Eco da Beira nº41 20-06-1915

@@@ 1 @@@

 

Ano 1:

 

 

 

Numero 41.

 

 

 

Assinaturas:
ADO, sem o vos DRC Do LO
Cemeaiecc caido na 60
Brazil (moeda brazileira). >booo
Anuncios, asc e A página 2 2 cen-

tavos a Ria enc de linha

E

 

 

a É RÁ a

 

PROPRIEDADE DO CENTRO RE

DIRECTOR –ABILH

Editor e administrador— ALB

BLICANO DEMOCRATICO

MARÇAL

 

O RIBEIRO

[EE

Publicação na Certã

 

Reacção e administração em
SERNACHE DO BOMJARDIM

Composto e impresso na Tipografia Leiriense

LEIRIA

 

 

er o Partido Republicano Português!

 

Mapa da. votação nêste circulo n.º 21, de Castelo Branco

 

 

 

 

 

CONCELHOS
.— q
s 5 = º Es TOTAL
CANDIDATO a E E E Es | É E E z
hs ds E
DEPUTADOS

Abílio Marçal (democrático).
Correia Mendes (democrático).
Martins Cardoso (unionista)
Paiva Pinheiro Gi
sda Portugal (evoluc: ‘onista)

‘ SEN ADORES

Pina Lopes (democrático) -.

José de Castro (democrático)
Tasso. de Figueiredo (unionista)
Augusto. Vasconcelos (unionista)

 

 

 

: 580 e 271 | 10)
380 | 221
6o 204
A A dliDe, do [GA 164
E CGBLDAS, So | CB | 1h63
ERC CG UIGiUCa dO BO DoA
550 | “504

 

649 | 854 | 2126

 

 

 

 

485 | 274

334 | 368] 640 | 675 | 29314
323 | 318 |. 241 | 821:| 2313
— 960 | 335 | 3834 19541
240) ? 2 50

481 | 576| 754 | 705 | 3070
349| 290 | 736 | 608|] 3003
332 | 384 | 107| 850 | 2536
220 | O7o | 281 | 708 | 2642

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mapa das votações nêste concelho da Certã
ASSEMBLEIAS
o sie CANDIDATOS e S | TomAL!
DEPUTADOS
Allio:Margals so esti oipesinh 197 | 502/ 155| 854
(orneraoNtendess o wa se evesa 24 275 | 153 | 675
Maruns; Cardoso. «nal uirpozcom 430 | 314 | 77 | 8S24
Paiva Pinheiro. sn ass EE Bt do :
Boavida Portugal… . DE 00 cm 50
SENADORES
Tasso de Figueiredo . 503 | 283] q7| 850
Augusto Vasconcelos. . a rs 430 | 201 |, 77 | 108
Bm ops cd. 5o | 408 | 152 | 705
José de Casti C =… … de. 5o | 302 | 153 | 608
E possível. « que estes mapas ain- *

da tenham de sofrer alguma correc-
ção, mas insignificante ela deve ser.

E, assim estão eleitos deputados
por êste circulo:

“Dr. Abilio “Gorreia da
Silva Marçal, democrá-
tico, com 8126 votos.

“Dr. Gastão Correia
Mendes, democrático, .
com 29314 votos.

Manuel Martins Cardo-
so, unionista, com 2313
votos. ; ;

Senadores

F. Pina Lopes, demo-
crático, com 3070 votos.

José de: Gastro, com
3003 votos.

Augusto de Vasconce-:
los, unionista, com 2642
votos.

O nosso querido amigo dr. Abílio

“Marçal tem recebido dezenas de car-

tas, bilhetes é telegramas é, entre
êstes, um extremamente afectuoso
do sr. dr. Afonso Costa.

*

Também nesta redacção recebe-
mos o seguinte telegrama:

«Lagos, 16–Eco da Beira.
-Sernache do Bomjardim
Felicitâmos vosso director.

Autónio C. Santos.
Vivaldo Santos.
José F. Santos »

Aos nossos presados correligioná-
rios e bons amigos do Eco da “Beira
os nossos melhores agradecimentos,
em nome do nosso director e desta
redacção, que pela sua Si sa sente
a mais viva’e intensa alegria.

Viva a República !

 

 

Em cumprimento dum voto à’sr.2
da Conceição, cuja imagem . está
exposta à veneração dos, fieis, na
igreja paroquial: de Sernache do
Bomjardim, celebrou-se ali há dias
uma missa, a expensas do nosso
amigo Marcelino Francisco, da Pas-
saria, com a comparência de mui-

 

tos dos seus parentes e amigos, as-

 

sistindo, ao que nos dizem, muitos
outros crentes. Dêste voto fazia par-

te um sermão, de que foi encarre- |

gado o sr. P.º Benjamim, e uma
plena de oiro — um ‘ cordão — que
pelo devoto foi entregue na mesma
ocasião ao sr. José Adriano de Oli-
veira Braz, a cuja guarda ficou con-

fiado.

 

 

Resposta eloquente

Falaram as urnas!

O acto eleitoral, que há tanto
tempo andava encantado, realizou-se
emfim no passado dia 13. .

A todas as diatribes vomitadas
por certa gentinha contra o Partido
Republicano Português respondeu à
opinião pública pela boca das ur-
nas.

Resposta eloquente !

Aqueles que, por má fé ou inge-
nuidade, supunham o nosso partido
já morto, ou, pelo menos, moribun-
do, devem a estas horas estar con-
vencidos de que um partido que con-
segue alcançar as maiorias em todo
o País e que leva ao Parlamento
um tão grande número de deputa-
dos é um partido que calou funda-
mente na alma republicana do Povo
Português. Não é um partido de es-
peculadores e ambiciosos mas um
partido de ordem e de trabalho: é
um partido que a tudo se sacrifica
para a defesa da República e res-
surgimento do nosso País..

De eleições que tão disputadas
fôssem e que mais serenamente de-
corressem não há memória.

E não venham dizer-nos que a
brilhante vitória do nosso partido
foi devido a apoios do Govêrno !

O Govêrno, cônscio dos deveres
que a revolução de 14 de Maio lhe
impoz, presidiu às eleições com to-
da a imparcialidade. Não protegeu
nenhuma das listas apresentadas ao

– sufrágio; não nomeou autoridades

dum só partido; não manifestou,
em suma, predilecções por qualquer
dos agrupamentos políticos.

A todos deixou completa liberda-
de de propaganda para que depois
nenhumas queixas se pudessem apre-
sentar contra ‘o seu procedimento.

O Povo, então, no uso dum legi-
timo direito que lhe assiste, esco-
lheu entre todos os candidatos aque-
les que mais garantias lhe ofereciam,
aqueles que mais aptos julgava pa-
ra no Parlamento defenderem os
seus interêsses, e votou nos candi-
datos do Partido Republicano Por-
tuguês.

Este partido assumiu perante q

 

 

PEGA e

País responsabilidades tremendas.

Foi, sem dúvida, grande. o seu
triunfo, mas a sua corôa de glória
está cercada de agudíssimos e dolo
rosos espinhos.,

A situação em que à dnúduca dei-
xou o país é das mais graves. As
finanças arruinadas ; as.nossas rela-

ções externas por tal forma embru- .

lhadas que, quem-agora fôr tomar
conta das rédeas do Govêrno, ‘ terá
que fazer os mais esforçados” sacri-
fícios para levar ‘a pôrto de salva-
mento êste nosso malfadado pais.

Felicitamos, pois, o partido de-
mocrático pela vitória alcançada e
fazemos ardentes votos: para: que
possa levar a cabo’a grande obra
de regeneração patriótica que 0; “po
vo lhe impoz.

Vira o Partido Republicano Dr –

nao ss
SERNACHE

Do nosso querido correligionário
Ribeiro Gomes recebemos uma ama-
vel carta em que nos pedia o favor
de darmos publicidade a um docu-
mento relativo a uma subscrição
aberta pela mesa administrativa da

– confraria do Coração de Jesus, O
que Ea fazemos.

Ei

Mapa da receita e despesas feitas
com a compra das insígnias que à
mesa administrativa da confraria
do Coração de Jesus vai em’ breve
oferecer do irmão protector da mes-
ma confraria Beraardo Ferreira de
Matos.

 

Receita Despesa:

 

| Uma medalhinha
Produto de | do Coração de
uma subscri-| | Jesus. 6. 110
ÇÃO cuca iao: I55es. lia em, de A dé

seda azul…s a. 35
Idem branca ….| 25
1m. de fita encar-

natas 15

Soma…| 85

 

 

 

 

Os restantes setenta réis ficam de-

postados na tesouraria da confra-
ria para compra do diploma.

O medalhão da Guarda de Hon-
ra do: Coração de Jesus é oferta
generosa Rum piedoso irmão cujo
nome não publicâmos por êle assim
no-io ter pedido.

*

Muito bem! Concordamos plena-
mente com a deliberação da confra-

ria. E” uma deliberação que muito –

honra a quem a tomou e uma justa
homenagem ao senhor administra-
dor do concelho.

O zêlo inexcedível de sua exce-
lência, a boa vontade que demons-
trou em elevar tanto quanto possi-
vel a confraria, e os seus piedosos
sentimentos eram dignos disso e de
muito mais ainda,

Só o que lamentamos é que a
confraria não tivesse tido a feliz
ideia de lhe mandar as. insígnias: a
tempo e horas de as poder usar no

* passado dia 13.

A medalha e duma fisinha
azul e branca, símbolo dum reino..
celestial por que: ele tanto anceia,

 

 

Ens

REAGE

ia

Cert

 

Ex.” Sr. Adrião David David

 

@@@ 2 @@@

 

dar-lhe hia tom e servir-lhe hia de
lenitivo nas longas eaborrecidas ho-
ras passadas na atmosfera asfixian-
te das salas das assembleias elei-
torais.
e A k

Consta-nos tambêm que a confra-
ria vai enviar um Ofício ao dito se-
nhor Dr. Bernardo, felicitando-o por,
denovo, ter assumido a direcção
dos negócios administrativos do con-
celho e ao mesmo tempo pedir-lhe
que lance um olhar misericordioso
para vários assuntos que interessam
sobremaneira à mesma confraria.

Lá quanto às felicitações não es-
tamos de acôrdo. Nós que conhece-
mos muito bem o st. dr. Bernardo,
sabemos perieitamente quão gran-
des sacr “ificios fez sua excelência
para aceitar tal lugar.

nosso estimado. administrador

é o verdadeiro mártir S. Seb:
cá da nossa regedoria política.

Quantas torturas horríveis não te-
rá sofrido aquele coração que, sén-
do retintaâmente monárquico tem,
para salvação da República, por vel
zes que tingir-se das mais cirrega-
das côres encarnada e verde!

. Tâmbém o que lhe vale é que já
está habituado a ser pau para toda

a colhér.
A lgrejae a República
“Portuguesa

— pec

 

 

 

 

 

Os que me conhecem intimamen-
te sabem bem que não pertenço ao
número: dos tímidos que arrepiam
caminho; quando qualquer papão
surge no horisonte.

Os sustos não apavoram os’ au-
dases; a sinceridade estoica resiste
bem à hipocrisia timida posto que
velhaca. Quem istó escreve é pa-
dre,. mas padre verdadeiramente
português, que a renega a sua
pátria para fazer o jogo “Jesuítico,
Tem pena é certo que o regime,
que para sempre morreu neste pais,
conservasse na ignorância a massa
popular, que ainda agora não. sabe
ver que há padres e padres. Mas
essa pena, apenas consegue erguer-
lhe .o ânimo, aumentar-lhe a revol-
ta sublime. que não sabe transigir
com mediocres, hipócritas e velha-
cos! Os espíritos donde surgiu a
luz redentora e iesfaceladora | das
teias. de aranha com que os preten-
deram enrolar, aprisionar para sem-
pre, surgiram há muito retempera-
dos, para a luta, e foi tão vigorosa
essa têmpera que conseguiu electri-
sar Os nervos tornando-os mais fe-
xíveis..

Nas lutas modernas não são ne-
cessários nervos daço, bastam ner-
vos expeditos- até um anémico con-
segue mover rápida e insistente-
mente o gatilho duma pistóla auto-
mática,

A inteligência robustecida pela
fórça da rasão é invencível.

Eis o que no nosso país se dá
agora e quando isto sucede surgem
mártires. sublimes que morrem lu-
tando heroicamente, mas que não
sucumbem ao. primeiro-embate,

A! República não. surgiu agui ao
acaso — foi o resultado duma ne-
cessidade social. neste” pais que
uma vez sentiu a escravidão mas
que a soube repelir com, a imensa
glória; a República foi feita em
Portugal pelo povo em cujas veias
correu em todos ‘os’ tempos a ância
de liberdade, “que nunca admitiu
carrascos e assim acabou com a in-
quisição, aboliu a pena de morte e
libertow’os escravos.

 

oirese ia alves ver um Ediêro
retrógrado num pais evidentemente
hberal. Desejariam porventura vol-
tar à idade média, êsse período de
vergonhoso retrocesso, para fazer
resurgir muitas mentiras tendencio-
sas que então inventaram destina-
das! a empolgar ignorantes, mas que
agora se pulvesizam perante O es:
pírito moderno ilustrado: Julgavam
ainda que o clero liberto de peias,
consciente dos seus devéres, se dei-
xasse conduzir… ao sabor dos seus
condenáveis intuitos,

ig

 

 

 

ECO DA BEIRA

Basta, parvos, hipocritas velha-
cos. O clero português moderno
não é só serventuário de jesuitas, é
alguma coisa mais: é apóstolo du-
ma religião de paz que no seu se-
gundo preceito indica amor do pró-
ximo- fraternidade.

 

Houve é certo em Portugal um.
período aureo para o alto clero que, –

arrogante, despresou “o padre que
não comungava nas suas tendências
obscurantistas, uma-época, em que
o báculo, cabidos e priores de pa-
róquias ricas, exploraram, vilipen-
diaram, vexaram e ridicularizaram

o padre que não obteve justiça para –

os Seus méritos e serviços.

Esse abuso havia de terminar um
dia. O destino
e… vingou os fracos!

| Sim, miseráveis, existe lá em ei-
ma um ente s’ rpertor que não tran-

sige com a vossa hipocrisia,

Os crentes vão-se ilustrando, e
o enrêdo–ganancioso: cai desfeito,
É um répobro (no vosso sentir) que
vos fustiga e vos lembra . que o céo

 

não se conquista assim. Éle não es- .
tá tão longe como. prégais, o cami-

nho é.o amor que pode brotar de

qualquer coração —o iman. eterno,

que irmana as almas sedentas de
luz— o céo está perto; oferta-o ge-
neroso o carinho infinito de Jesus!
O inferno “de que: êle falou é um
lugar de espiação atenuado pela sua
misericórdia infinita. Interpretai o
mistério ao sabor dos vossos inte-
resses, mas desde que deles vos
disprender-des a misericórdia infi-
hita dominará soberana.

É assfm o meu Deus que vos fala
e incita através do prisma intele-
ctual que Ele me forneceu. Erro?
Ele é .0 culpado visto que transmito
sinceramente o que sinto… e neste
caso Ele tinha obrigação de ilumi-
Dai a E

Mas vamos por partes para me-
lhor nos entendermos.

Desde “longe que em Portugal a
Igreja seguia caminho errado,

A escolha dos seus Prelados, de-
pendia da afeição que os escolhidos
tinham pela Companhia de Jesus.

Esta, a pouco e pouco introduzi;
da ilegalmente em Portugal, tratava
de os moldar a feição dos seus: in-
teresses. Tais mitrados ficavam pa-
ra sempre. nas mãos dós que os in-
digitavam, certos de que êles sabe-
riam corresponder a prova de con-
fiança neles depositada.

Estabelecida esta entente os pri-
veligiados ficavam para sempre seus
serventuários fieis,

Como dominar ? fácil tarefa: Or-
ganizar seminários em ardem aos
seus fins! Como dava nas vistas in-
troduzir, logo Jesuitas nas suas, di-
recções, êles velariam de longe pela
preparação. dos futuros padres —
bastava dar-lhes os. exercicios espi-
rituais

Ao mesmo tempo outras Ordens
Religiosas surgiam. preparando 6
terreno. .. onde captariam heranças
chorudas «para enriquecer as suas
Ordens, já pela doutrinação suges-
tiva de Ribas de famílias abastadas
que nelas professassem levando-lhes
os seus dotes, já p ela atracção exer-
cida no espírito de velhas ricas que
lhes legartam as suas fortunas cho-
rudas,

Entretanto para os seminários ar-
rebanhavam creanças pobres de que
fariam simples curas de. aldeia, e
para 05 Seus colégios atraiam her-
decor ricos que não sópara lá le-

 

 

riam patrimónios abastados mas |

os Re m em relação com famílias
riças que os auxiliassem a viver!

Por vezes lançavam mão dos po-
bres, mas so quando estes ta
provada inteligência e maleabilidade.

ê compenisações é feita a: vida;
demais isto-era necessário para não
dar ‘nas vistas a-sua ambição de ri-
quezas-e predomínio.

A certa altura tudo ia bemsio
Paço dos Reis dava-lhe as mãos
os aulicos e fidalgas, achavam chic
e proveitoso captar-lhes as graças,
as bur guesas tam bem nas águas
porque assim se julgavam niveladas
com as aristocratas… é até as de
terra a terra suplicavam um sorri-

 

 

 

 

impõe-se por vezes

 

so acolhedor que lhes desse a im-
portância tolamente ambicionada.
Frequentar Campolide e Quelhas
era a suprema distinção.

O baixo clero, despresado, esque-
cido, lá ia cumprindo os seus deve:
res como podia, passando por vezes
grandes privações com o que nin-
guem se, importava à não ser a cà-
mara “eclesiástica que lhe não per-
doava um ceitil das nomeações, li-
cenças erc., e o bispo. que lhe. ex-
torquia um terço da esmola de ‘bi-
nação, (apesar de to contos pelo
menos que lhe rendia o resto) para
vários fins… até fazer chalets, e
ser grande acionista de várias em-
presas comerciais. A pobresa em
que o baixo clero vivia convinha
aos manejos da Companhia que as-
sim, por intermédio dos bispos, 0

«conservava dependente.

Moviam altos empenhos para que
as igrejas rurais não fôssem a con-
curso;-o prior «encomendado .era
amovivel, obr igado a exercícios; a
renovar licenças anualmente, e a
fazer exames de prégador e, con-
fessor o que tudo junto rendia me-
nos mal para o bispo e sua entou-
rage. Em qualquer carreira literá-
ria, scientífica, artística, industrial,
etc., fazem-se apenas exames “uma
vez, e-os alunos e de aprova-
dos recebem um diploma que lhes
serve a vida inteira. No campo ecle-
siástico não é assim por não con-
vir à Companhia, seus bispos e afi-
lhadoós,

 

(Continiha)
ph Cândido Teixeira.

 

INSTRUI!

A praça está deserta. A noite -é
fria como gêlo. E, enquanto as be-
gónias dormem no confôrto das es-
tufas, há ali/uma criatura humana
que dorme nas pedras das calçadas.
É’ um mendigo e um ladrão.

De dia pede esmola: e à noite exí-
ge-a. A” hora da missa encontra-se
a porta das igrejas, e é mendigo ; a
hora do crime ensontT. a-sea esquina
das vielas e é ladrão. De-dia traz
mulêtas:; de noite traz navalha. Vê-
de-o. E” uma ignomínia embrulhada
num farrapo.

Caiu ali como um fardo de mi-
séria, estupidamente, brutalmente,
mascando pragas.

Donde veio êssé homem ? Da pros-
titição, do lôdo: anónimo. Entrou
na vida pelo postigo dama roda e
há-de sair da vida pelo alçapão du-
ma guilhotina. Rompeu dum ventre
como um sapo dum esgôto. A mãe,
quando o deu à luz, não viu o fruto
do. seu amôr; viu a prova do seu
crime, Escondeu-o no mistério como
o assassino esconde a sua vítima. E
o pat. Seria um príncipe ou um con-
denado de galés? E” indiferente.

Em ambos os casos, um bandido.
E de resto, que lhe importa a êle!
E um, fruto do:chão, um fruto pô-
dre. Saiu do estrume.e v para a
fóssa. Aos dez anos conhecia todos
os vícios, ignorava todas as virtudes.

Na época em que as crianças rou-
bam ninhos, êle roubava relógios.
Precocidade.

Quando as outras são anjos, já êle
erá gatuno. Na idade em que se
aprende a lêr, êle aprendia a asso-
biar. Os preconceitos e os crimes
buscam cérebros analfabetos, como
os morcêgos e os chacais buscam os
subterrâneos as escuras. Há mais
luz nas vinte e quatro letras do abe-
cedário, doque em todas-as conste-
lações do-firmamento, Não tevemãe,

não teve pai, não teve berço, não te-
ve escola. Germina como um tortu-
lho venenoso, A lama ensanguenta-
da da miséria tem destas gerações
espontâneas. Aos quinze anos deixou
de ser gatuno para começar a ser
ladrão. Já não tirava lenços das al-
gibeiras:” tirava libras das gavêtas.

Ao principio entrava pelas portais,
depois chegou a entrar pelos telha-
dos. Progreé: ediú por tal’modo, ‘que na
idade em que se recebe na igreja à
primeira comunhão, êle recebia no
tribunal a sentença. Seis anos’deca-
deia; uma formatura em ladroa-
gem. Quando entrou levava uma ga-

 

 

 

 

 

zúa; quando saíu trouxe uma nava-
lha, Foi rapazola e veiotigre. A ca-
– deia enguliu um malandro e vomitou
um assassino. Aperfeiçoou-o no rou-
bo e leccionou-o na facada. Daí em
diante distribuiu o seu tempo dêste
modo: três anos nas galés’e três
meses na taberna.

Um assassino saí muitas vezes du-

“ma garrafa. O vinho, propriedade te-

nebrosa!… combinado com o san-
gue. A! bebedeira seguiu-se a indi-
gência, o «delirium tremens». Na-
quele cérebro de perversidade pas-
sou-um terremoto de loucura.= +

Por imali o tendes. E ámanhã,
a estas horas, quem sabe ! estará tal-
vez numa uilhotina, dentró: duma
cova ou no fundo dum rio. O.cutélo,
a miséria eo suicídio disputam- no
entre si: três abutres à espera “dum
cadáver.

Filantropos sociais, respondei-me
a isto. As vossas estatísticas dizem —

– Fa instrução diminui sd perversão :

quer-dizer; o alfabeto diminui o cri-
me que é uma doença dos pulmões.

Para a doença há um remédio e
pára o envenenamento hálum: anti-
doto. Como se deita abaixo uma ca-
deia ?

Acotovelando-a com uma escola.
O professor ha-de eliminar o carce-
reiro. À luz absorve os miasmas do
espir ito, como os arvoredos os mias-
mas dos pântanos. No homem hã
«duas .coisas-—o instinto, que é um
“cepo, e à consciência, “que é um fa-
rol. As consciências são as sentiné-
las dos instintos. A razão é o doma-
dor dos apetites.

Como se faz a separação ? Humi
nando as ruas? não, iluminando: os
seérebros. A gnilhêta castiga os assas-
sinos, mas não resuscita os assassj-
nados. Não indmenisa, Pra: É

ape a EBCICaAS tivesse “fornécidb
um «a b c» ao ignorante é um ofício
ao mendigo, a soma da ignorância
com a miséria não Ra êste
“resultado +erime,

 

 

 

 

 

Ger ra Junquei
Visita de estudo

Fizeram-na recentemente a esta
aldeia os alunos da escola oficial de
Ferreira do. Zêzere, acompanhados
pelo respectivo professor sr. Manuel
António Baêta, que custeou as des-
pesas, e por algumas senhoras. Os
nossos visitantes, que chegaram cêr-
ca: das dez horas, percorreram O
Colégio das Missões, almoçando nã
mata; do;Bomjardim. A’s 16 horas
retiraram, depois de percorrerem
esta localidade, cujas escolas primá-
rias tambêm visitaram.

Instituto Branco Rodrigues

Exames de cégos no Conservatório e no Li-
ceu Passos Manuel j
Q sr. ministro, de instrucão pú-
blica concedeu autorização, a pedi-
do do sr. Branco Rodrigues, funda-
dor do: Instituto de Cégos pararque
sejam cadmitidos a. exame de 1,2
2.º ano de Rudimentos e de 1.2,,2.º
e 3.º-ano de Pjano; no. Conservató-
rio. de “Lisboa. e das discipbnas ide
português e de francês;po liceu Pas-
sos Manuel, sem. pagamento-despro-
pinas:os alunos cégos-dêste estabe-
lecimento de ensino e de beneficên-
cia, que se acham habilitados naque-
las Ra em número de desa-
nove, e
Exames de ção side a >
2:86:20 gratis <
Também êste anó-fazem exames
de instrução primária, na Escola ofi-
cial-de Casenis, “seis altos cégos
desta instituição. 0.0
Regressou de Coimbra: o nosso
amigo sr. António da Silva Ribeiro
digno professor oficial-no Carvalháh.
Este nosso amigo foi acompanhar
sua ácmã: a ese: Di Maxiininareda
Piedade Ribeiro, que foi para aque-
la cidace a fim de se preparar para
o exame de admissão a escola tor
mal, que tenciona cursar.

 

o

o

 

@@@ 3 @@@

 

Miscelânia literária, histórica, scien-
tifica e jocosa

R genealogia

E quasi indiferente a prosápia é
genealogia para os que nascem,
não | para se comprazerem ociosos
no passados: senão; para vasgarem
por’si mesmos o caminho até à
mais remota posteridade.

“Ha homens que derivam dos seus
antepassados. todo. o mérito.

São como vermes, que vivem de
ossadas sepulcras. “Estes são “OS
que | ‘só valem: pelo:sangue dos avós,
sangue já sem hematina e sem gló:
bulos vermelhos, sangue obscuro,
inerte, incapaz de grandes feitos,
sangue de mendigos ilustres ou de
chatins agaloados, Outros homens
ha, que á’similhança do Nilo para
os antigos, não se acerta dizer don-
dé procedem, e principiando, em

 

trecho já assombram “cm o seu nó-
me e dominam com a sua irresistí-
vel superioridade uma inteira civili-

 

sação, assim’como 6 rio caudaloso
do REDO inundando os campos
com! a sua corrente-impétuosa, der-
rama o seu nateiro fecundissimo na
região por onde corre já distante
das correntes ignoradas.

Estes homens não carecem de her-
dar no sangue o esfôrço, o génio,
a magestade.vEiles são ao mesmo
tempo ‘o» tronco e o rebento, a es-
tirpe e aidecendência..

asceram para dar nome às ocio-
sas gerações, de que são progeni-
tores. Uns para valerem, é mister
que digam; «Eu descendo dum he-
roi». Os outros com o nobre orgu-
lho dos que a si mesmo se coroaram,

basta: que digam: «Da luz que di-

fundi na’ minha época, no mundo,
em toda a humanidade, ainda uns
clarões’ irão: dourar a fronte obscu-
ra da família, que eu fundar».

Uns – são os que encontraram no
berço a púrpura, cosida’de retalhos

ucainda restam do manto dos avós.
Os outros são os que a souberam
talhar com o engenho ou com a es-
pada no estofo humilde e sem valor.

Uns são os reis faintanis, os ma-
gnates de cérebro vasio e de escudo
divisado de heráldicas pinturas. Os
outros são os Gamas, os Bonapar-
tes, “os Neuwtons, os Laplaces, os
Hugos; os Shakspeares, cuja glória é
tão grande e pessoal, que ao. mundo
absorto “e deslumbrado na côntem-
plação “de tão intensa luz, não é da-
do distinguir em. suas estirpes quem
antesou depois dêles existiu.

ato Coelho.

Os velhos o a história viva do
passado, e representam, o exemplo
para o futuro. E

i E. Richebourg

*

A caridade é o bálsamo consola
dor de todas as angustias, de todos
os martirios e de todas as provações.

Idem.

Nunca die ser fiéis
homens como se quer:

“júmais hade ser constante

Quem nasceu de uma mulher.
“A mulher é-como a rosa

Por sobre espinhos aberta;
Mostra a beleza e frescor,
Tendo a maldade encoberta.

* ”

O homem convence pela razão, à
mulher reina mais pelo sentimento;
no homem domina a cabeça, na mu-
lher ao o coração.

; dos

A maior parte dos amigos despe-
de-se:de nós à porta da desgraça.

A atmosfera: que sé respira’nós so: ‘

tãos da decadência asfixia-os,
EE 1
»* Rendeira, linda rendeira,
Deixa os bilros enfadonhos
É faze dos meus amores
Um rendilhado de sonhos.

*

Não ha grandes talentos sem uma
grande vontade. Estas duas forças
gemeas são necessárias: a – COnStru-

 

Curiosidades úteis

ção do imenso edifício da glória. .
A vontade. pode é deve: ser bém
mais para orgulho que o talento.
Se o-talento tem sua origem na pre-
disposição, cultivada, o querer-e
uma conquista feita a cada instante
sôbre os gostos domados-e.reprimi-
dos, sôbre as fantasias e os obstá-
culos vencidos, sôbre as dificulda-
des de toda a casta heroicamente
subjugadas…

: de Bailado.

x

«O coração que é sábio
Diz que eu à amo dum amor perfeito.
Venham astros dormir sôbre o meu lábio
E que me caia o ceu dentro do peito
Se ela me tem amôr,

Guedes Teixeira,
*
De que mais mg honro é não dei-

“xar passar tempo em cujo “decurso

não “faça “alguma coisa ou aprénda
a trabalhar.

Catão,

*
A vida é acidentada de contrarie-
dades, depois do fluxo o refluxo; é
‘o móvimenito perpétuo dos oceanos

e-das sociedades.

Mer.
*

—Para as mulheres, ha num ho-
mem de vida-airada um não sei quê
de irritante que as atrai, tornando-o
agradável a seus olhos.

Será vaidade de fazerem triunfar
a sua imagem entre tantas outras?
Será que elas se dirijam á sua ex-
periência, assim . como um doente
paga mais caro um médico célebre?
ou acaso as lisonjeia a ideia de ex-
citarem um coração calijado?

H. de Balzac.
*
O amor
A” mina húmida e escura
Desce o mineiro, procura,
E, se encontra o filão de ouro,
Agradece a Deus a sorte,
Crendo que achou um tesouro,
E às vezes só acha à morte.
Na mina do coração,
Muita gente supõe ser
O amor o melhor filão. .
E é o que mais nos faz sofrer!

Alberto Bramão.

*
Origem de alguns homens célebres

Linneo, o famoso naturalista, era
filho de um cura de aldeia e passou
a infância como aprendiz de sapa-
teiro.

Franklin, o Eéjebre fisico, filoso-
fo e. estadista, era filho de um ven-
dedor de sabão e foi tipografo.

Balzac, célebre romancista fran-
cês, era filho de um artista me-
cânico.

Shakspeare, o grande poeta in-
glês, era filhó de um carniceiro.

A amizade baseia se muitas vezes
mais nos contrastes do que na har-
monias

Mery.
o
A calúnia –

Tem-se visto ao pé dos tronos,
nas salas dos tribunais, nos comér-
cios das multidões.

Assistiu com Bruto ao assassínio
de: Cezar, velou com Napoleão até
no centro do seu exílio. Presidit
prasenteira ao martírio do Baptista,
acompanhou o Salvador até o triun-
fo da sua cruz. Nem em Linterno
deixou o heroi de Roma, nem na
Antiochia poupou ode Cartago.
Siumbolisa-a emfim a cicirta de Sa
crates, o bezerro de Aarão, o pati-
bulo’ de’úiz XVI, o último suspi-
ro “esquecido “de Afonso de; Albu-
querque.

A calúnia e filha da inveja irmã
da “intriga e mãe da injustiça. E
arma a mais ruim e e spneeival
mas que contudo tem devastado im-

périos, e hade perturbar sempre a

paz de todas as gerações.
J. Gonçalves,

 

 

 

“LITERATURA.

Folhas dispersas…

Nunca passou despercebido o apa-
recimento do primeiro cabelo branco,

A mulher é quem mais sente afre-
fecer a alma ao caír de aquele pri-
meiro fóco de neve.

Sea dôce realização dum sonho
tantas vezes acariciado a não levou
ainda aos degraus dum altar para
unir o seu destino ao dum ente
amado, arranca-o entristecida ou es-
conde-o hábilmente nas tranças do
penteado.

Se o primeiro cabelo branco apa-
rece quando. no. jardim já há crian-
ças que saltam, a mulher sente fu
gir-lhe aquela. frescura que a fizera
amada, mas abençoa o destino que
em troca dum fio de prata lhe deu
os fios de ouro de uma meiga crian-
cinha,

O. primeiro cabêlo. branco traz
comsigo, quasi sempre, uma lágri-
ma. de saidade, fazendo desfilar pe-
la nossa, frente, como em fita ani-
matográlica, os anos felizes duma
descuidada mocidade,

Antes dêle, sonhos de amôr, dô-
ces idealismos, uma -trova lançada
ao vento, um idílio em noite de luar,
uma: frase linda; o perfil delicado
duma mulher Doni:

Depois dêle… o passado em rui-
nas como um/velho castelo» a:-que
os anos vão roubando as ameias se-
culares.

O primeiros cabelo branco é as

evocação do passado e a guar da
avançada do futuro. E” a mocidade
que se despede e a velhice que se
faz anunciar.

O primeiro cabelo branco. ..! Ar-
rancá-lo hia quando hoje de manhã,
me vi ao espêlho, se com êle pu-
desse arrancar os anós que já me
pezam.

Almiro
nf
Lili:

Os poetas não se improvisam.

Aqueles que em versos lindos, suá-
vemente candenciados, dizem coisas
encantadoras que nos sensibilizam a
alma ou nos adormecem o coração
emsonhos dôces de amôr, são entés
privilegiados a quem a natureza per-
mitiu descobrir alguma coisa de poe-
sia no leve cicio da briza por entre
a folhagem do arvoredo, nó gorgeio
das avesitas, no adejar das borbolê-
tas, no carpir das águas que sedes-
penham das cascatas, no olhar duma
mulher: bonita: ou no murmúrio dum
beijo roubado numa noite de luar.

Nasce-se. poeta, e aqueles que o

são por nascimento -encontram quan-.

do à razão começa a desabrochar,
como botão de rosa em manhã de
primavera, O sorriso das musas que
lhe amparam os primeiros passos.

Não é já nesta altura da vida que
as musas nos visitam.

E” impossível fazer o que me pe-
de. Vou «confiar a quadra que tão
gentilmente me enviou a alguêm ca-
paz dé ana as glosas que deseja,

Calcule, Lili, quanto sinto, nêste

 

– momento, não ser poeta!

Se o fosse havia de arrancar áque-
la quadra uma confissão… Nada,
absolutamente nada, revelaria,

Nas Folhas dispersas ha-de ter
muita ocasião de ver q não sou
indiscreto. Mas, creia, Lili, que às
vezes a indiscrição:é uma. virtude.

 

Almiro.

Emquanto se fuma um
cigarro

Já não podemos averiguar se é
bem certo o filósofo Sócrates ter
dito que o érro provém da tgnovân-
cia; nem vale a pena pensar nisso,

O que importa é acreditar na ve-
racidade de tão sincera doutrina,
quer ela seja de tão glorioso Mestre,
quer ela tenha dimanado de quali
quer filósofo de águas furtadas,

 

Com tal modo. de: pensar finou-se
ha tempos o mais ignorado dos fa-
* bricantes de calçado da cidade in-
victa, mestre. Elesbão Ventura. O
ilustrado artífice, nas horas de ame-
nã cavaqueira, profeéria varias tira-
das cheias de sã filosofia, e, muitas
vezes, ao queixar-se da ignorância
de que téem dado sobejas provas
alguns dos nossos, municípios, dan-
do as ruas da cidade um nome pou-
co em harmonia com a sua indole,
tinha húmorismos’ dignos de’nota,
—Ora veja —dizia-nos eles-a pri
meira prisão que vi fazer foi à “mi
nha, na rua da Liberdade. !
Lembra-me como se fôsse hoje:
a desordem que principiara narua
da Pax, por causa dama mulher que
morrera de parto na Boa Hora, foi
promovida por um cego da Boa Vis-
ta que à fina fôrça pretendia afir-
mar que o caso ocorrera no Bom
Sucesso! Eu tinha a certeza de que
não . fôra assim e dei dois safanões
bem, puxados no teimoso cego; fo-
mos á esquadra é de lá para, o Al
jube. Quando passavamos á rua do
Sol, estava bastante escuro,:e, ao
atravessarmos a rua Escura, notei
que lá havia muita luz. |
Dentro -do clássico hotel do João
Branco. puz-me a meditar na futeli
dade que ali-me leyara-e nos dispa-
ratados nomes’das. ruas. Eno mi-
nha prisão fizera lembrar!… O
caso era para arrelia! Prêso na rua
da Liberdade!… Não devia conti-
nuar. a conhecê-la; por êsse nome,
que estava mesmo a pedir substitui-
ção. Os municípios“doutras épocas
tinham. estado: à caçoar com o pú-
blico!… ‘

 

O mestre Elesbão.) proseguia ain-
da, mas eu noto “que ‘o leitor já dei-
xou apagar o cigarro e deixo para
outra vez o resto da história.

Adelino Sá.

 

ANUNCIOS’ Iê

CARREIRA DE AUTOMOVEL –

No dia 18 de Maio Coineçou a
carreira de automovel de Barqueiro
(Alvaiázere) a Paialvo é de Paialvo
a Figueiró dos Vinhos Começou a
fazer carreira a 19″ de Maio, de
Paialvo á Certã e vice-versa.

Parte o automovel de Barqueiro
todas as terças « sextas-feiras ás 16
horas para Paialvo.

Parte de Paialvo todas as quartas
fesras e sabadus depois do comboio
correio em direcção a Certã saindo
dalás 15 horas novamente. para
Paialvo. De Paialvo parte para Fi-
gueiró dos Vinhos ás quintas feiras
e: domingos depois da – comboio
correio. Preços resumidos,

data Pedro, Santos & C.*

 

 

Castanheiro do apão

O unico que resiste à terrivel
moléstia, a filoxera, que tão gra-
ves estragos tem produzido nos
nossos soutos, é. castanheiro do
Japão. ;

O castanheiro japonez ofere-
ce iguais vantagens que o bace-
lo americano tem oferecido no
caso da doença da antiga videi-
ra cujas vantagens são já bem
conhecidas. As experiencias teem
sido feitas não só ao norte do
nosso pais mas principalmente
em França, onde o castanheiro
foi primeiro que em’ Portugal
atacado pela filoxera, e hoje en-
contram-se Os soutos já comple-
tamente povoados de ‘castanhei-
ros do Japão, dando um, rendi-
mento magnifico.

O castanheiro japonez’acha-
se à venda em casa de Manuel
Rodrigues, Pedrogam, Grande.de.

 

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236, RUA DOS: FANQUEIROS, na a nao

peste

 

“Agua da Foz da Certã

A Agua minero- medicinal da Foz da Certã apresenta uma” composição
quimica que a distingue de todas as outras até hoje uzadas na terapeutica.

E’ empregada com segura vantagem da Diabetes— Dispepsias — Catar-
ros gastriços, pulridos ou parasitarios;—nas preversões digestivas derivadas
das doencas infeciosds ; :—-na convalescença das febres graves; —nas atonisa
gastricas dos diabebicos, tuberculosos, brighticos, etc. no e or
exgotados pelos excessos ou privações, etc etc.

Mostra-á analise bateriologica que a Agua da Foz dá Certão tal “como
se encontra nas garrafas, deve ser considerada como microbicamente
pura não contendo colibacitlo, nem nenhuma das «»pecies patogencas
que podem existir em aguas. Alem disso, gosa de uma corta acção microbi-
cida. O B. Tifico, Difeterico e Vibrão colerico, em pouco i«empo
nella perdem todos a sua vitalidade, outros microbios apresentam porém re-
sistencia maior.

A Aguada foz da Certá não tem gazes livres, é limpida, de sabor le-
Ve Fenie seido, muito agradavel quer bebida pura, quer misturada com
vinho

DEPOSFTO GERAL.

aa DOS FANQUEIROS— 84 LISB DA.
Telefone 2168168