O Renovador nº205 09-02-1974

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Ano IV — N.º 205 — AVENÇA

– D RENDURDDR

Y.

9 de Fevereiro de 1974

SEMANÁRIO DEFENSOR DOS INTERESSES DA REGIÃO FLORESTAL DO DISTRIO DE CASTELO BRANCO — CONCELHOS DE: SERTÃ, OLEIROS, PROENÇA-ANOVA E VILA DE REI

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:
Rua Lopo Barriga, 5-r/c — SERTA — Telef. 131

DIRECTOR E PROPRIETÁRIO:
JOSE ANTUNES

COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO:
Gráfica Almondina — Telef. 22109 — Torres Novas

O ESCRITOR
E A TERRA NATAL

Pelo PADRE

MANUEL ANTUNES

Ou aquela que como tal fun-
cione e que será a terra da sua
infância. Seja ou não seja a per-
cepção a sua «faculdade-mes-
tra»>, o espaço onde o homem,
que depois se revelará escritor,
primeiro se abriu ao mundo e o
mundo se abriu a ele, largo ou
estreito, fixo ou móvel, de con-
viavilidade ou de odiosidade, de
solidão ou de companhia, de li-
berdade ou de opressão, onde a
sua. exlstencm. brotou desperta

te ou

: mente se sentiu Jogazda e envol-

vida, esse espaço não poderá
deixar de o habitar pela vida
adiante e de lhe saltar, em cer-
tos momentos, ao bico da pena.
De forma bem inesperada, por
vezes. Numa imagem, num mito,
num símbolo, é todo esse univer-
so, primeiro e fundamental, que,
por tese ou antítese, posição ou
negação, surge evocado.

Surge evocado. Todo o escri-
tor é, de raiz e à raiz, um evoca-
dor. Pode ele ser também, eumu-
lativamente, um convocador e
um provocador. Um convocador
de seres e de coisas, de conste-
lações, acaso distantes, de objec-
tos naturais e culturais, de for-
mas poéticas e de figuras retó-
ricas. Um provocador de revolta
ou de reflexão, de paixão ou de
cuidado, de agrado ou de angús-
tia. Uma e outra função, porém,
ele as exercerá, não raro, como
evocador. Será através das suas
mais originárias e mais fundas
experiências dos homens e das
coisas, da terra e dos que nela
habitam, que ele encontrará as
metáforas mais eficazes e os
acentos mais convincentes para
exprimir o mundo que ele visa
metamorfosear e transformar.

Todo o escritor — será ousa-
do generalizar? — é uma crian-
ça e um adolescente residuais.
Podem depois muitas outras ex-
periências acumular-se, dando
até a impressão de cobrirem de
estratos graníticos e de cama-
das de cimento impenetráveis o

universo que a terra natal for-
mou. Poderá depois parecer que
o escritor é um desenraizado to-
tal, como tantos o pareceram
na: época helenística ou tantos
o estão parecendo no mundo
de hoje. Isso não impedirá, to-
davia, nem a persistência nem
a vida do mundo — genético e
«arqueológico» que, no cerne,
o constitui. Como se diz na lin-
guística de Chomsky, as estru-
turas latentes podem ser incom-
paravel mais eficazes que
as estruturas patentes.

A referência, explícita. ou im-
pl.lclta ao espaço-tempo natal
será sempre um sinal de auten-
ticidade. E a autenticidade, se
não é tudo no escritor, repre-
senta, sem dúvida, uma das suas
dimensões. A mais vital e a mais

Continua na 4.º página

Na Mão de Deus

DOUTOR PEDRO
BÓIS PITA

Faleceu, em Cascais, no pas-
sado dia 3 de Fevereiro, o Dr.
Pedro Góis Pita.

Notável jurista, político e ho-
mem público, que sobraçou duas
pastas ministeriais, do Trabalho
e o Comércio, foi durante longo
período, deputado, tendo ocupa-
do a posição de bastonário da
Ordem dos Advogados. Era ac-
tualmente presidente da Aca-
demia das Ciências.

Foi autor de inúmeros traba-
lhos, principalmente de carác-
ter forense.

Era condecorado com o gran-
de oficialato das ordens de Cris-

Continua na 3.º página

E[A la

A Freguesia de

CAMBAS

Segundo as «Memórias» do
Bispo de Angra, o nome Cam-
bas deve-se à situação da al-
deia, junto ao Zêzere, numa re-
gião onde ele descreve inúme-
ras curvas.

Está situada num local apra-
zível, sobre a margem direita
do rio. Em tempos foi muito
importante por ser o único pon-
to onde o rio podia atravessar-
-se em qualquer altura do amo,
mesmo no tempo das maiores
cheias. Era o maior e melhor
porto da região.

Além disso, a freguesia era
enorme e muito povoada. AÀ sua
fundação perde-se na memória
do tempo, mas é de crer que
terá sido contemporânea da de
Álvaro, logo após Oleiros. Daí
a importância que chegou a
atingir, tornando-se, mesmo,

TERBRA DE ESCRITORES

O prestigioso «Jornal do Fun-
dão» no seu número publicado
em 27 de Janeiro e em Suple-
mento Especial dedicado aos
«Escritores da Beira Baixa»,
faz referência significativa a
nada menos que a três escri-
tores da nossa região: — José
Cardoso Pires, natural de Peso
(Vila de Rei), Padre Manuel
Antunes, natural de Sertã e Pa-
dre João Maia, natural de Fun-
dada.

Não refere Arnaldo Saraiva,
o responsável do número espe-
cial, um outro grande escritor,
que consideramos da nossa re-
gião, Virgílio Godinho, embora
natural do concelho vizinho de
Ferreira do Zêzere, mas cuja
radicação é beiroa, aqui viveu
e vive e cujo estilo «estronca
na linguagem de Camilo, de

RENOVAÇÃO É

Aquilino, de Tomás de Figuei-
redo».

Mas o facto de numa lista
de 13 escritores da Beira Bai-
xa enumerados por Arnaldo Sa-
raiva, a nossa região estar re-
presentada por 3, ou por 4, já
que, Virgílio Godinho ‘“poderá,
segundo a nossa opinião ser in-
cluído, faznos — pensar numa
terra especialmente privilegiada
para alfobre de escritores.

Já moutra oportunidade fize-
mos ressaltar este facto. E! te-
mos especial honra em que al-
guns destes escritores nos te-
nham mimoseado com a sua
prosa castiça, com o seu sen-
tido crítico, com o interesse dos
seus escritos. «O Renovador»
sente-se extremamente orgulho-

Continua na 3.º página

AAA

OLEIROS

em certa altura, a que auferia
maiores rendimentos.

O seu pároco tinha o cogno-
me de Prior e possuia terras e
vários outros rendimentos, tor-
nando-se a sua Igreja a melhor
da região. De um deles, chama-
do Joaquim Paes Pinheiro, con-
tam-se as mais pitorescas his-
tóricas. Possuia ele vários re-
banhos nas suas terras. Pois,
certo dia, no momento em que
celebrava Missa, ouviu gritar
aos lobos. Imediatamente saiu
a correr, pela Igreja fora, gri-
tando a plenos pulmões, sem se
importar com os paramentos
nem com o pasmo dos seus fiéis
ou do sacristão…

Diversas povoações foram ti-
radas à sua jurisdição e até
alg’umas freguesias se consti-
tuiram à sua custa. Contudo, a
sua extensão é ainda conside-
rável e mela se encontram 8
povoações: Admoço, Brejas do
Barco, Cambas, Caneiros, Pi-
soria, Rouco de Baixo, Rouco
de Cima e Selada Pedras. Nelas
viviam 1563 habitantes por al-
tura de 1960. Hoje serão mui-
to menos.

Dista 45 quilómetros da sede
do concelho. No entanto a des-
locação por um lado é fácil, pois
está debruçada sobre a EN 110
Coimbra — Castelo Branco, on-
de circulam diariamente algu-
mas carreiras.

O orago da freguesia é
S. João. Mas as devoções vão
para Nossa Senhora de Fátima
em cuja honra se celebra a
maior festa da freguesia, no dia
23 de Agosto. A actual Igreja
Matriz é um templo harmonio-
so, amplo, bem dotado. Mas a
antiga era-o mais ainda, pela
sua rica talha e os belos azu-
lejos e painéis. O progresso não
perdoa e foi necessário sacri-

(Continua na 2.º página)

UNIÃO E

CÂMARA
MUNICIPAL PARA 1974

ORÇAMENTO DA

O orçamento da Câmara Mu-
nicipal de Vila de Rei para 1974
apresenta a receita previsível
global de 6 574 246$40 e despe-
sa de igual montante.

É de notar que, enquanto tu-
do sobe, também o orçamento
camarário tem subido substan-
cialmente nos últimos anos.

Ainda bem. Pois isso repre-
senta progresso visto que sem
dinheiro não se fazem melho-
ramentos,.

CASA DO POVO
DE VILA DE REI

No princípio do passado mês
de Janeiro, a Casa do Povo de
Vila de Rei e a sua Comissão
Organizadora presidida pelo se-
nhor José Maria da Silva, pro-
cedeu ao pagamento das pen-
sões de velhice aos que têm
70 anos de idade. Foi um espec-
táculo impressionante a visita
à vila de tantos velhinhos e ve-
lhinhas cuja alegria por verem
que o nosso Governo agora já
olha por eles, era evidente e se
ihes espelhava no rosto.

O TURISMO QUE TEMOS
DE PROMOVER

Fala-se muito em turismo.
Vila de Rei tem condições ex-
celentes para esta indústria.

Não podemos, porém, falar,
e nada fazer. Criou-se um bom
ambiente e possibilidades há
uns quatro ou cinco anos. Cha-
mou-se a atenção para um res-
taurante típico que foi um ex-
celente atractivo. Valorizou-se
o Miradouro do Penedo Furado
e o da Palhota. Acenou-se com
o local maravilhoso do Pico da
Milriça, com a aldeia típica da
Portela, etc.

Mas, depois disso, que foi fei-
to? Teve-se sempre o cuidado
de manter a Vila num brinqui-
nho quanto a limpeza? Os ca-
fés e tabernas típicas são aco-
lhedores? As instalações sani-
tárias estão em perfeito estado,
para delas se servirem quais-
quer pessoas sem que se ‘ eno-
jem?

Promoveram-se outras inicia-
tivas complementares — daque-
las?

Todos deveríamos fazer um
exame de consciência. O turis-
mo tem exigências. Tanto se
promove rapidamente como se
despromove.

Vila de Rei é muito bonita
pelas suas belezas naturais.
Mas elas não bastam. (E.).

Condições
de Assinatura
VIA NORMAL

Portugal Continental
e Ultramarino, Brasil e Espanha
100800
Estrangeiro: 180$00

VIA AÉREA
(Pagamento adiantado)

Províncias Ultramarinas: 200$.
Estrangeiro: 250$00

NOTA — Tou.- as importâncias
nos podem ser remetidas em
vale de correio, cheque ou di-
nheiro de qualquer nacionalida-
de eu ainda os Srs. Assinantes
encarregarem quem nos efec-
tue directamente as liquidações.

As assinaturas devem ser pa-
gas adiantadamente.

Para o Ultramar Português
e Estrangeiro não fazemos co-
branças através dos C.T.T.

Pela Câmara Municipal foi re-
metida aos competentes Serviços
do Estado a planta provisória do
terreno “destinaedo ao pavilhão
gimnodesportivo que se situa a
cerca de 300 metros da Escola In-
dustrial da Sertã e no início da E.
N. hnº 2h44, a uns 100 metros do
edifício da escola primária.

A escolha entre outros motivos,
foi determinada pelo facto de os
terrenos sugeridos não oferecerem
melhores condições que o referido,
consideradas as diversas hipóteses
em jogo, inclusive a de o pavilhão
ser municipal e destinado a todos
os munícipes, não só aos estudan-
tes.

Houve quem falasse em que a
Câmara deveria aceitar um terre-
no oferecido pelos respectivos pro-
prietários e na zona da Escola In-
dustrial.

Esclarece-se, desde já, que não
se verificou qualquer oferta, pois
não se pode considerar como tal

Pavilhão Gimnodesportivo

da Sertã

uma conversa havida com o Presi-
dente da Câmara em que ligeira-
mente se terá abordado esse assun-
to, mas condicionando-se a oferta
à contrapartida de urbanizações no
local, impossíveis de realizar.

Se há oferta não condicionada,
ainda se pode aproveitar,

Por outro lado, encontra-se em
estudo igualmente a localização
da Casa do Povo da Sertã que
implica a construção de um pavi-
lhão gimnodesportivo que deverá
situar-se junto à Casa, mas que
não poderá existir em duwplicado
com outro pavilhão gimnodespor-
tivo municipal, na mesma locali-
dade.

Como o problema ainda não está
resolvido em definiítivo, se aqueles
proprietários estão interessados na
oferta, sem contrapartidas, ou con-
dições, é normal que qualquer das
entidades, a Casa do Povo ou a
Câmara, se aproveite da genero-
sidade.

PROGRESSO.

 

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Página 2

O RENOVADOR

9 de Fevereiro de 1974

De semana a semana Escrevem os nossos leitores

(De 28 de Janeiro a 3 de Fevereiro)

EM PORTUGAL

28 — Ao fim de 16 anos de
intensa exploração petrolífera,
a produção de ramos de petró-
leo, em Angola, atingiu 18 mi-
lhões e 200 mil toneladas mo
valor de 7 milhões e 160 mil
contos.

29 — O ministro de Estado
adjunto para os Assuntos Eco-
nómicos, dr. Mota Campos, fez,
através da R. T. P. e da Emis-
sora Nacional, uma comunica-
ção sobre a execução do TV
Plano de Fomento.

— No decorrer do ano passa-
do entraram em funcionamento
no Estado de Moçambique, 388
novas unidades industriais, for-
necendo cerca de cinco mil lu-
gares de trabalho e represen-
tando um investimento de seis-
centos e noventa mil contos.

30 — O Conselho de Minis-
tros para os Assuntos Elconó-
micos, reunido sob a presidên-
cia do dr. Marcelo — Caetamo,
tratou do abastecimento ener-
gético do País a longo prazo.

31 — O eng.º João Maria Lei-
tão de Oliveira Martins foi exo-
nerado do cargo de secretário
de Estado das Comunicações e
Transportes, a seu pedido.

— O dr. Miguel Pupo Cor-
reia foi nomeado subsecretário
de Estadodas Comunicações €
Transportes.

1 — Em entrevista concedida
a François d’Orcival para a re-
vista francesa «Valeurs Actuel-
les», o ministro dos Estrangei-
ros, dr. Rui Patrício, lembrou
que são muito antigas as mnos-
sas relações de amizade com os
países árabes. Afirmou igual-
mente que a utilização da base
das Lajes obreviou à II Guerra
Mundial e foi decisiva para a
defesa de Berlim.

— O Estado vai celebrar con-
trato para a pesquisa de jazi-
gos de hidrocorbonetos naturais
em Timor.

2 — Encalhou fora da barra
de Leixões, o cargueiro grego
«Amethyst>. O navio conside-
ra-se perdido. À tripulação sal-
vou-se com grande dificuldade.

— O perito geográfico alemão
dr. Karl Mauder proferiu em
Bona uma conferência sobre o
significado e alcance da barra-
gem de Cabora Bassa, tendo
posto em relevo a acção de
Portugal pela promoção sócio-
-económica das populações nati-
vas de Amgola e Moçambique.

3 — Foram fixados — novos
preços para os combustíveis. À
gasolina super passou para 118
o litro, a normal 9$50 e o pe-
tróleo 2$80. Os restantes preços
também sofreram alteração.

— O jornal inglês «Surrey
Comet»> publica uma carta de
um leitor, J. Hand, em que este
pergunta se não compreendem
que os chamados combatentes
da liberdade são terroristas
marxistas que matam e muti-
lam africanos indefesos.

NO MUNDO

28 — Faleceu o general Gri-
vas, o «<leader» que lutou, sem
êxito, pela, união da ilha de
Chipre à Grécia.

— Sadate não conseguiu con-
vencer os países árabes a le-
vantarem o embargo do petró-
leo aos Estados Unidos.

30 — Os novos mísseis sovié-
ticos têm um alcance de 6400
quilómetros e fazem perigar o

equilíibrio das duas superpotên-
cias de forças nucleares.,

31 — O presidente Nixon vi-
sitará o Médio Oriente na pró-
xima Primavera.

— Brejnev, secretário-geral
do Partido Comunista Soviético,
visita oficialmente Cuba.

— O presidente do Brasil,
general Médici, inaugurou, em
Manaus, a maior via de comu-
nicação terrestre.

— ÀAs relações sino-soviéti-
cas vão de mal a pior. À tensão
entre os dois gigantes comunis-
tas aumenta.

1 — O Governo boliviano do-
mina a rebelião dos camponeses.

— As inundações em Brisha-
me (Austrália) causaram 13
mortos. AÀ população enfrenta
agora o perigo das epidemias.

2— Em &. Paulo um violento
incêndio, que eclodiu num arra-
nha-céus de 21 andares, causou
172 mortos. Há 468 pessoas hos-
pitalizadas.

3 — Numa doca do porto de
Carachi foi assaltado um navio
grego por um comando pales-
tiniano que mantém dois oficiais
como refêns e exige a libertação
dos terroristas condenados à
morte em Atenas.

— O antigo ministro do In-
terior da Inglaterra, Reginald
Maudliny, foi ferido pela explo-
são de uma carta-armadilha.
Julga-se que a origem provém
de elementos do L. R. A.

Continuação ds 4º’ pág.

Mas rejubilámos de aiegria
quando hoje, 19 de Janeiro de
1974, recebemos da Junta Au-
tónoma de Estradas, Direcção
dos Serviços de Viação Rural, o
Ofício N.º 340 com data de 17
do corrente de sua referência,
38/MR/58, onde nos diz: «da
carta dirígida pela população das
freguesias de Figueiredo, Várzea
de Cavaleiros, e limítrofe 2 Sua
Excelência o Presidente do Con-
selho, acerca da obra da Estra-
da M. 528-1, Reparação da E.
M. 529-1 em Figueiredo à E. N.
247.

Castelo Branco — Sertã

Relativamente ao assunto em
epigratfe, tenho a honra de infor-
mar Vº Exº, em cumprimento
de um despacho de Sua Excelên-
cia o Secretário de Estado das
Obras Públicas, de 14 do cor-
rente (Janeiro) do seguinte:
Por Portaria de 17-12-73 foi au-
torizada uma (verba) Comparti-
cipação de 750 contos, pôra à
obra de beneficiaçção de um
(troço): lanço da E. M. 529-1,
com a extensão de 3 km. Fica
aguardando disponibilidade de
dotação, que permita comparti-
cipar o lanço restante da via em
causa, cuja extensão é de 3,9 km.
etc., etce.

Agora temos a certeza que
vamos sair do cativeiro em que
nos encontrávamos já há alguns
anos devido ao péssimo estado
em que aquele troço de estra-
da ‘se encontrava. Por isso todos
nós tanto os lá residentes como
os espalhados por todo o lado,
rejubilamos de alegria e viemos
publicamente agradecer sincera-
mente a Sua Excelência o Sr.
Professor Marcelo Caetano a
amabilidade que teve para con-
nosco em atender os nossos pe-

Uma via férreo
de Tomar a Sulvolerra
pussando pelo Seriá

«uReconquista» referiu-se na
semana passada ao antigo pro-
jecto que traçava uma linha fér-
rea de Tomar a Castelo Branco
pela zona da Sertã e Proença-a-
-Nova e ligava depois a capital
do distrito a Idanha e Salvaterra
continuando pela Espanha fora.

É de lamentar que o tal pro-
jecto não tenha passado de sim-
ples risco num papel.

Já nessa época, há mais de 50
anos, se reconhecia a necessi-
dade duma via férrea pelo cen-
tro do País como ponto de par-
tida para o seu desenvolvimento

Tratava-se duma zona positi-
vamente pobre naquela época; à
actual zona do pinheiro produzia
então centeio de 6 em 6 anos e
azeite de 2 em 2.

Desconhecemos os motivos
que impediram a realização de
tão ambicionado projecto, mMas
não ignoramos as manobras que
certos políticos utilizaram para
defesa de seus interesses pes-

soais.
A não concretização deste
plano prejudicou’: seriamente a

José André

De visita à Sertã, esteve nes-
ta redacção o nosso amigo se-
nhor José André natural de
Sendinho da Senhora, na- fre-
guesia de Oleiros.

Tivemos muito gosto em cum-
primentá-lo, assim como a sua
esposa, senhora D. Maria dos
Prazeres André.

Desejamos-lhes — as maiores
felicidades e aguardamos nova
visita.

vasta zona que tem hoje graves
reflexos na vida económica do
país.

Na verdade, a tão discutida
«mancha verde» é talvez a re-
gião mais rica do nosso distrito
e, sem dúvida, uma das mais
rendosas do País.

A madeira, as resinas e o azei-
te constituem uma riqueza incal-
culável; a fértil campina da ida-
nha permanece quase inculta por
falta de infra-estruturas.

Podemos pois afirmar que o
centro do País, e muito concre-
tamente a região do interior tem
estado praticamente abandona-
da.

Foi-lhe usurpado o direito da
via férrea, não lhe foi concedi-
da uma rede de estradas con-
digna.

Contudo, os concelhos d”
Ferreira do Zêzere, Sertã, Proen-
ça-a-Nova, Vila de Rei, Oleiroz,
Castelo Branco e Idanha contri-
buem todos os anos com eleva-
das centenas de milhares de con-
tos para a economia nacional

Devido ao avanço da técnica
hoje já não é difícil rasgar uma
via férrea.

Por todos estes motivos, jus-
tifica-se plenamente a concreti-
zação do antigo projecto.

A dita via seria um dos maio-
res benefícios para os distritos
de Castelo Branco, Santarém e
Coimbra.

Deixamos estes considerandos
à reflexão dos responsáveis pelo
desenvolvimento harmónico da
Terra Portuguesa.

C. de Moinho Bravco

(De «Reconquista»)

didos. Graças à Sua intervenção
foi dada a verba para a nossa
estrada, Muito obrigado, e que
Deus o proteja. Agradecemos
também a Sua Excelência o Sr.
Secretário de Estado das Obra3s
Públicas, e ao ilustre Presidente
da Câmara Municipal da Sertã,
Sr. Dr. José Antunes, pelas dili-
gências feitas.

Para maior satisfação das pc-
pulações a Câmara Municipal da
Sertã vai pôr imediatamente i
concurso público a referida ob *-,
como foi noticiado no «Renova-
dor» de 19 do corrente (Janei-
ro 1974).

Sem outro assunto e muito
agradecido apresento a V.º Ex*
os meus respeitosos cump’i
mentos

Sacavém, 28-1-1974.

Manuel Domingos

OS NOSSOS APELOS
NÃO CAIRAM EM SACO ROTO

Ex.Ӽ Sr. Director
do Jornal «O Renovador»

Ao acabar de ler mais um nó-
mero do Semanário O RENO-
VADOR, é com grato prazer que
verifico que os nossos apelos
não cairam em saco roto. Con-
tinuam a aparecer mais colabo-
radores com as suas muito sim-
páticas e bem recebidas notí-
cias, que, ao fim e ao cabo não
visam outro fim que não seja o
engrandecimento deste magní-
fico defensor do Bem Comum
que é o nosso jornal

Assim, vamos continuar sem
desfalecimento até que se atin-
ja o fim em vista

Aqui há tempos foi alvitrado
para local de maior desenvolvi-
mento um ponto de encontro
cheio de interesse, com o seu
comércio, agente de Viação de
Cernache e ainda uma boa casa
de habitação. Hoje está tudo em
ruínas. Trata-se de Selada da
Cava.

Uns rumores deram que alqu-
ma coisa se iria fazer, mas O
tempo passa veloz e tudo na
mesma. Até quando?

A Sertã à procura do lugar
a que tem direito!

Foi com grande satisfação
que tive conhecimento da deci-
são do nosso Governo em au-
torizar o Alvará para uma fábri-
ca de aglomerados de madeira
que bastante irá engrandecer to-
da a região!

Finalmente parece que chegou
a hora da nossa comarca fugir
a passos largos da monotonia
em que se encontrava.

E tudo porquê?

Porque apareceram homens
dinâmicos, bons e com força de
vontade capazes de enfrentar
todas as dificuldades.

Tenho notado a falta de notí-
cias em O RENOVADOR sobre o
desporto.

Será por inactividade ou por-
que os resultados são tão nega-
tivos que se aconselha não vi-
rem a público?

De qualquer maneira,
sempre bem vindos.

Ficamos à espera…

eram

Com um muito obrigado me
subscrevo com estima

M. Aives

A MADEIRA DESEJA
A CELEBRAÇÃO DA FESTA
DO SENHOR JESUS
DO VALE TERREIRO

Ex.”º “Sr.
do Jornal «O Renovador»

Director

Mais uma vez cá estou a dar-
-lhe um bocadinho de trabalho.
Mas como V. Ex está sempre
disposto a aturar-me, eu sigo a
rotina

Falando-se nas Festas do Se-
nhor Jesus do Vale Terreiro, de-
ve estar lembrando que há tem-
pos eu escrevi uns versos que,
segundo me disseram, calaram
bem nos nossos conterrâneos.

Mas parece que agora sSurgi-
ram discórdias com a organiza-
ção dos referidos festejos. Não
sei se da parte da Comissão
nomeada para esse fim, se da
parte paroquial.

Seja como for, houve um mal
entendido. Pergunto agora: —

as partes responsáveis não te-
rão facilidade de entrarem em
entendimento condigno para que
nós nos não vejamos privados
duma festa que é orgulho de to-
dos os Madeiranenses e de to-
dos .os forasteiros que nesses
dias acorrem a apreciá-los?

Esperamos, pois, que tudo
corra pelo melhor, porque, nara
ajudar aos empreendimentos ne-
cessários, nós cá estamos.

Com os meus respeitosos cum-
primentos e sempre grato pela
publicação das minhas cartas,

Subscrevo-me
Amigo certo

Venâncio Fernandes Mendes

Madeirã, 26-1-74.

CONDOLÊNCIAS

E BENEVOLÊNCIAS
Bruxelas, 24-1-74,.

Exse Sr.
do Jomal «O Renovador»

Director

Acabo de receber o v/ con-
ceituado jornal do qual sou as-
sinante. Depois de ler todos os
cantos e recantos, encontrei uma
notícia que me comoveu o t-
ração de tristeza. Foi a morte
do senhor José Francisco Maia,
pai do nosso amigo e colibo-
rador do vosso jormnal, Padre
João Maia, com a bonita idade
de 82 anos, a mesma de meu
pai, ainda vivo.

Venho pedir a V. Ex.º, senhor
Director, que através do vosso
jornal, apresente à família do
falecido as minhas sinceras con-
dolências, em especial para o
Padre João Maia.

Junto envio um reforço de
100$00 para a construção da ce-
sa do João Gonçalves, de Ro-
da, Oleiros, cuja entrega agra-
deço.

Os meus respeitosos cumpri-
mentos para V. Eº e sua Ex”
Família.

Amigo certo,

Albino Nunes

Leitor Amigo

Já reparou que O RENOVADOR lhe traz todas as semanas
uma mensagem de progresso e de esperança num futuro de
maior desenvolvimento económico e de maior promoção social
para as gentes da Zona do Pinhal do Distrito de Castelo Branco?

Leia O RENOVADOR

Angarie novos assinantes

 

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9 de Fevereiro de 1974

Página 3

VINHO DO PORTO
Produção

O vinho do Porto é feito de
uvas duma variedade de videi-
ras que cresce numa região a
Nordeste do Porto — Região
Demarcada do Douro — situada
a 100 kms a montante do Por-
to e alongando-se pelos vales
do Rio Douro, até à fronteira
com a Espanha, e pelos seus
afluentes nessa área.

Foi a primeira região demar-
cada do mundo e é uma zona
de encostas abruptas e pedre-
gosas, recostadas em inumerá-
veis terraços de vinha. São as
peculiares condições —agro-cli-
matéricas desta região que im-
primem ao Vinho do Porto as
suas características únicas.

Régua é a vila central e mais
importante da região do Douro,
banhada pelo Rio Corgo que ali
se junta ao Rio Douro.

Nos arredores da Régua pos-
sui a firma Poças Júnior a sua
bem . conhecida propriedade
Quinta das Quartas, cuja pro-
dução comercializa, com outros
Vinhos do Porto produzidos na
mesma Região, mos principais
mercados mundiais.

A vindima é efectuada em
Setembro, sendo ainda usado o
processo tradicional para esma-
gar as uvas. Porém, na maioria
dos casos, tál processo está a
ser substituído pelo emprego de
esmagadores — automáticos e
outros “sistemas automáticos
para vinificação.

Todo o trabalho de produção
é feito na Região —do Douro,
mas o Vinho é envelhecido nos
armazéns dos exportadores —
em Vila Nova de Gaia.

É na Primavera que o Vinho
é transportado do Douro para
Gaia. Até fins de segundo de-
cénio deste século, para o trans-
porte eram usados os típicos
barcos «rabelos», meio este que
foi abandonado por causa das
posteriores dificuldades de na-
vegabilidade do Rio Douro. Se-
guiu-se depois o transporte fer-
roviário que foi abandonado nos
últimos anos e substituído pra-
ticamente pelos rápidos e higié-
nicos camiões-tanques de aço
inoxidável.

É de supor, no entanto, que,
quando se encontrar terminada
a construção das barragens pro-
gramadas no Rio Douro, as
quais estão equipadas com sis-
temas de comportas que possi-
bilitam a navegação a barcos
de 1200 toneladas, o transpor-
te fluvial do Vinho do Porto
volte novamente a ser utilizado
entre a Região Duriense e Vila
Nova de Gaia. É

FÓSSEIS DE DINOSSAUROS
NAS CALDAS DA RAINHA

Ao que parece, têm mais de
175 milhões de anos os trezen-
tos fosseis, incluindo ossos pe-
trificados de dinossauros, des-
cobertos nas Caldas da Rainha.

«Claro que se à superfície en-
contramos vértebras de dinos-
sauros isto faz pensar que, em
profundidade, existirão autên-
ticos jazigos» — declara o autor
da descoberta, Jorge Furriel, ce-
ramista de profissão, e entusias-
ta por paleontologia.

Entre os fosseis achados por
Jorge Furriel contam-se ossos
de vários animais pré-históri-
cos, equinodermes, moluscos e
madeira fossilizada.

«As regiões das Caldas da
Rainha, de Leiria, da Batalha

e de Lisboa — afirma o mesmo .

ceramista – paleontologista . —
são as melhores de Portugal
para pesquisas desta natureza
e, sobretudo, o distrito de Lei-
ria, onde abundam os ossos de
dinossauro».

Manta de Retalhos

GAZ EXTRAIÍDO
DE LENHITE

Entre os projectos alemães,
que, sob a influência da crise
do petróleo têm por meta a
garantia do abastecimento ener-
gético alemão, é de se mencio-
nar o plano de obtenção de um
gás semelhante ao metano, ex-
traído da lenhite, elaborado pe-
la empresa líder alemã no sec-
tor da lenhite e que tem sua se-
de central em Colónia. Como
este projecto, tal qual o plano
de obtenção de gasolina extraí-
da do carvão, só pode ser rea-
lizado a longo prazo, a empresa
inicialmente recolocou em acti-
vidade duas fábricas de brique-
tes que já haviam sido para-
lizadas. Dos cerca de 63 biliões
de toneladas de lenhite em solo
da República Federal da Alema-
nha, 55 biliões de toneladas si-
tuam-se apenas na região re-
nana entre Aachen e Colónia,
onde em 1973 a extracção ul-
trapassou pela primeira vez os
100 milhões de toneladas. Des-
ta, cerca de 85% são utilizados
para a produção de energia eléc-
trica e o resto para o fabrico
de briquetes. Estes cobrem mais
de metade do consumo de aque-
cimento ‘ dos 7 milhões de lares
da República Federal da Ale-
manha, que usam combustíveis
sólidos. À longo prazo a empre-
sa, conhecida pelo seu nome
encurtado de «Rheinbraun»,
planeia o emprego de lenhite
como matéria prima para uma
série de processos químicos, em
primeiro plano para a produção
de gás.

Testes correspondentes em li-
gação com o Instituto de Pes-
quisa Nuclear de Julich e com
o Instituto de Pesquisa da Mi-

Na Mão de Deus

Continuação da 1.º página

to e de Santiago; Grã-Cruz da
Espiga de Ouro, (China) e
grande oficialato de Santo Ola-
vo (Noruega).

O ilustre extinto era casado
com D. Amélia Barata Salguei-
ro da Silva Pita, natural de Ma-
deirã, Oleiros. Pai de D. Maria
Amélia Pita e Cunha, casada
com o prof. Paulo Cunha e do
Dr. António da Silva Pita ca-
sado com D. Gabriela Dinis Pita.

O doutor Pedro Pita estava
ligado à Comarca da Sertã,
por vincados laços de família
uma vez que sua esposa é na-
tural da Madeirã onde ainda
tem cunhados; o senhor José
Lourenço da Silva, casado com
D. Amélia da Piedade Silva,
pais do correspondente do nos-
so jornal, na Madeirã, Paulo da
Piedade Silva e D. Adelaide Sal-
gueiro Silva e D. Maria Rosa
Salgueiro Silva.

São ainda de família na Ser-
tã, as senhoras: D. Alda da Sil
va Bártholo, D. Maria Emília da
Silva Bártolo, D. Lídia da Sil-
va Bártolo e D. Fernanda da
Silva Bártolo. Á

À família do ilustre extinto,
apresenta «O Renovador», cum-
primentos de sentidas condolên-
cias.

MOSTEIRO (0leiros)

ANIMAL PERDIDO

No dia 21 de Janeiro, segun-
da-feira desapareceu no lugar
da Barroca, da freguesia do
Mosteiro, um suíno que antes
fora comprado pela quantia de
1 550$00. Pede-se a’ quem o te-
mnha encontrado o favor de te-
lefonar para o n.º 86 de Olei-
ros. O dono recompensará.

neração de Essen são apoiados
pela União. Com o auxílio do
calor obtidos dos reactores de
alta temperatura, a lenhite de-
verá ser transformada em gás
sendo que adiccionalmente po-
deria ser —produzida energia
eléctrica.

Até aqui a «Rheibraun» ex-
plorou 16 100 hectares da enor-
me região de lenhite renana,
dos quais 10 000 hectares já fo-
ram recultativos de maneira
exemplar. A empresa se ufana
de ter desenvolvido no decorrer
do decénio passado o método
mais progressista de extracção
da lerhite, à luz do dia. Foram
criadas e colocadas em serviço
gigantescas instalações trans-
portadoras, como por exemplo
um tractor de pá rotativa de
70 metros de altura, cuja capa-
cidade de trabalho diário, se-
gundo informação da empresa
corresponde à de 20000 ope-
rários.

Mas, para a prevista gasei-
ficação da lenhite, que deverá
resultar num produto semelhan-
te ao gás natural, deverão ser
explorados outros campos de
lenhite ainda não utilizados.
Este projecto a longo prazo,
que se estenderá muito além da
década de oitenta, irá sacrifi-
car uma região de repouso apre-
ciada das cidades de Colónia,
Duren e Julichh o Bosque de
Hambach, no qual jaz a lenhi-
te a profundidade relativamente
favorável de apenas 200 metros.
A empresa, contudo, pode apon-
tar para o seu trabalho bem
sucedido de recultivo. Entre
outras coisas, plantou 60 mi-
lhões de novas árvores. Pode
apontar também para o preço
crescente do gás natural, que
com toda certeza ainda conti-
nuará subindo, o que poderá
tornar compensadora a projec-
tada gaseificação da lenhite
para a obtenção de um substi-
tuto que se iguale ao gás na-
tural.

EM 19738,
CRESCEU O MOVIMENTO
E MANTIVERAM-SE

AS RECEITAS

DO TURISMO
INTERNACIONAL

A União Internacional dos
Organismos Oficiais de Turismo
(U. 1. O. O. T.) avalia em 215
milhões de chegadas o movi-
mento do turismo mundial em
1973. Tal quantitativo repre-
senta um aumento de quase 9
por cento em relação a 1972,
ano em que se atingiu os 198
milhões.

Por outro lado, caleula aque-
la organização que as receitas
provenientes do turismo inter-
nacional se elevaram no mesmo
ano, a 28 milhares de milhões
de dólares americanos. Trata-
-se de um cálculo prudente, ba-
seado em dados parciais que
permitem fixar entre 12 e 14
por cento a taxa mínima de
crescimento das receitas em
1973.

Uma tal imprecisão é devida
às flutuações registadas por
certas moedas mnacionais, ao
longo do ano de 1973. Essas
flutuações não permitiram uma
melhor análise das receitas,
trabalho sobre que a U. I. O.
O. T. se debruça anualmente,
abrangendo mais de cem paí-
ses.

Também se verifica que a ta-
xa de crescimento das chegadas
em 1973 é uma das mais eleva-
das dos últimos anos, enquanto
que a das receitas acusa uma
certa estabilidade, se bem que
se devam fazer sérias reservas
a este respeito, em face da si-
tuação flutuante que se mani-
festou no domínio das trocas
nos diferentes mercados.

Terra de

Continuação da 1.º página

so com a deferência que para
com ele têm tido.

Aproveitamos a oportunidade
oferecida para darmos algumas
notas sobre a vida e obras des-
tes escritores e transcrevermos
com a devida vénia o artigo que
o Padre Manuel Antunes escre-
veu para aquele Suplemento Es-
pecial do Jornal do Fundão, in-
titulado «O Escritor e a Terra
Natal>.

FsA

JOSE CARDOSO PIRES

Nasceu em Peso (Vila de
Rei), em 1925. Vive em Lisboa.
Fez parte da Direcção da So-
ciedade Portuguesa de Escri-
tores e da Delegação da Comu-
nitá Europea degli Scritori.
Fundou a revista Almaraque
e tem dado colaboração a di-
versos jornais e revistas.
Duramnte cerca de 2 anos en-
sinou em Inglaterra, a convite
de uma universidade local.

Publicou:

— Os caminheiros e outros
contos;

— MHistórias de Amor, 1952;

— O Anjo Ancorado, 1958;

— Cartilha do Marialva, 1960
(ensaio) ;

— O Render dos Heróis, 1960
(teatro);

— O Hóspede de Job, 1963
(prémio Camilo Castelo Bran-
co) ;

— dJogos de Azar, 1963;

— O Delfim, 1968;
— Dinossauro — Excelentíssi-
mo, 1973.

O Delfim foi editado em di-
versos países.

+++
PADRE MANUEL ANTUNES

Nasceu na Sertã em 1918. Vi-
ve em Lisboa.

Cursou filosofia em Braga e
Teologia na Faculdade Pontifí-
cia de Granada.

Foi Director da Revista de
Cultura Brotéria de 1965 a
1973.

É professor de História da
Cultura Clássica ma Faculdade
de Letras da Universidade de
Lisboa, desde 1960.

A sua actividade de escritor da
cultura e de crítico literário
tem-se desenvolvido por diver-
síssimas revistas e jornais, es-
pecialmente na Revista Bro-
téria.

Em volume tem publicados,
entre outros, os seguintes:

ESCritores

— Ao encontro da Palavra,
1960;

— Do Espírito e do Tempo,
— Educação e Sociedade,
1973;

— Indicadores de Civilização,
1973;
— Grandes Contemporâneos,
1973.

RS

PADRE JOÃO MAIA

Nasceu em Fundada em 1923.
Vive em Lisboa.
Cursou Filosofia em Braga e

Teologia na Faculdade Pontifí-
cia de Ofia (Espanha).

Poeta e ensaista.

É colaborador assíduo da re-
vista Brotéria e de numerosos
outros jornais e revistas, en-r
tre os quais «O Renovador». É
crítico literário —“da Emissora
Nacional, mantendo —na rádio
oficial, uma palestra semanal.

Além da vastíssima produção
dispersa por jornais e revistas
de diversa índole, publicou em
volume:

— Abriu’-se a Noite (Poe-
mas), prémio Antero de Quen-
tal, 1954;

— Verbo do Merbo, (poemas
com prefácio de Vitorino Ne-
mésio), 1957;

— O mago que lia a — sina
(contos e lendas), 1960;

— Écoga Impossível, (poe-
mas), 1960;

— Poemas Helénicos, 1962;

— Um Halo de Solidão, 1963 ;

— Areia e Silêncio, 1972.

+++
VIRGILIO GODINHO

Natural de Ferreira do Zê-
zere. Vive em Fundada.

Formado em Direito pela Uni-
versidade de Lisboa.

Advogado.

Definiu-se a si mesmo: —
«Homem do foro por ofício, la-
vrador por vocação, e escritor
nas horas vagas».

Publicou entre outros:

— O Caicanhar do Mundo
(romance), prémio Ricardo Ma-
lheiros. Traduzido em Espanhol
e Italiano. À acção passa-se na
região da Sertã.

— Coisas sem Nexo;

— Não há nada mais simples;

— Crueldade Mental;

— A Herdade dos Castros
(romance) ;

— Ninguém em Nenhures
(romance), 1972.

Ultimamente tem-se dedica-
do a tradução de livros do
Francês e do Espanhol.

J A

 

 

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Página 4  O RENOVADOR

9 de Fevereiro de 1974

Duma maneira geral, todos
nós, grandes e pequenos, nos
mostramos um tanto renitentes
quando, sem sono, temos de ir
para a cama.

A diferença está, em que, en-
quanto a criança adormece, mal
a ‘crise de rebeldia passa, os
adultos, pelo contrário, carregam
com o fardo de mil e uma pre-
ocupações antes do sono chegar.

Há, no entanto, certos por-
menores fundamentais para au-
xiliar a uma boa soneca.

O sangue tem necessidade de
muito oxigénio para, durante o
período de repouso, continuar a
alimentar correctamente todas
as células do organismo. É evi-
dente que um bom sono não é

 

Novo
Café-Restaurante
na Sertã

Encontra-se . praticamente
pronto a funcionar um novo Ca-
fé-Restaurante sito na Recta
do Pinhal da vila da Sertã.

Há dias observámos as suas
instalações que nos pareceram
excelentes, bem airosas e are-
jadas, junto à E. N. n.º 241 e
à entrada da Vila para quem
vem de Castelo Branco.

Não sabemos ainda quando
abrirá as suas portas ao pú-
blico.

O
SCINCO

possível num quarto com calor
excessivo, mal arejado ou mui-
to frio. O ar aquecido é doen-
tio, mas dormir com janelas aber-
tas em noites de temporal tam-
bém lhe não recomendamos,
claro!

No entanto o ar fresco deve
circular no quarto para que O
seu descansar seja realmente re-
pousante. A temperatura am-
biente ideal será entre os 13º
a15

Adormecer só é fácil às pes-
soas despreocupadas. Falámos
em ar, em temperatura, mas ain-
da há outros factores de impor-
tância que a podem impedir dum
dormir tranquilo.

Já verificou o número de co-
bertores e o seu peso? Creia
que o peso dos cobertores pode
dar origem a um despertar fati-
gado. O conjunto da roupa não
deverá ultrapassar os 3 quilos.
Já existem no mercado coberto-
res ultraleves, muito confortá-
veis, alguns confeccionados só
em |ã.

Se a leitora é muito friorenta
use um pijama com pelo por
dentro, justo ao corpo, e sapa-
tinhos de 1lã. O saco de água
quente também não é prejudi-
cial. Sobretudo evite ter frio. Po-
de acreditar que o frio ocasiona
a contracção dos músculos e di-
ficulta o sono.

Para finalizar, mais um peque-
no conselho: respeite os «três
grandes R»: recreio, relaxação,

repouso… Assim, confiamos,
não terá dificuldade em dormir.
ANA

O ESC

Continuação da 1.º página

funda das suas dimensões. Pre-
cisamente aquela que melhor as-
segurará à sua obra, positis po-
nendis, perdurabilidade históri-
ca.

Será preciso citar exemplos?
Que seria Claudel sem a sua ex-
periência de garoto — escarran-
chado numa árvore — à la plus
hauta perche — a tomar posse,
pelo olhar, do mundo e das coi-
sas em volta? Que seria Hol-
derlin sem a doçura, a força e
o mistério da sua Suábia natal?
Que seria Faulkner sem a vio-
lência, a paixão e o tormento
do seu deep South? Que seria
Vergílio sem a sua Mântua cél-
tica? Que seria Hesíodo sem a
sua Ascra, «dura no Inverno e
áspera no Verão»? Que seriam
Balzac e Descartes, sem a sua
Touraine, diáfana e fecunda?

 

Novos
Assinantes

Mercê da amizade de alguns
dos nossos assinantes continua-
mos a receber a indicação de
pessoas de sua família e conhe-
cidos que desejam igualmente
receber e assinar o nosso jor-
nal.

Manuel Farinha da Silva, de
Cuemba, Angola, . remete-nos:
João Luís Garcia, de Cuemba
— Angola e Fraícisco Fernan-
des Dias, do mesmo lugar.

Aureliano Campino de Oli-
veira Barata, indica-nos o mno-
me de Manuel da Silva Simão,
de Vila Nova de Seles-Novo Re-
dondo — Angola.

ÀA todos o nosso reconhecido:
Bem-hajam!

RITOR

Que seria Saint-John Perse, sem
a sua pequena Ilha privada per-
to da Guadalupe e frente ao
mar infinito? Que seria Teixei-
ra de Pascoaes sem o seu Ma-
rão? Que seria Fernando Pes-
soa sem o «sino da minha al-
deia», ali aos Mártires? Que
seria Aquilino Ribeiro sem as
«terras do demo» da Beira Al-
ta?

Constituiria, decerto, mani-
festação de mau gosto, conti-
nuar a enumerar. Os exemplos
propostos tipificam indicadores
mais do que suficientes para
mostrar — e demonstrar, se ne-
cessário! — a vinculação que
normalmente existe entre o es-
critor e a terra natal. Vincula-
ção estruturada e estruturante,
determinada e determinante,
condicionada — e condicionante,
vinculação que nenhuma vonta-
de de metamorfose pode supri-
mir. Pensar, imaginar ou sen-
tir contra é, ainda e sempre,
uma forma de pensar, imaginar
e sentir em relação a…

No fim de contas, não será o
escritor mais profundamente
regional o mais largamente uni-
versal? Tudo depende da ma-
neira como a terra natal é vis-
ta, experimentada, investida.
Porque também a terra natal
pode «dizer» o poema, o roman-
ce o drama como o horizonte
de limitação e de abertura em
que a condição humana se ma-
nifesta ou se oculta, se realiza
ou se desrealiza, se liberta ou
cai sob o jugo.

O escritor que sai da ou reen-
tra na terra natal terá, por isso
mesmo, um espaço da palavra
mais preparado para um diálo-
go, mais fecundo para um amor,
mais apto para uma transfor-
mação. Diálogo, amor e trans-
formação significativos.

ESCREVEM OS NOSSOS LEITORES

A ESTRADA VÁRZEA DOS
CAVALEIROS – FIGUEIREDO

Ex.Ӽ Sr. Director de o jornal
«O Renovadom — Sertã

As populações das freguesias
do Figueiredo, Várzea de Cava-
leiros, parte da freguesia de Er-
mida e parte da freguesia. do
Troviscal, do concelho da Ser-
tã vêm por este meio, agradecer
publicamente a Sua Ex.º o Sr.
Presidente do Conselho, Prof.
Marcelo Caetano, por ter aten-
dido o pedido que por duas ve-
zes lhe fizemos, para que con-
cedesse à Câmara Municipal da
Sertã uma verba para a repara-
ção, (incluindo empedramento
de novo asfalto), da Estrada Mu-
nicipal do Figueiredo no troço
entre Várzea de Cavaleiros e Fi-
gueiredo. Ela encontrava-se já
há alguns anos intransitável.
Além da carreira diária de pas-
sageiros, por ali passam diaria-
mente muitas camionetas de
grande tonelagem, que esgotam
todas as riquezas da região: ma-
deiras de pinho, resinas, azeites
finos, carvão de urze e muitos
outros produtos.

À primeira carta que lhe diri-
gimos em 12-7-72 recebemos em
14-8-72 a seguinte resposta:
«Com referência à carta que di-
rigiu a Sua Exº o Presidente do
Conselho, à qual, foi prestada a
melhor atenção, informo que O
assunto dela constante foi man-
dado submeter à consideração

do Ministério das Obras Públi-
cas».

Assim ficámos na esperança
de ver o problema resolvido. Mas
quando em 24-10-72, recebemos
da Direcção-Geral dos Serviços
de Urbanização, D. M. Rurais, o
Ofício n.º 7752 Processo 58/
/MR/58 que nos dizia: Exposi-
ção de V.º Ex.º acerca da repa-
ração da E. M. 529-1 em Figuei-
redo à E. N. 241.

Castelo Branco — Sertã

Relativamente ao assunto em
epigrafe e em cumprimento de
um despacho de Sua Exº* o Se-
cretário de Estado das Obras
Pública de 19 do corrente, in-
formo que a obra em causa não
foi incluída em plano de traba-
lhos por insuficiência de dota-
ção pelo que deverá aguardar
etc., ete.

Nesta altura ficámos desani-
mados e aguardámos até ao 1.º
trimestre de 1973.

Então dirigimo-nos à Direc-
ção-Geral dos S. U.,, D. M. Ru-
rais, pedindo o favor de nos in-
formar se seria possível arran-
jar dotação para a reparação da
dita estrada. Como até Maio
desse ano não obtivemos qual-
quer resposta, de novo nos vol-
támos a dirigir ao Sr, Presiden-
te do Conselho e foi em 23-6-973
que lhe enviámos a 2.º carta a
que ele teve a amabilidade de
em 5-7-973 mandar dar a seguin-
te resposta:

«Com referência à carta que
dirígiu a Sua Excelência o Pre-

À Freguesia

Continuação da 1.º página

ficá-la em favor da albufeira
do Zêzere que ali começa.

Ultimamente, alguns melho-
ramentos têm sido feitos, mas
muito mais é necessário pro-
mover, muito mais que tentar.
Há povoações desprotegidas,
sem luz, sem caminhos ou im-
praticáveis, o que dá no mesmo,
sem água, enfim, sem o indis-
pensável a uma vida mnormal
com o mínimo de conforto.

Há pois muito que construir
e, na enumeração das mecessi-
dades que a seguir fazemos, da-
quelas que o povo mais deseja,
segundo ouvimos, vai o seu e
nosso apelo aos responsáveis,
para que o atendam com boa-
-vontade e entusiasmo que ele
merece. A abertura da estrada
de Amieira a Cambas que pou-
paria 25 km a quem pretende
deslocar-se à vila de Oleiros;
a Estrada Nacional de Casal
Novo a Cambas, prevista há
tanto tempo; reparação de cal-
çadas; construção de outros ca-
minhos, fontenários e tantos
mais melhoramentos públicos,
indispensáveis ao bem estar dos
seus habitantes.

O povo não é exigente. Bem
pelo contrário, é geralmente pa-
cato, compreensivo, «fácil de
acomodar». Mas — assistem-lhe
direitos que podem ignorar-se.
E quando ele vai da súplica à
exigência intempestiva é por-
que grandes razões lhe ditam

7

de Gaombas

tal procedimento. Em Cambas
estão neste caso algumas das
necessidades apontadas e espe-
ra-se das autoridades “compe-
tentes —contínuo esforço para
satisfação de todos nós.

Corroios, a 28-1-1974.

José Domingos Mendes

sidente do Conselho, à qual foi
prestada a melhor atenção in-
formo que o assunto dela cons-
tante foi novamente mandado
submeter à consideração do Mi-
nistério das Obras Públicas, etc.,
etc.».

E desta vez voltamos a ficar
bastante esperánçados. Mas mais
esperançados ficámos quando
em Setembro do mesmo ano de
1973 tivemos conhecimento que
os responsáveis estiveram no lo-
cal a ver o estado em que se
encontrava o dito troço de es-
trada, e mais esperançados ficá-
mos quando tivemos conheci-
mento que por Despacho de 22
de Outubro de 1973 tinha sido
inscrita para o efeito a verba de
750 contos: sendo 250 em 1973
e 500 contos em 1974.

Continua na 2.º página

Ala Regionalista
da Freguesia
do Troviscal

ASSEMBLEIA GERAL PARA
APRECIAÇÃO DE CONTAS
E ELEIÇÃO DOS CORPOS
GERENTES

No próximo dia 13 de Feve-
reiro às 20.30 h. e na Casa da
Comarca da Sertã à Rua da Ma-
dalena n.º 171-3.º, em Lisboa,
reune-se a assembleia geral or-
dinária da Ala Regionalista da
Freguesia do Troviscal para
apreciação, discussão e votação
do Relatório da Direcção e con-
tas da gerência de 1972-1973,
bem como para eleição dos cor-
pos gerentes para o biénio de
1974-1975.

Se não houver número legal
de sócios para que a Assem-
bleia possa funcionar à hora in-
dicada, funcionará com qual-
quer número, uma hora depois.

Delegação da Casa do Povo
nesta sede de freguesia

Pela terceira vez, nesta loca-
lidade de Fundada, foram pa-
gas aos pensionistas de velhice
as pensões a que os mesmos
têm direito. Segundo números
redondos, andam à volta de 170
pensões, que vão dos 70 aos 94
anos.

Em nome destes velhinhos
(que tiveram direitos sem de-
veres), agradecemos ao Gover-
no a criação da dita delegação
em Fundada. Sabe Deus com
que sacrifício (alguns — destes
velhinhos) se deslocam à sede
de freguesia. Se tivessem que
deslocar-se à sede do nosso con-
celho, (Vila de Rei) que fica à

Autorizadas mais seis fábricas
de Aglomerados de madeira

Pela Direcção-Geral dos Ser-
viços Industriais, foi autorizada
a instalação das seguintes fá-
bricas de painéis de partículas
de madeira ou de aglomerados
de madeira: concelho da Sertã,
em nome de Assis Fernandes
Tavares e outros, com a capa-
cidade anual de 36 000 tonela-
das; no concelho da Feira, em
nome de Consorcil, com a capa-
cidade de 155 toneladas diárias;
no concelho de Viseu, em nome

da Federação dos Grémios da
Lavoura da Beira Alta, com a
capacidade anual de 60 000 me-
tros cúbicos; mo concelho de
Vila Nova de Ourém, em nome
de Garte, com a capacidade de
50 toneladas diárias; no distrito
de Évora, em nome de Isola,
com a capacidade de 250 me-
tros cúbicos por dia; e, mo con-
celho de Barcelos, em nome de
Pinus, com a capacidade de 100
toneladas diárias.

distância de 8 quilómetros, se-
ria muito pior.

Fazemos votos para que a di-
ta Delegação continue cada vez
com mais afazeres para o seu
escriturário e que num futuro
não muito distante este possa
ali atender todos, novos e ve-
lhos, evitando assim que não só
os velhos, mas também os no-
vos tenham mnecessidade de se
deslocarem à Casa do Povo de
Vila de Rei, para ali fazerem
a sua inscrição ou pagarem as
suas quotas, visto que foi para
isso que foi criada.

Em nome de todos os habi-
tantes desta freguesia, quere-
mos manifestar (dum modo
muito especial ao nosso Gover-
no) e a todos quantos colabo-
raram no sentido da criação da
dita Delegação, o nosso mais
profundo reconhecimento.

Falecimento

Depois de uma longa e dolo-
rosa doença, faleceu no passa-
do dia 22 de Janeiro, na sua
residência na povoação de Vilar
do Ruivo, desta freguesia, a
senhora Guilhermina de Jesus.
Tinha 74 anos e deixa viúvo o
sr. Joaquim Nunes Real. Não
deixou descendentes.

O seu funeral realizou-se no
dia imediato precedido de missa
de corpo presente, na qual to-
mou parte numeroso povo, o
que constituiu uma impressio-
nante manifestação de pesar.

À família enlutada, sentidas
condolências. — (C.).