A Comarca da Sertã nº399 22-07-1944
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v E ENSNA TT S RT BSA EA AENA Dar OAEATN REA VSA ET
Nedao aaa lam dÉ cA aa o a AA RAA A A R E SEA o sac to c Cchaalnddas b A enA
omarca
FUNDADORES —
— Dr José Carios ELhrhardt —
Dr. Angelo Henriques Vidigal
— &António Barata e Silva —
Dr. José Barata Corrêa e Silva
Eduaárdo Barata da Silva Corrês
DIRECTOR, EDITOR E PROPRIETÁRIO
Eduardo Barata da Silva Correia
— REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO —
RUA SERPA PINTO — SERTÃ
AN NHOA-DOO
PUBLICA-SE AaAOS SÁáBADOS
P EAA aaa
Sertã
Gomposto e im-
presso nas
Oficinas Gráficas
da Ribeira de Pe- |
: ra, Limitada :1
CASTANHEIRA
DE PERA
Telefo” e 16
ANO I3
N.º 599
Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca da Sertá : concelhos de Sertã, Oleiros,
= Proença-a-Nova e Vila de Rei; e freguesias de Amêndoa e Cardigos (do concelho de Mação) ===
22
JULHO
1944
ES ESA RPISO ES R2Ã ESTSO EZTSO R29552 R2S 3 EPTSO E2IS9 R29S4 R22 ESSS RS EZ ESSG ES PSRS RRR R22 FS 199 RS ESA ESA HF2ISO R2R ES RSSG ES RZ
____ljlotas
nnnnnnn *
«A mulher foi sempre escrava
irabalhou sempre na indúsiria,
portanto no campo profissional.
A indústria caseira era uma pro-
fissão, embora sem título e, ter-
minada essa fase aparente da pe-
quena indústria, a mulher não
deixou de continuar a ser explo-
rada pelo homem, pelo senhor e
pelo marido.
…A mulher deixou de ser
escrava do homem no lar para
voltar a sêlo do comerciante ou
do industrial, que a exploram
“mercê de salários infimos com
que dificilmente pode alimentar-
-se e manter o decóro do sexo.
Só dissipados os graves de-
Jfetitos que enferma, que são os
restos duma educação tradicio-
— nal que só a conduzia no geral a
preocupar-se apenas com exterio-
ridades e a viver de fugazes e
doentias impressões, sem poder
rejflectir nos problemas sérios da
. pida, é que a mulher poderá en-
contrar o caminho da felicidade.
» . « Emancipando-a por uma
educação wintegral e apetrechan-
do-a com uma série de conhect-
mentos adquiridos lado a lado
do irrisôriamente denominado
sexo forte, então a mulher será
conscientemente no futuro, como
em muitos casos é já hoje, a com-
panheira 1deal do homem, e esta-
” rá nas condições para, adentro
dum estado perfeito e orgânica-
mente organizado, em que todos
os seus componentes trabalhem e
produzam para o bem da huma-
nidade, representar um alto va-
. lor social».
Por esta forma, a emanci-
pacão civil da mulher eleva a ao
mais alto grau, torna-a mais di-
gna em certos casos, trazx-lhe con-
dições especiais, porque a torna
mais responsável pela liberdade
dos seus actos. Livre e educada,
a mulher caminhará firmemente
para o seu legítimo e moral des-
tino social».
(«A Emancipação da Mulher»
— —De «A Voz do Operário»)
2oeF
— A bruxa— Vejo aqui uma rui-
— va, que o há-de arruinar…
O cliente — E isso mesmo. A
modista da minha mulher é ruiva,
2eE
NUM gabinete dum dentista.
A paciente abre uma bóca
tamanha, que parece a bóca dum
Jórno.
— Não é preciso, minha se-
nhora—diz lhe o dentista—abrir
mais a bóca: assim chega.
— Mas o doutor disse que a
abrisse bem para lá entrar com
a turquês.
— Com a turquês, sim.,.mas
eu fico de fora!
208
A VONSTA-NOS que num dos
— domingos da festa dos Bom-
beiros se desloca à Sertã uma
grande excursão de patrícios e
&
iefjesesBes en oo ee en o a oljon a niãoa e ufbolão een ofhoelGonfãe aa hoaiGe oljonlha olãon e ofdoc a ofãoniãe eSdo oc olão eel nlfe ol niGoe Ça Goaoldo ee ee nGo to on ldo n
«Garglo o Sorioaos o eec on o de c e g nSoo o nlgo aGanãoofla ee nRão si oSjeo onfSo aa SS oBfe a eo cífo efjacEJooEdon(So eGn a eec Bocide
Grandiosas FESTAS em
DIA 25, amanhã
ÁS 18 HORAS — Içar da ban-
deira nacional com uma salva de
21 tiros e abertura do recinto das
festas e exposição de barracas.
ÁS 20 HORAS — Formidável
demonstração técnica do corpo
activo, no Largo de S. Sebastião.
ÁS 22 HORAS — Reabertura
do recinto, onde haverá :
— O mais completo e luxuoso
BAR
Dancing ao ar livre
Sorleio popular
Pesca milagrosa
Caldo verde
Correio
Kermesse
Fógo preso e do ar
Concerto pela Filarmónica
Umão Sertaginense
— Jazz-Band
Vinhos, Petiscos e Farturas
n Sertá em festa!L…
benefício da Humanitária
Corporação dos Bombeiros Voluntários da Sertã
Na ALAMEDA SALAZAR
nos dias 23, 3o de: Julho-e-6, 13 e 20 de Agoósto
Vistosas 1luminações eléciricas e à veneziana
MUSICA PERMANENTE
Venda de flóres arbficiais
Últimas Novidades
Variadíssimos Atractivos
Grandes Surpresas
Não deixeis de visitar as festas dos Bombeiros da Sertã
. Goncorrer para elas é concorrer para o bem de todos
Entrada no recinto, $50
(Exceptuam-se as crianças de colo)
Para cada dia haverá um programa
Êste programa pode ser alterado por qualquer
motivo imprevisto
Ni io on rgoGo o sl al iSo on o ono o nl o ulonião aaa on sB e nonSoofdo nl fn ho n sS nl ioa o S sS lah nl nn o o e ionido oc SGos Si o nfão sS il o eGl an
‘I)S QXAaMmes JIÓ 2.0
grau
Eg
y agora a época dos exames do 2.º
grau em todo o País e nas pautas
do concelho da Sertã figuram 88
rapazes e 22 meninas. Abstraindo
estas — cujo futuro oferece perspectivas me-
nos sombrias dada a sua natural propensão,
no nosso meio, para os trabalhos domésti-
cos e criado e aumentado um pé de meia
para o casório poucos anos depois da puber-
dade, sem outras exigências que não sejam
a do bragal sofrível, da leira de terra pro-
— dutora de milho e da couve, do olival e da
casita, que garantam trabalho e passadio
modesto, aspiração bem legítima, afinal, de
tôda a filha-família de condição — o que vão
fazer, aqueles 88 rapazitos, mal arrumados
os livros da Escola Primária, bem de pressa
atirados para o canto como origem de fadi-
gas e aborrecimentos, inímigos da suprema
lei do menor esfôrço ?
entrada na vida prática
Eis uma pregunta que todos os anos
fazemos a nós próprios e, desta vez, ao lei.
tor, que já talvez a tivesse formulado quanto
mais não fôsse aos seus próprios botões.
Dêsses moços, meia dúzia, mais feli-
zes porque os pais dispõem de recursos eco-
nómicos, seguirão o curso liceal e dali para
a Universidade, tentando conquistar o ca-
nudo de bacharel, que isto de ser doutor em
terra de burros é melhor que título de fidal-
guia no tempo dos avoengos; se faltar en-
vergadura para voo tamanho, não faltará em-
penhoca, que o ‘dinheiro não é incompatível
com os padrinhos e quem os não tem morre
mouro! E o paií, que veio do nada e se fir-
mou na vida à custa de labor aturado na
faina da terra ou no exercício de profissão
humilde, se não tem noção das aptidões do
filho, nem êste as mostrou, belisca-o a vai-
(Continua na 4.º página) :
* | l“ápig_
amigos desta terra na capital,
aproveitando o dia para visitar
a família, abraçar os amigos e
relêembrar os tempos idos da ju-
ventude descuidada, tão cheia de
cenas e episódios alegres que fi-
cam pela vida fora como marcos
das mais belas e lindas recorda-
cões, todo um tributo pago à mo-
cidade ardente e venturosa.
O destino levou-os para ou-
tras paragens, mas, apesar de
tantos anos de ausência, nem por
isso deixaram de sentir, em seus
corações, a mesma intensa ter-
nura pela terra onde nasceram
ou onde fóram recebidos e acart-
nhados com disvélo, aceitando-a
como a sua segunda mãi, 1dola-
trada, fiel, amantíssima, que lhes
despertou os mais altos sentimen-
tos de gratidão e uma profunda
e viva saiúdade.
Pois que venham, que serão.
recebidos de braços abertos e bem
Jjuntos ao coração por aqueles
que nunca os esqueceram e lhes
reservam, para êsse dia, um pe-
daço da sua amizade que não se
pode traduzir por palavras, mas
que se sente com tóda a sincert-
dade das almas ditosas, no alvo-
róco dos momentos de intensa fe-
licidade.
20É
AS ruas da vila permanecem,
geralmente, muito sujas e –
se é verdade que não é possível,
dado o arranque de grande parte
do empedramento por virtude
das obras de abastecimento de
água aos domicílios, conservá-las
bastante limpas, nota-se que mui-
tos morádores continuam servin-
do-se delas como se fóssem quin-
talório anexo das casas, utili-
zando-as para depósito provisó-
rto de matos, estrumes e lenhas e
sem que, ao menos, depois dessa
utilização, procedam a uma lim-
peza rigorosa,
Assim, não é possível que um
varredor dê conta do recado por
mais que se esforce. Muitos a su-
jar ,e um só a limpar não pode
ser :
Todos se deveriam lembrar
que à rua não é terreno priva-
tivo de que cada qual se possa
utilizar em seu exclusivo benefi-
cio, atentando contra a sáúude
pública e contra o respeito que
se deve a tóda a população.
A epizootia que provocou gran-
de mortandade no gado
suíno nesta região, sobretudo no
concelho da Sertã, tem uúltima-
mente decrescido por forma sen-
sível e para 1sto deram contri-
buição valiosa os esforcos persis-
tentes do veterinário municipal,
dr. Matos Neves, e do seu colega
de Lisboa, que aqui veio propo-
sitadamente para o auxiliar no
combate às doenças.
As causas do mal, que chegou
a tomar proporções assustadoras
e o meio mais prático e rápido
de o combater de futuro vão ser
— — (Continua na 4.º página
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A Comarca da Sertãa
fogue Mas sempre ma
A melhor maneira de enviquecer
… fogar na LOTARIA
afortumda casa
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T COMARCA DA. SERTA»Í
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A Companhia de Viação de Sernache, L.º, avisa ol
1Bx , Prblico sque em 115 de Ju ho de 1943 começaram a vi-
— gorar as segumtes carreiras: : :
LISbOª. Serta de:
| A’lvaro— A’s Segundas-Feiras.
Lisboa-Serta para:
A’lvaro —Ãos Domingos
Olelros—Dnarna——excepto aos Domingbs
Pedrógão Pequeno – A’s 2.º, 5.* e Sábados
Proenca-a Nova—A’s. Seguandas e Sextas
Olenros—Dnarla—exepto aos Dommgos
Pedrógão Pequeno=— A’s 4.º, 6.” e Sabados
Proença-a-Nova— A’s Qumtas e Sábados
* Esta Companhia pede ao. Ex.”º* Público o favor de se fazer acompanhar de um nú-
mero de. volumes o menór possível, pela dificuldade em adqumr pneus.
Castelo Branco-Seriâã-Figueiró
dos Vznhos Coimbra:
A’s Têrças, Qumtas e Sabados
Coimbra-—Fzguezró dos Vinhos
Serta—(,’as telo Branco:
” A Segundas, Quartas e Sextas
Sertã-Coimbra—A’s 3 dxas 23 (lda e
. e volta) nêstes dias.
Serta-CasteIo Branco —Aos Sabados
: Castelo Branco-Sertã — A’ 2,º-Feiras
%%%%%%%%%%%%%%%%% FRF % FRL FÇL
: FÁBR[CA DE FOGOS DE ARTIFÍCIO :
A PIROTECNICA SEBTAGXNENSE
Vínta de Jeão Hures ta Silva (Maljoga)|
Encarrega—se de todos os trabalhos da mais moderna piroté-
cenica em todos os géneros
GRANDE SORTIDO DE FOCGO DE FANTASIA É –
/ em todos 08 géneros
«BOUQUETS»>
Criada Govc_rnanta :
Precisa-se de meia-idade, bom or-
denado, dando boas referências, para | em muito bonrn’estado; vende-se.
– Nestaá Redacção se informa.
casa de lavrador.
Resposta àRedacçao deste ]ornal :
Fi’lambiquc
Guarda-livros
Incumbe-se de qualquer es-
crituração, cormercial, industrial
e agrícola, dentro ou: fora da
Sertã.
lInforma se nesta Redacção.
Genstrneen de mMÓVEIS
António Fernandes da Silva
Rua do Castelo — SERTÃ
EMISSOES DOS ESTADOS UNIDOS
EM LINGUA PORTUGUESA —
(Recorte esta Tabela para referência futura) |
Horas Estações Ondas Est .Ondas Est. Ondas Est. Ondas
12,45 WRUS 309 WRUA 2545 WKLJ 30,75 :
13,452 WRUS 1983 WRUA 25,45 WGEO 19,56
14,45 WRUS 19,83 WRUA 25, WRUW, 25,58 WBOS 19,7.
1745 WRUS 19,83 WRUA 25,45 WRUL 195 :
18,457 WRUS : 19,83 WRUA 25,45 WRUL 195
19425 WRUS 19,83 WRUA 26,9
20,45 ;
a /2 hora de programa especial)
21,15 WRUS 19,88 WRUA 26,92 WGEA 25,3 WGEX 2554
21,45 WRUS 19,83 WRUA 26,902 WGEO 19 .5 WGEX 25574
22,45 WRUS 30,94 WRUA 39,6 WRUL 25 58WKLJ S
213,495 WRUS 30,94 WRUA 39,6 WKLJ 30,77
A «VOZ da AMERICA>» em português pode ser também escutada
por intermédio da «B. B. C.», das 19,45 às 20 horas.
Ffimissões diàarias
OIÇA a VOZ da
— AMERICA&nMARCHA
Modas & Gonfexçães
AZULEJOS |
DE FANTASIA
Vendem-se muito baratos, a
CHAPELARIA í gnuearggsaqduítrpc: ejgtnsg agara ——
CAMISÁRIA ; Nesta Redacção se diz, :
— ERATATARI | y
ee José Nunes da Silva
A. SANTOS BARRETO – — ADVOGADO
– sertáã Rua do Crucifixo, 31, s/loja
LISBOA .
Corte LUC
Ex .”** Senhoras
— Aproveitem esta única opor-.
tunidade para aprender CORTE
LUC, ALTA COSTURA, ensi-
nado por professora de Lisboa.
Não confundir êste com ou:
tro método. Também vaií dar li-
ções a casa das clientes e leva
as suasralunas a exame.
Convém inscrever-se ime-
diatamente na.
-” PENSÃO BRANCO — SER TÃ
VELAS DE CARDIGOS .
Jese Fernandes Caseiro | | “Poracera de abelhas
— Máxima duração e resistência
Fazendas, Mercearias, : — Não fazem fumo
Vinhos e Miiidezas : Não sujam os altares
: Apresentação inexcedível
Embalagem cuidada
Máquinas de costura em 2.º
mão marca «SINGER» — 4 CASA FUNDADA EM 1850
: FABRICANTES: –
, d. d’Oliveira Tavares, F.º
PROENÇA-a-NOVA . CARDIGOS-TH. 5
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A Comarca da Sertã
Aos Bombeiros »
Voluntários da S eríâ
— Não sei que vos ofereça… mas com franqueza
Por muito que vos desse, sempre ficava
Pensando que era pouco; e na certeza
que seria irrisório o que vos dava.
O muito que vos deve a Humanidade,
É dívida que nunca se liquida!…
Á qual não se contesta validade
E jamais se consegue ter solvida.
Os vossos conterrâneos, com certeza,
De-certo vos ajudam na emprêsa;
E premiando assim vossa constância,
Aquilo que pedis vos virão dar;
E creio que vos posso afirmar : :
Muito em breve ferão a ambulância!
PATO DA LUZ
«(Cisne)
Falta de luz eléctrica
Desde o dia 3e até à data
que escrevemos, I5, que a Sertã
está privada de luz eléctrica por
virtude de avaria numa das peças
do motor, que teve de ser enviada
às oficinas do Tramagal para re-
paração. ; :
— E caso naturalíssimo haver
uma havaria num motor, qualquer
que seja a sua potência, mas a
verdade é que as interrupções de
corrente, na nossa central, verifi-
cam-se com maior ou menor fre-
quência, o que quere dizer que
estamos mal servidos de ilumina-
—ção eléctrica por não termos a
— garantia dum abastecimento regu-
lar, ainda com o inconveniente de
cessar a corrente à 1 hora da
noitej,foú sejam, apenas, nesta
: época, três escassas horas de luz. – :
Bem entendido que só temos ener-
gia para gasto particular e público: –
– A montagem de qualquer in-
dústria que éxija ser accionada . a
electricidade está práticamente
proibidas = o o
Por tudo isto se infere que a
Sertã vive. ainda quási absoluta-.
mente divorciada dêsse impor-
tante factor de progresso e de
meio de desenvolvimento econó-.
mico, que é a energia eléctrica
abundante e a baixo preço,; e se
quizer acompanhar muitos outros
concelhos do País, da sua cate-
goria, alguns menos populosos e
menos ricos, não tem outro meio
do que procurar estabelecer a li-
gação com qualquer das grandes
centrais mais próximas.
&
Por simples curiosidade respi-
gamos, para aqui, reproduzida do
nosso prezado colega «O Casta-
nheirense», de Castanheira de Pêra,
a notícia sôbre a alteração da fa-
bela das taritas de energia eléc-
trica posta em vigor naquele con-
celho, bem importante pela sua
indústria :
«NOVA TABELA DE PREÇOS
DA ENERGIA ELÉCTRICA
A Câmara Municipal dêste con-
celho, em reúnião ordinásia reali-
zada no dia 7 de Junho, resolveu
alterar a tabela das tarifas da ener-
gia eléctrica que passou a ser a
seguinte desde 1 do corrente:
—.a) Para fábricas, emprésas
ou estabelecimentos indusíriais
cuja força motriz instalada seja
” agual ou inferior a 20 Kwts:
Preço por Kwt: Até ao con-
sumó mensal de 50, 1$50; de 50
até 200, 1$30; de 200 até 500, –
“I&IO; de 500 até 1.500, 199OO; su- .
perior a 1.500, 370.
— b) Pára fábricas, emprésas
ou estabelecimentos industriais
cuja jórca motriz instalada seja
Superior à 20 kw’s: :
. “Até ao consumo anual de
.15,000 kwts, $90 cada; superior a
êste consumo, $70.
A energia eléctrica para usos
industriais transformada na cabine
ou postos de transformação do
Município, será fornecida.ao par-
ticular, tendo por limite mínimo
o preço de $75 (setenta e cinco
centavos) — por cada kwt,, qual-
. quer que seja o consumo mensal
ou anual do respectivo cliente,
de hormonia com a taábela da
alínea a),
“Para a energia eléctrica desti-
nada à iluminação particular, será
mantida a tabela em vigor.»
Duas crianças afogadas
Na ribeira, próximo da Serra
de S. Domingos, pereceram afo-
gados, no domingo à tarde, quan- –
do tomavam banho, Carolina de
Jesus, filha de Domingos dos San-
tos é de Maria de Jesus e Antó- –
nio dos Santos Carvalho, filho de
José Carvalho e Margarida da
Conceição, ambos de 13 anos, na-
turais daquela povoação.
ol EEn o oc o
Muúáliratádo por um bor
No passado domingo, à tarde,
quando o criado de luvoura de Al-
fredo Henriques Serra, desta vila,
—de nome António, de 15 anos, fi-
lho de Manuel Nunes da Silva, de
Entre-a-Serra (Várzea dos Cava-
leiros), pretendia tirar do curra]
um boi, para o conduzir ao fer-
rador, o animal investiu ferozmen-
te contra êle, deixando o bastante
ferido no rôsto e nos quadris. O
môço foi internado no hospital
para tratamento, parecendo que o
eu estado não oferêce gravidade.
s
BOAS VINDAS
— De visita a suas famílias e em
gôso de umas bem merecidas fé-
rias, depois de longos anos ds
actividade em paragens de An-
gola, chegaram ao Picoto e Oli-
val, respectivamente, os nossos
prezados patrícios e amigos srs.
José Ferreira Lima, de Uigi e
Joaquim André, de Luanda.
Os nossos sinceros cumpri-
mentos de boas:-vindas.
202 to Hlecoseecos
Serviços de Imprensa da
Embaixada Inglesa
Os Serviços de Imprensa da
Embaixada de S. M. Britânica,
junto do Govêrno Português, co-
municaram-nos que o sr, Stephen
Lockhart assumiu o cargo de
Adido de Imprensa em substi-
tuíção do sr. Michael Stwart, que
regressou à Inglaterra, onde vai
assumir novo cargo que lhe foi
confiado.
Agradecemos. *
Centro de Orientação Agronómica
— Direcção de MOTTA FERREIRA (FERNANDO SYLVAN)
* ES
«A Comarca da Sertã»
agrícola
Reabrindoe …
Recomeçamos, depois de longo in-
terregno, a publicação desta secção
agrícola. Ao fazê-lo, satúidamos a lavoura
dêste concelho.
A adubação azotada
do milho de sequeiro
A forma copiosa do emprêgo dos
adubos azotados na cultura do milho de
regadio nalgumas zonas do país, espe-
cialmente na Beira Litoral, é conside-
rada contraproducente, sobretudo pela
falta de relação com os outros adubos
elementares. De facto tódos sabem que
é frequente atingirem se os 150 a 200
Kgs. de azoto por hectare (correspon-
dente a 1.000 Kgs. de adubo azotado)
sem que em geral se equilibre tão ele-
vada quantidade de azoto com adubos
complementares de fósforo e potássio.
E’ indiseutível que com o sistema de
.azoto e ásua se obtêm produções
elevadas, mas é de crer porém que du-
ma análise mínuciosa se cenclue não
ser êsse o processo mais económico nem
o mais vantajoso para a fertilidade fu-
-tura da terra. (Vêr «I. A.» Nº 7)..
Contrastando com êste procedimen-
to na cultura regada, observa-se que em
sequeiro nas mesmas regiões não se
aplica por norma qualquer quantidade
de azoto, obtendo-se. por 1sso.prod31—
ções geralmente baixas, A fertilização
das terras destinadas ao milho de se-
queiro é feita, quási exclusivamente à
base de estrumes, moliços e mexoalho
(caranguejo, etc ). í
Abrange a cultura de sequeiro algu-
mas terras boas susceptíveis de rendi-
mentos elevados desde que, como com-
plemento da matéria orgânica habitual-
mente empregada, se utilizasse uma
adubação química racional,
No Campo Experimental de Cultura
de Sequeiro que instalámes na Beira
Litoral, em Válega (Ovar), iniciámos a
campanha passada uma série de traba-
lhos com o fim de fomentarmos o em-
prêgo da adubação química neste caso
do milho de sequeiro. e
A terra do nosso Campo é, como Já
descrevemos na «l À » N.º 12, levemente
encorpada € fértil. Levou uma
estrumação de cêrca de 30.000 hecta-
res, foi lavrada a 25 cms e s_ubsolada
a 45 cms. Empregámos a variedade de
milho «Pôrto», criada na Estação Agrá-
ria da Sr.º da Hora pelo Eng.º Agr.º
Augusto Ruela, há pouco falecido, e
que infelizmente não chegou a conhe-
cer os resultados das experiências que
tão devotadamente acompanhara –
Pelo que se refere à influência da
adubação azotada os resultados obtidos
fôram os seguintes:
A. 600 K. de Superfósfatolde Cálcio 18º/,.
400 K. ae Nitrato do Chile.
REPETIÇÕES MÉDIA
3,325 K.
— 3.500 » 3.400 K.
3.375 » :
B. 600 K. de Superfosfato de Cáleio 18º/,
Sem Nitrato do Chile
REPETIÇÓES MÉDIA
2:412 K. ——
2.595 » 2.0602 K.
2.800 »
Sementeira em linhas a 60 cms, rea-
lizada no dia 31 de Março de 1943. As
quantidades de adubos e as produções
em grão são referidas ao hectare, :
Numa parcela de observação com
1.000 m2 semeada nas mesmas condi-
ções da modalidade À mas «m que o
Nitrato foi aplicado metade à semen-
teira e metade à prime:ra sacha, obte-
ve-se a produção de 316,5 Kgs. ou seja
—3.165 Kgs. por hectar ( 10.000 m2 ).
As produções podem-se considerar
explêndidas, tratando-se de milho de
sequeiro, que raramente atingem os
2.000 Kgs. na lavoura da região. No
entanto parece-nos conveniente frisar
que durante todo o ciclo vegetativo
choveu apenas em meados de Abril, se-
guindo-se uma seca prolongada que,
como se recorda, compromet-u a colhei-
ta do milho de sêqueiro.
Do Nitrato aplicado à primeira sacha
na parcela de observação de 1.0co m2
evidentemente que grande parte não
chegou a ser aproveitado por falta de
água, pelo que não admira que a pro-
dução obtida tenha sido inferior à mo-
dalidade A , onde se empregou na tota-
lidade à sementeira.
A diferença de 800 Kegs. na produ-
ção devido ao emprêgo de 400 kgs. de
Nitrato é largamente compensadora mas
de certo está longe de representar o que
se conseguiria no caso duma seca me-
nos prolongada. :
Esita experiência mostra a necessi-
dade de completar a adubação. orgânica
realizada às terras de milho de sequeiro
com uma adubação quimica equilibrada
para se elevarem as produções e tornar
compensadora a cultura.
AG
Consultório
O Centro de Orientação Agronómica
regulaizarrá, brevemente, o serviço de
consultas gratuítas para os lavradores
leitores dêste jornal.
General Carmona
Fez, no dia 9 do corrente, de-
zoito anos que o Sr. General An-
tónio Oscar de Fragoso Carmona
ascendeu ao lugar de Chefe de
Estado, que o ilustre militar e
venerando cidadão tem ocupado
ininterruptamente e com inteiro
sacrifício, pelo bem da nossa Pá-
tria. ;
Os portugueses de todo o Im-
pério sabem bem quanto devem
a Sua Excelência em bom con-
selho, sólida visão, equilibrio e
nobreza de atitudes.
b Ld B6 EBE
FAGENDA
Encontram-se na Sertã o sr.
Ernesto de Carvalho Léitão, es-
posa e filho e o menino João
Carrvington Durão Cid, de Lisboa.
—Regressaram dos Açores os
expedicionários, nossos patrícios,
srs. José Serra e António Nunes
Vaz Martins.
—Embarca hojé para Macuse
(Africa Oriental), onde vai ficar
ao serviço da Companhiá do Bo-
ror, o sr. José Francisco Marques,
filho do sr. José Marques, alire-
sidente. Desejamos-lhe boa via-
gem e felicidades. :
— Foi transferido de Lisboa
para a Covilhã, em comissão ES
pecial e provisória, o sr. Joaquim
Farinha Tavares, funcionário do
Grémio dos Industriais de Lani-
ficios.
— Retirou para Sacavém o
sr. Armando Martins de Carva-
lho.
— Salu para. Coimbra .a se.?
D. Ema Guimarãis Moreira dos
Reis, esposa do sr. Ricardo Mo-
reira dos Reis.
‘ — Regressou de Lisboa, acom-
panhada de seu filho Ruíi, a sr.º
D. Isabel de Sande Marinha
Mendes.
soboosesliossosodks
DESPEDIDA
José Francisco Marques, par-
tindo aâmanhãa para Lisboa e em-
barcando, no próximo dia 22 para
Macuse, colónia de Moçambique,
onde fica ao serviço da Compa-
nhia do Boror, dada a impossibi-
lidade de se despedir, pessoal-
mente, de tôdas as pessoas ami-
gas, como era seu desejo, fá-lo
por êste meio e ali oferece os seus
limitados préstimos..
Sertãá, 17 de Julho de 1944. ;
seoeososffecossesk
Nascimento
Teve o seu feliz sucesso, dando
à luz um rapazinho, a sr.º D. Ma-
ria Leonor Santos Craveiro da
Cruz Oliveira. Guerra,* dedicada
esposa do nosso amigo sr. Antó-
nio de Oliveira Guerra, de Serna-
che do Bomjardim. :
Mai e filho estão bem.
<«A Beira Baixa»
Vai assumir, dentro em breve,
a direcção do nosso prezado co-
lega «A Beira Baixa», que se pu-
blica – na sede da província, o dr.
Augusto Beirão, substituindo o
dr. José Ribeiro Cardoso, que a
vem exercendo, de facto, depois
da renúncia do dr. Vergílio Go-.
dinho.
tooeoa+aHiaaeosooe
Exames e passagem de classe
Concluiu o curso comercial
Henrique Pires Alves e transita-
ram para o 6,º e 5.º anos do li-
ceu, respectivamente, Artur -Cal-
deira Ribeiro e Manoela Lou-
renço: —
As nossas felicitações,
RD SEEE TAA
Feira e festa de S, Neutel
Na próxima quinta-feira, 27,
efectua-se a tradicional feira de
gado e festa de S. Neutel nesta
vila.
Êste número foi visado pe-
la Comissão de Censura de
Castelo Branco.
EAA aão
Etnografia da Beira
Apontamentos referêntes ao
concelho dé Proença-a-Nova
Por JOAQUIM LOPES DIAS
BÔDO EM S. PEDRO DO ESTEVAL
Diz a tradição que, devido a um
— grande ataque de bicharada (acrideos
: ou semelhantes) todos os frutos e até.
– as fôlhas das árvores de S, Pedro do
Esteval fôram devorados em poucos-
dias. O povo, reúnido na igreja matriz,
: resolveu fazer rigorosa penitência.com
o fim de afugentar a praga e também
dar um bôdo aos pobres. Para êste efeito,
a povoação construiu uma casa, deique
ainda . se conserva parte arruinada.
– O bôdo de S. Pedro consistia na ma-
tança de um boi, que, depois de pre-
parado em caldeirões, era distribuído
pelos pobres que apareciam no local.
Eram também cosidos 12 alqueires
de trigo com igual fim, sendo a carne e
o pão prêviamente benzidos pelo pá-
rfoceo: —— — ‘ í
Com. o decorrer. do tempo, o bodo
passou a ser promovido apénas por uma
comissão composta dos primeiros dois.
“ casais que efectuassem o seu casamento
no próprio ano em que êle devia ser
: dado. À Comissão recolhia dádivas dos
proprietários e o bôdo realizava-se no
domingo imediatamente anteriíor ao dia
de S. Bartolomeu (24 de Agôsto). FHlá
já alguns anos quê não sce realiza, em
virtude da última Comissão designada.
não ter cumprido o seu mandato.
Mercearia e Confeitaria –
ANDRADE
Andrade, Leitão e Joaquim, L.ºº
Mercearia
Pastelaria .
Papelaria
Tabacaria
A casa que maior sortido fem e mais harato vende
33-A, Rua Entre Campos, 33-E
1, Av. dos Est. Un. da América, 3
Telefone 4 1343 —LISBOA. ..
6A ANA MNE SSA MISENE RNE SOSNSENASE* PEDRO DE OLIVEIRA %
M : M
T DOURADOR e PINTOR Ã
a6 -= SERTAÃ -:- %
FR :
àr.——,ºl[;’ : OUR_AM-SE e pintam-se todos os trabalhos concernentes à arte a
e religiosa. Douramento em altares, a ouro fino, prata e doura- —9&
dura. Mordentes e brunidos. te
5 — TÓDA AÀ OBRA DE TALHA — Tribunas, altares, casticais. dG
| — tocheiros, banquetas, cadeiras paroquiais, estantes para missal, cadei- — 9je
|, Tas, guardaventos, etc,, etc. : e
:,Q%.G» FINGIDOS : à todos os marmores e cadeiras. %,uf. :
e : : – R
a INTURAS: Bandeiras em sêda com artísticas pinturas para ir- &
S mandades; IMITAÇÃO a damascos a côres próprias e esco- gm
e lhidas. Pinturas em Tabuletas de Vidro, Madeira ou Pedra. JJ
ày;., PINTURAS e retoques em imagens com esmerado acabamento, <
G : :
e
6 H :n doclona – ; :
a5 Pessoal habilitado que se desloca a qualquer ponto do país «3%
a E ta
& A é . & SEA
% uto-pintura à pistola, pintura e reparação em autos e mobílias. Tra- gm
balhos à prova no distrito de Castelo Branco, Santarém, . Coimbra, J]k-
âl.fõ Guarda. Trabalhos na Exposição do Mundo Português e na Nau al
“TJÍ—K? Portugal. Executam- se todos os trabalhos que respeitam à arte religiosa %
AENA MAEAENAE NEENAANAA
@@@ 1 @@@
A CGomarca da Serta
Notas…
..a lapis
Concluéão da 1.º pág.)
objecto de uma entrevista 1inte-
ressante que o dr. Matos Neves
vai conceder, dentro em breve,
a éste semanário.
2O&ã
STAMOS na 2.º quinzena
de Julho e ainda não vi-
mos, na Sertã, quaisquer famí-
lias de fora que se disponham a
vIr aqui passar as suas férias de
verão, goxzando o repouso a que
téêm direito e buscando a mu-
dançá de ares, que tonifica o or-
ganismo, deliciandose com a
magnifica água e os saborosos
Írutos que lhes podemos oferecer.
As viagens de deslocação não
são caras e o custo da hospeda-
gem nas pensões da ferra está
dentro de limites ragoáveis, de .
harmonia, evidentemente com o
custo da vida numa época anor-
mal como esta. Deresto, a Sertã
oferece meios de atracção sufi-
cientes, pelo menos tão bons e va-
riados como os das melhores ter-
ras da sua categoria.
2E
S trabalhos de assentamento
da canalização para abas-
tecimento de água aos domicílios
sofreu, agora, novo compasso de
espera e por éste andar não te-
rêmos água em casa nestes mêses
mais próximos.
As obras da construcão do
depósito do cimo da vila vão.se
Jazendo com grande morosidade,
tudo acertando o passo pelo cá-
gado concho!
20
AS, obras da casa dos magis-
trados. paralizaram mais
uma ver.
2os
0 leitor sabe quanto estão a
pedú’gggr m alqueire, ou
sejam 10% dgf mel em San-
tana da Ridda, a freguesia do
nosso concelho que mais e melhor
mel produz, dizendo os entendi-
dos ser o melhor do País?
“ Nada menos de 300 escudos
e há quem o compre sem regatear
um vintém, não sabendo nós se
lhe dão outro destino que não
seja comê-lo com filhoses eu com
papas de carólo que é como nós
gostamos déle.
Há quem diga que e mel
atingiu aquele preço fantástico
por haver grande concorrência
se compradores e que a êstes não
é estranha a sua exportação para
o estrageiro. Terá o mel aplica-
ções medicinais ?
20c
dade de o fazer doutor e de o ver botar
figura… ‘ NE
Outra meia dúzia poderá talvez seguir
qualquer dos cursos comercial, industrial ou
o das escolas de regentes agrícolas, que o
senso da família ajeita-se à modéstia do pé
de meia e o que se quere é que o rapaz se
ilustre e venha a tratar da vida com segur-
rança, arrimado ao trabalho que dignifica.
Alguns irão para o comércio, andando
a toque de caixa, de madrugada à noite, na-
“quele labirinto do balcão para o armazém,
varrendo, limpando, pesando e medindo,
alombando com sacas e cabazes de ajoujar,
comendo à pressa e a desoras, dormindo
mal, enfronhando-se nas manhas do patrão,
velha raposa matreira, e aprendendo o que
custa a vida, com berros e maus modos,
que ela nem para todos é fácil e esta do co-
mércio, se é rude nos primeiros tempos,
-não deixa de ser a melhor escola prática para
quem para ela tenha algum geito, e queira
ser gente.
O comércio e as artes e ofícios absor-
verão uma ou duas dúzias dêsses rapazes
saídos das escolas.
E os restantes ? Ficarão na casa paterna
ou irão servir gente de teres, cuidando do
gado e das hortas, entregando-se à lavoura,
que, por pobre, não lhes pode garantir futuro
próspero nem mesmo passadio decente, já
tão saturada de encargos que um ano razoá:
vel de produção mal dá para pagar os defícits
dos anos ruínosos.
Podem êsses rapazes ter outras aspi-
rações — e quantos dêles as terão manifes.
tado a mêdo! — que a escola lhes rasgou
no cérebro tenro à fôrça de exemplos lidos
e ponderados, mas de que valem elas se a
porta do futuro se encontra fechada a sete
chaves ?
Fechada, sim, hermêticamente fechada,
porque o dínheiro é privilégio de bem pou-
cos e as oficinas encontram-se vedadas, a
maior parte das vezes, a quem não tem pre-
paração adequada, salvo se quizer sujeitar-
-se a adquirir a prática depois de muitos.
anos de maus tratos e arreganhos, mal co-
mido e mal vestido, trabalhando como preto
a trôco dum pataco!
-E ainda que manifestem tendência inata
para qualquer profissão, raro podem satis-
tazer O seu desejo visto que a aprendizagem
impõe influências e deslocações para outros
meios que trazem despesas incompatíveis
com a bôlsa paterna, já sacrificada ao má-
ximo com a mantença da família, a expen-
sas dum orçamento em que a receita vive de
turras permanentes com a despesa, mesmo
.Ds OXKAaMes JIII 2
e a entrada na vida prática
0
e qrau
baixa, a tanger pela miséria.
O que seria então preciso para reme-
diar êste estado de coisas, esta situação
anómala, aliviando-se a lavoura da satura-
ção contínua de braços e canalizando ener-
gias, inteligências e aptidões para os cursos
superiores, para os cursos práticos, para o
comércio ou para as oficinas ?
Em primeiro lugar há que notar que os
interêsses superiores da Nação, de um modo
geral, e os das famílias, de um modo parti-
cular, não toleram que a ilustração e a apren
– dizagem profissional sejam apenas’direito
de uns tantos endinheirados — que nem sem-
pre correspondem ao que dêles se espera —
quando êsses mesmos interêsses, que são
sagrados, exigem o melhor aproveitamento
das capacidades.
Assim, há que facultar a frequência de
qualquer curso ou das escolas profissionais
a todos quantos mostrem fôrça de vontade
para se lançar na vida e revelem inteligência,
aptidão e qualidades de trabalho, favorecen-
do-os com o ensino puramente gratuito. De-
pois, e dentro dêste mesmo pensamento,
criar e difundir, por todos os centros de
certa importância, escolas de ensino técnico
profissional, onde a juventude aprenda, com
segurança e eficiência, os vários místeres de
utilidade prática, que a habilite a exercer a
sua actividade nas oficinas particulares ou
do Estado com o maior proveito e rendi-
mento e a trôco de b0a paga para que o
operário, quando compenetrado da sua com-
petência, não se sinta vexado e sem que por
outro lado não sôfra a prepotência do patrão,
por vezes tão sôfrego de lucros e a.aro de
generosidade que não vê no seu colaborador
mais do que o braço que se aluga. como se
o homem fôsse parte integrante da má-
. quina-..
» — Criem-se as necessárias escolas de en-
sino técnico profissional no País e não deixe
de se instalar uma na Sertã, centro duma
região importante, que a economia nacional
e regional colherão daí os melhores resuita- .
dos; frequência não faltaria e o aproveita-
mento de valores seria um facto, já que, aci-
ma de tudo, não se comp:eende que os tilhos
das famílias pobres, saídos das nossas esco-
las, sejam abandonados à sua sorte, entre-
gando-se a uma vida pouco menos que mise-
rável ou ingressando em oficinas onde nun-
ca conseguem habilitar-se bem porque ao
patrão, regra geral, falta preparação técnica
adequada para ensino capaz ou foge a fazê-lo
por recear a concorrência futura do aprendiz
de hoje, artista de amanhã. &
EDUARDO BARATA
FÉRIAS JUDICIAIS
Principiam2no dia | de Agôsto e terminam em 30 . de Setembro
as férias judiciais.
DELEGAÇÃU ESCOLAR DE
PRGENÇA-A-NOVA
Por portaria de 30 de Junho
foi exonerado de delegado esco-
ONSTA que grande parte
/ dabatata da última colheita,
cuja produção foi menor do que
se esperava e tóda de pequeno ta-
manho, está a apodrecer sem que
se saiba explicar à causa.
E como uma desgraça nunca
vem só, as uvas, de lindas que
estavam, começam a secar-se,
havendo quem atribua a causa
ao calor brusco e intenso das uúl-
timas semanas após muitos dias
de humidade.
Seja como fóôr, o case verifi-
ca-se de um medo que é de pro-.
vocar o desânimo entre aqueles
que puseram as.melhores espe-
ranças em óptimo ano vinícola,
ainda mesmo que os consumido-
res da.boa pinga, não esperassem
que uma boa colheita fósse razão
Suficiente para que o vinho riesse
a baixar de preco, de forima a
torná-lo acessível a tódas as ból-
sas, que o homem não vive só da
água da fonte,.,
Que diz o nosso amigo Silvé-
rio da Rosa à terriível doencça
que ataca os vinhedos ?
A MARGEM DA GUERRÁA
Soldados amerícanos do 5-º exército aliado, manejam um
canhão de 37 m’m e duas metralhadoras de calibre 50,
montadas sóbre uma tórre giratória dum veículo
de lagartas na parte posterior.
lar no concelho de Proença-a-Nova
o professor da sede do mesmo
concelho sr. Francisco da Silva
Dário.
S e e aenena FE ONNSNNDANOE
DOENTES
desde há semanas, saíu para: Lis-
boa, na 5.º teira da semana pas-
‘sada em busca de melhoras, acom-
panhada de seu marido, sr. José
Fernandes Lopes, a sr.º D. Zul-
mira Fernandes Lopes.
É
Passaram bastante incomoda-
dos de saúde a sr º D. Maria Cle-
mentina Vaz Carvalho, esposa do
sr. Aníbal Deniz Carvalho e os
srs. António Alberto Craveiro e
Carlos dos Santos.
&
Encontra-se melhor a menina
Ivone Mourão, filha do sr. José
Botelho da Silva Mourão.
Fazemos votos pelo imediato
restabelecimento de todos.
Encontrando-se muito doente
ATRAVÉS
É Orvalho, 10
Revisão e revogação de sentença
Retumbante reparação
Há cêrca de dois anos realizou-se um
casamento concordatório, em Cambas,
freguesia do concelho de Oleiros, onde
é pároco muito zeloso o nosso amigo
Padre Joaquim da Graça Grave.
No próprio dia do casamento.man-
dou, aquele nosso amigo, lançar na
caixa do correio local, uma carta, com
o duplicado do assento, dirigida ao
conservador do registo civil de Oleiros.
Dá-se o caso de em Cambas não se re-
gistarem cartas, nem sequer haver ca-
rimbo de correspondência, todavia Q
correio é diário para Oleiros, chegando .
portanto a correspondência a Oleiros
no dia em que é expedida de Cambas.
Porém, com esta carta, sucedeu coisa
muito diferente, pois só passados 8 dias
é que deu entrada na conservatória,
isto é, ehegou ao seu destino!!!
Onde se demoroóu?…
Quem a reteve?.., :
O que é certo é que o conservador
do registo civil, que ao mesmo tempo
era juiz do Julgado Municipal e que ani-
dava de candeias às avessas com o Pa-
dre Graça, tratou de o processar. Fô-
ram chamadas testemunhas. Provou-se
que a carta deu entrada na caixa do
correio no próprio dia do casamento,
facto êste que uma sindicância, feita
oficialmente aos correios, algum tempo
mais tarde, veio confirmar.
Pois bem, não; obstante tudo isto o
juiz condenou o Padre Graça, aplican-
do-lhe rigorosa pena, porque, para êle
juiz, como disse no dia do julgamento,
só o carimbo dos correios faria fé, não
tendo por isso em consideração o dito
das testemunhas. : :
O Padre Graça, vendo-se condenado,
estando inocente, mandou uma exposi-
ção ao Ex.”* Ministro da Justiça, rela-
tando o sucedido. Foi mandado um sin-
dicante, Dr. José da Silva Matos, que
não ouviu E queixoso, nem qualquer
testemunha lhe foi pedida. À sindicân-
cia deu o nosso amigo Padre Graça,
como denunciante de má fé e por isso
foi-lhe movido novo processo. A êste
tempo já o Padre Graça tinha em seu
poder a cópia da sindicância feita aos
correios, que provava a sua inocência,
isto é, que a carta com o duplicado do
assento, tinha dado entrada na caixa do
correio, em Cambas, no próprio dia do.
casamento. Com êste fundamento o Pa-
dre Graça pediu ao Supremo Tribunal =
Judiciário para lrhe ser concedida a re-.
visão da sentença.
Foi atendido, não obstante o Juiz do —
Julgado Municipal de Oleiros, que era
o mesmo que 6 tinha condenado, ter
sido de opinião, que não devia ser con-
cedida a revisão pedida.
Os dois processos, o que o acusava
de não ter cumprido a lei, quanto ao
envio do duplicado, ao conservador do
registo civil e pelo qual fôra condenado
em Oleiros e o que o acusava de de-
nunciante calunioso tiveram o seu epí- –
logo, no dia 6 do corrente, no 5.º Juizo
Criminal, em Lisboa, onde o nosso ami-
go Padre Graça compareceu para ser
Julgado.
Aqui toi feita inteira justiça ao Pa-
dre Graça.
O Meritíssimo Juiz depois de ter ou-
vido o acusado e de ter tomado conhe-
cimentó de todo o processo lavrou a
sentença absolutória seguinte;
1,º — Não haver o pároco de Cam-
bas, Joaquim da Graça Grave feito de- —
núncia caluniosá, antes afirmação de .
factos veridíticos; . :
2.º — Que lhe fôsse feita restituição
de quanto arbitrâriamente lhe fizeram
pagar em Oleiros;
3.º — Como reparação moral pelos
vexames que fizeram ao pároco, inde-
mnização de 2.500800;
4.º—Direito de rehaver perdas e da-
nos, se assim o entender, pelas vias legais.
Ainda bem que foi feita reparação
ao nosso amigo, posto que haja coisas
que nunca sereparam convenientemente..
Os incómodos, as arrelias, as mágoas
po’que passou, nunca poderão ser con-
ven’entemente pagas.
Abraçamos muito cordealmente o
nosso querido amigo por lhe’tercsído :
feita justiça. .
&
Amêndoa, 11
Pres:didos pelo sr. prof. António de
Oliveira Viegas Tavares, de Santarém,
realizaram-se os exames de ensino pri-
mário elementar.
Fôram propostos 27 candidatos ; 10
meninas e 17 rapazes, que fôram apro-
vados. &
Cardigos, 13
Esta vila foi honrada com a visita
de S. Ex?º o Sr. Sub-Secretário da
Guerra, General Pereira Coutinho, Che-
fe do Estado Maior do Exéreito, Gene-
ral Tasso Cabral, Chefe do Gabinete do
Sr. Ministro da Guerra e Ajudantes
Da tôrre da Igreja admiraram o vas-
to e lindo panorama, tendorse interes-
sado pelo progresso de Cardigos cujos
melhoramentos lhes fôram descritos
Deus permita que a estrada que nos
liga por Pêso até à sede da nossa’co-
marca — Sertã — seja agora desencan-
tada e concluída em breve, a bem de
todos.
