O Renovador nº216 27-04-1974
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Ano V — N.º 216 — AVENÇA
27 de Abril de 1974
D RENDVURADDR
CONCELHOS DE: SERTÃ, OLEIROS, PROFNÇA-ANOVA E VILA DE REÊ
SEMANÁRIO DEFENSOR DOS INTERESSES DA REGIÃO FLORESTAL DO DISTRITO DE CASTELO BRANCO —
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:
r/c — SERTA — Telef. 131
Rua Lopo Barriga, 5-
DIRECTOR E PROPRIETÁRIO:
JOSEÉ ANTUNES
COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO:
Gráfica Almondina — Telef. 22109 — Torres Novas
EXTENSÃO
dos henefícios
da Previdência
O que tem sido realizado no
país em benefício do trabalhador
ultrapassa, pela sua importância,
a mera trivialidade de uma suces-
são de factos que andem no cum-
primento de um programa.
O estabelecimento do Estado
Social trouxe à vida portuguesa
a funda evolução das suas es-
truturas, evolução que se pro-
cessou com os cuidados que era
necessário observar em função
dos atrasos em que caíramos e
da desordenação em que nos
lançáramos. Tudo estava por fa-
zer.
Mas a vida evoluiu muito nos
últimos anos. E foi nas exigên-
cias dessa própria evolução que
a Orgânica Corporativa se mos-
trou à altura do esforço que lhe
era pedido, quando havia que
suportar a luta que nos era im-
posta em África, e estabelecer
programas de vida dinâmicos, ca-
pazes de manter o desenvol
mento que se traçara e era in-
dispensavelmente preciso fazer
progredir.
E aí está, no decorrer dos últi-
MmMos cinco anos, o que tem sido
todo um imenso labor realizado
em todos os sectores da vida
nacional, nomeadamente no do
trabalho, onde a produção se
processa e as carências sociais
mais se farão sentir.
E não é fácil a sua resolução.
É todo um povo que surge ao de-
bate de problemas que se têm
por fundamentais e para os quais
há que encontrar soluções plau-
síveis. Como?
É perante a complexidade de
tais injunções que a nossa aten-
ção tem de fixar-se no Ministério
das Corporações e Segurança
Social, pois que nesse departa-
mento se tem efectuado um tra-
balho exaustivo, fecundo e inte-
ligente, todo preserverantemente
orientado numa síntese em que
o trabalhador português aparece
como fulcro e concretização de
tais medidas.
Não é apenas a casa que se
lhe faculta, o trabalho que se lhe
garante e regula, a família que
se lhe ampara: é também, nos
esquemas da Previdência, a pro-
tecção na doença que se lhe pro-
porciona, o amparo na velhice e
na invalidez que se lhe concede,
a reforma que se lhe estatui.
Continua na 4.º página
FE SE AÍS
SERTA-74
Por vilas e aldeias, de
Norte a Sul do País, com a
chegada da Primavera, co-
meçou a azáfama das Fes-
tas. Preparam-se de longe
os arraiais, organizam-se
comissões, contrátam-se ar-
tistas, estruturam-se pro-
Bgramas.
Por esta pacata Sertã,
nem uma palavyra se ouve a
este respeito.
Será que no corrente ano
não haverá as já quase tra-
dicionais FESTAS DE VE-
RÃO DA SERTA ?
A Comissão do ano tran-
sacto parece ter dado bem
conta do recado. : Será que
não se anima a continuar?
Mas se a mesma Comissão
entender que deve passar o
testemunho, procure fazê-lo
imediatamente. O tempo es-
casseia. Daqui ao Verão não
faltam mais que três meses.
PROBLEMAS
DA
Temos agitado neste jornal os
principais problemas do apro-
veitamento da floresta. Zona, a
coberta pelo nosso jornal, em
que o pinheiro bravo representa
cerca de 70% da economia da
região, compreende-se que lhe
dediquemos um tratamento es-
pecial.
Por isso mesmo, neste pe-
ríodo em que as grandes em-
presas apresentam os seus Re-
latórios anuais, temos —olhado
com especial interesse os das
celuloses e aglomerados, em
busca de elementos susceptíveis
E FIGARMÓNICA DE OGEIROS
REESTRUTURA-SE
A Filarmónica Oleirense, co-
mo era do conhecimento geral,
estava no chamado «ponto mor-
to». Apontar aqui as razões que
basicamente estiveram na ori-
gem da sua decadência era ne-
cessário entrar em consideração
com pormenores, que muito na-
turalmente a maioria dos leito-
res desconhecia. Porém, quando
alguém se afoita a empregar o
verbo «estar» no imperfeito é
porque necessariamente poderá
justificar a sua aplicação atra-
vés de factos reais, que conse-
guiram ou conseguem modificar
o rumo dos acontecimentos. As-
sim aconteceu efectivamente
com a dita Filarmónica, que
RENOVAÇÃO É
passou do estado latente, senão
irremediavelmente — morto, àa
uma posição desejável há já
longos anos.
À vida militar, a emigração
e o abandono por parte do an-
tigo mestre foram inicialmente
os inimigos mais directos da
antiga banda de Oleiros, para
além do descrédito, quase geral
em todo o País, por aqueles que
ainda se esforçavam a muito
custo manterem-se de pé. O apa-
recimento de novos conjuntos,
o gosto pela variação da músi-
ca na camada jovem além de
outros, encerram todo um comn-
Continua na 3.º página
VIDA
FLORESTA
de orientar os nossos leitores
na procura de soluções que me-
lhor sirvam os seus interesses
de proprietários florestais.
Um facto ressalta, em pri-
meiro lugar, daqueles relatórios:
trata-se de indústrias em plena
expansão e com cada dia maior
rentabilidade. Assim, refere-se
que de 1965 a 1970 o ritmo
anual da expansão da celulose
foi de 18/1% e que, alargado
até ao ano de 1973, desce li-
geiramente para 14%,. Framnca-
mente superior ao ritmo da
maior parte das indústrias por-
tuguesas.
ÀA evolução potencial até 1985
está condicionada pelas disponi-
bilidades de matéria-prima. Mas
prevê-se que o crescimento se
faça à taxa de 10% ao ano,
pelo menos até 1980.
Toda a capacidade de produ-
ção de material lenhoso, quer
de rolaria, quer de desperdícios
de serração, quer de simples
faxina será totalmente absorvi-
da pela indústria tanto de ser-
ração como de painéis, como de
ielulose.
E isto baseado em que o
acréscimo de consumo na Eu-
ropa Ocidental será de um mi-
lhão e meio de toneladas por
amno.
Quanto aos preços, as previ-
sões são igualmente favoráveis.
A procura tanto das pastas
celulósicas como dos painéis de
partículas, como de madeira
serrada sofreu um aumento ex-
pectacular durante o ano de
1973, esgotando todos os stocks.
Por outro lado o início da
exportação de madeira para Es-
Continua na 3.º página
UNIÃO E
A crise do Comércio
e da Agricultura
na nossa Região
O comércio e uma das activida-
des económicas mais importan-
tes, em qualquer país civilizado.
Como muitas outras, nomeada-
mente a agricultura, atravessa
uma verdadeira crise, em toda
a nossa região. Há vários facto-
res ‘sócio-económicos bastante
ligados, mas díspares, que tor-
nam muito difícil encontrar solu-
ções válidas, que resolvam todos
ou parte dos problemas que afec.
OLEIROS
TERRA DE
CONTRASTES
No n.º 212 de 30 de Marcço
último deste periódico publicá-
vamos uma local em que se
pretendia fazer ressaltar que
Oleiros, apesar de mostrar ainda
– algumas
— estruturas arcaicas,
próprias, aliás, de outras mui-
tas terras deste interior menos
desenvolvido do País, apresenta-
va já, e neste momento, uma
faceta de progresso urbanístico
deveras notável. E, se nem tudo
o que estava a construir-se ou
acabara de o ser, valorizava
integralmente a vila, só era pe-
na, que o que se fizera de bom,
não pudesse ser ainda melhor.
Onde é que tudo o que se faz
se pode considerar o melhor?
Dizem-nos não ser verdade
encontrarem-se frequentemente
pelas ruas da vila indivíduos
cambaleantes « que aos Domin-
gos as ruas estão desertas, bem
como as tabernas. Ainda bem
que assim é. O autor da local
admite perfeitamente ter gene-
ralizado o que talvez fosse ex-
cepção. Mas não viu razão para
considerar acidental o que lhe
sucedeu em ambas as vezes em
Continua na 3.º página
Por José Domingues Mendes
tam o comércio. Há no entanto,
pontos em que, com uma nova
reeestruturação, seria possível
dar um pouco de mais rentabili-
dade aos comerciantes. Muitos
organismos, em estreita colabo-
ração com a Corporação do Co-
mércio, estão a preparar regula-
mentos de vários sectores da
actividáde comercial conforme se
prevê no Estatuto do Comercian-
te, no sentido de se exigirem de-
terminados requisitos de ordem
pessoal e material para o exercí-
cio do comércio, — solução essa
que aliás não é mais do que a já
adoptada para muitas profissões.
Não se nega à ninguém o direito
de exercer a advocacia ou a me-
dicina, desde que os interessa-
dos obtenham os necessários di-
plomas universitários e se inscre-
vam nas respectivas «ordens».
Não se nega o direito de qual-
quer indivíduo seguir a profissão
de motorista desde que satisfaça
“osrequisitos para issó exigidos
Continua na 3,.º página
OBRA SOCIAL
do Ministério
da Educação Nacional
De passagem por Castelo
Branco, a senhora Subdirectora
da Obra Social do Ministério da
Educação Nacional, Dr.º D. Ma-
nuela Neto Portugal Eames,
prestou alguns esclarecimentos
sobre o alcance da aludida Obra,
que interessam aos funcionários
do Ministério, incluindo os pro-
fessorês de quaisquer graus de
ensino.
(Continua na 2.º página)
AQUI, A
Estou em Milão f(ltália), no
Hotel Joly President, no Largo
Augusto.
Dirão os prezados leitores: —
Que temos nós com isso? Sim,
têm razão, enquanto eu não ex-
plicar porquê…
Ainda no avião, conheci um
casal de naturais de Seia, mas
que estão em Angola há 32 anos.
Claro, ficámos amigos porque os
angolanos ou os que lá vivem há
muitos anos, encontrem-se eles
onde se encontrarem, ficam com
certeza de ligações ou laços de
amizade, que jamais se separam.
Então, cá estamos como bons ir-
mãos, falando e trocando impres-
sões da nossa querida Angola.
60LA…
Eles dizem que já não se adaptam
à víida metropolitana. Estranham
muito o nosso individualismo e a
senhora que é já o verdadeiro
tipo africano, está farta do nosso
«apedantísmo». Como nós em
África usamos uma toillette qua-
se uniftorme, aqui (soóbretudo, se-
nhoras) por vezes fazem o seu
«habillement» 3 vezes ao dia. Pa-
ra ela, estas coisas são um exa-
gero. Quanto ao marido, diz que
o pior que tem para ele é o in-
dividualismo até mesmo com
pessoas conhecidas de há anos.
Consideram, portanto, lá a vida
mais fácil. Vivendo em Angola,
Continua na 2.º página
PROGRESSO 7 MAIO 1874
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Página 2
O RENOVADOR
27 de Abril: de 1974
De semana a semana
(De 15 a 21 de ÁAbril )
EM PORTUGAL
15 — O prof. Charles Barry,
reitor da Universidade do Te-
xas, após ter estado em Moçam-
bique, declarou-se impressiona-
do com o clima de tranquilida-
de e progresso que se respira
em Lourenço Marques.
— Entraram em vigor as no-
vas taxas dos C. T. T.
— A produção algodoeira em
Angola deve ascender, no ano
em curso, a um milhão e 800
mil contos.
16 — O grupo Champalimond
pretende constituir uma frota
de quinze navios de longo cur-
so, sendo o0s mais pequenos de
12 mil toneladas, em Angola e
Moçcambique. O mesmo grupo
requereu a instalação de um
banco de investimentos para
Angola com o capital de meio
milhão de contos.
18 — A Caixa Geral de De-
pósitos emprestou —à Petrosul
cerca de um milhão de contos
para a construção da refinaria
de Sines,
20 — O Presidente da Repú;
blica inaugurou, na Feira Inter-
nacional de Lisboa, o 7.º Salão
de Antiguidades.
— Foi assaltada uma depen-
dência, no Bombarral, do Banco
Português do Atlântico. Foram
roubados cerca de três mil con-
tos,
21 — Um violento incêndio
destruiu parte do edifício da
Universidade do Porto. Os. pre-
juízos são incalculáveis e desco-
nhecem-se as causas do sinistro.
NO MUNDO
15 — Entre israelitas e sí-
rios travam-se violentos comba-
tes no Golã para a posse dos
montes Hermon.
16 — O Exército tomou conta
do Poder mo Níger, tendo sido
derrubado o regime <do presi-
dente Hamani Diori.
19 — Em Paris, faleceu o
conhecido dramaturgo francês
Marcel Pagnol.
— Começou oficialmente em
França a campanha eleitoral
para a presidência da República.
20 — O Brasil foi de novo
fustigado pelo flagelo das inun-
dações, desta vez no. nordeste
do País. Mais de cem mil pes-
soas perderam os seus lares nas
últimas cheias.
— O custo da vida agravou-
-se acentuadamente em quase
todos os países do Mercado Co-
mum.
— Na guerra do Vietname
os comunistas utilizaram, pela
primeira vez, gases asfixiantes.
— Os países comunistas pro-
põem a dissolução conjunta da
N. A. T. O. e do Pacto de Var-
sóvia.
21 — Kissinger encontra-se
no Cairo.
Continuação da 1.º página
a vida é mais vida. Vêm assim ao
encontro daquilo que eu sempre
defendi.
De maneira nenhuma, vou con-
tra a forma de ver deste casal
tão simpático. Se Deus quiser,
havemos de viver muitos anos
ainda em Angola e estou certo
que, aqueles que ainda não tive-
ram a sorte de conhecer aquele
Estado. Português, logo que isso
se lhes proporcione, darão razão
às nossas afirmações, ou como já
alguém me disse, ao nosso fa-
natismo, Não me importo fran-
camente que me chamem faná-
tico por Angola, que não me en-
contro sozinho, somos muitos fa-
náticos!
Quanto a mim, simpatizar com
uma coisa, seja ela Nação, Pro-
víncia, Estado ou uma simples al-
deja, só tem valor. Se não há
simpatia, não há gosto de viver.
A pessoa apaixona-se seja por
aquilo que for e nada há a fa-
zer. Nem se deve tentar afastar
a ideia do apaixonado. O nosso
caso, os que simpatizam com
Angola, podem definirse em
dois aspectos:
1.º — Sabemos que à nossa
Metrópole é, territorialmente,
muito mais pequena que Angola.
Logicamente, o português ao
chegar àquele Estado, encontra-
-se numa imensidade de tal or-
dem que fica pensando na dife-
rença das duas partes. E se é da
qualidade de progredir, então, fi-
ca estuoso por se encontrar em
tal dimensão territorial, sobretudo
se esse português é natural de
terras como das Beiras ou Trás-
-os-Montes.
2.º — Geralmente, é mais fá-
cil ganhar dinheiro (fazer foriu-
na) em Angola que na Metrópole.
Então, aquele que era pobre no
continente e foi para Angola e
arranjou o seu pá-de-meia, fica,
sem dúvida, um amigo da terra
que lhe deu a sua independência.
Este caso é absolutamente racio-
nal e bem plausível.
Penso que nunca é de mais fa-
lar e encorajar pessoas mal in-
GOLA…
tormadas quanto ao nosso Ultra-
mar. Hoje, dizemos que a siítua-
ção não é áurea, mas há-de sê-
-=do um dia a nossa situação em
Angola ou em qualquer Província
ou Estado Português no Ultra-
mar. Disso estou absolutamente
certo. É preciso agora — mas
agoral — que todos se lembrem
que todos nós, os bons portu-
gueses, se compenetrem que é
necessário a fixação rápida em
território tão rico para todos.
Então não será preferível a fi-
xação do braço válido português
em território nacional a serem
uns autênticos serventes dos es-
trangeiros? Faz-me confusão co-
mo tantos portugueses pensam!
Nós em Angola somos franca-
mente contra à nossa emigração
para o estrangeiro. Se nós somos
um país rico, porque o não ex-
ploramos? Mas a médida a to-
mar, tem que ser dirigida por nós
mesmos e não esperar que o nos-
so Governo, só por si, resolva os
assuntos do país, Todos unidos,
não seremos muitos.
Pensamos nisto e amanhã te-
remos aà recompensal Bem ha-
jam, amigos!
Obra Social
do Ministério
da Educação
Nacional
Continuação da 1.º página
Assim, foi comunicada a in-
formação de que a Obra Social
está a envidar os seus esfor-
ços para dotar o país com uma
rede de infantários e jardins de
infância, nos quais serão re-
cebidos os filhos de todos os
funcionários dependentes do M.
E. N., incluindo os professores,
evidentemente, .—esperando – se
que em breve alguns possam co-
meçar à funcionar.
Outro campo de acção inte-
ressante, é o que diz respeito
aos subsídios concedidos por
nascimento, casamento € inva-
lidez. Assim, o subsídio de nas-
cimento será de 2000800 € o
de casamento, de 1500800, du-
plicando qualquer deles, no caso
de osdois cônjugues serem
funcionários do Ministério. Es-
tes . subsídios — têm efeito re-
troactivo a partir de 1. de Ja-
neiro de 1974,
Também as Regentes Escola-
res não foram esquecidas no
esquema da Obra Social, bas-
tando as que o desejarem e não
tenham sido abrangidas pelo
dec.º 344/71, requerer o compe-
tente ‘subsídio para a sede da
Obra Social e enviando o regis-
to biográfico. Esta regalia, é
extensiva aos professores que
por qualquer motivo mnão te-
nham direito à reforma.
Quanto ao auxílio na alimen-
tação, é intenção da Obra, a
criação de restaurantes nas
principais cidades metropolita-
nas, que servirão quantos esti-
verem ligados ao M. E. N.e os
seus familiares. O custo da re-
feição é acessível e depende da
categoria do funcionário, veri-
ficando-se actualmente três es-
calões de preços: 7$50, 12850 e
17$50.
Em Lisboa, estão já a funcio-
nar três restaurantes: na Av.
Duque de Ávila, 135, no edifi-
cio do Instituto de Tecnologia
Educativa, Rua Florbela Espan-
ca, e no da Biblioteca Nacional
(ao Campo Grande).
Outras facilidades estão. a
ser estudadas, as quais, mais
tarde, virão a ser divulgadas.
Para mais esclarecimentos ou
inscrição na referida Obra So-
cial, os funcionários do M. E.
N. deverão dirigir-se à sede, R.
D. Estefânia, 24 — Lisboa.
Caseciro
Precisa-se
Para Vinha Velha — Madei-
rã. Oferecem-se excelentes con-
dições. Resposta e pedido de in-
formações para o telefone 1 de
Madeirã.
Manuel Mendes Murtinho
Júnior & Irmão
EMPREITEIROS
Fornecedores de materiais
Encarregam-se de todos os trabalhos de calcetamento de
granito, calcário, vidraço a branco ou incluindo qualquer dese-
nho, xisto, ete. com caixa, mão de obra e transporte.
ANSIÃO — Telefone 78
de construção e outros
«O RENOVADOR»
LEITOR AMIGO!
É O SEU JORNAL.
ASSINE-O
DIGA AOS “SEUS AMIGOS QUE O ASSINEM
TAMBÉM
“Será Verdade
Continuação da 4 pág.
Em 5 de Junho seguinte são-nos en-
tregues os cálculos referentes à
planta.
Desejando 6ó Senhor Bispo vir na-
quele ano à Freguesia fazer à Visita
Pastoral e administrar o Crisma, mar-
cou-se o 15 de Julho desse ano 1972.
Boa altura para se proceder à Bên-
ção e Lançamento da. Primeira Pedra.
Tudo se orienta nesse sentido e o
articulista, na qualidade de Presiden-
te da Comissão de Lisboa, foi convi-
dado a estar presente à cerimónia, o
que não aconteceu por motivos refe-
ridos na carta que nos enviou em
resposta, com data de 9 de Julho de
1972. O dia chegou e foi uma festa.
No entanto apareceram falhas no pro-
jecto. Os cálculos tiveram que ser
feitos novamente: Recorremos a um
segundo — engenheiro que aceitou o
compromisso nos fins de Junho. É
transferido de Castelo Branco paa
‘isboa e após várias insistências en-
trega-nos o trabalho em 15 de Março
de 1973. Iniciam-se novos contactos
com empreiteiros. Após váiias tenta-
tivas, entrega-se a obra em 30 de
Julho de 1973. Apesar das boas re-
ferências acerca da sua pessoa este
veio a falhar quando na sequência
de uma série de apelos que ini-
ciasse as obras, declarou que a não
“fazia, Chegámos ‘assim a 4º de Março
de 1974. Em 17 do mesmo mês deu-
-se o último passo. Finalmente àas
obras começaram, como já foi noti-
ciado. Portanto é falso que, ao de-
malir-se a antiga lagreja, o local da no-
va não estivesse já escolhido e que
não houvesse projecto, como se afir-
mou. A verba não e%a muito, contu-
do a Comissão daqui já angariou
300 000$00; a de Lisboa, de que o
articulista é Presidente, há 4 anos,
ainda não se manifestou sobre o as-
sunto,
2) A VENDA DAS PEÇAS DA
ANTIGA IGREJA — Uma vez recebi-
da autorização para ser demolida a
antiga lgreja, todas as peças fo-zam
cautelosámente tiradas e guardadas
em local próprio, na intenção de tirar
delas o maior rendimento possível.
Neste assunto, deveras melindioso e
delicado, o Pároco não deu passos
em falso. Primeiro pediu licença à
autoridade diocesana, a qual, depois
dê -aqui mandar . peritos (vieram a
14-2-72, segunda-feira de carnaval) a
avaliar as «preciosas peças» e depois
de receber o seu parecer, passou a
respectiva licença, com data de
24-3-72, onde se declara ser «o seu
valor diminuto, não devendo contudo
ser a venda efectuada por preço in-
ferior a 20000$00». A partir daqui
foram informados vários interessados
que aqui se deslocaram, em’ número
de quatro. O primeiro, por sinal, de
Sintra; por intermédio de um ele-
mento da iComissão de Lisboa, ali ra-
dicado, e que ofereceu 13000$00. O
segundo, de Portalegre, que oferece
20 000$00. O terceiro, de Estremoz,
que considerando à verba alta, nada
oferece. Finalmente o quarto, do Fun-
dão, . oferece 30 000$00 e foi-lhe en-
tregue. Portanto, é falso que as peças
da antiga Igreja fossem vendidas sem
serem avaliadas por peritos e sem
concorrência, como foi afirmado,
3) OS SINOS — Não vejo que
mal haja, que repugnância cause, o
facto de os sinos estarem suspensos
numa árvore, tão digna como é aà
oliveira, junto ao local do Culto, num
período de transição duma Igreja an-
tiga, em ruínas, para uma nova, a
construir no mesmo local. O mesmo
já temos .visto noutras Paróquias .que
passaram por idêntica fase. Não con-
9
corda com o modo como estão sus-
pensos; diga-nos . como fazia.
4) O LOCAL DO CULTO — Quan-
to a este assunto, deve esclarecer-se
que a Missa e o Culto é celebrado,
não numa casa particular, mas sim no
salão da casa paroquial, que se er-
gueu à custa de muito sacrifício da
Freguesia, em 1960, mas que o amigo
certamente desconhece e para à qual
nada contribuiu, O Culto celebra-se
ali com base na licença/da Autoridade
Diocesana atrás referida: E é éstranho
que isso tenha incomodado o meu
amigo que nunca lá entrou e daqui
tão longe € não tenha incomodado
os que dele se servem todos os Do-
mingos e dias de festa, como a do
Padroeiro e a da Visita Pastoral com
à presença do Bispo da Diocese, em
15 de Julho de 1972, atrás referida.
-Também aqui meteu água e foi infeliz
nas observações que fez.
Sempre que queira saber a verda-
de, procure-a na autêntica fonte e não
numa qualquer. A term’nar, posso di-
zer que o Prior de Vilar Barroco,
graças a Deus, ainda não perdeu a
cabeça e que os seus paroquianos,
nomeadamente o Conselho Paroquial
e Comissão da Igreja, não têm os
olhos fechados. Como as palavras
passam e as obras é que ficam, es-
peramos por elas, a fim de legarmos
aos vindouros a obra que é digna de
todos. Que todos sejam digrios dela.
NOTA — Temos em nosso poder
todos os documentos referidos e com
as respectivas datas,
Vilar Barroco, 10 de Ábril de 1974.
P. Joaquim da Mata Matias
Escrevem
OS NnOSSOS
leitores
Continua na 4.º página
nez da vila não nos amesquinha.
Pelo contrário, estimula a nossa
verdadeira dedicação, debruçan-
do-nos sobre todos os aspectos
em que à nossa participação seja
válida.
Respeitosamente
Uma oleirense’ que se preza
NOTA DA REDACÇÃO — Só a
títula excepcional npublicamos
uma local anónima. Todavia, co-
mo jornal aberto a todas as opi-
niões e respeitador das diversas
correntes de pensamento, não
quisemos deixar de a dar à luz
da publicidade.
Observaremos ainda que a vi-
la de Oleiros neste jornal e no-
meadamente no artigo à que a2
local se refere, não serviu nem
serve apenas de tema à uma crí-
tica destrutiva (U!),
Pelo contrário, o artigo-louvou
muita coisa de Oleiros. Julga-se
apenas que a Imprensa não tem
meramente função de louvami-
nhas. Deve promover a correcção
de maus whábitos ou costumes e
apontar o que está mal ao lado
do que está bem. E foi o que se
fez. Por isso o autor intitulou 9
seu artigo TERRA DE CONTRAS-
TES: bom e menos bom. Ou ha-
verá quem pense que Imprensa só deve dizer o bem?
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27 de Abril de 1974
9 RENOVADOR
Página .3
À crise do
Gomércio
e da Agricultura
na nossa Região
continuação da 1.º página
ou que seja electricista desde
que detentor da respectiva car-
teira profissional.
Se para a maioria das profis-
sões a lei exige determinadas
condições técnicas e se até um
simples marçano não pode tra-
balhar sem ter o exame da Ins-
trução Primária, não se com-
preende como um analfabeto po-
de abrir e dirigir um estabeleci-
mento comercial.. Numa época
em que se caminha para uma es-
pecialização e em que o comér-
cio se acha numa larga viragem,
parece necessário rodeá-lo de um
conjunto de requisitos que abran-
jam tanto os comerciantes como
os estabelecimentos, ou seja, re-
quisitos referentes à capacidade,
à idoneidade e às condições té-
enicas e financeiras exigidas pelo
interesse público e pela época
em que vivemos.
Chega-se a Oleiros…, por uma
estrada muito estreita e cheia de
curvas indo do lado da Sertã.
Começa-se por subir a serra, de-
pois a descer com o carro qua-
se sempre em segunda.
Nós ao pé das aldeias… e qua-
se as não vemos ainda: estão
escondidas, parece que desde
tempos recuados, talvez por um
movimento tão pequeno da po-
pulação que é quase nulo,
Entra-se em várias povoações
a pé, de burro ou macho: o au-
tomóvel não passa da estrada e
esta não chega à maior parte
das aldeias. :
Nestas localidades têm-se lem-
brado de tanta coisa, até de vi-
ver, mas nunca ninguém se lem-
brou de exigir estradas transitá-
veis. Que vemos? Velhos monta-
dos em jericos. Raparigas ao
fundo, e outro velho, e outra ve-
lha, encostada esta gente de am-
bos os lados da porta de um es-
tabelecimento. Meia dúzia de ga-
linhas. debicando, um peru en-
tre elas.
Entrei no estabelecimento do
Sr. F. O homem não se encontra-
va. Estava só a mulher que já
não via há bastante tempo.
Nas prateleiras da loja mer-
cearia grossa, alguns metros de
Chita…, um barril de vinho, refri-
gerântes e pouco mais.
Perguntei à dona da casa
quanto tinha vendido nesse dia.
Encolheu os ombros:
«Pouco: AÀ bem dizer quase na-
da. Umas coisas pequenas, não
sei…».
Perguntei também pelo filho
solteiro da casa.
«Ah, esse — diz a mãe —
acabou a tropa, não sabe para
onde há-de im.
AÀ velha que estava encostada
meteu-se na conversa:
«Aqui não se faz nada. Há vin-
te anos havia por aqui muita gen-
te, agora somos só nós os ve-
lhos, porque o0s outros emigra-
ram para o Brasil, para a Espa-
nha, para a França, para a Ale-
manha, Mais para a França,
«Nestas fragas — explicou a
mulher do Sr. F. — lavravam-se
uns campinhos de centeio com
os bois…, hoje ninguém lavra.
Só há carrascos e giestas».
. — Numa volta pela fragada pude
ver algum centeio em trechos
exíguos de terra. Não. Nem para
o pão dá. A velha que estava en-
costada foi terminante:
«Não coze ninguém. O pão tem
de ser comprado».
togo a seguir veio a pergunta
do costume:
— Quanta gente vive na ter-
ra? Provocou discussão. Hesita-
va-se entre duas, três, quatro de-
zenas de pessoas. Fogos habita-
dos, talvez uns dez.
«Ãs casas, a gente vai contá-
-las e não demoral»
O velho interessou-se pelo co-
mércio de Lisboa: falta alguma
coisa? O bacalhau, como aqui?
O açúcar?
Ele bem sabia a explicação:
«O bacalhau, quando o vende-
rem, está podre. Armazenam-no
para ele subir…».
A velha (depois soube: a mu-
lher do velho) inquietou-se com
o açúcar: — «Diz que já o não
fabricamb»>
«Nós aqui também não faz fal-
ta. Tirando as doenças, come-se
dieta de pobres: — batatas, fei-
jão e grelos».
Após estes considerandos in-
terrogativos, resta-nos apelar pa-
ra a boa compreensão dos que
em consciência se sentirem acu-
sados.
Há que estruturar, legislar e
organizar umas actividades que
infelizmente têm andado ao sa-
bor da corrente, Sem isso, não
será possível haver um comércio,
uma agricultura e uma indústria
válidas e actuantes, em prol du-
ma sã economia nacional,
Corroios, a 12 de Abril de 1974.
OS PROBLEMAS
DA FLORESTA
continuação da. 1.º página
panha trouxe ao mercado um
motável factor de dinamização
dos preços que obrigou 08/in-
dustriais portugueses a acom-
panhar os oferecidos pelos nos-
sos vizinhos espanhóis. E, como
o preço das pastas celulósicas,
dos painéis e da madeira ser-
rada subiu igualmente de ma-
neira extraordinária, os proprie-
tários puderam beneficiar da
boa vontade dos industriais em
oferecerem mais dinheiro do
que o verificado até aqui.
Mas os problemas da flores-
ta têm. também ma presente
conjuntura uma faceta megati-
va que cumpre fazer realçar.
A falta de mão-de-obra está
em parte na base de certa falta
de matéria-prima para labora-
ção que álgumas fábricas come-
çaram a sentir, embora ainda
apenas esporadicamente.
Começa a pensar-se na orga-
nização, pelas próprias fábricas,
de brigadas especializadas no
corte das madeiras e na aquisi-
ção de transportes próprios, a
fim de não estarem tão depen-
dentes de um mercado de mão-
-de-obra e de camionagem in-
certo.
Em face destas perspectivas,
afigura-se cada vez mais, que a
união dos proprietários ma
Cooperativa Florestal destinada
precisamente à actividade da
preparação e comercialização
das madeiras, será um meio
natural de defesa perante a
omnipotente organização dos
industriais do sector.
À Filarmónica: de Oleiros
reestrutiura-se
continuação da 1.º página
junto de factores que a ninguém
são alheios.
Reduzida já ao mínimo de ele-
mentos, combateu a Filarmóni-
ca problemas incomensuráveis,
que não puderam ser, evidente-
mente, solucionados, mais por-
que já tinha caído em descré-
dito, no caminho que a condu-
ziria ao desaparecimento, feliz-
mente por pouco tempo.
No sentido de tentar o rea-
parecimento da Banda, foi pro-
posto à digna Direcção do Gru-
po de Amigos do Concelho de
Oleiros, há relativamente um
mês, uma reunião para se dis-
cutir o caso, donde viria a sair
a ideia de se deslocarem àquela
vila para que, conjuntamente
com a antiga direcção da Filar-
mónica e outras individualida-
des do concelho, se estudasse a
possibilidade de «arrancar» a
Banda do ponto morto em que
se encontrava. A deslocação da-
queles veio, a. coincidir com o
dia de Páscoa, verificando-se
ali que algo já tinha sido ini-
ciado: pois não só se via a Ban-
da nas ruas da vila, negando
a monotonia a que estava des-
tinado o Domingo de festa, co-
mo à sua frente seguia o seu
novo Presidente, sr. João Pe-
reira Rei.
Efectivamente, já no dia 7 de
Abril se tinham reunido na ve-
lha Sede da Sociedade Filarmó-
nica Oleirense, várias individua-
lidades da vila de Oleiros, a pe-
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dido do sr. João Pereira Rei e
da Direcção do Grupo de Ami-
gos do Concelho de Oleiros. Sa-
lienta”se o fãcto de nessa reu-
nião ter sido «aceite» o cargo
de Presidente, voluntariamente,
quando a certo pônto se chegou
a temer não aparecer alguém
que quisesse tomar a cargo tão
espinhosa missão.
‘No curto espaço de oito dias,
conseguiu o mnovo Presidente
traçar já todo um plano objec-
tivo e prático que vai com cer-
teza começar a cólher os seus
frutos. Com a reunião dos an-
tigos elementos conseguiu já
durante todas as procissões ce-
lebradas naquela vila pela Se-
mana Santa, a actuação da Fi-
larmónica, dando uma ideia da-
quilo que já foi outrora. Por
se tormar imprescindível, ini-
ciou-se já um peditório mone-
tário dirigido e feito quase na
integra pelo Presidente não só
junto das «entidades oficiais do
Concelho e Distrito, mas tam-
hém junto do público em geral
no sentido de se conseguir igual-
mente angariar sócios.
Na realidade, é fundamental,
que agora não seja negada to-
da a colaboração € ajuda mne-
cessária a quem se mostra tão
voluntarioso, tão activo e prá-
tico para que todos possam vol-
tar a contar com à sua Bamnda,
não só no Concelho de Oleiros,
como para além deste.
No enquadramento desta li-
nha de ideias tem já o Grupo de
Amigos do Concelho de Oleiros
em Lisboa, programada uma
festa ou almoço, tendo por fun-
damental objectivo realizar uma
receita, que reverterá, exclusi-
vamente, para a Banda de Olei-
TOS.
Sendo assim, estão-de para-
béns tanto o sr. João Pereira
Rei como a Direcção do Grupo
de Amigos do Concelho de Olei-
ros, pelo sentido de compreen-
são na resolução dos problemas
que se têm deparado, não olhan-
do mesmo ao sacrifício de des-
locações e outros para além dos
seus deveres profissionais.
Que a meta seja atingida
para bem dos Oleirenses são os
votos mais sinceros que se po-
dem formular.
Luís da Silva Mateus
OLEIROS
Continuação da 1.º página
que, aço Domingo, visitou Olei-
Tos, e lastimou o facto.
Somos também informados
de que o traçado previsto da E.
N. n.º 238, junto à Vila, fá-la-4
passar perto da fábrica de re-
sinas do nosso amigo, grande
industrial e Presidente da Câ-
mara Municipal de Oleiros, se-
nhor Alfredo da Silva Fernan-
des, Desconheciamos tal facto,
convencidos como estávamos de
que se manteria o traçado da
E. M.
Se assim é, retiramos intei-
ramente a observação feita de
ser pena que um empreendimen-
to grandioso como aquele, não
pudesse ser notado por todos
o0s que se deslocam a Oleiros.
É que . tivemos verdadeira-
mente pena de, apesar de irmos
com, frequência a Oleiros, só
termos podido tomar conheci-
mento das instalações fabris,
quando propositadamente nos
foi necessário visitar a própria
fábrica. E a fábrica merece ser
vista por toda a gente que pas-
se por Oleiros. Para que se não
diga ‘que nas nossas terras só
há pequenos barracões inestéticos e a cair, como instalações fabris.
@@@ 1 @@@
Página 4
A indusirialização
de Angola
Um nosso conterrâneo, JOÃO JOAQUIM NOGUEIRA,
vai instalar em Garmona uma grande Fábrica de
Açúcar — segundo escreve o «Jornal do Gomércio»
O balanço final relativo ao
ano passado, de pedidos para a
instalação de novas fábricas em
Angola, revela que até ao fim
de 1973, haviam sido feitos 690
pedidos, representando um in-
vestimento total de 10 milhões
€ 799 mil contos, e uma oferta
de 26 600 novos empregos.
Em confronto com o verifica-
do em 1972, as diferenças são
as seguintes:
Mais 5 solicitações, represen-
tando mais de 2 milhões de con-
tos, para mais 1000 novos em-
pregos.
O sector das indústrias ali-
mentares continuou a atrair as
tendências dos nossos investido-
Tes principalmente em quanti-
dade.
No período em referência apa-
receram requerimentos corres-
pondentes a um total de inves-
timentos de 1900000 contos,
para uma oferta de 4 885 novos
postos de trabalho. AÀ média foi
de 11 000 contos por projecto,
menos significativo do que foi
verificado em 1972 — 128 so-
licitações, perto de 2 milhões e
meio de contos.
Ainda mo campo das indús-
trias alimentares merece desta-
que o facto de existirem vários
pedidos para fábricas de con-
servas de frutas e legumes, e
alguns para transformação in-
dustrial de carnes, de grande
interesse para o desenvolvimen-
to agro-industrial. O mesmo
acontece com mnovos pedidos
para o aproveitamento fabril do
milho.
Registe-se o pedido dos em-
presários Mário de Oliveira e
João Joaquim Nogueira para
instalar uma açucareira em
Carmona com a produção inicial
e 200 toneladas de açúcar por
dia.
O sector da transformação de
minérios não metálicos acusou
a maior incidência de requeri-
mentos, a seguir às metalúrgi-
cas. Para este importante sec-
tor, que utiliza cerca de 95 por
cento de matérias-primas locais,
há a evidenciar o projecto apre-
sentado por uma conhecida fá-
brica de Sacavém, já autoriza-
do, para a produção de louças
sanitárias e domésticas, e o de
uma empresa metropolitana
para fabricar no Cacuaco, ar-
redores de Luanda os mundial-
mente —conhecidos vidros «Pi-
rex>,
Entraram ainda — solicitações
Várzea dos Cavaleiros
e Figueiredo
Amanhã, dia 28 de Abril,
toma posse do lugar de Pároco
da freguesia de Sarzedas, o R.
P. António Marques Neto, que
durante 11 anos paroquiou as
freguesias de Várzea dos Cava-
leiros e Figueiredo, no concelho
da Sertã.
Para paroquiar as freguesias
de Várzea dos Cavaleiros e Fi-
gueiredo foi designado o R. P.
Vítor Manuel Matias, natural
de Cardigos, que é deslocado das
freguesias de S. Miguel de Acha,
Santa Margarida e Proença-a-
-Velha, que vinha paroquiando.
O Padre Vítor Manuel Matias
já foi coadjutor há anos ma
freguesia de Sertã.
À ambos deseja «O Renova-
dor>» um apostolado fecundo.
para as indústrias têxteis onde
estão previstos —investimentos
da ordem dos 346 mil contos, e
para os curtumes, nos quais se
tencionam aplicar 225 mil con-
tos.
De notar o total dos inves-
timentos previstos para os pro-
dutos metálicos que atingiram
perto de meio milhão de contos.
Cerca de seis mil novos empre-
gos estão projectados para os
três referidos sectores de activi-
dade produtiva.
O RENOVADOUR
CHEFE
da Secção te Finanças
da Sertã
A seu pedido, foi transferido
para os Serviços Centrais do
seu Ministério em Lisboa, o che-
fe da Secção de Finanças da
Sertã, senhor José Alves Ro-
drigues. Pessoa de trato muito
afável, competentíssimo e ex-
traordinariamente dedicado ao
serviço, deixa um amigo em
quantos com ele tiveram opor-
tunidade de contactar nos qua-
tros anos em que chefiou a Sec-
ção de Finanças da Sertã.
Desejamos-lhe as melhores
prosperidades tanto pessoais co-
mo profissionais.
Consta que o lugar vai ser
preenchido pelo chefe da Sec-
ção de Finanças de Proença-a-
-Nova.
“SENH UGROADE?”
Com este título, publicou «O Re-
novador» duas locais, uma em 12-4-74
n.º 201 e outra em 6-4-74 n.º 213,
nas quais se critica: a demolição da
antiga Igreja Paroquial duma determi-
nada freguesia; a venda das suas pe-
ças e o modo como se venderam; o
facto de os sinos estarem dependu-
Tados numa oliveira; o Culto se cele-
brar numa casa particular.
A freguesia em causa é Vilar Bar-
roco, no concelho de Oleiros, à qual
pertence, por maturalidade, o autor
das referidas locais, o senhor Joaquim
M. Almeida, e quem responde é o
Pároco da referida freguesia, P. Joa-
quim da Mata Matias, na intenção de
esclarecer dúvidas dizendo a verdade
dos factos, a fim de que o rebanho
se não divida nesta hora decisiva pa-
ra esta comunidade, empenhada em
construir a sua Nova lgreja.
1) A DEMOLIÇÃO DA ANTIGA
IGREJA — Quando em Dezembro de
1967 entrei na Paróquia, já a lgreja es-
tava em péssimo estado, não ofere-
cendo o mínimo de condições à ce-
lebração do Culto e já ameaçava ruí-
nas, Por isso havia que tomar qual-
quer iniciativa. No entanto o tempo
vai passando até que em 1970 se dão
os primeiros passos. Constituem-se as
iComissões, uma delas em Lisboa pa-
ra presidente da qual foi escolhido o
articulista das referidas locais, cargo
que aceitou e que ainda conserva. Lá
se fez uma reunião com todos os ele-
mentos da mesma, no primeiro | tri-
mestre desse ano, na qual se expôs
o plano para a solução do problema
e se pedia a todos a colaboração pos-
sível. Como as dimensões do local
da antiga Igreja eram reduzidas, foi
sempre intenção dos responsáveis
encontrar um local mais apropriado.
— No entanto, as diligências para o con-
seguir não deram resultado, apesar
de se terem empregues todos os es-
foços nesse sentido e com perda de
tempo. Não se conseguindo um pri-
meiro ilocal, tentou-se um segundo
que também se não conseguiu e um
terceiro também não.
Excluídas todas as hipóteses para
se dar um novo local à Nova Igreja,
tivemos que nos sujeitar ao mesmo.
E foi a partir desta decisão que se
Hospital da Misericórdia
da Sertã
No Hospital da Santa Casa
da Misericórdia da Sertã passa-
rão a efectuar-se consultas de
Ginecologia, a partir do dia 4
de Maio.
A consulta será dada pelo Dr.
Manuel José Vilarinho Cachado,
de Tomar, conceituado especia-
lista,
mandou arranjar uma planta de acor-
do com es medidas do local. Para o
efeito ali se deslocou o responsável.
E assim se chegou ao final de 1971.
Uma vez que a obra ia ser construí-
da no mesmo local da antiga, esta
tinha necessariamente que ser demo-
lida. Para isso se requereu a $. Ex.º
Rev.”* o Bispo da Diocese, autoriza-
ção para a trasladação do Culto para
o salão da casa paroquial; para a de-
molição da antiga Igreja e para no
mesmo local se construir a nova. AÀ
licença, para «estes três fins, foi pas-
sada em Portalegre, com data de 4
de Março de 1972. Em 11 de Abril
desse ano foimos entregue à planta.
Começam os contactos com emprei-
teiros. No último domingo deste mês
de Abril celebra-se, pela primeira vez,
a Missa no salão paroquial. Em 31
de Maio de 1972 é demolida a lgreja
Continuação da 2.º página
27 de Abril de 1974
ESCREVEM
os nossos Leitores
A ACEITAÇÃO
Cada vez mais crescente
que «9 Renovador» vai tendo
Ex.Ӽ Senhor
Director de «O Renovador»
Sou um recente assinante do
jornal que V. Exº dirige e por
esse facto lembrei-me ser possi-
vel através desse órgão de infor-
mação tornar público o pequeno
artigo que envio em anexo. Tal-
vez por estar muito «agarrado»
aos problemas que afectam di-
recta ou indirectamente a minha
terra Natal, sou levado por ve-
zes as escrever algumas linhas
que gostaria de ver publicadas
com o possível arranjo que V.
Ex.º entender por bem introduzir.
Seja como for, encontro nesse
jornal, e isso por saber a aceita-
ção cada vez mais crescente que
ele vai tendo em Oleiros, o cami-
nho certo para a exposição de
certas ideias, o lançamento de
certos gritos de alarme.
Se, efectivamente V. Exº de-
cidir publicar o que envio, outros
problemas do género poderei en-
dereçar a V. Exº para o mesmo
fim, pois embora tenha muito do
meu tempo ocupado com o em-
prego e estudos, de qualquer ma.
neira será uma maneira de passar
a arranjar ainda outros serões.
Sem outro assunto, apresento
a V. Exº os meus mais respeito-
sos cumprimentos.
Atenciosamente,
Luís da Silva Mateus
NOVOS ASSINANTES
D. Beatriz de Jesus Lopes, de
Lisboa, remetido pelo nosso
amigo, Manuel António de Je-
sus Nunes; D. Graciete Dias
Fernandes, de Leiria.
Entensão dos Henefico
da Previdência
Continuação da 1.º página
Mas tais regalias, que ao pri|_17
cípio eram apanágio apenas de
alguns, estão agora a alargar-se
a todas as classes de trabalhado-
res, inclusive aqueles que, de
economia mais débil, melhor sen-
tirão o alcance das regalias que
se lhes conferem.
Nessa orientação foram englo-
bados já, entre outros, os empre-
gados domésticos, os porteiros
e os engraxadores, tornando-se
agora extensivas à classe dos
guarda-nocturnos as regalias já
atribuídas aos que enumerámos.
Os benefícios a conceder en-
globarão, assim, a protecção na
doença, extensiva ao cônjuge
que viva a cargo do beneficiário e
aos descendentes e equiparados;
protecção na maternidade me-
diante a protecção à esposa, a
cargo do beneficiário, com assis-
tência médica e medicamentosa
durante a gravidez, parto e puer-
pério; protecção na invalidez e
velhice; e em caso de falecimen-
to, concessão de subsídio por
morte e de pensão de sobrevi-
vência, a atribuir apenas à viúva
que, à data da morte do benefi-
ciário, esteja a seu cargo.
Igualmente se determina no
despacho que, para efeito de cál-
culo de benefícios pecuniários,
será considerado, em referência
ao pessoal abrangido, o salário
convencional de 1 500$00 men-
sais, sendo de 75$00, também
mensais, o montante da contri-
buição do beneficiário para as
instituições de previdência,
E é esta verdade, este cuidado
postos na vida e carências do
trabalhador português que temos
de sublinhar, pois que nesse cui-
dado e nessa verdade se situará
o fulcro de toda a promoção que
está a ser realizada pelo Estado
Social que nos governa, e diri-
ge, e assegura e garante o nosso
desenvolvimento e progresso.
GASA NA GOMARCGA
da Sertã
ACTIVIDADES PARA
O MÊS DE MATIO
:A Casa da Comarca da Sertã
em Lisboa leva a efeito, duran-
te o mês de Maio, as seguintes
actividades programadas:
Dia 4, Sábado — Convívio e
Baile.
Dia 19, Domingo — Tarde
dançante,
OLEIROS
terra de contrastes
10-4-1974
Ex.Ӽ* Senhor .
Director de «O Renovador»
Oleiros,
Tendo conhecimento indirec-
to duma notícia narrada em «O
Renovador» sobre Oleiros, envi-
dei os meus esforços no senti-
do de contactar directamente
com ele.
Pois bem, um cabeçalho su-
gestivo ilustra a primeira página
do jornal: «Oleiros terra de con-
trastes». Na realidade, todos os
oleirenses temos conhecimento
do atraso, da monotonia do
quotidiano. Mas também, quem
não sabe que o subdesenvolvi-
mento é característico do interior,
das zonas pouco industrializadas?
Todos sofremos as consequên-
cias do grande surto emigrató-
ria português, buscando melho-
rar os seus nível e qualidade de
vida.
É lamentável que a nossa vila
apenas sirva de tema a uma cri-
tica destrutiva, pois é inconcebi-
vel que as virtudes dos seus fi-
lhos, que as têm, sejam votadas
ãao esquecimento, pois decerto
não degeneraram completamente.
Gostaria, se me permitem, de
elucidar que a mencionada cor-
rida domingueira às tabernas não
é tão notória como afirmam, e fa-
çamos uma pequena reflexão:
— Será um vício tipicamente
oleirense?
A carência de estruturas mo-
dernas é partilhada por localida-
des similares. Nós, aleirenses,
Pugnaremos pelo desenvolvimen-
to .psicolágico e material dos
nossos conterrâneos. A peque-
(Continua na 2.º página)
BAPTIZADO
Na cidade de Benguela —
Angola, no passado dia 2 de
Abril, recebeu o santo sacra-
mento do baptismo a menina
Ana Paula Farinha Martins, fi-
lha de Adelino António Martins
e de Lucinda Farinha da Silva
Martins. Foram padrinhos Ma-
nuel Farinha da Silva e sua es-
posa Aurora Levita Ferreira
da Silva.
Após a cerimónia, foi servido
um lauto almoço de convívio na
residência dos pais da menina.
À nova filha da Igreja augu-
ramos as melhores bênçãos do
céu.
NOTÍCIAS
de Pedrógão Pegueno
Após prolongado sofrimento,
faleceu na sua residência, no lu-
gar do Vale da Galega, freguesia
de Pedrógão Pequeno, deste Con-
celho, no dia 27 de Março, o Sr.
Manuel Fernandes. Era viúvo,
proprietário e de 84 anos.
O falecido era pai dos Srs. Al-
bino Fernandes, casado com a
Sr.º D. Maria da Conceição Fer-
nandes, de António Fernandes da
Costa, casado com a Sr.º D. Ma-
ria de Jesus Fernandes, e D. llda
da Costa Fernandes, casada, com
o Sr. António Henriques Barra.
Era pessoa muito considerada
nesta região.
O funeral, depois da missa de
corpo presente, realizou-se no
dia seguinte, com grande acom-
panhamento, para o cemitério de
Pedrógão Pequeno.