A Comarca da Sertã nº226 09-01-1941
@@@ 1 @@@
—> FUNDADORES —
— Dr. José Carlos Ehrhardt —
— Dr. Angelo Henriques Vidigal —
—— António Barata e Silva ——
Dr. José Barata Corrêa e Silva
Eduardo Barata da Silva Corrêa
O | | prRECTOR, EDITOR E PROPRIETARIO = A
a Cuando Barata da Fila Conmeia | ; TIP PORTELLA FENÃO
e : CD | ca
Ol | — REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO —— : CASTELO
Él|RUA SERPA PINTO-SERTA a erta::
= E ; TELE FONE|
«a PUBLICA-SE ÁS QUINTAS FEIRAS a 112
ANO WV | Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca da Sertã: concelhos de Sertã 2a RE No
Nº 226 | Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei; e freguesias de Amêndoa-e Gardigos (do conselho de Mação) 1944
Notas es
a VIMOS de encerrar o Ano
Aureo dos nossos Cen-
tenários, com cujas solenida-
des não pretendemos abstrair
das circunstâncias do tempo
nem maguar com desproposi
tadas diversões a sensibilida-
de alheia, mas apenas recon-
fortar-nos com as memórias
dos antepassados e dos sens
feitos, que seriam para nós,
acima de tudo, lição viva e
vivo incitamento Quanto maio-
res forem as dificnldades en-
trevistas pelo desenrolar dos
acontecimentos, mais se nos
impunha não desperdiçar a
coesão da nossa solidarieda-
de, a confiunça no nosso ideal
e no: nosso esfórço, a identi-
dade e pureza dos nossos sen-
timentos, a fé em quanto Por-
tugal faz e pode ainda fazer
entre as nações, e que natu-
ralmente brotariam do pro
fundo exame de consciência
colectiva a que nos obrigava
a comemoração de tôda a his-
tória portuguesa». .
Ca ancasas tontencsasa nana
(Da alocução dirigida, pelo
* venerando Chefe do Esta-
do, a todos os portugue-
ses do Império por moti-
vo da entada do Novo
Novo).
0
OS muros da cêrca do hospi
tal precisam de uma boa
caiação e até de algumas re
parações, que convinha serem
feitas quanto antes para evi-
tar ruínas e despesas muito
maiores.
erro
O frio enregela-nos, entorpe-
ce-nos os membros e não
hu fôrça de vontade, nem ener-
gia que o domine quando êle
atinge a violência registada
nas últimas semanas cá pelos
nossus sítios,
Bebem-se nns drogs bem
quentes, gnási a escaldar, en-
rola-se a gente num bom ca-
pote ou em grosso sobretudo,
recorre se às flanelas e Às Iàs,
e nem mesmo assim se deixa
de tiritar! Ufft
Isto sucede a quem tem rou-
pas à farta para se agasalhar,
um caldo quente como alimen-
to e reconfórto !
E a muitos de nós não lem
bra a silnação angustiosa dos
pobrezinhos, que falecem à
mingua de tudo, jazendo, co-
mo répteis, em tugúrios mise-
ráveis, sem acha para a fo-
gueira, meia dúzia de farra
pos e nmas palhas podres a
servir de catre, uma côdea de
boroa para enganar a fome!
Miséria que vai por esse mun-
do de Cristo!
E temos arripios só de nos
lembrar que as riquezas imen-
Sas que a guerra consome se-
riam mais que suficientes para
dar um pouco de felicidade
âqueles que vivem de paredes-
meias com a desgraça !
DIVAGAÇÕES…
€€ OR mares nunca dantes nave-
gados”
Nestas longas e frigidis-
simas noites de Dezembro —
em que o conchôgo dos cobertores tanto
agrada à velhice—fico, às vezes a cogitar
nos valurosos feitos dos nossos heróicos ha-
vegantes… Mas, de entre tantos cometi-
mentos, o que mais estimula a minha sen
gibilidade é, sem dúvida, o descobrimento
do caminho marítimo para a India, levado
a efeito pelo nauta sublime—de reputação
universal — Vasco da Gama.
No fim de Junho de 1497, todos os
navios da frota estavam prontos e fundea-
dos no Tejo, em frente da ermida da Se-
nhora do Restêlo, onde os capitães vela-
ram a noite de 7 de Julho. No dia seguin-
te, acompanhados pelo rei e por todo o
povo da cidade, seguiram em cortejo para
a praia, entoando, cora tochas na mão,
cânticos sagrados. ;
Assim partiu Vasco da Gama. À frota
que ôle comandava, compunha se de qua-
tro navios: São Gabriel, São Miguel, São
Rafael e 0,«N, 4».
O povo obscuro, acumulado na praia,
seguia com a vista 08 navios aventurosos,
que, com as velas sultas à branda aragem
e iluminados pelos esplendores rubros do
sol-poente, iam pouco a pouco desapare-
sendo no horizonte,
E foi nu meio dôste imponente e ao
mesmo tempo dissonante quadro, que a
nossa imaginação fantasia que nos apare=
ce, liberto das ficções vangloriosas, ôsse
simbólico ancião do Restêôlo, que o egrógio
cantor de os Lusíndas singelamente, des-
creve nos seguintes versos:
«Mas um velho de aspeito venerando,
Que ficava na praia entre a gente»,
Êste histórico «figurino» é bem a ima-
gem de um passado, amedrontado pelos
primeiros alvores de um progresso nascen-
te, quando, despeitosamente brada:
«O! muldito o primeiro, que no mundo
Nas ondas vela pôs em sêco lenho !»
Lá vão sulcando imensos mares «nun-
ca dantes navegados ..» Com sets dias
de visgem, a lô de Julho, chegaram às
Canárias, onde um denso nevoeiro disper-
sou a pequena frota, que, entre 23 a 27,
se reiliiu outra vez em Cabo Verde, para
dal partir em 23 de Agosto. Três meses
gastaram para chegar até Santa Hólena,
onde refrescaram. Partiram no dia 10 de
Novembro e a 19 estavam à vista do cabo
Turmentoso ou da Boa Esperança — dois
nomes que igualmente se justificam ..
E’ aqui que a fantasia poética coloca,
além do simbólico gigante Adamastor, de
pé sôbre o rochedo, a mitológica figura de
o desvairado Neptuno-—senhor dos mares
—de tridente em punho, aspecto rascant3
terrivel o ameaçador, e em voz dominante,
arranca do cavernoso peito, 08 seguintes
versos :
«Q! gente ousada que nunca vi
Nêstes mares que eu guardo e tenho
Que «lunga» traição vos manda aqui?…»
Três dias ali andaram batidos pelo
temporal— começavam a nlijar a carga ao
mar. . Por fim, o tempo abonançou.
Dobrado o cabo a 22 do dito mês, no
dia 25 fundeavam na Baia de São Braz,
onde as grandes calmarias os forçaram a
demorar-se até 7 de Dezembro. Navegando
uma semana ao longo da costa austral de
Africa, chegaram a 15 a s ilhéus Chãos—
derradeiro termo de a viagem de Bartolo-
meu Dias. Começavam agora a soguir as
instruções do-piloto Covilhã — ao tempo,
dizia-se, ausente pelas terras do Prestes
João. Queriam seguir ao longo da costa;
mas as correntes, a que havia grande
mêdo, lançavam-nos para o pélago do sul
—vasto e perdido. Os marinheiros revol
taram-se inútilmente, Vasco da Gama,
com um destino, inexorável e prudente na
sua audácia, venceu as revoltas e as cor-
rentes!
Sairam, por fim, do mar Tenebroso,
e só então, se podia considerar vencido o
temível cabo, À 10 de «faneiro, tomaram
terra em Inhambane e comunicavam com
os cafres, a 22 subiam até Quelimane, on
de vêm visitá-lus a bordo uns «farfalhões»,
pitorescamente vestidos e toucados de ri-
cas sôdas de variadas côres… A mari-
nhagem, quando deparou com aquela gen-
te, envolta numa tal «encadernação», (não
digo «travesti», porque os estrangoirismos
estão proibidos… e bem haja quem os
proibiu) supôs ter alcançado a almejada
India… Puro engano. Essa gente, para
quem olhavam com amor, como irmãos,
seriam 08 seus maiores inimigos…
Ficaram um mês em Quelimane, para
consertar 08 navios o restaurar a saúle; e,
proseguindo a sua rota, chegaram a 2 de
Marçc a Moçambique, onde, sendo a prin
cípio bem recebidos pelo sultão, tiveram
por último de castigar a hostilidade, que
ôste lhes manifestou, logo que descobriu
nêles perigosos concorrentes, A esquadri-
lha saiu do Moçambique, e tomou rumc ao
longo: da costa para Mombaça, onde um
feliz acaso a salvon da traição que lhe es-
tava preparada,
Eis Vasco da Gama em Melinde, on-
de o sultão o acolheu bem, e após curta
demora, fez-se novamente ao mar. Final-
mente — um enorme júbilo envaidece to-
dos os corações — a 19 de Maio de 1498,
chegou à maravilhosa India! Quando de-
sembarcou, a 28 do dito mês, um moiro,
que falava português, veio à praia e deu-
lhe as boas-vindas exclamando :
(Continua na 4.º página)
««. a lápis
ORGANSIM. Assim se domi-
na o primeiro fio de sêda
que se deita no tear ao com=
prido para formar q urdida-
ra, e é feito da junção de mui-
tos fios ou babas do casulo
torcidos em rodas próprias,
chamadas de organsinar.
Curiosidades |
AS ruas adjacentes à Praça
da República têm sido
variaaíssimas vezes aproveita-
das, à falta de quintal, para
rachar lenha !
Também o que vale é as
runas terem tanta utilidade:
servem para depósito de ma:
tos e estrumes,-de matadouro
de suínos, de garage, onde se
arramam e lavam automóveis e
camionetas, e de curral, onde
se despejam águas: sujas e
porcarias de tôda a espécie.
Para completar o quadro
parece que já não falta nada!
ro
AS geadas impiedosas não
ponupam, êste ano, os re-
duzidos pastos de que o gado
se podia ir alimentando. Des=
ta forma há agora muito pou-
co leite, Indispensável à ali-
mentação de velhos e crianças,
o leite atingiu um preço fora
do comum, que se reflete, ine-
xoravelmente, no custo do
queijo.
D+
ENQUANTO não fôsse feita
– a adjudicação do forne-
cimento de carnes verdes ao
concelho, o que aínda pode
demorar, a Câmara Municipal
tem à sãa mão um recursos
fazer directamente a venda.
Eº que o público não deve ser
privado de comprar um pros
duto alimentar de que carece
em absoluto e a sua falta mais
difícil vem tornar o abasteci-
mento dos géneros de primeix
ra necessidade, pois que, se
um quilograma de capado cus
ta 4800 e de vaca, 8800, a pes-
cada osvila entre 7800 e 8800,
o bacalhau chegou já aos 88
e a sardinha, alimento princis
pal das classes pobres, tem-se
vendido a 4800 o quarteirão !
a carne faz, incomparávelmen-
te, mais arranjo numa casa
do que o peixe.
erro
PORQUE muitas casas ain
da não estão ligadas à
rêde de esgôtos, nunca mais
se deixará de deitar águas sa
fas e porcarias para a via pús
blica,
Uma pândega pegada! E
não haverá mão de ferro que
meta tudo isto na ordem ?
Este número foi visado pela
Comissão de Censura
@@@ 1 @@@
“jardim.
AO PU
, A Comarca da Sertã
BLICO
Li
A Companhia de Viação de Sernachse, L.ºa,
concessionária da carreira Oleiros-Tomar comu-
nica que em 1 de Janeiro de 1941 entraram em
vigor os seguintes horários :
OLEIROS-TOMAR
Oleiros. .
Alto Cavalo.
Jor tia o
Sernache
Besteiras
P, Zezere
Tomar . .
Tomar (Estação), 10.50
TOMAR-OLEIROS
De 1 de Novembro a 31 de Maio
. 6-10] Tomar (Estação) .
«| 6=45] 6:45] Tomar.
«| 735] 8:05] F, Zezere. . .|15-25]15 40
«| 8-25] 8-45j Besteiras . a
«| 9 25] 9.30] Sernache .
«| 9-45/10.00) Sertã, . .
«[10 40/1045] Alto Cavalo . .|18-50/18.55
14.35
«| 14-40/ 14-45
«| 15-55) 16-00
«116-40/ 16-55
«|17.1bpI7.45
Oleiros [19-20
Cheg. Part, | Cheg. | Part.
Tomamos 8.25] O’eros . |.
F. Zezere . 9 05| 9-20] Alto Cavalo o
Besteiras . . | 935) 9.40) dertã. – «|16-30
Bernache . «110-20/ 10:35] Sernache . . «| 17-05]
Sertã . . « .|10-55/11.10) Besteiras . . 1180018 05
Alto Cavalo. . .|12 15/12-15] F. Zezere . «(1820/18 35
Oleiros, +.” . 1240) Tomar (19 15)
De 1 de Junho a 31 de Outubro
Cheg. Part, | Cheg. | Part.
Tomar supresa » 740, Obeiro . 15.45
F. Zazere k «| 8 20] 8 35: Alto Cavalo .116 20/16 25
Besteiras . -| 850] 805 Sertã, IT 15|17-45
Sernache . . | 9-35) 950 Srnache . 18 05/18 20
Sertã A E «[10-10/ 10.20 Besteiras . 19.00/19.05
álto Cavalo. . |1130/11.35, F Zezere, 19 20/19:35
Oleiros. . « «|12-:00] Tomar . . 2015
EFECTUAM-SE DIARIAMENTE
Tribunal Judicial
Movimento de Dezembro
Distribuição: – Inventários or-
fanológicos por óbitos de: 3) An- |.
tónio Luiz, Rouco de Baixo,
Cambas, vindo do ]. M, de Olei-
ros; 9) José da Silva Pracana,
Aveleira, Vila de Rei; José Al-
ves, Cimadas Cimeiras, Proença-
-a-Nova; Joaquim Cardoso, Vale
“das Balsas, Proença-a-Nova; 12;
Maria da Conceição, Ribeira da
Várzea, Pedrógão Pequeno; Flo-
rinda de Jesus, Mosteiro da Se-
nhora das Preces, Castelu; An-
tónio Manoel, Sípote, Ermida;
Maria de Jesus, l’apada, cabe-
qudo; Gertrudes Maria, Cardal
Grande, Palhais; José Francisco
Amioso, Sertã; Manoel António
Póvoa do Frade, Troviscai ; 16)
Manoel de Figueiredo, Maxial
da Carreira, Sertã; 19) Acção
sumaríssima em que é autor José
Morgado, Serra de S. Domingos,
Sertã, e réus Maria da Concei-
ção, viúva e Amaro dos Santos
e mulher Maria da Conceição
Ferreira, Ribeira da Ferreira, Ser-
tã; Idem em que é autor José
Leitão, Alcoutim, Cumiada e
réus António Francisco e mulher
Maria Martins Cardoso e outro,
Proença-a-Nova; Carta precató-
ria para penhora vinda da 6,º
“Vara da Comarca do Pôrto, ex-
traída da execução por custas
ue o M.º P.º move contra Júlio
elgado, Sernache do Bom-
à erro
FE BR RTA
Na alameda Salazar efectua-se,
no próximo dia 15, a feira anual
de gados, fazendas, quinquilha-
rias, etc. habitualmente muito
concorrida, A ç
e
OS AMIGOS DA «COMARCA»
O sr. José Pereira, de Lisboa,
teve a gentileza de nos indicar,
para; assinante, O sr. Carlos de
Oliveira, da mesma cidade, o
que muito agradecemos,
lravés da bomarta
(Noticiário dos: nossos: Correspondentes)
NESPERAL, 2 — Pelas 16 horas do
dia 28 de Dezembro findo, celebrou-se
na Igreja Paroquial desta freguesia o
enlace matrimonial do sr. José da Sil-
va, de Palhais, com a sr.” Rosa da
Conceição Félix, do Vale Junqueiro,
desta freguesia, com grande acompa-
nhamento, presidindo ao acto o Páro-
co da freguesia, Reverendo António
Bernardo que, na ocasião, fez uma alo-
cução bastante sentimental e alusiva
aos deveres conjugais.
— Também chegou ao nosso conhe-
cimento que em 20 do mesmo mês foi
| julgado no Supremo Tribunal de Justi-
ça a mesquinha questão sôbre uma pre-
tendida servidão, entre os srs, Antônio
Agripino da Silva e seu genro sr. José
, Fernandes, de Sernache do Bomjardim,
? como autores, e os srs. Olimpio do
| Amaral e filho, como réus, cujo acór-
dão jalgou a ACÇÃO totalmente impros
« Cedenite, com custas no Supremo a car=
| go dos autores, ficando a cargo dos
réus somente uma quinta parte das cus=
tas dispendidas na primeira instância e
na Relação, sendo também restituída
aos réis uma faixa de terreno que se
pretendia esbulhar aos mesmos como.
prémio de consolação para os autores,
Ainda bem que se fez inteira justiça,
Como era de prever.
— Com grande mágua vimos partir
deixando a escola desta freguesia «a
Exm.º Professora sr.“ D, Angelina da
Natividade Lérias, Apesar-de saberm
mos que já tinha ingressado no Quádro
Geral, nunca pudemos supor que após
as férias do Natal esta sr.º nos deixa-
ria, O desgosto que sentiu ao deixar
os seus alunos, foi bem correspondido,
pois a despedida foi comovente.
A D. Angelina é dotada de extraor-
dinárias qualidades, que a tornaram
quad pelas crianças, e pelo povo,
leixando bem vincada a sua passagem
or esta aldela Desejamos pois, todos,
sr: D, Angelina, muitas felicidades,
e que no Mosteiro, onde foi colocada,
sejam’ bem apreciadas as boas quali»
dades de trabalho desta Exm à Profesa
sora. São os votos sificeros dos seus
ex-alunos, Família e Amigos que dei
xou no Nesperal. a
E’ amigo dedicado da
á sua terra ?
Indique-nos, como assinantes,
todos os patrícios e amigos que
aínda o não são.
O valor e o bom nome da sua
terra dependem, em grande pare
te, da propaganda que dela se
fizer nêste semanário,
ANUNCIO
(3 publicação)
Faz-se sabêr que no dia dezoi-
to do corrente mês de Janeiro,
pelas doze horas, á porte do Tris
bunal Judicial desta comaros,
se há-de proceder á arremateção
em hasta pública do prédio a se-
gulr descrito, penhorado na exe=
cução sumária que, José Tavares
Monta, da Sertã move ovntra
António Ferreirs Pimpão e mu
lbar Maria Augusta, do logar de
Herdade, freguesia da Sertã:
PRÉDIO
Casa de habiteção com tôdus
as suas dependências e logradov=
ros e terra de culturas, muto «
oliveiras, aita na Barroo- da Osre
velha, limite do Picoto, fregue-
«ja de Sertã, inscrit» na matriz
b aos artigos 1214 urbo
4984, metad=-rú uor, e ce cri
9 O nervatóri s bo vá
28469, Vai prla =-guu .
proqu no valor de ser nos
quarenta esoudos — 640400.
Sertã, 6 de Jneiro de 1940,
Verifiquei,
O Juiz de Direito,
Armando Torres Paulo
O Chefe das 3.2 Secção, mt.º,
Armando António da Silva
Concessionária
carreira de camionetes de Passageiros entre
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, EE neo
À Protecção à FamÃlia
& Obra das Mais pela Edu-
cação Nacional — Na fre-
guesia do Castelo, conce-
lho da Sertã, recebeu o
prémio de 1000 escudos
um casal com a bouita pro-
le de 11 filhos,
De 8a 14 de Dezembro findo
realizou-se, por iniciativa da
Obra das Mãis pela Educação
Nacional, a II Semana da Mai,
promovendo-se sessões de estu-
do, exposições, conlerências,
etc, com o objectivo de benefi-
ciar e amparar moralmente a
Maie a FamÃlia.
Tam cheia de abnegação e he-
roÃsmo é a missão da verdadeira
Mai que uma sociedade bem
constituÃda tem por dever exal-
tá la, engrandecê la e glorificá-
-la, rodeando-a do respeito e
admiração que lhe cabem; e as-
sim se robustecerá, na Mai, a
chama de amor ardente que fará
d.la a mais sublime das mulhe-
res
A função da Obra das Mais é,
precisamente, dignificar a FamÃ-
lia, combatendo, por todos os
meios a desmoralização; de ano
para ano, mercê dum esfôrço in-
t ligentemente conduzido, a so-
ciedade portuguesa verifica que
alguma coisa de novo se vem
passando em seu seio, numa de-
monstração plena ce que a Mai
desempenha um papel da mais
transcendental importância no
engrandecimento da Pátria.
Quando a Obra das Mãis vem
dando à s famÃlias numerosas, da
el-sse pobre subsÃdios pecuniá-
rios, não se trata de socorros ou
de simples esmolas, mas sim de
premiar as virtudes morais e so-
ciais, escolhendo-se, somente, as
famÃlias legitimamente constituÃ-
das que tenham a mais exemplar
conduta moral, aquelas, enfim,
que, aos olhos de todos, possam
servir de modêlo edificante.
*
Na II Semana da Mai foram
dados três prémios em cada Dis-
trito e, portanto, em três conce-
lhos diferentes
No nosso Distrito coube o pré-
mio de 1 000 escudos a uma fa-
mÃlia da freguesia do Castelo,
composta de pai, mãi e 11 filhos,
todos vivendo sob o mesmo
tecto,
Os pais são Adrião Maria Gon-
golves, de 43 anos e Maria Rosa,
eg 37 ans, estando casados há
J
Nomes e idades dos filhos;
José, de 17 anos; Joaquim de 16;
António. de 14: Maria do Car-
mo de 12; Inácio, de 10; Aure-
liano, de 8; Domingos, de 6: Eu-
génia, de 5; Lúcia, de 4; Maria
de Lourdes, de 3; Martinho, de 1.
Faleceu um, de nome PrancÃs-
co, com a idade de 13 anos.
ore
BOAS FESTAS
Tiveram a amabilidade de nos
enviar cumprimentos de Boas
Festas os nossos prezados assÃ-
nantes srs. José Fernandes, José
Pereira e Frutuoso de Oliveira,
de Lisboa
Agradecemos e ret ibuÃmos.
Oro
INSTRUÇÃO
Foram nomeadas regentes do
quadro ce agregados d » ensino
primário elementar do distrito as
sr. D, Maria de Jesus Farinha
Lopes e D. Prazeres Albino.
rose
Freguesia de Amêndoa
“No plano de actividade da Cá.
mara Municipal de Mação, para
o actual ano, estão abrangidas,
relativamente à freguesia de
Amêndoa, as seguintes obras:
abertura da Rua do Calvário e
construção do caminho vicinal
de ist à E. N.
ss
Nolasa lápis
Viagem de
A Comarca da Bertã
Negócios!
(Continuação)
PARA os lados do Castelo
existe uma pequena casa,
cremos que de arrecadação,
que já há muitos anos está
divorciada de cal.
Postada na vizinhança da
capela de S. João, numa posi-
ção dominante e, por conse-
guinte, sendo observada de
muitos pontos da vila, há tôda
a necessidade de a tornar
branca, tanto mais que os
prazos para as caiações já
terminaram há muitos meses.
rO O
ATÉ ao dia 15 do corrente
devem ser feitas, nas se-
cretarias das Câmaras Muni-
cipaÃis, as declarações sôbre
carros ligeiros e pesados, mo-
fos, side-cars e outros veÃca
los antomóveis, preenchendo-
se os boletins necesssários pa-
ra o efeito, sob pena de 5008
de multa.
LH Ore
NOS fins da última semana,
am violento temporal as-
solou Lisboa e diversas re-
giões do PaÃs, causando al
gumas mortes e importantes
danos materiais.
Na nossa região, felizmen-
te, não há prejuÃsos a assina-
lar.
ro
Código Administrativo
Foi distribuÃdo, num suplemen-
to à fôlha oficial de 31 de De-
zembro, o texto detinitivo do
Código Administrativo, que en-
cerra importantes modificações
quanto ao diploma inicial; en-
quanto o primitivo contava 712
artigos, o actual conta 861. Man-
tém-se a divisão em provÃncias,
distritos e concelhos, apenas com
leves alterações quanto à classi-
ficação dos últimos.
As atribuições das Juntas de
ProvÃncia, Câmaras Municipais e
Juntas de Freguesia mantêm-se,
sensivelmente, idênticas, sendo
porém “revistas a composição e
competência dos conselhos muni-
cipais e a matéria que diz res-
peito ao contencioso e assistên-
cia médica.
A?s Juntas de Freguesia foram
concedidas novas atribuições
quanto à obtenção de receitas,
tendo desaparecido os conselhos
e as assembléias paroquiais.
d+
Inquérito às Juntas de Freguesia
No próximo número publica-
remos o depoimento do sr. Pre-
sidente da Junta de Freguesia de
Pedrógão Pequeno.
DARABOM ENTENDER…
Para algumas pessoas, que têm
em potica conta o trabalho alheio
e que, talvez, se julguem dispen
sadas de nos darem satisfações,
suspendemos a remesssa do ior
nal até pagarem as assinaturas
em débito.
Felizmente, são poucos os que
assim procedem, mas, Êêsses pou
cos devem ser tratados com o
desprêzo e indiferença que me-
recem,
ne
BAPTIZADO
Na igreja paroquial da Sertã
baptizou-se, no dia de Natal, um
filhinho do nosso aniigo sr, Ma-
noel António dos Santos, empre-
gado da Conservatória do Regis»
to Predial da Sertã, e de sua es-
pôsa. sr* D. Maria LuÃza Nunes
dos Santos que recebeu o nome
de Jorge Manuel Nunes dos San-
tos. –
Foram padrinhos N..S. de Fá
timae osr. Leopoldo Augusto
Nunes, estudante, de Lisboa,
(CONC
neo a meja hora, o
comboio retomou a sua
marcha. Passaram, como num so
nho por Lamarosa, Paialvo, Chão
de Maçãs, Caxarias. Albergaria,
Vermoil, Pombal, Soure, Alfare
los, Formoselha, Taveiro, Coim
ba e Souselas Na Pampilhosa
mudaram de comboio para a li
nha da Beira Alta, Mais uma dez
horas de marcha e os nossos via
jantes de negócios atingiram Vi
lar Formoso, que é a estação
alerminus» da linha portuguesa.
Cumpridas as firmalidades
exigidas pela polÃcia fronteiriça
os oficiais p rlugueses, acamara-
dando com alguns civis, espalha-
ram-se pe as ruus da hospitaleira
povoação, em busca de pousada
E’ que o comboio português che-
gara atrazado e o espanhol não
se dignara esperar por êle. Pa
ciência!… Há males que vêm
por bens Foram mais umas ho-
ras passadas no torrão natal ..
Só no dia seguinte se prosseguiu
a marcha, iniciada, em terras de
Espanha, por Fuentes de Ofioro.
Ciudad Rodrigo, Salamanca
Medina del Campo, Valladolid,
Burgos e S. Sebastian, foram,
pouco a pouco, ficando para traz.
Mais um esfôrço da potente
locomotiva em pleno maciço pi-
renaico e ei los em Irun.
a
e e
Alvaro, no entanto, confiava
mais na sua boa estrêla (na cu-
nha do seu nome, como ê!e di-
zia) do que nas cunhas de que
era portador.
A” medida que o comboio se
fôra: aproximando dos Pireneus,
uma idea, a princÃpio vaga, to-
mara forma e nitidez no seu es
pirito: a lembrança de ser mor-
to em terra alheia e lhe encon-
trarem os bolsos repletos de tam
comprometedoras epÃstolas.
Semelhante idea acabara por
se transformar em obsessão,
A França estavaa gora, à vista,
Distinguiam se já os soldados da
reserva territorial guardando a
linha férrea e as obras de arte.
Depois de novos «vistos» e
formalidades, o comboio deixou
Irun e avançou em direcção a
Hendaia. pela ponte internacio-
nal sôbre o Bidassoa,
Alvaro tomou então uma reso-
lução heroica: tirou as cartas das
algibeiras, rasgou as em pedaços
e lançou-as à corrente,
Momentos depois entrava no
(Uma história de há 22 anos)
v
LUSÃO)
paÃs aliado e declinava, com jus-
tificado orgulho, ás autoridades
da França, que o seu modesto
traje civil cobria um oficial do
Exército Português !
*
* .
Já devidamente uniformizados,
Alvaro e Silva Santos, agora tor-
nados amigos inseparáveis, dis-
puzeram-se a percorrer a cidade,
de lés a-lés, não se esquecendo,
como era natural, de visitar o
hospital militar português ali ins-
talado,
Notaram que pela cidade se
encontravam muitos militares ame
ricanos, alguns deles tentando
(mas* sem o conseguir) aprender
o francês prático com as gentis
fiancesinhas.
Depois de um repouso de vin-
te e quatro horas embarcaram no
comboio com destino à capital
da França.
Para lembrar aos viajantes que
a guerra continuava a sua obra
de morte e de ção e que o
inimigo lançava mão de todos os
meios para desvendar os mais
Ãntimos segredos dos adversários,
lá estavam afixados «placards»
por tôlas as carruagens, reco
mendando silêncio sôbre os as
suntos que à guerra diziam res-
peito :
Taisez – vous, Les oreilles
ennemies vou écoutent, (4)
A†hora do almoço os dois a
migos avançaram resolutamente
para o vagão-restaurante, mas
oh! desgraça das desgraças!
como não se tinham lembrado de
pedir em Hendaia «tickets» de
pão, (2) no comboio não lhes
quiseram fornecer a mais insi-
gnificante côdea.
Valeram lhes em tam graves a-
puros, duas amaveis parisienses a
que os nossos compatriotas ofere-
ceram o almoço e, quem sabe,
se o próprio coração, em troca
do pão a que ambas tinham di-
reito; e de que todos alegremen.-
te compartilharam.
C’était la guerrel
E, Ventura Reimão
(1) — Calem-se, O inimigo escuta-
vos,
(2)— O pão era então rigorosamen=
te racionado, ninguem o podendo for=
necer senão em troca das respectivas
senhas.
DA SEARA ALHEIA…
Impac’ência das portugueses
P, Antônio Vieira
(1608-1697)
Quem entra a introduzir uma
lei nova, não pode tirar de re-
pente os abusos da velha. Há-de
tirar com suavidade; há-de dei-
xar crescer o trigo com sizania,
para arrancar à sizania, quando
não faça mal à s raÃzes do trigo.
Todo o zêlo é mal sofrido; mas
o zêlo português mais impacien-
te que todos, A qualquer relÃquia
dos males passados, a qualquer
sombra das desigualdades anti
gas, já tomamos o céu com as
mãos, porque não está tudo mu-
dado não está emendado tudo.
Assim se muda um reino? As.
sim se emenda uma mo-
narquia? Tantos entendimentos
assim se endirei:am ? Tantas vons
tades tam diferentes, assim se
temperam ? .. Pouco e pouco se
azem as coisas grandes; é não
há melhor arbÃtrio para as con-
cluir com brevidade que não as
| querer açabar de repente,
permitir com dissimulação, para |
O fornecimento de carnes
verdes ao concelho da Sertã
| Tanto na praça realizada em
18 de Dezembro, como na se-
guinte, em 30, apareceram di-
versos concorrentes à arremata-
! ção do exclusivo do fornecimen-
ito de carnes verdes, ao nosso
‘ concelho, durante o actual ano,
tendo, porém, sido rejeitadas
tôdas as ofertas por não convi-
rem aos interêsses do MunicÃpio.
Dêste facto resultou que o pú-
blico tem estado privado de car-
nes verdes, O que causa graves
transtôrnos. Não sabemos o que
a Câmara Municipal tenciona fa-
zer para dar solução ao proble-
ma, mas talvez não lôsse desa-
certado estabelecer o comércio
livre Certamente os interêsses
municipais não sofreriam dano e
o consumidor só teria a lucrar
com a concorrência entre os vá-|
rios negociantes.
O que se passa, muitas vezes,
nos talhos do concelho, leva-nos
a afirmar que o monopólio se
torna prejudicial.
A Câmara pode encontrar uma
plataforma que satisfaça, Igual
mente, Os seus interêsses e 08 do
* AGENDA 4,
ARENA NE RENA
Do, Casalinho retirou, para
Lisboa, o sr. dr. António Nu»
nes e Silva. ;
— Tivemos o prazer de cum=
primentar na Sertã os srs.
General Couceiro de Albuguer-
que e espôsa, Adrião Morais
David ie espôsa, Carlos P,
Tasso de Figueiredo, Reinal-
do Alves Costa e Alfredo de
Mendonça David de Lisboa,
dr. José Cardoso, da Lousã e
dr. Hermano de Sande Mari-
nha, de Evora.
— Do Rossio de Abrantes
regressou à Sertã a srº D.
Fansta Soares Costa.
— Encontra-se na Sertã a
sr“ D. Guilhermina L. de Por-
tugal Durão.
— Retirou para Lisboa o sr.
engenheiro-agrónomo Reinal-
do Lima da Silva. ;
— Estiveram em Pedrógão
Pequeno, com suas famÃlias,
os srs. dr. João de Barros.
Morais Cabral, de Leiria, Cas –
pitão Raúl Vidigal, de Carni-
de e Francisco David e Silva,
de Lisboa, i
Aniversários natalÃcios:
11, dr. José Barata C. e Sil-
va, Tomar e D. Maria Vitori-
na de Oliveira Barata; 13, Pa-
dre José Francisco; 15, Padre –
António Pedro Ramalhosa.
Parabens
“SOIRÉE†DANÇANTE
Promovida por um grupo de
sócios electuou-se, no último do:
mingo, uma «soirée» dançante
no Clube -Sertaginense, que de-
correu muito animada, prolon-
gando-se até às 3 horas,
Foram’ servidos, aos sócios,
suas familias e convidados, um
chá e uma ceia, cuja confecção
era esmeradÃssima y
A «soirée> foi abrilhantada pes
lo «Jazz-band União Sertaginen-
se», agrupamento musical orga-
nizado, há’recentcs meses, pela
Direcção da Filarmónica União
Sertaginense, sob a orieritação do
incansável e competente maestro
sr, António Teixeira e que nesta
festa fez à sua apresentação. O
programa musical, executado a
primor, mereceu gerais e justos
encómios. : !
O aludido agrupamento é for=
mado do jazz-band propriamente
dito, de violino, de clarinete aus
xiliar, de saxofone c. alto, de
trompete e de trombone.
Cumprimentos pelo Ano. Novo
– À Filarmónica União Sertagi=
nense, acompanhada do seu Dis
rector sr. AnÃbal Nunes Corrêa,
percorreu as ruas da Vila no dia
de Ano Novo, para cumprimen=
tar os sócios daquela: colectivi-
dade.
Os
NASCIMENTOS
No pretérito dia 31 teve O seu
feliz sucesso, dando à luz uma
criança do sexo masculino, a sr,*
D. Eulália da Silva Serra Nunes
da Silva, dedicada espôsa do
nosso patrÃcio e amigo sr. dr. Jos
sé Nunes da Silva, distinto advo=
gado e Director do Arquivo Geral |
do Registo Criminal e Policial,
de Lisboa, TR
Parturiente, e recém-nascido |
encontram-se de: saúde, com o
que muito folgamos, ; o
— Também, no passado, do-
mingo, teve o seu bom sucesso,
dando à luz um robusto rapazis
nho, a sr.* D. Laura da Conçeie -.
ção Saldanha Firmino, espôsa do :
nosso amigo sr. dr. António Cale
deira Firmino, digno Chefe da
Secretaria da Câmara Municipal.:
Mai e filho encontram-se feliz=
mente, de saúde, ,ºde, ,
@@@ 1 @@@
A Comarca da Sertã
8 DE JANEIRO DE 1941
lo a E E a
esia o Reverendo Padre Jos
Martins Cardoso, aatutal da Male
loga, desta freguesia, o
Foi motivo de grande regosijo,
pata o povo desta freguesia, .
| Não foi recebido com tôdas as
pompas, que merecia, mas na
simplicidade da nossa recepção,
sua Reverência pôde, avaliar a
“Sinceridade das nossas palavras
e à alegria de todos nós.
“Na casa paroquial pes feita
uma modesta manifestação. de
boas vindas, tendo falado o re-
-gedor desta freguesia e o que
disse do homenageado vamos re-
produzir fielmente :
Exmº Snr.
Reverendo Padre José Martins
Cardoso. –
Como. um dos “mais humildes
habitantes desta freguesia, tomo
a liberdade de em nome da Jun-
ta da Freguesia, da Comissão Pa-
roquial, membros da. Meza da
Irmandade, do Ssntíssimo e. de
todo. o: bom povo desta fregue-
sia, apresentar a vossa reverên-
cia os nossos mais sinceros cum-
primentos de boas vindas. a
V. Ex.º como criatura cultiva-
da, e possuído duma grande in
teligência; pode bem avaliar a
alegria que vai em todos nós,
por vermos que Deus não deixou
de, proteger o bom; povo desta
freguesia-da Várzea, confiando 08
seus destinos nas mãos dum sa-
cerdote exemplar, como é V. Ex”.
Insliecer as qualidades de vos=
sa Reverência, é escusado, por-
que, “não: s6/ na sua freguesia;
como por ônde V. Ex.º tem pas
sado, é estimado e admirado.
Por isso, eu felicitosme e à
– Junta da Freguesia, Comissão Pa-
roquial, Membros da Meza da
– Irmandade do Saniíssimo, assim
* Como o povo desta freguesia, por
Deus nos ter enviado um chefe
exemplar, e que as bençãos do
Céu caiam sobre, aquêle que tão
sâbiamente soube escolher o guia
que muito bem saberá orientar
êste bom povo, j
Para terminar renovamos, os
nossos cumprimentos de boas.
vindas, desejando lhe uma longa,
vida para bem de todos nós,.
Ég desejo de satidar Vossa Re;
verência, a para darmos expan-
são-à nossa alegria, peço a fodos
(com a péuida vénia de V. Ex.º)
me acompanhem nas saildações
que desejo fazer:
Viva o Ilustre Paroco desta
freguesia” sr. ‘Padre José Martins
Cardoso. – ERR
– Viva sua Ex * Reverendíssima
o sr. Bispo de Portalegre,
Viva sua Ex.* o lustre Gover-
nador Civil do nosso Distrito,
Viva o’povo desta freguesia,
Viva Cristo Rei.
44 o PE C.
Pedrógão Pequeno
“JGASAMENTO
Realizou-se no dia 2 do cor-
rente o enlace matrimonial da
sr.*/D, Helena Vidigal Marinha
filha do sr. Adelino Nunes Mari-
nh fá falecido, e da sr. D. An,
gela Vidigal Nunes Marinha, des-
ta vila, com o sr. Dr. Rogério
Marinha, Lucas, distinto médico
da Sérta, filho do sr Zeferino Lu
cas de Moura e da sr.* Laura de
Sand Ra Lucas, já faleci
a ef
O acto civil teve lugar em casa
ao ER E Ria A gl E Con-
ceição Vidigal, avó da noiva e
o reli A A éra Matriz sen-
do celebrado pelo Arcipreste
Francisco dos Santos Silva, Fo.
ara o st. Adrião Mo-
rais David é sr.*’D. Ernestina
Rania up,
a, por parte do noivo eo Rev,º
ú “Gute Nunes Mart e
a ae D. Infcia Vidlgsl, por par
je da mt pen»
na cauda os meninos
P I É
joio alia Morais Cro Ma
VÚRIEADOS CAVALEIROS
| circunv
JERISTEM, País em fora, dezenas e dezenas de
72 comissões de carácter regionalista, labutan=
do, tenazmente, pelo engrandecimento das suas
aldeias, dos seus concelhos ou regiões, integra-
rial da época; e a acção, ainda que limitada, des-
sas comissões, em (íntima colaboração com-as
câmaras; municipais e repartições competentes do
Estado, tem produzido seus frutos, realizando
E? que, então, as populações, sobretudo as dos
centros rurais, como vergadas ao pêso dum fado
ruim, duma triste fatalidade, haviam chegado ao
convencimento de que, não eram mais do que
desprezíveis párias e que uma grande parte do
produto do seu rude labor, dos seus interminá-
veis sacrifícios, se destinavam a fazer face aos
tributos inexoráveis, como monstruosa e insaciá-
vel sanguessuga… .
O dinheiro dos, pobres sumia-se por artes
mágicas, sem que, por outro lado, se lhes resti
tuísse, pequena parte que fôsse, nos mais come-
zinhos melhoramentos.
Os tempos mudaram. Com Salazar aparece-
ram estradas, fontes, escolas, Casas do Povo, re-
pararam se ruínas, levou-se confiança aos corações
e confôrto moral aos descrentes,
Portugal, todo êle, desde o povoado humilde
ao centro mais populoso, sacudiu-se do torpor
que o envilecia para se lançar com altivez e de-
cisão, no caminho de engrandecimento que lhe
foi marcado, enfileirando ao lado dos povos que
vêem no seu progresso constante a razão funda-
mental! de uma existência livre.
“As poptilações rurais unem-se para a defesa
dos seus interê ses, lutam à porfia. por êles, com-
penetradas de que, só assim, poderão alcançar
o5 melhoramentos que reclamam e a que legiti-
mamente têm direito,
Sabem, também, que só com um esfôrço bem
orientado se podem conseguir as mais belas e
justas aspirações.
+ *
Em 1 de Janeiro de 1939, fez agora dois
anos, foi constituída, em Lisboa, a Comissão de
Melhoramentos do Seixo, freguesia do Castelo,
com séde’ na Rua dos Correciros, 274 276, de
que fazem parte os srs. José Lopes, José Marques,
Joaquim Martins e Manoel Martins, respectiva-
mente, presidente, secretário, tesoureiro e vogal
e, agregados à mesma Comissão, exercendo os
cargos de vice-presidente, sub-secretário e subs
tesoureiro, os srs. Manoel Luiz: Lapa, Manoel
Lopes-de Almeida e António Martins; êstes três
senhores residem no Seixo e trabalham, em ínti=
ma colaboração com os primeiros na defesa dos
superiores interêsses do referido logar.
O Seixo fica situado ao norte da freguesia
do Castelo, banhado pelo Zêzere, que lhe corre
a sul-e dista dois quilóm-tros da Barca do Bis-
po; pelo leste limita-o a Ribeira Velha, por oeste
a Ribeira das Avoneiras e por sudeste a serra
do Vale da Vila,
Segundo. diz o nosso ilustre patrício, Rev.”
Padre António Lourenço Farinha, no seu livro
«A Sertãe o seu concelho», «…u logar do Sei-
xo foi a primeira séde da freguesia do Castelo,
servindo de matriz a capela da povoação, onde
|se venerava a imagem de Santa Maria das Pre-
ces, qui
nhos que ali afluíam em grande roma-
ria. Mais tarde, sendo pequena para as necessi-
ades da paróquia e situada em local menos con-
veniente, edificou-se a ipreja paroquial na pró-
ximapovoação do Castelo, dediçada desde então
ao Espírito Santo. Diz: mais o «Santuário Maria-
no» que a ermida de Santa Maria das Preces, do
Seixo, “tica ‘em não grande distância de Sernache
e que ‘foi antigamente a matriz desta Ireguesia,
Esta informação é inexacta, como os leitores
vêem; mas o lapso aproxima se um tanto da ver-=
dade. Sabe-se que a freguesia da Sertã abrangia
tôdas as do’ actual concelho, com excepção do
até 1554; e, como o pároco não podia servir to-
dos os povos da sua extensíssima área, eram os
conventos que o auxiliavam na paroquialidade.
O Mosteiro de Nossa Senhora. do Seixo e de
lossa Senhora da Estrêla tiveram esse múnus no
panenio de muita devoção dos povos |
das no espírito de progresso e renovação mate- ‘
aspirações que dantes se consideravam um sonho. :
Imterôsises regionais
A Comissão de Melhoramentos do Seixo, ireguesia do Castelo.
—O seu principal objectivo, por agora, é a construção da
estrada do Seixo a Santa Rita
che, como o dos Negros e o de Nossa Senhora
dos Remédios prestavam essa coadjuvação até
os limites de Oleiros e de Proença-a-Nova.
No Registo de Leça, em documentos respei-
tantes à Sertã do reinado de D. Sancho I, havia
uma referência à concessão, feita por um bispo
da Guarda, de «x2 dias de perdom àquêles que
fôssem em romaria a Santa Maria do Mosteyro»,
conforme refere J. Anastácio de Figueiredo, na
«Nova Malta», o qual julga tratar-se da capela
de Nossa Senhora dos Remédios, com o que não
concordo; porque nunca nos documentos antigos
encontrei as palavras Santa Maria quando os
autores se ocupavam de-ta última capela, mas só
quando fazim referências à do Seixo, à qual di-
ziam respeito, sem dúvida, as mencionadas in-
dulgências. A antigiíssima romagem a Santa
Maria do Seixo ainda se realizava em 1723,
dando conta desse facto o Visitador do Grão
Priorado quando proibiu no mesmo ano que os
romeiros dormissem na capela e preceituou ali a
celebraçãos da missa todos os sábados do ano,
dias em que a afluência do povo devoto era maior
Além desta capela já havia na freguesia em 1725
a Santa Apolónia, na Roda, que foi primeira-
mente particular e passou para o povo, com to-
dos os seus bens, em 1770 e as de Santo Antó-
| mio e S. Lourenço, no Mourisco. Em 1752 havia
mais a de Santa Rita. Relativamente à de S, José,
da Arnoia, desconheço a data da sua fundação,
sabendo somente que em 1843 foi reedificada
elos padres Joaquim José da Mata e Jerónimo
é da Mata, sendo autorizado o culto por Pro-
visão do Patriarca de Lisboa, D, Francisco de
S. Luiz, em 3 de Março do mesmo ano.>
O Seixo é uma povoação muito antiga; em
1911 tinha 49 fogos e 209 habitantes; em 1930,
51 fogos e, presentemente, 60 fogos.
*
e
Tôda a actividade da Comissão de Melho-
ramentos se concentra, actualmente em dotar o
logar do Seixo com uma via de comunicação que
o ponha em contacto com o mundo exterior,
abrindo lhe, de par em par, as portas da civili-
zação e do progresso, facultando-lhe outras con-
dições de existência, quer pela fácil saída dos
seus produtos agrícolas, quer por uma mais fácil
exploração dos pinhais que orlam as cumiadas
circunjacentes, o que trará como consequência,
a valorização das resinas e das madeiras. A in-
dústria extractiva de resinas atingiu na última
campanha, o número apreciável de 45 mil bicas
na área do Seixo.
Actualmente só existe um caminho de carro
de bois, do Seixo a Santa Rita, que tem de ex-
tensão 2.500 metros, mas em tam péssimo esta-
do que a condução de quaisquer produtos demo-
ra três vezes mais do que em estrada boa; há
assim, uma perda apreciável de tempo a prejudi-
car seriamente a economia dos habitantes do
Seixo.
A Comissão de Melhoramentos pretende fa
zer o alargamento e terraplanagem daquêle ca-
minho, que, partindo do Seixo como dissemos
aan por Vale da Vila, Vale Dianteiro, Moleiros
e Santa Rita; daqui às Almas da Arnoia há uma
estrada reparada pelos povos interessados, que
mede dois quilómetros e constitui o prolonga-
mento naiural do caminho do Seixo a Santa Ri-
ta; nas Almas da Arnoia a estrada liga-se àque-
la: que está em construção pela Câmara Munici-
pal, ramal da Póvoa da Ribeira Sardeira ao
Castelo, sede da freguesia. ]
A Comissão de Melhoramentos tem empre-
gado todos os esforços para levar por diante, e
| com tôda a urgência, o seu plano de desenvol-
vimento da povoação do Seixo e logares limí-
trofes projectando concluir a estrada durante o
corrente ano. Iniciou uma subscrição, que já ren-
deu cêrca de 3 mil escudos — que começaremos
, a publicar no próximo número — e conta, tam
Pedrógão Pequeno e Nossa Senhora do Amparo, .
bém, como é evidente, com o serviço braçal,
carretos e dias de trabalho, gratuitos, dos habi-
tantes do Seixo e dos das povoações interessa-
das no importante melhoramento. Além disso,
está esperançada de que a Junta de Freguesia do
Castelo consiga da Câmara Municipal uma com-
território que hoje constitui a freguesia de Serna- | participação pecuniária para o mesmo fim.
Marinha David Lopes.
Após o casamento foi ofereci-
do um excelente copo de água a | valiosas ofertas.
todos os cnvidados tendo a!
mais uma vez as velhas tradi- residência,
ções hospitaleiras de cativante e |
fidalgo acolhimento. cerament
noivos “05 srs Drs, Angelo Vidis |
tia Alda Silva Carteira e Nair; gal, Rúben de Carvalho Alvaro |
Martins e José Carlos Erhardt,
Na corbeille viam-se muitas e
Os noivos seguiram depois do
Ex.vº Famíiia Vidigal honrado, ‘ jantar para a Sertã onde vão fixar
Ao novo: casal desejamos sin
! tôtas as felicidades
Brindaram pelas felicidades dos. de que é mui digno,
Beneficência
O sr. General Couceiro de
Albuquerque entregou-nos a im-
portância de Esc. 50800, para
em partes iguais, ser distribuída
pela «Sopa dos Pobres» e pelos
pobres nossos protegidos
Sinceramente reconhecidos,
€. lagradecemos,
Divagações…
(Continuação da 1,3 página)
— «Boa ventura! Muitos rubis,
muitas esmeraldas |,..>
Realmente, tudo aquilo era
verdade,
Depois de Vasco da Gama,
C: lón, que também partiu como
aquêle em busca de ignotas re-
giões. Descobriu a América; mas,
êste descobrimento. nascera ao
que parece, de uma «subtil visão»
que nunca o largava. . (Predi-
cado invulgar, que poucas pes-
soas favorece…).
A seguir, portugueses, espa-
nhois e franceses rivalizam entre
si em audácia—ansiosos por gló-
ria € riquezas: é Pedro Alvares
Cabral, que, seguindo o rumo da
India, desviou se para Oeste e, a
3 de Maio de 1500, descobre o
Brasil; é Fernão de Magalhães,
português, ao serviço de Espa-
nha, que efectuou, por assim di-
zer, a primeira viagem de circum-
navegação e que, durante a mes-
ma, descobriu a passagem inter-
oceânica, a que deu o seu nome
—«Estreito de Magalhães», E”
em 1534, Jaques Cartier, nave-
gante francês, que explora o Ca-
nadá ea Terra Nova, já desco-
bertas por Corte-Real e Cabot,
Dêste modo completaram em to-
dos os sentidos as descobertas;
adquiriu se, a pouco e pouco,
uma noção mais exacta do glo-
bo. Como o mundo devia pare-
cer imenso! Quantos povos igno-
rados! Diz-se-ia ter soado a hora,
em que a humanidade ia congre-
gar-se numa vasta cooper. ção
fraternal e pacífica — ilusão fatal
— em que os povos seriam con-
vidados para vir gozar a luz da
civilização !
Siríaco Santos
<q
Engenheiro-Agrónomo Reinal-
do Lima da Silva
Foi classificado no concurso
para engenheiro agrônomo das
colónias, efectuado recentemen=
te o nosso patrício e amigo sr.
Reinaldo Lima da Silva, filho do:
sr. Luiz Domingos da Silva, já
falecido e da sr.” D. Albertina
Lima da Silva.
O concurso aberto, há tempos,
para o provimento de práticos
agrícolas da colónia de Moçam-
bique, tornou-se extensivo à co-
lónia de Angola.
A Reinaldo Lima, rapaz activo
e inteligente, apresentamos as
nossas felicitações, desejando-
-lhe tôdas as prosperidades,
ro
DOENTES
Vindo de S. Tomé, encontra-
-se em Lisboa, por falta de saú-
de, o nosso prezado amigo e
assinante sr. Aníbal Nunes da
Silva.
— Esteve gravemente enfêrma,
encontrando-se agora um pouco
melhor, com o que muito nos
congratulamos, a sr.” D. Maria
da Conceição Tavares Mouta, do
Vale do Pereiro, irmã do nosso
amigo sr. José Tavares Mouta,
comerciante nesta vila.
—’Também se encontra bastan-
te doente, em casa de sua avó,
sr.” D. Ifigénia Neves C. e Sil-
va, nesta vila, o menino Alfredo
Corrêa de Mendonça David, fi-
lho do sr Alfredo de Mendonça
David, de Lisboa.
Desejamos, muito sinceramen=
te, O pronto restabel:cimento de
todos os doentes.
HO
pNecrologia
No logar da Tapada, fregues
sia do Cabeçudo, faleceu, no dia
30 do mês findo, a sr* D. Ca-
rolina da Conceição Fontes, de
85 anos de idade, sogra do nos-
so prezado assinante e amigo
sr. Manoel Braz, comerciante na
capital, a quem apresentamos
sentidos pêsames,es,