A Comarca da Sertã nº139 22-04-1939

@@@ 1 @@@

 

AVENÇADO

DR. JOSÉ

 

– DIRESTOR, EDITOR

Esuando DParata da J tlva Creta
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
RUA SERPA PINTO-SERTA?

 

 

FUNDADORES
DR. JOSÉ CARLOS EHRHARDT
DR. ANGELO HENRIQUES VIDIGAL

ANTONIO BARATA EsSILVA

EDUARDO BARATA caSILVA CORREA

“e

ra cai quai

arm mo penõça,

BARATA CORREA E SILVA

 

E PROPRIETARIPUBLICA-SE AOS saAaBADOS

 

ANO tl
N.º 139

ERRO Sc EE

Hsbdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca da Sertã: concelhos de Sertã,
Oleiros, Proença-a-Nova e Vila de Rei; e freg

gesias de Amêndoa e E

 

EE SERA

 

SAE RE
PER Te nz pac

 

ardigos (do concelho de Mação )

Em pe e Impresse
: NA
o GRAFIGA DA SERTA

sa e

 

Largo do Chafariz
SERTÃ

 

.22
Abril
1939

 

 

 

 

tas…

 

 

próxima visita de sobera-

«ma do ilustre Chefe

do Estado às Colómias de Moçam-

dique e Cabo Verde, tem desper-

tado o maior interêsse eum em

tusiasmo imexcedível, prova da

grande dedicação que os portu-

gueses nelas residentes sentem pe-

la prestigiosa figura do Senhor
Presidente da República.

Essa viagem tem um signifi-
cado altamente patriótico e muito
especial neste momento de grave
crise internacional.

E assim, S. Ex.º, receberá dos
colonos, pioneiros de Portugal,
as homenagens mais sinceras €
calorosas, em manifestações de
puro sentimento nacionalista, tor-
nadas sumamente grandiosas pr-
lo espontâneo entusiasmo dos ne-
gros, que à sombra da Bandeira
das Quinas sentem a proeao
altamente benéfica de Portugal,
reconhecendo quão grande é a

 

n lizaçã e | por.
ápios ba ustiça, a
Igualdade, a Moral e a dignida-

de da pessoa humana.

Dezenas e dezenas de telegra-
mas, pequenos no seu conteúdo,
mas elogiientemente expressivos
e ma sua significação, tem recebi-

doo sr. Ministro das Colônias
das mais diversas entidades das
duas possessões, traduzindo o
imenso júbilo da população.

Entre éles seja-nos permitido
transcrever um, que deve ter cau-
sado desvanecimento no País.

«4 Liga Nacional dos Negros
Portugueses da Colóma de Mo-
cambique, interpretando o rego-
sijo dos seus associados e suas
delegações, pede a V. Exº a
honra de transmitir ao Senhor
Presidente da República a gran-

“de satisfação dos negros pela vi-
“sita a esta colónia e apresenta a
S. Ex? saúdações.»

rt

POS muitos dias de chu-
va incessante vieram
outros de calor, magníficos de
sol, darecendo que desta feita é
que a Primavera, fecunda e cria-
dora, se assenhorou do nosso he-
masfério, escorraçando para lon-
“geo inverno, rispido, nclemente
e ameaçador, immigo dos pobre-
-ginhos, a quem faz passar sofri-
mentos sem conta.
dprestadas as terras para as
– cnlturas, vão agora de enfiada
as últimas sementeiras. E lá para
o estio, o lavrador, impando de
contentamento, vendo voltar a
furtura, encherá os celeiros de
milho, de centeioe do trigo loiro,
os desvãos da casa de apetitosas
batatas, uns e outros regor gitan-
do até não poder mais.
A Natureza, pródiga, recom-
— pensará os seus sacrifícios e can-
– Seiras.
o | Por êsses campos as boninas e
* osmalmequeres abrem suas mi-
mosas corolas para o sol, em es-
tranha languidez. As andorinhas
voltaram e começam a fabricar,
– com jovialidade e ternura, os m-
“nhos, seus lares de afectos; « os
grilos, metidos nas tocas, fazem
Ouvir o seu melódico cricri, |

 

 

 

 

 

 

veria prolamação do Chefe do Esta

Fez no passado dia 15 onze anos que foi proclamado Presiden-
te da República o sr. General Antônio Oscar de Fragoso Carmona,
data que não foi olvidada por todos os bons portugueses, pelos
portugueses de boa vontade, que votam ao Supremo Magistrado da
Nação a maior veneração e o mais prefundo respeito, que lne vêm
não sô da alta posição do seu cargo, mas sobretudo e muito espe-
cialmente pelas qualidades que exornam O seu espírito, a sua fi-
gura austera e excelsa, dotada dos sentimentos maisnobres eele-
vados, de bondosíssimo coração, tam grande que todos nós senti-
mos os eflúvios da sua magnanimidade.

Sob o impulso do grande chefe, Portugal readquiriu o perdi-
do prestígio internacional, olha ufano paraa grandiosa obra de
restauração operada em todos os demínios da vida nacional, sen-
tindo-se encorajado para prosseguir sem desfalecimento no ca-

minho do engradecimento, que tem por lemas a Verdade, a Ordem e.

a Justiça. o

«A Comarca da Sertã» rende as suaS humildes, mas nem por isso
menos sinceras, homenagens ao Senhor General “Carmona, fazendo
votos por que Sua Excelência se conserve, por felizes e dilatados
anosizà frente dos destinos do Império.

FREGUESIA DO PESO
E
Notas Várias.

 

 

 

do das alegrias estranhas como suas próprias.
O camponês do Pêso vota à terra que culti-
va e lavra o maior disvelo e dela procura ti-
rar O suficiente para prover às suas neces-
sidades e da família, a quem dedica entra
nhado afecto; nem sempre a terra, por po-
bre, corresponde à s sevs socrífícios e não
rara» vezes se vê em sérios embaraços para
satisfazer os seus outros mais instantes encar-
gos, como os impostos, tam certo que é que
o milho, o vinho e o azeite têm hoje fraca
cotação nos mercados, .

O pobre e honrado camponês lã vai tri-
lharwlo sossegidamente o caminho da sua

(Contiuua na 4.º pagina)

A” estamos na aldeia do Pêso, que a
nossos olhos é dado admirar, emmol-
“durada de exuberante vegetação,
“frondosos pinhais e olivedos, que

são a sua riqueza, o indice da abas-

tança da sua gente, sóbria e mr-des

ta no viver, apegada à leiva desde o nascer
ao pôr do sol, rindo e cantando, conformada
com a sorte que Deus lhe deu ou carpindo
as mágoas que uma vez por outra vêm ente-
nebrecer a sua existência doce e tranquila;
gente nobre pelo coração e pelo sentimento,
a sua fidalguia exterioriza-se na dedicação e
amisade que a une, s:ntindo como seus os
males e sofrimentos alheios, compartilhan-

 

 

 

Pêso Ee Vista parcial

 

€,

…a lápi

 

 

(O) naturais da freguesia da

Cumeada residentes na
cabdital-—cerca de 30 pessoas que,
na sua maioria, se dedicam ao
“comércio—vão, no próximo dia
de Maio, reúnir-se em almoço de
confraternização, pretexto, muito
legítimo e louvável, para se dis-
cutirem problemas que se rela-
cionam com a vidae progresso
da sua freguesia.

Muitos e complexos são tais
problemas, ainda mesmo aqueles
que sejam, à primeira vista, nbser-
vados por um prisma de puma
banaldade; a maior parte déles,
quási todos, só pela acção comum
dos seus naturais poderão ser
resolvidos, pelo menos com u pres-
teza desejada.

Estrada para a sede do con=
cclho, canunhos ligando as po-
voações entre si, abastecimento
de águas econstrução de marcos.
fontenários, fundação de um pose
to de socorros e possivelmente a
criação de alguns postos esco-
lares, são matéria mais que su-
ficiente para constituir um capi-
tulo das aspirações legitimas da
população da Cumeada, reconhe-
cidas como indispensáveis e que
resignadamente vêm sendo espe-
radas há tantos anos.

E” provável queos naturais da

Cumeada residentes em Lisboa
possam alguma coisa fazer em
denefício da sua terra e só temos
Cia nos regosijar com isso; não
hes falta o bairrismo preciso;
nem tão pouco desconhecem as
dificuldades existentes, que sé
podem vencer com dinheiro, sim
mas especialmente com pertinácias
com método e com o concurso
unânime de todos, moral e mas
terial, dos mais pobres aos mais
ricos,

Agradecemos à comissão orp
gamizadora do almoço de confrgs
ternigação — nossos amigos sra,
António Nunes, Eugénio Fari
nha e Jacinto Pedro—o convite
que nos fez para que, na simpás
tica festa, tome parte o represeno
tante déste jornal na capital, de-
Sejo que muito nos apraz satis
fazer e fazemos votos pelo bom
êxito da reiúnião, colocando-nos à
disposição da ilustre comissão
para a auxiliarmos nos seus es-
forços, que merecem a nossa mais
franca aprovação.

o,

OTOU-SE no mercado de

sábado passaao a pou-

ca abundância de alguns géneros

de maior consumo e o preço ex-

cessivo de uma grande parte dê-

les, designadamente peixe e ba-
tata. es

900000bGa AnAnnannDDcovocso00baDunoco

Este número foi visado pela
Comissão “e Censura

 

de Castelo Branco

de Castelo Branco

 

@@@ 2 @@@

 

* – titúem o recheio do referido

A COMARCA DÃ SERTA

 

 

 

ANUNCIO

(1º Publicação)

Por êste se anuncia que no.
dia 30 do corrente mês dé
Abril, pelas 13 horas, no es-
tabelecimento do falecido Jo-
sé Ventura, sito na rua Can-
dido dos Reis, desta vila da
Sertã, vão ser vendidos em al-
moeda, os objectos que cons-

estabelecimento, e que; não
foram vendidos na primeira
praça, penhorados na acção
de extracto de factura em que
são Autora : Dias, amado, &

Compauhia, Limitada, firma |:

comercial com sede na cida-
de do Porto, rua dos Clerigos;
numero 84-98, e rés: D. Ade-
laide Maria da Conceição Cos-
ta Ventura, viuva, e suas fi-
lhas Gabriela da Conceição.
Ventura e Antonieta Cristi-
na da Costa Ventura,
ras, moradoras nesta vila. Os
referidos objectos vão pela
segunda vez à praça e por
metade dos seus valores.

São por este meio citados
quaisquer credores incertos
para assistirem à almoeda,

Sertã, 18 de Abril de 1939:

Ro
O: pe 1º Substituto,
Carlos Martins –
“OChefe dazº Secção,
Angelo Soares Bastos

ALB:NO LOURENÇO DA SILVA
ADVOGADO ‘

SERIA

 

 

 

) [Rr
ENSÃO
TOMAR

 

 

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Sertã
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“. ro-de calçado; Ex portador de |

«mecalçado para: as Colonias .
e principais Cidades ‘
do Continente

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uma nova carreira, além da que já está estabelecida entre Lisboa — Alvaro & vice versa

 

AOS DOMINGOS ÁS SEGUNDAS FEIRAS

SAIDA DE LISBOA 6-304 SAIDA DE ALVARO 15-40
Chegada a Santarem | 9-154 Chegada ao Cesteiro 15-50
ts » Sertã 16-55
p Sada 9- -20 À Saida 17-30

2 erie 10-00 » Sernache 17-50

» Torres Novas 10-35 Saida 18-00

5 Tomar 11-20 » Ferreira do Zezere 18-55

o Ferreira do Zezere 11-00 o pe age a
|» – Sernache 13.00 » Torres Novas 20-25

» Sertã 13-20 » Pernes 21-00

– » Santarem 21-40

us EO >» Cartaxo 92-10
» | Cesteiro 15-05 » Vila Franca 23-10.

>» . Alvaro. 15-15 » Lisboa 0-10

 

é

Forám estes horários estabelecidos de harmonia com as necessifades da região, evi-
tando assim um menor dispendio de tempo às pessas queos seus afazeres chamam à Cani

“Ital, pelo que esta jtiáia espara qua 03 3243 qlaatzs cosrispandum davi mt gata,

não deixando de utilizar os sesru acros.

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q Hospital Parcial (do lado da Ribeira Grande)
g a (tirada do Castelo) Praça da República

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Tomar -. 9,50 0,10 19,00Tomar . : 15,30 0,10 15,40 | Sertã . . =. 730 10,30 7,15 Gestairo o 1915 us 19,20
Torres Novas. 10,50 0,05 10,50] Ferreira de Zezere . 16,20 0,10 16,30 | PivoaZR. gerdeira. . . 18,20 0,05 18,25 pleiros ms JO 00 as

Santarém 12,15. 0,20 12,351 Zernache do Bomjadim. 17,10 0,10 17,20 Ramalhos qu 18,40 0,05 18,45 AS 2.º E SEXTAS FEIR. AR
Lista . 15,80 — — [ti . o. . 0. 1740 — — PeirigamPeumo. . . 19,00 — — Inigiros Cn 6.00
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NÃO SE RFECTUA AOS DOMINGO Atsâmio.C. 6)5 005 690

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CAMIONETES ENCARNADAS—A «Companhia de Viação de Sernache La,
responsabilidade: de todos OS Seus serviços,

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A’S TERÇAS E SABADOS |.

 

@@@ 3 @@@

 

Homas O Minis franós da Comarca

O cão é t’lvez o animal que me-
lhores admiradores ronta. Vclha a
verdade que ele tem feito e faz todo o
possivel por bem merecer essa admira-
ção.

– Um desses amigos e d s mais devo-
tados, foi Schopenhauer. Ao cão chama
ele «o unico amigo do homem, tendo
um previlegio sobre todos os outros
animais, um traço que o caracterisa: o
movimento da cauda, tão benevolo,
expressivo e profundamente honesto.»

Schopenhauer não duvida pôr em
confronto o homem com o cão, estabe-
lecendo para esie o pouto mais favora-
vel, aliàs dentro de justiça.

Acha que a maneira de saudar dada
ao cão pelo natureza, estabelece um
interessante contraste, sempre a favor
daquele, quando se compara com as
revere icias e horrorssas caretas que os
homens trocam em sinal de delicadeza

Sabeudo-se que os sentimentos que
mais intensamente nos agitam se
traduzem pelas expressões do rosto,
compreendido fica evident:mente que
ao passo que o homem demonstia
algumas vezes sinais de que faz sau-
dações exteriores» duma fôrma e sente
interiormente doutra, o cão, e porsen-
tura outros ani ais, não o fazem senão
por uma unic: manera, e esta, rwman-
do á letra o que diz Schopenhauer, e é
facil verificar, indica apenas a mani-
festação daquele sentimento de -impatia
de queos homens fazem tanto alarde ..
e tão pouco usam nas relações entre
si, e deles para com os alimais.

Dois factos, entre outros, a dar
razão a Schopenhauer: No bairro da
Estrela, em Paris, existia há tempo um
«poil-ras» negro cujo dono era vende-
dor de jornais. Dích, assim se chamava
o auimal, corria pelas avenidas e ruas
proximas do Arco do Triunfo carre-
gado com os periodicos, de que fazia
uma perfeita distribuição a todos os
fregueses. Nunca se notou o mais
pequena engano ou confusão no predio,
andar ou porta. Nada o distraia do
seu mester. Mais dum vez foi posto á
prova mesmo experimentando-se a su:
gulodice, mas nada se conseguiu. Era
um honrado eescrupuloso trabalhador.

Refere Plutarco, o autor das «Vidas
Paralelas» que viajando Pirro encon-

trou um cão guardando o cadaver do.

dono. Estava alí havia três dias. Pas-
sando uma revista, notou que o cão
avançava para um grupo de individuos
ladrando furiosamente. Suspeitando
que fossem eles os criminosos mandou
que os prendessem vindo a obter-se
“a confissão do assassinato.
* «L’ Ami des Animaux» de agosto de
1922, insere uma carta dirigida a uma
senhora zoofila pelo agente de policia
que assistiu á queda violenta dum cão
no rio que passa em S .int Jean (Suissa)
e foi salvo corajosamente pelo sr.
Grandjean, pois o animal, tendo-se
ferido nas quatro patas, estava impos-
sibiitado de nadar e numa situação
dificilima.

Não deixa de constituir um bom
exemplo da cultura moral do povo
suisso, este facto dum homem ir em
socorro dum cão. Verdade szja que com
isso não fez mais do que uma modesta
retribuição do muito que em casos
semelhantes os cãis teem feito em be-
neficio dos seres de dois pés. Nem
sempre porem o homem costuma ser
grato ao animal, facto que, graças a
Deus, se não deu com o cão em refe-
rencia, pois, segundo velato da mesma
carta, durante toda a tarde do dia em

* que o acontecimento se produziu, o
animal não deixou nunca o seu salva-
dor. Esteve constantemente a seus és
como que para lhe testemunhar o seu
grande reconhecimento. a

“is Silvins

E

“Dos automobilistas

Se tem amôr à sua vida e
respeita a vida dos outros…

— Siga sempre na sua mão
senão…

Não faça ultrapassagens
imprudentes que lhe podem
custar caro.

— Conduza com atenção
porque o seguro não lhe dá
uma vida nova.

—Seja cortês porque há
sempre quem seja capaz de
não tolerar inconveniências.

—Não tenha pressa…
porque chega primeiro e sem
passar pelo hospital.

— Quem meavisa…

(Do «Automovel»)

800000000000 900004004000 0000000020006

– Carreira de camionetas de
passageiros

A’ Companhia de Viação
de Sernache Limitada foi con-
cedida a exploração da car-
reira-regular de comionetas
de passageiros entre Sertã e
Proença-a-Nova.

N

No

 

 

 

 

 

(N9TISIARIO DOS NOSSOS CORRESPONDENTES

VALES DE CARDIGNS, 5 — Tendo constado que os
professores desta localidade, sr. António da Costa Cruz e D.
Maria da Giórii Ramires Vasques Mendes, iam avandonat
esta povoação por motivo Je concurso para outias escolas,
acabam os sus habitantes e os do Carrascal que também
pertencem á mesma àrea escolar de promoverem um
ficativa e comovente manifestação de agradecimento- pelo
interesse dispendido não sô a favor da educição e instrução
de seu: alunos mas tambem pelo projesso e bem estar

deste povo.

Ao mesmo tempo aproveitou-se a oportunidade de lhes
solicit:rem a desistencia do concurso pois a sua saida desta
terra redundaria num lamentável prejuizo para o ensino
visto que o cancro do analfabetismo presentemente está

aqui extinto dzvido a s szus esforços.

Em facz deos srs. professores ter-m prometido, « m fa-
c« das instantes suplicas dos seus habitantes», desistir do
concurso o povo manifestou-se entusiasticamente subindo
ao at alguns morteiros em si al de regosijo.

— Chamamos a atenção de quem de direixo para o estado
verdadeiramente lastimeso em que se eacontra a escola do

sexo feminino,

O Travejamento apodrecido pela infiliração das aguas,
pode de um momento para o outro ruire tombar sôbre as

signi-

Lisboa.

lhinho

Páscoa, a distinta
Rosario Carronda,

 

tratando-se de um edificio particular e situado num lu-
gar improprio, achamos muis viavel que o dinheiro gusto
nêste se aplicasse na construçio de uma nova escola, que
poderia ficar perto da do sexo masculino. Oxalà o nosso al-
vitre possa ter muito brevemente uma ‘ solução satisfatória.

C
SD
EO

PEDROGÃO PEQUENO, 1)-—-Com sur mãi estiver im em
Lisboi as Sr2º D Dulce dos Santos Medeiros e D. Angela
los Sintos Medeiros.

—Encontram-se nesta vila os srs, Capitão Raul Ferreira
Vidigal, esposa e filhos e Verissimo Duarte Xav-er, de

Retiraram para Chaves, o Meritissimo Juiz daquela
comarc, sr. dr. João Barros Morais Cabral, esposa e fi-

– —Regressou de Castelo Branco, onde passou as férias da
professora desta vila, Sr.º D, Maria do

 

 

crianças que fr quentan a escola e sôbre a sua professora. C.
A “o g . . – oa DO 03 9a og, e]
Gâmara Municipal do concelho | Igreja Matriz da Sertã [UA Aa
, D E 3
de Oleiros ‘ AGENDA:
Para as obras da nossa 8 dec ON 3
Nas últimas sessões ordi- | Igreja Matriz recebeu a Co-| US CS US CS CS Va?

nárius, foram tomudas as se-
guintes deliberações :

1.º—Que, atendendo à gran-
de conveniência para a ela-
boração do imposto de pres-
tação de trabalho, s: alteras-
se a tarifa de remissão dêsse
impôsto, aprovada em sessão
de vinte e dois de Dezembro
do ano findo, para os seguin-
tes preços: por cada homem
válido de 21 a 50 anºs de
idade, 5800; por cada carro,
carrêta ou carruagem, 15800
e por cada animal de carga,
tiro ou sela, 7850.

2º-—Fixar para metade os
preços das taxas determina-
das na Tab-la VII anexa ao
Codigo Administrativo (licen-
ças de construção).

3.º-—Revogar a deliberação
desta Câmara, tomada em
sua sessão ordinária de 22 de
Dezembro ultimo, relativamen-
te às taxas anuais dos cáis,
quer sejam de luxo, guarda
ou caça, as quais passam a
ter, desta data em diante, o
preço de 5800 (taxa para a
Câmara).

4º– Adquirir-se pira a Se-
cretaria desta Câmara e Sala
das Sessões, ficando desde já
autorisado o pagamento da
importância do seu custo,
cinco esciriadores.

5.º-—Estabelecer, segundo o
n.º 3.º do art.º 47.º do Código
Administrativo o exclusivo
de fornecimento de carnes
verdes para o dar de arre-
matação, em virtude d:se,
reconhecer que, dêsse modo
favorece muito mais vanta:
josamente, os interêsses dês-
te Município e do público,

6.º—Mandar proceder ao
consêrto dos candeeiros de
iluminação pública desta
vila.

1º—Obrigar á aplicação de
taipais ou caixas nos carros
condutôres de estrume,

8.º—Impedir «jue se raché
lenha nas ruas públicas.

9.º— Proibir a vagueação de
galinhas pelas ruas.

10.º—Obrigar todos os
donos de tabernas e casas de
pasto que pretendam estab.-
lecer-se com êsse ramo de
negócio, a proceder ao respê-
ctivo licenseamento, de har-
monia com o preceituado na
Portaria n.º 6.065, de 30 de
Março de 1929.

11.º— Autorizar vários paga-
mernitos.

12.0— Balancete relativo à
semana finda em 25 de Março
corrente, acusou um saldo
nos seus cofres da quantia
de 35.634$14.

Oleiros, 31 de Março de 1039.

 

missão do Culto Católico as
seguintes importâncias: «lo
sr. Capitão José Joaquim
Lourenço, de Tomar, 50800,
do sr. Luiz Inácio ?, Cardim,
desta vila, 10800.

DDGDDRIDADOo 00000 a00000 Juno. onouoo

ACIDENTE

Informam do Pêso que Ana
de Oliveira Braz, casada, de
10 anos, ao passar um ri.
beiro, denominado Cambrim,
caiu, fracturando as costelas
e ficando com contusões, ten-
do sido socorrida por sem filho
Abel da Silva Braz.

0000/0000000 d00000060000 000000000000

Interêsses regionais

Pelo Fnndo dos Melhora-
mentos Ru.ais concedeu o sr,
Ministro das Obras Públicas
as seguintes comparticipações:
A’ Câmara Muni.ipal de Vi-
la de Rei, para abastecimen-
to de água à p voação da Ri-
beira (exploração), 5.230800;
às Juntas de Freguesia, do
Orvalho, para construção de
um cemitério no Orvalho,
25.048800 e Sobreira Formo-
sa, para abastecimento de
água à povoução de Atalaia
de Estevão Vaz, 5.153400,

900000906 000000000000000000000000000

IMPRENSA

Entrou no 3º ano de pus
blicação o nossa colega «A
Beira Baixa», qe se publica
na capital do distrito e pro-
víncia que lhe dá o nome, de
que é director o st. António
Radri;aues Cardoso e admi-
nistrador o nosso amigo sr,
José Portela Feijão.

Ao ilustre contrade apre-
sentamos felicitações cóm vo-
tôs de longa é próspera vida

ODOR DAME OERA SEGA DER GERA GADESELO GEAR CALADAGAARAAUGAAOGUEGAÇO

Casamento

No passado dia 12 consorciou-
seo sr. Júlio Silva, de Vales de
Cardigos, com a sr.º D. Virginia
de Oliveira, Babtista, de Cardr-
gos, tendo os noivos fixado resi-
dência nesta última localidade,

Desejamos-lhes tôdas as ven-
turas,

 

Esteve na Abegoaria (Sertã), com
sua esposa, o nosso amigo sr. José Mar-
tins, digoo S-cretario de Finanças na
Figueira da Foz.

um Partiu para Lisboa, onde fo! -i-
xar residência, a sr.* D. Autonieta da
Costa Ventura,

ipEncon’ta-se no Cabeçudo o sr,
José António Martins, de Lisboa.

ANIVERSÁRIOS NATALI
cios |

Hoje, menina:Irene, filha do sr. Hen-
rique Pires de Moura—)5, P.º Henr.-
que da Silva Louro, Vila Fernando -—
D, Aura de Magalhães Corrêa me-
nino Augusto, filho do sr. Manuel Fer-
nandes, Lisboa —26, José Nunes Miran-
da.

Parabens.

D00b90000090 o090D0nD0GCno 29000000000U

Movimento demográfico do gen
celho da Serta
Março de 1939

NASCIMENTOS, CASA-

MENTOS e OBITOS:

Cabecudo, 7,0,1; Carvalhal,
0,0,1; Ca telo, 5,03; Cumeada,
3 0,1; Ermida, 2,0.3; Figueiredo,
1,0,1; Marmeleiro, 0,0,1; Palhais,
5,0,0; Pedrogão, 8,0,6; Sernache,
18 2,5; Sertã, 28,0,13; Troviscal,
40,0: Várzea, 2 1,3:.

Total, 83,3,38.

SODORABApaDSS ERRA MODUDESERRARE EERRCAPOA ALLA RARRMALAARADO o UEFA BIAS]

D. Maria Martins Pedro

Embarcou no dia 1º do cor-
rente com destina a Sã da Ban-
deira (Angola), para junto de

seus filhos e marido, o nosso es.

timado assinante e amigo. sx, Fei-
dro Pedro, a sr* D,. Moria Mar-
tins Pedro, que permaneceu al-
guns meses ua Metrópole, on=
de veio tratar da sua abalada
saúde.

Regressou completamente res-
tabelecida, com a que muito fol-
gamos e fazemos votos por que
tenha feito uma boa viagem,

9000000090900000UA0040a09 aB0000000000

HOJE |
Sábado, 22 de Abril de 1939

– Empresa M. T. Pessoa

Adpersidade

ME ==
com Fredrich March, QlíVia de
Havilland, a ‘insinuante inter-
prete de «A Carga da Briga-
da Ligeira» e Anita Louise,

Um rombnce de capa e es-

pada. Espectáculos de ópera
em França e Itália; — E
– Bailados exóticos em Ha-

vana. Viagens aventurosas. A
sombra de Napoleão,

| te da

 

Faleseram

Em 6 de Março, na Ermida,
a sr? Ter-za Ribeiro, de 30
anos, casada com o nosso pre»
sado assinante e amigo sr.
Libânio Antônio: deixa dois
filhos menores, Era muito
estimada pelo seu carácter,
sido verdadeiramente
sentida asua morte; O sem fu-
neral foi muito concorrido.

–Na Ermida, nodia 30 de
Março, à sr.* Maria Ribeiro,
de 80 ano, vitiva do sr. Antó-
uio Farinha, mãi do nosso ami-
go e assinante sr. Manoel Fa-
rinha Tavares, da Ermida e
sogra do sr. Manoel Farinha,
le D. Maria.

Pela sua bondade deixa pro-
funda saúdade em tôda a
ireguesia.

–Em 13 do corrente, nos
Vales de Cardigos, o ar,
Manoel Martins Manso, vitivo,
de 83 anos, pai do Rev.º P,*
António Maria Martins Manso,
sãroco da Fratel e sogro do sr.
António Dias Cardoso; da
Roda de Cardigos.
– —Em 16, nesta vila, a sr?
Izabel Maria, viúva do: sr.
João Rufsel Batista, de 93
anos de idade, mãi dos srs.
António Rafael Batista, de S.
Pauio (!rusil) e Francisco
Rafael Batista, comerciante,
da Sertã e sogra do sr. Luiz
Lourenço, também comercian-
te, da Sertã. o

O funeral realizou-se no
dia imediato com grande
acompinhaimento, nêle : to-
mando, parte a Filarmónica
local.

* *

A” familias enlutadas apre-
sentimos sentidas condoelên-
cias:

S400000D0000005000600060 st0000000n0a

À assistência de menores 1 es-
pectáculos públicos

0 «Diário do Bovôrco» publicam uma (ei
suire a assistência de menares a espectaci-
los publicos, na qual é estabelecido 0. se-
quinte :

Mos menores de seis anos é
broibida a assistência a espectá-
culos públicos. Poderão excepcio-
nalmente ser autorizados espectá-
culos puramente infantis. Os es
pectáculos de tentro e cinema sim
vão, obrigitoriamente, classtgi
csdos em «espectáculos para. amem
nores» e «csbecitiçidas para aduls
tos».

Os menores de G à 12 anos só
poderão assistir aos «esbectacules
para menores», de dia; os menos
resde 12 a 15 anos poderão
assishr aos «espectaculos para
menores de dia ou de noite, e
aos «espectáculos para adultos»,
quando acompanhados por seus
pus ou responsáveis pela sua
educação. Considerar-se-ão «ese
pectáculos para adultos» os de va-
riedades e os bailes públicos.

São estabelecidas sanções pára
Os pais ou emprêsas que transa

| gredirem as normas tutelares

unbostas pela inspecção dos Es-
pectáculos, entregando-se os me-

|nores sem família à Tutoria dia

Cine – Teatro TASSO

Infância: .
Os serviços de censura e inspec
ção dos espectáculos públicos, serão
reorganizados por forma a asse-
gurar a sua unidade e a dar-lhes
os meios de eficiência prática in=

| dispensáveis à observancia das

directrizes fixadas nas leis.

300 00€

Antônio Martins

Foi promovido a enfermeira
de 1º classe o nosso presado
assinante c amigo sr. Antônio
Vartins, distinto enfermeiro de
2º classe em Ribaué (Moçams
dique). Ri O

Apresentamos-lhe sinceras fe-
licitações com os melhores votos
pelas suas suas brosperidades.eridades.

 

@@@ 4 @@@

 

RO

ema + Bona

| Diversas

Férias da Páscoa

 

De visita a suas excelentis-
‘ simas familias, estiveram nes-
| ta localidode, os senhores:
“dr. Nuno Simões, dr. José
“Maria Bravo Serra, dr. Mit-
“tudo, Engenheiro Higino de
Queiróz. Manuel dos Santos
‘ Serra, Albano Silva, Floria-
no Brito, Manuel Manso de
Brito, Túlio da Costa Vito-
rino, Raúl Duarte, Abílio
Mendes Nunes e Antônio Gon-
galves Marques,
‘* Tambêm se encontram en-
tre nós, os srs. Jorge Cotrim
e Jaime Silva, respectivamen-
te, empregados no comércio
em Fernando Pó e Sãc Tomé.
“A todos almejamos: festas
felizes. se

 

i Mendicidade

» Continuamos a observar,
“infelizmente, o mau aspecto
‘ que as fileiras intermináveis
dos pobres às sextas-feiras
– Oferecem quundo desfilam
pelas ruas de Sernache.
– No dia sete do corrente,
uma caminheta de excurcio-
nistas, vinda da cidade de Se-
tubal, foi verdadeiramente
«assaltada» por dezenas de
pedintes! .. Que impressão
levariam essas pessoas desta
terra?!

Não há direito que numa
terra como esta, ainda esteja
por resolver o problema da
mendicidade.

Urge, sem perda de tempo,
a criação de uma liga Liga
Beneficiente que poria imedia-
tamente côbro a êste estado
de coisas,

A grande maivria dos po-
bres que fregjúentam esta lo-
calidade, são de freguesias
estranhas, não se compreen-
“dendo, pois, que os mesmos
não sejam socorridos pelas
“Juntas de Freguesia ou pelas
pessoas abastadas e remedia-
das das terras, onde êles nas-
“ceram e residem

Semana Santa

 

 

Com o tradiciona! brilhan-
tisnio, realizaram-se êste ano
as solenidades da Semana
Santa. Os sermões foram
eloquentemente prégados pe-
lo Rev.º P:º Ribeiro, digníssi-
mo pároco desta freguesia. |

Pena é que o peditório des-
tas festividades não seja le-

* vado a efeito mais anteceden-

temente, não só pelos. dona-
tivosserem, dêsse modo, maio-

tes, como também. pela: pró-

* Paganda se intensificar mais.
Antônio da Silva Teixeira

Já foram mandados colocar
na. «Praça Bittencourt» e em
frente do edificio do «Clul
– Bonjardim», os seis magnifi-.
cos bancos públicos que aque-

 

Je nosso: estimado patrício

– Ofereceu.
Foi a Ex ”* Junta de Fre-
guesia que se encarregou de

providenciar a sua colocação.

Candeeiros. públicos

 

-Com tristeza reparasnos.

que a subscrição hã tanto

“tempo aberta para a aquisi-

“ção de candeeiros de ilumina-
-ção pública, destinados a Ser-
nache, apenas importa , na
quantia de 70$00, dados pe-
los srs, dr. Marques Canas e
Silva.
Jamais se viu uma falta
de bairrismo tam grande e um
desinterêsse tam manifesto
pelos melhoramentos de uma
terral…

A COMARCA DA SERTA

FREGUESIA DO PÊSO

, (Continuação da 1.º página)

existência, quási sempre com dificuldades,
mas conformado com elas, não perdendo a
esperança num melhor e mais desanuviado
futuro, encorajado na luta rude pela vida,
amenisada pela docilidade da mulher, com-
panheira «jue Deus lhe confiou e com a afei-
ção dos filhos, por quem, em troca, reparte os
seus mais intensos afectos de marido e pai;
e ao domingo, vestido o melhor fato, vai com
êles ouvir missa na pequenina igreja paro-
quial, templo tam belo como cheio de recor-
dações saúdosas da meninice, que os anos
avivam cada vez mais, a que estão ligados o
baptismo ea primeira comunhão, dêle e dos
filhos,

E cumpridos ós seus deveres religiosos
vai até ao adro trocar impressões com os
amigos sôbre a lavoura, a que estã acorren-
tada a sua vida, sugerindo entre si a ideia
de um negócio que pode vir a dar didheiro
se as coisas se modificarem para melhor.

Bom povo o do Pêso, sossgado, respeita-
dor, hospitaleiro, honesto e sóbrio no viver,
tam bom como o melhor q”e cenhecemos na
nossa Beira; valente e destemido, tem nas
suas veias o sangue dos altivo; e heroicos
lusitanos de que descende, dos seus antepas-
sados, que a golpes de montante talharam
esta Pátria, conquistando para ela, sob o si-
gno da Cruz, Novos Mundos, que o Cristia-
nismo ilumino’- com a sua 1.z benéfica e ra-
diosa, trazendo os idolatras ao convívio da
nossa Fé e da nossa Civilização. E” da estirpe
daqueles indomáveis lutadores, guerreiros
audazes, que souberam, durante as horas
mais graves da existência da Nacionalida-
de, ao avizinhar-se a procela, repelr o inva-
sor ou afrontar a tirania do jugo estrangeiro
vertendo seu sangue precioso pela integri-
dade da Patria.

*
x e
Na aldeia do Pêso e nas suas cercanias

não existem em larga abundância as hortas.

e muit.) menos as várzeas, por falta de abun-
dantes nascentes e cursos de água perma-
nentes, mas há bo:s terras de sequeiro e
bons olivedos; a vinha também se encontra
pouco disseminada, mas é de muito boa «jua-
lidade o vinho prodizido, tipo maduro, capi-
toso e bem apaladado. De um modo geral
não se pode considerar rico o solo da fregue-
sia, como todo, de reste, o da nossa região,
e assim se explica o facto de emigrar muita
gente dali, que nóutras terras, pelas suas quali-
dades de trabalho e honradez, encontra forma
de ganhar a vida, adaptando-se a todos os
misteres, ainda os mais rudes e hu»ildes,
sempre com os olhos postos na pequenina e
alegre aldeia distante, com a ambição -upre-
ma de lá fazer uma casinha, mais tarde, e
constituir tamil’a’ vendo crescer os filhos e
passando, depois, o resto da vida tranqúila
e serenamente, relembrando todo um passa-
do de agruras e sacrifícios, para os quais
encontra o justo prémio.

Para onde emigram os filhos do Pêso?

Para a capital, para o Brasil, América

do Norte, encontrando-se bastantes núclcos
em Angola e Moçambique, apegados à agri-
cultura, labutando no comércio, exercendo
actividade nos centros industriais, sempre
gosando de reputação social pelo seu porte
e magníficas qualidades de trabalho.
Também da freguesia do Pêso tem saido

um número elevado de sacerdotes, que honram.

a terra que os viu nascer ea Igreja, muitosdos
quais inissionários nas nossas possessões ul-
ramarinas, para onde foram em cumpri-
mento dum sagrado devér, evangelizando,
prégando a doutrina de Cristo, combatendo o
paganismo e atraindo à nossa Civilização o
indigena selvagem; e se a acção dêsses mis-

-ssionários é bela e edificante sob o ponto de

vista religioso e moral, não o é menos sob o
ponto de vista nacional, porque tôda a sua
acção se oriênta no sentido de engrandecer

ro nome de Portugl.

Cabe-nos hoje, aqui, justamente, render
o nosso preito de homenagem à memória de
dois sacerdotes, naturais do Pêso, que lega-
ram à posteridade a fama das suas virtudes e
do seu talento, os irmãos Padres Sebastião
e Adriano de Oliveira Braz; o primeiro, .que

foi um grande missionário, esteve na Colônia.
| de Moçambique, onde desempenhou vários

cargos, incluindo o de Governador da Pre-
lazia; voltando a Portugal foi durante mvi-

Ee

 

tos anos distinto professor no Colégio das

-Missões Ultramarinas de Sernache do Bom-

jardim; e o segundo foi durante muitos
anos prior da freguesia de Sernache, onde
deixon vivas saiidades.

x E

A aldeia do Pêso estã situada num logar
alto e aprazível, a 2 quilômetros da margem
esquerda da ribeira da Isna.

O facto de estar disposta em terreno
irregular, torna-a mais pitoresca, vendo-
se, por entre o vetusto casario, lindos pa-
lacetes, de linhas arquitectónicas muito mo-
dernas, que alguns naturais ali têm coastrui-
do, uns já ocupados poi aqueles que voita-
ram definitivamente dos longinquos conii-

-nentes e outrcs que mais tarde servirão pa-

ra repouso daqueles que ainda se encontram
ausentes. Mas atendendo ao muito amor que
votam ao Pêso os seus filhos, espalhados
pelos mais diversos pontos do Mundo, tudo a
leva a crer que a povoação, dentro de bre-
ves nos, mude completamente de fisionomia,
substituindo-se grande parte dos casebres ali
existentes por novos edifícios.

– Às ruas são estreitas e tortuosas, não
havendo nenhum largo «u praça digno dêste
nome, nem tal é possivel conseguir emquan-
to se não expropriarem muitas das velhas
habitações em ruinas, E’ claro que tudo isto
custa muito dinheiro e sô um grande plano
de urbanização — impraticável quási nas ci-
dades e vilas — podia transformar fadical-
mente a aldeia, notando-se, ainda, que a
Junta de Freguesia não dispõe de dinhei-
ro para grandes obras de utilidade pú-
blica — vendo-se em sérios apuros para le-
var por diant: as de mais absoluta necessi-
dade — e os particulares, quando compram
terrenos, rústicos ou urbanos, é para seu
proveito, dando-lhes um destino de ante-nião
definido.

Seju como fór. A verdade é que o Pêso
tem tódas as condições para se transformar
numa linda e atraente povoação e ós seus
dabitantes, unidos todos no m.smo pensa-
mento de progresso e grandeza, são muito
capazes de prosseguir com energia e orienta-
ção uma obra iniciada com êxito. Basta di-
zer que o Pêso de hoje faz uma diferença ex-

traordinária do Pêso de há 20 ou 30 anos.

x
x x

Próximo da povoação fica a Cumiada, um
ponto «lto, donde se avista um panorama
surpreendente, que a vista não se cansa de
admirar, alto que domina o perimetro de
muitas dezenas ds léguas.

Povoações diversas nos são dadas al-
cançar, umas perto e outras longe, com o
seu casario branco, destacando-sé, numa ou
noutra, as torres das igrejas, alvacentas,
senhoris, onde ao crepúsculo soam as badala-
das das Avé-Marias, plangentes, retinindo
pelas quebradas, lembrando ao agricultor
que deve dar por finda a labuta do dia, di
rigindo a oração a Ddus, e ao pegureiro que
são horas de recolher o rebanho so redil; e
vistas à do laz sol-;:oente essas casinhas, com os
renques de arvores esguias que as envolvem,
assemelham-se a fantasmagórico quadro, in-
génuo, simples, encantador, parecendo mesmo
ipcrustações merálicas em jpau-santo, numa
suavidade que nos prendee nos seduz.

Dêsse alto da Cuminda, com a cota de
404 metros e onde ainda existem vestígios
dum marco geodêésico, vemos a nossos pés
uma bonita e graciosa povoação, as Sesmarias,
da freguesia do Pêso, com alguns chalets é
muitas casas de belo aspecto, branquinhas
de cal e ão longe, para um e outro lado, o
Marmeleiro, Santana da Cumiada, Córtes e
Naves; e em dias bons podemos alcançar,
como em silhueta estranha, coada à luz do
sol, Serniche do Bornjardim, Figueiró dos
Vinhos, Cardigos, Boafarinha, Fundada e
Cabeço do Poço.

Ficaram-nos extasiados os olhos na Cu-
miada, como ponto donde se avista um dos
mais maravilhosos, variegados e encantado-

“res panorâmas.

(Continua)
E. BARATA

 

 

Pequeno ou grande que
fôsse um donativo, significa-
va amor à terra que nos foi
berço.

Apelamos uma vez mais
para os nossos patrícios e
amigos de Sernache, certos
que não ficarão indiferentes
à nossa idéa.

Centenário da Restauração

Não nos consta: que se

 

 

-Sernache asejstira de longe e

projecte nesta localidade, bei-
ço do grande vulto ilustre
Português, D. Nun’Alvares
Pereira, qualquor manifesta-
cão ou festa comemorativa
do duplo: centenário da res-
tauração de Portugal. .

Durante essas festas à rea.
lizar em todos os pontos do
Pais será falado. sempre em
Nun’Alvares, Pergunta -se:;

 

quêda às comemorações de
1940 ?

Veremos.
Abril de 1939.

Correspondente.

 

POSTAIS

Com: vistas da Sertã
à venta na «Comarca da Sertão

 

 

ata da Bólgica
Recorda-se a pequenina povoação da Cava,
lamentando-se a falta de uma hoa estrata

da ligação entre ela e o alt) da Cava,
no trajecto Sertã-Bleiros

 

Senhor Director de «A
Comarca da Sertã»

Longe da nossa terra, é
sempre com grande prizer
que leio o seu apreciado
jornal, pelo interêsse que êle
mostra por tudo que diz r2s-
peito á nossa regiio.

Natural da Cava (Madeira),
muito lamento, .omo os meus
conterrâneos, o pouco que se
tem feito por essa pobre
povoação!

E, no entanto, com um
pouco de boa vontude da
parte dos que podem, alguma
coisa se poderia fazer em seu
benefício e dos seus bons e
laboriosos habitantes.

Não poderia V…. que sei
ser um bom português, de
espirito prático e. sensato,
chamar, no seu jornal, a

atenção de quem pode, para o.

estado lamentável em que se
encontra o caminho «que vai
da Cava ao alto da terra?

Eu ficar-lhe-ia muto grata
e talvez que o seu nobre
apelo fosse ouvido!

Os lavradores da região
diriam o que pudessem, em
dinheiro; os pobres, um pouco
do seu trabalho.

E a mim, que me digam a
parte que me cabe. Dá-la-ia
com grande prazer, com o
mesmo prazer, estou certa,
com que V… facá referência
no sei jornal ao meu alvitre,

De V… etc
Maria Emilia Alves Corrêa

OGELERARARA LARUE CEARA nt

Eucursão a Monsanto

Continua abertaa inscrição

para a excursão a Monsanto .

no próximo dia 3 de Maio,
em que ali se realizam gran-
des f’stas para a oposição do
«Galo de Prata», por ter sido
classificada a «Aldeia mais
portuguesa de Portugal».

O itinerário abrange cerca
de 520 quilômetros: Sertã,
Casteio Branco, S. Miguel de
Acha, Idanha-a-Nov:, Proen-
ça-a-Velha, Monsanto, Pedró-
gão, Penamacor, Capinha, Ca-
ria, Belmonte Manteigas, (on-
de se passa a primeirã noi-
te), Gouveia, Seia, S. Romão,
Oliveira dó Hospital, Táboa-
Santa Comba, Mortágua, Lu-
so, Penacova, Coimbra, Es-
pinhal, Figueiró e Serta.

O custo é de 60800 por pes-
soa, po lendo na excursão to-
mar parte quem quizer e se-
ja de que localidade fór.

A inscrição encerr::-se, im-
peterivelmente, no dia 29,

Peça esclarecimentos a es-

ta Redacção, :

90000000000€ 00900000cC000520092004000000

Manifesto de Vinhos

Foi prorrogada atê ao dia
25 próximo o prizo para ma-
nifesto dos vinhos existentes
em adega, conforme edital
que puúblicâmos no número
anterior. As declarações são
entregues às Delegações da
Junta Nacional de Vinho.

0009000000000 0000000009000 )00000000000

Festa e feira de S. Marcos

Na próxima 3.º-feira, 25,
realizo-se no aprazível mon-
te de Santo Antônio, ao cimo.
da vila, a tradicional feira de.
gado cavalar, muar, asinino,
bovino e suíno e também a
festividade em honra de S.
Marcos na capela de Santo.
António, que consta de inis-
sa, sermão e procissão. Abri-
lhanta-a a Filarmônica União
Sertaginense, aa

b

“inense, aa

b