A Comarca da Sertã nº194 30-05-1940
@@@ 1 @@@
FUNDADORES
Dr. José Carlos Elhrhardt —
—’Dr. Angelo Henriques Vidigal —
—— António Barata e Silva ——
Dr. José Barata Corrêa e Silva
Eduardo Barata da Silva Corrêa
O | | DbrrEcTOR, EDITOR E PROPRIETARIO ani so
E Coluando Sonata da Titva Coreia TP. PORTELA FO
a EO EDAÇCÇÃO. E ADMINISTRAÇÃO — CASTELO
m| |RUA SERPA PINTO- SERTÃ aC
> É ã TELE PONE
ANO V | Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarea da Sertã: concelhos de Sertã o a 5
N.º 194 | Oleiros, Proença 28 a e a de Rei; e freguesias de. Rméndoa ie Gardigos (do conselho de Mação) | 1940
Notas …
A? diversos países nomearam
os seus representantes às,
Comemorações Centenárias de
Portugal Até mesmo alguns
que vivem em guerra não dei-
Zaram, nesta hora de incerte:
za, de luto e dor de se lem
brur de Portugal, dando, com
a presença dos seus delegados,
um testemunho iniludível do:
seu respeito;e profunda admi-
ração por esta Pátria gloriosa,
não vêlhinha nos seus oito sé-
culos, mas eternamente môça
pelo seu espírito sempre gran-:
de e bela pelos seus atributos
morais e espirituais, renovan-
do-se, incessantemente, para a
defesa dos mais nobres ideais,
os únicos que podem tornar o|
Mundo feliz e progressivo.
“Os princípios defendidos
por Portugal conguistaram-lhe.
Oceania, vivem sob a sua ar
deira, consideram-se felizes
porque o nosso domínio é u
expressão da verdadeira jusa
tiça, porquea dependência dês
ses povos não está sujeita ao
império da fôrça e à odiosa
desigualdade e superioridade
de raças.
Portugal é dos raros países
desta turbulenta Europa que
dá, nêste momento, salatares
exemplos de paz, trabalhando
pelo seu progresso com a in-
dispensável calma e consciente
e que nada teme porque nada
eve.
Os
tempo corre irregular, por
entre constantes alternati-
vas: dias de sole algum calor
e dias de chuva e frio.
Longo inverno êste, que já
dura há tantos meses!
Os lavradores temem as con-
segiiências do mau tempo e re-
ceiam, com razão, que grandes
prejuízos venham agravar a
sua situação económica.
DR
NA próxima sessão decinema,
em 6 de Junho, exibe-se o
filme português « Varanda dos
Rouxinóis», a página humana,
alegre, viva e cheia de tipos
portugueses, realização de Let-
tão de Barros.
E”? interpretado por Maria
Matos, António Silva, Costi-
nha e Alegrim.
Uma película de bom gósto
e cheia de humorismo.
dote) dd—
À tempo lemos uma notícia
em que se afirmava ter
um astrónomo descoberto o
planeta Amor depois de andar
6 dias perdido no espaço.
Isso não sabemos, nem que»
remos desvendar os segrêdos
da astronomia ou meter o na-
riz onde não somos chamados!
O que sabemos é que há muita
gente perdida de amor e que
ste é cego… e vêl
anna de todos os por Ss]
O. SEU A SEU. DONO
| Are
‘S trabalhos de ajardinamento do
adro,
“por quem sabia do seu oficio,
– deram “o recinto um aspecto
mais Easdopho! e alegre, merecendo a Cà-
mara justo encômios pela sua acção orien- .
tadôra é decisiva no melhoramento. É
Já lá vai o tempo em que a opinião 1
publica d) concelho subordinava o julga-
mento dos seus homens a considerações
de ordem pessoal, assistindo, muitas vezes,
resignadáe condescendante, à. passagem
pelos sectores de actividade local de pes-
soas-individualmente estimáveis, mas co- |
lectivamente improdutivas e pu
“Hojé não sicede o mesmo…
cipado ponco a pouco, de velhos precon-
ceitos que tiveram a sua época e não per- :
de de vista, actualmente, quem quer que,
a | pela. osição, relôvo. ou função de mando,
| possa influenciar os seus destinos é me- |
lhorar as. suas condições. de existência,
leuvando ou condenando a peção que de-.
senvolvam na esfóra respectiva.
Por isso, e como manifestação de |
posse da sua alforria, essa população, vem .
preguntando com insistôucia e sem reti-
reticências, que beneficios deve o conce-
lho a alguns dos seus filhos proeminentes
na política e na sociedade, não só aos de ,
perto mas também aos que, mais distan- |
tes, exercem Ingarea de destaque e predo-:
domínio em diferentes departamentos da
vida nacional.
ao interrogação é legitima e oportu-
na. Na verdade, por muito que se procure
delineados e executados ‘
A, população c concelhia tem se eman- S
í
4
rasto de PR uns nos meios de acção
social da sua terra, ou por boa vontade
| que exista de encontrar a interferência de
| outros em melhoramentos públicos ou tra-
balhos de; utilidade, comum, não se vis-
“Jumbra vestígio.
E’ duro dizê o, mas mas duro é ve-
rificá-lo.
– B’ reduzido o seu número ?
Certamente. q Mas que importa o
número, mesmo assim, se, pela qualidade,
“ne patenteia, ostensivamente, ferindo o
sentimento colectivo desta região ?
Seria à rrisório, até, tentar encebrir
o “que anda à vista de tôdos e é ja velho |
objecto de observação e comentários jus
ticeiros: Os que pela sua condição e fra- |
-queza não podem dar ao concelho quanto |
“O coração lhes recorda ou sugestiona,
não vêem, sem queixume, que determina-
| dos valores sociais aqui nascidcs se esque- |
çam do berço e não lhe ofereçam um pou
co do valimento do que dispõem. acari
nhando 0 nas snas âasias de progresso.
“u que seria a Sertã e tantas loca-
lidades da sua circunscrição se não tives-
sem possuído homens inteiramente dife-
rentes, a impulsioná las e a dispensar-lhes
uma parcela da sua antixidade e interêsse
próprio ? E
Aqueles que respondam, fazendo
exame de consciência e confissão de culpa,
que ainda podeni resgatar erguendo a ter
ra natal à altura do seu afecto.
Bem o merece. .
ip VA NIO |
“-. a lápis
A guerra entrou no riimo que
há muito se esperava,
Osalemais, em violenta e ou
sada arremetida, galgaram as
fronteiras da Holanda, da Bél-
sica e da França do norte,
apostando-sea tomar os portos
da Mancha para, depois, vis
brarem tremendo golpe na Ins
glaterra.
A invasão assumia um ca-.
rácter grave e até dramático
para os Aliados, pois que, ao
contrário do que se esperava,
o glorioso exército francês não
suportou o embate ea invess
tida instantânea germânica.
Atribui-se o facto a possi-
veis érros de estratégia, de que
!foram culpados chefes mili-
tares que não estavam à altura
do seu papel.
‘O caminho que a peleja ches
goua tomar na semana pas-
‘sada emocionou todos os umi»
gos da França e dos Aliados.
| Tudo leva a crer, porém, que
“uma acção enérgica dos Alia-
“dos se contraporá às ofensivas
inimigas, fazendo voltar à sua
posse tantas posições perdidas.
E” que aos Aliados não fal-
ta heroísmo, espírito de sacri=
fício e, melhor, a fórça moral
que dá ânimo para fazer trians
far a sua causa eos princípios
que os levaram à luta.
O
OS exames de admissão aos
liceus começam no dia 22
de Julho e serão requeridos
[46 las Ho: mesmo mês.
IMAGENS ud GUERRA
a primeira gravura representa uma pitoteaça garganta da ribeira Ae, que Ap a provincia francesa do Vivarais. Esta provincia montanhosa é francesa
ade 1229.
e segunda gra
vemos uma peça fransesa de 400 m/m sobre via ferrea,os uma peça fransesa de 400 m/m sobre via ferrea,
@@@ 1 @@@
A Comarca da Sertã
Horário da carreira de Passageiros entre Castelo Branco (est.) e Sertã
CONCESSIONARIO Companhia Viação de Scrnache, Ld.’
A
AVENIDA ALMIRANTE REIS, 62-H- TELEFONE 46508
Is fnisims AZEITES
Chegada | Partida Chegada | Partida | TO nt
Castelo Branco (estação) | — 9,00 | Sertã . : E 1530
Castelo Branco | 9,05 9,15 | Moinho do Cabo . RS ISA dodo
Taberna Sêca. : À-935 | 9,35 | Vale do Pereiro É . . | 1550 II5,50
Cabeça do Infante. .. . «| 955 9,55 || Moínho Branco . . . =. 1555 | 15,55
Sarzedas. . ,-. »110,00 | 10,10 | Proênça q Nove .. . +. .| 1615 | 16,26
Monte Gordo. . . +. «110,25 | 10,25 | Sobreira Formosa. . . 116, 50 17,00 ,
Catraia Cimeira 4 10,40 | 10,40 || Catraia Cimeira GRE a f7, 20 | 17,20
Sobreira Formosa. . . 11,00 | 11,10 || Monte Gordo. . a 17, 35 | 17,35.
Proençaa Nova . 5 4 1,341 1145 ii Sarzedis. o Cc cd 17, E 18,00
Moínho Branco « «| 12,05 | 12,05 | Cabeça do Infante. à VASOS | IS ’05
Vale do Pereiro . . . «4 12,10 | 12,10 | Taberna Sêca.: ES Penn 18.25 18,25
Moínho do Cabo. . . «| 12,45 | 12,15 || Castelo Branco o 18,45 18,55
Ser o a So 250 — Castelo GR (estação) | 19,00 —
EFECTUAM-SE DIARIAMENTE
Notícias diversas
Em Monte de Cima (Montes
da Senhora), um pequenito de
ano e meio, filho de Júlia Ribei-
ro, caiu a um poço junto do qual
sua mãi estava lavando roupa.
Aos gritos de angústia da pobre
mulher, acudiu Manoel Sequeira
André, que, prêso a uma corda,
“desceu à água, conseguindo sal-
var a criança. Já por mais de
uma vez o André tem salvo gen-|
te de morrer afogada.
— No logar do Pé da Serra
(Amêndoa), quando Marcelina
de Jesus se dirigia para uma sua
propriedade num carro de bois,
Os animais espantaram-se, resul
tando a mulher cair desampara-
da e pisada por uma roda, o que
provocou fractura do crânio. Foi
chamado o sr. dr. José de Ma-
tos Ratinho, facultativo de Car-
digos, para prestar socorros.
= Na vila de Amendoa prin-
cipiaram as obras do Cruzeiro,
no Castelo, cuja iniciativa se
deve ao vereador sr. Manoel
Fonrenço.
4 Berg
Con certo Musical
A Tona do Sertanense
Foot-Ball Club, regida pelo
maestro sr. António Teixei-
ra, dá um concerto, no Adro,
ho próximo domingo, das 20
ás 22 horas, com o seguinte
programa:
I parte: Je suit par tout,
passo doble; Crises, ouver
ture, sinfonia; Mai, valsa len
ta; Dança de bachautes, Pi-
zicatto; Marcha dos cam
peões. 71 parte: Rapsódia de
cantos populares da iBeira
Baixa; Canção da sorte, one
step; Florim, passo doble.
“O 1
FESTIVIDADES
Na Várzea dos Cavaleiros
realizou-se, no passado do-
mingo, a festa do 8. C. de
Jesus, com comunhão geral
das crianças, missa cantada
sermão e procissão.
Na pretérita 5.º feira rea-
lizou-se, nu Cabeçudo, a fes-
ta do Corpu de Deus, com
“Comunhão geral das crian
ças, missa solene acompa-
nhada de vozes por um gtu
po de meninas e harmônio,
sermão e procissão,
Tiveram ambas larga aflu-
ência de fiéis, sendo abri
Jhantadas pela Filarmônica
União Sertaginenses
Eº’ amigo dedicado da
sua terra ?
Indique-nos, como assinantes,
todos os patrícios e amigos que
“ainda o não são.
O valor e o bim nome da sua
terra dependem, em grande par-
“te, da propaganda que dela se
fizer nêste semanário,
MARCA REGISTADA)
a Ra
CHAPA cimento para telhados
CHAPAS lisas para tetos.
paredes, etc.
TUBOS para água, esuôtos, chaminés, etc.
D É E Ô Si I 0 o a ásia, azeite e outros líquidos
ad
AGENTE tu “DEPOS ITÁRIO
sua FERREIRA en
ECON 113
a Ia
ANUN CI O.
o Publicação ae E
Por ôste Juizo de Dia
unica secção da Secretaria
Judicial e autos de execução
por custas e selos que o Mi-
nistério Publico move con
tra o executado Joaquim
Almeida e mulhor Tereza
Gonçalves, trabalhadores,
residentes no lugar de Vila-
Barrôco, deste concelho, cor-
rem éditos de vinte dias, a
contar da segunda publica:
ção do presente anuncio, ci
tando os credores desconhs |
cidos, para no prazo de dez.
dias, findo que seja -v dos |
éditos, deduzirem o0- seu pe-
dido, indicando a natureza,
montante e origem do seu
crédito e oferecendo logo as.
provas.
Oleiros, 6 do Maio do 1940 |
O Chefe de Sscçã,— João
Texugo da Sousa
Verifiquei.
O Juiz Municipal, — 4.
F, Pinto.
rinho, freguesia do Vilar|
Julgado Municipal de Oto CINE – TEATRO TASSO
| 6 DE JUNHO, 5.º FEIRA
E a Filmes, Ld,* de Lisboa, apresenta a
Norando los Ronxinois
fonoftilme aco que, por tôda a
| parte, tem alcançado um exito extraor-
dinário.
Cheio de umofisho,, da boa graça
E portuguesa. BO
Uma formidável realização de Lei- [EE
tão de Barros.
Interpretação dos grandes artistas
Maria Matos, António Silva, Costinha
e Alegrim, que ‘as plateias “conhecem
do teatro ou de outras produções cine=
matográficas,
Rir, tir, até rebentar o cós das cal-
ças |
a gas ú
“sl. Ex: está compra-
dor de Carnes de Porco,
verdes, Salgadas, fumadas
e ensacadas, não deixe de
“|consultar 0s preços da
SALSICHARIA DA BEIRA
DE
SINÓES & ils ns
Praça da Republica- Sertã
Carreira de Gamionetes de Passageiros entre
SERTÃ E PROENÇA-A-NOVA |
Concessionária : Companhia Uiação Sernache, bd:
Sóde — Sernache do Bomjardim
A’s 9.º, 5.º e sábados. -Cheg. Part.
Sertã . õ o o º é . ee 18
Proença-a-Nova do eco 9
A’s 2.º, 4.º e 6.ºº feiras Cheg. Part.
Dinencea Nota da 6,39
Seria» E 7,90
Luxo T Goniorto T
Dá ligação às Carreiras da mesma Companhia, de TOMAR & LISBOA
GomodidadeT
Escritório e garage em. Lisboa; Avenida Almirante Reis, 62 H,
Segurança 1 Rapidez]
onduladas de Fibro- |:
da região de – nd
SERTÃ E SERMACHE DO BOMJARDIM
são vendidos no máximo da pureza,
por serem seleccionados escrupu-
losamento da produção própria
Às boas donas de casa devem experimentar. — Tôdas as pessoas
que se interessam pela sua saúde devem procurar esta casa
LIBANIO VAZ SERRA
OS ESTABELECIMENTOS
E – DE –
Entónio da Silva Lourenço
: São os que mais barato vendem e maior sortido têm :::
OS MELHORES CAFÊS
Lote «Família» | Lote n.º 1 | Lote «Extra»
kilo 5400 kilo 8400 “kilo 12800
Fazendas de algodão, lã, linho e sêda — Sortido completo de
mercearias de 1,2 qualidade — Papelaria, miudezas e muitos
: outros artigos — Depósito de tabacos e fósforos : : ::
Ferragens, adubos, louças de vidro e camas de ferro — Materiais de construção
canalizações, manilhas, etc. — Adubos «Nitrophoska» da Soc. de Anilinas, Ld.2
Finíssimo aroma do CHÁ LICUNGO delicioso naladar. Peso liquido em patos de origem, dêsde is
Kilo 50$00 — Desconto aos revendedores
Corrêspondente da Companhia de Seguros PORTUGAL PREVIDENTE e do:
BANCO NACIONAL ULTRAMARINO
TELEFONE, 6 — RUA CANDIDO DOS REIS = SERT Ã
“GARANTO! Mi Co
que é no Restaurante
Estreia Valmôr
– Onde se come e fornecem almoços e jantares ao do-
micilio com mais asseic e economia
Serviço esmerado de cozinha com pessoal de
competência. O seu proprietário agradece a visita |]
do público em geral que será Ê
tratado com todas as atenções pelo pessoal da casa.
ABERTO TODA A NOITE
‘ URELIO ANTUNES BARATA
Rua Actor Taborda, 2 a 24—- Tel. 4 1359
Companhia Tr o de Serie na
(CARREIRA RÁPIDA)
LISBOA — ALVARO:
Carreiras entre Sertã-Lisboa, Sertã Alvaro e Sertá-Pedrógão Pequeno
AOS DOMINGOS | [ás SEGUNDAS FEIRAS |
HM. H.M.
SAÍDA DE LISBOA. 6,30 sa DE ALVARO ao
egada ao Cesteiro
Chegada a Santarém . 9,15 Do Gana 16; 55
Saída 9,20 Saída 17,30
» Pernes 10,00] >» Sernache E 17,50
» Torres Novas 10,35 – Saída 18,00
» Tomar 11,20 » Fereita do Lozere fixo
e» Ferreira do Tozoro 11,00 = Tola ana O
» Sernache 13,00 » Torres Novas 20,25
» Sertã 13,20 » Perfies 21 o
: Saída 14.00 » Santarém 21,40
E : > Cartaxo 22,10
» Cesteiro 15,05 » Vila Franca 23,10
> Alvaro 15,15] » Lisboa 0,10
Foram estes horários estabelecidos de harmonia com as necessidades da região, evitando
assim um menor dispendio de tempo És pessoas que os seus afazeres chamam à Capital, pelo que
esta Companhia espera que os seus clientes correspondam a mais esta vantagem, não deixando
de utilizar Os seus carros.
– Garage em Lisboa: — Avenida Almirante Reis n,º 62-H ,
Telefone, 4 5503503
@@@ 1 @@@
“A Comarca da Sertã
4 Necrolo gia
Madame Gésa Hilda Gampino
Em 4 do corrente faleceu em
Jauche (Brabant)-Bélgica, Mada-
me Césa Hílda Campino, de 23.
anos, natural de Caianda (Ango-
la), espôsa de Mr. François
Douliez, mobilizado no Exército
Belga, mãi extremosa de duas
interessantes criancinhas, Henri,
de 28 meses e Robert, de 13 me-
ses, e filha de Mr. e M.”º Angé-
lico Nunes Campino, acidental-
mente em Lisboa.
À morte causou profunda cons-
ternação.
A iôda a família dorida, desi-
gnadamente ao nosso patrício e
bom amigo sr. Angélico Nunes
Campino, apresenta «A Comar-
ca da Sertã» a mais sincera ex-
pressão do seu pesar.
Etelvina de Jesus Sampino
Faleceu no Hospital local, no
sábado passado, a st.? Etelvina
de Jesus Campino, solteira, de
28 anos, natural desta vila, que,
como enfermeira, prestou serviço
no consultório do sr. dr. Angelo
Henriques Vidigal cerca de 11
anos. Muito competente no de-
sempenho das suas funções, ex-
tremamente caritativa e dedicada
aos doentes, de porte irrepren-
sível a Etelvina desfrutava das
maiores simpatias e de .tôda a
consideração, tendo, por isso, O
seu funeral constituído uma im-
pressionante manifestação de pe-
sar, encorporando-se centenas de
pessoas de tôdas as categorias
sociais, entre as quais imensas
senhoras, sobraçando muitas de-
las lindos ramos de flores natu-
rais.
A extinta era filha da sr. Ma-
ria da Conceição Campino e ir-
mã da sr.º Libânia de Jesus
Campino e do sr, José dos San-
“tos Campino, da Sertã, da sr.
Emília da Conceição Almeida,
” espôsa do sr. António Martins
de Almeida e da sr,* Amália da
Conceição Vieira, espôsa do st
António Vieira, de Lisboa.
A” família dorida apresenta-
mss sentidos pêsames,
HOLE
Vacinação auti=rábica de conídeos
Vai brevemente ser posta em
execução, no nosso concelho, a
vacinação anti-rábica dos cãis,
aguardando-se, apenas, que os
laboratórios forneçam a vacina
com as características legais e em
quantidade suficiente.
6) SD
Cheques Jeposifados na
Tesouraria Judicial
Damos a seguir a relação das
pessoas que têm a receber che-
ques depositados na Tesouraria
Judicial, com a indicação das im-
portancias e prazos, findos os
quais as mesmas importancias
prescreverão a favor do Cofre d
Juízo:
– Santa Casa da misericórdia de
Abrantes, 64%50, 2-12 940; Ma-
noel Agostinho de Santana Maia,
45$10, idem; Domingos Dias
Serras, 101355, idem; José Do-
mingos Ferreira, 6800, 31-5-940;
Adrião Maria Gonçalves, ‘6800,
idem; Maria da Conceição Mou-
ta, 4800, idem; Amélia de Jesus,
4800, idem; Joaquim Pires Men-
des, 18300, 30-6-940; José Mare
tinho Delgado, 1812, 31-7-940;
Manoel Ferreira Cardoso de Ma-
tos, 14302, idem; dr. Manoel
Gregório Lopes, 64800, idem;
dr. Abel Carreira, 64800 idem.
gota
Os amigos da “COMA RGB
Pelos srs. Joaquim Nunes Ro-
drigues, de Pedrógão Pegueno
e Manoel José, do Caramulo, fo-
ram indicados para assinantes,
respectivamente, os srs. Nuno
Conceição Silva, de Carcavelos
e João Domingues, do Caramulo.
Agradecemos, muito reconhe-
gidos,
ErOlNÇãO SO
blal da Mulher
«O homem e
a mulher são dois organismos diferen»
tes, mas de igaal valor, tendo cada um as suas van=
tagens e os seus defeitos. A malher não é superior
‘ nem inferior, tem o seu lugar na Natureza. São duas
metades que se completam —homem é malher».
1A antiguidade a mulher era
N pertença do homem, fa
zendo dela um objecto
de compra e venda. As relações
sexuais íntimas não eram ditadas
pelo afecto mútuo que estimula
e eleva a um ideal superior,
mas tão sómente impostas por
uma vontade abstracta, tendo
por objectivo a perpetualidade
da espécie humana.
No Oriente, a mulher era tida
na conta de escrava, excluiam-na
da vida pública e apenas recebia
uma minguada instrução.
Os hindus ainda hoje lhe ne-
gam a posse de uma alma. (Que
ideia farão êles da: alma. .) E
forçam na a suícidar-se sôbre o
cadáver-do marido Esta horroro-
sa tragédia, significa cláramente
que a mulher não pode aspirar
à sua independência, portanto,
não deve subsistir àquele que a
considerava sua pertença.
Nos povos selvagens ou semi:
“bárbaros a mulher é cansidera-
da como escrava ou animal de
carga — pertencem-lhe ostraba-
lhos mais fatigantese Quer-se
percorram os sertões de Africa
os planaltos da A”sia ou as pla-
nícies da América, por tôda a
parte, entre os negros, entre os
asiáticos ou entre os peles ver-
melhas se nos depara o mesmo
triste espectáculo…
E, impossível descobrir-se um
só vestígio de razão, para não
tornar extensivo à mulher o prin-
cípio da igualdade de os direi-
tos, que, na nossa epoca, é tido
universalmente como bom, ver-
‘dadeiro e legitimo.
Não pode padecer contradição
que a situação da mulher em to-
dos os tempos em todos os po-
vos, tem sido tanto melhor quan-
to a civilização mais se tem de-
senvolvido. .
O próprio Platão — há 25 sé-
culos — recomendava no seu — |
«Estado ideal» — a emancipação
integral da mulher.
Os reis de Achanti e Daomé,
estipendiavam, e proviam de
subsistência e vestuário, até uma
recente época, bandos de guar-
das femininas, que se distin-
guiam pela sua coragem e pela
sua ferocidade. Em algumas trí-
bus selvagens, a dignidade de
chefe supremo é sempre confiada
à mulher. –
Não será ousadia aventurar
que nenhum dos ramos de co
nhecimentos humanos é inabor-
dável à mulher, e que todos os
trabalhos do homem podem ser
executados pelo chamado belo
sexo com igual êxito.
Certos «puritanos», para apou-
Vitor Russomano
car o intelecto feminino, dizem
«que o mundo está repleto de sãe
bios .. No entanto, o número de
mulheres que merece êsse quali-
ficativo é insignificantíssimo».
“Ora, para rebater tão preten
cioso argumento, podem as mu-
lheres, orgulhosamente afirmar
que, todos os sábios foram da-
dos à luz do mundo por mulhe-
res. Os mesmos espíritos anti-
“quados, pretendem que, se por
um lado a mulher se abalança a
reclamar o usufruto de direitos
idênticos aos do homem, cumpre-
lhe também desempenhar o ser-
viço militar, Um tal argumento
cai pela base. A mulher dando à
perigos que um soldado numa
batalha.
Não há nada mais injusto do
que impedir as mulheres, exalta-
das pelo espírito, pelo saber ou
pelo carácter de poderem desen-
volver as suas faculdades. Eis,
pois, porque somos partidários
da livre concorrência dos dois
[sexos em todos os domínios da
actividade humana. Queremos a
destruição de todos os obstáculos
que a tradição, os usos estabele-
cidos ou a lei opõe ainda à mu
Iher. Derruir por completo o vé-
lho edifício das superstições e
das leis «prognósticas», o que
está a ponto de acontecer. a li-
bertação da mulher surgirá à
luz, e ela poderá então, desafo-
gadamente, desenvolver-se na
imensa atmosfera da equidade e
dajustigad ca q cu,
Felizmente, nas sociedades
modernas, graças à activa propa-
ganda a favor da mulher vai-se
melhor compreendendo a neces:
sidade urgente de se dar à com-
panheira do homem regalias que
lhe foram despoticamente usur-
padas.
Há porém, correntes de opinião
que, sonhando a remodelação
das sociedades humanas actuais,
pedem para a mulher exageradas
regalias, esquecendo, segundo as
verdades naturais, que, o aumen-
to excessivo de um órgão é pre-
judicial e inglório…
Actualmente— com grande pra-
zer para os espíritos cultos — as
sociedades humanas caminham a
passos firmes para a completa
emancipação da mulher. E have-
mos de vê-la campear com o ho-
mem na vida, não como «mimo
dos seus desejos», mas, como uma
livre companheira, com direitos
perfeitamente iguais, e capaz
mesmo, em casos extremos, de
prover às mais árduas necessi-
dades.
Sirtaco Santos
FERIADO NACIONAL
Por decreto emanado da
Presidência do Conselho f.i
considerado fe iad» nacio.
nal o próximo dia 4 de Ju
nh:, especialmente destina-,
do a celebrar o 8º contená-
rio da Constituição da Na-
cionalidade, Reno
Encontram-se, pcr isso,
encerradas tôdas as reparti-
ções públicas.
O NOSSO ANIVERSÁRIO
Pela passagem no nosso 4º
aniversário dirigiu nos, também,
saiidações o colega «Semana Tit-
sense» que se publica na risonha
vila de Santo Tirso.
Os nossos agradecimentos,
Licenças de Comércio e
Indústria
“Termina em 15 de Junho o
‘ prazo de pagamento dos grupos
iA eC, com juros de mora; de-
“pois dessa data iniciam-se as
; operações de relaxe, sendo os
pagamentos feitos com os fortes
acréscimos legais, pelas execu-
ções. qa
Quanto ao grupo B, o pagas
rentes E
HO
Correio entre Tomar é Sertá
Às malas do cotreio, condu-
zidas em camionete desde o pas-
sado dia 20, saem de Tomar às
7,15 horas, chegam às 10,15 par-
tem da Sertã às 17,45 e chegam
a Tomar às 20,45.
– A. última tiragem, na estação
local, continúa a fazer-se às 16 30
horas.
luz uma criança, corre maiores |
mento começou em 15 do cof- |
:e
B O) 5
», o A é
Cau” ai 2
AGENDA
4% 4 2% » 48,
nm ta PA * q ta £f %a ns” ta
UU es
O do ss
O CO a
s
2
Va
De Lisboa, regressou à Sera
tãasr.º D. Conceição Baptista.
— Encontra-se na Sertão sr.
Eutíguio Belmonte de Lemos,
de Lisboa.
—Retirou da Venda da Pe-
dra para a Covilhã, o sr. Jo:
sé Luiz. E R
Esteve na Sertã, com sua es»
pôsa, osr. Armando ( ampino,
de Casais (Coimbral..
—A bordo do «Quanza» em»
barcon, no passado dia 25,
para Kikwit (Congo Belga), o
sr. Abílio Nunes do Vale, filho
do nosso prezado assinante sr.
Manoel Nunes do Vale concei-
tuado comerciante naquela ci-
dade. Ends
Aniversário natalício :
5 de Junho, D. Manoela M.
Rodrigues de Aguiar, espôsa
do sr. João António de Aguiar,
de Lisboa.
Parabens
ga GB gb
Assuntos militares
Às inspecções
Foi determinado superiormente que
os trabalhos das Juntas do Recrutam
mento Militar tenham início em 16 de
Junho e estejam concluídos impreteri-
velmente até 15 de Outubro,
‘ Os indivíduos residentes fora da
área do distrito do recrutamento em
que foram recenseados, podem reque-
rer até 31 do corrente ao comandante
da região a que pertencer o distrito,
para que lhes permita serem inspeccio-
nados na respectiva junta com os re-
censeados pela freguesia da sua resi-
dência.
Os requerimentos, acompanhados
da cédula do recenseamento, deverão
ser deferidos desde que conste, por
meio de atestado passado: pela junta
de freguesia em que os requerentes re-
sidirem, que êstes teem ali domicílio
“hã mais de dois mêses,
Nas sedes do Govêrno Militar de
Lisboa e 1.2 Região Militar, se o nú-‘
mero de requerimentos o justificar, pom
derá ser nomeada uma junta suplemen-
tar para a inspecção dos indivíduos
que, nas condições apontadas, requei-
ram para ser inspeccionados em Lis-
boa ou no Porto
As juntas suplementares poderão
também inspeccionar os indivíduos re-
censeados por alguns bairros ou con-
celhos dos D R.M.1,5e 6 em espe-
cial e das sedes dos mesmos distritos,
se assim fôr necessário para efeito do
encerramento dos trabalhos de inspec-
ção em 15 de Outubro
As juntas de recrutamento serão
constituídas por um oficial superior de
infantaria, de. qualquer das unidades da |
área da região, que servirá de presi-
dente; por dois vogais, oficiais médicos
por um secretário sem voto, oficial
do distrito do recrutamento a que a
junta pertença.’
Não podem ser nomeados para as
juntas os oficiais que dela tenham feito
parte consecutivamente nos dois últi-
mos anos. As juntas de jrecrutamento
serão nomeadas cinco dias antes da
data fixada para o comêço do serviço
a desempenhar, competindo a nomea-
ção dos oficiais que as devem consti=
tuir aos comandantes das respectivas
regiões, govêrno militar de Lisboa e
aos comandantes militares dos Açores
e Madeira.
As juntas tomarão na inspecção sa-
nitária as seguintes resoluções : apura-
do para todo o serviço militar; apto
para os serviços auxiliares; adiado;
isento de todo o serviço militar. ‘
Serão mandados apresentar às jun-
tas hospitalares de inspecção regional,
os indivíduos âcerca dos: quais não
possam ser, tomadas pelas juntas reso-
luções definitivas por serem portado-
res de doenças ou lesões suspeitas.
Só podem ser destinados ao servi-
ço da Armada os individuos que te-
nham sido apurados para todo o ser-
vao militar e com a altura minima de
1,60, saibam ler, escrever e contar, se-
jam solteiros e sem encargos de fa=
milia;
Findos os trabalhos da inspecção
sanitária e de alistamento em cada con-
celho ou bairro procedersse-á a dois
sorteios para o serviço da Armada,
«rss
EXCURSÃO A ÉIORA
Continua aberta nesta Reda-
cção a inscrição para o passeio
a Evora, que se deve realizar no
próximo mês de Junho e, possi-
velmente, nos dias 9 e 10 por
serem feriados.
As pessoas que nêle pretendam
tomar parte devem inscrever-se
com antecedência, Aqui daremos
informes das condições em que
se efectua o passeio,
“4,
a
É
Veg!
Comemorações Centenárias
No dia 2 do próximo mês de
Junho têm início nesta vila as co-
memorações dos Centenários da
! Fundação e Restauração da Na-
‘ cionalidade Portuguesa, com um
| Te-Deum na velha Igreja Matriz,
‘ás 11 horas, e sessão solene no
Salão Nobre dos Paços do Con’
, celho. ás 16 horas. ] a
| À êstes actos são convidadas a
| assistir tôdas as entidades: oli=
| ciais e particulares que o possam
fazer, para: maior brilho das co=
Fmemoraçõess ico uu
O Presidente da Câmara
“Carlos Martins
Exames liceais :
Foram superiormente determi –
nadas as normas ‘a seguir nos
exames liceais que tenham lugar
durante êste ano escolar, na época
normal e em Outubro. É
Esses exames terão princípio
em 1 de Julho, efectuando-se as
provas escritas por esta ordem:
1.2 chamada: 1.º ciclo—português e
francês; 2.º ciclo — português, inglês e
alemão; 3.º cíclo — língua e literatura
portuguesa e organização política,
2 de Julho: 1,º ciclo—aritmética, ál-
gebra e geografia; 2.º cielo—álgêbra e
trigonometria e história; 3.º ciclo — la-
tim e filosofia.
3 de Julho: 1º ciclo — Geometria e
ciências físico-naturais; 2.º ciclo — ciênm
cias físico-químicas e latim; 3.º ciclo—
ciências físico-químicas e ciências geo-
gráficas,
4 de Julho: 1.º cíclo — desenho de
imitação e geométrico; 2.º ciclo—geo-
metria e ciências naturais; 3.º ciclo —
matemática e ciências biológicas.
A 2.2 prova escrita realiza-se em :
5 de Julho: as mesmas provas do
dia 1, para cada ciclo. E
6.de Julho: as mesmas provas mar-
cadas para o dia 2
8 de Julho: as mesmas provas mar-
cadas para o dia 3. à
9 de Julho: as mesmas provas mar-
cadas para o dia 4. E
A 2,2 chamada, para a 1 à prova es-
crita, efectua-se, com as mesmas discim
plinas, nos dias 10, 11, 12 e 13 de Julho.
A 22 prova escrita, também pela
mesma ordem, tem lugar nos dias 15;
16, 17 e 18 do referido mês. A
Na época de outubro, as provas efec-
tuam-se assim : –
1.2 prova escrita—dia 1: 1.º ciclo —
português, francês, aritmética, álgebra
e geografia; 2.º ciclo—português, inoles
e alemão, álgebra e trigonometria e
história; 3.º ciclo — língua e literatuta
portuguesa: organização política, latim
e filosofia.
2 de Outubro: 1.º ciclo— geometria;
ciências físico-naturais, desenho de imi=
tação e geométrico; 2.º ciclo — ciências
físico-químicas, latim, geometria e ciênm
cias naturais; 3.º ciclo—ciências físico-
-químicas, ciencias geográficas, mate=.
:mática e ciências biológicas.
A 2.2 prova escrita, e com a mésma
ordem de provas, efectua-se nos dias 3
e 4 do referido mes de Outubro,
ul io di
Agressão?
‘ Informam de Pedrógão Peque-
no que um rapaz, de nome Vasco
Freire, de 13 anos filho de José
Freire, apareceu, ha dias, grave-
mente ferido, com fratura de crã –
niu; deu entrada no hospital em,
estado. melindroso e acusa José
Domingues, solteiro, de tê-lo
agredido à pedrada ao surpreene
dê-lo, perto da quinta da Tapa:
| da, a juntar folhada de sobreiro.
O arguido por sua parte alega:
que o rapaz se feriu a si próprio:
quando, com outro garoto, fugia.
‘à sua aproximação. caindo duma.
parede. O paí da vítima apresen-
tou queixa em juízo contra O
José Domingues.
«to É) pe
Movimento demográfico-
do Concelho da Sertã
ABRIL
Nascimentos, casamentos e
óbitos : Cabeçudo, 3, 2, 3; Car=:
valhal, 3, O, 2; Castelo, 4, 0, 2;
Cumeada, 1, 1, 1; Ermida O, 1,
O; Figueiredo, 2 3, 0; Marme-
leiro, O, O. 1; Palhais 2,0, 1;
Pedrógão, 5, 3, 2; Sernache. 13,
5 5; Sertã, 13, 3, 4; Troviscal;
5. 0, 3; Várzea, 7,2, 4 Totais,;
58, 20, 28,28,
@@@ 1 @@@
tas
Era
A Comarca da Sertã
Impressões de viagem de lisboa a luanda
Por João Farinha Freire Júnior
TI dl
(CONTINUAÇÃO DO NÚMERO 179)
TDELA manhã cedo — quási
tôda a gente a bordo se
levanta.cedo—foi a maior
parte dos passageiros acordados
pelos gritos de terra à vista, que
provocou grande alarido e con-
tentamento, o que geralmente
acontece depois de ter andado
por entre céu e água.
Efectivamente, pelas 6 horas
da manhã, a ilha de Porto Santo,
que Bartolomeu Perestrelo desco-
briu em 1418, que uma tempes-
tade desviou da costa de Africa
e fez com que casualmente a des-
cobrisse, apresenta-se-nos à vis-
ta. E? uma ilha de reduzidas di-
mensões e muito pobre, quási
despovoada, O centro populacio-
nal mais importante é a vila de
Porto Santo e poucas casas mais
dispersas pela ilha, cuja popula:
ção é composta na sua maioria
por pescadores. Daqui ao Fun-
chal, primeiro porto da escalado
«Niassa», são quatro horas e em
dias de boa visibilidade pode
ver-se a ilha da Madeira como
também o grupo das três ilhas
chamadas Desertas
‘Mais algum tempo decorrido e
eis que nos surge a Rainha do
Atlântico, na imponência do seu
Pico Ruivo: com 1847 metros de
altitude. A” medida que nos apro-
Ximamos, os contôrnos da ilha
desenham-se melhor, tornam-se
mais nítidos. Entre Porto Santo
e a Madeira passa por nós o pri-
meiro vapor, que segue com ru-
mo’a noroeste, um’cargueiro de
que não soube a nacionalidade.
O «Niassa» está já a dobrar a
Ponta de S. Lourenço e logo
noss urge a vila de Machico
e uma infinidade de casas
dispersas pela encosta da ilha
verdejante. Pouco depois apare-
ce-nos o Funchal, capital da Ilha
da Madeira, que partindo; da praia,
que forma a enseada se estende
pela montanha acima em forma
de anfiteatro. A ilha da Madeira,
que tem fama mundial, não só
pelo seu clima como pelos seus
vinhos, bordados e indústria de
vime é muito frequentada pela
navegação de turismo que anda
em cruzeiro. São 10 horas e o
«Niassa» lança ao mar a sua pe-
sada ancora. Imediatamente: o
navio é rodeado por inúmeras
embarcações que trazem para
vender os bordados, mobílias de
verga, frutas e uma infinidade.
qa buzigangas.
Nalgumas embarcações vêm
garotos que nadam como peixe
e apanham com uma agilidade
extraordinária as moedas que-se
atiram ao mar, ainda mesmo a
distância. «Senhorzenho», atire
uma ‘corôa, clamam êles lá do
fundo da fragil embarcação, mas
se lhe atirarem uma moeda de
cobre não se mechem de onde
estão e “raro se enganam, facil-
mente as reconhecem na água,
ao seu “olhar de lince. Por um
escudo sobem ao navio-e atiram-
«se da ponte do comando ao mar,
num belo salto que faria inveja
aos campiões de natação, São
também capazes de mergulhar e
passar por debaixo do navio apa-
recendo do outro lado, mas para
isso tem de ser «dobrada a pa-
rada» em consequencia de reque-
rer maior folego e esforço físico
e por conseguinte, o risco ser
maior.
Os passageiros, mal o navio
fundeou ferro, lançam-se quási
todos em terra em visita à cidade
e arredores. Realmente a ilha é
digna de se ver mais pelas suas.be.
lesas naturais que monumentais.
A tipica tipoia ou machili e os
carros de bois sem rodas, já quási
desapareceram para dar lugar aos
transportes mecânicos.
No porto está apenas o vapor,
«Carvalho Araújo», atracado ao
caes em construção e em conse-
quência da guerra europeia o
porto é raramente visitado pela
navegação estrangeira e disso se
queixam os madeirenses que vi-
vem quási exclusivamente do
turismo. Uma vez em terra for-.
mam-se grupos que em automó-
veis percorrema cidade eos pon-‘
tos de maior beleza. O Monte e |
Terreiro da Luta, este a mais dé
mile quinhentos metros de altura,
são dignos de se ver pelo des-
lumbrant> panorama que dali se
disfruta. A estrada que vai ser-
penteando pela encosta acima,
oferece seus perigos e é neces-‘
sário ser-se bom volante e ‘co-
nhecer bem o terreno, deparan-,
do-se a cada passo com enormes
abismos e precipícios capazes de
fazerem pôr os cabêlos em pé a
um careca.
conhecem aquilo como os seus
dedos, estão no seu elemento,
como o pato na água,
( Continna)
FESTA ESCOLAR
Foi inaugurado c posto
de ensino do Carvalhal
Rundeiro
Perante numerosa assistência
inaugurou-se, no. pretérito dia
20, domingo, o posto escolar
duplo do. Carvalhal Fundeiro,
freguesia do Troviscal, já fre-
quentado por mais de 30 crian-
ças, de. que é regente asr.?.D.
Aurora Levita Serta.
Houve sessão solene, a que
presidiu o Rev.º-Manoel Martins,
pár-co do Troviscal, secretariado
pelos; srs. Carlos: Joaquim Matias,
presidente: da Junta e- João da
Cruz, regedor. Usaram da pala-
vra o sr. Delegado Escolar no
concelho, professor António Lo-
pes Manso, a regente do posto e
a professora do Troviscal sr.”
D. lida Afonso, que, em caloro-
sos termos, fizeram a apologia
da Escola Primária, base orgâni-
ca da sociedade e salientaram o
seu papel importantíssimo, não
só sob o ponto de vista da ins-
trução, mas principalmente na
sua função educativa, que assen-
ta-sôbre os princípios da moral
cristã.
‘As palavras dos oradores ex-
teriorizaram um: bem compreen-
dido contentamento pela fundação:
do posto do-Carvalhal Fundeiro,)
que representa a melhor manifes-
tação de progresso espiritual da
freguesia do Troviscal, visto con-
tribuir, em alto grau, para o de:
senvolvimento das crianças de
uma área bastante populosa. Del
resto, a freguesia do Troviscal
‘ bem merece das entidades oficiais
todo o auxílio e carinho «e tem
direito acolocar-se a-par-das mais
progressivas do concelho da
Sertã.
A’ assistência dispensou uma
entusiástica ovação aos oradores,
‘erguendo-se, no- final vivas ca-
lorosos:- ao – Estado Novo e aos
srs. Presidente da República: dr.
Oliveira Sal:zar e Ministro da
Educação Nacional.
À’ºs crianças foi oferecido um.
abundante e bem confeccionado
lanche e às visitas serviu-se um
explêndido jantar.
Foi uma bela festa, que deixou
as mais gratas recordações e tra-
duziu o enorme régosijo da boa
gente do Carvalhal Fundeiro e,
de um modo ger 1, o de tôda a
freguesia, ficando as crianças con-
tentíssimas e os convidados op-
timamente impressionados com
a recepção amável: e franca.
Este número foi visado pela
Comissão de Censura
de Castelo Branco
+» -mas os motoristas,
Congresso Beirão
Como se sabe, é em Viseu,
capital da Beira Alta, que nos
dias 16, 17 e 18 de Setembro do
ano corrente, se realiza o To
Congresso Beirão.
Conforme dispõe o artigo 2.º
do Regulamento publicado, o:
objectivo do Congresso é:
<a) iomentar, fortalecer, ani-
mar e orientar o espírito regiona-
lista beirão num superior sentido
nacionalista e tradicional; –
b) estudar, discutir e definir
as necessidades, directrizes e as-
pirações materiais, espirituais e
culturais dos povos das Beiras,
procurando estabelecer é formu-
lar a melhor e mais adequada
solução dos sets problemas eco-
nômicos, sociais e de espírito;
c) procurar reiinir e congraçar
todos os “antagonistas locais e
divergências. de opinião num
CERA caapamn destas»
Literatura
SONETO
Senhor! Que amor de filha tu
dá lhe a virtude por amparo €
e destina também, ó
nobre espírito de perfeito enten- |
dimento e solidariedade da | gran-
de família. beirõa: em mira ao
bem comum, e como base po-
tencial de realização das justas
aspirações das Beiras:
d) atrair e congregar num ele-
vado espírito deregionalismo e de
amor da Pátria todos os beirões
nativos ou descendentes de bei-
rões esparsoôs no Império, ou em
país estrangeiro»…
Nestas linhas. se éncerra o és-
bôço de um. plano de extraordi-
nária importância para a casa
regionalista, que, a cúmprir-se,
a Ae é haver. boas vonta-
it as, Ns fe.
a “à Casa daô Bins â
orientação do Congresso. Isto
quere dizer qre lhe está assegu-
rado o melhor êxito, mas para
que os restiltadcs se patenteiem
ou se tornem palpáveis em tôda
a evidência, para que as Beiras
obtenham à plena realização das
suas aspirações é’ preciso que
todos os beirões — designada-
mente aquêles que, pelo seis sa-
ber, actividade, influência e me- |
recimento, desempenham papel
preponderante nas’ letras, ciên-
cias, comércio, indústria e agri
cultura — tomem parte nessa As-:
sembleia, levando para-ela uma
firme e resoluta vontade de co
laborar com ‘lialdade, capacitan-
do-se de que a discussão serena
dos problemas ique’sé apresen-
tem, ‘ conduz, inegavelmente, “a
um resultado positivo dan
abrindo se perspectivas favórá-
Inhecida e a consciência dir
veis à sua solução.
Há tanta coisa por fazer nas
Beiras!
Aldeias que não têm escolas
-aonde faltam: uma
| simples estrada a ligá-las à sede
primárias,
de concelho, uma modesta:fonte,
um. comezinho posto de soçor=
ros médicos; sedes de freguesia
sem estação. postal; sem telégras
fo e sem telefone!
Tudo isto, absolutamente tudo,
se pode conseguir. –
O Congresso de Viseu não
tem outra finalidade se não a-
poiar tôdas as reclamações e tô-
das as aspirações justas ou-legí-
timas que lhe apresentem.
A Casa das Beiras, como a
mais representante das nossas
Províncias, conhece bem as ne-
cessidades com. que elas lutam,
esforça-se, agora, por ouvir as,
vozes das nossas térras, auscul.
tar ds suas aspirações para, em
ter pô. oportuno, advogar, junto
[dos Poderes Públicos, uma cau-
sa que é de interêsse: geral e, por
con eguinte, da própria Nação.
Demos pois, ao” Congresso
tôda a nossa melhor e mais in-
teligente e decidida colaboração.
para que as Beiras venham a
ocupar, rapidamente, o logar de
honra a que têm direito entre as
mais ricas e progressivas do País,
Assim, -cumpriremos o nosso |
dever, mostrando, às demais Pros |
víncias, que o regionalismo não |
é para nós, uma expressão vazia |
de sentido; que ela condensa um
feixe de’ energias e dos maís
nobres e alevantados ideiais e
sintetiza uma. forte vontade: de
Acorda cedo como os passarinhos
e vem logo direita à minha cama;
sacode-me com jeito, por mim chama
e abre-me os olhos com os seus dedinhos.
Estremunhado, zango- me: — Beijinhos,
“não quer beijinhos ? com voz de ouro exclama.
“Da minha ira empalidece a chama,
e acarinhando à pago os seus carinhos.
me deste!
Dá-lhe um caminho brando é sem abrolhos,
guia;
Pai celeste,
que a mão com que ela agora me abre os olhos,
seja a que há-de fechar mos algum dia!
EUGENIO DE CASTRO
N otas 2 lápis
– (Continuação)
QHEGARAM a Lisboa os ve-
lhos colonos, aquêles por-
tugueses quási esquecidos e
ignorados que têm dado o me
lhor do seu esfôrço, em anos
de porfiada e rude luta, ao efi-
grandecimento dos territórios
do Ultramar.
Foio Govêrno, compenetrado
do que valem êsses obreiros
do Império, que se lembrou —
felicissima lembrança ! – de os
trazer’à Mãi-Pátria, que O set
coração jamais esqueceu-—ain-
da nas horas mais amargas
da existência — para lhes ma-
nifestar todo o carinho e admi-
ração, para lhes mostrar tôda
a renovação material e moral
não esquece, anca, 4
heróis homildes.
do visitarem a aldeia Galo
que emoção profunda, que es
tranha volúpia não devem sen-
tir! Recordarão a meninice
descuidada e alegre, os com-
|panheirosde infância e os pais
| gue Deus há muito “chamou a
Sa 8!
Sombras do que foram, des
pois do rodopiar de tantos
distantes, icompreendem, ago-
ra, que a Pátria lhes foi reco-
lhesá que o melhor prêmio
do sen esfórço é a satisfação
do dever cumprido.
E ao despedirem-se, para
sempre, da pequenina aldeia,
vagidos, duas lágrimas furti-
vas brotarão de seus olhos,
humedecendo suas faces tisna-
daspelo: sol dos trópicos.
Lá, ao longe, nas plagas ar-
dentes, espera-os a família,
que: os pioneiros criaram a
vila ou cidade que êles ergue-
rampara-maior honra e glória
de Portugal.
gpa
Comemorações Centenárias |
| “Conforme notícia noutro lo-
gar, realizam-se, no próximo
domingo, na Sertã, solene Te-
«Deum: na igreja matriz, às 11
horas: e Sessão solene. no Salão
Nobre dos Paços do Concelho,
às 16 horas, tendo o sr. Presi
denté da Câmara convidado, para
assistir, as entidades oficiais e a
população
No dia 4 será hasteada a Ban.
deira da Fundação no edifício
dos Paços do Concelho e nas
escolas oficiais da Vila, com a
comparência de todos os alunos
que as freqienta v e autoridades
eta g) se
Quere fazer melhor venda dos
– artigos do seu comércio
Gastando uma insignificância,
pode – anunciá-ios na «Comarca
ida Sertão. |
dêste Portugal abençoado, quel
anos de canseiras em ‘terras;
“onde soltaram “os primeiros,
e produtos da sua indústria?
À vida dos pequenos Franceses
algures em França
Foram reservados 16 distritos
aos evacuados parisienses e da
Alsácia e Lorena e cinco outros
estão já preparados para receber
as’ crianças do Norte da França,
distribuídas por êstes distritos
em números que vão de 20.000
a 70.000; se incluirmos aqui as
crianças que se encontravam no
campo já, a quando do início
das hostilidades e as que para
lá foram mandadas no princípio
de Setembro, temos um total de
265 000 crianças de PARIS já a
viverem no interior da França e
com os seus estudos devidamen.
te organizados.
Actualmente, porém, estão ain-
evacuadas, pois as restantes vol-
Jentanto, tudo ficou organizado
de modo a que, quando neces:
sário, sem: precipitações nem
contusões, estas crianças retos
mem o caminho do campo. Para
se ocuparem das crianças refu-
‘giadas para a província foi cria-
‘do um pequeno mundo de orgas
nização: além das professoras
oficiais, 8.0C0 visitadoras e 1.500
assistentes sociais cumprem esta
grande obra organizando várias
comissões compostas geralmens
te dum médico-chefe, de cinco
assistentes, de enfermeiras, car=
ros sanitários e para transporte,
etc.
Calcula-se o esforço necessá-
rio para manter estas comissões,
‘uma para cada distrito, e cus-
tando cada uma au Estado mais
‘de 30.000 francos mensais. A
questão dos refugiados é na ver-
dade, importantíssima: tratasse
de prover a cinco necessidades
primordiais e que dizem r spei-
to às crianças evacuadas ainda
mais que aos adultos: saúde,
| hospitalidade, instrução, vestuá-
rio, alimentação, e cada uma
destas questões, como se calcula,
súub-dividese noutras. Cada
|orianes que chega a êstes refiú
gios de camrpo é sujeita a uma
milnuciosa observação médica. *
“Nêste momento funcionam em
| tôda a França 400 centros de re-
fúgiados para um número .de
crianças que excede 20.000, isto
em 220.000 refugiados. Êstes
magníficos centros, todos insta-
lados no campo, em antigos hos-
pitais ou conventos, em velhas
moradias senhoriais, castelos,
etc., são uma interessantíssima
realização social. Acrescente-sê
ainda que muitas crianças são
evacuadas acompanhadas de suas
máis e a estas dá-se em geral
um subsídio, quando lhe é im-
possivel arranjar trabalho ou
qualquer meio de subsistência.
A França, em guerra, tem reali-
zado, assim, uma obra intensa
em todos os domínios da acção
social e cívica.
CLAUDE ALAIN
da na Província 165000 crianças:
taram para suas casas em vista
“ | da calma da situação militar; no
Elia
NPR SG O AM DES DN