maior in-
terêsse e viva satistação tivemos

conhecimento da notícia publi-
cada em portaria do «Diário do
Govêrno» de 2 do corrente acêr-
ca da aprovação e estudo da Es-
trada Nacional 54-2,º com passa-
gem pelo Pêso. Há cêrca de 50
anos que esta freguesia vem pu-
gnando com muito ardor por tão

importantíssimo melhoramento,

TED» dERa to APRE Errar

erre mma emmnemnrs

Alteração das posturas €
editais municipais

Em sua sessão de 19 de Março
findo, a Câmara Municipal da
Sertã deliberou introduzir alte.
rações, exigidas pelas actuais
circunstâncias, em alguns artigos
das suas Posturas e Editais Mu-
nicipais; a redacção definitiva
dêstes artigos foi votada em ses-
são extraordinária do Conselho
Municipal de 2 do corrente mês

de Abril e sessão ordinária da
Câmara efectuada no inesmo dia.

Foram alterados os artigos
39º, 970º, 08.9, 15º, 18.9, ST.” 6
120.º do Código de Posturas
Municipais e seus parágraios, e
o artigo 39.º e $ único do Edital
Top de 21 de Fevereiro de

Começamos hoje a publicar o
Edital que comporta as altera-
ções referidas, não o fazendo de
uma só vez, como desejávamos,
por falta de espaço.

POSTURAS MUNICIPAIS

Art. 35.º — Sób pena de 20800 de
multa, é proibido matar nas ruas públi-
cas da Sertã e de Sernache do Bonjar-
dim quaisquer animais e chamuscar e
lavar porcos.

S 1.º — Aquele a quem morrer als
gum animal é obrigado a enterrá-io no
prazo de 5 horas a contar do decesso,
sob pena de 10300 de multa; não o fa-
zendo, a Câmara pode mandar proceder
ao enterramento à custa do transgnes=
sor.

$82.º — O enterramento será feito
em propriedade do dono dio animal ou
em prédio de outrem com prévia auto-
rização do proprietário; fora dêstes ca-
sos, só pode ser feito em propriedade
para êsse fim destinada pela Câmara,
sob a multa de 10800.

Art, 57.º — Em dias de feira e mer-
cado é proibido, sob pena de 20800 de
multa por cada transgressão, vender e
comprar fora dos lugares públicos, des-
tinados para as feiras e mercados, le-
gumes, aves, ovos, irutas, peixe, caça,
quaisquer animais, queijo e outros gé-
neros alimentícios, que, no caso de con-
travenção, podem ser apreendidos para
caucionar a responsabilidade do con-
traventor.

S único — Passadas as 16 horas no
horário de verão e as 15 horas no res-
to do ano, é livre, nos dias de mercado
e feira, a venda dos objectos e géneros
a que êste artigo se retere.

Art. 58.º — Incorre na multa de 50800

o que, nas: vésperas, ou dias das feiras
e mercados do concelho antes das hos

(Noticiário dos nossos correspondentes)

o que, graças ao Estado Novo,
e ao muito ilustre e digno Pre-
sidente da Junta Autónoma das
Estradas, vai enfim, e já princi-
piou, após um sonho que ali
mentamos há meio século, torna:-
«se completa realidade.

Tão feliz acontecimento não
podia, pois, deixar de despertar
em nossos corações o mais vi-
brante e entusiástico contenta.
mento.

“-—De regresso da Província de
Angola, encontra-se entre nós, o
nosso presado conterrâneo Sr.
Manoel Alves Branco, a quem
tivemos o prazer de apresentar
cumprimentos de boas-vindas.
—A passar as férias da Pás-
coa, o nosso amigo e Rev.º Sr.
P.º Artur Mendes de Moura,
ilustre Director do Colégio Vaz
Serra de Sernache do Bomjardim,
eo Sr. José António Neves, dis-

tinto oficial da Marinha, acom- |

panhado de sua Ex,”* Espôsa e
filhos.

—Porque foi extinta a escola
masculina desta localidade, foi
transferido para Sarnadas de Ró-
dão, o nosso presadíssimo amigo
e distinto professor primário Sr.
Luiz Martins Correia.

[6

cegos

SOBREIRA FORMOSA, 13—

Com a assistência de 8 eclesiáse

ticos e um seminarista realiza-
rame-se nesta Vila as solenidades

antecedente, comprar para vender, ou
para transportargpara fora do concen
lho, quaisquer géneros ou artigos men-
cionados no artigo 57.º, que, no caso
de contravenção, podem ser apreendi-
dos para os fins do artigo 52.º 8 2.º
n.º 3 do Código Administrativo.

Art. 75.º — Nas fontes, marcos fon-
tenários, tanques e poços públicos, a
ordem de aprovisionamento de água é
regulada pela prioridade da chegada,
incorrendo na multa“de 2800 quem al»
terar a ordem estabelecida.

8 único — Aquele que, de 1 de Junho
a 31 de Outubro, se servir da água das
fontes, marcos fontenários, e tanques
públicos, para fins diferentes do uso

doméstico ou de animais, incorre na |

multa de 10300 por cada transgressão.

Art. 78.º — Incorre na multa de 10800
o que fizer lavagens em fontes, marcos
fontenários, ou tanques públicos oa der
de beber a animais fora dos bebedou-
ros especialmente destinados para êsse
fim.
S 1.º — Áquele que em fontes, mar-
cos fonterários, tanques e poços pú-
blicos, encher vasilhas imundas, será
imposta a multa de 5800.

8 2.º — Incorre na multa de 20800 o
que lavar carros-automóveis ou quais-
quer outros veículos, na via pública,
ou junto aos marcos fontenários, tan-
ques ou fontes públicas.

«O po

Um testemunho sbre a guerra

«O povo inglês não se dobra. A guer=
ra é dura mas a guerra dura e durará
até à vitória que o povo inglês alcan-
çará, porque a merece e porque, longe
de todos os colapsos, dispõe de recur-
sos inesgotáveis de homens e armas e
víveres, Dispõe do desprêzo da vida,
de alto e puro idealismo e de um mo-
ral de aço inquebrantável.

Cada dia que passa é uma vitória
que se ganha, mas além destas vitórias
à. sombra do tempo, o Império Inglês
já convenceu tôda a gente de que quer
e pode e sabe alcançar vitórias em to-

dos os campos de batalha. Esta longa «

resistência de um povo que não queria
a guerra, e que não estava para ela
preparado, é já de si uma série de
triunfos, Mas o ritmo da preparação
acelera-se mais e mais.

O Império ataca: e quando atacou,
— triunfou, numa série admirável de
vitórias. O Império desencadeará opor-
tunamente novos ataques, porque as
suas fôrças crescem, o seu moral man-
tem-se, confia em Deus e Deus não

au William Carter
Sra
Quere fazer melhor venda dos
artigos do seu comércio
e produtos da sua indústria ?

Gastando uma insignificância,
pode anunciáclos na «Comarca

ras mencionadas no, 5 único do artigo É di Sertão.

da Semana Santa e Ressurreição
sendo pregador o Reverendo
Jaime Ribeiro Martins, ex-mis-
sicnário e Coadjutor desta Íres
guesia, que também prêgou em
todos os Domingos da Quaresma.

cêrca de 300 pessoas, tendo as
cerimónias e procissões da tarde
sido prejudicadas pelas trovoa-
das e chuva torrencial que caiu
até alta noite.

Na Sexta feira de paixão foi
grande a concorrência de fieis
decorrendo as solenidades e pro-
cissões com muita ordem € rese
peito.

—A passar as férias com suas

famílias encontram se entre nós
quási todos os estudantes que
frequentam os vários estabeleci=
mentos de ensino.

| — Também aquise encontram a
| passar a Páscoa com suas famí-
lias o nosso amigo Sr. António
Alves Lopes Manso, acompanha-
do de sua Ex.”* esposa e filhos
eo Sr. Dr. António Alves da
Cruz, médico veterinário no
Porto.

— De visita também tivemos o
prazer de cumprimentar nesta
Vila na Sexta feira Santa os nos-
sos patrícios e amigos Ex,”º*
Srs. Dr. Manuel Martins Moreira,
advogado em Lisboa e Alberto
Lopes Martins conceituado ar=
mazenista de azeite em Lisboa.

qem eeenar

Chã das cinco

A mania da pedincha

Por aqui, entre nós, existe o vício —
maldito vício — da pedincha. A mania
de pedir criou raízes entre a maior par=
te na nossa gente, assentou arraiais,
tornou-se pegadiça e insuportável.

Passou a ser um flagelo para os que
nada pedem |

Não me refiro aos indigentes, aos po=
bres, àquêles que têm de pedir para
não morrer à míngua, aos que se vêem
na contingência de esmolar um pedaço
de pão duro para enganar a fome…

Não, não é dêsses desgraçados, que
a doença ou a velhice arrastou para a
miséria, vítimas dum mundo sórdido e
egoísta, de quem quero falar,

Só desejo focar o vício latente de
pedir naquêles que não o deviam fazer
e o fazem por falta de pundonor, por
que não ;possuem o sentimento do de-
côro, porque são uns forretas, ou pors=
que desconhecem, talvez, que o pedir
é humilhante na maior parte dos casos,
salvo raras, raríssimas excepções,

Pessoas de mediania aventuram-se a
pedir, descem no conceito em que eram
havidas, sujeitando-se à troça, à belis=
cadura rija, talvez um pouco desapie-
dada, mas, nem por isso, menos justa
e conveniente.

O almôço está por fazer, por desma-
zêlo, ou porque se desperdiçou o tem=
po, em que se devia confeccionar, com
coisas inúteis ? O mais prático e rápido
é fazer uns ovos estrelados ! Faltam os
ovos? Pedem-se ao vizinho! O vizi-
nho, segundo voz corrente, tem a des-
pensa recheada!

Precisa-se de uma assadeira para a
galinha que se deverá tostar com ar
roz ? Pede-se emprestada ! Que impor»
tância tem isso 2!!!

E num desabafo: — Nós temos de
ser uns para os outros !

Precisa de se mandar dizer uma miss
sa, prégar um sermão, arranjar uma
fatiota e uns sapatos para o menino ou
menina que vai fazer a comunhão, ves
tir um anjinho para tomar parte na
procissão ?

Pede-se -tudo emprestado! Lá, pof
isso, não deixe de se satisfazer tais
vontades! São coisas que se pedem
uma vez na vida!!!

E preciso fazer um baile de comes é
bebes, mas faltam as chávenas, as co=
lheres, etc. Pronto ! Vão-se pedir -ao sr,
Fulano e ao sr. Beltrano, que êles têm
tudo o que fôr preciso. Lá, por causa
disso, não haja empeno !

E é tudo assim! Por sovinice, por
parasitismo, tudo se pede.

Só o que se não pede é um conselho
ao velho ou a quem tenha autoridade
para o dar, Porque êstes, sisudos e co=
nhecedores do mundo, diriam, sem de-
tença, que o pedir é bem ruim bábito.

ZÉ FERRÃO

Na quinta feira comungaram.

 

@@@ 1 @@@

A Comarca da Sertã

SERNACHE DO BOMJARDIM

aldeia de Sernache do Bomjardim, sede |
da freguesia do mesmo nome, é uma po-

*” voação muito antiga situada no extremo
sul da província da Beira Baixa. Pertence à dio-
cese de Portalegre, distrito de Castelo Branco e
concelho da Sertã de cuja vila dista nove quiló-
metros.

– Sernache é uma aldeia formosíssima devi-
do à sua bela posição e elegância das suas cons-
truções modernas, quási tôdas rodeadas de per-
fumosos jardins e luxuriantes pomares. Quer

Na minha Pátria ama aldeia,
Por noites de lua cheia

E’ tam bela e tam feliz:

Rmo as casinhas da serra
Com a luz da minha terra
Nas terras do meu País!

joão de Lemos

a faina das eiras, os descantes das vindimas e
das noites de desfolhada |

Os montes que delimitam o seu largo hori-
sonte são cobertos em parte por pinhais e soutos,
enquanto pelas suas, íngremes encostas vegetam
as oliveiras sustentadas por sucalcos.

Por entre a verdura das campinas e o es-
curo dos pinhais, alvejam as estradas: como lar.
gas fitas brancas contornando as serras e des-
cendo aos campos, que atravessam unindo as
povoações. Estas como bandos de pombas bran-

SERNACHE DO BOMIARDIM— VISTA PARCIAL

seja ao romper das manhãs luminosas quando no
nosso lindo céu, suave e carinhoso, o belo sol
desponta semeando a vida pelos seus amenos

campos, quer seja ao cerrar da noite quando os
longes se diluem na cinza dos crepúsculos e a
Providência lhe dá por tecto um prodigioso pa-
vilhão de estrêlas é sempre a estância ditosa on-
de a vida corre serena, onde uma bendita paz

inunda os corações simples e bons, francos e:

vilentes, sinceros e generosos como são, geral
mente, os dos homens do campo. Parece que
uma eterna poesia a envolve no seu caricioso
manto como a um ninho de amor. Em seu seio
o homem sente-se feliz e de bom grado ali fica-
ria por entre o hálito perfumado dos seus bos-
ques em flor, a ouvir continuamente o suspirar
das brisas, o zumbir dos insectos, o cântico das

cas destacam-se do fundo esmeralda daquelas en-

: cantadoras paisagens.

O clima de Sernache é magnífico devido à
sua considerável altitude e dos maciços de euca-
liptos e pinhais que lhe purificam o ar. Situada
no alto dum montículo, donde rebentam numero-
sas: nascentes de puríssimas águas, algumas fér-
reas, é bem embalada pelas brisas que vêm do
vasto horizonte que ela domina (1).

º* cccvo socorro cocos arco ngi oro o gone Ia

(1) De Sernache vêem-se cinco vilas que
são Figueiró dos Vinhos. Pedrógão Grande,
Cardigos, Arega e Ferreira do Zêzere, parte
dos termos de doze concelhos e grande nú-
mero de igrejas paroguiais,

aves, o alegre e rumoroso buiício das colheitas,

(Semacho do Bomjardim — Cândido da Silva Teixer)/

Solenidades da Semana Santa é
“de Domingo de Páscoa

Tal e qual como nos anos an-
teriores, as solenidades da Se-
mana Santa e de domingo de
Páscoa, êste ano, tiveram na
Sertã, grande brilho e foram a
demonstração plena da Fé e acen-
tuado grau religioso da nossa
gente.

Agradecendo a Deus graças
recebidas, cumprindo promessas
ou implorando a Paz para O
mundo, devorado por condenás-
veis ambições e prêsa: de uma
loucura monstruosa, os fiéis, con-
tando-se por milhares, assistiram,
com devoção e respeito, aos
actos litúrgicos e tomaram parte
nas procissões.

À procissão de 5.º feira San-
ta, prejudicada pelo tempo, limi-
toli-se a dar a volta à Pra:
ça da República; a de 6.º feira
foi lindíssima, como de costu-
mê; outro tanto se pode dizer da
dé domingo de Páscoa, esta de
festa para a Igreja e para as al-
mas sedentas da justiça e -mise-
ricórdia Divinas.

Há que pôr em destaque a.
compostura que sempre reinou.

em todos os actos religiosos.

Também na 6.º feira se reali
zaram as solenidades da Sema-
na Santa na aldeia da Várzea
dos Cavaleiros, que decorreram
com ‘ o máximo brilhantismo,

muito contribuindo, para isso, a d

Filarmónica União Sertaginense,

| oa aa eat! as aa E a

%, ra
* AGENDA +,
oa $ % EA a & % L es $ “a EA

Estiveram na Sertã, a pas-
sar as festas de Páscoa, O sf.
General Couceiro de Albaguer-
que e espôsa, e Mademoiselle

querque, quintanista da Fa-
cuidade de Letras, de Lisboa,
srº D. Maria José Gorjão

seus filhos, meninos Maria
José, António, José e Manoel,
de Sarzedas.

— De Pedrógão Pequeno re-
tiraram: para Pontinha, Car»
nide, o sr. Capitão Raúl Vi-
digal e espósa e, para Lisboa,
o sr. António Fernandes.
| —Da Sertã retirou para
Belas o sr, Armando Martins
Carvalho.

— Encontra-se na Várzea
| dos Cavaleiros o sr. António
Farinha Ribeiro, de Lisboa.

Aniversários natalícios:

 

19, Manoel da Mata Pesta-
ina, Bailão, (Cubeçudo); 22,
Mademoiselle Zrene Carneiro
de Moura,

 

Parabens
«pag

BENEFICÊNCIA

O sr. General Couceiro de Al-
“buquerque teve a bondade de
‘nos entregar 20300 para a Sopa
-dos Pobres e igual importância
“para os pobres nossos protegi:

os.
| Muito qbrigados,

Maria José de Oliveira Albu-

Couceiro de Albuguerque e

 

Notícias Militares

Damos a seguir a nota dos indivi-
duos encorporados no Centro de Mo-

-bilização de Infantaria 15 por exce-

derem os contingentes distribuídos
pelos diferentes serviços do Exército
no corrente ano. .

Estão sujeitos ao pagamento de 6

“anuidades da taxa militar e do sélo

da Liga dos Combatentes da Grande
(Guerra, de 15300. Éste sêlo têm de.o
entregar no prazo de 60 dias a contar
do último dia da 2.º encorporação,
que tem logar em Outabro próximo e
a taxa militar é paga nos meses de
Janeiro ou Fevereiro de cada ano.

Freguesia do Cabeçudo : N.º 5/ 1940
— António da Silva, filho de Manoel
da Silva e de Maria de Jesus.

– Freguesia do Castelo: N.º 5/ 1940—
Angelo Nunes, filho de António Nanes
e de Maria do Carmo.

Freguesia da Cumiada: N.º 9/ 1940
— Manoel Pedro, filho de José Pedro
e de Carolina da Costa.

Freguesia do Marmeleiro: N.º 8/1040
— Eugénio Farinha, filho de José Fax
rinha e de Nazaré de Jesus; No 9/
1940 — José Dias, filho de Joaquim
Dias, falecido e de Maria de Jesus.

Freguesia de Sernache do Bomjara
dim: N.º 10/1940 — António de Brito
Bives, filho de Artur Brito Serra e de
Adelaide de Jesus; Nº 16/1940 — An-
tónio Martins Marques, filho de Ma-
noel Martins e de Guilhermina Marx
ques. : na

Freguesia do Troviscal: N.º 14/1940
— José Dias, filho de Manoel Dias Jú»
nior e de Margarida de Jesas.

redhat
OS. AMIGOS DA «COMARCA»

O nosso amigo sr. Alberto
Farinha, de Fall River, Mass.
(U. S. A.) teve a amabilidade de
indicar para assinante o sr. Má-
rio Baptista, de Providênce, R. 1.
(U.S. A).

Agradecemos, muito reconhe-
gidos, á

ILUSÃO

 

DA SAUDADE

Por José Augusto de Castro

Pela noite calada, ao luar que desce,

pálido, merencório, macerado,

ao meu olhar de lagrimas banhado

tua divina imagem aparece!

Cobre-te um nimbo ideal que resplandece
e noite adiante ficas a meu lade, —

meu coração dorido. ajoelhado,

num ansioso extase de prece!

Mas passa a noite, o sonho passa e, agora,
acordado, procaro aquela aurora .
que em tantos anos vi nos olhos teus…

Mas não a vejo, Santa, não a vejo, —
porque tu vives só no meu desejo
como na alma dum crente a luz de Deus!

Do «Maçambique», de Lourenço Marques

price quis

D. Maria da Gonceição

No logar do Maxialinho, des-
ta freguesia, faleceu, na última
sexta-feira, a sr.’ D. Maria da
Conceição, viúva do sr. João
António Martins, de 92 anos de
idade, mãi do sr. Luiz António
Martins, avó das sr.” Maria de
Lourdes Sardeira, da Paparia,
Carmo da Conceição, do Maxia-
linho e do sr. Luiz Martins, de
Sernache do Bomjardim e cu-
nhada do nosso amigo Rev.º
Cónego António Martins da Sil-

iva, de Lisboa.

A extinta era muito estimada
pelas suas virtudes, tendo o seu
funeral sido imensamente con-
corrido.

A” família dorida apresenta-
mos sentidos pêsames.

rd :
“INZÁRIDOS DO GOMÉRGIO”

Desta magnífica «instituição de soli-
dariedade entre os que labutam no Co-

De uma superficial leitura, porque o
tempo não nos deu para mais, conclui-
mos que «Inválidos do Comércio», com
os seus dez anos de existência, reali-
zou já uma obra importante e notável
ela poderá a vir a ser no futuro, se lhe
derem a devida colaboração aquêles a
quem cumpre fazê-lo pela natureza do
seu mester.

A marcar tôda uma acção útile alta-
mente filantrópica por parte de «Inváx
lidos do Comércio» há a Casa de Re-
pouso, onde, em 31 de Dezembro de
de 1940, existiam 106 internados de
profissionais do comércio, homens ido-
sos e doentes, impossibilitados para o
trabalho, a quem é prestada uma vam
liosa e completa assistência.

«Inválidos do Comércio», como tô-
das as organizações do género, podia
disfrutar uma situação invejável se en-
tre as classes trabalhadoras, em Por-
tugal, houvesse. espírito previdente e
uma solidariedade bem orientada. Cre-
mos em absoluto, que, se tal sucedes-
se, não assistiriamos ao espectáculo
confrangedor, que todos os dias se
observa, de um antigo empregado de
comércio ou indústria e de outras pro-
fissões livres andar a estender a mão
à caridade para não morrer de fome.
Enquanto houve saúde ganhou-se di=
nheiro, que, por pouco que fôsse, che-
gou para estroinices e superiluídades;
então desdenhou-se da previdência e
considerou=se asneira dispender uns
magros cobres, com ela, todos Os me-
ses, mas, depois, ao chegar a velhice e
a doença, é que se vê o mal feito e a
impossibilidade de o remediar |

Eta
DOENTES

Tem passado incomodada de
saúde, guardando o leito há já

alguns dias, a sr.* D. Maria José

Corrêa e Silva.

— Encontra-se, felizmente, um
pouco melhor, a sr? D. Maria
Dias, mãi do nosso amigo sr.
Capitão José Joaquim Lourenço.

Desejamos o rápido restabele-
cimento das enfêrmas.

.Este número foi visado pela
Comissão de Censura
ds Castelo Branco

MNVotlasa lápis
(Continuação)

HBSTA é autêntica:
– Em Fórneas, pequeno lo-
garejo do nosso distrito, exis-
tia um homem que havia com»
binado com um seu compadre,
residente em povoação afasta-
da, encontrarem-se al: para,
em determinado domingo, se
deslocarem a terra bem dis-
tante, onde havia a tratar as-
sunto importante, de conve-
niência para ambos.
No dia aprazado, o ontro
apúrecen nas Fórneas, mas, o
que ali vivia, porque o tempo
estava chuvoso e pairava for
te trovoada, lembrou ser pre
ferível adíar a viagem…

— Não, compadre, isso não,
vamos hoje, pois já que em
lavei a cara!…

 

4 : a x A ç ; É 5 po

Interêsses Regionais
mércio Português», recebemos o rela-| | e
tório e contas da Direcção e parecer
do Conselho Fiscal respeitantes à ge-
E rência de 1940, :

 

blicas e Comunicaçõs concedeu,
pelo Fundo dos Melhoramentos
Rurais, as seguintes comparti-
cipações : o

Aº Câmara Municipal de Proens
ça-a-Nova, para construção da
estrada municipal n.º 12 de S.
Pedro do Esteval à estrada na.
cional n.º 12-1.2.2,º lanço de Mos
mento a S. Pedro dc Esteval—
2.º trôço entre p. p. 118 e 166
(terraplanagens e obras de arte),
28.288%00; e à comissão de me-
lhoramentos de Ermida, Vale do
Pereiro e Cruz do Seixo, conce-
lho da Sertã, para construção da
estrada municipal da estrada na-
cional n.º 12-1.º, e à freguesia
de Ermida (Vale do Pereiro à
Cruz do Seixo) terraplanagens e

obras de arte entre p. p. 106 e

138-2.º trôço, 45 926800; Isna
de Oleiros, concelho de Oleiros,
para abastecimento de água e
construção de calçadas à portu-
guesa nas ruas de Isna e Oleiros,
29.709300; e Sernache do Bom-
jardim, concelho da Sertã, para
construção do primeiro lanço da
estrada de Sernache do Bomjar-
dim e Vila de Rei, entre a Quin-
tãea ponte sôbre a Ribeira da
Sertã-2.º trôço entre perfis 81 e
132 – terraplanagens, obras de ar-
te e acessórias, 44 718800.

gere
BAPTIZADO

Na igreja matriz da Sertã bap-
tizou-se, no passado domingo,
um filhinho do sr. dr. Flávio dos
Reis e Moura, distinto notário é
advogado desta comarca, e de
sua espôsa, sr.* D. Judite Vidi- .
gal Marinha dos Reis e Moura,
de nome Flávio, sendo padri-
nhos seus tios maternos sr.* D.
Inácia Ferreira Vidigal, da Pon-
tinha (Carnide) esr. Inácio Hen-
riques Vidigal, de Pedrógão Pequeno