A Comarca da Sertã nº213 10-10-1940

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FUNDADORES
— Dr. José Carlos Ehrhardt —

— Dr. Angelo Henriques Vidigal —
—— António Barata e Silva —
Dr: José Barata Corrêa e Silva

=” Eduardo Barata da Silva Corrêa

acerte cs.” o. secos .se

A erro cada espiritual que
herdámos da civilização
mecanicista do século XIX, su-
cedera uma apoteose universal
do músculo e retirara-se paru
secundários planos o primado
do espírito O cimento armado,
mecanicamente manipulado,
aniquilon o sentido estético na
aristocrática arte da. arqui
fectura; os processos moder.
nizados da pintura, tanto co-
mo a fotografia, perverteram
a arte suavíssima da pintura;
a seriada literatura policial
deviou a cariosidade do públi-
co ledor e as banalidades es-
crevinhadas sucederam às st-
blimidades escritas com pensa-
mento e alma. O barulho jaze-
bandesco substituiu a música

e os esgares dos salões mata-
ram a dança. Os atletas ven-

ceram os poetas.

José Tácito De «O Educador)
— pre.

4 Inglaterra, -desejosa de

promover o estreitamen-
to das relações comerciais com
Portugal, mantendo, ao mesmo
tempo, o aumento das dispo-
nibilidades em dólares, vai dar
preferência às nossas resinas,
que até aqui importava, na sua
-quási totalidade, da América.

Além da América e Porta-
gal são produtores de resina
a França, Espanha e Países
Bairros.

A resina, na Gra- Bretanha,
tem actualmente am grande

aproveitamento no fabrico de.

tintas destinadas a camufla-
gem e a outros fins de guerca.

Se a exportação de resinas
passa a ter um grande incre-
mento, como se espera, a noss
sa região, onde a indústria
extractiva ocupa já um logar
importantíssimo, vai atingir
um maior desenvolvimento,
dando, também, trabalho a
muitas centenas de braços.

rp

OS empreiteiros das obras
de calcetamento ou, sea
êstes não competir, à Câmara,
lembramos a conveniência de
se colocarem lanternas junto
aos montes de brita e barro
gue por aí se encontram espa
lhados por virtude das obras
de calcetamento, evitando se,
assim, que algum transennte,
depois da 1 hora, caia e se
magoe ou parta o nariz!

Aquêles montes de brita e
barro são autênticas ratoeiras.
Também não havia necessida-
de que a brita, na rua Cinco
de Outubro, ocupasse tam
grande espaço, a ponto de fi-
car um pegueno carreiro para
passar !

“Com um poúco de boa von
tade tudo isto se remedeia Tê:
cilmente,

revolução nacional, que tem levado a tô=

públicos, e espalhado, a rôdos, milhares e
milhares de contos no levantamento moral |
| material dos povos, ainda existam por-
tugueses que para irem, por estrada ma-

houve, a respeito dela, troca de impressões

Interêsses regionais

Estrada directa Vila de Rei-Sertá

“Eus

OM a próxima construção da estra-
da 4-2.” até ao Marmeleiro, ligan-.
do esta freguesia e a da Cu-
meada à sede do concelho outras |

surgem nôvamente a reclamar a sua vez
na atenção das esferas oficiais: a de liga-
ção directa de Vila de Rei com a sede da
comarca e a desta com as suas freguesias
concelhias de Palhais e Ermida,

A estrada Vila de Rei-Serta, pelo tra-
jecto mais curto, não tem controvérsia |
plausível. Chega a atingir os limites do
inacreditável que, após catorze anos de

da a perte os mais úteis melhoramentos

cadamizada, das suas terras à sede da sua
comarca, numa distância aproximada de
23 quilômetros, te nham de andar por con-
celhos estranhos percorrendo distâncias
de sessenta ou cem quilómetros conforme
o tempo e época do ano.

Ninguém pode culpar o Estado Novo
da grande injustiça, tão resignadamente
suportada, que pesa sobre os habitantes
do concelho de Vila de Rei.

Já aqui se disse, e hoje se repete, que
os benefícios do Govêrno, de que tantas
regiões têm aproveitado lârgamente, não
caem do Céu por espontaneidade divina.
São alcançados pela acção dos homens que
fazem chegar às altas estâncias do Poder
a voz das suas reclamações e a demons-
tração justificada das suas necessidades
colectivas.

é Terá a estrada directa Vila de Reis
Sertã merecido dos homere, de cá e de lá,
a consideração que se lhe deve e a gente
dos dois lados ‘ vem esperando que se
lhe dê ?

Não direi que a questão não tenha
sido ventilada uma ou outra vez nós meios
respectivos. Ainda em 1936, por exemplc,

entre pessoas das duas vilas vizinhas, mas
não se chegou a passar de simples expla-
nação de pontos de vista sem qualquer fi-
nalidade prática No entanto, êste pros
blema é de tal interôsse para uma e outra
parte, que não compre: ndo que possa ser
olhado com indiferença. Não se trata,
apenas, de tornar caminhos mais cômodos
e curtos para trânsito dos que, por inti-
mação legal, se vôom compelidos a vir do
ecneelho de Vila de Rei à sede da comar

ca ou que, por mctivos imperiosos, tenham
de ir daqui âquêle concelho, Trata-se,
também, de estabelecer um mais rendoso
inteiecambio de interôsses o um melhor

 

estreitamento de relações entre as popu-

lações da região, sem falar na saída mais
rápida que essa estrada dará às dêste lado
para o Alentejo e às daquêle para o Nor-
te, com tôdas as suas vantagens econômi-
cas e suciais.

São as boas estradas os melhores fa-
ctores da prosperidade dos povos. Sem elas
não há vida progressiva. Tudo quanto
seja desenvolver a sua rêde, alargá-la e
estendê-la em todos os sentidos será fo-
mentar o trabalho e a riqueza e dar à Na-
ção mais resistentes estrutura e vitalidade.

Tenho ouvido falar de estradas de li-
grção dos concelhos de Sertã com Vila de

‘ Rei, de directrizes diferentes da que me
estou ocupando. Façam-se se é possixal

construj-las.

Nunca achei que as vias de comuni.
cação fossem de mais, especialmente as
que, no seu trajecto, beneficiassem terras
que não possuam outras, Mas sejam quais
forem as projectadas ou que vénham a
projectar-se, só pode satisfazer as logíti-
mas conveniências do concelho de Vila de
Rei, como agregado da comarca da Sertã, a
que estabelecer essa ligação com a sede
desta pela linha mais curta. E ôsse objo-
ctivo fâcilmente se alcançará por meio
dum ramal da estrada 54 2.º que parta das
alturas de Sant’Ana e passe através da
freguesia da Fundada. A construção dêste
ramal é também o que mais convém á de-
fe a a integridade da c marca.

Bom seria que o Govêrno o tomasse
à sua conta; mas na impossibilidade de
assim suceder com a urgência que requere
o instante problema, bem andariam .as
duas Câmaras interessadas se se entendes-
sem para uma acção comum que procuras
se dar-lhe a solução devida, assumindo,
cada uma delas, a responsabilidade da
execução des trabalhos na sua: circuns.
crição e obtendo do Estado a sua compar
ticipação pelo «Fundo dos Melhoramen
tos Rurais»,

Quero crer que não surgirá obatácu

| lo sério u entravar o justo empreendimen

to; mas se algum se erguesse não teria
hase sólida para firmar=se contra a razão
ea verdade que pairam acima de quais.
quer interôsses divergontes. O caso é que
haja quem se disponha a detander aquêles
dois principios, pondcsos em evidência e
fazendo-os valer onde se torne necessário.
Com relação às estradas de Palhais e
Ermida para a sua ligação directa com a
sede do cecneelh , serão tratadas num ou-
tro Lúmero dêste semanário. Este arra-
zoado já vai longo e os meus dois leitores

“ubrigatórios não gostam de perder muito

tempo com prosas maçudas onde não há
colorido nem arte literária

Silvânio

 

O | | DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETARIO dao
a Lluando Barata da Tila Coruia | TIP, PORTELLA FESÃO
< : EP esssus E
= ——— REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO ——. ds CO
| |RUA SERPA PINTO-SERTÃ O
pe E |TELE FONE
<< PUBLICA-SE AS QUINTAS FEIRAS 11 2 :
ANO Vo | Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca da Sertã: concelhos de Sertã dy fed a
Nº213 | Proença a Nova. e Vila de Rei; e freguesias de Emêndoa e Cardigos (do conselho de Ração) | 1940

COMO os leitores sabem, foi
recentemente . publicado
um decreto-lei promuigando a
organização dos serviços da
Emissora Nacional, de forma
a assegurar melhores condi-
ções de recepção em todo o
território do Império, nas cos
lónias portuguesas de povoa
mento e nos países estrangeis
ros.
Às condições em que é feita
a radiodifusão pelas emisso-
ras particulares são quási
sempre péssimas, quer pelos»
ruídos insuportáveis, quer pes
los programas aborrecidos que
nos querem impigir à viva fóôr-
ça: palestrus e mais palestras,
sem «graça e sem interêsse,
usando os’locutores uma voz,
pastosa, gue di a impressão de.
fazerem um pesado frete; e
música, por veses, diabólica,
irritante, que nos satura e im-
portuna como um forte cdus-
tico.
Os auditores, bem entendido,

têm o recurso de dar meia-
=-volta ao botão…

Quanto ao decreto- lei, a que
acima nos referimos, discor-
damos do anmento das taxas
quando os possuídores dos
receptores as paguem ao mês
ou ao trimestre; para muitos
representa sacrifício o pagas
mento ao semestre ou ao ano,
Parece-nos que esta exigência

obstará que o número de poss
suídores aumente de futuro,
na quantidade que seria para
desejar, tam certo é que, ho=
je, um aparelho de telefonia é
indispensável como meio de
distracção e de cultura,

Nem só de pão vive o ho-
mem.

reg) gap

Amuita gente, sobretudo àgue-
la que tem na melhor con-
ta o embelezamento da nossa
terra, não deve ter passado
despercebido que algumas ca-
sas, junto à via pública, têm
salientes grandes pedaços de
rocha, o que é feio, causando
detestável impressão.

Sem grande dispêndio, os
donos das casas naquelas cons
dições podiam confiar o trau
balho de desbaste a pedreiros.

Para o caso chamamos a

atenção da Câmara.

Bird

OS muros confinantes com o

Largo Dr. João António
de Azevedo (antigo Largo das
Acácias), que há pouco foram
caiados, encontram-se manchas
dos do pô do barro que vem
sendo utilizado nas obras de
calcetamento do mesmo largo.
Parecia nos acertado que os
empreiteiros mandassem vas=
culhar convenientemente aquês-
les muros antes das chuvas,
porque, de contrário, ficarão
depois sujos, com riscas avera
melhadas, chegando-se à cons-
clusão de que os proprietários
foram obrigados a fazer uma
despesa inútil, egados a fazer uma
despesa inútil, e

 

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CARREIRAS:
Castelo Branco — Sertã — Figueiró dos Vinhos — Coimbra

 

Companhia de Viação de Sernache, Ld.º e Viação
Castanheirense, Ld.º, avisam o público de que principia-
ram em 9 do corrente mês de Setembro, com a combinação
dos respectivos horários, as carreiras que fazem a ligação

entre Castelo Branco e Coimbra:

ÁS SEGUNDAS, QUARTAS E SEXTAS

Castelo Bjanco
Sobreira Formosa
Proença a Nova

Sertã

Sernache do Bonjardim
Figueiró dos Vinhos
Coimbra

ÁS TERÇAS, QUINTAS E SÁBADOS

4

Coimbra.
Figueiró dos Vinhos
Sernache do Bonjardim
Sertã :

Proença a Nova
Sobreira Formosa
Castelo Branco

CHEG. PART.
9-00
ll-oo ll-lo
11-50 11-40
12-30 13-00
13-20 13-35
14-15 14-25
16-45
CHEG. PART.
11-50
l4 05 1425
15-07 15lo
15-30 15-50
16 25 1635
16-55 17 05
19 oo

 

 

Voltas a lápis |”

(Continuação)

INTRE as casas caiadas na
Sertã nos últimos meses,
há algumas que não recebe-
ram a mais pequena pintura
nas vortas e janelas e noa-
tras, o que é pior, as janelas
não têm vidraças, vendo-se do
exterior as portas de madeira
muito negras, o que produz
péssimo efeito.

Não podiam os srs. pro

prietários dar remédio a coisa

tam simples ?
O eres

ALGUÉM “nos afirma que a
sacristia da capela de

Santo antónio tem sido utili |

zada para debulhas de milho!

E’ uma inadmissível falta
de respeito por um logar sa-
grado e estamos convictos de
que o Revº Pároco não está
a-par-do desacato.

“Por isso mesmo chamamos
a sua atenção para o caso.

DID

DENTRO de poucos meses
deve abrir na Sertã uma
leitaria.

AB
Casamento

Na pretérita 2.º feira celebrou-
«se nesta vila, na Capela de S.
Sebastião, o enlace matrimonial
da menina Sara Baptista Louren-
ço, prendada filha da sr.* D.
Clementina Maria Baptista e do
sr. Luiz Lourenço, comerciante,
da Sertã, com o nosso amigo sr.
Adolfo Cerveira da Costa, em-
pregado da firma comercial Raúl
Teixeira Lopo, Ld.”, do Póôrto,
filho da sr. D. Júlia Rocha Cer-
veira e do sr. Olímpio Cerveira
da Costa, funcionário público,
de Coimbra, sendo padrinhos os
respectivos pais,

Da cerimónia religiosa, reali
zada na maior intimidade, foi ce-
lebrante o Rev.º Vigário Fran-
cisco dos Santos e Silva.

Em casa dos pais da noiva
foi, poúco depois, oferecido um
lauto jantar, a que assistiram al-
gumas pessoas de família dos
nubentes e amigos.

Na corbelha da noiva viam-se
lindas e valiosas prendas.

Os nubentes partiram ontem
para o Pôrto, onde fixam resi-
dência.

Aos recém-casados, que pos-
suem apreciáveis dotes de caráç-
ter e coração, desejamos, since-
ramente, as felicidades que mes
recem,

nossos prezados assinantes
do Gongo Belga, Fer-
nando Pó e América do Norte

abaixo indicados, pedimos o
favor de regularizarem as suas
assinaturas com a maior urgên-
cia, pois que são tam elevados
| os encargos da manutenção dês-
te jornal e, particularmente, a
i expedição para o estrangeiro,
“que não nos é possível esperar
‘ indefinidamente pelo dinheiro.
A seguir aos nomes e mora:
das indícamos o número, desde
o qual é contado o débito :

Alberto Farinha de Oliveira,
Léopoldville, 174; Alberto Ta-
vares, Kikwite, 156; Amaro Sám-
pedro, Kikwit, 166; Cesar Pires,
U. S. A. 162; Eduardo Silvá,
Léopoldville, 174; D. Felismina
Gomes, U. S. A., 162; Isidro
Pires U. S. A., 162; João da
Mata Júnior, Aketi, 200; João
dos Santos, Léopoldville- Est, 206;
Joaquim Ferreira Machado, Fer-
nando Pó, 151; José Agostinho,
U. S. A., 201; José Esteves,
Fernando Pó 115; José Firmino,
U.S. A., 162; José Francisco la-
cinto, LisalacKarawa, 209; José
Martins Lopes. Inongo, 201; José
Pires, U. S A., 162; Sebastião
Farinha, Bagata S/ Kvwilu, 166.

A custo da assinatura é de
Esc. 50$00 por série de 50 nú-
meros.

DOENTE

Encontra-se internado na Casa
de Saúde de Santa Cruz, em
Coimbra, onde foi operado a
uma hérnia no sábado passado,
o nosso amigo sr José António
Grandela, dos Ramaihos, sócio-
-gerente da Sociedade de Pro-
dutos Resinosos da Beira Bai-
xa, Ea.

Sabemos que a operação de-
correu satisfatoriamente e que o
doente se encontra bem disposto.

Fazemos votos pelo seu resta-
belecimento e rápido regresso ao
seu lar. É

 

 

Professor Particular Diplomado

Habilita para os exames
de Instrução Primária, Ada
miasão ao Liceu e Postos
de Ensino por preços módi-
cos,

Informa-se nesta Redac-

 

 

ção.

 

“ANUNCIO

 

Faz-se ssber que por êste meio
são notificados os réus José An=
tónio Coelho, solteiro, de vinte e
três anos, contrabandiste, natural
da freguesia da Sé, da cidade de
E’vora e residente, antes de ser
prêso, na Quinta de São José,

daquela cidade, filho de António

Joaquim Coelho e de Pepétua
Maria; António da Costa, «O Pau
noias», solteiro, de vinte e nove
anos, trabalhador, naturel do los
gar e freguesia de Panoias, con-
celho de Ourique, e morador, an-
tes da prisão, em E’vora, emo sa
de Aurora das Neves, Moinho das
Areias, filho de Francisco da Cos:
ta e de Feleciana Sobral, esta já
talecida, Júlio Garcia Fontes, s’ le
teiro, de vinte e seis anos, fotó-

| grafo, natural do logar de Minas

de São Domingos, freguesia de
Corte Pinto, concelho de Mértola,
filho de Júlio Pedro Garcia Ln-
chou e de Maria Ana Fontes, e
António da Silva, solteiro, de vin-
te e oito anos, trabalhador, natu=

ral da vila e concelho de Matozie |

nhos, comarca do Porte, e Joa-
quim Domingos, » olteiro, de vinte
e dois anos, correeiro natural da
freguesia do Vimeiro, concelho
de Alcobaça, filho de Manuel Do-
mingos e de iBernardina Maria
Domingos, os três primeircs e 0
último evadidos das cadeias ci-

vis desta comarca, pronunciados

os quatro primeiros por despacho
de trinta de Novembro último, os
dois primeiros réus como autores
do crime de furto previsto pelo
n.º 4 do art.º 421 e punido pelo
0.º 4 do art.º 428 por força do $
único dêste último artigo, remis=
sivo aos números dois e sete do
artigo quatrocentos e vinte e seis
do Código Penal, e ainda como
autôres do crime previsto pelo
art.º 280 do Código do Processo
Penal e punido pelo art.º 242 do
Código Penal, e os dois a seguir
como autores do crime de furto
previsto pelo n.º 4 do art.º 421 e
punido pelo n.º 4 do art.º 428,
por força do $ único cêste último
artigo, remissivo aos números 2

e 7 do er’.º 496, todes do Cód go |

Penal, e sinda prenanciados os
réus José António Coelho, An-
tónio da Costa, «O Panoias». Jú-
lio Grarcia Fontes e Joaquim Do-
mingos, por despecho de 24 de
Fevereiro último, pelo crime de
dano, previsto pelo n.º 1 do art.º
473 e punido pelo n,º 4 do art.º
472, e quanto ao Joaquim Do-
mingos, cséó António Coelho, e
António da Costa «O Penolaso.
também pelo crime de farto qua:
lificado pelos n.º 2, 3e 4 do art.º
426 do mesmo Código Penal, tc=
dos ausentes em parte incerta,
para se apresentarem neste Tri-
bunel no prazo de trinta dias, a
contar da publicação do último
anúncio, sob pena de se prosss=
guir no processo à reveliafe de
poderem, decorrido que seja o
prazo dos éditos, serem prêsos
por qualquer pessoa do povo, e
o deverão ser por qualquer ofi-
cial de justiça ou agente de auto:
ridade, para serem entregues em
Juizo.

Sertã, 2 de Outubro de 1940
Verifiquei
O Juiz de Direito,
Armando Torres Paulo
– OChefe da 3* Secção, int.
Armando António da Silva

GERE a»

Curso Liceal

Protessor diplomado lec-
ciona o 1.º ciclo (1.º, 2” e 3.º
classes).

Nesta Redacção se infor=
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Faz se saber que pela sreeir.

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ta comarca, correm éditos de vin» inatrugao ima :
te dias, a contar da segunda pu-
blicação do respectivo anuncio,
citando os crôdores desconbeci= |
dos para no prezo de dez dias,
findos que sejam os éditos, dedu-
zirem o seu padido nos autos de
execução sumária, em que é exes
quente José Tavares Mouta, da
Sertã, e executados António Fere
reira Pimpão e mulher Maria Au»
gusta, do logar da Herdade, fres
guesia de Sertã. |.

Sertã, 8 de Outubro de 1940,

Verifiquei,
O Juiz de Direito,
Armando Tôrres Paulo
O Chefe da 3.º Secção, int.º,
Armando António da Silva

 

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na região, que são torrados é moidos para

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» Família, moído, . kg 5$00
» N.ºl,moído . : = Kg 8$00
» Extra : 5 : kg 12800
» em grão, torrado : A kg 7809
» > » extra-escolhido kg 12800

 

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Vida sacerdotal

 

, O Rev.º Cónego António
Martins da Silva, actual
Capelão dos srs. Condes
de Monte Real, festejou,
no passado domingo,
no Maxialinho, o 50.º
“aniversário da sua ot-

denação.

O Maxialinho esteve em festa
no pretérito domingo, dia do
50.º aniversário da ordenação do
Rev.º Cónego António Martins
da Silva, que, sendo dali natu-
ral, quis solenizar na capelinha
do logar as suas «Bodas de Ou-
ro> sacerdotais, cinquenta anos
devotados ao serviço da Igreja e
da Pátria com todo o entusiasmo

de alma e Fé inabalável.

Incêndio em matos & arvoredo

Na tarde de 2 do corrente de-
clarou se incêndio nuns matos
existentes numa propriedade sita
ao fundo do Barroco do Junco,

tencente a Manoel Cardoso, des-
ta vila e por culpa de uma sua
serviçal, que pegou fogo a um
molho de silvas sêcas cometendo
a imprudência de abandonar o
local antes do lume se extinguir.
Do molhojde silvas o fogo propa-
gou-se rapidamente a matos exis-
tentes no mesmo terreno, como
acima dizemos, e depois a outros
existentes nas mesmas proprie-
dades dos srs. José Ferreira Jú
nior, António Micael Coelho, Er-
nesto Crisóstomo e Manoel Nu-
nes da Silva. dalSertã, queiman-
do-se também, ainda que ligeira-

Foi muito solene aquela festa, ! ros, sofrendo, contudo, maiores

que deixou a todos os que a ela
assistiram, uma indelével e co-
movente impressão pela candura
e simplicidade de que se reves=

tiu.

Assistivam muitos convidados,
amigos, pessoas de família do
homenageado e bastante povo
às cerimónias relígiosas. A pe-
quenina capelinha estava cheia
de liéis e muitos, por falta de
logar, ficaram ao ar livre. Houve
missa cantada celebrando o Rev.”
Cónego Martins, acolitado por
– Mgr. Gonçalo Casimiro Noguei-
ra, prior de Belém, em Lisboa e
Rev.” P.S José Francisco, da
Sertã, e João Martins, do Castelo;
no côto, os Rév.º’* Vigário Fran-
isco dos Santos Silva e P.ºs
Ramalhosa e José
Baptista, da Sertã, José Parinha
Martins e António Bernardo, de

ntónio P.

Sernache.

Ão Evangelho sobe ao púlpi-

prejuízos, nas suas oliveiras, o sr.
Ernesto Crisóstomo. Os prejuízos
não vão além de q inhentos es-
cudos, segundo nos informam.

Alguns bombeiros, auxiliados
por diversos trabalhadores rurais,
conseguiram debelar o incêndio
depois de grandes esforços, evi=
tando, com a sua rápida e decidi-
da intervenção, que êle não to-
masse proporções de vulto que
seriam causa de incalculáveis pre=
juízos. :

fazer uma participação contra os
jornaleiros que, andando próxi-
mo do local do sinistro, se recu-
saram categoricamente a partici-
par nos trabalhos de extinção.

Gerir
HORA NORMAL

Na passada segunda feira, às
25 horas, foi restabelecida a hora

no Pocinho, Couto da Sertã, per-

mente, algumas oliveiras e pinhei-

A Direcção dos Bombeiros vai.

 

to Mer. Go çalo Nogueira, que
– profere uma sapientíssima oração,
“esmaltada de elocuções vernácu-
las, opulenta de retórica, verda-:
deiro hino a Deus, à Religião
Católica e à missão do Padre
como Ministro do Senhor o Seu.

— representante na Terra. O ora

“dor faz o elogio do homenagea-
do, sacerdote muito digno e vir-

“tuoso, que festeja as suas «Bo-

das de Ouro» por graça e por
entre as bênçãos de Deus. Im-
pressiona-se visivelmente quan-
do alude à sincera amizade que
os une há muitos anos, cimenta-
“da pelas mais profundas provas

normal, que havia sido adiantada
60 minutos por di

ploma de 17 de
Fevereiro último. ;

Toponímia da Serta

“À alteração, determinada pela |
Câmara, do nome de Avenida
Baima de Bastos para o de Rua
Gonçalo Rodrigues Caldeira, pro-
vocou taís protêstos, aliás bem
fundamentados, porque está pro-
vado que o Conselheiro Baima
de Bastos prestou relevantes ser-
viços à Sertã e a seus filhos, que

de dedicação.

A” missa seguiu-se Te-Deum

em acção de graças.

A’s 16 horas foi servido um
– magnífico jantar na residência do
Rev. Cónego Martins, a que as-
sistiram muitos dos seus amigos

nós, seja-nos lícito dizê-lo, lem-
bramos à Câmara que se continue
mantendo, ao antigo Trinchete,
a anterior denominação de «ÁAve-
nida Baima de Bastos», permitin-
do-nos sugerir que o nome do
ilustre varão Gonçalo Rodrigues
Caldeira seja dado ao largo do

pessoais, convidados e pessoas | Chafariz, o que não diminue, de
de família. Aos brindes usaram Torma alguma, cremos, a consi-

– da palavra os srs. António Al-
ves Barradas, de Maxieira (Ma-
ção) e P.º José F. Martins, que
enalteceram as quali lades do hos
menageado como sacerdote e

como cidadão.

O Rev.º Cónego Martins foi
muito felicitado e entre as deze-
nas de telegramas, cartas e car=
tões, que lhe foram endereçados
contendo as mais expressivas
manifestações de verdadeira es-
tima e da mais pura amizade,
destacamos os seguintes tele.

gramas:

Do sr. Cardial Patriarca de
Lisboa: «Felicito abençõo>»; do
sr Arcebispo de Mitylene: «Com
viva congratulação imploro abun=
dância bênção de Deus»; do sr.
Conde de Monte Real, de Cas-
cais: «Todos com o pensamento
e coração acompanhamos V. Re-
verênci: nesa data festiva»; do
sr. Luiz Sommer: «Do coração
o acompanho neste dia tam fes-

tivo».
%

Ão Rev.” Cônego Antônio
Martins da S’lva apresenta o di-.
rector de <A Comarca da Sertã»
respeitoscs cumprimentos, agra-
decendo o honroso convite, com
“que o distinguiu, para assistir à
comemorativa das
suas «Bodas de Quro» sacerdotais. |

linda festa

deração e respeito que devemos
ter pela memória de um dos mais
gloriosos sertanenses de ouiros
tempos.

Desta forma talvez ficassem
satisfeitos gregos e troianos.

ota) dd
D. Maria do Rosário Carronda

Foi colocada na escola de Al-
canena a sr.? D. Maria do Rosá-
rio Caironda, que se manteve 6
anos em Pedrógão Pequeno como
professora da escola feminina.

colega, dedicando às suas alunas
uma grande afeição, deixa na-
quela vila muitas satidades e a
população vai sentir, sem dúvida,
a falta de quem soube sempre
cumprir Os seus deveres e exer=
cer a sua nobre função de mestra
atravez de todos os sacrifícios.

Ailustre senhora apresentamos

mentos.
= Opep

EXAME

de Castelo Branco o menino An-
tónio Baptista Manso, filho do
nosso amigo sr. António A. Lo-
pes Manso, distinto professor
primário na Sertã.

Os nossos parabens.

 

Professora muito distinta, boa .

os nossos respeitosos cumpri-.

Concluiu o 1º ciclo no liceu:

À Comarca da Sertã

Mravés da Comarca
(Noticiário dos nossos Correspondentes)
Gasa do Povo — Pôsto Médico

SERNACHE DO BOMJARDIM, 6 —
Receberam consultas de Janeiro de
1940 até à data 319 sócios electivos
pobres.

Pagoa a Casa do Povo à Farmácia
até Junho e dêsde Janeiro do corrente
ano aos sócios efectivos que vieram a
consalta ao Pôsto Médico, 1 440800.

Consegaia-se o terreno que faltava
para constração do novo edilício e que
foi preciso juntar ao cedido já pelo
Sr. Dr. Gaaldim António de Queiroz e
Melo.

O depósito já existente para a cons-
tração da Casa do Povo é de 12.000800
(doze contos).

Além disso, a Casa do Povo já pa-
gou dos seus rendimentos próprios
1.056$95 (mil e cincoenta e seis escu-
dos e noventa é cinco centavos) de
débitos que foram transactos pela ou»
tra gerência. Este rendimento provem
do aumento de sócios efectipos e pron
tectores,

Noticias varias

 

 

O Clab Bomjardim está a construir
e será inaugurado tão depressa quan-
to possivel, o novo salão de baile junto
ao Teatro e Tenis; êste salão terá 124
metros quadrados de superiície.

— Em breve começam as obras no
Mercado e que o Clab ali vai fazer pan
ra o modernizar um pouco para aten=
der os vendedores do povo desta ire-
guesia.

— Esteve aqai um engenheiro que
veio lazer o estado para a instalação
das aguas tendo tirado a planta para
a colocação dos respectivos marcos
fontenários.

— A concorrência de veraneantes
ioi menor que no ano anterior.

<
ECgoa

PROENÇA A NOVA, 5 — Realiza
ram-se nos dias 14, 15 e 16 do mês
último grandiosos festejos nesta loca-
lidade, com uma procissão da Santa
Cruz no primeiro dia, onde se encorm
poraram centenas de fiéis.

O prodato dos festejos que se an-
garioa é destinado à constração dum
hospital para a Santa Casa da Mise-
ricórdia desta vila, sendo imensas ás
fogaças olerecidas pela população das
localidades desta Iregaesia. Darante
os três dias mencionados vimos mai-
tos conterrâneos que residem ióra da
terra natal, que aproveitando os fes-
tejos, vieram abraçar amigos e fami-
lia. No áltimo dia houve um desafio de
fatebol entre o Grapo Académico de
“Mação e o Grapo Recreativo Proen
‘cense, ficando o resultado 3 a 2.
– — Projecta o Grémio Recreativo
Proencense levar a eleito nos dias 14
a 18 do corrente mês uma excursão a
Lisboa, afim de visitar a Exposição do
“Mundo Português. O itinerário é o
seguinte: Proença a Nova, Tomaf,
Fátima, Alcobaça, Caldas da Rainha,
Lisboa, com visita a Sintra, Cascais e
Estoril. O regresso faz-se por Santa-
rém e Abrantes. É

egos

NESPERAL, 30 — Na sua Quinta
da Portela, encontra-se a descansar o
sr. Dr, António Dias da Silva, distinto
médico na Capital, e suas Exmas. Es-
pôsa e Filha.

Desejamos um merecido e agra-
dável repouso a S. Exas., a quem cum=
primentamos respeitosamente.

— Já retirou para Lisboa a Exma.
Familia do sr. José Martins que, como
noticiámos, se encontrava de visita a
êste st.

— Sairam, também, para a Capital
as sras. D. Maria Amélia, D. Adelaide
e sr. Francisco da Fonseca, que com
seus Exmos. Sobrinhos, srs. José, Vim
etur, Luiz e Carlos, estavam na saa
casa, nesta aldeia, a descansar.

— Encontra=se em vias de restam
belecimento o sr. José Pedro Alves,
que, como noticiâmos, estava de cama
com uma inieeção num dêdo, causada
– por um golpe quando tirava-casca de
jans sobreiros.

— Mais outro inverno está à porta
“e a estrada que liga Nesperal a Sern
nache ainda continaa a causar-nos ar-
repios ‘a cada inverno que se aproxim
ma. Mas não haverá meio de que esta
necessidade seja atendida ?

Temos falado, e falaremos sem-
– pre, embora saibamos que, por en»
quanto… «é malhar em ferro Írio».

 

— e
“Cheques depositados na
Tesouraria Judicial

se depositados cheques a favor
dos seguintes: Artur Antunes
Barata, de Pedrógão Pequeno,
19815; Elias Martins Pedro, da
Amoreira (Proenca a-Nova),

Escudeiros, 6$71; José Lopes da
Silva, da Sertã, 64140.

O prazo, para serem recebi-
dos, termina em 31 de Outubro
corrente e depois desta data
| prescrevem a favor do Cofre do
“Tribunal,

 

Na Tesouraria Judicial acham- |

265830; António Joaquim, dos.

Breves notas duma digres-
“São ao Algarve
por Silvânio
I

UANDO a camionete da car-
reira Lisboa-Vila Real de
Santo António, que ás 9 horas
partira de Lisboa, começou a su-
bir a serra do Caldeirão, já me
sentia saturado das intermináveis
planuras alentejanas cobertas de
restôlho e crestadas pelo sol es-
braseante da estação.

Não foi, por isso, sem uma
agradável sensação de alívio e
refrigério que avistei as primei-
ras amendoeiras e alfarrobeiras
da flora algarvia a anunciarem-
me o termo próximo da jornada.

Faro, de que, nesta altura, me
distanciava pouco mais de hora
e meia de caminho, e onde sa-
bia que gente amiga me esperas
va é ás minhas duas companhei-
ras de viagem, principiou, então,
mais nitidamente, a aflorar-me
na ideia como terra da promis-
são onde ía gozar, por alguns
dias, um convívio afectuoso e
hospitaleiro. Foi dominado por
êste sentimento de realidade, in-
teiramente confirmado, que, de-
pois de galgar a montanha e de
ter visto desenrolar á minha ro-
da novos e sucessivos cenários
da natureza, que atingi o destino
que levava.

A capital do distrito estende-
-Se por uma vasta planície do li-
toral. As ruas são, em regra, bem
alinhadas e limpas. Predomina-
ram ali os edifícios de rés-do-
chão.

Se ainda há bastantes de dois
pavimentos são ra os os de três.
Tem alguns jardins razoáveis en-
tre os quais a denomida Alame-
da, recinto espaçoso, cortado ao
meio por uma extensa rua de
palmeiras de grande porte.

Comercialmente, Faro mostra
bons estabelecimentos. Para a
sua vida de café, além de outras,
dispõe duma casa ampla instala-
da com certo luxo e confôrto.
Existem na cidade alguns tem-
plos dignos de ser visitados co-
mo a Séeas igrejas do Carmo
e S. Francisco, notáveis pelos
seus interiores revestidos de azu-
lejos e talha dourada. Entre os
costumes populares que desco-
nhecia, fui encontrar no Algarve
o da venda de peixe em bicicle-
ta, Os peixeiros levam atrás de
si, a cada lado do selim, um ca-
baz fundo com o artigo do seu
negócio.

A verborreia algarvia de que
reza a tradição, não a notei. Pe.
lo menos, através dos locais
mais movimentados por onde
passei, paraceu-me não ser su-
perior à das demais províncias
portuguesas,

Há uma coisa que, logo de
entrada, impressiona quem che-
ga ao Algarve: a sua magnífica
rêde de estradas, que pertencem,
incontestávelmente, ao número
das melhores e mais bem cuida-
das do paí:.

Os que puserem suspeita nes=
ita afirmativa só têem que ir ve-
rificar a sua veracidade. A facha
de rologem, alcatroada e lisa,
perfeitamente limpa de areia,
| permite que os automóveis an-
“dem nela sem trepidação sensi-
vel dando aos ocupantes a im-
Foro de girarem sobre super=
‘ fície polida,
| A-par-desta comodidade, as
, estradas algarvias encantam pe-
|la sua fisionomia no quadro da
| paisagem que as envolve,

Em alt rnativas com cordões
de ilores e arbustos que as la-
deiam, todas as pareies e muros
marginais se encontram arga-
massados e caiados de branco,
formando por vezes alas com-
pridas que, vistas a distância e à
“medida que nos vamos aproxi-
“mando, parecem abrir-se para
nos dar passagem. Este arranj»
e conservação são fâcilmente
compreendidos pelos viajantes ao
encontrarem sempre nos seus
postos de trabalho os respecti=

1

3

Es, ua ES, UI HE, pa,
s ED SS AS Y% 4º O
ta fa? ta? taí “au ta

ea : 7 a
? AGENDA 4

Das termas de Monfortinho
regressou à Sertã o sr. Dr.
Carlos Martins.

“— Do Maxialinho regressou
a Lisboa o sr. Cónego 4. Mar-
tins da Silva.

— Estiveram: na Sertã, os
srs. àr. José Nunes da Silva,
de Lisboa. Engenheiro Barata
Corrêa e família, de Faro, dr.
H. Soares Craveiro Feio, aci-
dentalmente em Chão do Coa-
ce e Joaquim Ferreira, de Lis=
boa; no Maxialinho, os srs.
Dr. José Barata C. e Silva e
Marciano de Almeida, espôsa
e filhos, de Tomar e Eduardo

Barata de Almeida, de Alhan:

dra.

— Da Sertã regressaram à
Parêde o sr. Ernesto Leitão e.
espôsa.

— Retiraram para Lisboa:
de Entre-a-Serra, o sr. Antó-
nio Dias; da Arnoia, com sua
família, o sr. dr. José Antônio
Ferreira e da Malpica, com sua
família, o sr. Joaquim Calado.

— Retiraram de Pedrógão
Pequeno : para Leiria, com sua
família, o sr. dr. joão de Bar-
ros Morais Cabral e para Car-
nide, com sua familia, o sr.
Capitão Raul Vidigal.

Aniversários natalícios :

12, D. Maria dos Prazeres
Vieira e José Lopes Ribeiro
Tavares, Lisboa.

Parabens

«tod pd

Em benefício dos Bombeiros
Voluntários da Sertã

O sr. Ernesto E. de Carvalho
Leitão, comerciante em Lisboa,
entregou à nossa Corporação de
Bombeiros a quantia de Esc.

50800.
ant

Conferência Médica

Na noite de segunda-feira, por
cerca das 21,30 horas, realizou
no Teatro Tasso uma interessan=
te conferência, subordinada ao
tema «<A Castidade nas suas re-
lações com a Moral, a Medicina
ea Higiene», o srt. dr. Acúrcio
Castanheira, distinto facultativo
municipal no visinho concelho
de Proença-a-Nova.

A’ mesa presidiu o sr. dr.
Armando Tôrres Paulo, meritis. |
simo Juiz da Comarca, secreta-
riado pelos srs. drs. Carlos Mar-
tins, presidente da Câmara e José .
Carlos Ehrhardt, médico munici-

pal. aposentado.

Fez a apresentação do confe-
rente e justificou a utilidade das
palestr:s públicas de carácter so-
cial o sr. dr. Angelo Vidigal,
delegado de Saúde do nosso
concelho.

Dada a natureza do assunto
que se ia expor e a competência
profissional do sr. dr. Acúrcio
Castanheira, a reiinião despertou
geral interêsse e foi ouvida, com
muito agrado, por bastantes in-
divíduos do sexo masculino
maiores de 17 anos da Sertã e
Proença-a-Nova. Os visitantes,
em número bastante apreciável,
fizeram-se conduzir numa ca-
mioneta.

O conferente foi muito aplau-
dido.

ES Seia

vos cantoneiros exteriorizando a
ordem e disciplina que preside
aos seus serviços.

As curvas das estradas são di-
vididas, ao meio, por uma, bali-
za pontoada a branco que, cha-
mando a atenção dos motoristas,
lhes demarca nitidamente o lado
por onde devem seguir. Niguém
dirá que êste processo de sina-
lização não oferece uma maior
segurança nos sitios onde mais
facilmente as viaturas podem

chocar se. .
(Continua)tinua)

 

@@@ 1 @@@

 

À Comarca da Sertã

 

Lc re cp
sir er Ierenam ira romena rear a aaareas sense me

IA ACÇÃO -REGIONALISCA

“Beira Baixa na cullura da tepra- Alguns males remédios

 

por F. de Pina Lopes

NL

Afirma-se acima que o aumento da
produção agrícola precisa de ser acen»
tuado, e assim é de facto.

Mas, para a obtenção de semelhan-
te objectivo, seria muito conveniente
despertar nas populações rurais o ver-
dadeiro amor pela terra, desideratum
que mais facilmente poderia ser conser
guido se estas observassem os conse:
lhos dos técnicos, e lhes fôssem minis-
trados salutares ensinamentos em Es-
colas da especialidade, regionais, que
a Beira Baixa — triste é dizê-lo — ain-
da não possue, apesar-de ser uma re-
gião assás vasta e propícia às mais va-
riadas culturas,

E tanto assim é, que sendo Castelo
Branco, por exemplo, o segundo dis-
trito do país na produção de azeite — o
segundo em quantidade, mas o primeiro
em qualidade! — ainda não conseguiu
sequer ver criada, a não ser no papel,
a sua estação de Olivicultura ou Olei-
cultura (1).

De maneira que nesta Província (ex
cluída a Covilhã com uma magnífica
Escola Industrial), quem quizer adquirir
alguns conhecimentos gerais tem de ir
para o liceu que, pelas suas clássicas
normas de ensino, em vez de despertar
o amor pela vida sádia dos campos, an-
tes indirectamente concorre para o des-
prendimento da terra por parte daquê-
les que junto dela nasceram. Pois que
nem sequer os que nenhum aproveitas
mento, capaz, ali conseguiram obter, se
resignam a querer para a mesma voltar.

E preferem assim, em vez do seu
regresso à agricultura, donde nunca de-
viam ter saído, se, em muitos casos,
houvesse a verdadeira noção das pro-
porções, ir engrossar a legião dos man-
gas de alpaca, onde muitas vezes aca
bam por suportar escusadas privações,
enquanto as terras que herdaram na al-
deia ficam entregues aos rendeiros que
— se excepcionalmente as não ctrui-
nam — tambem, em regra, as não me-
-Jhoram.

Ao passo que, se tivessem adquiri-
do conhecimentos gerais sôbre a mor
derna técnica agrícola, numa Escola da
especialidade, é certo e sabido que vol-
tariam à terra, senão todos, pelo menos
uma grande parte dêles.

E estariam assim libertos da p-eo-
cupação do emprêso-mania, que fica
sendo a sua máxima e obsecante preo-
cupação. E que é tambem — nem mais
nem menos — a consequência lógica da
sua máxima falta de preparação pata
a luta pela vida, numa concorrência
leal, honesta e nobilitante de todos os

dias.
é

O que fica escrito, representa o sim-
ples esbôço dum vasto problema que
alguma coisa poderá interessar à vida
das populações rurais, quer scb o ponto
de vista económico, quer sob o ponto
de vista social, e que a escassez de
tempo não me permitiu desenvolver um
potico mais.

E nem a fisionomia dum Congresso
Regional, como é aquêle a que vai ser
presente, pela quantidade e variedade
dos assuntos que deverá discutir dentro
dum assás limitado espaço de tempo,
se compadeceria com q estudo de tra-
balhos extensos e maciços, como são,
em regra, os desta natureza. Mas ser-
virá, quando menos, para esclarecer e
pe certo modo documentar as seguin-
es:

CONCLUSÕES

I— E” considerada de necessidade
urgente a criação dum Corpo de Polix
cia Rural, dependenté do Ministério da
Agricultura e dirigido, em cada Região
Agricola, pelo Ag’ónomo Chefe da res-
pectiva Brigada.

IH — E’ altamente aconselhável, para
melhor aproveitamento da terra e
maior produção, agricola e pecuária, o
revestimento com árvores de fruto, tais
como sobreiros, castanh-iros, oliveiras
e carvalhos, etc., dos terrenos desar-
borizados que se achem submetidos ao
regime trienal da cultura do trigo 2 do
centeio;

Esta arborização, que deve estar
completamente concluída no prazo de
20 anos— à razão de 1/20 por cada

ano — será feita pelo lavrador, em obem
diência às regras estabelecidas pelos
técnicos e oficiais, mediante um subsídio
compensador dado pelo Estado por
cada árvore plantada.

WI — E” igualmente aconselhável a
imediata plantação de salgueiros, frei-
xos, ou de árvores semelhantes, junto
das margens das ribeiras que atraves»
sem beiradas fecundas submetidas ao
regime anua! de duas culturas.

Esta plantação, que deverá estar
concluída no prazo de cinco anos, será
feita por conta dos respectivos proptie-
tários, em troca da autorização, que o
Govêrno lhes concede, para plantarem
uma videira junto do tronco de cada
árvore, destinada a embarrar pela
mesma.

IV — Conquanto a Polícia Rural se
destine a moralizar os costumes e a
impôr o respeito pelo património co-
lectivo, e a plantação das árvores ve-
nha, tambem, a concorrer para o em-
prêgo de muitos braços desocupados,
bem como para o aumento de riqueza
nacional, cuja: patte correspondente à
sua maior valorização o fisco irá, na
devida altura, buscar para os cofres
públicos; por oatro lado, dêsde que a
propriedade rústica deve, em princípio,
ser cultivada por conta do respectivo
proprietário, o Estado ainda pode tirar
determinada compensação :

a) — Numa pequena diferença de
contribuição da propriedade cultivada
por -conta des rendeiros, desde que a
mesma não seja pertença de:

1.º — Menores de qualquer sexo, ór-
fãos de pai;

2.º — Mulheres solteiras ou viúvas,
dêsde que seus pais estejam abrangidos
pelos N.º 4.º 5.º e 6,º da presente alí-
nea, ou não tenham pai;

3.º — Institutos de Assistência e Be-
neficência;

4.º —Indivíduos desempenhando cer-
tos cargos públicos, em presença de
provas especiais prestadas, que obriga-
toriamente tenham de ser desempenha-
das em locais afastados daquêles em
que se encontrem as propriedades;

5º— Indivíduos com setenta ou
mais anos de idade, e aquêles que esti-
verem manifestamente incapacitados;

6,º — Indivíduos que, vivendo nor-
malmente em concelho diferente daquê-
le em que se encontrem propriedades
suas, ali cultivarem terrenos de exten-
são e produção aproximada.

b) — Numa. pequena diferença. na
Contribuição de Registo, por titulo gra-
tuíto, salvo quando se trate dos indivi-
duos e pessoas morais mencionadas
nos diferentes números da alínea a), a
lançar na parte da propriedade do her-
deiro que não se comprometer a cal-
tivá-la, e a não fazer a sua alienação
durante o prazo de dez anos a partir
da data da posse; e no duplo daquela
mesma Contribuição, a todos os que
fazendo tal declaração a vierem a des-

“respeitar ou a iludir;

c) — No duplo da Contribuição Pre-
dial, a lançar sôbre todos os terrenos
“coutados para caça;

d) — No produto duma licença espe-
cial para caça. a exigir a todos aqueles
que, vivendo normalmente em determi-
nado concelho, pretendem temporaria-
mente caçar em concelho diferente do
da sua residência habitual.

V — Torna-se necessário e urgente,
solicitar do Govêrno da Nação a insta-
lação de Escolas Agrícolas nos distri-
tos beirões, que ainda não possuem esta
modalidade de ensino técnico.

Setembro de 1940.

(1) Na penúltima reorganização Agri-
cola, promulgada pelo Ministro Linha-
res de Lima, foi criada uma Estação de
Olivicultura em Castelo Branco; na úl-
tima reorganização, do Ministro Dr.
Rafael Duque, a instalação será indica-
da por proposta do Conselho Técnico,
ou superior. E assim, nem o distrito de
Castelo Branco, com 52,7 por cento da
sua população ocupada na Agricultura,
nem o da Guarda, onde se regista igual
percentagem, possuem uma única Escox
la Agrícola, onde possam ser ministra-
dos os indispensáveis conhecimentos
técnicos a todos aquêles que vivem da
terra e para a terra vivem,

DESASTRE

Prancisco Martins Leitão,
casado, jornaleiro, do logar do
Vale da Galega, freguesia de
Pedrógão Pequeno, quando, no
dia 1.º do corrente, conduzia um
carro de lenha puxado a bois,
por um caminho muito acidenta-
do, o veículo desequilibrou-se,
caiu, colhendo-o; o pobre ho-
mem ficou grâvemente ferido,
tendo sofriio mais de uma frac-
tura no maxilar inferior, Veio
para o hospital da Sertã, onde
lhe foram prodigalizados cuida-
dos pelos srs. drs. Vidigal e Lu-
cas e no dia seguinte ingressou
no hospital de S. José, em Lis-
boa.

 

Manifestos litigiosos de
capitais

Desde 1 a 15 do corrente de-
vem ser apresentadas nas Sec-
ções de Finanças as certidões
extraídas dos processos sôbre o
estado litigioso das respectivas
dívidas, a-fim-de não serem apli-
cadas as multas.

Convém por isso, -que os in-
teressados solicit-mpdesde já es:
sas certidões a-fim-de poderem
ser passadas e entregues até 15
do corrente.

 

Este número foi visado pela
Comissão de Censura
de Gasício Branco

 

DA =—

«COMARCA DA SERTû

O nosso jornal vai, junto
dos srs. Presidentes das Jan-
tas de Freguesia da Comarca,
inguirir. no capítulo de obras
de interêsse público, dos me-
lhoramentos realizados após
o Movimento de 28 de Maio e
daquéles que se pretende efe-
ctivar — Para êsse fim diri-
gir-lhesá um ofício nos ter=
mos que seguem :

O jornal «A COMARCA DA
SERTû, que tem por lema a
defesa dos interêsses de tôdas
as freguesias da Comarca, pelos
quais tem pugnado, sempre com
o maior entusiasmo e através,
mesmo, de todos os obstáculos,
prosseguindo na sua acção de
bem-servir e marcar como ele-
mento de utilidade, resolveu sos
licitar a indispensável colabora-
ção-de cada um dos Ex.” Pre
sidentes das Juntas de Preguesia
para organização de um inquéri-
to-sob as seguintes bases :

 

1.0 — Quais os melhoramentos pú-
blicos obtidos por essa freguesia dus
rante a vigência do Estado Novo ?

2.º — Qual a importância das com»

participações dadas pelo Estado, pela.

Câmara Municipal dêsse concelho e
pela Junta de Freguesia ou ainda por
qualquer outra entidade relativamente
a cada melhoramento ?

3.º — Houve alguns melhoramentos
obtidos com o auxílio particular ? Qual
o seu valor ?

4.0 — Há algumas obras de interês-
se público actualmente em execução ?

5.o — Hã algumas obras a iniciar,
para as quais já tenha sido obtida
comparticipação do Estado ?

6.º — Há alguns melhoramentos pe-
dídos para os quais ainda não esteja
assegurada a comparticipação do Es-
tado ?

7.º — Projecta esta Junta ilevar a
efeito alguns melhoramentos para os
quais ainda não solicitou comparticipar
ção ? Quais ?

8º — Têm sido efectuadas algumas
obras, devidas, exclusivamente, ao
auxílio da Câmara Municipal, da Junta
de Freguesia ou de entidades particu-
lares ? :

9.0 — Essa Junta de Freguesia ten-
ciona levar a efeito algumas obras com
o auxílio do imposto braçal ?

Êste inquérito deve abranger,
apenas o período desde o Mo-
vimento Patriótico de 28 de Maio
de 1926, agradecendo eu, desde
já, que as informações sejam
apresentadas até ao dia 15 de
Novembro próximo.

As respostas deverão ser con-
cisas e claras tanto: quanto pos-
sivel.

V. Ex.º, a propósito de cada
resposta, pode fazer as conside-
rações que julgar úteis.e, no que
diz respeito a melhoramentos
pedidos e para os quais não foi
obtida comparticipação, convém
justificar as vantagens da sua
efectivação.

Êste semanário tem todo o
empenho em colaborar com essa
Ex.” Junta na obra de engtan-
decimento que se propõe reali-
zar a bem dos povos dessa fre-
guesia, tam certo é que assim
ela executará o seu mandado em
obediência ao pensamento do
Govêrno de Salazar, cuja alta
missão tem sido e continuará a
ser a defesa das classes humildes
e o constante engrandecimento
da nossa Pátria.

Agradecendo, desde já, a me-
lhor atenção de V. Ex.” para o
meu pedido, tenho a honra de
me subscrever com a máxima
consideração

“Mt.” at.º ven.” e obrigd.
0 Director de «A COMARCA DA SERTû
“* Eduardo Barata

LP

FEIRA DAS VARAS

Efectua-se, nesta vila, no pró-
ximo dia 15, a tradicional Feira

das Varas. .
Em

Assinatura liquidada

O sr. Júlio Franco de Matos,
de Sobreira Formosa, liquidou
o seu débito de 6850. Agrade-
cemos,

| A gente da
Não sei o que hei de dizer
Da gente da minha terra

Sobe ao monte, desce ao mar,
Ama a paz e vai à guerra,

Sobe ao monte e traz de lá
Os frutos do seu amor,

Das terras que anda arando
Por entre as fragas da dor.

A gente da minha terra

E” simples e sonhadora;
Nas caravelas do Gama
Ei-la que vai pelo mar fora.

Onde está a dôce paz
Divinal e sorridente ?

Oh sim! Está na;minha terra,
Va terra da minha gente.

Intrépida e valorosa

Oh gente brava da guerra!
Não sei que mais contarei
Oh gente da minha terra!

Hei-de sempre recordar
Aquelas belas cantigas,

Que em tempos que já lá vão
Escutei às raparigas.

SA E

minha terral
MEIN

Oh sino da minha terra

As vezes que não te ouvi!

Os teus ais falam dos meus
Mas eu já os não ouço aqui.

São as mondas, sestas e feiras
Romarias e trindades,

As regas, serões, descantes
Malhas, ai que saudades.

Saudades tenho tantas,

Dos contos que onvi contar;
Contava-os o meu avô

Era o encanto do lar.

Ai sorrisos e conselhos

Ai beijos de minha mãi!
Dêsses tempos que já fóram,
Lá fóram e já não vêm.

Oh gente da minha terra!
Oh gente das romarias!…
Alcandorada na serra

Oh gente das serranias!

Sei lá o que hei-de dizer
Da terra da minha gente! ..
Nem se sabe o que se diz
Nem se diz o que se sente ..

BONIFÁCIO DA CRUZ

“Casal dos Carvoeiros” do

Vale do ago

Como oportunamente noticiá
mos, a Câmara Municipal do nos-
so concelho enviou à Exposição
de Castelo Branco, aberta duran
te as festas provinciais comemo-
rativas dos centenários, um «Ca-
sal de Carvoeiros» do Vale do
Laço, freguesia do Troviscal, duas
típicas e interessantes figurinhas
vestidas ao rigor de 1850, traba-
lho paciente e artístico do pintor
e nosso amigo sr Pedro de Oli-
veira, da Sertã, que não se. pou-
pou a esforços para que a repro-
dução da indumentária fôsse tan-

to quanto possível fiel, o que con
seguiu, merecendo a apresentação

do «Casal» gerais encórrios.

Vamos agora dar uma simples |
“descrição da indumentária :

Ela—Lenço antigo rosado, ca-
misa de estopa, saía de estame-
nha, saiote de casteleta, saia de
cima de estamenha com infusão
de tinta preparada segundo a
época (fúngão e cascas cosidas),
avental, algibeira solta (dentro
dos bolsos do avental seguiam

“castanhas e moedas portuguesas

da época), blusa de chita, meias
de algodão de fabrico caseiro e

ligas, sapatos de cabedal com

brocha de orelha e cordões de
cabedal, capucha de burel antigo,
Junto da mulher fica a saca de
carvão e rodilha de trovisco; a
saca tem os pauzinhos na bôca.

Ble—Para a confecção do fato
do homem houve maiores dificul
dades do que com o da mulher,
devendo-se ao sr. dr. CarlosiMar-
tins o modêlo do chapéu, que é
de abas largas e reviradas, fabri-
cado com fazenda usada na época,
tendo, ao lado, a borla; camisa
de estopa, ceroulas de linho ca-
caseiro (sem nastros porque não
se usavam então), calça de sorre-
beque (feitio de alçapão e justa,
à bôca de sino, com bolsos per-
pendiculares e abertura horison-
tal), colete sobreposto, de gola,
jaqueta (cujo modêlo foi difícil
de arranjar) feita de sorrebeque
com botões de cartão forrados de
fazenda e marcas na camisa e
ceroulas; não levava meias porque

|os homens não as usavam; cacete

de ferrão e sapatos (feitos pelo
mesmo processo do que os da
mulher).

0 +
INSTRUÇÃO

Foi transferida do posto esco-
lar da Catraia Cimeira, fregue-
sia de Montes da Senhora, para
a escola da Casa do Povo de
Sobreira Formosa a sr? D. Su-
sana Lopes Manso.

 

VAMOS BIB |
O banho

Discutiam, numa venda do in-

 

terior de S. Paulo, quatro «ca-

maradas» sôbre as vantagens e
desvantagens do banho, Foi con-
siderado, aliás, por unanimidade,
que o banho era prejudicial. Re-
solveram, então, lazer uma apos-
ta. Ganharia o que menos toma-
ra banho na vida Começou um :

—Eu só tomo banho todos os
dias 15 de cada mês!

— E? pouco para mim — retru
cou um outro — pois eu só tomo
banho na véspera de Natal!

—lIs-o tudo é café pequeno
para mim—dissê o terceiro —pois.

eu só tomo banho nos dias 29
de Fevereiro! e Ca e
Faltava o último: Esse ficara
mudo como se meditasse. Os
amigos interpelaram-no : |

—Como é? Então você não
diz nada? :

— Vocês, falaram tanto em ba-

nho que eu estou com vontade
de tomar um, só para saber O
que é isso…

(De Vamos ler!)
E

«Aossa Senhora de Paris»

Exibe-se depois de àvanhã
sábado, no nosso cinema, êste
surpreendente e extraordinário
filme, extraído da obra notabilis.
sima de Vitor Hugo.

E” digno de especial referência
em «Nossa Senhora de Paris»:
a caracterização verdadeiramente
inconcebível de Charles Lau: hton
interpretando «Quasimodo»; a
reconstituição da cidade de Pa-
ris do século XV ; a reconstitui-

ção igualmente fiel em todos os

seus pormenores da farosa cas
dral de Notre Dame ; o guarda:
roupa, vasto, rico e autentica-
mente da época, que veste uma
figuração de muitos mihzres de
personagens ; o arrojo da reali-
zação, que ultrapassa os maiores
rasgos de audácia que o cinema
até hoje registou.

-Apeieipetag
Publicação recebida

Com amável dedicatória fois
-nos enviado, pelo sr. João Jor
ge Rodrigues, de Lisboa, um
exemplar do opúsculo de que é
autor, «Uma Obra de Assistên-

cia Termal nas mais prodígiosas

águas minero-medicinais das Bei-
ras», tese apresentada ao VII
Congresso Beirão, recentemente
efectuado em Viseu, trabalho
que foi aprovado por aclar ação,
tendo sido seu relator o sr. Co-

ronel de Engenharia A. Lopes

Galvão.
Agradecemos,