Eco da Beira nº45 25-07-1915

@@@ 1 @@@

 

POLITICO

Numero 45.

f

 

 

 

Alo sr
CS CNesa a ui sanar d
Brazil (moeda brazileira). ..

 

Oo
5$ooo

 

Anuncios, na 3.º e 4,2 página 2 cen-
“tavos a linha ou espaço de linha .

A GRANDE PORCA

Um soldado, por motivos de
vingança pessoal sem. nenhuma

justificação nem especie de ex-.

plicação admissível, assassinou
um’tenente. E um facto conde-
navel e que ninguem de senso
deixa. de verberar.’ Isso nem se
discute. Felizmente tais lamenta-
veis factos são rarissimos. no
nosso exército e necessário é
que mais raros ainda: se tornem.
Mas, pelo que’temos lido, a por-
ca da política, à monarquica, re-
solveu tomar conta do caso, sal-
tarilhando, por. cima-do cadaver
do desditoso: tenente e especu-
lando com o crime do soldado
com um desfastio que produz
verdadeiro assombro. À porca
da politica, que o admiravel la-
pis de Rafael Bordalo celebri-
zou, nada respeita, nada venera,
nada para ela é sagrado. Julgan-
do-se o momento oportuno para
criar irritações e promover a in-
disciplina, busca-se ‘o corpo ain-
da quente do assassinado e bus-
ca-se o crime odioso do assas-
sino, para, invocando-os, se te-
cerem jogos malabares de retó-
rica-partidária: E pede-se, a pro-
pósito, disciplina, procurando-se
com tais palavras é gestos exac-
tamente o contrário-—indiscipli-.
nar, irritar, envenenar. A-porca
da política! E os que’de tais ex-
pedientes se socorrem, à custa
de um acontecimento doloroso,
esquecem-se, ou fingem esque-
cer-se, de. que teem sido êles
justamente, ou os do seu bando,
que exclisivamente teem tenta-
do e até conseguido com as suas
campanhas ou, atitudes funestas.
alguns episódios que profunda-
mente e essencialmente feriram
a disciplina militar! Não pode
“inferir-se, de um facto felizmen-
te isolado e reprovado, que a in-.
disciplina por tal motivo lavra
no exército. Disciplinada era,
por bem e por mal, a antiga
guarda municipal, e, todavia,
como noutro lugar. frizamos, o
115 assassinou o-capitão Baptis-
ta-e um outro oficial. Mas a por-
ca da política desvaria certas ca-
beças, nada respeitando e tudo,
profanando, porque até os cada-
veres lhe servem para os: seus:

negregados expedientes. Os pró- :

prios indisciplinadores a pedi-
rem disciplina! E o cumulo. E
necessário disciplina, sem dúvi-
da, mas necessário é tambêm:

que certas encandescidas cabe-

ças não ultrapassem os humanos

 

Ê
t

 

BEBA

l
IE

 

“PROPRIEDADE DO CENTRO

 

limites da inconsciência. Parece
que ainda acham poucas e pe-
quenas. as desgraças que, até
hoje, já teem causado ao país,
com tão indecorosos processos.
Basta, que é de mais! . pasa

ss.
EXCELSIOR!

Há dias, horas depois do-terrível
desastre que poz’ Afonso Costa as
portas da morte, Mayer Garção es-
creveu e publicou um artigo ‘senti-
do e-justo; cujas conclusões, de to-
do o ponto imperativas pela sua fla-
grantíssima razão de ser, necessário
é que repercutam vivamente, imor-
redoiramente, no coração de todos.
Nesse artigo, magnífico como todos
os que o insigne jornalista chancela
com a autoridade do seu nome au-
reolado e em cujos períodos, instru-
mentados com a maestria de um
sinfonista, sobresai, ‘modulado no

 

violino de Paganini da emoção mais

funda, o leit-motiv da Justiça, pal-
pita e freme qualquer coisa mais do
que’a-momentânea, embora “intensa

reacção do sentimento contra a bru=”

talidade inexorável dessa incógnita
a que chamâmos o destino e o fado
que subitamente colocou, a debater-
se nas vascas da morte, uma vida

poderosa de gladiador que. aos pró-:

prios adversários, ávidos de luta en-
tre iguais, se impõe como necessá-
ria. Entre tantos artigos: que: sôbre

Afonso Costa, e por motivo: da fa–‘

talidade sucedida, se teem escrito,

nenhum, talvez, como êsse a que

nos referimos, esplende’ de tanta
verdade, de tanta justiça e de tanta
belesa ! Eº que a êsse artigo, sôbre
prestar a devida justiça’ao estadis-
ta cuja vida está-ainda em perigo ‘é
um brado eloquentíssimo a todas as
consciências: alvorotadas, aflitas ou
inquietas-—quem sabe se pelo re-
morso!–clamando por aquela per-
feita nobresa que deve nortear as
pelejas modernas, por aquela justi-

ça de que não devem afastar-se,

mesmo no ácume da luta encarni-
çada, os que, batalhando teem os
olhos dalma:fitos num: idéal huma-
no é

E” que nêsse artigo que poucos,
como Mayer Garção, poderiam com

tanta autoridade moral tracejar e
subscrever, inculca-se’a todos, sem
distinções nem’ reticências, a lição:

precisa e preciosa queda comoção
suscitada pelo tremendo desastre

ressalta-a clara-dedução de quem, |

comovendo-se tambêm, pode, toda-
via, raciocinar e meditar sôbre o
significado transcendente dessa mes-
ma profunda ebulição dalmas. E”

que nesse artigo em quê a: impres–
‘* são pública causada pela tragédia é

descrita com tintas impressivas, pro-‘
‘ clama-se a necessidade de que essa

impressão se não perca, que o re-
lâmpago de justiça que o sucedido
suscitou se-não apague e pelo con-
trário fique resplandecendo -a ilumi-
nar os que pelejam e que, alfim, se
não espere pela hora pávida da
morte para se fazer, seja a quem

f

‘ fôr, aquela íntegra justiça que é o

DIRECTOR — ABILK

B

Editor e administrador — AT,

REPUBLICANO DEMOCRATICO

 

MARÇAL

Eee Jeca ab pa AS e

ódio! .

para honra de todos!

RES (=

Está em festa a Certã.
Festa rija e animada.

tos anos.

creativa.

construída para tal fim.

mero.

« LP “s y

amado «cangurú»:

pena seo homem morre?!…
Carniça. Nada menos.

‘- niíta do «macaco santo».
Os abutres!

Isidóro Antunes,

 

 

RITO RIBEIRO |.

apanágio sagrado das consciências
que jámais se atascam nos esterqui-
línios da inveja e se desorientam e
cegani, com as: fosforescências do

(Melhoramentos locais

O set estado dalma dêles…

Num postal picotado, de Lisboa
e por um dos sobas da tribu ao seu

Sernache, 13 de Julho de 1915.

É

Este brado. que o-brilhante jor-
nalista formulou, em duas colunas
sugestivas, deve. calar em-todos os.
bons, sinceros. e honrados republi-
canos. E” preciso de ora ávante,co-
mo até aqui, lutar muito; mas é,
sobretudo preciso lutar com lealda-:
de, com nobresa, com, dignidade,
—lutar bem! O choque das ideias,
dos princípios é preciso que se não
converta em choque violento e viru-
lento de pessoas, e que a paixão e
o entusiasmo do combate se trans-
muta em ódio cego, em ferocidade
raivosa, em ruins propósitos malfa-
zejos! Para prestígio da República,
para dignificação da política e, até,

E legitima, que o seu regosijo
corresponde à consecução dum gran-
de melhoramento, pelo qual a capi-
tal dêste concelho almejava há mui-

Inaugura ela hoje o edifício em
que de ora avante fica instalado o
seu teatro e a sua associação re-

E” uma bela construção ampla é
elegante, expressamente delineada e

Realiza a Certã uma velha aspi-
ração e realiza-a com galhardia e
através as naturais dificuldades dês-
tes grandes empreendimentos sem-
pre difíceis para os pequenos meios,
mas que aqui foram incansávelmen-
te vencidas pela dedicação e amor
pátrio de todos quantos nesta obra
colaboraram e em especial da co-
missão organizadora, composta de:
bons filhos e devotados amigos da.
Certâ—os srs. Tasso de Figueire-
do, dr. José Carlos Ehrhardt, Luis
Domingues da Silva, Tôrres Car-
neiro, Eduardo Barata, Zeferino Lu-
cas, João de Albuquerque e outros
cujos nomes não nos ocorrem agora.

‘ Bem legitimo é, pois, como aci-
ma dizemos, o regosijo da Certã-e
dêle tomamos assim parte enviando
a todos e em especial a comissão
organizadora as nossas felicitações.

Informam-nos que é luzido e va-
riado o programa dos festejos ; dê-
les daremos notícia no próximo nú-.

—O Afonso Costa peorou. Que

Isso, que aí fica e é uma revela- .
ção, suplanta, por maior que seja a
maldade humana, a velhacaria ingé-

 

[ERES

&

 

Publicação na Certã

Redacção e administração. em…

SERNACHE DO BOMJARDINI

Composto e impresso. na Tipografia Leiriense

LEIRIA

 

O neerolôgio de Afonso Gosta
por. «E) Liberal», de: Madrid) 1.º

Dissemos já em telegramade Ma-
drid que naquela cidade cirçulou-=
e foi acreditada—a notícia da mor-
te do sr. dr. Afonso Costa. Todos
os jornais da noite da capitalde Es-
panha, excepção feita do A: B. C.,
incorreram na desastrosa gaffe, pu-
blicçando. alguns dêles longas .noti-
cias e pormenorizadas biografias.
“A título de curiosidade, transcre-
vemos integralmente o: artigo publi-
cado por El Imparcial:

«Faleceu na noite de ante-ontem
o político mais notável da nação vi-
sinha ; o que podia ostentar melhor
que nenhum essa categoria, não só
em relação com o seu pais, mas
tambêm em relação com os povos
peninsuláres. pus É

«Faleceu pouco depois da inter-

venção cirúrgica a que «in extre-
mis» se julgaram obrigados os facul-
tativos. Teve bom resultado a para-
centese do timpano esquerdo e igual-

mente a ponção lombar, mas a vida,

sem que nada pudesse fazer-se, fu-
giu daquele poderoso cérebro. .. |

«Não bastou, nem o amor da mul-.

tidão, que se acumulava silênciosa

diante do hospital, e entre a qual,

não um mancebo, como o que sé
ofereceu a Mirabeau, mas muitos,
muitíssimos homens, teriam dado o
sangue das suas veias, para O insu-
flar nas do moribundo. Se

«As fábulas é lendas que 6 rodea-

ram durante as breves scenas da sua
acção política, não o abondonaram
à hora da morte. Voltou-se até a
acreditar num fantásticolarentado,

considerando-se demasiado modesto.
para tal personagem um vulgar de-.

sastre de electrico. A ésta cidade
chegaram, não só de Badajoz como

de vários outros pontos imaginários,
notícias de que, por câusa’do fale-

cimento, tinha havido sangrentos
distúrbios nas ruas de Lisboa. Por
certo não houve mais do’ que uma

grandé tristeza entre ‘os amigos-e’
entre os adversários. Já-os próprios”
católicos tinham nobremente come–

çado a fazer-lhe justiça. “vo

«O que haverá agora em’Portu-

gal? Será um largo parentesis, não
tanto de paz como de modorra.-
«Aquietaram-se as paixões; por

obra “do honrado e eloquente, mas

melífluo, António de Almeida, o no-

vo parlamento tributará ao seu de=:
funto domador funérais-de primei-
ríssima classe; haverá ternas e ines=:

peradas reconciliações ; sobreviverá

espontaneamente o que pretendeu,
sem arte nem discreção, o bom Pi-:
menta de Castro, é, antes dum ano,;
embora haja paz, embora todos pa-“

reçam satisfeitos, sentir-se-há den-
tro de Portugal e dentro da institui-

ção republicana um asfixiante vácuo. |

«Afonso: Costa, para quem tive-
mos nos últimos tempos mais cen-
suras que para nenhum republicano

português, éra o governante único ‘
em cujas mãos, transcorrido um cur-|

to lápso de tempo, estariam seguros
e prósperos os destinos lusitanos:
«Passou, ante próprios e-estra-

Ex. Sr. Adrião Davidx. Sr. Adrião David

 

@@@ 2 @@@

 

à

nhos, por um furibundo radical, por
um implacável demagogo, por um

inovador fulminante, por um inimi-

go jurado de toda a disciplina.
«Era, contudo, o mais governa-

– mental, o mais conservador entre os

companheiros de luta, que no poder
se tornaram rivais. .

«Expulsou os jesuitas em três dias,
e, com êles, várias outras congrega-
ções religiosas; levou a cabo em três

meses a Separação da Igreja do Es-.

tado e não precisou mais que duas
semanas para implantar, por um de-
creto,-o-divórcio.

«Passado o; período febril dos pri-
meiros meses da República tiveram
de entender-se com o tremendo de-

belador que ocultava o estôfo dum:

habilissimo financeiro, os burguêses,
os “monárquinos, os beatos e os ca-
pitalistas. A LHIA.)

«Haveriam ido assim mesmo, não
os jesuitas, presentindo uma nega-
tiva formal, mas’as boas gentes do
clero secular, agradecidos por se ve-
rem livres do jugo de Loiolaso, |

«Pondo de parte Mendizaval (2)
foi Costa” o único financeiro que tem
havido em Portugal desde os prin-
cípios do século XIX. Num ano aca-
bou com o «deficit», apezar dos trans-
tornos que a mudança de regime e
as insurreições fronteiriças tinham
CarcaRn aa

«Realizou um «superavit» para o
aplicar à marinha de guerra e su-
bstituíu a ridicula moeda imaginá-
ria, amparada por uma tradição lar-
guissima, por moeda racional, facil
à contabilidade e à escrita.

«A essa salvadora especialidade
teria chegado ao fim de três ou qua-
tro anos de empenhadas lutas, e
nela se teria lançado a ancora, trans-
formando-se o revolucionário em
estadista.

«Entre as inumeras coisas de que
aqui foi acusado figurou a do seu
ódio à Hespanha. Desatino enorme

ue pela sua própria enormidade

oi acreditado por muitissimas pes-
soas.

«Contudo, ninguem tinha sentido
como êle a necessidade e a possibili-
dade futura da convivência entre
ambas as nações.

«Queria dotar Portugal com um
forte exército e uma forte armada e
anelava vivamente que Hespanha
fizesse o mesmo, pois que então,
irmanados os dois povos e com
imensos vinculos no Novo Mundo
poderiam falar alto e viver inde-
pendentes sem desatenderem, natu-
ralmente, às suas relações interna-

“ciônais. :

«Não fomos grandes amigos do
excepcional político português, não
obstante lamentamos a suá perma-
tura morte, tanto como poderão fa-
ze-lo os seus mais apaixonados ad-
miradores».

O perigo da educação fradesca

 

Foi sempre do bom tom principal-
mente entre as classes abastadas e
essencialmente religiosas o interna-
rem as filhas nos colégios fradescos
sem tentarem sequer perscrutar nos
inconvenientes do ensino claustralmi-
nistrado por mulheres de coração ge-

lado que ao transporem a portaria.

do convento, onde professaram, olvi-
daram: para sempre pais, mães, ir-
mãos, em suma todos os afectos atéos
mais íntimos, como seja o amor a al-
gum ente- escolhido para o comple-
mento-dos seus pensamentos, da sua
felicidade, emfim.

A mulher que na pujança da vida,
na flôr da idade, em plena desenvol-
tura dos instintos dó seu sexo, bela,
gentil, lisongeada pela sociedade que
a cerca e admira se sepulta em vida
entre quatro paredes para olhar o
mundo através duma grade e contem-
plar. o sol sempre baço como nas-tar-
des de inverno, renunciando a tudo
aquilo em que pode brilhar, à sua li-

berdade pessoal, acções e pensamen-

tos, obedece indubitávelmente a um
poder extranho que a domina por
completo, tornando-se uma máquina
autómata para cumprir os desígnios

duma seita-a que obedece cega e in-

 

 

 

 

 

“ECO DA BEIRA

conscientemente, ignorando até a mór
parte das vezes os fins da sua obe-
diência rigorosa, mas que represen-
ta uma vontade que não é nem pode
ser nunca a sua,

O rude soldado, que sob a chu-
va da metralha combate com denodo,
sacrificando a vida em pró da Pátria,
alberga na sua alma patriótica um
ideal concreto, uma esperança acalen-
tadora—vencer e regressar 20 ama-
nho das glebas para ser útil á Comu-
nidade mundial de que faz parte.

A mulher que, subjugada por rega-
has místicas e prazeres infindos de

alêm túmulo, se sepulta em vida, não –

concretiza um ideal positivo, e deixa
de ser uma coisa rial para ser uma

abstracção, dócil, inconsciente e noci- .

va.
A mulher que, na florescência da
vida, despedaça Os laços que a pren-

“dem à família, se amortalha em vida,

oculta a sua beleza, esmaga os impul-
sós generosos do seu coração, esquece
a-missão dé propagadora da socie-
dade para que toi fadada, olvida os
beijos quentes da mãe carinhosa e as
lágrimas aflitivas do pai, as afeições
de irmãos, parentes e amigos; afasta-

– se por completo de todas às leis na-

turais, metamorfoseando-se numa
aberração, num energumeno social.

Pode lá nunca ser uma boa pre-
ceptora, uma mulher que não sente
bater sob seu peito um coração afec-
tivo, quê não apreciou o amor de sua
família, que nunca foi boa filha, ir-
mã ou ésposa, e que não usufruíu o
inefável prazer de aconchegar àos
seús peitos túmidos um ente querido
saído de suas entranhas, é a quem
alimentou com seu leite e estreme-
ceu de cuidados para calar os seus
mimosos vagidos! “

Não. Não. Não.

Todo o carinho dedicado às suas:

educandas é artificial.e obedece a um
estudo persistente e a fins calculados.

Pretende-se . inocular .nas tenras
criancinhas os pernictosos efeitos da
hipocrisia: que deforma caractéres.

Pretende-se transtormar. à alegria
infantil numa massa inerte, bisonha e
serv:l, continuadora da sua obra re-
trógrada, concebida nas manhãs per-
fumadas pelos olores almiscarados

do incenso, nas promessas é bençãos.

celestes que as inocentes supõem ver
transpirat dos lábios trémulos das
freiras.

Estas casas que em matéria ins-
trutiva em nada sobrélevam os de-
mais estabelecimentos similares, e
conseguintemente sem motivo pará

preferências, tem simplesmenteavan –

tangem, para elas, de, embora não

conquistem em cada criança uma.
freira, o de prepararem adeptos e

dedicacões que no futuro lhe entre-
garão os filhos e defenderão a sua
causa.

Para que preferir então as casas
religiosas para a educação féininina,
chegando-se à obcecação de muitas
famílias portuguesas mandarem as fi-
lhas para colégios espanhois, corren-
do-se até o perigo da desnacionali-
zação?!

Ignorância, fanatismo, retrocesso,
caturrice ou senobismo ?!

Urge mudar de rumo.

“E para isso toda a campanha nês-
te sentido é dificiente.

Em Portugal temos muitos colé-
gios seculares onde se ministra com
certo esmêro a educação feminina.

“Que mais se aperfeiçoem ainda
preparando mulheres aptas para se-
rem boas filhas e melhores esposas e
mães, são os nossos ardentes votos.

Isto é: precisâmes que aos nossos
colégios présida uma sensata orien-
tação tendente a produzir mulheres
cônscias dos seus deveres Sociais e
não manequins autómatos alheados
da sua nobre é importante missão,

AE.
(Do Herminio).

Carro de aluguer

Preços baratissimos. Pedidos a
Acácio Lima Macêdo.

e GERTÁ-—

 

 

A Igreja e a República
Portuguesa
(Continuado do n.º 44)

O conferente apezar de ter assim
incorrido em excomunhão iípso fa-
cto, ainda não foi intimado pelo Pa-.
triarca de Lisboa a pedir a absolvi-
ção da censura é tem continuado
impunemente até hoje a exercer as
suas-ordens, a ser prior da maís po-
pulosa freguesia da capital.e até…
a ser um dos mais acatados conse-
lheiros do Paço de S. Vicente de
Fóra! SONQGAnSUAS |

Decretada a lei da Separação, O
clero, leu, meditou, reconheceu que

“o Estado tinha razão em grande

parte e resolveu aceitar as pensões

que Roma e Prelados lhe não ti-

nham impedido de aceitar. Mais;
estes, quando consultados particu-
larmente, responderam : que aos pa:
dres deixavam ampla liberdade de
proceder ! o

Mas esta atitude é poucó dúra-
doura “porquantouns’ insinuam’ di-
recta e indirectamente, e outros im-
põem-se a ponto de exigirem do
clero, sob juramento, não aceitar
tais pensõest’ e

Qual a causa de tal reviravolta ?
O sonho insensato duma” guêrra“ci-
vil alimentada pela crença de mui-
tos cidadãos portugueses donde sur-
gisse o regresso à velha pitança, à
vida; despreocupada e feliz no goso
dum mando despótico; e feroz !

E tudo isto depois de Roma ter
respondido: que ao clero pobre era
permitido receber as pensões se de
talirecebimento não proviesse grave
escândalo:

“(Como os fieis continuassem a não
distinguir padres pensionistas e não
pensionistas precisou inventar-se O
tal escandalo!

Santos Farinha foi o chefe da tru-
pe e tanto a peito tomou a empresa
que escrevendo ao dr. Francisco
José de Medeiros, ora falecido, de-
clarou queia tentar ;a fundação: em
todas as freguesias da capital de uma
associação de devotos e devotas que
fizessem propaganda. para que: nin-
guêm assistisse a actos cultuais pra-
ticados por-padres pensionistas ou
em que êstes tomassem parte!

Santos Farinha, o da conferência,
é o chefe do movimento; Santos

“Farinha!… a lançar pedras!

A reacção está bem servida, tem
o que merece.

O que é certo é que a talipropa-
ganda não: surtiu todos ós efeitos
desejados apezar* da boa vontade de
certas almas… grandes, pois que
não conseguiram que as missas ce-
lebradas por padres pensionistas
nas igrejas: de Santos o Velho e Es:
trela, de Lisboa: deixassem de: ter
numerosos ouvintes. Entre as pro-
pagandistas havia gente dêste esto-
fo—uma estérica, casada, tendo por.
director espiritual um clerigo sou-
teneur de mulheres casadas e aman-
te de viuvas, e que então vivia com
uma excirmã de-caridade ainda liga-
da ao voto de castidade a quem ci-
nicamente tentava fazer passar ‘por
irmã! poa E aUb ai
São desta inteiresa ; moral alguns
dos catões que pretenderam atirar;
pedras aos pensionistas, que-aceita-
ram as pensões por um-dever de
consciência imposto ao clero que
não deve renunciar ào que de direi-
to lhe pertence, com prejuizo de
terceiros: Porquanto-é sabido que a
renúncia das pensões importava a
perda dos presbitérios.e passais, em
prejuizo do povo que os via aplica-.
dos a fins estranhos à sua vontade,
pela: mão caprichosa- do padre. O
povo tornar-se-há incompatível com
o padre, quando fôr informado de
que o seu pároco deixou de aceitar
os meios da sua subsistência para-o
onerar com êste encargo. E, desde
êsse momento, debalde . o;pároco
apelará para a caridade dos fieis,
porque não a teve: para com êles,
sabê-lo-ão dizer, porque; lho sabe-
rão ensinar ! jo

O desejo insensato e antipatrióti-
co: duma restauração monárquica
foi uma das causas dos variados.

 

 

ms

disparates praticados pelo alto cle-
ro, que não pode tragar a lei” de
Separação—que é a magna carta de
alforria do baixo clero.

Podia lá ser doutro modo… o
alto clero que passava a vida a des-
denhar, desprezar, perseguir por fu-
teis motivos, e explorar o seu mo-
desto irmão. no sacerdócio, exem-

“plo—os ordenados dos coadjutores,

. ue e .
o terço das binações, as licenças
para exercício de ordens e uso de

– faculdades, repetição de exames de
confessor, pregador, de concurso,
=“de colação-—perdéria” sem: protesto

essa mina “de “exploração, o meio
seguro de o conter sujeito? é

Era lá tolerável que o baixo cle-
ro, o escravo, obtivesse à liberdade
de lhe marcar a fronte com o esti-

“Sma de miserável avarento, hipo-

crita, comodista, ignorante, infatua-
do, inútil à causa da igreja é ao
progresso social, etc., etc. 21… .
“E tudo “isto pode trocar-se por
miudos… é só-pedirem… . ‘e teem
logo o trôco em boa moeda cor-
rente.

 

 

(Continúa)
“Pe Cândido Teixeira. .

“LITERATURA.
-Fôlhas dispersas no

No olhar daquela mulher havia
um não sei quê de melancolia quê
os lábios não sabiam iludir ainda
mesmo quando sorriam. –

Quem a olhasse superficialmente
julgá-la hia por vezes alegre; mas,
aquele que, um pouco mais fisiono-
mista, à Observasse com atenção ve-
ria sempre: apagar-se’o último lam-
pejo-dum sorriso na sombra-escura
duma nuvem de-tristezass sos

E assim a alma. da mulher…
Embora a tristeza queira ali viver
oculta, os olhos, êsses indiscretos
confidentes, denunciam-na imediata-
mentes; olsbsod psi ob ei

E porque era ela assim triste 2,

Muitas vezes fiz a mim mesmo
esta pergunta, e parece que uma voz
intima me respondia sempre: — no
coração daquela mulher há uma’saú-
dade que-o tempo não consegue ex-
LDO algo dl

alvez porque o mistério nos atrai,
eu ia sentindo, cada dia que passava,
maior desejo de conhecer a causa
daquela tristeza. FF SONO Gisio.

A mulher é um ente dificilide-es-
tudar. Na sua delicada. compleição,
onde se alberga uma alma: dotada
por vezes dos sentimentos mais con-
traditórios, produzem-se fenómenos
que escapam à observação dos mais
atentos: psicologistas. inHoa ai

Não se lê no coração da mulher co-
mo em livro aberto, embora assim.
pensem alguns optimistas. E” pre-
ciso saber lêr nas entrelinhas e adi-
vinhar palavras queá’lente mais po-
derosa não consegue; descobrir: por-.
que as: apagou. uma. lágrima. .calei-,
gante: se RE

Aproximei-me. dela para melhor a
compreender, falei-lhe’do amôr: nos
seus múltiplos ie variadíssimos’às+
pectos; citei-lhe de -cor:passagens de
romances em que mc, parecia haver.
analogia com o estado da sua alma,
e nunca logrei levantar um pouco a
ponta do véu que lhe envolve O co-
ração, nem surpreender-lhe tma’fra-
se, um gesto denunciador !

Nunca lhe ouvi um. queixume,
nem os lábios deixaram escapar uma
leve censura ao sexo forte que me
pudesse’ guiar no caminho ‘ das mi-
nhas investigações. Ber

Tenho quasi perdidas as-esperan-
ças de vir a saber a: causa da .me-
lancolia que põe nos olhos negros
daquela mulher essas scintilações
extranhas que nos-incendeiam”a al-
ma, purificando-a, ou’nos queimam
para sempre’o-coração.

Mas, os dias passam: e ao vê-la,
olhar tristemente o mundo que a ro-.
deia, sinto a mesma voz íntima di-
zer-me baixinho: —-no coração da-
quela mulher há uma saúdade que
o tempo não consegue: extinguir «»»

se “Almiro,nguir «»»

se “Almiro,

 

@@@ 3 @@@

 

Miscelânia literária, histórica, scien-
– lilica e jocosa.

 

“E uma montanha florida e sedu-

tora de um dos lados, árida do ‘ou-..

tro. Sobe-se tão rápidamente a riso-
nha ladeira; thega-se tão depressa
ao cume encantador ! Depois a des-
cida é custosa porque a subida pros-
trou-nos. “Essas flóres do coração,

flóres dos

vinté anos, cujo perfume

nos seduz, é triste vê-las desfolhar!.

Antes conservá-las sempre formosas
e FE les ; as x k ê + 16
no’livro da mocidade, e, quando vier

a velhice, e que a nossa memória .

percorrer de novo essas páginas ri-

Ssonhas, havemos de encontrá-las vi-

çosas e suaves, e havemos de nos
deliciar com o vago perfume da ju-
ventude, que há-de rescender nas
suas fôlhas já sêcas .. O que fica
da rosa, depois! de: desfolhada? A

haste que baloiça o vento indiferen-=

te; e nessa haste os espinhos que
rasgam o peito daquele que procu-

rar fazer florir novás rosas:com o |
calor do coração… O amor não é, .

não pode ser tal como Chamfort o

definiu, a troca de dois caprichos-e”

o’ contacto de duas epidermes: é
tambêm, e-principalmente,-o-enlace
de duas almas… O-amor não é
uma flôr que dure uma estação, e
que se desfolhe a pouco e pouco.
Sê-lo há quando o conservares sim-
plesmente na jarra
ptuosidade, em Vez de o conserva-

res, bem recatado, no santuário do

coração. te
O amor não se chama só paixão;
chama-se tambêm afecto. Não é la-

bareda passageira de incêndio devo=—
rador, a qual, em se apagando, só –

deixa cinzas; é labareda, sim, mas
– é a chama da pira da vestal, cons-

tante.e inalterável. E sabes como se.

denomina a vestal que alimenta eter-
hamente o fogo dêsse amor? Tem

. O nome bem suave-—-do anjo da fa- .

mília.

+. P. Chagas.
e: PR) * F
“Oh! bem sei que a terra é bela,
Que o firmamento resplende,
Que o mar canta, o val rescende,
E o prado ri; E
Que as aves chilram em bandos,
Que é de cristal o ribeiro…
:» Que me importa o mundo inteiro
Longe de ti?!

Es A. ‘Oidal.
A 4 ” : ,
Pedir liberdade para si e recu-

sá-la aos outros é a definição de
despotismo. ; Ee
so %*-
Hipocrisia: homenagem que o vi-
cio presta à virtude. –
*. 4
O teu amor

Eu quero o teu amor ! quanto desejo
Vem tudo aquifindar; :

A vida, a glória, o céu está num beijo…

Que tu me podes dar.

Um beijó e a morte! Oh, vem que.o seio anela,: |

– Não cores de pudor. +.
Um beijo e a morte! a morte há-de ser bela
Entre arrulhos de amor. :

Um beijo e a morte, sim ; que eu, satisfeito,
“-Não quero viver mais.
Oh ! deixa-me expirar sôbre o teu peito
-. Meus derradeiros ais! .. :

Que serei eu sem ti? alma perdida
> Por êste mundo a errar;
De que me serve o mundo ?—eu quero a vida
Porque te quero amar.

Porque quero encantar minha existência
+ Com teus risos gentis, ‘ E
E bemdizer depois a Providência
-Sentindo-me feliz.

Porque quero esquecer toda a amargura
Que devorei sem ti; :
Dizer-te em meus delírios de ventura:
» c4Q céu existe aqui!”

Porque o meu sonho és tu ; quanto eu desejo
Em ti só, vai findar ; E
A minha vida toda está num beijo
* Que tu me podes dar !

E: 4. «Vidal. ?

doirada da volu-

 

 

Cu riosidades úteis

O verdadeiro sábio não se deixa
governar, nem procura governar Os

– outros. Quere. apenas que a razão

governe -só, e semp Fe,
as *
Quando contemplo tio céu
Duas estrêlas unidas, .

Creio que são duas almas
Que entrelaçaram as vidas.

E lembro logo os pesares

Que vão na tua e na minha,
“ Quando uma delas se afasta

Deixando a outra sozinha:

– Fernandes Costa.
E

– As dignidades são como os ro-
chedos escarpados : só as águias ou
os-reptis lá podem chegar.

K minha mãe

Sete anos passaram desde a hora
Que ao terreno desceste aonde imora
O fúnebre pavor ;
E eu nunca mais achei um peito amigo.

= « Fão sincero; que desse vasto abrigo

A’s expansões e à dor!…

“Oh! quem pode vencer da morte a guerra ?!

Eu tive a melhor mãe que viu a terra,
Mas bem cedo a perdi.

Melhor me fôra que perdesse a vida.

Oh! mãe, se a tua sombra estremecida
Baixasse agora aqui!…

Se Deus te concedesse inda um momento
À sensibilidade, O vivo alento…
Que doce embriaguez!…

= Nusão !.0. não passava de amargura…

Se te contasse a minha desventura,
= aus Morrias outra vez!

Rita Pereira de Matos.
%

– Os chineses usam nas suas túni-
cas apenas cinco botões, em recor-
dação. das. principais. virtudes mo-
rais recomendadas por Confúcio, e
que são: humanidade, justiça, or-
dem, prudência e actividade.
E
O rouxinol canta à noite,
“De manhã’a cotovia;

Tua voz canta em meu peito”.
Toda a noite e todo o dia.

a E

*

– Invejar: outro é confessar-se infe-
rior a êle..

: *.

“Três muitos e três poucos preju-
dicam o homem : muito falar e pou-
co saber ; muitô querer e pouco ter;
muito presumir é pouco valer.

%

O homem que se vende, por mui-
to baixo que lhe paguem, recebe,
em todos os casos, muito mais do
que o seu valor.

Quantas nuvens no céu serão formadas
De lágrimas na terra evaporadas.

Er

Esses teus lábios, morena,
Nunca mos deixes beijar…
Na verdade mete pêna.
Que tos possam profanar.

*,

– A oração é a mina de ouro de

que tira a alma todo o cabedal das
virtudes com que se enriquece;:

S. Pedro de Alcântara.
A
Quando o-homem se introduz
Envolto na sepultura –

E’ quando finda a loucura
“. Com que o mundo nos seduz.

Manuel cAlpes.

; Di As k % – + 5 a
P’rá mulher ser infeliz
Basta-lhe só ser mulher

“” Sempre nas línguas do mundo
Esteja ela onde estiver. a
Idem.
Um homem que nada sabe é um
“mundo em trevas. : –

(Continua),

 

À CALGETARIA NAS CIDADES

Antes do século XI;nenhuma-das
cidades hoje: notáveis, à excepção
de Roma: e Córdova, era calçada.

Paris mesmo não gozava –desta–

vantagem, pois Rigord, médico e
historiógrafo de Filipe Augusto, refe-
re que, estando o rei á janela do seu
palácio, que deitava para o Sena,

percebeu que, ao passarem as sejes

por cima da lama, se espalhava um |

cheiro muito desagradável, “o que o
determinou a ordenar, em 1184, que

se calçassem as ruas, apezar da des- .

pesa que isso causava, e cujo orça-
mento tinha feito desanimar os seus
predecessores.

Foi desde então que a cidade to-
mou o nome-de Paris, em lugar do
de «Lutetia», que—dizem—tinha na

sua origem, pela muita lama que ne–

la havia. o

Nesse mesmo tempo ainda a cida-
de de Londres não era calçada, mui-
tas. das. suas ruas principais o não
foram senão no século XV; a rua
Holborn; só o foi em:1417: Dijon
começou a calçar -as suas ruas em
1391.

Em 1285, por uma determinação:

de Filipe, o T’emerario, ficou a-car-
go dos habitantes de Paris, o con-
servar e varrer à sua custa a parte
da calçada fronteira á sua casa; po:
rém esta ordem foi mal executada.

Em 1609 foram as ruas varridas

á custa do público sob ainspecção
da policia. e
Até ao século XIV tiveram os ha-

bitantes de Paris a libérdade-de dei > |.

tar o lixo, etc., da janela abaixo bas-
tando gritar três vezes: «água vai»!

Porém esta-licença foirevogada em |
1372, € mais severamente-em 1395. 1

Prohibiu-se o deixar andar os por-

cos pela rua por causa dosdesastre |.»
que sucedeu ao joven rei Filipe. Vol=-

tando este principe de Reims, onde
acabava de ser coroado, ao passar
deironte de Saint-Gervais, atraves-
sou-se um porco nas pernas do cava-
lo;em que ia montado, e o:fezcaír,
morrendo poucos dias depois em
resultado da queda.

O que é’assás notavel é que, pre- |

tendendo “os monges da abadia de
Santo Antonio, que não havia direi-
to, sem faltar ao respeito devido ao
santo seu padroeiro, para prohibir
que andassem pelas ruas os seus
porcos decidiu-se que estes animais
continuassem a chafurdar na lama
das mesmas ruas, com tanto que
trouxessem um chocalho ao pescoço!
Felizes tempos!

Ee cacete a
Meu caro Plácido.

Por absoluta falta de tempo e de
espaço, não pudemos referir-nos à
sua carta de 15 do corrente, inserta
no último número do nosso sema-
nário.

E assim fazemo-lo. hoje, no intui-
to de o tranquilizar acalmando-lhe
o temperamento que, diga-se de
passagem, não nos parece. estar
muito de harmonia com a suavida-
de do seu pseudónimo!…

—Mas vamos ao que importa.

A notícia a que aludia, quiçá com
pouca placidez—releve-nos a fran-
queza–não era verdadeira.

Mas verdadeira que fosse, não
havia motivo’ para sustos, porque o
visado, como bom e ferveroso irmão
que é, do coração de Jesus, havia
de, no desempenho. do seu apeteci-
do cargo, honrar a Confraria, pro-
cedendo: com a correcção-e lisura
que derivam da sagrada trilogia:—
Liberdade, Egualdade e Fraterni-
dade, que sua ex.? tanto… presa!…

eaS E
K marcha fúnebre de Chopin

Sabem os leitores como foi com-
posta essa admirável marcha fúne-
bre de Chopin, que arranca lágri-
mas aos mais indiferentes? Foi no
atelier de Ziem, o pintor célebre
dos canais de Veneza. .

Ziem, então muito joven, tinha
reunido no seu atelier alguns ami-

gos e entre Éles Chopin, Depois de

 

uma noite passada à fumar -e a be-

“ber, O artista teve a ideia de assen-

tar-se ao piano e “tocar uma valsa.

“Mas, para dar um tom macabro à

scena, agarrou; num-esqueleto e sen-
tou-o nos joelhos como se fôsse uma
mulher amada.

Esse grupo é essa: música ‘sur-
preenderam bruscamente Chopin,

“que parecia mergulhado em profun-

do:sôno: Ergueu-se num: pronto; ti-
rou Ziem do piano e, assentando-se
em lugar; do, pintor, improvisou a

admirável marcha da morte, o adeus

à alegria-e à vida, que pouco:tempo

 

depois devia-ser a marcha -fúnebre

que -o. mundo-inteiro conhee

 

 

 

“ANUNCIOS

 

“CARREIRA DE AUTOMOVEL

No» dia 18 “de Maio coméçou a

– carreira de automovel de Barqueiro

(Alvaiázere) a Paialvo-e de-Paialvo

‘aFigueiró dos-Vinhos Começou a

fazer carreira a 19: de Maio, de

Paialvo á Certã’e vice-versa.
Parte o automovel: de Barqueiro

todas as terças e sextas-feiras-ás:16

‘horas-parasPaialvo.

a

 

e :

Partesde, Paialvo-todas as quartas
tesras e sabados depois do comboio
correio em direcção a Certã saido

 

 

= daliás 15 horas novamente para

Paialvo. De Paialvo parte para Fi-

gueiró dos Vinhos ás quintas feiras:

e domingos “depois do comboio
correio. Preços resumidos.

* Lemôs, Pedro, Santos & CG.

 

Castanheiro. do. Japão

O unico que resiste à terrivel
moléstia,,a filoxera, que tão gra-

-ves estragos tem produzido nos
| mossos soutos, é: castanheiro do

Japão. Cc,

O castanheiro japonez ofere-
ce iguais vantagens que o bace-
lo americano tem oferecido. no
caso da doença da antiga videi-

Fa: cujas vantagens são:já bem

conhecidas. As experiencias teem
sido feitas não só ao norte do
nosso pais mas-printipalmente
em França, onde o. castanheiro
foi primeiro que em Portugal
atacado pela filoxera, e hoje en-
contram-se os soutos já comple-

tamente povoados de castanhei-

ros do Japão, dando: um . rendi-
mento magnífico. q

O castanheiro japonez acha-
se à venda em casa de Manuel
Rodrigues, Pedrogam Grande.

PROFESSOR DE INGLÊS

Lecciona. Traduções de inglês,
francês e espanhol.

 

GUARDA-LIVROS

Escrituração comercial é agricola.

Correspondencia:
Trata-se com F. Tedeschi, Ser-
nache do Bomjardim.

 

ANUNCIO

Vendem-se todas as propriedades
rústicas, que pertenceram a Possi-
dónio Nunes da Silva, em Sernache
do Bomjardim. na as E

Quem pretender ou desejar «
clarecimentos, dirija-se ao s
Carlos de Almeida e Silva, de

SERNACHE DO BOMJARDIM

Cândido da Silva Teixeira
SERMCHE DO BONJARDIM

Interessante” monografia! de pro-

 

 

fundas investigações históricas, ilus-.

trada com excelentes gravuras:
Obra dividida em 11,:capítulos,

com um prólogo e notas curiosas.
1 volume de 378 páginas. ‘

Preço-850. ‘

Preço-850

 

@@@ 4 @@@

 

“PULLM TAN?

 

e carro AGE ideal.

Acaba dg ser introdncido DO OSSO mercado esta soberha marea de automóveis:
TORPEDO MODELO 1914

6 cilindros em dois blocos: 95″/>X<133″/, 46,5 ui a 1200 rotações.
Allumage: Bosch alta tensão.
Mudança de velocidades: Electrica Vulcan.
Huminação: Electrica Westinghouse.
Conta-kilómetros: Stewart.
Mise-en-marche: Electrica;Westinghouse.
Roda sobrecelente, Faroes e lanterna, Busina Se Bomba:
enche- pneumáticos e Capota
Em outros países teem estes carros já obtido-o mais exitrsoridináirio su-
cesso, porque, alêm de suplantar todos os: aperfeiçoamentos introduzidos
ngs de; outros fabricantes, ocupam um lugar de destaque pela solidez da sua
coRpaaçao, elegância, velocidade, duração e economia de combustivel.
“Teem uma longa distância entre os eixos, baixo centro de gravidade,
todas largas com grandes pneumáticos, excelente sistema de: en au-

Fomática e estofamento Turkish de 11”.

A:sua marcha é- da maior confiança, tanto nas fúas das: tidudes? como
nas peiores estradas de rodagem-e nas “subidas não teem rival.

E, alâm de todas estas vantagens, são extraordinariamente mais baratos
do que:os de todos os outros carros de luxo até hoje apresentados no nosso

mercado.
Representantes em Portugal:

SEQUEIRA LOPES & a

ESCRITORIO: Avenida das Côrtes 177
| GARAGE: Rua 24 de Julho, 50-E e 50- F

“LISBOA —

– End, – End. telegr.: DIT A —Telefone n.º 1800

“ ERMISARIA CYSNE

nt+ DE

pl AL pn Silva |

RS O ia ss2o

166, Rua Augusta, 168 — LISBOA

Artigos que ninguem deve comprar se |
“sem ver o sortimento é preços desta casa

 

 

 

 

 

CAMISAS PYJAMAS. BOTOES.
CEROULAS CAMISOLAS SUSPENSORIOS
PUNHOS -: PEUGAS, BENGALAS .
* COLARINHOS : LIGAS – GUARDA-CHUVAS. |
GRAVATAS, LENÇOS IMPERMEAVEIS

1 novidades: rerebida directamente de Londres e Pais

“PREÇOS MODICOS

MB BOPRARIA:
“Estblcimenta de géneros alimentícios, louças, fidros
‘& tabacos

“Grande sortimento de conservas de primeira qualidade, de carnes, pei-
xes é mariscos.
Licôres nacionais e estrangeiros, vinho do Porto e de pasto, etc..

Preços lemitadissimos

ANTONIO eos

Sernache do Bomjardim |

– FABRICA DA SALGADA

Moagens e fabrico de: azeite.

Venda de cereais e farinhas.
Recebem-se cereais e azeitona à maquia.

NTONIO PEDRO DA SILVA JUNIOR

Sernache do Bomjardim .

QURIVESARIA E RELOJOARIA

“ANTONIO DA COSTA. MOUGA..
+ SERNACHE DO BOMJARDIM

– Um excelente sortimento dé relógios de todós:c os
sistemas € variados autores. j

Objectos de ouro € prata de fino gósto,. mui pró-
prios para brindes,

Concertos garantidos.

 

 

 

 

 

 

Epa ncçm Es SRD Enero

 

 

 

“Miguel da Costa Trindade

“Esta antiga O eotá halo está habilitada a executar com. a ma-
xima rapidez e perfeição todos os trabalhos de grande e peque-. Y
no formato, para o que possue as competentes maquinas e, Bram E
“de variedade de tipos nacionais e estrangeiros. A

 

meme

– IMPRESSÕES À CORES. OURO E PRATA

Bilhetes de visita desde 24 ety; o “cento. Participa»:
ções de Casais e livros

 

ROO DE IMPRESSOS PARA REPARTÇÕES dy Dto a
Largo do Passeio LEIRIA

 

 

 

 

COPIG DeRAFO

Preparado. por FRANCISCO SIMOES
“ oO mais: aperfeiçoado e mais bar ato.

Com este aparelho bed -Se 100 cópias. de guiilâuêr autógrafo . como:
preços correntes, circulares, mapas, avisos, facturas, EN? oficios, dese-
nhos, plantas, caricaturas, anuncios, etc.

“E’ o único que está sempre a funcionar, porque. se Ri tavar coM
AGUA QUENTE EM UM MINUTO. a

E’ muito útil nos escritórios comerciaes, govêrnos civis, administrações
de concelho, câmaras municipais e, finalmente, em todas as repartições pú-
blicas e particulares em algumas das quais funciona com inexcedivel êxito.

E’ o único que dá tantas provas nitidas e que pode funcioner cinco
minutos depois de ter servido; por se lhe tirar a tinta com água quente em
menos de dois minutos. Garante se o bom resultado, restiquindoese o inápor-

te em caso contrário.
PRECO DO, APARELHO E :

Para tirar bilhetes de visita. 500Téis
Formatoo. cc JA A E hos e o 600 »
» de cd a meje e ATA AR 800 »
» comérdial cam ent duo cs ssa po 18400 »
> AMACO E mor AnEND CL ro. 18700 x
Do. » duplo am iscas oo bh o Hosi de. ab] SbRUIS “ 38400 »
Massa—Lata de QUIIO masi tm o b «Sb QEqiniiad, & “o voIB4OO »
* meo quo cv de: PRC a o 7oo »
Fiota–Frasco grande. ssa 280 »
» + ML uspequeno «sims DD… Folclore Ci 150 »

“Para as províncias acresce mais 100 réis por aprêlho,

 

Todos os pedidos devem ser dirigidos a

FRANCISCO SIM Ses

236, RUA DOS FANQUEIROS, 238 – THISBOA

 

“Agua da Foz da. Certá”

A Agua minero-medicinal da Foz da Cer tã apresenta uma. composição
quimica que a distingue de todas as outras até hoje uzadas naterapeutica.

E” empregada com segura vantag: m da “Diabetes— Dispepsias— Catár-
ros gastricos, pulridos ou parasitarios;—nas preversões digestivas derivadas
das doenças infeciosas;—na convalescença das febres, graves; —=—=uas atonisa

| gastricas dos diabéticos, tuberculosos, br ighticos, elCymno assino dos
exgotados pelos excessos ou privações, etc. etc.

Mostra a analise bateriologica que a “Agua da. Fox ai Cor tã!’tal como

– se encontra nas garrafas, deve ser considerada como microbicamente
* pura não contendo colibacitlo, nem nenhuma das especies. patogencas
‘* que podem existir em aguas. Alem disso, gosa de uma certa acção miérobi-
“cida. O B. Tifico, Difeterico e Vibrão colerico, em pouco tempo

nella perdem todos a sua vitalidade, outros microbios apresentam porém, re-:
sistencia maior.
A Agua da Foz da Cortá não tem gazes livres, é limpida, de: saborle:’

‘ vemente “cido, muito agradavel quer bebida pura, quer misturada com
* vinhos e

DEL POSITO &e FRA lu.

“RUA DOS FANQUEIROS— — Bu SB DA
Telefone 2168e 2168