Eco da Beira nº54 26-09-1915
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Certã, 26 de Seter
ro de 1915 .
Assinaturas
Ano CE LPs ds tio
Memustrel Loiros o “006
Brazil (moeda brazileira). . 5ipooo
Anuncios, na 3.2 e 4.º página 2 cen-
tavos alinha ou espaço de linha
Dentro de: breves dias a Re-
pública terá completado o quin-
to ano da sua existência.
Pode, sem exagero nem pai-
xão, afirmar-se que O novo re-
gime está consolidado e radica-
do na alma do povo português.
Pequenos incidentes que tu-
multuariamente teem sobrevindo
à política portuguesa, cada vez
mais espaçados e menos inten-
“sos, são apenas os pruridos da
agitação que se sucede sempre
às grandes convulsões.
A República tem, sem sobre-
saltos, triunfado sempre dos seus
inimigos e dos seus movimentos,
caracterizados sempre pela co-
vardia dos seus instigadores e
pela misera especulação dos seus
intuitos perversos e assoldadados
a gente estrangeira.
A revolução de 14 de Maio,
que foi sem dúvida um aviso
cruel mas uma bela lição e um
grande ensinamento, não deu
ainda à República mais do que
a expulsão dos ditadores e o re-
gresso à normalidade constitu-
cional.
“Fez-se a revolução, cabina e
impetuosa, esforço gigânteo de
um punhado de bravos cheios
de patriotismo; mas a obra-re-
volucionária, as indicações e cor-
rentes que dêsse acto revolucio-
nário nascéram, como mandato
imperativo aos governantes não
“teve ainda O seu principio de
execução.
Sem duvida que causas espe-
ciais, e algumas delas bem do-
lorosas, teem contribuido para
esta interinidade politica, por-
que de interinidade e de mero
expediente teem sido a acção
dos dois orgãos que actualmen-
te exercem a soberania nacio»
nal.
Tempo é, pois, de entrarmos
numa intensa vida de actividade
politica, e cremos bem que essa
transformação se não demorará.
Em 5 de Outubro vai iniciar-
-se uma nova era politica, com
uma nova vida presidencial.
Muito embora nós vivamos
em puro regime parlamentar e
não presidencialista, a verdade
é que — e todos temos de reco-
nhecê-lo-—a acção do presidente
se exerce sempre e inflúi pode-
rosamente na administração po-
litica do estado, sobretudo quan-
do essa alta magistratura é exer-
cida por um estadista de forte
envergadura e grande inteligên-
cia, como é o sr. Bernardino Ma-
chado, em quem todos teem nes-
te momento os olhos postos, ca-
da um por seu motivo e por ve-
zes com disposições bem opos-
tas.
A nova vida presidencial co-
meçará a exercer-se com um
novo govêrno, na escolha do
qual o novo presidente tem de
inspírar-se nas indicações cons-
titucionais, que no presente mo-
mento bem claras são,
OQ partido democrático tem
de assumir, ainda no corrente
ano a administração do pais
dando-lhe êsse governo forte
que dêle reclamou. a revolução
de 14 de Maio, para executar
com energia e moralidade o sen
programa que não é afinal um
programa novo mas sim e so-
mente a reiwindicação e prática
dos princípios republicanos um
tanto obliterados ou mutilados
pelos aventureiros que em 25 de
Janeiro assaltaram o governo da
Republica.
Que depressa, pois, venha es-
sa vida nova e com éla a paz
e serenidade de que este país
tanto carece por trabalhar e ven-
cer as dificuldades é perigos que
sôbre êle impendem por causas
próprias e de política geral.
Oficiais mortos
A submissão dos cuanhamas pe-
la vitória de Mangua’ bem cara fi-
cou ja ‘à pátria portuguesa.
Telegramas recentes trouxeram-
nos a dolorosa notícia de terem su-
cumbido aos ferimentos recebidos
três dos mais estimados oficiais do
“exército português—os alferes Pas-
sos e Sousa e Damião Dias e o ma-
jor Afonso Pala, um dos mais que-
ridos e dedicados à República.
A sua morte cauzou, por isso, a
mais viva e profunda impressão.
Registamos com a maior dôr e
respeito a morte destes três defen-
sores da pátria.
espaigansso
Separação de funcionários
Lemos e entendemos bem a local
que publicou a Voz da Beira de
considerações sôbre a lei a que cha-
“ma contra os funcionários.
Falaremos no: próximo número,
que o caso não é de pressa.
Não é dos mais felizes o último
– número da Voz…
Ê
v OZeS…
Vem muito espevitada e afinada
ali a da Beira.
Diz ela assim:
Preferências
Na última sessão do parlamento, foi apro- – |
vado um projecto dando preferência aos re-
volucionários do 14 de Maio, para preenchi-
mento dos lugares vagos em virtude da lei
de separação dos funcionários.
Ora aqui está a razão do 14 de Maio:
—E para cada um dizer as asnei-
ras que quiser.
O que não é indiferente.
A nós estava-se-nos já a acabar a
corda.
Já estavamos sem emprágo e ou-
tro a contas com êle!
E um dos artigos da tal sindicân-
cia era termos êste jornal e só di-
zermos. mal do govêrno… de en-
tão.
Era o que dizia o nosso respeitá-
vel colega, o Sampaio da Nova Co-
lónia, dando para testemunhas o
António dos Quartos e o António
Sacristão…
E” verdade que a lei dá preferên-
cia aos revolucionários de 14 de
Maio, é: mas é precizo ter compe-
tência e fazer concurso.
E cremos que êste concurso e es-
sas nomeações não se hão de pare-
cer…
Mas não… vá lá: ques por
aqui e vamos adeante !
%
À mesma voz, económica e finan-
ceira:
Circulação fiduciária
O Diário de Noticias do último domingo,
na sua crónica financeira, diz-nos que du-
rante a vigência da Monarquia, a circulação
fiduciária aumentou em 23 anos 44:500
contos e que em 4 anos de República au-
mentou 48:000!..
Deu um salto de 27:000 -aoutos para
120:000!…
—Deu.
Mas a Voz antes de esganiçar es-
te comentário devia reflectir a situa-
ção em que nós estamos e que ‘sô-
bre este aumento, realmente ex-
traordinário, as a não agi:
ram nem mugiram..
“E já não dizia asneiras.
Que o pior, visinha e amiga, é
que o aumento vai aumentando, e
pior ainda será quando tiver de
pagar-se…
%
Diz a Voz da Beira.
«Há dias um marinheiro da armada por-
tuguesa, um pouco marnoico, entrou na ca-
serna altas horas da noite e começou a gri-
tar:—há nma novidade: uma grande novi-
dade aconteceu.»
“—Assim era!
Uma novidade e duas marnoicas
uma no marinheiro e a outra em
E quem escreve notícias que metem o
exército a ridículo!
capas
Adelino Marinha
– Vem de sofrer um profundo des-
gosto pelo falecimento dum filhinho
êste nosso querido amigo.
Compreendemos bem a sua dor
e nela o acompanhâmos com sínce-
ra amizade e sentimento,
Publicação na Certã .
“Redacção e “administração em.
| dEÉninCHE DO BOMJARDIM
Composto e impresso na Tipográia Leirienso
LEIRIA:
Scenas tristes. cipa
“ Num dos aa se numeros déêste
jornal fez-se referência ao caso duma
sindicância que me foi movida, pa-
ra dêle se destacar um:dos ipisódios
mais repugnantes. Este incidente
provocou uma carta escrita ao sr.
padre Cândido, Teixeira, ao tempo
substituindo-me na redacção dêste
jornal.
O sr. Martins dos Santos enga-
nou-se : o artigo não é do sr. padre
Cândido-—-é meu, e de minha res-
ponsabilidade é tudo quanto se-es-
creve neste jornal.
Foi realmente uma distraição mi-
nha, infeliz, a referência que se fez
ao seu nome.. Propósito meu era
não lho: escrever nunca, e, se uma
vez o deixei quebrar, foi no registo
dum acontecimento triste e porque
a sua omissão é que,podia revelar
um acinte. |,
Já, pois, que a questão da: dade
cância, sôb êste aspecto, mais cedo
do. que eu queria veio às colunas:
dêste jornal, necessário é explicar
o caso restrito, porêm, a êste ponto.
Vamos lá, pois, por maior que
seja a nossa contrariedade,
Em. princípios de Abril ;do cor-
rente ano foi requerida uma sindi-
cância aos actos do director. do Co-
légio das Missões…
Sob o n.º 3. dêsse libélo vinha a
acuzação de eu me servir excessiva-
mente do carro do colégio e não só
para mim mas tambêm para os meus
amigos políticos. e até para minha
família ! à
O caso era verdadeiro.
Eu tinha a êsse tempo, doente,
um. dos cavalos da minha parelha
e. da-do colégio me servia frequen-
temente, como se meu fôsse o-carro.
De resto é óbvio .e-corrente que
quando . o Estado concede carro ou
casa a um funcionário não lhe: limi-
ta O Uzo nem restringe as pessoas.
Não pensam assim os requerentes
da sindicância e, em verdade, des-
culpáveis são os reparos dum-dos
requerentes—o sr. Silva que adqui-
riu os seus com o dinheiro que hon-
radamente ganhou e; os sustenta
com: ‘os’ rendimentos que legitima-
mente lhe pertencem.
Abuzivo: foi chamar. isenhonas à
contenda política.
O respeito – pelas senhoras é um
princípio que dignifica os homens e
casos muito especiais há em que-ês-
se princípio pode, para certas pes-
soas, constituir um ditame sagrado
de honra !…
Os requerentes ca sidicâsçidl fo-
ram António Martins. dos Santos e.
João: Carlos de Almeida-e Silva.
Como testemunha figura no pro-
cesso dr. António Rodrigues de Ma-
tos e Silva.
Este indivíduo – aparece sempre
em todos os incidentes e questões
contra mim levantados… pela sim-
ples rasão que dignamente não de-
via aparecer nunca! Ele sabe sem-
pre de tudo.
Dá-ine a impressão de ser da na:
tureza do escaravelho: onde -há’ es-
cremento de burro, fresco, lá anda
êle logo a anos com a sua ma:
Çães. a
Ex o. Adrião David
a
a
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A proa
Tem sempre o primeiro lugar,
menos desta vez que gentilmente o
cedeu ao sr. almirante Domingos
Tasso de Figueiredo.
Era êste cavalheiro a mens
testemunha.
As outras eram o sr. padre Jaime, e
o António dos Quartos, o padre .
Bernardo, o Ferreiro dos Currais,
o Antônio Sacristão, et. =
Não se pode dizer. que o ilustre
ex-vicepresidente do Senado não ve-…
nha contra mim bem acompanhado, à
e até muito me alegra vê-lo em com-
panhia de três sacerdotes mostran-”
do-se assim reconciliado com a igre-
ja quem, há bem pouco tempo, me
impunha como primeira condição
de entendimento que eu padre al-
gum inelmass. na lista.
A des
A petição de sindicância teve de
l
Era É cê dd do een o
sr. dr. Bernardo Ferreira de Matos,
ue, ao FE OR, ali ne dein-
ependente.
a sua informação afirma ser ver-
dadeira e de seu inteiro conheci-
mento a matéria do artigo 3.0
aquele em que se afirma meter eu
minha família no carro do Colégio!
“Está bem.
Alguma coisa havia de levar da
entrada francá que teve em minha
casa e alguma coisa lá havia de dei-
xar pela amisade e carinhoso afecto
com que nela foi recebido!
Os Brandes e soberbos caracte-
tes |
Pretende êle agora lavar as suas
mãos do imundo caso:
“Tanta modéstia. Há-de fedk com
as responsabilidádes | que lhe per
tencem.:
Não, senhor:
Pois se êle, para me carregar,
até falta à verdade, miserávelmente.
Na’sua informação — que ainda
aqui há-de ser publicada na integra
— depõe por conhecimento pessoal
sôbre 3 artigos : um dêsses artigos,
“cuja matéria êle diz pessoalmente,
contêm a ácuzação de eu ter dado
paramentos dá igreja do Colégio a
particulares.
O facto é verdadeiro: dei uns
farrapos a dois padres que mos pe
diram, para suas mortalhas.
Mas foi um caso particular, de
que ó sr: Matos não teve conheci-
mento directo. Todavia” veio dizer
que sim, que cra“do seu conheci-
mento pessoal.
Honrado varão!
“’Aos amigos andou mostrando um
projecto de resposta, mas, mal che-
gado: à administração, modificou-o.
“A “sua resposta, a sua inocente
resposta termina assim: «por asso
não tenho amais ligeira hesitação
em subscrever como subscrevo, toda
a matéria… etc.»
“ E? perfeitamente uma carga feita,
não contra o político mas contra o
funcionário desonesto !’
“Inocente resposta lhe chama êle a
esta sua informação em que dá o
seu testemunho oficial à matéria do
artigo 3.º em que sou acuzado de tra-
zer no carro do Colégio pessoas de
minha família, que algumas vezes
tiveram de ficar em casa ou andar a
pé, para que êle se servisse ‘do
meu. tio
Aqui está como êste homem i in-
forma um processo contra um ami:
go da véspera e contra’um colega
Carregando e mentindo !’
Tenho: pêna!’ Faz-me dó ver as-
sim prostituir-se um homem que tan-
to elevei no ‘meu conceito e tanto
valeu no-meu afecto.
: Mas. : “adiante!
Ao sr. dr. Gualdim coube à mis:
são de aparar o a e receber o
meu espólio.
Cumpriu, Embora, ao que se diz,
com sacrifício: e sôbre uma noite
tormentosa. Excesso de: escrúpulo
honrado e de melindrosa SustenaE,
bilidade.
Bem sabia êle que podia contar
com o meu perdão, que aqui lhe
deixo ratificado.
Demais, êle aceitou o papel com |
ECO DA BEIRA
a restrição menta! de conservar o
lugar só para mo restituir e impe-
dir de vir outrem intrometer-se no
“caso. O que honradamente cumpriu
restituindo-me.o cargo 48 horas após
e logo que recebeu um telegrama
com essa ordem.
As vezes o destino é bem cruel!
Desde a minha nomeação que o sr.
r. Gualdim se supunha e dizia de –
oratório contra as minhas persegui-
ções. .e afinal. é êle que a. mim me.
| ivai substituir, quando, vendo luzir .
o buraco, supôz ser madrugada o
“que erá apenas o fuzilar do relâm-
pago duma tempestade purificadora ! !
HO” destino “O destino!
o.
Aqui tem O público o que foi e é.
êsse pântano imundo da sindicância
e quais as pessoas que a êle fôram –
“lançadas e nêle chafurdam. se
Tudo combinado–unionistas, evo-
lucionistas,. monárquicos, “indépen-
dentes—tudo, sem escrúpulos nem
reservas, nem dignidade, contra um
homem que núnca fez uma violência
política, que nunca tirou um emprê-
go a ninguêm e que algumas vezes
tem intervindo“para que tal se não
faça !
Tantas forças mancomunadas-—o
comércio, a agricultura, a igreja, à
medicina a advocacia, O capital, ama-
rinha, o proletariado – para tirarem
a um homem um emprêgo que êle
não pediu e que êle só serve’ com
sacrifício dos seus interesses é para
ser útil -á Sua terra e fazer a pros-.
peridade do seu’concelho:
Toda esta gente hipotecando os
miolos ao Silva!
Tudo isto a reboque do Martins!
“Seja assim, se isto é política! Mas
seja ássim para Os outros.
Para nós, queremo-la mais: aa
e mais decente. ‘
A perversão de sentimentos nuns,
a corrosão de ódios noutros e O tu-
multuar insofrido de paixões em
quasi todos: provocaram neste con-
celho essa falência politica, que é
pavorosa e pode fazer a sua ruína.
Procuraremos nós conservar-nos
indene e a ela alheios. Nem ao me-
nos essa deépravação aproveitare-
mos para especulações políticas.
“Se nós tiveramos os intuitos que
vilmente nos foram atribuídos, que
bela situação o desvario dos homens
e a dessoração das suas consciên-
cias nos veem preparando.
Não, o sentimento que estes fac-
tos é esta situação nos infunde não
é de praser : é de amargura. E por
aqui me fico.
Ê *..
Ab! E a carta? Já me ia esque-
cendo!
O seu autor tem rasão: em seus
reparos. (O sr. António Martins dos
Santos é hoje um chefe político de
alta cotação e categoria.
– Em tôrno-de si agita-se e saraco-
teia-se um forte partido-político.
Médicos, advogados, padres, ca-
pitalistas e! funcionários públicos, a
justiça; a igreja, a burocracia obe-
decem-lhe cegamente e ali yão to-
das as noites pegar pé, receber or-
dens ou-suspirar um jantar.
Eu. tenho neste triunfo do meu
antigo. pupilo um grande praser. e
legítimo orgulho.
Devo-lhe favores que não esque-
ço.
Nas questões mais graves da mi-
nha vida. política, uma parte do meu
triunfo a êle o devo.
“Na questão club-escola, senão fôs-
se O seu depoimento, eu estava per-
dido.
Foi êle quem me livrou de inimi-
gos, que poderiam vir a dar-me sé-
rios cuidados.
‘ Na questão do volégio e ele quem
encravou os meus piores adversá-
rios, Não o esqueço!
Nas sindicâncias todos fizeram
“depoimentos: fulminantes; reportan-
do-se ao seu testemunho. Chamado
a depôr, declarou: que tudo era fal-.
so: só sabia oque lhe dissera o
boticário.
“ Um belo amigo:
E bem revelou sêlo há pouco
tempo, quando, sabendo que a ca-.
minho do club iam dois subordina-
dos seus, barbeados é perfumados,
a assistirem a um baile na minha
ausência e supondo êle que êsse ca-
so viesse a dar-me desgostos, saíu-.
«lhes ao caminho e fê-los voltar pa-
tambêm .
ra casa! Honra lhes seja:
* prontamente obedeceram !
O caso era-me indiferente. Toda-
via, só êle foi previdente e amigo!
Este e outros favores não posso
esquecê-los.
* São manifestaçõés de verdadeira
amisade, a que dou como tributo a
minha gratidão!
| Que despropósito: contra mim ..
Engano! ‘
Por ventura, diz êle mais mal de
:mim do que tem dito daqueles que.
hoje o servem ?
Todavia todos êles gritavam em
volta dêle, sabujando ou mendigan-.
do um sorriso ou uma ordem, uma
chouriça assada ou 5 tostões em-
prestados. el
E”, pelo menos êle, quem se: » quei-
xa… Ora, aqui é que nós nos di-
Ecs e os outros!!
Eles com honra e dignidade: eu…
sem vergonha nenhuma !
E rio-me muito com o-meu velho
pupilo .e-amigo que bem os conhe:
ce a todos!
Martins é um filósofo no seu pro-
fundo socialismo católico !
Mas, menino, não me totnes a es-
crever por intermédio do; padre
Cândido, que peça todos a des-
confiar !.
Eu, daqui por diante faço conta
que não te conheço, e nunca mais O
teu nome tornará a ser aqui escrito.
E ponto final neste caso imundo
e burlesco !
Enbiatooelas
A, Vo oq da Beira refere-se a esta
grave questão suscitandó algumas
dúvidas e dificuldades que podem
dar-se sobretudo a respeito dos pe-
quenos. produtores.
Não tem razão nas suas apreen-
sões. O caso está previsto na lei
que o confia ao bom critério das
autoridades administrativas.
Neste conçelho, porêm, mais sim-
plificada está ainda a questão, pela ,
autorização, que tem o Colégio das
Missões, de comprar o trigo, em pe-
quena ou grande quantidade.
MOSAICO
Acendedores automáti-
cos
Os acendedores automáticos pa-
gam em França um imposto igual ao
que, há pouco, o govêrno Espanhol
criou para o mesmo artigo.
Este’ imposto ‘produziu para’ote-
souro francês 140 contos de réis,
nos sete primeiros meses do ano de
“I9II, € O mais curioso é que o con-
“sumo dos fósforos em nada se re-
sentiu dessa enorme concorrência.
A luz electrica e os in-
“Cêndios
“Acredita-se, geraimente, que, sal-
vo. em «casos de curtos circuitos, o
emprêgo- de lâmpadas electricas de
incandescência não oferece nenhum
perigo de incêndio. O calor que a
empola irradia é, com efeito, relati-
vamente fraco, e, por outra parte,
se se quebra o vidro, o filamento
consome-se e instantaneamente se ex-
tingue.
– Mas, na verdade, a segurança des-
tas lâmpadas não é tão grande co-
mo se supõe.
Na América, houve um incêndio
importante por efeito duma lâmpa-
da de filamento colocada sôbre uma
camada de algodão em’ rama, na
a se expunham vários artigos de .
celuloide. Imaginou-se que O caixei-
ro tinha partido a lâmpada, e, para
verificar a hipótese, suspendeu-se
uma pequena bomba sôbre uma por-
ção de algodão bem sêco; em segui-
da, partiu-se o vidro e o algodão i in-
flamou-se imediatamente,
– serviço,
Colecção de botões
Um colecionador falecido em Gan-
te deixou uma colecção de botões
que data do século IX e cujo valor
está calculado em 40 contos de réis.
O botão mais antigo da interes-
sante colecção pertenceu a Carlos
Magno.
Para terminar
Entre mãe e filha:
—(Com que então não queres ca-
sar com o Luis? ;
— Não, mamã; é um incrédulo, e
até já me afirmou que o inferno não
«existe!
— Deixa O afriaar: Casa com ele,
e verás como nós ambas o faremos
mudar de opinião.
ease
As mulheres 6 aguerra
Reproduzimos a seguinte interes-
sante crônica publicada no «Impar-
cial», de Madrid, assinada pelo seu
redactor correspondente em Paris,
sr. Ciges Aparício:
«Tomo o comboio com a mesma
frequência que outros, o. electrico.
Ao percorrer os cais das estações
várias vezes por dia, encontro sem-
pre as mesmas mulheres, vestidas
de branco e com uma cruz na fren-
te. Há-as de todas as idades, quasi
crianças e anciãs, bonitas e feias.
Umas cozinham, outras limpam, ou-
tras servem os soldados que se sen-
tam em tôrno duma mesa. À hora
em que é maior a: afluência, colo-
cam-se às portas de entrada ou saí-
da, repetindo. sonora. e constante-
mente :
«—Pour nos soldats, sil vous
plait.
«Com o dinheiro que recolhem
manteem uma cantina na. estação,
onde encontram um refrigério os sol-
dados que estão de trânsito. Pela
manhã, vêem-se extensas filas dêles
sentados nos bancos do cais, toman-
do grandes chavenas de café ou cho-
colate e fumando: do tabaco que
cordialmente. elas lhes, oferecem.
Por mais que procure não posso
encontrar na estação, na rua ou nos
comboios: êsses tipos de militares
fantoches que se comprazem em di-
vulgar os jornalistas franceses, apre-
sentando-os risonhos quando se ba-
tem, quando caem feridos e quando
exalam o último alento. Aqui e em
toda a parte só vejo homens graves,
animados – de uma vida profunda,
sem: fanfarronice nem medo,. que
dizem em sobrias palavras o que
viram, e mais que com palavras re-
velam com a firmeza do gesto a sua
segurança do-éxito.
«Entre as mulheres que cozinham,
lavam- a-louça, varrem, servem: à
meza, ajudam .a transportar os feri-
dos ou enfermos e imploram sem
cessar «Pour nos soldats s’il vous
plait!» não há pobres, as quais ne-
cessitariam afanar-se para grangiar
o seu próprio sustento, São. burgue-
sas; talvez não faltem às ricas da-
mas. Por debaixo dos brancos hábi-
tos, macúlados nás horas de maior
assomam sapatos de poli-
mento e-méeias de seda. Estas se-
nhoras pertencem à Cruz Verde. As
suas. irmãs da, Cruz Vermelha an-
dam pelas ambulâncias e hospitais.
«Falava Izidora Duncan da moda?
Ao começar à guerra estabeleceu-se
a dos hábitos brancos, os veus ne-
-gros e a- cruz na frente; mas. esta
moda não foi acessivel.a todas as
mulheres, é as predilectas da fortu-
na fizeram talvez excessiva e vaido-
sa ostentação do: novo trajo dando-
-se a percorrer as ruas de preferên-
cia a frequentar as ambulâncias e
hospitais. Pela sua frivolidade e
inépcia grangiaram regulares anti-
patias. Os jornais zombavam delas;
os ndo não as queriam; as: re-
ligiosas e as enfermeiras profissio-
nais :chamaram-lhes estorvos. Firês
meses depois, quando uma enf ami-
dade me levou a Bordeus, ao e na-
tório do dr. Moure, a religiosases-
panhola encarregada dos militares: encarregada dos militares:
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dizia-me aludindo às damas da Cruz
Vermelha: «Só servem para mimar
os feridos e dar-lhes conversa!»
«Já era bastante saber suavizar
os sofrimentos dos homens mutila-
“dos ou doentes, e bem o compreen-
di esta manhã ao descer pelo «bou-
levard» Raspail. O luxuoso hotel
Lutécia está convertido em hospital,
e para que os feridos recebam os
afagos do sol, os leitos estão próxi-
mo das janelas. Do passeio vejo um
militar esquelético, com ambos os
braços amputados, rejeitando o cal-
do que uma dama lhe oferece. Sen-
tada à beira do leito, ela admoesta-o
suavemente, acaricia-lhe com bran-
ca. mão o rosto exangue e persua-
de-o a receber o líquido dizendo-
“lhe: «Je vais me facher, méchant!»
«O espectáculo da dor e da mor-
te fez compreender a estas mulhe-
res que a época não era propícia
para modas nem passatempos mun-
danos, e aprendendo umas na san-
grenta escola dos hospitais e outras,
preparando-se nos cursos da Cruz
Vermelha, acabaram por tornar-se
úteis e por captar geral respeito; a
Imprensa já não zomba délas; os
médicos não as repelem; religiosas
e enfermeiras profissionaisnão olham
como um estorvo as suas émulas
de ocasião. «E’ um milagre — dizia
– Tony d’Ulmés—, é um milagre que
êsses inúmeros hospitais improviza-
dos de um dia para o outro, insufi-
cientemente providos, ao princípio,
de material e utensílios, mas que
as iniciativas pessoais melhoram e
aperfeiçoam sem cessar, funcionem
tão bem, demonstrando o que pode
a boa vontade e o que podem as
mulheres. E podem muito. Não o
sabíamos suficientemente e come-
çamos a compreendê-lo. Queixava-
mo-nos de que não possuiam a dis-
creção, a passividade, o amor ao
lar que caracterizava suas mães. Já
não podemos queixar-nos. A sua di-
ligência, a sua decisão, a sua resis-
tência no trabalho teem sido de uma
utilidade imensa. Verdadeiramente,
conservaram a vida da Nação assis-
tindo aos feridos, aos refugiados,
aos pobres, a quantos necessitavam
ajuda é amparo. Não são heroinas:
são mulheres úteis. E” quanto se
pedia delas».
«Não curam apenas os feridos.
Quando.se passeia pelos Campos
Eliseos cujos suntuosos palácios se
transformaram em outros tantos
hospitais, vêem-se estas damas, opu-
léntas muitas, conversando frater-
nalmente com os soldados; escre-
vendo a carta ou postal que um
ignorante ou inválido lhes dita para
a mãe, a esposa ou a namorada;
lendo-lhes livros ou jornais; referin-
do-lhes contos e anedotas ou jogan-
do as cartas pará tornar-lhes mais
suportável a dor ou mais agradáveis
as horas; emfim, passeando os con-
valestentes, oferecendo-lhes o am-
paro do seu braço. São tão úteis
como as religiosas e enfermeiras
profissionais, e excedem-nas pela pa-,
ciência e doçura, pela delicada arte
de agradar que adquiriram no seu
trato mundano. :
«Tony d’Ulmés talvez seja dema-
siado optimista supondo que já não
haverá luta de classes e que o pro-
blema social estará quasi resolvido.
passada a guerra «porque os ho-
mens do povo terão aprendido a co-
nhecer as mulheres de sociedade, e
as mulheres de sociedade, os ho-
mens do povo»; mas será impossi-
vel. que, ao voltar cada um no seu
posto–as damas aos seus salões e
os homens às suas oficinas—esque-
çam elas os seus antigos feridos, e
que os feridos curados não recordem .
com. simpatia as suas antigas enfer-
meiras e a estas outras que para .
oferecer-lhes um refrigério percor-
rem as casas e pedem à porta das
estações:
«—Pour nos soldats, s’il vous
plait !» o
Disseste-me adeus, sorrindo,
Eu fui-me embora chorando ;
Quem sabe se riste, quando
Me viste a chorar, fugindo. .
— Eduardo Coimbr?
4
ECO DA
LITERATURA
O ACIDENTE
Os Persas, a menos que não se-
jam os Turcos ou os árabes, teem
“o costume de exclamar, quando lhes
sobrevêm uma desgraça: «Quem
sabe se não foi um bem!» Era isto
tambêm o que costumava dizer osr.
Hipólito Le Rable quando a vida
lhe pregava alguma dessas peças de
que.é pródiga, até para com os mais
felizes dos seus filhos, Tinha boas ra-
zões para o dizer. Porque o sr. Hi-
pólito Le Rable devia a sua existên-
cia folgada a uma pavorosa catástro-
fe. Foi isto, para ser exacto, a 21
de Julho de 1897. O sr. Rable era
ao tempo: segundo ou terceiro cai-
xeiro, do lote das sedas, num arma-
zêm da rua dos Jejuadores. Esta si-
tuação parecia-lhe desconfortável.
– Ela condenáva-o, com efeito, a apo-
drecer num local baixo, cheirando
mal e sem luz, onde horríveis bicos
de gaz lhe queimavam a raiz dos ca-
belos, onde uma poeira abundante e
implacável lhe enchia os brônquios.
Durante os primeiros quatro anos
da sua estada naquela verdadeira ca-
verna, o sr. Le Rable empalidecera;
no quinto e sexto ano começou in-
sensivelmente a ficar amarelo; en-
tretanto que uma tossesinha irritan-
te lhe arranhava o peito, e que o ca-.
belo lhe ia fugindo, pêlo a pêlo. Os
ordenados eram magros e o Le Ra-
ble comia em viscosos tascos.
*
Ora, no dia 21 de Julho de 1897,
Hipólito atravessava paisagens bri-
tânicas no comboio de Newharen a
Londres. Era um sonho… o que
êle fazia, em favor dum bilhete ul-
tra-económico.
O cómboio percorria territórios
notáveis pela verdura das campinas
e o aspecto estranho de carneiros
com pernas tão pequenas, que pa-
reciam amputadas. Nada anunciava
uma catástrofe. O firmamento era
dum azul adorável, avivado por gra-
ciosas nuvens. De súvito, deu-se o
acidente. Houve uma confusão pa-.
vorosa. Vagons subiram uns sôbre
os outros, ficou tudo esmagado, de
todos os lados se ouviam gemidos,
blasfêmias e uivos de agonia…
Quando o sr. Hipólito Le Rable
quis reconhecer a situação, viu que
a sua carruagem tinha cessado a val-
sa e que estava tão perfeitamente
são e salvo como os carneiros que
pastavam na campina. Teve até dú-
vidas sôbre a realidade da aventu-
ra, pois todos os viajantes do seu
compartimento estavam tão indenes
como êle, mas os clamores infernais
dos feridos e dos moribundos não
deixavam dúvida alguma sôbre o al-
cance do acidente.
Então, o sr. Le Rable saiu pau-
sadamente do vagon e deu alguns
passos ao acaso. Avistou criaturas
loucas que se precipitavam das por-
tinholas e zigzagueavam como vês-
pas à roda da luz. Uma destas cria-
turas lançou-se a êle e asfixiou-o
“com soluços. Era uma mulher, tal-
vez uma rapariga, com os olhos fre-
néticos de terror, Soltava em inglês
exclamações incoerentes; arrastou
o sr. Rable ao longo do talude e de-
pois para a campina. Ai, desmaiou.
O sr. Rable, dotado de pouca fôrça,
teve de depô-la sôbre a herva e, num
embaraço extremo, ignorando toda
a arte de reanimar os seus seme-
lhantes, ficou-se a contemplá-la,
Ela éra inteiramente segundo o
seu ideal. Todo o seu tipo, o seu
corpo agradavam-lhe infinitamente.
Hipólito suspirou, pensando de sú-
bito, no seio da catástrofe, em to-
das as alegrias. que nunca conhecera.
—Mais valia, gemeu êle, que eu
tivesse ficado esmagado em miga.
lhas ! –
Nêsse mômento, a joven inglesa
voltou a si. Lançou primeiro um
olhar vago em redor, depois as suas
recordações remontaram à catástro-
fe, sem irem alêm do momento do
choque e das suas convulsões de
BEIRA
horror. Vendo aquele homem incli-
nado para ela, encheu as lacunas da
sua memória, dizendo :
—My saviour! (Meu salvador !)
exclamou ela.
Ele não compreendeu; deixou-se
agarrar pelos dois braços roliços e
aplicar um beijo molhado de lágri-
mas na face, Em seguida, a inglesa,
pondo-se a pé, agarrou o braço do
caixeiro de sedas e tomou o coman-
do da expedição.
Começou por saber da nacionali- |
dade de Hipólito e por verificar que
êle mal sabia articular, por maneira
ridícula, algumas palavras britâni-
cas. Tratou-o desde então como per-
sonagem irresponsável, encarregou-
se de lhe fazer transportar malas e
maletas para o comboio de socorro
que apareceu passadas duas horas e
levou o viajante para uma confortá-
vel habitação londrina. Apresentou
o sr. Rable a uma família numerosa
e contou que êle a havia salvo, com
perigo da própria vida, de entre es-
combros fumegantes, entre mortos
e feridos.
Hipólito não compreendeu a prin-
cípio esta invenção. Quando a repe-
tição, acompanhada de gestos ex-
pressivos, lha tortou inteligível, ten-
tou um protesto em nome da sagra-
da verdade. Mas ninguêm lhe deu
ouvidos. Assim se estabeleceu essa
misteriosa realidade do verbo e do
sonho que, na existência das socie-
dades humanas, se substitúi tão fá-
cilmente à realidade dos factos.
O sr. Rable foi assim cimentado
na narrativa de Margaret, de tal mo-
do que poucos dias depois êle pró-
prio acreditava na lenda. Quem lhe
provava que êle não tivera o seu mi-
nuto de alucinação, salvando a in-
glesita sem reparar em tal? Cessou
de protestar, deixou o pai de Mar-
garet obter-lhe um prolongamento
da licença junto. dos seus patrões, e
abandonou-se a um amor que cres-
cia com prodigiosa rapidez.
Entretanto, passado um mês a li-
cença terminara. Hipólito decidiu-se
a despedir-se. Se bem que o seu in-
“glês fôsse ainda muito mau, soube
fazer-se entender. Margaret ouviu-o
a princípio com paciência, depois fi-
tou-o com surpreza e cólera. É dino
do êle acabou:
—=Não é possível que tenha outra
coisa a dizer-me! exclamou ela.
Hipólito, imaginando que reconhe-
cera mal a hospitalidade que lhe fô-
ra dada proferiu uma enfiada de
agradecimentos. Mas Margaret in-
terrompeu o irada:
—O senhor será um completo
idiota? exclamou ela. O senhor é o
meu salvador, não é verdade? Ti-
rou-me dum perigo horrível com
risco da própria vida… Em tal ca-
so, que deve fazer um homem de
bem ? :
Hipólito fitou-a com olhar inde-
ciso. .
—Não sei, confessou êle.
— Não sabe !
Ela sacudiu-o com certa rudeza :
—Sim senhor, sabe muito bem!…
Deve amar-me e pedir a minha mão
a meu pai. E’ assim que sempre se
fez desde o principio do mundo.
O sr. Rable procurou compreen-
der se ela estava caçoando consigo;
mas emquanto êle hesitava, ela con-
duzira-o junto do pai:
—Este cavalheiro, disse Marga-
ret, tem um pedido a fazer-lhe!…-
—Já o adivinho, respondeu o ve-
lho sem hesitar, e nada tenho a re-
cuzar ao salvador da minha filha.
De comoção, o sr. Rable desatou
a chorar. Tentou restabelecer por
uma derradeira vez a realidade dos
factos contra a realidade do sonho. |
Falou tambêm da sua pobreza. Nin-
guêm lhe deu ouvidos. Toda a fa-
mília, pequenos e grandes, correra
ao chamamento do pai; todos lhe
sacudiam as mãos como braços de
bomba.
E a felicidade de Hipólito foi re-
solvida. Gozou os frutos do amor e
da fortuna, reconheceu ‘definitiva-
mente que, no destino do homem, a
Verdade é uma virtude prescindível,’
as vezes até funesta,
1
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mesma, ou a José do Vale, avenida
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O unico que resiste à terrivel
– moléstia, a filoxera, que tão gra-
– ves estragos tem produzido nos
nossos soutos, é castanheiro-do
Japão.
O castanheiro japonez ofere-
“ce iguais vantagens que o bace-
lo americano tem oferecido no
caso da doença da antiga videi-
ra cujas vantagens são já bem
conhecidas. As experiencias teem
sido feitas não so ao norte do
nosso . pais mas principalmente
em França, onde o castanheiro
foi primeiro que em Portugal
atacado pela filoxera, e hoje en-
conutram-se os soutos já comple-
tamente povoados de castanhei-
ros do Japão, dando um rendi-
mento magnifico.
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se à venda em casa. de Manuel
Rodrigues, Pedrogam Grande.
CARREIRA DE AUTOMOVEL
No dia 18 de Maio começou a .
carreira de automovel de Barqueiro
(Alvaiázere) a Paialvo e de Paialvo
a Figueiró dos Vinhos. Começou a
fazer carreira a 19 de Maio, de
Paialvo á Certã e vice-versa.
Parte o automovel de Barqueiro
todas as terças e sextas-feiras ás 16
horas para Paialvo.
Parte de Paialvo todas as quartas
feiras e sabados depois do comboio
correio em direcção a Gertã saindo
dal ás 15 horas novamente para
Paialvo. De Paialvo parte para Fi-
gueiró dos Vinhos ás quintas feiras
e domingos depois do comboio
correio. Preços resumidos.
Lemos, Pedro, Santos & C.*
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rústicas, que pertenceram a Possi-
dónio Nunes da Silva, em Sernache
do Bomjardim. é
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clarecimentos, dirija-se ao sr. João
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E’-empregada com segura vantagem da “Diabetes— Dispepsias— Catar
ros gasiricos, pulridos ou parasitarios;—hnas preversões digestivas derivadas
das doenças infeciosas;; ;—na convalescença “das febres” graves; —nas atonisa .
gastricas dos diabeticos, tuberculosos, br ighticos, “eté. =n0′ past. icismo dos
exgotados pelos-excessos ou privações, etc.,.etc.
Mostra a-analise-bateriologica que a Agua da Foz da Certã. tal como
se encontra nas garrafas, deve ser considerada como microbicâmente
pura não contendo colibacitlo; nem nenhuma das especies parogencas
que podem existir em aguas; Alem disso, gosa de uma certa acção microbi-
cida. O B. Tifico, Difeterico e Vibrão colerico, em pouco tempo
nella perdem todos a sua vitalidade, outros microbios ae porém re-
sistencia máior..
A Agua da Foz dá Certã não tem arts livres, é limpida, de sabor le-
vemente “acido, muito agradavki quer bebida pos quer misturada com
vinho.
DEPOSITO GH RA ie
RUA DOS. FANQUEIROS— —84—LISBOA
* “Telefone 2168 | ,
e| ,
e