A Comarca da Sertã nº447 07-07-1945

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a=—— F UNDADORES —

— Dr Josaá Carlos Ehrhardt —

T 4 D’I”..

Angelo Haonriques Yídigesl
— António Barato o Silva —
Dr, José Barata Corrês e Silva
Eduardo Parata da Silva Corrés

= DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETÁRIO Gºª;ªlªªªm 5 ím’i
= & : Lesso nas
& Eduardo Barata da Stilva Correia Oficinas Gráficas
EE e EE da Ribeira de Pe-
FE ——REDACÇÃÚEADMÍNISTRA’ÇÃÚ——_ 1, EGomitouda
=4| RUA SERPA PINTO — SERTÃ GASTANHEIRA
= : iEx É DE PE RÁ
<| | PUBLICA-SE AOS SÁBGADOS VTA aa
ANO = |) Hebjomadário regionalista, indepondente, defensor dos interásses da comarea da Sertã : concslhos de Serta, Oleiros, l| s
, : – ; ; . : JULHO
NS 447 | | === Prognça-a-Nova e Vila de Rei; & fregueslas de Améndoa e Cardigos (do concelho de Mação) == 1945

 

_Hotas.:

« A-PESAR-DA vida recluta
que levara em casa, meus,

finpétos varonis Feagigm, mínhia
nalureza ta-se encresparndo, As0s
vito anos já fazia estrogos nd
visinhança, onde 4 pedrada fer-
via, tendo por alvo o5 pardais e
o cardume de galvões com seu
clamor estridulo à raiz dos te-
Ihados. O que me diverfiam estos
estúrdias aves de aqonsãe nas
PFelas! E que frémitos de vpida
livre e esbandalhada. desperta-
PA AO HH Sangue! Ao cair da
farde comecava d ronda dos
Edssaros Hesros, SuPrsiak em v4
ga de assalto, à chior, 4 gragi-
Har; passavam como fromba ao
rês dos beirais e desgarrovamese
ao largo, em nuvem desfeita. Ins-
tantes depois rervilhavam, ajun-
tavam-se, e al vinham éles à car-
— a, nuina algaçarra, afé deban-

1 , Aarem de novg ao donges- F era:
“ofóda a dorde assim; Hervia o

cên neste alarido neste estasiar
de coriscos negsros, até 6 Íésco

“ Ffusco, Então acabara & farâáo.

dulo, ouriam se avida unk pios
isolados, já frisfes, e fludo se
aquietava a0 por-se o,4r do dia,

(De «Esplendor maisaltos, Ma-
noel Ribkeiro)

0E

l FMA notícia proventente de
Londres diz que o «Diã-
rios do Conde de Ciano, que Ffoi

Mrnmislro dos Negsócios Estran-

geiros durante o regune de Mus-
solíini, pPaí c parecer brevemente
em fodo & Mundo, sendo d suA
Fublicação aguardada com a
motor angedade O referido
«firários contém sensacionais de-
clarações sobre à guerra, For
salvo é fraçido da [tália paro a
Suica por Edda Mussolini, espé-
sa de Ciano, 25 horas antes da
execucão de sem marido, Has
mais trágicas cireinstâncias.

CÚHEÇÁJH OS5 hoje a publi-

car a magalfica confereéms
cia proferida, na sede da bene-
mérita «Fuz do Operários, de
Ltisboa, pelo nosso querido ammi-
go sr. dr. Jaíime Lopes Digs,
prestigioso betrão da Beira “Bai-
a é elnografo ilusire, a qual se
tntitula: a0 problema da . ferra
e dos que a cultivams,

É um trabalho de alio mere-
ctimento e de verdadeiro inlevés
se para tfodo o País, dux modo
geral, e para esta região, dum
modo . pariicular, porque a vida

Supor-se que a educação pode reali-
– ZArSe sem a intervenção de quaisquer esti-
mulos externos seria julear, utópicamente,
que à educando-se encontraria, desde o
nascer, num ambiente de five úmico de
almas e circunstâncias, sem diferenças nem
confróntos, sem juízos de valor sóbre o
. mundo em que vive, sem aspirações.
À verdade, porém, & que, logo desde
os primeiros alvores da consciência, « cri-
ança descobre, à sua volta, causas extrínse-
cas de deleito íntimo, pelas quais é solici-
tada e pelas quais se contenta ou desgosta,
consoante foi ou não possível satisfazer a
ambição de usuíroir o que afectou, com in-
JS o potton a Sua sunibilidadanam
obstando à utilização frutuosa dêsses esti-
muilos, a natureza infantil, dificilmente ex-
Bplorável no domiínio espiritual, perante éles
não reagisse. Poucas tarefas tão ingratas
“como à de alicerçar, em temperamentos
amporios, a estruturação dura personalidade,
o vigor dum carácier.

A educação é esfôrço de conquista dum
mundo mais ou inenos extenso, até àó infi-
nito, de coisas visiveise invisiveis a apropria-
ção, por diversos trilhos, do que é julgado
necessário ao bem do corpo e do espírito,
daquilo que se julza capaz de fazer a felici-
dade do hotmerm e dos homens.

Só se encontram, pois, neste campo,
lutando interessadamente, os5 que reconhe-
cem em si qualquer inferioridade ou deficiên-

“cia, os insatisfeitos, o5 que sentem que para
além do que possuem mais há que adquirir,
Se não existisse no educando, como nota
Radice, êste descontentamento de si mesmo,
«permaneceria surdo como êste papel que
não compreende nem compreenderá jamais
as palavras que néle se escrevem, isto é, o
espírito que as escreve», Logo que anseios
e satisfação se equilibrem, cessou natural-
mente o esfórço educativo, como cessa o
movimento dos líquidos em vasos comuni-
cantes quando nêles atingerm a mesma alturae.

Onde a vida é fácil, estagna 0 progres-
so, que floresce, ao contrário, onde o ambi-
ente seapresenta mesquinho e áspero. Cons-
tituerm exemplo prático dêste conceito, o
atraso intelectual do preto a quem a fartura
de fruto e caça permite vida desafovado e
os triuntos dos judeus batidos pelostempo-
rais da adversidade; o zêlo com que, o ho-
tnerm da cidade procura a escola e o desamor
que o camponês lhe vota; a ascensão de
tantos pobres e o declínio de tantos ricos,

Isto vem como demonstração de que
sem necessidaede e interesse não há frabo-
lho espontânreo e gostoso; e sendo a infân-
ElA escassa em recursos e interesseira, tor-
na se evidente & vantogem do uso dos prê.
mios como meio educativo. «A Criança não

E mal iria ao educador e á sua obra se,

Froblemas Fedagógicos

Õ Bumpurtamentu e os Prémios

por Silvestre Figuetredo, Direetor do distrito
escolar de GCastelo Branco.

trabalha por trabalhar nem por simples amor

ao dever: são noções que não compreende»,

escreveu nas Licões de pedalboia e pedago-
gia experimental, Faria de Vasconceloss, E
ainda: «Pôr de parte as recompensas mate-
riala, substituílas por recompensas morais,
quando a efectividade infantil, o5 seus con-
celtos têm um carácter estrltamente utilitá-
Tio, limitado a0 imediato, será duma elevada
concepção moral e filosófica, mas é profun-
damente erfónco em matéria educativas,

Tóda a desorientação, a êste respeito,

. resulta do equivoco infelizmente fregúiente
entre a vida da criança e a do adulto, com
modos de ser bem diferentes. O naturalismo

“pediagógico, ofensivo da verdade católica

milenária; com o lábaro revolucionário do
Emílio, sua biblia, é que velo advogar, como
únicas influências estimuladoras e correcti-
Vas, as conseguências dos aetos, llusão ri-
dicula, em que a consciência do mestre e
discípulo, a compenetração das suas almas,
à verdadeira educação, é trocada pelo «facto
bruto. que nasce do nosso obrars. Ora, à
consegiência realmente educativa não é êste
facto bruto, escreveu Lombardo Eadice, nas
Lições de didactica, mas o juízo que forma-
mos de nós próprios como autores dadguele
facto, juizo, claro, tanto mais perfeito e con-
solador quanto mais inténsa a luz que o es-
clartecer, a nobreza com que um guia seguro
na experiência da vida ilumine as ideas que
o constifuem, 4º dor tanto póde correspon-
der a alegria do justo como o desespêro do
insofrido e do revoltado e, assim, o mesmo
mesire — e dar—dã duas lições opostas,
Entre um prémio ou castigo da natureza e
utros acompanhados duúm vivo de aplauso
ou reprovação dutma alma que a nossa esti-
ma é compreende, só êste verdadeiramentae
é prémio castigo, porque só éste é racional.

Todo aquêle que se ausculte enconira nos
Seus esforços a razão do prémio, Não se quei-
ra, pois, banir da escola o que não pode banir-
-se da vida — aconselha o meamo pnedagodo
nosso patrício na mestma citada obra. O que se
busca no trabalho é a recompeénsa, ou seja a
melhor instalação na vida em comodidades e
honrás, ou se trate da aspiração antadónica
duma eternidade feliz. Ninguém adé sem o
fito duma pada.

A’ estimulação chamou Willlam James «o
nervo da socledade humanga>. Aristóteles refe-
rê-a como «tristeza proveniente do que vemos
TS nossos semelhantes, não porque o poassuvam
é aproveltem, mas porque a nós nos faltas, o
que a mostra legitima,

É, se do campo especulativo . transitamos
aos domínios práticos da. pedadodia, não nos
falta excelente companhia abonatória. Aguilhão
da virtudes lhe chamou Fénelon. À Companhia
de Jesus, dae qual Francisco Bacon escreveu que

“fGontínga na 4. PÁgino)

…a lápis

do nosso camponis é escolpeliza-
da por mão de mestre e Irans-
porta para o primeiro plano dos
probleinas. nacienais, tal o con-
vencimnento pleno e fncontestaval
de que 6 progresso e bem-estar
económico do País depende, em
grandêe parte, duama imnaíor &
melhor producão agricola e que
esta não se pode operar Sem que
o ruricola sê propoórcionêe WnA
vida mais digna e feltz, que Ro=
-de surgir, naturalivente, quándo
o larrador alcançar o mndkimno
rendimento e uma meltor valo-
Fização dos seus produlos, que
advirá do ficil transporte para
05 mercodos de consmo.

O trabalho do sr, dr, Lopes
Dias, repelimos, é excelente É
bem nos magoa não o poder pu-

. blicar de uma só vez comosseria
MISteY, Qque assemo Seriao ma8

apreciado por fodos quantos voc
tam à lavonra um carinho que
não se apaga netm dimendgo pe-
rante as mrdiores PFicissitades OH
contrariedades. que ela, fontas
vezes ingratamente, thes oferece
a cada passo. E que à lavotNraáa
enleta, como nos encantos de m-
Iher fórmosa, quem um dia e
perlurbou eom os seus encantos,. .

Bem hoja o ar. dr. Lopes
iDias por nos ter proporetonado
a leitura dessa ulfil palestra €
oxaláo que da sua divulgação
resultem assinalados Penefícios
para o5s que cullivam a4 tlerro,
que o mesno é que para a Nação.

THMÚS à safisticão de re-

grtar o oferecimento de
um amigo do Sobral para ficar
corresporndente da » Comarcas
naquela frêeguesia.

Acertamo-la com . desvanect-
mento, nuão só por se fratar de
uma pessoca competente e da
maior crobidade, mas também
pPorque d nossa acção, essençial
inente regionalista, impõe a pa-
Elicação dêe amiliadas nolíicias
de tódas as freguesias da coinar-
ca e aindo porque elas constitfu-
em, por mS SimPleS é despre-
fenciogas que Sejai, molivo de
alegria para todos 05 seus nofy-
Fais que piívem espalhados pelo
Piis, pelo Igpério porluzuês e
por terras longíinguas, onde o
nos5so heblomadario chega com
recsularidade e é recebido e apre-
ciado como uma carta de faml.
lia:

Pena é que nem fodas as fre-
guesias tenham correspondentes.
Qual o motivo ! em simples:

 

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A Comarca da.Scrtã

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Faunos braócos, elc,
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A tCOomarca da Serta

 

Ô pfob!ema’ da terra

e dos que

Gonferência realizada em À
Voz do QOporário na noite
do 18 de Abril pelo &r.
Udr. Jalme Lopes Diás,

L

Minhas senhoras
Meus Senhores

GCom o propósito de daroa
conhecer aos operários da Capi-
tal o viver dos trabalhadores do
campo, Que, num atrazo confrari=
pedor, se consomem e precoce-
mente envelhecem na luta com a
terra, com a jntencãio de avivar
na consciência nacional o calvá-
rio dêsses gerandes obreiros da
MNação, que, de boa mente, resi-
gradamente, mourejam pelo sus-
tento de sete milhões e citocen:
tos mil portugueses, acelfei gos-
tosamente o convite da prestimosa
Direcção de A Voz do QOperária
para . vir aqui proferir algumas
palavras. A minha simpatia, a
minha velha admiração por esta
grande «Catedral do Beros, anle-
gria, queme enche a alma sempre
que a visito, não me permitiram
escusar-me, e, menos pela convic-
ção de poder desempenhar-me ca-
balmente de incumbéncia mais por
dar a minha colaboração a quem,
ém ‘ Portugal, é o melhor 6 o
maior exemplo de asuxilio mútuo,
aqui estou, ;

A Voz da Operario exemplo ma-
guifico de acção socfal.

Sotio electivo da Casa, sem-
pre muito ancho e vufano em pro-
clamar. esta minha qualidade,
envaidecido por ver que não ces-
za, ela, felizmente, de novos pro-

pressos e de novas Iniclativas, (é –

justo que eu destaque a última, à
do eXMuseu do Trabalhos, como
tantas, devida ao’ espirito inteli-
pente e criador. de Raúl Esteves
dos Santos) / eW não poódia escu-
saríine, Vim porque sabia que
me sentiriá bem aqui, neste, lo-
Ear, neste magnifico edifício de

* onde saiãs lufadas, espirito de berm
fazer,e onde 5o,.000 pessogs se
instruem e educam, à si e à seus
filhos, é demonstram como o
mundo poderia tornac-se melhor
‘se o5 pobres se apercebessem de
quanto seriam capazes de reslizar
pela colaboração e pelo esfôrço
PI.’EI’FI[‘J.Ú.

A minha voz veio, sim, gos-
tosamente a esta Voz do Ciperá.
frio, que é voz do bem, sem es-
pectaculosidades mas também sem
reservas, voz fránca e clara, em
bora modesta, de quem, como
amigo dos seus irmãos pobres ;
pobres de valores, pobrezs de ins-
trução e pobres de Assistência a
seu lado, contínua, mesrmmo longe
dêles, aqui na capital da Nação,
e em tôda a parte.

As minhas palavras, que não
serão brilhântes nem digoas de
tão selecto auditório, e não tra-
rão grandes novidades, têém o mé-
rito da verdade e reeditam quei-
xas e expõem factos cuja divul:
gação talvez possa ser de alguma
utilidade nesta hora em que tans
to se anuncia a marcha para o
tão desejado mundo mcelhor,

A tarra, principal fonte de acti-
vídade dos portugueses

Intitulet o meu trabalho; O
probliema da ferra c dos quê a
culltivam, porque, para Bem dar
à conhecer à Y, Ex.º o calvário
dos trabalhadores, ímuito útl se
me afigurou fazer primeiro uma

ligeira digressão. pelas actuais –

condições de exploração do solo,
e falar do seuv bom ou mau ar-
ranjo, do seu progresso ou alra-
so, porque deles resulta, em
grande parte, como é evidente, o
bom eu maáu virer dos que o la-
vYram e araanhatm,

E’ por demais sabido que as
arandes reformas aprárias, leva-
das à efeito em vários paises,
têm sido ditadas mais pela ne-

a cultivam

cessidade de acudir à questão so-
cial do que a6 problema da pro-
dução. Da terra deveria eu, pois,
ao tratar de um problema de or-
dem social, dizer aqui, embéra &
correr, o indispensável para que
mesmao os leteos, pudessem fazer
uma idela aproximada da sua de-
feituosa exploração, e das prin-
cipais causas que dão logar à
precária situação dos nossos tra-
balhadores. Daj o ter alacgado o
ámbito da conferência mas redu-
zindo, para contrabalaniçar, às
palavras 20 minimo: e arrucmano-
do-as com claceza.

— . Paiís essencialmente agricola,
o por cento da população de
Portugal imais de quatro milhões
e quinhentos roil 55:35 seus habi-
tantés) (1) vivem da terra, € os
malores valores da balança de
exportação: vinho, cortiça e azei-
te, do solo vêm também, o que
significa que Portugal é&, sobre-
tudo, um pais de . agsricultores.
DBisso se ufana 0 povo, autor desta
quadra, 1ôda de saber e experi-
ência feita :

Sapateiros, carpinteiros,
Alfaiates que nada são;
Homens são os lavradores
Que enchem a cesa de pão,
LIo eancionciTto popular da
Beira Buixa).

O problema da terra interes-
sã, mais do que nenhum cutro, à
tados nós portogueses, pórque,
como á disse, alémm de a êle an-
dar ligado 6 viver da maioria da
nossa pgente, coontinva à faltat-nos
O pão, caroe e 1ã, aléro de outras
matérius primas cssenciais para
o desafógo da nossa economia, O
problema da terra vive na mente
c naá ansiedade “de todos 05 que
têra alma para pensar e coração
fpara sentic,; mas especialmente
nas dos cultivadores que viverm
mal por não terem trabalho, ou

pelas condições de exploração e
“transmissão da propriedade; não

puderam, mesmo trsbalhando

sempre, auferir 6 bastante para o
” Seu susténto, :

O problema da terra é onos-
so pgrande problerma, e complica-
das equações, como vamos ver,
ale encerra.

CContínHa)

(1) Em face do fillimo cênso (1049)
n Dr. José Lopes Fies ordenon, para o
seu Hveo: Oreanisação E Têécnica do

Assisfência Rural, o sexninte mapa de
distribaição da população :
Liaboa, Eôrto, Coimbra
E 5uk5 zonas de pnflite
EGEA S taa Aloto T.5029,238
Demais capita s de pro-
vÍncia e de distrito – / g3278r
Sedes de cortcelhos (ei-
dades e vilas)o LITIALS
Aldeias e logares 4-403,950
T0G ÃIS

aaa d foadi o f A i f o Sin

Agenda

— Encontra-se nia Sertã, com
sua> sobrinha. Maria Teresa, à
sr.º D, Guilhermina L. de Fortu-
gal Durão, :

— Estiveram : na Sertã, o 6r.
Antoónio Ferreira de Carvalho e
espósa e a sr.* D, Marta Eulália
dos Reis, de Lisboa : nó Quteiro
da Lagoa, o sr. Eduardo Mar-
tina e espósa e seu l[ilho Américo,
do FPôrto,

ee aa EE o o la

Doecente

Tem nassado bastante Inço-
modada de saúde a sr.º Luiza de
&. José Miranda, mãe dos nossos
amigos srs. Angelo [opes, da
Sertã, Caertano e Joaquim Lopes,
da Beira (A’frica Oriêntal).

Muito desejamos às suas me-
lhoras.

Patolosgia moral
TNS

A humanidade, dizem, é má.
À meu ver, isto é o mais subver-
tido-dos paradoxos. Na verdade, o
homem, já no regaço da mãe,
quando criança, teria aquêle sor-
riso cíniico, aquéle olhar feroz pe-
culiar dos erandes criminosos f

As Madalenas : de hoje; bem
como as de outros tempos, Dão
terão possuído na alina, comoó o
ImmaIis recatado pudor, flôres de
inocência t

( homem não é pois mau

desde o ventre máterno ; mas tor-

na-se infeliz quando lhe falece o
ânimopara a luta ou quando, alu-
cinado pelas miragens comanosas
da vidá corre em busca de um cásis
de verdura onde só existerm muitas
vezes árvores de má sombra,

Torna-se infeliz’ quando, per-
dido no turbilhão da, vida, € ver-
tiginosamente —arremessado ao
chargo paludoso do xyvicio ou a0
&orvedouro do crime. ;

O hbomem não é mau. Não,
que a proclamou Jesus bem alto,
quando já no paroxismo, pedia
ao Pre o perdão dos seus assasg-
Sinos,

Aquelas Divinas palavras de
misericórdia para com os que o
supliciarcam : — Perdoal-lhes se-
nhor, que eles não sabem o que
Tfazem,,,-—se são à apoteose do
Evangelho, se são a apologia
mais elequente do Cristianismo,
seláda com o seu sangue, s4o in-

questicoâvelmente tarobém uma :

verdade Elerna, divinizada pelos
lábios que awiida lentos do fel que
lhe minestraçam 05 homens, pro-
feriam pará esses rmesmos ló
mens a palavra ePerdãos :

Gristo perdoso porque sabia
que o homem carece sempre de
ser perdoado, se bem que & ho-
mem estejfa sempre pronto à con-
desar.

Apedreja-se o crime, apounca-
-se o sotrimento, mas é de certo
Fnrque muitos Ienoram como é
Jancinante à dor que vai no fnti-
mo dos jue sofrerm.

& homem não é miu. Acol-
ma-se a si mesmo de tal, julga
tér uma ciência elevada – da alma,
mas o seu desiro bistúri! não des-
cobre. não descobrio nunca, nio
coreção, ainda o mais impeder-
nido, à artéria onde lateja a vida
do sentimento, uma fibra que
doi À

hluitas vezes ále mente, Men-
tê à si próprio, falando de senti-
mentos que nunca experimentou,
da paixões que nunca sentiu.

Su pode lalar com verdade
de láigrimas quem as sentiu algu:-
a vez deslisar pelas faces; só
pode anatomizar um coração
vivo quem lhe sente romper fibra
todos 05 vasos, É se sofréeu um
dia, dêve saber se há em lábios
alheios, expressoões que definam
a angústia que muitas vezes se
Ocultá num sorrisso para se não
dar em disíruto À indiferenca
úalvar.

Tomar, Mato de 1045

FPATO DA LUZ

Missão Religiosa

Na semana finda, de 2,º a 6,º
feira, o grande oradoe . soagrado
Rev.º Dr, Luiz Castelo lranço, de
Samardã, realizon a importante e
extraoedinária missão que prêvia.
mente se anunciara, pregando ger-
mãões que se caracterizaram pela
profunda eloqitência, por um ex-
traurdinário saber, revelando uma
alta Cultura religiosa, correspon-
dendo, a-final, à fama de que vi-
nha precedido.

O notabilissimo orador soube
prender e atrair o auditório com
o hbrilho dás suas dissertações,
onde perpassavain, com incgável
opulência de linguadem e a mais
fiagrante oportunidade, vários te-
mas de carácter social.

Farissimas vezes é dada ao
povo da Serlã a estisíação de ou-
vir. um orador de talento. Experi-
mentou-a agora, excedendo, por-
ventura, a sua espectalive,

Lreve-se a visita do Tev.º Dr,
Gastélo Branco ao Re町 Vigário
P. José Baptista é por iêso lhe da-
mos 03 nostos parabéna, Ágra-
dou-nos ver que 05 Seus estorçoõs
foram coroados de pleno êxito.

— Que sou vetio:.

EFEMERO…

— (Que importa, se a velhice
não deshonra ninguém. velho é o Mundo,

o Padre Eterno, e Mar, o Cén profundo

E & minho tão longingaa meninice. ..

Fortalesa de sokHOS que ruisse

& vida passa, vôo, é RA Segundo
desaparece — trágico 94 joctndo=
com incerto clarão que 5e esvetsse. ..

E o presente ftiigaz e enganodor
passe rápido como a grácil for –
que se esfolha em tígeiro e curto instante. .-

— Que sow velho. .. Olba & grande novidade!
Ri, folga, canta e corre, ó mocidade,
gue em breve, ao velho, passards avante!

Oliveira Tavares Júnior

Instrução

— Foi provida numa das ee-
colas de Proença-a-Nova n pro-
fessora sr.º D. Maria do GCarroo
Sequeira,

— Foi nomeada – regente do

osto escolar de Carvalhal Fun-
Ecim, freguesia do Troviscal, a
sr.* D. Ilda da Costa.

E t| PEA

Festa do Coração de fesus

Exactamente = como — previra-
mos, a festa do &S Córação de
TJesus caracterizóo-se pela exlraor-
dinária afluência de fidis e por um
brilho que raras vézes terá atinº
gido,.

Comungaram muitas centenas
de adultos e elevadissimo número
de crianços, meninos e meninas;
devidamente preparados para um
acto que 6, sem dúvida, o mais
lindó e solene da / sua vida. —

A mista solene e durante-a
comunhão, um grupo de senhoras
entoou cânticosapropriados, acom-
panhados n harmonium,

A procissão forinava UM co0-
junto deslumbrante, teve invulgar
luzimento, a que 22 culchas e col-
gaduras de sêda, postadas mnes
janelas empreslavam muior sole-
nidade. FKecolhida à procissão,
pricgou o Rev” LDir. Luiz Castelo
lBranço, que disserton sóbre o gi-
enificado do enlto ao Sagrado
Loração de Jegus, fechando, com

chave de ouro, a / série brilhantis- .

sima de sermãões de tóda uma se-
mana que ficará inesquecivel no
espirito do povo da Serta.

A ss

Asilo do Mendicidade An-
lijno Ferretra Alberto

O sr. Josê Farinha Tavares,
digno Erovedor da Misericórdia
local, à qual incumbe a adrminis-
tração do Asilo de Mendicidade
António Ferreira Alberto, pede-
-naos para nestas colunas abrirmos
uma subscrição a favor daquela
instituição de caridade, o que fa-
zeros com muito prazer, e deus
-nos nota do que já se recebeu
após a sua receonte abertura:

José Farinha Tavarea, Boo% ;
ÁAlcino NMartins Barata, Soos;
António Farinha, sóc Adelino
Laourenço — Earinha — Parapilhal,
1007% 3 António Joaquim da SLlj-l’u.,
Fampylhal, I0omos; Lúcio Ed-
mundo Graça Sernache de Bom-
jardim, 20m

Soma, a transportar, 15204%

De cada um dos srs. dre, Pe-
dro de Matos Neves e António
l.opes, 1 cama completa; e do
sr. José Farinha TYavares, todo o
azeite para a confecção da co-
mida.

Este número foi visado pela
Comissão de Censura
-Castelo Branco —

«Casa da Comarca da
«&ertã»>

A roinião preparatória da
fundação reslizou-se no tla
|.* do corrente, como foóra
anunciado,

GComo Tóra anunciado, realti-
zOU-Se DO 1.º do corrente, na sé-
de da GCasa das Beiras, uma’
retinião dos naturais dos quatro
concelhos integrados na Comar-
ca da Sertã para à tundação da
sua casa Regronal,

Gompareceram cêérca de cem
pessoas, dos” concelhos de Vila
de Rei, Sertãa, Proença-a-Nova e
QOleiros.

Presidimu o sr. dr, António
Nrnines e Silva, secretariado pelós
&srs, dr. Luiz da Silva Carduso-e
tenente Lsidro António , Craio.
[Usaram da palara os. sre. dr,
António Nuneés e Silva, Joaquim
Mateus, Mário EFlorim e Luiz da

—Silva Dias,

Foi estudada – a organização

—da GCasa da Comarca da Sertã e,

por último, foram . escolhidos o5
representantes-de cada concelho =
para a comissão de honra e para
a Comissãao execnotiva, Para a
primeira foram nomeados os srs,
dr. António Nunes e Silva, Libã-
nio Vaz Serra e de. José Nunes
da Silva, do concelho da Serta;
Aifredo Moreira, dr., Barata Sal-
gueiro e capitão Ficmino da Sil-
rva, da Oleiros; dr, João Neves
da Silva, tenante Izidro. António
Galo e Manuel da Silva de Vila
de Rei; e dr. Luiz da Silva Car-
dóso, dr. Bernardo Ferreira de
Matós e Joséê Hibeiro Tavares,
de Proócnça-a-Nova.

Da comissão executiva. fica-
raro a fazer parte 08 srs, João
Antunes Caspar, Joaquim Ma-
teus & Francisco João da Silva,
do concelho de Oleiros: Mirio
Florim, Josê Pedro e Joaquim
Ferreira Lejtão de Sertã; João
Alves, David Barata Júnior e An-
tóhio Dias, de Proença-a Nova e
TJoão da Silça e Jose Maria Al-
ves, de Vila de Rei, f

Melhoramentos Regionais

O s. Ministro das Obras Pú-
blicas, por intercmédio dá Direc-
ção Geral dos Serviços de Urba-
Dização, comcedeo. as seguintes
comparticipações: à Câmara Mu-
nicipal da Sectá, para abasteci-
mento de á7uas à sede do con-
celho — reftórço— fiscalização,
6 niogoõe; e:xà Junta de Frepue-
sia de Montes da Senhora, com:
celho de lroenç-a-a-Nova, para
construção da estrada municipal
de ligação da freguesia à estrada
nacional 3, 26,7007o0.

Exames

Principiaram, nó dia 2, Os
exames elementares, tomeçando,
no dia 16, em tódas as sedes de
concélho, 05 do 2:º erau.

 

@@@ 1 @@@

 

MNotas…
.a lâpis

(Conclusão da 1.º página)

quem podia, pelos seus conhe-
cimentos ou grau de instrução,
assumir o cargo, não está para
. se incomodar com assuntos que
não lhe dão interêsse directo,
Jurtando, aos paiíricios e amigos
ausentes, o prazer espiritual de
lhes prodigalizar umas ligeiras
notícias da terra natal.

Faltam-nos correspondentes

em Castelo, Troviscal e Várgea
– dos Cavaleiros, do concelho de

— Sertã; cAlvito da Beira, Mon-
tes da Senhora, Perale S. Pe-
dro do Esteval, do concelho de
Proença-a-Nova ; Amteira, Cam-
bas, Estreito, Isna, Mosteiro,
Orvalho, Sarnadas de S, Simão
e Vilar Barroco, do concelho
de Oleiros; e Fundada, do con-
celho de Vila de Ret.

Se alguém se propuser acei-
tar a incumbência, colaborando
com entusiasino e devotadamente
numa acção regionalista de que
só resultam benefícios gerais,
confessar-nos-emos muito gratos.

Carta das Nações Unidas é

uma realidade plena e nós

. estamos convencidos de que esse
importante estatuto internacio-
nal há-de trazer a todos os po-

. vos do Mundo o bem-estar a que
— aspiram e por que lutam since-
ramente, tantos têm sido os sofri-

mentos e desilusões nesie século,

em que, justamente, vieram a co-
nhecer as magrficências de tóda
uma civilização.
Não podemos duvidar de que
todos os países — e não menos os
— poderosos — buscam encontrar a
— fórmula de uma Paz justa e du-
radoura e a solução racional
para tódas as divergências que

se suscitem e que são inevitáveis .

dada a fragilidade humana e
porque a vida dos homens, como
a das nações, não é nem podia
ser estática, antes evoluciona e
gravita ao derredor de ambições
que são da própria natureza hu-
mana.

20

AA vila, festejou-seta noite

: de S. Pedro com baila-
– ricos populares e as tradicionais
fogueiras,

EN

A feira de S, Pedro teve al-
guma concorrêéncia, mas
não tanta eomo serita para dese-
jar, o que muita gente atribue
ao facto de os vendedores não se
concentrarem todos na Carva-
lha, pot sque a dispersão de ten-
das—segunda alega—é incómoda
para quem pretende fazer os seus
negócios dentro de minimo tem-
po e sem grandes caminhadas.

el
Saúde pública

Verifica-se êste ano, felizmen-

te, haver muitissimos menos casos
de tifo em relação aos últimos
anos, atribuindo:-se o facto ao
“ elevado número de pessoas que
se vacinaram. Estas, porém, de-
verão agora reativar a imunidade
por meio duma só vacina, subme-
tendo-se à vacinação completa
aquelas que ainda o não fizeram,
Umas e outras só terão a lu-
crar com essa resolução.

. Uma série de

roubalheiras

VILA DE REI, 27 – Há muito
que se praticavam roubos nas
freguesias de Fundada e Vila
de Rei, nesta; na parte com-
preendida nas proximidades da-
quela. Constavam de géneros
alimentícios e alfaiais agrícolas,
tais como : batatas chegando a
utilizar-se carros de bois para
o seu transporte, azeitona, pa-
lha de milho, carvão, laranjas,
colmeias, aves de capoeira, etc.
Parte dos roubos eram condu-
zidos para Lisboa. Confessa-
ram-se autores destas proezas
José Martins da Silva, solteiro,
sem modo de vida, que já na
capital usou de processos que
se coadunam com a profissão
exercida, e Manuel Lourenço,
casado, carreiro, ambos resi-
dentes no logar da Silveira.
Também um dêstes se confes-
sou autor do corte da cauda de
animais feito há tempos em
Sertã e Fundada. Presume-se
serem também autores de dois
assaltos praticados, um, a um
indíviduo do Milreu, a quem
no sítio da Ponte da Várzea

– Carreira, na ribeira da Isna.

que delimita êste concelho com
Sertã, apareceram pedindo ta-
baco e trôco de cinqúenta ou
quinhentos escudos. Êste indi-
víduo defendeu-se e fugiu, che-
gando à primeira povoação sem
poder articular palavra, pois
levava para os seus negócios
doze mil escudos. À outro do
lugar da Foz da Isna, a quem
viram receber na Silveira
três mil escudos, foram-lhe no
encalço, valendo-lhe o tê-los

pressentido é escondendo-se,

não seguindo já para sua povo-
ação com receio de mau encon-
tro. Confessaram também terem
em mente o assassino do rege-
dor da freguesia da Fundada,
para o que o assaltariam em
certo e determinado sítio do
concelho do Sardoal, visto que
o alvejado ali passa quási tôdas
as semanas e assim despista-
riam a acção da justica. Foram
prêsos pelas autoridades deste
concelho e pouco depois pos-
tos em liberdade. Além da con-
fissão expontânea, foi-lhes en-
contrada parte de alguns rou-
bos. Os indivíduos a quem fo-
ram feitos os roubos e a maio-
ria das pessoas que de tal têm
conhecimento, acham-se bastan-
tes indignadas por serem postos
em liberdade os citados indiví-
duos.

Comarea da Serta

Com uma perna deslocada

No dia 10 do mês findo, no

“Pôrto, perto da casa de residên-

cia de seu pai, o nosso amigo sr.
Eduardo Martins, conceituado
comerciante naquela cidade,
quando andava a brincar, caiu,
de que resultou ficar com uma
perna deslocada, o menino Car-
los Alberto, de 13 anos.
Permaneceu alguns dias no
leito e verificou-se, felizmente,
que o caso não é de gravidade,
Muito desejamos o restabeleci-
mento do rapazinho. :

E=m
José Cardoso

Vindo de
Oriental), onde é empregado agri-
cola da firma Lopes & Irmãos,
encontra-se em Proença-a-Nova,

. com sua espôsa? o nosso estima-

do *ssinante sr. José Cardoso, a
quem apresentamos OS nossos
cumprimentos de boas vindas, fa-
zendo os melhores votos pela sua
saúde.

cch
Mamfesto de vinhos e
aguardentes vínicas

Os vinicultores são obrigados
a manifestar, até o dia 10 do cor-
rente mês, os vinhos e aguarden-

tes vínicas existentes em adega no

dia 1 dêste mês, indicando as
quantidades vendidas ou por ven-
der. ; :

AJ N V. mandou, para o
efeito, afixar editais nos logares
públicos do. costume.

Moralidade da história: Diz-
-se que alguns indivíduos da
povoação dos arguídos andaram
aqui fazendo pedidos a seu fa-
vor. Seriam atendidos? Porquê?
Que um dos queixosos recebeu

do paí de um dos arguídos a

quantia de novecentos escudos
para se calar. Que o maior dos

acusadores, ontem, passou de-.

pois a estrénuo defensor. Qual
o motivo da (tranftormação ?
Concordamos com tudo quanto

. seja perdoar, mas pomos de

parte a benevolência quando os

“Casos assim o exigem para bem

e sossêgo da sociedade. As po-
pulações das regiões onde se
fizeram os assaltos desejariam
que a atenção das autoridades
convirja sôbre êste assunto,
a-fim-de se não voltarem a re-
petir tais factos.

— ‘A última hora somos infor-
mados que a duas irmãs, viven-
do conjuntamente no lugar do
Casal Formoso, desta freguesia,
lhes assaltaram a casa de resi-
dência na sua ausência, rouban-

do-lhe todos os seus parcos ha-
Veres.
e

Megaza (A’frica .

À MARGEM

DA GUERRA

À auto es?rada de Alaska, a primeira linha de comunicação
na extremidade. noroeste do continente americano, encontra-
-se aberta desde Outubro de 1943.

Hiraés da Gomarta |

Vila de Rei, 18 2

De vísita a sua Ex.”* família
esteve aqui ontem o sr. Dr. João
Neves da Silva, director do Ins-
títuto de Oncologia, lugar para
que foi nomeado uúltimamente,
Apraz-nos dar esta notícia, pois
é sempre para nós motivo de ju-
bilo quando um conterrâneo nos-
so é distinguido pelas suas quali-
dades de trabaiho e inteligência,
seja qual fôr a camada social don-
de provenham,

Os nossos sinceros parabéns,
porque no desempenho de tal
cargo, auguramos ao distinto clíi-
nico, um cabal desempenho na
missão conferida, pelas qualida-
des que o ornam,

— No dia 27 do pretérito
realizou-se aqui a festa da Raí-
nha Santa Isabel com grande
concorrência de fiéis.

— Em Lisboa, e residência
dos pais da noiva, realizou-se
por procuração o casamento da
Ex.”* Sr.º D. Maria Fernanda
dos Santos Alves, professora ofi-
cial na Capital, natural desta vi-
la, com o Sr. Raúl Marques,
aspirante do quadro técnico adu-
aneiro da colónia de Moçambi-
que e residente na Beira.

Paraninfaram os srs. Diniz
Anacleto Fernandes, José Maria
Alves e D. Maria Cristina, Fer-
nandes professores ofíciais em Lis-
boa e D. Emília Baptista Santos
Silva, desta vila.

A’: noiva, que brevemente

. parte para a A’Írica desejamos

uma viagem feliz e conjunta-

mente com seu marido um futuro .

cheio de perenes venturas, como
são dignos. : —

— O ano cerealifero corre
com mau aspecto, trazendo os
lavradores desanimados, por fal-
ta de água para as regas, que
uns dias de calor tropical vieram
acabar de exaurir.

— Com a supressão das car-
reiras de camisnetes, estamos
quási bloqueados, derivando dês-
te estado de coisas transtôrnos e
prejuízos às populações que de
tal se utilizam. ——

Pelo que nos dizem não serão
restabelecidas tão depressa, o
que agravará mais a situação
se até ao dia 20 de Julho próxi-
mo o não forem. i

— Na sua casa de Lagôa
Fundeira, Freguesia de Fundada,
faleceu repentinamente no dia 16
do corrente o Sr. João Crisós-
tomo, tesoureiro aposentado da
Câmara Municipal dêste conce-
lho.

Tal desenlace causou bastan-
te pena aqui aos seus numerosos
amigos.

Foram assistir ao seu funeral
diversas individualidades desta
Vila.

A tôda a sua familia a expres-
são do nosso sentir.

Sobral, 30

— No passado dia 28 deu à
luz uma criança do sexo femi-
nino, a espôsa do sr. António
Fernandes, conceituado comer-
ciante desta freguesia, que mui-
to lhe deve.

Mãi e filha encontram-se de
nerfeita saúde.

— De regresso a férias, en-
contra-se, vinda de Lisboa, a
menina Maria Amélia da Con-
ceição Fernandes.

O Comportamento –
& os Prémios

Conclusão na 1. página

«sôbre a educação da moci-
dade era preciso consultá-la,
porque nada se podia fazer de
melhor»>, sabemos todos como
cuida de tais incitamentos, nos
seus esplêndidos colégios, para
mola da vontade dos alunos
seus discípulos.

Todo o escrúpulo, porém,
importa guardar na distribuição –
dos prémios, quando utilizados
nas nossas escolas. Será me-
lhor não recorrer a êles do que
aplicá-los injustamente. Só de-
vem dar-se a quem os mereça,
sem cedência a qualquer capri-
cho nosso ou das famílias, para
não se gerar revolta nem a que-.
bra de prestígdio do professor,
de modo que êste continue a
ser aos olhos da classe o juiz
impoluto é amigo que conhece
os valores e com acêrto os da-
lardoa, :

«À recompensa é a sanção
do nosso ardente desejo de
querer». (1) O professor, que com
critério queira aproveitá-la na
sua escola, acabará por verifi-
car, principalmente nos progres-
sos morais de que todos são
susceptíveis, que êste é, entre
todos recursos educativos, um
dos mais valiosos.

(1) Lições de pedologia e pedago-
gia experimental, de K. de Vasconce-
los.

Paraquedas

Sob êste título, transcreve a
apreciada «Gazeta dos Caminhos
de Ferro» a notícia, originária de
Oleiros, que há tempo publicámos
sôbre o aparecimento dum para-
: quedas numa vertente da serra de
Alvéolos.

E no final faz êste comentá-
rio: «Com satisfação damos esta
notícia para confusão e castigo
dos boateiros, que inventam tôda
a casta de parvoices e acreditam
nas patranhas dos amigos que
usam a «palavra de honra» com a
mesma facilidade com que acre-
ditam nas mentiras».

Agradecemos.

ANÚNCIO

Para a venda da casa de ha-
bitação, que foi de Maria José
Tavares, na Rua do Ouro, de
Proença – a – Nova, aceitam-se
propostas em carta fechada, que
serão abertas na presença dos
interessados, pelas 12 horas do
dia 23 de Julho de 1945, no es-
tabelecimento de <«Silva & Reis
Limitada», em Proença-a-Nova.

Reserva-se o direito, se a
mais alta oferta não fôr de acei-
tar, de não entregar.

Dirigir a Dr. José Luiz Tavares
Júnior ao cuidado de Luiz da Silva
Reis — Proença-a-Nova.

— A distribuíição do correio
a esta freguesia começou a ser
feita, há dias, logo de manha,
ao contrário da maneira como
anteriormente se estavafazendo.
Beneficiou, pois, tôda a fre-
guesia com tal determinação, pe-
lo que muito vratos ficamos ao
Snr. Director dos C. T. T, de
Castelo Branco que. atenciosa-
mente se dignou atender tão
justa pretensão. :
Convinha, porém, que o dis-
tribuidor à passagem pelos Iu-
gares da freguesia, desse o si-
nal de aviso, evitando por tal
forma alguns inconvenientes.