A Comarca da Sertã nº676 05-12-1949

A Comarca da Sertã

Representante em Lisboa:

João Antunes Gaspar L. de 5, Domingos 18 r/t – Tel. 25505

Director Editor e Proprietário:

Eduardo Barata da Silva Corrêa

Publica-se nos dias 5, IO. 15, 20, 25 e 30

Sertã, 05 de Dezembro de 1949

Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interesses  da Comarca da Sertã Concelhos de Sertã, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei:  Freguesias de Amêndoa é Cardigos [do concelho de Mação] (Visado pela Comissão de Censura)

Ano XIV     Redacção é administração: Rua Serpa Pinto — Composição e Impressão: — GRÁFICA CELINDA, Lda. — SERTÃ Nº676

Clhgrnm adudo a tra morte esprra
“Aquelas que chorando a memoraram;
As lágrimas choradas não secatam
Noz snudwsus campos da ternura,
Senta entre me santas pela má venia,
Rainha mais que Lodas que FeinAram;
Arinda, ca lets nmores nÃo passara,
É és sempre bela e viva e Ioirn e para.
(O) linda, sonha rá, posta em sosseno
No tem metlmento de nles pedro fina,
Coma vutrore no fonte do Mondego.
Dorme, sombra de graço e de ssa fade,
Colo degneço, ainór, moça, menina,
Bemcamada pur fada e cternldade]
Ajunso Lopes Vieira
RECEIO em
NOTICIAS DE CERNACHE
O COMP a ma persisiênio
que desde Domingo ten caido sobre
esta pocoação tem prejudicado imens
so à apinha da azeituna, estragan
do-se alguma.
“Foraando da Mata — Acompanha
Vaz Serra. sa, sr” D. Maria
Ivone R. 5. Vaz Serra, regressou de:
Paris, o sr, Fernando da M. Vaz Serra,
onde esteve alguns dias, cm vila»
mem de ndpeias, encontrando-se, nese
ta luvalidade, em companhia de seus
pais.
Companhia Viação — Esto impor
tante empresa
Garnacha, Lda. de transportes
públicos de passageiros vai pôr à disa –
posição do público, nos princípios do
proximo ano, mais dois laxdosos fis
tocarros da marca «GUY ARABs,
com lotação pára 40 passageiros,
coda.
A Viação Sernache tem procoram
do servir bem o público, não sc pod
pando a despesas—tacto bem patena
te—pela renovação do seu material
com o que há de imáis confortápel E
múderno.
José Craveiro da GIuz — encontras
sc internado nam dos quartos partieulares
do Hospital da Universidade,
cm Coimbra, o sr. José Craveiro da
Crdz, qué doi submetido a melindros
St operação. O docente Lem exporia
mentado sensipeis melhoras, espérândo
dentro de breves dias regreso
sar à suá casa, em Cernache. Deses
júmos-lhe rápides melhoras.
Clube Bonjardim — gm harmonia
com os Estalutos desta associação,
vai proceder-se no próximo Domin=
go, dia 4 do corrente, à eleição da
nova Direcção para a gerênciade 1950,
Dr, Farreira da Silva — por notícia
pablicada nam dos jernais do Norte,
sabemos que falecer em Loanda à
Sr. Dr. Anlónio Ferreira do Silva,
ue durante alguns anos, exerceu As
tonções de notário nesta localidade,
oihdc grangeara simpatias e amizades,
As hossas condolências.
impressões
da Madeirá
Pele Dr. ]. Barata de Almelda
O aglomerado popalacional
da Madeirã estende-se através
de encosta suave no seio verde
do vasto € belo ambiente arborizado
da serra de Alvelos.
A extensa cadeiu de serras
que a envolve e, em cujo sopé
corre o Zêzere, irrequieto é impe-
Ldoso, constitai uma das mais
graciosas sinlonias de contrastes
natúrais, que pode obser-
Var-Se.
Igreja da Madeirã
Não admira por isso que quem
contempla a Madcirã e secs arredores,
cenário tão amplamente
dotado, se deixe cxtasiar pelas
cores graves de pinhais imensos,
olivais exuberantes ec matagais
entrelaçados, de troncos e ramagens
espessas, onde a luz solar
penetra com dilicaldade, aqui e
além interrompido pelo verde-claro
de hortas que sc alinham lagidiamente,
como que envergonhadas,
ao longo de ribeiros de
águas jecumndantes.
Quer as chuvas copiosas do
Outono e do Inverno invadam os
Seus campos, ou as navens imponentes
e caprichosas, parecendo
castelos viandantes guarnecidos
por hipotéticos cavaleiros, procarem
dominar o infinita nzol, filtrar
os raios que da estrela vivilicante
em hicrática oração caiem
sobre a terra bendita que circunda
a Madeirá, quer a poalha clarividente
da forja dc Verão que
lhe dá am colorido especial, nada,
absolutamente nada, transhorma
a maravilha que nos Invade.
a alma plena de motivos de
: (Concluso na 4º pág
Novo Café —PVão já adiantadas as
ubras do novo café, propriedade do
ar. Júlio Leitão,
Cernache, 1-142-049
A. Guerra
N.º 876
He E NE AEE ee AEE a nd e E E E E E E IS MAR MD E E E
Brasil, terradesonho,
de beleza e de amor!
O nosso estimado patríeio Augusto Bernardo Alves, dias antes
de regressar à cidade do Recife, confia à «Oamarea da Sertãs
ligeiras impressões sobre os portugueses do Brasile o
valor da Colónia do Concelho da Sertã naquela formosissia
ma cidade do Estado de Pernambuco, onde existe o “Centro
Sertaginense»,
Enlar do Brasil é sentir mma palxão
ofstinada por esse Formosissimo
país de marovilha, retrato fiel e
puro deste bendito Portogal, que O
descobra, colônizos é formõao à soa
imagem, que o defendea c por ele
perted SC SONqUe gêNncroso Nessas
lutas homéricas contra a ambição
estrangeira, contingando a dedicnra
lhe, pelos séculos fora, 0 carinho que
apenas se vota aos filhos estremes
cidos!
Falar do Brasil-ainda mesmo
para aqueles que nancça o viram e
admiriram–É como sentir a seudade
prolunda por ama pesson GuIC par
| Tece Ser mullO nossa pelo glecto, €..
“o como que-sentir a jndizípel-alegria
de relembror alguém do nosso gana
que e se recorda com verdadeia emos
ção entre o Lorpelinho de pensamena
tos onde se funde toda a gama de
alegrias e tristezas, de sonhos e ilum
sõcs desleitas.,.
E porque o Brasil é muito dos
portugueses pelo coração, É como o
prolongamento da Pátria Lasitana,
que, se sonbi descobrir essa Terra
Miraculosa, lambém se enobrecéi
atraindo-a € conquistando-a para O
Seu sejo ardente, cobalondo-a é fas
zendo-a palpitar de gratidão c de or=
gulho na sagvidade doma carícia que
só uma mãe pode experimentar pelo
lilho estremecido e dilecto !
Praza à Deas que este cstreitas
mento de laços entre as duas Pátrias
Irmãs se mantenha vivo « pla
rene pelos tempos fora porque esse
é o melhor sinal da saa nunca desmentida
glória, porque ai reside o
traço indelével da mais cxtroordind=
ria devoção que porventoro algam
dia haja unido duas nações no jon
guissimo período da história da Han
manidade.
Sentimentos, afectos, nama pala»
vrn, a mais bela amizade c a mais
limpida « serena confiança aproximam
as daoas qloriosas Nações
dAquém c Além=Atlântico na aspiração
sublime de manter sobre o
Mundo desonstinado de nossos dias,
com todo o fulgor c grandeza, à Ci
vilização Cristã, de que tem irradios
do aquela força espiritaal, que, no
decurso das Idades, sc há desentram
nhado em génios prodigiosos, em hes
roísno, em portentosos rasgos de
amor noumeano |
E’ talvez por isso que a mão de
Deus aspira a conduzir Portagal é
Brasil pela senda da Cilória, traçando,
à sua volta, à aúréola radivsa €
deslumbrante dos mais belos destin
nos, onde cabem os esperanças de
todos os Povos que bascam a Felix
cidade,
Epa
Henry Vallotton diz, no prefima
balo da soa preciosa obra literária
elirasila:
«O Brasil não é um Estado, mas
um mundo, cuja descoberta por Can
bral, em 1500, finda prossegue nos
nossos dias, Um mando pa san
supordicic de mais de oito milhões e
meio de quilómetros quadrados, pés
los 4,40) quilómetros que sépnram
& sua lronteira oriental da costa do
Ailântico, pelas suas praias de 8.000
quilómetros sobre o Oceano, E” aln=
da om mundo pela diversidade das
sms paisagens é do seu clima-—tror
pleal, aqui, temperado sculã—; pelas a ai
-Suasriquezras maternas cdectodas cas Ea Ea dE qu rio ci
expécics; pelas cordilheiras de moúnlanhas,
os rios cas flúrestas que O
ntravessam, que o isolam, que q des
iendem € parecem prolongar até ao
infinito os seas limites políticos.
Não tenho a tola pretensão de
ter penetrado em toda este mundo:
uma vida inteira mal bastaria pára
isso. Darante ama missão diplomas
tica de mais de dois anos, no decora
so de vingens. que representam am
total de mais de 15.000 quilômetros,
apénos & vi de relônce. Mas estam
dei-o atenta é apaixonadamente, sen
ti-lhe palpitar o coração, julgo ter
compreendido os seus problemas
essenciais. Desejaria, entim, lazer
conbecer melhor o Brasil, que é uma
das mais belas promessas do latúro…
O Brasil só aspira à paz é à fes
licidrde. Quando mea grado seu e
após inúteis tentativas de conciliação
—é obrigado à recorrer às armas,
esiorça-se por lazer esquecer as suas
vitórios, como se solresse com A
derrota dos seus inimigos, Depois
de terem capúlso do Norte os holana
descs, os brasileiros deixam-nos par
tr em navios carregados de riquezos;
depois de ter derrotado Lopez,
o Brasil restltoi cspontâncamente vs
troléus tomedos ao Paragual c pes
nancia, mais tordc, à Inderanização
de guerra, Os imperadores brasile
ros destronados deixam o Rio sem
serem inquietados du perseguidos; o
regime repoblicano honra-lhes a
memória, respeita as suas cslátuas,
cunha moedas com a são clígic e no»
meia os seus descendentes oficiais
do exército democrático,
Fundamentalmente bom, benévou
lo, carinhoso, amavel, o brasileiro
tem um herror instíntivo à violência.
(Continta no 4 pág).


A Comarca da Sertã


Elano de Urbanização
da Sertã
Pelo Arquileeto Antônio Neves
UN?q e
H- Asálisa do sífio e organização
do aglomerado
b)-População, funções do
aglomerado e sus orgamização.
Os pairros pora as popilações
têm oma densidade popolagioad] has
tante maior, porque obedecem pn plhnos
precstabclecidos por Orjganise
anos Oficiúis, € que são 200 m2 por
cása, o sejam 40 mZ por habitante,
ineliindo arbanização (250 hk/nh.
As habitações novas poderão comes
nortar um andar c aprovellamento
co pão do telhndo, ou cntre-soto, à
excesção daquelas que organizadas
cm bairros se destinom És classes
púBres.
O plano prevê dois tipos de habis
tação média q pobre, muto embora
elos não representem ama separação
mitida dos caracteres hamênda,
segondo à resposta ao inquérito
Tornecido pela Câmara Manicipal da
SE amos 1EMPpes Correntes, parece
mm poaco dificil responder com als
gam rigor & pertenta constante den
te certigo, semeado tratandosse de
meios rarais € provineianos, como é
o da Sertã. Quando maio, poderia
estabeteccresc grosseira linha divisó=
ria crtre classes remediadas c por
hres, visto como à noção de riqueza
“E am posco fluida por molivo de os
frocdamentos em que cla assenta ese
tarcm 4 goirer continaa revisão €
prolunda corpceção.
Notes termos acha-se pradente –
não responder concretamente à esta
perganta, mas sim apenas deixar
aloror q conceito de que a gencras
Ydade dos habitantes da Vila perténe
cc à categoria da classe remediada,
devendo ser os habitantes francis
mente pobres es indigentes em núm
metro bastante reduzido.
A população escolar cm idade de
Ircquentar à instrução primária é de
100 alinos, do sexo maseclina, É 83,
do sexo feminino.
No que respeita à população ese
colar em idade de Ireguentor liceus
og escolas indastriais, (ranscreve-se
o otício do sr. delegado Escolar tas
zoo à esta mhatéria), «Não tem esta
Delegação clementos vom que possa
concretamente informar V. Exé, mas
não será maito fora de lógica se
considerames aproximidamente os
mesmos números para a frequência
de Liccas ou Escolas Técnicas».
Não há quarteia na Vilas Apos
nas o quartel da Guarda Nacional
Republicana que se compõe das se»
muintes aninades: Oficiais, 1; Sargêna
tos. 1º Chhos e soldados, 19; Cavalos,
7; Camiuncle pora transporte de pese
son, dy Bicicletas, 6.
De notar que estes nríimeros não
correspondem &o que cxiste presen
temente nesta Vila, mas sim o que
vai formar o som-eicctivo dentro de
prazo bastante curto. (Informação
da CM. da Sertã). ;
Não nã colégios na Vila da Serta.
O número de freguesias do Cons
celho da Sertã é de dá, assim denom
minadas c povoadas: Cabcqndo,
1.416; Carvalhal), 1.086; Castelo, 1.707;
Cernache do Bonjardim, 4.548; Com
qniada, 972; Ermida, TO2; Figueiredo,
Tod; Marmeleiro, Sta; Nesperal, SAS;
Palhais, Loro; Pedrógão Pequeno,
902 Sertit, 0.835: Droviscal, 2.216;
Várzea dos Cavaleiros, 2.107.
Habitação
Hã na Vila actunlmente 312 cás
sas « conatrairamase desde 1920 à
Bs srs. José Castanheira e dr. José
Ribsiro Gardoso, amigos a bentaltoras
da Montes da Sanhora
MONTES da SENHORA, 29
Faz precisamente, três anos no
dia & dc Dezembro que se ciectiam O
lançamento da primeira pedra para
pn construção da lgreja Paroquial,
desta treguesia,
Esperamos que, nesse dia, nomeéio
de. grandes moniestações de rigos
Zijo € com repiques de sinos, Nossa
Senhora do Pópulo regresse à sda
nova cozinha tomar posse do seu fm
gor, toda contente lt…
Além da comparticipação do Es
tado, a contindação desta obra devo
se no grande csiorço c pon vontade
da gente desta iregacsia e também a
alguns benteitores É âmigos,
No número deles, devemos mena
vionar os senhores: José Castanheis
ra cdr. José Ribeiro Cardoso, de
Castelo. Branco, que apâreceram no
momento em que esta obra mais Câm
recia do seu auxílio, pois já se en
controva paralizado desde algam terra
po por falto de recursos,
Osr. Jose Castanheira tão gene
trusamente nos oleréce 100 sácos de
ente todo o mozaito para o Bapliss
tório, além do crédito que nos dá nã
Sia CASA.
O sr. dr. Cardoso, além de mil
estados, nos ofercec tão Amivelmens
tc 165 metros quadrados de madeira
de solho, tado o prego e não licando
ainda satisiéito se compromete à
pagar à mão de obra.
E’snos completamente impossive
esquecer a generosidade é gesto, pois
antes disto já por todos nós cram
estimados e daqui por diante podem
contar que em cada habitante dos
Montes da Senhora encontrarão dm
pm amigo sincero.
Em tempo oportano mandaremos
públicar as restantes olcrtas recebi
das ASSim- Como as qie Esperamos
receber no eúrso disto obra
pois nlém das almas bondosas dos
grs. José Castanheira e dr. Cardoso
estamos convencidos de que mais algumas
hão-de aparecer.
Dews é grande cas boas almas
binda não se ncabaram.
A obra é de Degas e Deas há-de
lcvária em bem até ao fim.
O Pároco,
Ps farme Luis Nabuis
io46 as seguintes; 1020 a 1950, 2;
1050. A 1040, 2; HD à 1045, 1. Tom
Ler
Todas estas casas são de tic,
primeiro c segondo andar, sendo
duas da classe rica, e vma da classe
pobre. Os restantes prédios constin
touem dadas morádias adtúnomas que
É a casa dos Magistrados da Con
márca.
O tipo de habitação mais necesa
sário e procarado, nesta Vila, é o de
prédios ani-jamiliares, de cm só pie
so, podendo, todavia, admilirase os
de dois e três pisos, isto é com régu
do-chão, primeiro é segoando andas
res, destinados à umano mais fan
milias.
A quase totalidade das Tamiílias
ocupa -casas Em regime de habitação
oni-lamiliar.
Não há características especiais a
considerar Sob o aspecto de habitas
CÃO, polis que os costiimes é tradições
locais hão fogém ao tipo geral adoptado
na Beira Baixa, oq melhor na
parte sal da Beira Baixa.
“O preço por metro quadrado de
terreno livre para edificação, dentro
da área considerada arbana, qscila
entre 08 15% € 205 (quinze cscados €
vinte escudos).
São Em número de 25 os prédios
alugados c em regime de habitação
colectiva dentro da Vila de Serth.
(24-— Contínua )
A Comarca da Sertã
| Gâmara Municipal da Seriã
Reunião de 4 do Ontabro
Presente am olício da Direcção
de Urbanização de Castelo Branco,
comunicando que Toi agtorizada a
ampliação da obra de consirução do
caminho manicipal de’ Nesperál à
Catrala —terraplenagens e obras de
arte € acessórios, no extensão de
2.048, 24 mM. até 31 de Maio de 1930,
Deliberado comunicar ao empreiteiro
da obra,
—lutro da mesma entidade, en
ptando cópia do boletim da análise
“Quimica, cfectuada à água da nascente
do Gonçalo Múógão, da obra de
pesquisos de ajon para refórco do
abastecimento da Vila da Serta, da
qual foi dado conhecimento superior.
Tomado conhecimento,
-Presente uma carta da Corpo
ração Mercantil Portugatso, Leda,
de Lishosa, enviando qm relatório som.
bre O comportamento dos materiais
daquela firma depols da inspecção a
que mandaram proceder ea qual toi
sempre acompanhada por fancionds
rias da Câmara, Informa também que
não só os materiais entregues estão
dando à Câmara o melhor resaliado,
mas também que podem desaparecer
tolos os receios que padessem cxisu
Lir sobre à eficiência e não existén
ein de perdas na rede de distribuição
de águas à Vila da Serlã, Tomado
conhecimento.
–Quira do engenheiro Mana! Tox
vores dos Santos, comanicando que
E possível que a ágia do chalariz
existente ne Proça Angelo Vidigal,
em Pedrógão Pequeno, nlimente a
rescrpaiório das instalações sanilá=
rias; porém, em face das objceções
que “he Foram Íeitos pelo presidente
da Câmara, cm ofício de 7 de Setema
bro findo, pode a devolação dos quatro
exemplares do projecto n fim de
lhe serem introdazidas algumas al=
terações, mórmente no memória dese
critiva. Tomado conhecimento,
— Quira do mesmo engenheiro, en=
viando nôvamente os quatro exem=
plares do projecto do balneário, res
trotes é mittórios o constrair cm Pes
drógão Pequeno, Informando haver
possibilidade de abasiccer o rescr=
vatório das retretes com a água prom
veniente do esgoto do chnjariz da
Praça Angelo Vidigal. Dellberado res
meter o projecio é mnis docamentos
aludidos à Comiissão Municipal de
Higiene a fim de dar parcocr acérca
da obraã em cacsa, nos termos do
nro art” iz do CM
—Qeliberndo por unanimidade:
A) Auiorizar a que se procedo com
a maior urgência às osrás de adap=
tação nã cosa de habitação ancxa à
escola do sexo masculino de Pedrógão
Fequeno, a lim de na mesma
poder fanclonar o segando lugar de
professor para O sexo mascalino,
criado por portaria de 20 de Dezembro
de 1048, obras estos solleitadas
no olício do delegado Escolar, cone
firmados prlo inspector Escolar do
Distrito ca realizar dé harmonia com
a exposição do antigo zelador; dar
conhecimento desta deliberação às
entidades conpetentes, com a infora
masão de que às obras dra botorizas
das O são à titalo provisório, deven=
do o edifício onde elas forem intros
duzidas ser restituído so estado primitivo
para que se não altcre em
qualquer ponto, com carácter definia
tivo, à intenção do doador, manliesm
tada há mais de cinquenta anos €
que desde sempre tem sido escrapalosamente
respeitada no sentido de
que cada uma das escolas, para o
Sexo mascelino É para O sexo femiu
nino, tivesse anexa à residência pas
ra O respectivo professor; ineambir
a J. P. de Pedrógão Pequeno de flsa
calizar com à maior assiduidade as
obras cm relerência, com vista à que
Socisdade de Transportes
da dieiros, Lda
Por escritira de 14 de Feverei>
ro de 1949, luvrado pelo notário
da comarca do Senta, com sede em
Oleiros, Lico dodo Serrão de Moura,
q fls, 38 do respectivo Livro a,
1iD, foi cometilitdo entre Muriente
Fernandes, casado, industrial, morador
em Oleiros Albano ÁAniunes,
casado, comerciante. morador .
no lupger da Cesil Novos Mugrsto
Antunes, casado, proprietário, moredor
no lugar do Pêso, estes dus
dr freguesia e concelho de Qleiros;
Francisco Antunes Boguentis
ra, casado e dnrtónio dnivaes Bogcentra,
soltéico, auras, unos ao
toristox e morcedores env tleiros,
uma sociedade por quotas de res
ponsubilidade limitada, que ficou
a reger-se pelas cláusulas conse
tantes dos artigos seguinies:
LEA anctedade, que tem a sta
sede ne vila, freguesia e concelho
de Oleiros, adoptou a firma e Jompedade
de Fransportes de Qleiros,
fadas, teve o sem inicio em 4
de Fevereiro de 1949 e durará por
tempo indeterminado;
2º Oeanital socialé de FO ODOR,
integrabnente cectizado E aqasint
distrabetrefos: cr qurate do sãeio Au
gusto Fernandes é de AOOUS0O,
representada pela sua concessão
da carreira de transporte coleci’vo
de mercadorias entre Oleiros e Tomar
cos veículos de carga respectivermente
€Opela PR-f|-dB;nFargos
HELISS e «Fargo» ETRI (20;
o quote de cada um dos restontes
sósios é de 1,2505800 em dinheiro,
podendo, no entoento, os sócios ftzer
à sociedade os sup imentos que
forem ReCENSÁrios, nas condições
que entre si estipulearem;
Sd sociedade tem por obfeca
to o Fransporte colectivo de stercodorias
entre a vila de Ofeiros é
a cidade de Pomar orentre quaisquer
outras focalidades: o aluguer
de cominhetas le carga para trans
porte de mercadorias pare qualquer
ponto do pais e bem assim
qualquer ouiro ramo de negócio
que, de faluro, os sócios acordem
Em Exercer;
4.º— Todos os sócios são gerentes
gem creio o remuneração especinl
pela gerência; mas os docimentos
que it pliguem responsabilidade
para du sociedade su obri=
gam esta, desde que sejam assinados
pelo sócio Jugasto Fernandes
ou pelo sócio Albano Antunes;
3 Às quotas são indivisíveis
seja por que título fôr e nenhum
sócio podera ceder q sm quota a
estranhos sem d oferecer à sociedade,
que terá sempre o direito de
preferência;
6º—Em tudo o omisso regiularão
as disposições legais em vigor
sobre sociedades por quotas.
Oleiros, 2 de Dezembro de [949
O ajudante do notário Dr. Serrão de Moura,
Anibal Alves
EA CT a
Selacgães do Reader’s Digast
Vendem-se na Papelaria
da Gráfica Calinda L.da
clas se conclaam dentro de carto las
pso de tempo, dada à necessidnde de
se lhes fezer imediatamente a coma
petênte vistoria, após a qual súmens
te será momeado o novo professor
para preencher o lagar recentemens
te crindo, é se Cxecutem com o más
xino de economia €« limitando-se
inicamento às dependências (duas pám
redes) que devem ser adapiadas à fia
naálidade procarada Insistentemente
pelo delegado escolar.
(Contipaa)


A Comarca da Sertã


Brasil, teuna de sanha,
de beleza e de amas!
(Conclasão da 4.º página)
tório brasileiro se radicam bem a
inflaência, trádições, costumes, hábitos
de- trabalho e iniciativa dos
portagaeses, o que está clâramente
demonstrado através de numerosos
empreendimentos de valto, que nos
orgulham; há marcos indestrutíveis
da nossa civilização e que, felizmen=
te, têm sid) admirados pelos brasifeiros,
sobretudo, por aqueles que
compreendem o nosso grau de cal- .
tara e espírito de organização.
—Sob esses aspectos, quil a posin
ção do Estado de Pernambuco, on»
de vive?
— Aí evidencia-se, de modo notável,
mesmo eloquente, o espírito de coon
peração entre toda a Colónia Portaguesa,
comprovado nas actividades
comercial e indastrial e também,
com êxito digno de nota, em obras
de assistência, benclicência, protecção
e cultura.
“—Pode o amigo Aagusto citar
exemplos dessa admirável solidaricdale?
é
—QCom muito prazer! Temos, em
primeiro lagar, o Gabinete Português
de Leitura, que é para os portagueses
a Casa de Portugal na ciâade
do Recife e onde exist: uma
biblioteca de cerca de trinta mil vos
fumes, da máxima atilidade para tom
dos os estadiosos e na qual, tanto
portagaeses como brasileiros, entram
livremente; são às centenas os que
ali vão beber vasta caltara e erudin
ção, proiissional ou simplesmente
insirativa e edacativa, tal o valor in=
trínseco e variedade de assantos por
que se repartem tantas magníficas
edições. Há, pois, nesta magna iniciativa
objectivos de carácter espirim
tual propriamente dito « de preparam
ção técnica. Temos a Tuna Portuguesa,
que, embora transitôrlamen=
te se encontre inaciiva por motivo
de força maior, constitui valioso
elemento de caltara e formação artística,
através do qual muitos por
tugueses de todas as classes sociais
tém revelado a sua vocação para
essa arte admirável, que é a Músico,
€ não só para esta, mas também pa-.
ra cssoatra, magnífica e esplêndida
—a Dramática —, pois que ao Teatro
se dedica carinhosamente a Tuna
Portuguesa; e além disso possui
também um grapo orfeónico, o prim
mciro que apareceu na cidade de
Recile e alcançou projecções de as=
sinalado e impressionante éxito em
1928 e depois, durante alguns anos.
“Deixe-me dizer que O grapo cénico é
de incalcalávci merecimento.
—Quanto às obras de assistência
e benciicência a que se referiu?
—Háo Real Hospital Português
de Beneficência, obra extraordiná=-
ria pela sua capacidade de realiza
ção, garantida por completo e efim
etente apetrechamento, o que de
monstra o elevado altraismo dos
nossos compatriotas, honrando não
apenas a Colónia Portuguesa do Ren
cife mas também Portagual; nesse
Hospital todos os sócios recebem
assistência gratuita. E” a áltima pas
laora sob qualquer dos aspectos téem
nico ou cirárgico e pela grandeza e
eliciência das saas instalações; basta
dizer que tem merecido os mais rasgados
encómios de todos os médicos
que o hão visitado e que ainda não
há muito tempo o nosso Governo o
agraciou com a Comenda da Ordem
de Cristo, como prémio dos relevan=
fissimos serviços prestados a Por»
tugal e ao Brasil, 0 que é uma honra
para nós todos. Esquecia-me de ex
plicar que tanto portugueses como
brasileiros, que soirem a falta de re
cursos, são de igual forma ali tratam
dos com o máximo desvelo e carinho.
—Sob o aspecto essencialmente
recreativo e desportivo há algumas
organizações de valor?
—Nem podia deixar de ser. Existe
o Clube Português, sociedade rem
creativa e desportiva; composta de
elementos do maior destaque social,
quer portagueses quer brasileiros, da
cidade de Recife, Clube que no sea
– género é o mais importante do Nor=
te do Brasil, dispondo de dois gran=
des «daneings», campos de «tennis»,
de «voley ball» e piscinas de natação,
sendo O seu quadro limitado a
2.000 sócios, número de há maito
atingid), Outro agrapimento de des=
taque é o Clube Desportivo Almirante
Barroso, associação luso-bra-
Silcira, que tem marcado o sea valor
em grandes e sensacionais competin=
ções desportivas no Recife, cidade
que, com muita razão, é considerada
a Veneza Americana por ser cortam
da por diversos rios,
—Já agora, se o amigo Aagusto
Alves quisesse falar da Colónia do
Concelho da Sertã no Recife…
Depois de reflectir breves segandos,
talvez receando qualquer ineonlidência
incompatível com a modésm
tia que vem impr.mindo às suas afir=
mações, explica pausálamente:
—Entre todos os elementos da Con
lónia do nosso Concelho no Recife
permanece—como já deve ter conu
claído—a maior união com o fim não
só dama proteeção recíproca e cons- .
tante, mas principalmente para elevar
O nome da nossa querida terra
lá fora, onde é mais vivo e ardente
o amor por ela. Para comprovar o
grau de intensidade dessa afeição pelo
torrão natal, fundou-se no Recife
o Centro Sertaginense, cuja acção
tem sido limitada a beneficência e
para a qual, voluntâriamente, con
correm os natarais do concelho da
Sertã; porém, em fataro próximo, será
alargado O seu campo de activi=
dade, orientandora, possivelmente,
no sentido de favorecer o próprio
concelho», por conseguinte, as várias
terras que o compõem, principiando,
como é lógico, pelas mais hamildes,
pobrezinhas e necessitadas. Sobre este
ponto nada mais lhe posso dizer.
—E dentro da Colónia do Concen
lho há, por certo, maitos componena
tes de valor.. .arriscámos.
—O caso agora é mais melindroso
e parece-me que já é querer saber
muito… Você, amigo Barata, quase
faz perder a paciência a qm Santo!
Há, de facto, muitos elementos de vam
lor e todos se têm clevado à calminância
do respeito e da Consideração
pelos seas próprios méritos; mas pan
ra a grande maioria da Colónia do
Concelho é particalarmete admirada
a figara inconfandível do grande beu
nemérito sr. Daniel António Rodrin
gaues, natural do Venestal, fregacsia
da Sertã; conqaistoa a nossa máxima
simpatia pelo sea ardente amor ao
torrão natal, entusiasmo fervoroso
por todas as iniciativas que tendam
a contribair para o seu engrandeci=
mento e melhoria das condições de
vida da gente hamilde, cajos sofrimentos
c anseios ele sente como nin=
guém porque possui alma magnâni=
ma, e, assim, não lhe é indiferente a
sorte das crianças, que vai desde o
amparo material a uma cuidada ins
trução, para que não haja quebra na
formação física e na preparação inu
telectual dos fataros homens da sua
terra, que, um dia, talvez, Deus ven
nha a encaminhar para o Brasil, realizando
um sonho que os segs pequen
NECROLOGIA
Dr. António Ferreira da Silva
Pela lacónica notícia originária
de Cernache do Bonjardim, que noatro
lugar publicamos, ficámos doloramente
surpresos ao saber do fan
lecimento, em Luanda, capital À Angola,
do nosso amigo sr. dr. António
Ferreira da Silva, nataúral de Chaves,
distinto notário naquela cidade
há cerca de oito anos, que ali con«
quistara grandes simpatias pelas suas
qualidades de carácter e competência
profissional, lagar que exercera, tam
bém, durante alguns anos, em Cer=
nache do Bonjardim.
O extinto era casado com a sr.?
D. Noémia Granado Ferreira da Silva
€ irmão do sr. Fernando Ferreira
da Silva, presentemente, na Amés
rica do Norte, e deixa três filhos.
lamília entatada apresenta «A
Comarca da Sertã» sinceras con=
dulências. E
ninos cérebros, por ora, estão lonye
de antever! E nestes sublimes pensas
mentos do sr. Daniel Rodrigues com
manga o sea patrício, nosso, também,
afinal, sr. Eduardo Marques, homem
dotado de igual tenacidade, outro elemento
de maito valor da nossa Con
lónia. Ambos, são como um só nos
mesmos formosos desígnios de en=
grandecer a saa terra e o concelho
da Sertã. Não meteram, ambos, mãos
à excelente empresa de dotar o seu
Venestal com um belo edifício escom
lar e uma óptima cantina para todos
os alanos, electrificando, ainda, a
pequena povoação, onde, pcla vez
primeira, viram a laz do dia? Que
mais se pode dizer para aquilatar da
generosidade, do valor moral e da fé
patriótica desses dois queridos patri=
cios e amigos, que a Fortuna bafejou
para bem de muitos? Qaanto ao sr.
Daniel Rodrigues, permita-me ainda
| que lhe diga ter sido ele o fundador
do Centro Sertaginense e mostrou
uma visão magníiiea quando, para
perpetuar e lembrar continuamente
o nome do seu concelho, dea, a um
prédio que mandoa constrair no Rex
cife—-num dos pontos mais centrais
—,a designação de Edifício Sertã,
em cajos amplos pavimentos inferiores
se encontra instalada a Confeitaria
e Bar Sertã, ponto da reunião
elegante da élite Pernambucana, o
que popularizou ainda mais o nome
da nossa terra.
Leva saudades da sua terra, do
nosso Portugal, amigo Augusto
Alves?
—Porque não ? Levo muitas sau
dades e vom encantado com tado
qaanto vi pelo País fora, mas, ao
mesmo tempo, fiquei com certa tris=
teza por verificar que o nosso con«
celho deve ter sido, até hoje, um dos
– menos faporecidos pela benéfica e
grandiosa política de realizações do
Estado Novo, prineipalmente no que
diz respeito a melhoramentos de or=
dem material, assistência, instrução
e educação dos seas habitantes, sen=
do de lamentável atrazo a vida em
muitas povoações rurais. No entanm
to, pelas conversas que tive com o
sr. presidente da Câmara Municipal,
fiquei com a Impressão de que-a vida
da nossa gente, sob vários aspectos,
há-de modificar=se sensivelmente
dentro de poucos anos, visto que a:
– Câmara elaborou um vasto e inte
ressante programa de realizações da
maior utilidade e o seu presidente
sente entusiasmo em levar por diante
uma obra social valiosa e duram
doura, o que, aliás, demonstrou na
consideração em que tomo o pedim
do dos moradores do Cimo da Rim
beira para ali se instalarem um mar»
co fontenário e lavadoaro, cujo pro=
jeeto já se acha elaborado, aguardando-
se, agora, como prometeu, a
execução das obras, a iniciar e con»
cluir na devida oportanidade.
Electrificação do Venestal
8 doutras povoações
O engenheiro consultor da Câmara
Municipal é de parecer que com
a instalação duma cabine no
Venestal para a sua electrificação,
não é de encarar por ago=
ra a de outras povoações utilizando
a mesma cabine.
O engenheiro João Hermínio
Machado (Ciomes enviou à Câm
mara Manicipal uma carta contendo
o relatório respeitante à vin
sita à Vila da Sertã, efectuada em 1
de Oatabro», culo teor se segue: 1.º
—Fornecimento de energia em baixa
tensão ao Venestal; Por obsera
vação minha no próprio local, dedu=
Zi que representaria um grande dis=
pêndio para a Câmara de Sertã o
propósito de alimentar outras po
voações a partir dama cabine a cons=
trair no Venestal, parecendo-me pois
não ser de encarar, por agora, Sem
nêo a eleetrilicação do Venestal. Estou
desde já tratando deste assunto
junto da Direcção Geral dos Servin
ços Eléctricos a afim de obter o mais
rapidamente possível a respectiva lix
cença. 2.º-—Raídos nos aparelhos de
telefonia semrfios: Durante a minha
permanência na Sertã verilicaram-se
ruídos de pequena daração e pouco
frequentes. Estes raídos deverão ser
mais de atribuir a «atmosféricos» ou
«parasitas» estranhos à rede de bai=
xa tensão da Víta, do que a qualquer
outra causa, pois avarias ou deliciências
naquela rede apresentariem
características muito diferentes. (Reu
nião de 18 de Oatabro).
Ls ass ec ita crior tenor contras]
AZEITE
Pede-nos a Delegação da Inten=
dência Geral de Abastecimentos, nesu
ta Vila, para tornar público que é
obrigatório o manifesto da prodação
– do azeite da presente campanha, des
vendo osolivicaltores dirigir-se àques
la repartição a solicitar os respectis
vos impressos, que são grátis.
Os produtores de azeite poderão
reservar a quantidade que jalgarem
necessária para consumo de suas
casas agrícolas, pelo que não são de
relevar quaisquer falsas declarações.
Mais uma vez se chama a atenção
dos oleicaltores de que não devem
vender o azeite abaixo dos preços
da tabela Oficial, visto que o escoa
mento do excesso está inteiramente
assegarado, quer por intermédio dos
armazenistas quer por intermédio da
Junta Nacional do Azeite.
interrupçõesde luz
Na 3.º feira, dia 209, foi a Sertã
continaamente fustigada por violenta
tempestade—chava persistente e
vento sibilante—de modo que aí poum
co depois das 15 horas, nos escritórios
e oficinas na zona a que pertence
à rua Serpa Pinto, mal se enxer=
gava um palmo diante do nariz…
Hoave, por isso, necessidade de rem
correr à luz eléctrica, que, de quanm
do em vez, fazia a partida. . .deixanm
do-nos imersos na escaridão, interrompendo
o trabalho por minutos.
O facto parece dever atribuir-se
a contactos resaltantes da violência
do vento, pelo que convinha proce
der à reparação conveniente, se acam
so não se fez já, como seria elem
mentar.
Ultima hora
Consta que depois de amanhã,
4º feira, pelas 21 horas, a orquestra
de Económicas e Financeiras, de que
faz parte o nosso simpático patrício
| € distintíssimo acordeonista Angelo
Mendes, preencherá na Emissora
Nacional um programa de variedades.


A Comarca da Sertã


Brasil, tema de sanha,
de beleza e de ame!
(Gontingasão da 1.º página)
E ars
“Mugusto Bernardo Alves este par
trício simpático, alegre e comanicas
tivo. óplimo evlvanla, que adora a
família c ma a sito pequenina aldeia
do Cimo da Ribeira como se cla fora
a menina dos seus alãos, ndmirãs
vel conversador € sblinqgerar? é que
sabe encarar o vida com simplicidas
de e despretenstusismo, não podin
tagir à enirevisti por mais voltas
que desser E” que fizemos-lhe am
coreo cerrado, imperlinênte, de que
não sc pôde livrar] Deixar de nos
alzer duas: palavras sbre o Brasi),
sobre o Reclie, que maio admira €
merece todo o seu Carinho é sincera
afeição, tónio mais que é ali que tra=
balho desde que é homem € Toi lá
que lhe nasceram os filhos. parcelas
queridas da sam alma, seria impcrelráoei!
Receaca talvez que A nossa pas
testro pudesse Anilectir para o elogio
facil coimerecido de quem quer gire
fosse, perturbando a modéstia de
certos homens de valor-que muito
pim conhecemos, mas ânte é nossh
cxpressa afirmação de que só-nos
intércestvam gensrálidades, e que,
mails do que ns pessoas, paliam Os
actos, o emigo Augusto Bernardo
Alves acedeu às instâncias do repórter,
não sem reprhr mais mA VEZ
que discordasa de qualguer hisbithofice
dn nossa parte,,, é qre ele
também tem manhas de jornafstal
Sempre amável e admiraveimente
dispostó, este-nosso patrícia é do=
gado dom espírito eupérior, É uma
perdadeira alma de cicição, profindamente
gencrosõe incápoz, portane
to, de olimentar qualquer maa sens
timento seja contra quem for.
Nestas daas linhas Llraçamos imperteltamente
q sam ligura moral,
sem bajalar oq descer do clogio cms
gar. Fola, apenns, à nossa consciência.
De amigos? Sim, mas de
amigos que não se deixam ilidir por
faniasios, nem nunca sé prestaram
an salomalcques para cair nas boas
graças… muito especiatmente quan
do delas se afastorâm,
Por isso, SE protoramos ser jose
tos, nada tem que nos agradecer.
Antes Lera que perdoar… porque
Aqui, mas só aqui, fugimos do pros
enelldos
st de Novembro, à tarde, Armqusto
Bernardo Moves saido adto, cus
tra pela Redecção c diz alegrêmente:
——YVenho despedir-me de sil Emma
barco por estes digs o não há tempo
a perder.
> Sinto maito o que me diz. Crea
soc tenho hnensa ptná de O ver partir
da nossa lerra. Você faz cá
quirito falto |
—Parece-lhe! Quer alguma coisa
para o Recife?
— Desejo-lhe sadie c ao todos os
seus e que Des continai a prolcgéms
lo, que você bem merece, Mas pre
nha dai, vômos ao Clabe tomar um
café… do Brasil!
—Catital Vamos lá, mas com poda
co dentra |
—A saficiento para me dizer algo
sobre o cello co nossa gente que
lá vive!
—O amigo Rarata é terrivel. E’
como duma carraçad Livra! E nuns
on mais se caguecer da conlecpista.
Então, Paimos a isso, mas com q
vondição do você não arqaitectar |
coisas miralilanbes. Já sabe como
eu SOM É Mesmo não quero, por dimershS
razões, que as minhas palas
pras possam ter mn interpretação
dilérente da realidade.
curaIdRA oT e
E depois de sorvermos os pri
meiros goles de delicioso enté propos
redo pelá simpática Aurora, fila do
Anacleto, diz o amigo Aagusto nam
tom misto de imposição € benevolência:
—Pergante, então…
— Diga-me alguma
Rrasilt,..
=DQhio Brastll… O Brasil é um
grande país, lormosissimo, extragre
dinário, repositório de inesgotáveis
energias c incomensoráveis riquezas,
de seiva exuberante, que dentro de
púdcos anos deverá ser um dus mais
poderosos de todo o Continente Amica
rico!
—E os portiggeses do Brasil…
Sem deixar concluir 0 nosso ras
ciocínio, & ideia instintânca sorgida
a mente, O amigo Augusto aproveita
essa cxpressão eportagdescs do Rrem
sil?, que tão fortemente o empolga
ra e fizera vibrar de patriotismo, pAre
elirmor com arrebatamento, com
veemência que quase nos comove:
— Os milhares de portugueses que
vivem no Brasil dedicam-lhe uma
nicição insaperável, todo o ardente
amor dos séds corações, Como se O
Grasil lora 6 sua própria pátria…
que, afinal, consideram a sua seganda
pátria. Este carinho e cesta afei=
ção pelo Brasil É tão compreensível,
como direi, tÃo legitima: Não toi a
Trico. c csplendoroso Terra de Santh
Cruz descoberta c colonizada por
portugueses? Não está o seg solo
súulpicado do sangue dos nossos he
rúicos antepassados, qui o verteram,
gencrosamente, no longo período da
úcupoção e com denodada calentia
do detendé-o- da rapina do estrane
Melro, que Sproveitou & nosso deco
dência, O nosso triste caliveiro do
coisa do
“ scestnha anos, paro tentar arrehatar-
nolo PE quantos sacrifícios
estoura Portugal à ocupação, cos
lonização C desbrnvamento da terra
virgem do drasil? E a sa coangelização,
de que José de Anchieta parece
coma figara lendária? Ahimea
amigo! Como não havemos nós,
Portugueses, de sentir-o nosso coração
preso, enamorado por casa Terra
de sonho, como não havemos de
adurd-lá com todas as erras da nossa
aima 21 E cstes sentimentos são,
naturalmente, mais intensas nos ports
Lugacses que por lá mourejam e lãs
butam sem desânimo pela conquista
do pão, que por todo o Bros] sena
tem palpitar a alma dos seas Maio
res e o esforço ingente, glorioso c
admirável das últimas gerações Ina
sãs C que se conlinida na presente
Com O mesmo cntosiasmo ca titsa
ma jé!
— Quanto às relações entre por
tugurses c Prasilciros P
= SBo &s melhores! E porgac não
haveria de scr assim, dada à alinidade
de Traço, coslimes, cultura e segu
timentos &
—E há bom estreitamento de reu
lações entre os poringaeses do Bras
sil, quer dizer, aquela camaradagem
maguíica, fronca e leal, que, se Os
honra € à terra onde vivem, contria
Pol para o prestígio do seu Portogol
distante é
—E’ maito consolador verillcer
uma verdadeira amizade entre os
nossos compatriotas, da qual advêm
os melhores benciicios para si c até
para os próprios brasilciros. Quero
salientar, em confirmação dessa tese,
que existe, entre eles, um autêntico
espírito associativo, comprovando
que lá fora amam mais fervyrogamente
a sas Pátria do que quando
aqui permanecem. Em todo q terria
(Continãa na a. pág)
A Comarca da Sertã a =!
sema mam
ssões da Madeinã
fConclusão da 1.º página)
encanto.
E a Primaverag—FEssa é de
um repassado lirismo e quem pe-
“a primeira vez contempla, vstático,
em atitude de religiosidade
não pode deixar de desabaiar
que por aquelas paragens a |5eleza,
passou o mais lendário e
subtil dos seus véds.
Sabce-o, todos os anos, o habitante
da aldeia que Ticoa na sua
terra natal; conheco eemi-groan –
te que consome a existência em
Lisboa ou noutras lerras do continente;
recorda-o, enternecido
por nostálgica saudade, o madeiranense
andaz que em Africa,
na América é mesmo na Asia se
debate em satânica luta pela vida,
ante a rebeldia do mein.
A Primavera na nossa lerra…
é um autêntico jardim em
hoo
A carqueja eo «mato vermelho
» periumam os campos agrestes
c os dorsos das serranias tomam
cores de tonalidades variegadas,
à beira dos eaminhos
veredas ouve-se o zumbido de
numerosos insectos, sobretado
abelhas, em rítmica e quase harmoniosa
sonoridade orquestral:
sobre este ambiente de características
bacólicas esvonça a avezinha
dócil, com estranha sagacidade,
através de vales c montes,
auscutando os arcanos campestres,
perscrutando os segredos
de ermos extensos.
Detendo-nos em observação
c exome bascado em fúndamentos
de natureza empírica, quer
em dias de cúlida temperatara,
quer em dias de Irescira dbere
dos ncvões que coroam os cimos
dos montes, sempre, por todos
08 lados a Natureza desponta cm
sorriso de limpida transparência
e cativante atracção.
Aqui tudo é sonho estético,
melodioso lirismo, exaltado, às
vizes, por zoada triste dos pinheiros
ao serem bhatidos por brisa
airosa c pura, que lhe vai beijar
eee mm
a ramagem oscilante e trémula,
Descendo do Senhor du Vale
Terreiro até ao povoado, ao mais
pequeno levantar de olhos, ailoram
horizontes vastíssimos, devassam-
se largos paisagens e,
lngo à nossos pés, campos virgilianos
« leiros cuidadas se aninham,
como anel ornamentado
declaras esmeraldas, em volta
da Madeirã.
Mém, nos vogos cinzentos
nais distantes dos horizontes,
divisa-se a linha ondilante é recortada
dos acidentes; à esquerda,
para lá do Zêzere, a serra da
Locisã, rasgada e de cor melancólica;
à direita, € aqui mesmo,
à serra de Alvelos, com tumbas
extensas que vão apolar-se, em
declive pronunciado, mas longo,
em ribanceiros assimétricas das
margens agrestes e rochosas do
maior ailgente do Tejo, que srrpenleia
em curvas vinculadas,
desde à Estrela, que se eleva orgulhosa
à nossa irente, quando
voltado para leste,
Aqui começa o casario, com
edifícios de arestas c ârgalos caractorísticos,
balílo pelas asas
de jrondosos olivedos, e em al.
gumas janclas mostram-se vasos
com mangericos € balões que a
juventude aproveita como ornamento
em dias de romaria: nas
ruas passam woças ligeiras parã
à lonte; no ribeiro solucao à
picota em marcha olegante, ou
movce-sta nora suavemente: próximo
cstá a Igreja esmalta la por
um adro amplo é formoso, àcolhedor
e atraente.
E isto a MadeirãoN—ão, pois
se o Lalento nos falta para des»
crever tudo o que encerra de elevado
e enternecedorl…
É mais, muitissimo mais, não
lhe sendo estranho o ambiente
puramente qrórgico pela sãa policromia,
não lhe Jaltando a adstera
c perene tranquilidade pela
ingênua inocência semelhante à
de uma ccloga.
ANUNCIO
(2 publicação)
Por este meiu se anuncia que no dia
10 do próximo mês de Dezembro, por doze
horas, à porta de Triliamol Judicial destá
comarca,s e há-de proceder à nrremeatacão
em haste pública do prédio a seguir
designado e pelo malor preço que tar oferecido
acima do palór abaixo indicado.
PRÉDIO
tma terra de collara com cliveiras,
sita ao Vale da Horta, limite da vila de
Sobreira Formoso, de cuja quarta parte é
usifrotoária vllalícia Júlia de Blmelda
Franco, solleiro, motor, de Sobreirá Fora
mos inscrita na matrizsobos art.º 11.545,
ASA e 11.5]5,€ descrito na Conservetória
do Registo Predial dest comstea sebo
n.º 352.750. Vai pela primeira vez à praça.
nó valor de S452Fh6.
Cenhorada nos autos de execoção fis
cal ndministrativa, em que é exequentea
Fezenda Nacional e executado Júlio Eram
vo de Matos, casado, residente na Vila de
Sobreira Formoyso, desla comarca,
São pur este meiy citados muadetuier
crégores incertos para assistirem a arres
malação neste anunciada.
Sertã, 14 de Muvembro de 1949,
VERIFIQUE!
O Juiz de Idreito,
Amândio dos Santos Cruz
O Chete da 2º Secção,
Armando Antônio da Silva
Broas de Natal?!
As melhores broas de Natal
é um excelente par de calçado
adquirido na alamada
SAPATARIA BRASIL
de ). Lourenço
R. da Madalena, 20822 — LISBOA
DR, ALBERTO RIBEIRO GOELHO
MÉDICO
Doenças da boca e dos dentes
Consultas todos os sábados na
SERTÃ —R. Manuel Joaquim Ensos
RR]
Sertã
Nceita-se qualquer quantidade
e qualidade de cercal para
farinar.
Rapidez e asseio garantidos.