A Comarca da Sertã nº300 18-06-1942

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FUNDADOR EIS
—» Dr. José Carlos Ehrhardt —
— Dr. Angelo Henriques Vidigal FEL:
—— António Barata e Silva de
Dr. José Barata Corrêa e Silva

Eduardo Barata da Silva Corrêa,

O | |DrREcTOR, EDITOR E PROPRIETARIO Composto prosa
à Eduardo Sonata da Sdva Correia TP PORELA FEUÃO
E —— REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO —=—= ; CASTELO
v| |RUA SERPA PINTO-SERTÃ Rea
a aa Es mia A
«| | PUBLICA-SE ÁS QUINTAS FEIRAS s A pias |
E E E o à : z E cm
2NO VII | Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca da Seztã: concelhos de Sertã | . Tere]
N:º 300 | Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei; e freguesias de Amêndoa e Gardigos (do conselho de Mação) | 1942

Notas …«Legião Portuguesa» in-
cumbia-se de instruir e
orientar o povo da capital âcêr-
ca das medidas que devem
adoptar-se durante os exerci»

“ cios de defesa de bombardea-

mentos aéreos, que ali vão rea-
lizar-se brevemente.

As instruções que têm vindo
sendo publicadas nos jornais
de Lisboa mostram que, mesmo
tratando-se de um simulacro,
os exercícios são encarados a
sério, com a importância de
que se devem revestir, prepa-
rando-se a população para o
pior, para o que der e vier, to-
mando, como exemplo, a dara
realidade a que não têm esca-
pado cidades pacíficas de paí-
ses pacíficos por esse mando
: fora.

Observando com disciplina
e rigor essas regras, ditadas
por um alto espírito de previ-
dência e patriotismo, camprin-
do-as sem vacilar, a cidade: de
Lisboa mostrará um conscien-
te civismo e a sua plena ada-
ptação às circunstâncias do

momento, O fogo, soprado pe

lo vendaval, continua a alas-
trar-se imptedosamente, com

inaudita fúria, e ainda estamos.

longe de saber quem escapará
às labaredas.

Não há razão para receios,
nem para alvorôços. Nada dis-
so se justifica.

Que cada um saiba camprir
as ordens superiores com a
calma e disciplina necessárias,
é quanto basta.

CrBIO

PELO parque e jardim do

Hospital vê-se um apre-
ciável número de galinhas à
solta, a debicar e a esgarava-
tar, gozando, ao mesmo tem-
po, as delícias do local! As-
sim nem se sabe onde elas
põem os ovos!

Não seria razoável mandar
fazer uma capoeira? Ou vara
isso é preciso abrir uma sa-
bscrição ?

=D da

QOMO nos anos anteriores,

também êste ano devem
partir para a Nazaré algumas
crianças do nosso concelho,
aproveitando os banhos e o tra:
tamento hélio-marítimo, inicia
tiva magnífica e altamente sim-
pática, pela caridade que reves-
te, da junta de Província da
Beira Baixa.

Que essas crianças precisam
dos ares du praia, não nos atre-
vemos a duvidar; mas, talvez,
mais do que isso, muitas delas
carecem de boa alimentação.
Quantas vemos, por aí, de as-
pecto doentio, anémicas, tris-
tes,acab -anhadas ..efeito,por
certo, da miíngua de alimento,
falta de confórto e excesso de
trabalho, em que se resume a
vida, bem árdua, de quem é
erre e tem pregisão!

À onerra e ds Orandes

ilusões do humanidade

Raça e fôrça — igualdade e liberdade por JOSE ALVES PEREIRA
EE MA 3

S diversos povos ou nações da terra

(O) não diferem entre si só por meros
factos de origem conquista, ocu-

pação, possessão ou organização política.

São diferentes os povos da terra, por-
que diferentes são as regiões que habitam,
por aua natureza geológica, configuração,
situação geográfica, e especiais condições
climatéricas que as caracterizam.

Se é da natureza do solo e condições
especiais do clima que derivam, para uma
determinada região, as suas produções na-
turais, base da sua vida e industrias, será
de tudo isto que resultará, para os povos

dessa região, uma certa identidade de ocu-

pações, actividades, necessidades, interôs-

ses, e, portanto, uma certa comunhão de

ideias, sentimentos, hábitos e regras de

conduta muito semelhantes.

As acções do clima, só por si, não in-
fluirão menos no modo de sentir, reagir e
actuar dos habitantes de determinada re-
gião do globo.

Um céu límpido e sereno, cheio de sol
e luz, ou um céu escuro, sombrio, toldado
de espêssas nuvens; uma atmosfera serena,
temperada e agradável, ou um ambiente
escuro, baço, imóvel e frio; um sol agasa-
lhador e criador cobrindo a terra de sã
luz doirada, ou um sol abrasador, faiscan-
do através dum céu. morno, pesado, asfi-
xiante; um ar fino e puro, vivificante e pu-
rificador, ou um ar saturado de humidado,
poeiras, impurezas, servindo à transmissão
de agentes infecciosos, certamente são ele-
mentos que influirão na vida e carácter de
qualquer povo.

Também a terra, por via do clima, se
revestirá de galas e primores de variadas
e lindas côres e aspectos, mostrando-se
tôda a natureza como que em festa, e con-
vidando o homem ao movimento, à vida, à
acção, ou será, pelo contrário, qual vasta
e pesada tumba, envolvida em sombras on-
de só reina a tristeza da inacção, o silên-
cio e a mudez da inércia.

Da natureza da terra e do clima vem,
a sua fertilidade, e, desta, o maior amor
que o homem lhe consagra, e, portanto, a
sua maior ligação a éla,

Também, pois, um solo constituido de
férteis e mimosas leivas banhadas de tor-
rentes bonançosas e suaves brisas, de va-
riedade de montes e colinas que ostentam
suas vegetações trondentes, onde o ar e a
água, o sol 6 o calor, a luz e as trevas,
mantôm suas acções médias, benéficas e
constantes, ou um solo constituído de sê-
cos e duros montes escalvados com suas
negras ossaturas de rocha nua, onde mal
vegeta ou flore herva ou arbusto, ou então
um solo de vastas superfícies de areias mo-
vediças, onde o calor e o frio, a humida-

Ide e a secura, a serenidade e a tempestade,

se alternam, constantemente, em suas ac-

ções contrárias, não serão elementos, tam-
bém decisivos na vida e carácter de qual-
quer povo ?!

Por fim, há povos que só do simples
facto da sua situação geográfica, tiram a
razão de ser de tôda a sua vida, a base da
sua existência, civilização e papel na hu-
manidade. Haja em vista os fenícios e os
portugueses,

Mas se os povos formam unidades, to-
dos independentes e bem separados pela
inevitável acção dos meios, maior é, ainda,
essa separação se repararmos que as pró-
prias leis imutáveis da natureza os sepa-
ram, os tornam. blocos irredutívéis, tendo
cada um o seu destino, o seu modo de ser,
a sua-alma fixa e inconfundível. E que os
povos, aquêles que chegaram a criar uma

civilização, uma vida própria, e a mantê-la

no espaço,e no tempo, só o puderam fazer
quando ligados por laços naturais e indes-
trutíveis de sangue, e puderam reiinir, ar-
gamassadas pela natureza, um conjunto de
qualidades tão sólidas e resistentes que só
a mesma natureza as podia destruir. Essas
qualidades são as qualidades de raça, isto
é, as qualidades que representam a soma,
a sintese de todo o passado dum povo: —
qualidades ancestrais, cruzamentos, acções
dos meios, crenças, sentimentos, ideias, re-
gras de cunduta, pois tudo isto pode ser
acumulado e transmitido por hereditarie-
dade sob a forma de disposições, aptidões,
inclinações.

Gustavo le Bon, o profundo e sábio
investigador, diz: —

«A raça deve ser considerada como
um ser permanente liberto do tempo. Ests
ser permanente é composto não só dos in-
dividuos vivos que o constituem num dado
momento, mas tarabém da longa série dos
mortos que foram seus antepassados, Infi-
nitamente mais numerosos que Os vivos, 08
mortos são também infinitamente mais po-
derosos, regem o imenso domínio do in-
consciente, esse domínio invisível que con-
serva sob o seu mando tôdas as manifes-
tações, da inteligência e do carácter… Sé-

culo, após século, os mortos têm criado às

nossas idéias e os nossos sentimentos, e,
por consequência, todos os móveis da nos-
sa conduta».

— Como na química, na natureza mo-
ral, nada se perde e nada se aniquila.

Mas uma raça ou um agregado huma-
no, bastante homogéneo pelo sangue, ca-
racteres anatómicos e mentais não se for-
ma à tôa e em tôdas as circunstancias. Se-
gundo o mesmo protuudo pensador —le
bon vma raça tal qual as raças civiliza-
das e históricas da Europa de hoje só podia

(Continua na 4, página)

POR agai continna-se a ven-
der o vinho a três escados
o litro, enguanto que em Liss
bou e Porto o preço foi fixado
em 2850, Parece mesmo que já
foram tomadas medidas drás-
ticas para pôr côbro ao abuso
de muitos negociantes que pre-
tendem enriquecer nestas tra-
ficâncias do sumo da úva e em
que só êles, está bem de ver,
tiram lucros pabulosos e escan-
dalosos, pois o produtor, que
trabalha como um monro e se
esfalfa todo o santo ano para
tr amparando a vida, está sn.
jeito às ofertas dos vampiros,
dos que navegam na maré das
águas turvas… Por sua vez,
o revendedor, para comprar
uns barris do famoso néctar, ê
compelido a dirigir-se ao gran»
de negociante, intermediário,
tendo de esportular o que lhe
pedem; e para ganhar alguma
toisa não pode vender a mer-
cadoria pelo preço da uva mi-
jona!

Se é verdade terem sido
adoptadas medidas para estan=
car a sede imsaciável de Incro,
por enquanto, aqui, vigora o
mesmo preço fantástico !

Dado o condicionamento da
exportação e verificando-se a
superabundância, os preços do
vinho hão de fatalmente des-
cer. E se assim não for, mais
que o consumidor—habitaado
à boa pinga, de que não pres.
cinde, facilmente, às refeições
e até fora delas — virá a ser
prejudicado o. lavrader nos
anos de.farta colheita porque
os apreciadores; fartamente es-
caldados, reduzirão os gastos
ao mínimo.

A propósito da nojenta es=
peculação que se tem feito, úul-
timamente, à volta dos vinhos
comuns, dizia há dias o nosso
simpático colega «Correio da
Estremadura», de Santarém, a
fechar autorizado e jadicioso
comentário: «Seja o gue for, .
o que não é de admitir é o es-
pirito de ganância que dita as
altas cotações da pipa e faz
com que uns se banqueteiem
lautamente regados pelosumo
da uva, enguarto a lavonra
passa a vida a pão — e água»

SD

AO lado do Club Bomjardim,

de Sernache do Bomjar-
dim, anexo ao campo de «tens.
nis», tivemos, há tempo, ocas
sião de admirar a construção
de um interessante e cnrioso
jardim e de uma pérgola ele:
gantíssima, dispondo, também,
o recinto de um belo dancing,
todo um magnífico conjunto
destinado a proporcionar als
gumas horas de alegria e praz
zer, durante o verão, aos sós
vios e suas famílias.

Muitas vezes o dinheiro de
pouco vale; suplanta o o bom
gósto e a iniciativa inteligente
e bem orientada. . E

Corra-se Sernache do Bom=
jardim de ponta a ponta e nãodim de ponta a ponta e não

 

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RE o A Comarca da Sortã tê

“Horário da-Carreira de Passageiros entre Castelo Branco (est.)

* Concessionário:

Companhia de Viação de Scrnache, Ld.

| Cheg, * “Part, | Cheg. Part.

É

Castelo Branco (Estação) . -— 900 | Sertã . -— 1815
Castelo Brânco . . . 9,05 9,15 | Moínho do Cabo 18,30 18,30
Taberna Sêca +. .. 9,35 9,35 | Vale do Pereiro. 18,34 18,34
Cabeça do Infante . .| 9,55 9,55 | Moínho Branco . | 1840 18,40 ||
Sarzedas . +. +. « 10,00 10,10 | Proença a Nova. jo 1900: IS]
Monte Gordo . . 10,25 10,25 | Sobreira Formosa . .| 19,35 19 45
Catraia Cimeira. . .| 10,40 10,40 | Catraia Cimeira. +. -| 20,05 20,05
Sobreira Formosa . .| 11,00 11,10 | Monte Gordo + E 20/20 20,20
Proença à Nova. . .| 11,34 11,45 | Sarzedas . Sr odias 20,45
Moinho Branco. . .| 12,05 12.05 | Cabeça do Infante ; 20,50 20,50
Vale do Pereiro. . . 12411 12,11 Taberna Sêca o o) 21,10 21:15
Moinho do Cabo . «| 12,15 12,15 | Castelo Branco. . «| 21,3 21,40
Sto as 4 so 2 – Castelo Branco (estação) «| 21,45 —

| A’s 3.º, 5.” e sábados A’s 2.8, 4.º e 6.º

«PRODUZIR E POUPAR»

Bnsilagem

Se tem gados e se teve dificul-
dade de os alimentar durante o
inverno que foi tão rigoroso, tal-
vez ainda não tivesse pensado
nas vantagens dum silo. Aquêles
agricultores que têm silos e os
que os puderem encher no outo-
no, aglentaram bem os seus ga-
dos. Porque não hão de ser imi-
tados?

Um silo é de construção sim-
ples e fica relativamente barato.
Pode ser feito com o material
existente na região. E para en
saio serve até uma cova arredon-
dada, aberta no terreno. E” preciso considerar que uma tonela-

“da de erva ocupa aproximada-
mente 2 metros cúbicos, isto é,
uma cova de um metro de largo
ou. de diâmetro e 2 metros de
fundo.. E uma tonelada de érva
– ensilada dá para alimentar duran-
te quási dois meses uma vaca ou
um boi. –

Hesita? .

Consulte os serviços técnicos
“regionais — o posto agrário, a
estação agrária ou a brigada
técnica que lhe fique mais próxi-
mo. Será rápidamente atendido.
As duvidas serão desfeitas. Lem-
bre-se de que se entra numa qua-
dra em que se perde muita erva—
ou dos prados de lima, ou ferrãs
-e mesmo as ervas daninhas. Apro-
“veite-a bem, ensilando-a. O gado
agora já compensa. –

Cumpra o seu dever, produ-
zindo e poupando,

Os tratamentos da
vinha—Como evitar
“e seu desperdício

– Aplicando bem o sulfato de
“cobre, combate o míldio sem
desperdiçar,

– Procede bem se preparar as
caldas na ocasião, do tratamento,
pois deixando-as de um dia para
O outro perdem a sua acção con-
tra o míldio.

Antes de pulverizar verifique
se os pulverizadores funcionam
bem.

– O bico do pulverizador deve
ter1 a 1,5 mm. de diâmetro interno.

Assim, pulverizará, pois se
tiver maior diâmetro regará e
portanto desperdiçará sem pro-
veito.

– Não esqueça que as caldas

‘bordalezas a 1º/, nos dois pri-
‘ meiros tratamentos ea 0,5ºa
partir da terceira pulverização,
são as aconselháveis e económi
camente de melhores resultados.
Se tratar com caldas mais for:
tes, desperdica.

Lembre-se sempre de que a
eficácia do tratamento contra o
míldio depende da oportunidade
da execução.

Poupar sulfato de cobre é
garantir grande parte da produ

I ção nacional.

ato gh Jp
O TEMPO

O tempo anda perfeitamente às
avessas. Depois de alguns dias
de calor excessivo, de [-Zzer suar
as estopinhas, verificou-se uma
brusca mudança baroméirica, a
ponto de se registar frio, uma
temperatura desagradável e en
torpecedora, imprópria da época.

O céu tem se apresentado car
rancudo; no dia 9 choveu e tro
vejou a valer e desde então raro
é o dia que não chuvisque

Anda tudo fora do seu logar,
é o que él

Did
SOLUCÃO

O filho está a pregar uns
quádros na parede da sala:

— O pail Ji não sei o que
hei-de fazer para não dar mar-
teladas nos dêdos ..

— Palerma! Agarra o mar-
telo com as duas mãos ..

CUMULO…

– — Você não é aquela rapa-
riga a quem eu dei ontem um
beijo na escada ?

— À que horas ? |

NO TRIBUNAL

— E você não se lembrou da
sua pobre mãe, quando ronbon
a camisa Pl..

— Não, sr. “Juiz. A camisa
era de homem. E

me fe pa

Vendem-se

Toros de pinheiro, descas-
cados, de 12 palmos,

Tratar com António Ba-
rata e Silva — Sertã,

ANUNCIO

(2º Publicação)

Faz-se saber que por êste Juízo
e terceira secção, nos autos de jus=
tificução da ausência de Manuel
Antunes Terezo, solteiro, maior.
ausente em parte incerta no Brazil,
sem notícias por tempo superior a
vinte anos, que néstesPaiz têve a
sua última residência no logar da
Silveira, fréguesia da Fundada,
desta comarca, requerida por seu
irmão António Antunes Terezo,
viúvo de Clementina d’ Oliveira,
também conhecida por Clementina
da tonceição d’ Oliveira Coelho,
agricultor, residente no menciona-
do logar da Silveira, são citados
08 interessados incertos para no
prazo de vinte dias, jundo que seja
« dilação de sessenta dias, contese
tarem o pedido ds justificação de
ausência -impugnando a mesma aus
sência, vou dedusindo a sua hadili=
tação à sucessão do mesmo, |

O ausente em referência é tim-
bém por êste meio citado, por éditos
de seis mezes, nos termos do $ 1º
do art.º 1.107 do Código do Pro-
cesso Civil, para no prazo de vinte
dias, findos que sejum os élitos,
impugnar à sua ausência.

Sertã, 2 de Julho de 1942
Verifiquei :
O Juiz de Direito,
Armando Torres Paulo
O Chefe da 8.º Secção, int.
Armando Antonio da Silva

Fábrica do Fogos de Artiício
| À Pirotecnica Sertaginense |

= DE «—

“JOSE NUNES E SILVA

SUCESSOR

João Nunes da Silva (Maljoga)
Sartã — (Beira Baixa)

balhos da mais moderna pirote-
cnia em todos os géneros.
Grande variedade de foguetes

Encarrega-se de todos os ira

de fantasia e «bouquets».

e Sertã Horário da Carreira de Passageiros entre SERTÃ e ALVARO

Concessionário: Companhia de Viação de Sernache, Ld.º

‘ Alvaro (estrada camarária). 15 40! —

Efectua-se aos domingos

Cheg. Part. Cheg. | Part.
Sertã (Rua Cândido dos Mi), — |1425|| Alvaro (estrada dg — 11,00
Maxealis cs 4 40 |14,40|| Cesteiro. 5 1,10/11,10
: Alto do Cavalo E 20 115,20 || Alto.do Cavalo 20 |11, ’20
PCesteito sd 2.º 1530/1530 || Maxeal 112 00 |12,00

Sertã (Rua Cândido dos Rels)112,15! —
Efectua se às 22º feiras Horário da Carreira de Passageiros enfre Oleiros e Sertã

Concessicnáio :

Compânhia de Viação de Sernache, Ld.º Cheg.

Oleiros — Praça da República) —
Alto do Caval»

Sertã — Largo Ferreira Ribeiro) 7,35 | —

Efectuam-se

“Part, |

Cheg, | vart, 6 100 Sertã — Largo Ferreira Ribeiro, —
«| 6 35 | 6,40 |Alto do Cavalo.

18,50
– 119,25]26,00
Oleiros — Praça da República|20,25] — diáriamente

ANUNCIO

(1º PUBLICAÇÃO)

Faz-se saber que no dia 3 do
próximo mês de Outubro, pelas do-
ze horas, á porta do Tribunal Jus
dicial desta comarca, se há de pros
ceder á arrematação em hasta pú-
blica: dos bens a seguir indicados,
pertencentes ao casal do falecido
José Martins, declarado insolvente
por sentença de dois de Março do
corrente ano, cujo processo de in
solvencia corre na comarca de
Eluila, com séde em Sá da Bundeis
ra, e do qual for extraída a com-
petente carta precatória para arre-
matação,

BENS A ARREMATAR

1.º — Metade de uma terra de
oliveiras e mato, sita ao Valzincão,
limites da Póvoa. fréguesia de Vár-
zea dos Cavaleiros, mixta com Luts
Martins e mulher Tida Sulvéria
Martins, Faz parte do artigo qua
trocentos e setenta e sete da matriz
predial, Vai pela primeira vez á
praça no valôr de mil escudos,
1.000800.

2º — Um pequeno quintal com
duas oliveiras e casa de eirado,
sita na Grade, limites da Póvoa,
a que corresponde um sexto do ar-
tigo – quinhentos e três da matriz
predial. Vai pela primeira vez à
praça no valôr de cento e cincoen
ta escudos, 150200.

3.º — O fôro de cinco alqueires
de trigo que paga anualmente Joa-
quim Freiro, marador na Aldeiu
de João da Tira, fréguesia do Ca
beçudo, Vai pela primeira vez á
praça no valôr de mil tresentos é
oitenta e um escudos é cincoenta
centavos, 1,3818050,

Sertã, 8 de Junho de 1942,
Verifiquei,
O Juiz de Direito,
Armando Torres Paulo
O Chefe da 8.º Secção, int.º,
Armando Antônio da Silva |

Papel para embrulho

Vende se nesta Redacção.

ANUNCIO

(1.º Públicação)

Pelo Juizo de Direito da Co.
marca da Sertã, 2.º Secção, no
processo de execução sumária
que o exequente Emidio da Sil
va Rosa, solteiro, maior, agri-
cultor, residente no logar do
Pisão Qimeiro, freguesia de Via
de Rá, promove contra o ex:
cutado António Pereira, viuv ,
proprietario, residente no mes:
mo logar e freguesia, correm
éditos de 20 dias, contados da
segunda. e última públicação
deste anúncio, citando os crédo –
res desconhecidos daquele exe-
cutado, para no prazo de 19
dias, posteriores ao dos éditos,
virem á dita execução deduzir
os seus direitos,

Sertã, 11 de Junho de 1942
Verifiquei :
— O Juiz de Direito,
Armando Torres Paulo
O Chete de 2º Secção,
Angelo Soares Bastos

Francisco Martins

MARCENEIRO – SERIÃ.

Encarrega-se da const ução e re»
paração de mobílias e ‘de qual=
quer trabalho respeitante à sua
arte. Encontra-se habilitado e exes
cutar todos os serviçes da cons=

– trução civil

Postais com vistas da Sertã
“* (EDIÇÃO PRIMOROSA)

Vendem-se nesta Redacção
Colecção de 7 postais — 7800

PRODUTOS DA CASA VAZ pd
Sédeem SERNACHE DO BOMJARDIM-

Azeites extra-finos, consumo e em latas estampadas de 1a 5 litros, marca (L. V. 8.)
e € Vende para a praça e exportagão aos melhores preços do mercado
Vinhos engarrafados das suas propriedades (Marca Registada), grande vinho de Mesa L. V. 5,

Fornecedor dos principais Hotéis e Restaurantes
Fábrica de Moagem, pese e Oficina de Automóveis em SERNACHE DO BOMJARDIM

MADEIRAS- Depósito em Sernache do Bomjardim

a ES a mm

= – Meites da região da Sertã é vinhos engarrafados — Depósito na Avenida Almirante Reis n.º 62-. – LISBOA

Beira Baixa — Telefone 4 |

5: ã Ez TERNO ES SPSTeSTe

 

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Recorda-se uma partida engra-
cada de há uns bons 40 anos !

«O Século» do dia 12 do cor-
rente diz que um prêso da cadeia
de Anadia conseguiu transformar
a cela em oficina de serralheiro;
utilizando os moldes fornecidos
por um cadastrado, fabricou as
chaves da porta principal e ainda
as da divisão onde estava detido.

Como estas coisas se podem
pôr em execução com tanta
facilidade, não sabemos !

O certo é que, terminado o
trabalhinho, comprovativo de
engenho e arte e de não menos
audácia, o espertalhão foi ao
quarto do carcereiro, passou a
chave para fora e fechou-o; de-
pois era só abrir o portão e pôr-
se na alheia… assim fez!

Ah
“7

Esta historieta, um tanto ze-
cambolesca, faz-nos lembrar uma
partida que há mais de quarenta
anos se levou a efeito na Sertã
pelo Entrudo; nessaépoca, bem di-
ferente da nossa, raro era o Care
naval que não metesse pândegas
rijas, não faltando as melhores
vitualhas, desde o patinho com
arroz ao ché-ché assado no for-
no, com apetitoso recheio ares
cender! E’ claro que isto não
teria graça se não fôssem surti-
piadas as iguarias nas fartas ca-
poeiras e p cilgas da gente abas-
tada da terra, E era! Um grupo
de estroinas, pelas horas caladas
da noite, assaltava os quintais
das traseiras das casas e fazia
larga limpeza. Preparado o ban-
quete, não era rato convidar a
própria vítima a tomar parte no
festim. A maior parte não acha-
ria piada nenhuma à partida, mas,
consumado o facto, não valia a
pena dar à casca!

Sabendo dêsses assaltos, um
funcionário público de alta cate-
goria da comarca, que, para mais
acumulava, com as funções bu-
rocráticas, o cargo de adminis»
trador do concelho, pessoa mui-
to estimada no meio, gabava se,
para quen o queria ouvir, que
ninguém se: atreveria a assaltar-
“lhe a capoeira!

— Experimentem e verão o que
lhes acontece |…

E impava de basófia, falan-
do… de poleiro, em atitude de
“ameaça, confiado na presteza e
fôrça de um mastim que guarda-
va a casa e redondezas !

Logo os da malta pensaram
em dar um cheque na sua filáu-
cia; se êle se calasse não aguça-
ria O apetite. .

Fértel em idéias geniais, es-
pírito irrequicto e decidido, o
falecido Aníbal Carvalho gizou
um plano e pô-lo em prática com
-a celeridade que o caso requeria;
certa noite, em que tudo dormia
‘o sono solto, menos. por certo,

os da conjura, sózinho, sobe)

aos quintais do dito funcionário
e quando o cão se aproxima, ira-
do e fero, atira lhe bolos, muitos
bolos, que o bicho vai trincando
satisfeitíssimo… sem resmun-
gar! A’s duas por três, o Aní-
bal está junto da capoeira e o
cão atrás dêle… à espera de
mais bolos; aberta a porta dos
galináceos e o infiel guarda
dentro, sempre a comer bolos,
foi só meter as aves no saco,
fechar a porta e abalar com cau-
telas.

” De manhã a criada foi encon-
trar o cão fechado na capoeira,
mas a respeito de galinhas… ti»
nham voado tôdas!

Parece que o distinto funcio-
nário. deu ao cavaco e lá teria
dito, de si para si, que nunca é
bom afirmar que «desta água não

beberei» !
Hg sa

MARÉ DE NEGÓCIOS

Nos jornais temos visto, muitas
vezes, um anúncio em que alguém,
benemérito, com certeza, oferece
3 metros de fazenda em troca de
um fato usado |

Pois nós não nos importamos
de dar um fato usado — velho,
bem entendido — por 3 quilos de
pregos fe rugentos para fazer uma
capoeira |

A comarca da Sertã

INSTRUÇÃO lryis da Comare

Passagens de classe

Coniorme tem sucedido nos últimos
anos lectivos, devem efectuar-se de 16
a 30 do corrente.

Nas escolas oficiais de um só lugat
estas provas são da responsabilidade
do respectivo professor; nas de mais de
um ligar realizam-se perante o profes-
sor que leccionou a classe, com a pre-
sença de outro, de preferência aquele
que no ano seguinte vier a receber os
alunos submetidos a provas.

As dos alunos dos postos escolares
realizam-se na escola mais próxima pe-
tante o respectivo professor ou profes-
sores.

Os regentes dos postos devem enviar
à Direcção Escolar, acompanhadas de
ofício, as petições dos alunos dirigidas
ao Direcior do Distrito, formuladas em
papel comum,

Efectuadas as provas, os professores
ou directores da escola enviam ao de-
legado do concelho a relação modêlo
n.º 400-A dos alunos aprovados.

Exames da 3.º classe

Começam no dia 1 de Julho, devendo
estar terminados no dia 14.

idade legal minima — 9 anos, referi-
dos a 31 de Desembro de 1942,

Documentação — A enviar de 1 a 15
de Junho às respectivas delegações con-
celhias, secretarias das zonas ou distri-
tos escolares, conforme a localização
da escola ou posto;

a) Relações, por sexos, escrituradas
por ordem alfabética dos nomes dos
alunos habilitados a exame (modelo n.º
1 do decreto 21.735 — impresso 645 do
Catálogo Diversos da Imprensa Nacio-
nal».

Em relações à parte, do mesmo mode-
lo, e também separadamente por sexos,
designar-se-ão os alunos a quem tiver
sido permitida a matricula condicional
na 4.2 classe para efeito de exame des-
ta classe. No aito da relação escrever-
se-á a tinta vermelha : «Candidatos ao
exame da 3.º e 4.2 classe»,

Estas relações são assinadas pelos
professores da classe respectiva, ou pe-
lo pai seu encarregado da educação,
tratando-se de alunos do ensino domés-
tico;

b) Certidões de idade, apenas para os:
alunos do ensino oficial,

E” permitida a apresentação da cer»
tidão de idade até ao dia da realização
do exame, Depois desse dia, só median-
te requerimento dirigido ao director do
distrito, com o fundamento de lhe ter
sido impossível a sua apresentação na
data legal, por motivos independentes
da sua vontade. O encarregado da edu-
cação assinará o requerimento sobre
selo fiscal de 60 escudos. Como regra,
a passagem da certidão de exame fica
dependente da apresentação da certidão

São isentos daquela contribuição os
encarregados da educação que compro-
vem pobreza nos termos da lei, com
atestado passado pelas autoridades ad-
ministrativas da localidade.

Os candidatos maiores de 18 anos,
requerem o exame, no referido prazo,
em papel selado,

O requerimento terá de ser acompa-
nhado pela certidão de idade, e, segun-
do algumas direcções escolares, juntar-
se-á também o atestado de vacina.

Exames da 4 * classe

Iniciam-se este ano no dia 15 de Julho
e devem estar terminados no dia 31.

Idade legal mínima — io anos com-
pletos ou a completar até 31 de De-
zembro,

Documentação — A enviar de 10 a 25
de Junho. à

a) Relações, separadas pot sexos, e
preenchidas como ficou dito para a 3,º
classe (modelo n.º 396 do Catálogo da
Imprensa Nacional):

b) Declarações em papel comum de
25 linhas, feitas pelo professor respec-
tivo em como o aluno frequentou a 4.2
classe;

e) Certidão de idade quando esta não
esteja arquivada no distrito escolar por
motivo de o candidato ter prestado
provas de exame da 3.º classe em dis-
trito diferente. :

Para os candidatos do ensino parti-
cular e doméstico, basta apresentar a
relação n.º 396 citada precedentemente.
Os alunos de matricula condicional na
4.2 classe, entram em relação à parte, tal
como ficou referido ao tratarmos da
documentação para a 3.2 classe.

Os candidatos maiores de 18 anos,
requerem o exame como também ali

foi dito.
—<Snga 6) ga

Joaquim Pires de Honra

O nosso prezado amigo sr.
Joaquim Pires de Moura, de Ce-
bolais de Cima, que na Sertã
exerceu o magistério primário,
durante bastantes anos, com rara
competência e acentuado aprumo
e aqui conquistou, pela sua afa-
bilidade, o coração de tôda a
gente, em carta que acabamos de
receber envia, por nosso inter-
médio, «um grande abraço de
muita estima e consideração a
todos os seus amigos».

Com prazer nos desempenha-
mos da incumbência, na certeza

(Noticiário dos nossos Correspondentes)

Estrada Madeiráâ-Hito da
Gava

MADEIRA, 8 — Prosseguem activa-
mente os trabalhos de construcção des-
ta estrada, encontrando-se actualmente
no planalto da Serra de Arteiro, lindo
ponto turistico digno de ser visitado,
quando a estrada estiver ligada.

A todos os madeiranenses e amigos
desta terra que ainda não se subscre-
veram para estas obras e aos que se
subscreveram e ainda não enviaram a
respectiva importância, pedimos o fa-
vor de o fazerem com a possível bre-
vidade, para que as obras não parali-
zem. Parar é morrer e nós todos de-
sejamos ver em breve a ligação com-
pleta ao alto da Cava, para sairmos
dêste marasmo e isolamento que nos
atrofia.

Madeiranenses e amigos da Madeirã:
Mãos à obra! Soou o momento de to-
dos fazerem um pouco de sacrifício em
favor do progresso desta terra aban-
donada.

Começamos hoje a dar publicidade
aos nomes das pessoas que se subscre-
veram para esta obra notando com sa-
tisfação que algumas pessoas promete-
ram voltar a dar mais algumas impor-
tâncias para a conclusão dos trabalhos.

LISTA N.º 1

Augusto Fernandes, Oleiros, 1.0008;
Eduardo Barata de Almeida, Alhandra,
500800; Dr. Francisco Rebêlo de Albu-
querque, Oleiros, 500800; António Mar-
tins da Silva, Oleiros, 500800; Dr. Pe-
dro Pitta, Lisboa, 500800; António Lou-
renço da Silva, Madsirã, 500800; Fran-
cisco Barata Dias, Lisboa, 250400; Al-
bano Martins, Lisboa, 150800; José Gar-
cia, Lisboa, 100400; António Martins,
Lisboa, 100800; A transportar, 4. 1008.

C.
<>
O perigo dos poços

MARMELEIRO, 9 — Vários casos
idênticos se têm dado nesta freguesia e
todos êles devido ao pouco cuidado
que têm com os poços que, sem qual-
quer espécie de resguardo, fazem à
beira de caminhos e junto às habita-
ções, não se lembrando que são um pe-
rigo constante para os pouco cautelo-
sos e crianças que devido à sua imprem
vidência se aventuram a muito.

Desta vez coube a infeliz sorte à sr,à
Antónia de Jesus, mulher do sr. José
Lourenço, que foi encontrada morta
num poço junto de sua residência, no
lugar da Cachorreira, por seu filho, no
passado dia 4.

Incendio

No dia 8 do corrente manifestou-se
um incendio na residência paroquial
desta freguesia. Aos gritos de socôrro
compareceram vários trabalhadores
que andavam perto impedindo que êste
atingisse maiores proporções. Feliz-
mente não há a registar desastres nem
prejuízos consideráveis. C.

SOBREIRA FORMOSA, 12 — Há cêr-
ca de três meses que, devido à falta de
combustíveis, a Companhia de Viação
de Sernache, concessionária do trans-
porte das malas do correio entre Cas-
telo Branco e Sertã passou a tri-sema-
nal a sua carreira que era diária e ago-
ra consta-nos que na próxima semana
a vai reduzir mais um dia passando a
bi-semanal.

Tais reduções representam grandes
prejuízos para toda a região visto que
só pode receber e expedir correio três
vezes por semana. Acontece ainda que
alguns dias a carreira passa aqui com
grande atrazo não sendo possível nes-
ses dias dar ligação ao respectivo com-
boio correio, pelo que certamente as
malas ficam mais um dia retidas em
Castelo Branco.

Apesar disso continua a fazer-se diá-
riamente e com a máxima pontualidade
uma carreira entre Castalo Branco e
Proença-a-Nova de que é concessionám
ria a Emprêsa Martins de Evora a qual
nos parece que podia e devia ser apro-
veitada para transporte das malas de
correio pelo menos nos dias em que
não houvesse carreira da Companhia
de Viação de Sernache, isto em benefi-
cio do público e sem qualquer prejuíso
para a Emprêsa Martins, de Evora.

E quando assim não pudesse ser po-
der-se-ia recorrer à tracção animal de
forma a que o correio fosse recebido
diariamente.

Serviços postais
Chamamos a atenção dos nossos lei-

tores para O aviso feito pela adminis-.

tração dos C. T, T. de que serão por-
teados como cartas insuficientemente
franqueadas todos os bilhetes de visita
que traduzam qualquer fórmula de cor-
tezia, desde que contenham mais de
cinco palavras ou iniciais.

de que a sua lembrança mais vem
radicar a simpatia que todos êles
dedicam ao sr. Pires de Moura,
muitos dos quais—e bastantes fo-
ram, e nesse número temos a
honra de nos incluir —-o tiveram
por educador e mestre carinhoso,
recordando, com saitidade, esses

Secção literária

FLOR DO SERTÃO

Estamos no sertão de Louren=
ço Marques, no ano de 1840,
época em que, embora contra a
lei, ainda se praticava o tráfico
da escravatura.

Como se sabe, a escravidão
proveio do Oriente e constitue
uma das manchas mais vergo-
nhosas da humanidade, Nem o
brilho das velhas civilizações,
nem os feitos heróicos das gran-
des figuras do passado desvane-
cem o facto horrível da escravi-
dão ter sido, na antiguidade, a
base de tôda a vida social: o
homem livre dirigia o Estado; só
o escravo trabalhava!

Os povos conquistadores não
souberam resistir à tentação de
se socorrerem dos naturais de
Africa, não só para os escravi-
zat no próprio continente, mas
também nas terras recém-desco-
bertas do Novo-Mundo, trans-
portando-os, para esse efeito, atra-
vés o Oceano, sem comedidades
de qualquer espécie, como se se
tratasse de rebanhos de irracio-
nais. .

Enquanto às atrocidades prati-
cadas no Brasil, são bem eluci
dativas as cartas do padre Antó-
nio Vieira a D. João IV ea D.
Afonso VI. Senhor, dizia êle a
D. Afonso VI, «entre tódas as
injustiças nenhamas clamam
tanto ao céu como as que ti-
ram a liberdade aos que nas»
ceram livres e as que não pa-
gam o suor aos que trabalham;
e estes são e foram sempre os
dois pecados dêste estado (o
Maranhão) gue ainda têm tan.
tos defensores.

A perda do senhor rei D.
Sebastião em Africa e o cati-
veiro de sessenta anos que se
segaiun a todo o reino, nota-
ram os autores daguêle tempo,
que foi castigo dos cativeiros
que na costa da mesma Africa
começaram a fazer os nossos
primeiros conguistadores, com
tam pouca justiça como a que
se lê nas mesmas histórias.

As injustiças e tiranias que
se tem executado nos naturais
destas terras excedem muito
às que se fizeram na Africa:
em espaço de quarenta anos
se mataram e se destruíram
vor esta costa e sertões mais
de dois milhões de índios e
mais de quinhentas povoações,
como grandes cidades, e disto
nunca se viu castigo». (!)

o

À reacção oficial contra a es-
cravidão imposta aos naturais
das nossas colónias pode dizer-
se que se iniciou no reinado de
D. Maria Il, com a publicação
do decreto de 10 de Dezembro
de 1836, subscrito pelo Visconde
de Sá da Bandeira, Vieira de
Castro e Silva Passos, que proi-
biu a exportação de escravos,
por mar ou por terra, e a sua im-
portação por mar, em todos os
domínios portugueses, sob pena
de severas sanções, que podiam
ir até ao apresamento, pelas em-
barcações de guerra portuguesas,
dos navios empregados no tráfi-
co dos ditos escravos.

A êste decreto seguiu-se o tra-
tado anglo-luso, de 3 de Julho
de 1842, assinado por parte de
Portugal pelo Duque de Palmela,
e por parte da Inglaterra por lord
Howard de Walden, reconhecen-
do o crime de tráfico da escra-
vatura como crime de pirataria,
punido com a pena mais severa
imediata à da morte; permitindo
que os navios de guerra de am
bas as nações visitassem as em-
barcações suspeitas de se empre-
garem naquele abominoso tráfico;
e ainda que tais embarcações,
provada que fosse a acusação,
fossem apresadas pelo navio
captor Os escravos encontrados
a bordo eram libertados e eman-

‘cipados por Comissões Mixtas

felizes tempos de travêssa meni- | de delegados de ambas as na-

nice.

ções, sendo entregues ao Govêr-

no a quem pertencesse o cruza
dor que tivesse feito o apresa-
mento, ficando sob a tutela de
um curador oficial. Para justifi-
car O apresamento bastava que a
bordo da embarcação visitada,
fossem notadas disposições espe-
ciais nas escotilhas, porões e co-
bertas, de onde se depreendesse
que ela se empregava habitual-
mente no transporte de escravos,
ou que nela fossem encontrados:
pranchas de sobressalente, prepa-
radas para se armarem com uma
segunda coberta ou coberta para
escravos; cadeias, grilhões ou
algemas; ou, finalmente, água,
tonéis para ela ou outras vasilhas,
géneros de alimentação ou uten-
sílios de cosinha em maior quan-
tidade do que os necessários ha-
bitualmente para uso da tripula-
ção, como navio mercante. |.

O decreto de 14 de Dezembro
de 1854, referendado pelo Vis-
conde de Atouguia, mandou re.
gistar todos os escravos existen-
tes nos domínios portugueses do
Ultramar e proibiu a escraviza-
ção, para futuro, de quaisquer
outros indivíduos. Os escravos
do Estado eram desde logo liber-
tados, mas ficavam obrigados a
servi-lo durante sete anos. Reco-
nhecia-se, além disso, a todo o
escravo O direito de reivindicar
a sua natural liberdade, indemni-
zando o senhor do preço do seu
serviço. Os libertos ficavam po
rém sujeitos à tutela pública que
se extinguia ou exceptuava para
os diplomados com qualquer cur.
so superior, professores, clérigos,
oficiais e sargentos do exército
e da Armada, negociantes de
grosso trato, guarda livros e prie
meiros caixeiros de casas comers
ciais, proprietários, administra-
dores de fazendas rurais e fábri-
cas e ainda para os que tivessem
exercido determinados cargos
públicos.

Consideravam-se libertos os
escravos que não fossem regista-
dos no prazo de 30 dias. Os que,
depois da publicação do decreto
fôssem importados por terra, des
veriam também ser registados no
prazo de 30 dias depois da en.
trada. Estes consideravam-se li=
bertos, desde logo, mas com a
obrigação de servir o senhor du-
rante 10 anos.

A tutela pública do Estado es=
tendia-se não só aos libertos mas
também aos escravos e seus fi-
lhos. O exercício da tutela era
confiado a «Juntas Protectoras
dos Escravos e dos Libertos»,
presididas pelos bispos das res
pectivas dioceses. Consideravas
se livre e ingénuo o escravo in=
fante (até aos 5 anos) pelo qual
se pagasse, no acto do baptismo
5$000 réis fortes para o senhor;
ficava, porém, sujeito à tutela até
à maioridade. Não era permiti-
da a alienação do marido escra-
vo em separado da mulher ess
crava, nem a desta em separado
dos filhos escravos menores de
7 anos. Consideravam-se : tam-
bém livres, sem obrigação dé
qualquer preço de redenção,.os
filhos de mulheres escravas e de
seus respectivos senhores.

al (Continua) .
Era asas prece ; f

(1) — Da carta enviada a D.Afonso
VI em 20 de Abril de 1657, do Mara»
nhão. CartaS do Padre António Viek
ra, Coimbra, Imprerisa” da Universim
dade 1871. RGE O

Está satisfazido !

De M. Mars (?) — Lisboa, res
cebemos o seguinte postal : «Pe-
ço a V. S.º o favor de me não
enviar maes o jornal porque caso
mande não satisfazerei o paga
mento».

Pois está claro | O seu pedido
fica satisfazido e com muito
gôsto, tanto maes que vocemeçê
é duma inducação bestial quin-
té aflege. Creia que ficamos sa-
tisfazeitos e muitoagardecidos!

 

@@@ 1 @@@

 

Re
Es
Ê

nr

A Comarca da Sertã

No arcavos do infinito

Não sei o que me diz o coração

quando á noite contemplo as amplidões,
Tantos mundoslI e tantos sóesl…—Visão
suprema de tão fundas emoções!

Que haverá nas esferas que olho emvão
e que eu sinto não serem ilusões?
—Mistérios que possuem o condão

de atrair nossos pobres corações!

E neste divagar pelas estrêlas
onde não há dor, ódios, nem procelas,
nem guerras, nem demónios, nem inferno,

eu acredito em Edens ideais
de luz, de amor, de vidas imortais
sob o signo de Deus — o Sempiterno!

“Cardigos-Maio- 1941.

OLIVEIRA TAVARES JÚNIOR

MIRADOURO…

PARQUE INFANTIL.

” Agora que, por todo o País,
que não só nos grandes centros,
se procura dar à criança todo o
contôrto, proporcionando – lhe,
a-par, alegrias e distracções ino
centes, robustecendo o físico e
dando-lhe novas energias, apro-
veitando, ao máximo, o ar livre,
a pura, balsâmica e perfumada
atmosfera das matas de eucaliptos
€ pinheiros, não é extempo’âneo
falar da criação de um parque

infantil para recreio das crianças ‘

da Sertã, pobres e ricas, por
exemplo — aonde? — no próprio

parque do Hospital, que reúne –

tôdas as condições para isso: tem
vegetação densa, a garantir boa
sombra e fresquidão, é devida-
mente vedado e, além disso, está
próximo de uma bela mata de
eucaliptos e pinheiros, que tam-
bém poderia ser aproveitada pa-
ra passeio das crianças e das fa-
mílias.

Custava muito dinheiro a ins-
“talação do parque? Ora adeus!

Uma montanha russa, um car
roussel para-uma dezena de gaia-
tos e meia dúzia de balouços,
era quanto bastava! Instalando
no recinto mais alguns bancos,
nada mais era preciso.

Pelas manhãs deliciosas de,

verão, em que a atmosfera é pu-
ríssima, quando os raios de sol,
coados pelos ramos do arvoredo,
apresentam estranhos e suaves
reverberos. salpicando, aqui e alí,

o solo em ténues projecções, mi-
ríades, ou pelas tardes, fagueiras
e tam cheias de carícias, quão
agradável seria que os pais con-
duzissem os filhos ao parque,
seu e muito seu, onde êles se
sentiriam como em éden privi-
legiado.

‘ Que prazer e que alegria ver;
depois, os miúdos saltitar, pular;
saltar, cantar e rir doidamentes
fazer cabriolas, disputando, em
peleja rija, um logar no carrous-
sel ou no balouço! Nem os ca-
traios, nem os próprios adultos
resistiriam a esta atracção, infini-
tamente bela e voluptuosa…

Os pequenitos regressariam a
casa dominados por irresistível
apetite e dispostos, depois de
tanta traquínice, a dormir uma
grande soneca reparadora |!

Que boa idéia esta e de tam
fácil execução ! Duas ou três pes-
Soas de vontade, de bom querer,
poderiam tomar a iniciativa de a
realizar. Para os aprestos muita
gente contribuíria com uns vin
tens: dez escudos daqui, cinco
de acolá, às duas por três estava
junto o dinheiro preciso.

Acabe-se com o ruim hábito
que se inflige às crianças de as
ter sempre fechadas em casa,
deixando as estar na cama até
tarde ou permitindo-lhes que con-
vivam, na rua, com garotos su
jos e mal educados, aprendendo

a jogar a pedrada e a dizer pala-.

vrões! Criemos-lhes costumes hi-

E. N. 54 – 2.

O «Diário de Notícias», de 8
do corrente, publica uma corres
pondência, proveniente de Car-
digos, em que transparece, cla-
ramente o contentamento do po-
vo daquela vila por ir ver satis-
feita a sua velha e máxima aspi
ração: a conclusão da E. N.
54-2.2, que largos e palpáveis
benefícios traz a toda a região e

vem atenuar, muito, a crise de
«trabalho entre as classes rurais.

Essa notícia é idêntica às que
temos publicado da mesma ori-
“gem.

Também o «Diário de Lisboa»,
de 9, insere o seguinte eco sôbre
o importante melhoramento :
«Ao fim de cinqiienta anos de
“espectativa e de aspirações insa-

tisfeitas, a vila de Cardigos vai,
enfim, tr a sua estrada, traçada
em 1892 e que ligará Louzã a
Belver. Referiu-se o «Diário de
‘ Lisboa» a esta pretensão legítima
de tantas povoações progressivas,
e prejudicadas com tricas políti-
cas de vários interessados diver-
gentes quanto ao trajecto. E” jus
to que assinalemos a realização
do velho sonho de Cardigos, Pe
so, Mação, Vila de Rei e de ou

tras vilas>.
Br

QUEM ACHOU ?

O sr. José Martins, das Fons
| taínhas, freguesia de Pedrógão

Pequeno, no próxim» passado
idia 30, ao regressar da Sertã e
no trajecto por Serra de S. Do-
mingos, Várzea Cimeira e Vale
da Galega deu pela falta da car-
| eira que continha 340800 e de
vários documentos, entre os quais
o cartão de identidade, licenças
de caça e porte de arma e ficha
desta. Gratificará bem a pessoa
que lhe entregar a carteira com
todo o recheio; mas se, quem a
achou, não estiver pelos ajustes,
pretendendo ficar com o dinheiro,
então roga que lhe enviem os do-
cumentos, que lhe fazem muita
fa’ta e só a êle interessam.

benéfico! Nós, os país, temos
obrigação de fazer algum sacri-
fício por elas, distraindo – as,
acompanhando-as nos seus. pas-
seios, pondo as em contacto com
a Natureza, pródiga em b lezas,
esplendores, em suaves, encanta-
doras e permanentes atracções.

A criança é um produto do
meio. E se o meio é mau, deli-
quescente e atrofiante, a criança
só adquire vícios. hábitos censu
ráveis, em prejuízo da sua for-
mação moral e física; esses vi-
cios mais se radicam e desenvol-
vem à medida que ela vai cres
‘cendo Salvo poucas excepções

bem raras, quando ela chega a
‘ homem falta lhe a fôrça de von-
tade necessária para repelir as
más tendências, só encontrando
satisfação no que há de mais re
provável e indigno.

Acabemos com os hábitos um
tanto ou quanto freiráticos que

giénicos e salutares e proporcio- ‘ela merece e a que tem todo o

nemos-lhes um convívio útil €

direito,

À guerra é as grandes: ilusões
da humanidade

(Continuação da 1,2 página)

formar se por elementos originá-
rios não muito diferentes em nú-
mero e caracteres, e cruzando-se,
constantemente, entre si, por lon-
gos anos, ou séculos, e debaixo
dos mesmos meios, físicos e
morais.

E assim tôda e qualquer raça
que possa merecer esse nome.

Uma reça, sôlidamente consti-
tuida, é sempre superior aos
meios físicos ou morais e indis-
solúvel, enquanto não houver
cruzamentos com outras raças.
Uma família inglêsa ou chinesa,
transportada para meios comple:
tamente diferentes será, eterna-
mente, inglêsa ou chinesa en-
quanto se não cruzar com outra
raça.

Postos êstes princípios e êles
são verilicados por sóbrios natu-
ralistas, conclue-se : —

1.º — Que não são as ideias,
crenças, artes, instituições que
fazem a vida, O carácter, a alma
dum povo, antes é da alma dês-
se povo que esses elementos de=
rivam e a sua civilização.

2 0
determinado povo — instituições,
artes, crenças, idéias, sentimen-
10s — não pode impor-se a outro
por meios exteriores, — conquis-
tas, fôrça ou educação — , sem
primeiro haver uma transforma-

povos.

3.º — Que a dar-se a fusão e
transformação da alma de dois
povos elas seriam lentas e tão
lentas como foram, na formação,
as almas dêsses povos.

4.º— Que tratando-se de ra-
ças de caracteres ancestrais opos
tos, elas se destruíriam mutua-
mente, pelos cruzamentos, e não
seria psssível formar uma raça,
um tipo médio, capaz de criar,
manter ou transformar uma civi-
lização quando herdada doutro
povo.

4.º — Que a história narrando
transferências de civilizações duns
povos para outros, onde parece
que floresceram e se adaptaram
profundamente, nada mais pode
indicar do que a transferência
dos invólucros visíveis dessas
civilizações, invólucros, palávras
ou fórmulas que interpretadas
por povos de alma diferente de-
ram resultados, idéias, sentimen-
tos, concepções já bem diferen-
ciadas.

Eis-nos, pois, chegados à pri-
meira e grande ilusão da huma-
nidade. Levantam-se as 5 partes
do mundo, umas contra as ou-
tras.

Raças, povos, civilizações di-
ferentes e até incompatíveis, pre-
tendem dominar-se, impor-se,
substituir se, transformar, num
momento, o que levou séculos a
construir, arrazar, eliminar, num
momento, as barreiras seculares
dos povos — as suas línguas,
instituições, crenças, artes, ideo-
logias, sentimentos, o carácter,
enfim, tudo o que o tempo fir
mou, estabeleceu e organizou,
através os meios, através de mi-
riades de acções e conflitos que
fundaram e dirigiram a própria
célúla do ser vivo em tudo
o que êle é, pensa, sente e que-
re, e, todavia, contra esta rocha
dos séculos, estas muralhas per-

| manentes dos meios, esta vonta-

de potente e eterna dos astros
dos mares, das montanhas, dos
rios, das almas sedentas só de
harmonia e bem, pretendem os
furores da loucura humana opor
essa frágil arma, a do rancôr,
ódi», orgulho, através ainda das
mais frágeis armas, ligeiras e
momentâneas, do engenho huma-
no, que mutilam, destroem, per
turbam, sem jamais modificar, ao
de leve, uma lei da natureza !

(Continaa)

Este número foi visado nela
Comissão de Censura

de Castelo Branco

Que a civilização dum.

ção e fusão das almas dêsses |

Voltas a lápis

se consegue topar por lá qual-

Granadeiros da Guarda, soldados ingleses valentes e
gigantescos, aguardam firmes no sen pôsto.

(Continuação)

quer moradia, por mais mo-
desta, que não seja am chalet
elegante e confortável, revesti-
do de lindas trepadeiras e ctr-
cundado de formosos jardins.
Quem lá vive esforça-se por
tornar a simpática aldeia me
recedora do nome que tem…
do Bomjardim!

Noutras terras da região,
que bem conhecemos, sucede
precisamente o contrário: ca-
da um procnra que a sua casa
seja pior do que a do vizinho,
mais feia e ridícula !

Como ninguém lhes foi à
mão e os projectos são confia-
dos, quási sempre, a arquitectos
de cavalariça, não é de esperar
outra coisa!

rDI

Sertã sempre é muito in-
gratal…

Até hoje ainda ninguém se
lembrou de prestar uma ho.
menagem, por mais pequena,
aos ilustres cidadãos que mais
contribuíram para que os Pa-
ços do Concelho fôssem cons
truídos ao Cimo da Vila! E
bem a mereciam!

E nós, que gostamos de me-
ter a colherada nestas coisas,
lembrâmo nos de que os seus
nomes poderiam ser aproveita:
dos para a nomenclatura das
travessas das Regorisses; do
Forno, da Imprensa, daquela
que vai da rua do Vale de S.
Pedro ao Outeirinho, etc.l

Acham bem? E, para com:
plemento, a rmna do Soalheiro
podia passar a denominar se
do Calvário !!!

Os sens nomes ficariam per-
petuados para sempre, demons-
trando-se, ao mesmo tempo, e
de modo elogiiente, que ainda
existe entre nós o verdadeiro
culto da gratidão!

o eres
DOENTES

Tem passado bastante incomo-
dada de saúde a sr.* D. Mariana
Lima.

-—Também esteve muito doen-
te, encontrando-se, agora um pou-
ço melhor, a sr.? D. Agueda Lei-
tão.

O restabelecimento rápido das .
enfêrmas, é o que sinceramente

desejamos,

Poços, grandes RATOBIRAS !

São constantes, na nossa região, Os
desastres originados pelos poços sem
qualquer resguardo oa mal resguar»
dados; isso é frequente, então, com as
pessoas que atravessam terrenos que
não conhecem e crianças que, por cas
riosidade e imprevidentemente, se de-
braçam sôbre êles: lá está a bocarra
escancarada e tremenda, como faace
hiante e-sinistra, para os engaiir! |

E não é fácil escapar-se à ratoeira
horrível: geralmente, a bôca dos pox
ços fica em nível inferior ao terreno
circanjacente, de modo. que, a certa
distância e quem segue em sua direcs
ção, não pode aperceber-se da sur
existência. Livra-se, possivelmente,
do desastre aquêle que faz o trajecto
de dia por esses terrenos e caminha
com certa cautela. De forma que a
única maneira de evitar tais precal=
ços, que tantas vidas têm roabado, e
são resultado duma imprevidência
mais que estúpida, porque é crimino»
sa, é obrigar os donos dos poços a
construir um mauro sólido, com a al»
tara mínima de 80 centímetros, em
tôda a volta.

Imposta esta determinação pelas
Câmaras Manicipais, bastaria, depois,
incumbir as Juntas de Freguesia e
fiscalizar o seu cnmprimento. Por sua
vez, a Guarda Repablicana ficava no
direito de aplicar maltas pesadas aos
actuais donos que, dentro de determi-
nado prazo e depois de avisados, não
constraíssem as vedações ou aos que,
procedendo de futaro a novas abertas
ras não tivessem o cuidado de fazer
os muros logo que a abertara atin=
gisse um metro de profundidade.

+

Em Cardigos deu-se, agora, am de=
sastre mortal: uma pobre rapariga,
quando tirava água à picota, caiu no
poço em conseqiiência de estarem
pôdres a corda da picota e os paus
que serviam de suporte ao estrado
onde ela se apoiava. A propósito, d’ z
o nosso estimado correspondente da=
quela vila: «Entretanto, lembramos
que as Câmaras deviam mandar fiss
calizar todos os engenhos que não
oferecessem condições de estabilidade
e maltá-los. Há verdadeiras «ratoei=
ras» da morte que conirangem. Asa
sim se epitariam mais desastres. Aí
fica o alvitre».

Neste caso, parece-nos que as autos
ridades não têm que intervir. Os pro=
prietários, porque são êles e seus fas
miliares os únicos a soirer os males
do seu desleixo, é que têm obrigação
de verificar os engenhos que lhes pers
tencem antes de os utilizar; rodean-
do-os de tôdas as condições de segus
rança para que não haja os freqilen=
tes e lamentáveis desastres que todos
os dias se registam e são resaltado de
um descaido incompreensível e per=
dadeiramente absurdo.

regra
Pagamento de assinaturas

Dignaram se remeter-nos para
pagsmento das suas assinaturas:
até o n.º 397, 20800 0 sr. Joaquim
Pires de Moura, de Cebolais ‘de
Cima; e até o n.º 297, 10800, 0
sr. P.º Sebastião Afonso Ribeiro,
do Mosteiro (Oleiros).

Muito obrigados,o obrigados,