Eco da Beira nº28 07-03-1915
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-“Numero-28-
| ASsimaturas,
eniag, 19719 ss
Semestre… …..
“Brazil o ei
….
RE ie nóme EN polis def paeifica-
“ção, genial e’ditato lnténito decre-
tada pelo govêrno, o Partido Repu-
blicano Português é injuriado ec ás
‘sáltado “impunemente – nas rúas de
Lisboa, e os seus membros: mais
graduados ns “valorosos alvejados a
ntaria selvagem e |
ta! jo e a
Para és iBçãO dos esp) tos, um
bando de celérádos perci
tade, as ruas da capital é val insta-
lar-sé comodamente nas proximida-
des do govêrno civil em espera à
vósa aos parlamentares demi cráti-
cos.
E conhecedores das – Vogt po.
sições do govêrno e da sua fraterna
atitude, Os sicários, no augusto pro-
peiso? de continuarem a pacificação
da famili portuguesa, pelos próces-
sos “do aego decreto eleitoral,
disparam, quasi á’ queima” Tóupa a
traição, sôbre cidadãos” despreveni-
dos, numa emboscada“ de bandidos.
E, consumado o seu feito, 1 retiram
simpunes e socegadamente!
“Com : teria satânica-
ido isto”
mente ridículo “senão” houvera sido
já horrivelmente trágico E
* Porque, nesta magnânima pacifi-
cação feita a tiro, uma “existência
das mais preciosas do partido repu-
blicano, tombou já. varada por balas
hómicidas.
“Nôós pároxismos” dêste “delirio ago:
nizante em que miserávelmente sé
debate uma nacionalidade, cegamen-
te arrastada” para o precipício da
perda “da sua 1 idependência, nós
perdemos, um amigo querido, um
dos hômens de’ mais futuro E de
mais séguras esperanças no a
mento da pátria DADE AE
República. .
“Neste mômento, a nossa dor ven-
ce a nossa indignação, dominando-a
numa grande manifestação de de-
sálemto é desespêro. Res
“Pobre Henrique Cardoso ssa
Ru lembro-me” neste momento,
com | angústia e saúdade, as suas
Doc num recente almôço in-
o, ém Lisboa, com, Elísio Melo,
et ma. grande cónfiânça é duma in-
quebrantável fé e dedicação E Re-
a
mente O À espetado ido + o
partido-—da, sua, energia, dá sua in”
teligência e, da. sua devoção patrió-
tiça.
Infelizmente peórou, e no desca”
labro desta; dissolução de energias
e de fé, êle perdeu, miserávelmente
a vida, num. assalto, odiento é trai-
çoeiro de uns. bandidos que se e di-
“2eRi políticos? “Cs
Desditoso amigo! o
E
“ Sôbré a sua sepultura eu désto:
lho neste momento Os goivos rõxos
da minha amaríssima saudade |
“5A este respeito, is EA in-
A bn de macintação e dê: con
córdia, hipocritamente | proclâmada
pelo. govêrno; Já produziu vários aten-
tados odiosos; dando-se, como: coh-
sequência onte m Md noite, mais um
crime abominável. É” o resultado
da-obra será de: perseguições,
ódios e vinganças, atiçada e protegida
por um govêrno inconstitucional, que
estarrapou as leis. popularés, e que
a mercê de grupos” de Sicários: expõe
a vida dos cidadãos, Isto en plena
cidade de Lisboa! Em plenas ruas
de Lisboa, daS mais concorridas da
capital! Isto em frentedos «teatros,
à hora da maior-concorrência. Polí-
cia, nem um! Isto a dois passos: do
govêrno civil! E polícia nem um não
obstante grupos suspeitos demorarem
pelas esquinas do Chiado! que dão
para as ruas” transversais, ligando
como largo do Directório” A” von-
tade, Coro se estivessem ho deserto
do-Sahárá, grupos de: malfeitores,
assalariados, e, evidentemente, man-
datários de “Mândantes, postam- Se à
espera qué’os deputados é sénado-
res-do Partido ‘Repub Ino Portu-
guês ‘se’ ditijam, para 0, argo do
Directório, a assistir à reunião cón-
vocada para ontem à noite. E polí
Cia, nada, nem sombra! Só depois
do” Crime “praticado, Só depois dos
sicários dispararem, traiçoeiramenté
as pistolas . de-que vinham armados,
É que a fôrça é mandada aparecer.
E é claro, Que quando. a .fôrça apa-
receu, já OS assassinos tinham fugido.
Foi assassinado q sr. «Henrique
Cardoso, deputado. da nação, |; dedi-
cado e valoroso. membro do Partido
icano, Português: E só. ;por
acasó não foi assassinado mais, ne-
nhum dos companheiros que, tran-
quilamente, com ele -Seguiam para o
Directório. Foi assassinado. vilmen-
te, traiçoeiramente, a dois passos
do govêrno civil, tendo os. -sicários
disparado, segundo. várias testemu-
nhas, uns vinte tiros, em plenaxcida-
de, de, Lisbôa. Ai está a obra de. per-
seguição e ódio feita contra. oParti-
do: Republicano Português, perse-
guuição e ódio sancionados. e prote-
gidos pelo próprio govérno |. O .go-
vêrno—o tal da concórdia-—é o prin-
cipal responsável pelo crime de on-
tem, porque, indirectamente, refle-
xamente, foro seu instigador! Sim,
o seu instigador. Porque, colocando-
ser frente: dessas: perseguições: Ê
ódios; deu necessáriamente ânimo’e
coragem aos sicários para’se abalan-
çarem à práticaidos mais nefandos
crimes. Já corre. o sangue dos már-
tires; dos que, pela’sua’honra-de re:
publicanos, de portugueses: erde pa-
triotas, “combatem “essa ditadura,
vergonhosa de Portugal, vergonha
da “República; ‘ vergonha da Euro-
pa: civilizada, E” a” ditadura do
sangue, que’ já ‘ensopa as ruas de
Lisboa com o sangue de cidadãos
livres e honrados ! is a obraido go-
vêrno, eis o programa do: govêrno,!
eis, em suma, o resultado, das suas
vinganças, atentados e atropelos:
ei BS emana |
dado at e adminiátraçã o ‘em’
mo Sr. Adrião David
O
govêrno;’depois de-fazer de | Portu-
gal um país a i’quem arrancou os di-
reitos cívicos, faz das ruas de Lis-
“boa embostadastraigoeiras de.assas-
– sinos! Isto não pode continuar as-
simiiAcabe-se, para salvação de: to-
dos, com esta situação: indigna: As
vidas dos cidadãos: estão sem ‘ defe-
Zay estão sem’Segurança: Não há po-
lícia; não ‘há’ vigilância, Temos, eú-
tão, que nos defender também à tiro?
Isto é realmente o:país de cáfres, se–
gundo “as palavras dosr. presidente
do ministerio? Assim’parece. A”se-
gurança pública desapareceu. Reina
o terror.
no reinado dos assassinos? Basta!
O infame crime-de ontem, praticado E
a dois passos do: govêrno civil, re-
voltou, naturalmente, toda a” cidade
de Lisboa, e revoltará-todo-01 ‘país e
causará o: “espanto da: Europa: Dar
xo os-assássinos !- Abaixo o “reinado
do terror ! Viva a cidade de Lisboail f
Vivaa! República pt SaoL
Em’ Casa do assassinado “Ca
mo se Soube a má nova.
É e Sé |] rpetrou
o miserável crime, em casa de Hen-
rique Cardoso, um lindo coltage que
pes na rua Braamcamp e tem o n.º
, havia O ambiente sereno próprio
da? convivência de pessoas que, pelo
seu proceder. honrado, não teem a
temer as terríveis surpresas com que
as esperadas represálias podem ful-
minar um lar. À esposa | encontra-
va-se ali aquela hora, longe de su-
por que numa emboscada de façino-
ras caia noutro lúgar o Seu BETE
dissimo companheiro, o
De súbito, porêm, vibrou a. cam-
painha do portão e a criada veio ré-
ceber de um desconhecido 1 uma car-
ta sobrescritada . para, a esposa de
Henrique Cardoso. Esta, abriu-a €
leu:
Õ Henriques Cardoso foi morto.
“Deve já estar na Morgue, Pode ali
procuiã à
ER dava-se por volta das 24 ho-
– Quem poderá descrever a“im-
negao Jouca de dôr que: assaltou a
pobre: senhora 2/0 seu estado de an-
gústia, a sua amaríssima exaltação
revelou-se logo em gritos profundos
de desespêro. E eraassim com aque-
la frieza cínica que’se “lhe comuni:
cava a má nova, Sem dúvida, a car-.
ta’foi obra dos bandoleiros que, após’
a prática do crime,
nova fulminante,
que mais horrotosámente: ia die
sentir. «e
“ Era um: sõz0 de mmálieilorés; era
um processo de! apaches; uma: Usa
ça de’torvos inguisidóres. Revelava
bem’a torpesá’“dós-banididos : “que-
riam ver se faziam mais uma viti-
ma.” Se restasse dúvidas acêrca ‘da
sua” hediondez: moral, ‘ “êste detalhe
provava-a concludentémente: A des:
venturada sénhora’ não fez mais que
saír logo,” sósinha, sem -tomar-ne-
nhum: expediente concreto para en-
contrar o esposo, mas seguindo, alu-
“queriam dar ‘a
cinada, pela Avenida abaixo, gritan-
doa suadôr; chorando com um de-
sespêro comoventiádimo. Perto da
praça dos Restauradores houve, fe:
lizmenteé, quem’ a: socorresse com
um automóvel. Nêle seguiu, talvez
informada do local onde: ainda en-
Reina-‘ocrime.’ Estamos |
abruta; a “Pessoa É
““ElóRO “Dépoisy
tão Dodtiçd 4 ver’ ER orauE Cáldoiã,
para o posto da Misericórdia
não logrou vêlo ali porque: já! Se’tinha
feito à sua remoção para a Mórgue.
“ Esta ‘icomrariédade aúmentou-lh
o pranto. Porêm,com uma Brandeza
de ânimo, ainda mais rélévânte por
contrastár com’as suas lágrimas co-
piosas, saíu, para vér a todo o trah-
“seo seu morto estremosó.
“prostrava’o seu ‘húto, não aniqui-
lava a enorme desgraça que trai-
coeirâmente lhe’“vinha ruir “o lar.
Saiu, expeditamênte e
govêrmo civil, eo aparece já
acompátiliada de “cunhad sr.
dr: Costa Rodrigues é de uma dutra
senhora, é falou” cont à sr: dr.
Sempre nã.
abráçar’o “mais breve” possível Hén-
rique Cardoso, de o ver bem para
“constatar “a “catástrofe, “numa
gentíssima certeza, foi coa
Era muito tardé: O”
mento médico legal’fec
das as disposições e :
sé “optinham’ aque ali o date E
‘guem então para ver um’ cadáver.
Mas D: Júlia! Moaiapas, Po Rr des
ca de imúilheé ferida” que: é
vó indelével, Ha à porta, Pedi
implorou que a deixassem ver ô Seu
hianté que” Venceu o empregado, fa-
zendo-o dar entrada a quem tão Jus-
tamente a merecia, “qui
se preciso ransgredir “o rigor dos
regulamentos, É entrou na sala dos
depósitos, correrido à bancada onde
lhe indicaram” o cadáver.
Deu-se então à explosão” “máxima
do seu pranto, Reviveu num “ininuto
crudelissimo a grande amizáde”que
tinha ligada a sua: existência à do
dilecto companheiro, tumultuaram-
lhe-ho cérebro” as muitas recorda-
ções “Que tinham tornado sua convi
vência venturósa e. digna. E únhã
de conforimar-se com a visão: daque-
le cadáver, com à certeza de que
seu marido lhe fôra! arrebatado, pa-
ta Sempre… “Abraçou- -0, convulsio-
nada ; depois, fitou’o, extátic para
daí. E momentos rompér de, novo
num chorar, aflitivo. a
É foi prétiso que à arrancass ém
dali, para que deixasse o. cadáver
querido. E foi conduzida a «
de chegou cêrca das 3 horas:
hágubre é heróica: demarche d
todo “aquele tempo três horas” de
mágua infinita, uma eternidade dé
amarguras, de ânsias, de dúvidas,
de torturas que só as mulheres a
quem a má sorte Toubá um poso
amantissi im podem avalidr.» e
FALECIMENTO a
“Em plénia mocidade, na” ida
bonançosa da-vida, faleceu” em La-
gos, a sra D! Maria | Guilhermina
Santos, filha do nosso! Parmídio “Anº
tónio É. Santos.”
“ Era úma formosa menina, muito
inteligente é bondosa, o enteço* de
todos os seus, com as sinceras ele-
gitimas! simpatias dos que a: conhe
cia.
“A desditosa Criança era “sobrinha
do nosso amigo Ciríaco Santos, à
quem, bem cómo à família da Ee
Feia, enviâmos as nossas gondolén-
cias; E ES tola
“Mas
3
d
4
q
|
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d
4
q
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POLÍTICA LOCAL
ma dica
Da sua tebaida da Abegoria, o sr.
José Bernardo, da: dita, dogmatisa
epistolográficamente.
Contra a notícia do Eco, sôbre
administração camarária.
“Que não foi tão boa como se diz.
E pensando—ou delirando—dei-
tou cá para fora umas coisas–ao
“que parece, com dificuldade; porque
& de não lhe terem dado. uma par-
feira, ao menos por um óculo!…
“Diz o. ilustre senador municipal
ge a câmara. actual recebeu da ge-
ência passada cêrca de 2:000;%00.
-Há.que.corrigir e abater…
“Por exemplo, uns-339%00, a pa-
gar ao sr. Possidónio Branco.
Queira fazer bem as contas, e ve-
ã Tá que confere a a, nossa, infor-
mação. | a
: Agoniado « com os louvores. que en-
“deressámos, à Comissão Executiva,
-brada s. ex.2–« Vamos ao que real-
mente se fer.
-— Vamos dá
o NDA enumerando : É «estra das,
uns cem metros na da Várzea».
—Não. medimos. Só. contámos, o
que a câmara gastou, e isso, é. que
importa.
ma tarefa de terraplanagens. cobras
de arte, na estrada da Certãá Vár-
Xea dos. Cavaleiros» — 339300…
Mais, na mesma estrada, pela ver-
ba n.º 50 do artigo, 15, do orçamen-
to— 1633800, números. redondos, o
: que, dá 5oo;poo e Pior: O que não é
pouco.
Se foram. só 100. metros foi, cari- Ji
to, foj. 17
– E continua assim :
“scCalçadas, uns pequenos. concer-
tos na Portelav.
‘alvez, sim, que o «concêrto»
fosse | pequeno : mas o «rombo». no
-Porqué, a verba era de, 18000,
e toda se foi embora, a ponto de ter
de ser reforçada em Forca ento su-
ermiar,
: ;Adeante :
«Partid os, médicos. não. dei por
Clesd: Co
– “—Fraca memória!
«Deu, sim | senhor.
Foi até um dos vereadores que
queria que êle fosse dotado apenas
com 250600, o de Pedrogam,
– Não foi ainda provido?
– E! verdade, | mas a culpa não é da
câmara, que já por duas: vezes o
Poz a concurso. |.
-«Parteiras nem com o melhor bi-
nóculo alcanço ver a primeira».
«AE lembrança-—andar de bi-
nóculo à procura duma parteira…
– Toda a gente sabe que foram
criados dois partidos—um. para a
Certã e outro para Sernache.
“Devem i ir novamente a concurso,
– Diz mais, assim:
« Esqueceu -Se prudentemente de fa-
lar na decantada ponte da Gale.
guia, Porque? La o sabe o ar ticu-
lista».
– — Sabe, sim, senhor, é não: Ena;
da segredo.
Nós escrevemos «pontes», “mas
como temos uma caligrafia algo ar-
revesada, O tipógrafo leu e compoz
; «fontes».
“Ora, aí está!
Olha lá, se nós nos esqueciamos
de falar na ponte da Galeguia ! |
Que, afinal aquilo não é uma pon-
te, é um pesadelo. –
Para nós; porque idésejamos vê-la
concluida e, assim realisado. aquele
grande melhoramento, que reputà-
mos.-de; utilidade: geral para. êste
concelho, embora, como; todas, as
obras, de mais directo, benefício pa-
ra os povos que mais, proximamen-
te serve. Os quais povos tambêm
seu coíre pagam honradamente.,.
Tem, por consequência, também
o correspondente direito a um. qui-
nhão de melhoramentos e a serem
atendidos nas suas legítimas recla-
mações.
Hoje estes, ámanhã os outros.
“no fim, um tanto agastado, queixa- |
E ela pagou «ao. arr ematante du.
orçamento é que foi muito razoável.
fazem Re dêste concelho e para.o
ú
‘ Para ossr. José Bernardo e para
os seus amigos é mais do que um
pesadelo, é uma obsessão !
E” ponte da Galeguia por tudo,
contra tudo e a propósito de tudo !
Já é!
Ainda havemos de vê-los a bra-
darem à posteridade esta fatídica
maldição :
“— Nunca passs na ponte da Ga
leguia!
E o éco da posteridade a respon-
der-lhe… que járo sabia!
O.sr. José Bernardo, que escre-
“veu a sua carta com a confessada .
inexacti-.
pretenção de «rectificar
-dões» não rectificou coisa nenhuma.
Nem tinha que rectificar.
No nosso artigo nós registámos .
que a administração da câmara fôra ‘
zelosa, porque atendera com cuida-
‘do e isenção às necessidades: muni- =:
cipais: que fôra. previdente. porque
conservára sempre reservas econó-
miças, em; prevenção contra |possi-
veis dificuldades provenientes desta
crise anormal.que. atravessâmos, “e
-que essas reservas as transferira em
saldo, para:a Earonaia do corrente
AnOsnstiiea
E, ao correr da pena, enumerá-
mos algumas das suas resoluções,
como factos de registo. Bd
Ora, o” sr: José. Bernardo, nem
contestou a afirmação nem. dlesment
tiu os factos.
Fez; prosa, -ao acaso, cómo o: “ou-
tro faria versos, sem. o sentir, ‘para
pôr:o seu nome’ por baixo. Mas rê-
duzido.:
“Tirou-lhe o: «Dias», por imitação
‘dum/seu-correligionário.
– Naturalmente, por deliberação ‘ e
“disciplina par tidária.
Fazem bem, que os dias realmen-
te correm aziágos, -»
Deram cabo;dêles, coma ‘sua;po-
lítica de ódios: agora deitam-os do
ra. Oniomsmo puro!
O sr. José Bernardo dior; foi
infeliz, o. que, de. resto, lhe. sucede
frequentemente em. funções. públi-
cas e nós sentimos, porque, no fun-
do é incontestavelmente uma exce-
lente pessoa, da nossa sincera. esti-
ma e consideração.
E na vida pública bem podia ser
ainda um elemento de valor e pres-
tante à sua terra, mas com outras
companhias : que não o deixassem
ir para a sessão camarária falar do
seu criado, gabar- sé de tér a’ Sede
do concelho ao pé da, porta e cen-
surar os colegas, que não teem es-
sa dita, de não serem pontuais.
Imitação…
Por isso tudo e. porque reconhe-
cemos a sua infelicidade, em dupla
manifestação de má sorte, levamos
isto com bonhomia e com esta fa-
miliaridade de velhos amigos e de
velhos Sin
DITADURA
Afinal, já começou-a ser propor-
cionada às gentes portuguesas a tal
ditadura. política anunciada pelo sr.
ministro da justiça.
Foi uma.coisa; parecida com-um
diploma eleitoral, sistema rotativo,
marca ignóbil porcaria.
Dizem que, condimentado com o
sencerramento do parlamento, manu
militari, e com a chacina de 3 ou 4
“ democráticos, é um elixir de efeitos
maravilhosos, para acalmação dos
espiritos.
“Cada distrito constitui um as
com, excepção dos de Lisboa e: Pôr-
to, que constitui, cada um dois cir-
culos, e Angra e Horta, que, juntos
“ fórmam um.
Círculos iUEsn dad A Pod
S.Tomé, Guiné, Cabo Verde, Mo-
cambique, India, ‘ Macau e Timor,
di um com seu deputado. ;
Círculos no continente e ilhas, 22
com 155 depiados; senao 37, das
minorias.
Fotal 163.
O circulo de, Castel o Branco dá 6
deputados—-5 de maioria e um de
minoria.
A? ditadura legislativa segue-se a
ditadura eleiçoeira.
Parece que o govêrno resolvem] já,
b
– Card com 6 deputados.
BEIRA…
dispôr dos partidos, preparar a fu-
turá scena política e distribuir os
deputados.
O partido evolucionista é desti-
nado a governar: ficará com 80 de-
putados.
O unionismo foi condenado á mor- |
Para não morrer de repente, fi-
» Os democráticos ficam na oposí-
ção: pertencem- -«lhe 45.
govêrno ficará como árbitro –
moderador, com 3o’ deputados,
Emfim;“para matizar -o-quadro,- |-
-tambêm os monárquicos-.virão-. ao
parlamento,
Ficam com 2 deputados. )
“E está tudo muito bêm !
Boas contas deita O preto (cs
enpeRad
“Club Bomjardim
Na noite de’2 do corrente e sot
a presidência’do sr. de. Gorreia S;
gueiro, Secrétariado p
me Silva e António Luís Ferreira,
Y
elós Srs. Jair”
reuniu a assembleia geral do «Club *
Bomjardim», de Sernache, a fim de
folia resoluções sôbre o «Mercado
Bitencourt», reforma de estatutos e
– eleição dos: corpossgerentes.(
Presentes 31 sócios: 1
A, eleição, quefoi. disputada, deu
o seguinte resultado : «0-0 |
Para directores efetivos
Dr. “Abílio Marçal 1 Lbiaats dB voos
Libânio Ginãoain ano urigp op
Garlos:Bantostoaui.co avo ôi 5 or
Isidoro Antunes… 2. «sem»
Dr. Albano E ouréngo) ig 98 Smatg 6
ge; pa oo ce SO qubiy p
Suplentes ..
Alfredo Vitoritoi + ma. 4] belo Bs 1
António Ribeiro Gomes. “22 » |
António Guerra» .32+. 00 270 o!
P.s António Bernardo li 3 WrogoR
Dr. :J. Correia Salgueiro 600/51
Joaquim Ladeira. . b. HnsNDeS & E
Obtiveram. ainda votos OS;SES, dr.
Virgílio, dr. Rafael Lisboa, Manuel
dos Santos, padre António Ferreira
E Filipe Leongrriva o avbelisinas
– À direcção ficou, » poiso composta
dos srs. dr. Abílio Marçal, Libânio
Girão e Carlos Santos, efectivos e
Alfredo Vitorino, António Ribeiro
Gomes e António Guerra, como st:
plentes.
A sessão, convocada para. as 19
horas, terminou, próximo da, meia
nOuc O pie ingen
Mitório e retrete
E” o que pede a Voz da Beirano
seu último número. .
O articulista comeu cerejas! sa
Ainda há bem poucos meses, com
aquele espírito que O ilumina, me
tia à ridículo estas obras com que a
câmara melhorou as comodidades e
higiene da vila.
Até pediu foguetes… foguetes!
Agora já pede que lhe acudam
com ambos os melhoramentos…
Vão lá entendê-la !
Bêm tôlos seriam talvez os que
tais obras mandavam fazer.
Mas façam lá as obras..
Ao Di a ver o que Ele, de-
pois, diz !.
apeigas
“ Dre Ramos Preto
Eatr ou em franca Connias etica
da grave enfermidade de que há
tempo vinha padecendo a esposa: des»
te nosso querido amigo. !
Quem, como nós, conhece os ex-
tremos-de carinho e afecto conjugal
de Ramos Preto»e: observou: a “in:
quietação do: seu espírito e a sua
dor durante a: doença | da bondosa
senhora pode bem julgar da sua ne
gria, neste momento, da qual,
bom: quinhão, compartilham o: os a
amigos. aélel
À nossa, mui sincera, transmitimo-
lha num cordeal abraço de felicita-
ções,
a gs
LITERATURA
aa AULA
Flo na “ida para a escola, e estava
com muito medo que me ralhassem,
tanto -mais que o senhor Hamel dis-
sera que nos perguntaria os parti-
cípios e eu não sabia uma palavra.
Por um momento vg a ideia de
faltar à lição e de ir correr pelos
campos fóra.
a) aa estava tão quente, tão
claro! –
-Ouviam- -se08 ; melros assobiar na
orla do bosque e.no, campo, Rippert
| atraz da maquina de serrar, Os prus-
“Sianos a fazerem exercício. Tudo
isto pe Jena, muito, mais que a
egra dos participios;, imas tive fôr-
+ a toda a
préssa para a escóla.
“- Passando diante da casa da cà-
mara, vi que estava gente parada
ao pé da pequena. grade dos editais.
Havia dois anos. que, nos vinham
dali todas. as; más notícias, as bata-
lhas. perdidas, as. requisições, as
ordens. do comandante; ie, penasi
sem parar:
-—(Que mais teremos?
– Então, quando, atravessava, à pra-
ça a correr, o ferreiro Wachter que
ali estava com O; seu; aprendia,
ler o edital, gritou-me: .j,
—Oh pequeno! Não te apresses
tanto; ainda has-de chegar muito a
tempo à escola!
” – Pensei que estava a brincar comi-
go é entrei todo E no páiga;
sinho do sr. Hamel.; o :
Ordináriamente, . no, princípio « -da
lição, havia muito barulho. que, sg ou-
via mesmo na rua, as. escriva
a abrirem-se, . a. fecharem: -Se, jà
ções que todos repetiam. pad dá
“to ao mesmo: tempo,. tapando« os ou:
vidos para melhor; as aprenderem e
a grande, régoa, do mestre. arédo
nas mesas; si j
—Menos, barulho! de a
Contava com, isto | para passar
para o meu lugar. despercebi amen-
te; mas justamente nesse. dia tudo
– estava quieto, como , numa, pPRanhã
de domingo. E
Pela janela aberta: via os mêéus
camaradas já enfileirados no seu lo:
gar e o senhor Hamel que passeava
dum lado para, o outro com .a ter-
rivel régoa de ferro debaixo do bra-
ço. Foi-me | preciso abrir a porta e
entrar no meio dêste silêncio. todo,
Avaliai, como eu estava venmelho e
o medo que eu tinha!
Pois não houve nada! O “senhor
Hamel olhou para mim sem, cóle-
ra e disse-me rauito devagar: o
— Vai depressa para o teu lugar,
meu pequeno Erant di iamos. come-
car sem Mc
Passei as pernas porcima. do ban-
co e sentei-me imediatamente á mi-
nha escrivaninha. Só então, depois,
de estar mais socegado, note] que
O nosso professor trajava o seu bo-
nito casaco verde, a sua camisa de
folhos de, preguinhas; miudas é o
seu barrete de seda preta, bordado,
que não punha senão, nos. dias de
inspecção ou de distribuição. de pré-
mios. Alêm disso, em toda, a aula
havia um não sei quê de exiraordi.
nário’e soléne,..
Mas o que mais me surpreendeu,
foi ver ao. fundo da sala, nos ban-
cos que costumavam ficar vasios, a
gente da aldeia, sentada e silencio:
sa como nós, O velho, Hanser.com
o seu chapeu de três bicos, O ex.
administrador, o ex-carteiro e ainda
muitas outras. pessoas. Toda esta
gente parecia triste; é Hanser trou-
xera um velho abecedário roido nas
pontas que tinha muito aberto, nos,
joelhos, com os óculos. em qa
das fôlhas.
Em quanto eu ‘me RR E
tudo isto, O senhor Hamel tinha ido
para a sua cadeira. e com a mesma,
voz doce é grave com que me havia
falado, disse:
—Meus filhos, é -aultiha vez
é
é
@@@ 3 @@@
Fera
í
“Berlim p
lim para se ensinar só alemão |
“nas escolas de Alsácia < da Lo-
rena… O professor novo chegar –
amanhã.-Hoje é a vossa última lição
de francês:-Peço-vos-toda a atenção.
* Estas. poue avras desconcer-
taram-me. Ah! que miseráveis! Era.
isto o que eles. tinham afixâdo na
grade da casa da câmara.
“é A minha última lição de francês! .
«E eu que mal.sabia escrever! Já
não o apreénderia! Não tinha de fi-
“ car sabendo mais nada! Como eu
estava zangado-comigo-mesmo pe-
ló. tempo; ué tinha pérdido, pelas
lições a q a pan an-
dar aos ninhos e para ir escorre-”
“gar no gêlo, do Saar! Os mesmos,
* Jivros que pouco tempo. antes acha-
va tão, massadores, tão pezados,.a..
gramática, a história sagrada, pa-.
Téciam-me agora amigos velhos que
me custaria muito a deixar. E de-
pois o. senhor Hamel!«.::A ideia.
que êle sé ia embora, “que nunca
mais o havia de ver, faziame es- |
quecer” Os castigos“e’as- palmatoa- –
– dasicom a régoa. ao4vil
* Pobre homem! a
“Era em honra desta última lição
“que êle vestira. os seus belos fatos
domingueiros, e agora compreendia ..
eu por que era que êss velhos da
aldeia tinham vindo sentar-se do *
fundo–da-sala:-Isto-parecia. dizer
que tinham pezar-de não “haverem –
ido alí muitas vezes, áquela escola.
Era tembêm uma fórma de agrade-
cer ao nosso professor os seus qua–
renta anos bons serviços e de
prestar, res à pátria
que se ia embora.
Estava nêste ponto das. minhas ..
reflexões quando ouvi chamar pelo”
meu nome. Chegava:a;minha; vez.
de dizer a lição.
q,
Quanto não daria eu para pôder “|”
saber na’ponta da língua essa regra.
dos: particípios e dizê-la bem alto, .
bem claro sem um erro! Mas tro-
pecei logo nas: primeiras palavras-e .
fiquei em pé a balouçar-me no ban-
co;-com; «orcoração; oprimido, sem ..
me atrever a levantar a cabeça. Ou-
via:ó senhor – Hamel a dizer:
– Não ; te-ralharei, meu. pequeno
Frantz; já estás bem castigado. Aqui.
está-:0 o queo:faz.; dizer-se todos, os:
dias: Ora! tenho muito tempo. Ama-
nhã aprendo. E depois vez o que
acontece… Ah! a grande desgraça
da nossa Alsácia foi deixar sempre
a sua instrução para. o dia seguinte.
Agora essa gente tem todo o direi-
to de;-nos dizer: Como pretendeis
ser franceses, e não sabeis nem fa-
lar, nem: escrever a vossa lingua!…
: Emstudo isto, meu pobre Frantz,
ainda não és tu o maior culpado.
Temos-todos grandes exprobações
a fazer-nos. Ea
– Os: vossos pais não cuidaram o
preciso da vossa instrução. Antes
queriam mandar-vôs “trabalhar na
terra ou nas fiações, para–terem-—
mais algum dinheiro; Mesmo. eu. ,
não tenho de que me exprobar?,
Não vos mandei muitas vezes re–
gar o meu jardim em vez de traba– |
lhar? E quando queria ir; pescar, ás,
trutas tinha repugnância em vos dar
feriado?
Então passando. dum. assunto a .
outro-o-sr. Hamel faloú-nas da lin- |
gua franceza dizendo que era a lín-
gua mais bonita, mais sólida, que”
havia, ‘que’era’ precisó que nós a:
conseérvassemos e nunca à esqueces-:
sémos, porque, quando um povo se
torna escravo, emquarito êle souber
bem’ a” sua língua, e como se tives-
sea chave da “sua prisão. Depois
pegou numa gramática e leu-nos a
lição: Eu estava’admirado de vêr
“como” compreeêndia. Tudo o que
êle me dizia” pareécia-me: fácil.
“Julgo que nunca tinha prestado ||
tanta atenção, é que tambêm êle |
nunca tinha tido tanta paciência nas |
suas explicações. Dir-se hia que
antes de se ir embora, o pobre ho-:
– mem nos queria dar todo o seu sa-.
ber e fazê-lo entrar nas nossas ca-
beças duma só vez ** Ro
Acabada: a-lição passou-se à es-
crita. Para êsse dia, o senhor Hamel
“tinha preparado traslados novos nos
»
o, ordem de. |
= quais, estava escrito em belo bas-
tardo: França, Alsácia, França, Al
sácia. Pareciam bandeirinhas que
[> fiutuavam “por toda a aula pendu-
radas no triângulo das nossas es-
crivaninhas! Era para ver como to-
dos se aplicavam. Não se ouvia se-
“não. o ranger das penas no papel.
” Houve até ocasião em que alguns
| bezouros entraram na sala. Ninguem
prestou-atenção a isso, nem mesmo
os pequenitos que-se aplicavam a
fazer Os riscos, com uma vontade,
com uma consciência, como-se tam-
4 bêm: fosse francês… Sobre o te-
«+ lhado da escola pombos arrulhavam
baixinho e eu “dizia comigo ouvin-
do-os: A
a —Não os irão obrigar tambêm a
êles.a arrulhar em alemão?
De. tempos:a tempos: quando le-
– vantava. os olhos ‘da minha-fôlha via
o senhor Hamel imóvel na sua ca-
deira fixando os objectos em volta
| de si; cômo” se quisesse levar no
a Avaliai! Havia quarenta anos que
-êlecali estava naquele lugar com o
“olhar toda a sua casa de escola…
|“ páteo em frente e os seus discípulos
assim, Apenas as escrivaninhas es-
“tavam polidas, gastas. pelo uso; as
» nogueiras do páteo tinham créscido
eo lupulo que êle tinha plantado
-. POT sUas mãos, engrinaldava as ja-
“nelas até ao telhado. Que desgosto
devia -ser para o pobre homem dei-
= xar “todas estas coisas e ouvir a dr-
mã a passar dum lado para o outro
em cima no quarto, a fechar as ma-
las! Porgue-êles deviam partir no
| dia seguinte, ir-se embora para sem-
e a
“ Apezar disto teve a coragem de
– nos. dar aula. atézao fim. Depois da
escrita tivemos a lição de história;
depois »os’péquenos soletram o Ba
Be Bi Bo Bu, No último banco, o
velho Hanser tinha posto os óculos
e como abcedário: em ambas as
“mãos, soletrava: como êles. Via-se
que: êle tambâm: se aplicava; avoz
“: tremia-lhe com a’comoção e era tão
“singular’ ouvil-o, qué nós. todos: ti-
nhamos vontade de’rir:e-de chorar.
Ah! lembrar mecei ‘ sempre: dessa
ailtimia Jiçãoa:o cocsluaiiag 9 essa
–De’-repente o relógio: da igreja
“deu; meio dia e em seguida a Ave-
o «Maria. No mesmo instante ouviram:
se. estrepitosamente’ as cornetas dos
prussianos que voltavam do exerci-
“cio’.. o senhor Hamel levantou-se,
Muito pálido da cadeira. Nunca me
parecera tão alto. | ;
—Meus. amigos, disse, meus ami-
gos-eu.. – eu…
Mas alguma coisa o sufocava.
Não podia acabar a frase. Então
voltou-se para-a pedra, pegou num
– bocado de giz-e carregando com to-
da. a fôrça, escreveu o maior-que
poude Viva a França! toi
Depois ficou ali com a cabeça en-
costada á parede e sem falar, fazia-
nos sinal com a mão: o
== Acabou-se… ide.
“AzpHONSE DAUDET
x
“QUADRAS NOVAS
mi Mal imaginas tu. +,
que a luz’dos olhos teus, como um afago,
enche minh’alma como um desejo vago.
Mal imaginas tu.
– -Envolto nesse olhar.
eu queria banhar-me nas delícias :
dumas brandas e tépidas carícias…
“envolto nesse olhar. “5
– E êste desejo enorme :
“ó minha amada ! êste desejo imenso
nunca me larga… ea toda a hora penso
neste desejo enorme!
«to: dPorimais vezes que a siga, :
por mais que ei corra atraz d’esta criança,
nunca pude beijar-lhe a negra trança,
> Co pormais vezes que a siga.
Foge-me sempre, sempre, :
-Foge-me assim como um cruel fantasma ;
essa mulher, que ao vé-ia a gente pasmn.
Foge-me sempre, sempre.
sc Tenho: malmaum inferno,
tenho o meu coração em chaga viva,
porque-ela é tão bela e tão esquiva..
Tenho n’alma um inferno.
HAMILTON D ARAUJO.
– aniguilada.
AGRICULTURA
O fabrico de vinhos de uvas .
À >> idoentes * + +.
Se-emtodos os casos se torna in-
dispensável adoptar no fabrico dos
vinhos tudo quanto a Sciência ceno-
técnica aconselha como necessário
para “a boa vinificação; muito mais
indispensável é o emprêgo das boas
regras de vinificar nos anos ou nas
vindimas em que as uvas, em vir-
tude das condições climatéricas ou
do ataque das doenças, Sé encon-‘
trem’ferídas ou cobertas de bolôres,
E êste o caso que sucede, no pre-
sente ano, em uma grande parte das
vinhas.do país, que. depois das chu-
– Vas, quási permanentes da primave-
ra e princípio do verão, fôram fla-
geladas pelo mildio e oidio, por fór-
ma tal que, quási no geral, a prome-
tedora nascença foi reduzida a uma
pequenissima percentagem, quando:
em muitas propriedades; e até mes-
mo em; regiões completas, não foi
Ora, as uvas doentes não podem
produzir vinhos de conservação rga-
rantída, e, por. isso, torna-se abso-
lutamente- necessário haver na-pró-
xima vindima cuidados muito aten-*º
“tos, para- que.“a diminuta colheita
possa fornecer vinhos, se não bons,
pelo menos razoáveis, empregando-
se os meios que assboas práticas
ensinam, dos quais passâmos a des-
crever os mais essenciais. a
A” medida-que as vas são colhi-
das convêm proceder a uma esco-
lha rigorosa nos cachos, recolhendo
para um ladostodos os-bagos sãos €
para o outro tódos os-pôdrés, ver- —
des e defeituosos, servindo os pri-
meiros para se fazer vinho-melhor, . |»
e os outros para vinho de 2.º quali-
dade. As uvas sãs déverão ser vi-
nificadas conforme.as regras gerais,
e as outras serão desengaçadas e
pisadas, aplicando-se logo ao môs-
toy por cada, 190 litros dêste 20: gra!”
mas de cristais de enxôfre (metabi- |
sulfito de potassa), em dissolução |
em água quente. Em seguida a está
aplicação. deve dar-se algum traba-
lho, a-fimde que a dissolução sul-
massalíquida. > –
Deixa-se esta mistura em repou-
so até que o môsto principie a apre-
furosa ‘se’-misture: bêm por toda a |
sentar sinais de comêço de fermen-.
tação; atingido o que, novamente se
adiciona nova sulfitação com to gra-
; Po
mas-dos mesmos cristais.
Passadas 12 horas, se a fermen-
– tação não se manifestar, convêm dar
bastante trabalho ao môsto, arejan-
do-o bêm, a fim de que o gaz sul-
furoso. se evole. na: maior parte e
permita o desenvolvimento da acti-
vidade da levedura alcoólica. Se esta,
porêm, depois daquele trabalho, se
conservar morosa em se tornar acti-
va, empregar-se-hão. leveduras se
leccionadas ou um lêvedo prévia-,
mente preparado pela seguinte fór-
ma: Escolhe-se uma porção de uvas
perfeitamente sãs, que se/pisam |
com” dois dias de antecedência à vin-
dima, e cujo môsto deve estar em.
plêna fermentação à data da nova
lagarada dever principiar a fermen-
tar, havendo o cuidado de sé pro-
ceder a frequentes recalques, para
que não se acetifique o bagaço em
suspensão. No caso dêste lêvedo,
pela demora em poder ser aplicado,
abrandar a sua fermentação, dever-
se-há adicionar-lhe mais algum môs-
to que forneça o assúcar necessário
para que não chegue a findar a acti-
vidade dos fermentos. – :
E” êste lêvedo que deve ser apli-
cado na lagarada depois da sulfita-
ção, a fim, de que o môsto recéba.
células de levedura activas que des-
de logo entrem no trabalho de trans-
formação do assúcar, fazendo-se a
fermentação com. a predominância
das leveduras alcoólicas, muito mais
livre dos maus fermentos que iriam
prejudicar a boa qualidade e garan-
“tia de’conservação do vinho. –
Pelas operações indicadas, sulfi-
tação e leveduração, consguimos ob-
ter de más uvas um vinho bom e de
“Caso da doença.
duração : com à primeira libertâmos
o môsto da -maior parte dos fer-
– mentos prejudiciais, e com a segun-
da vamos fazer com que o môsto
seja actuado especialmente pelas le-
veduras Buss
— Uma outra operação que se tor-
na de grande vantagem nos»vinhos
de uvas doentes é ataninagem, que
deverá ser feita com o cenotânino
ou o-tanino pelo álcool;-na-dóse-de
10 “gramas; por. hectolitro. Este ta-
nino, em contacto com as albumigas
» existentes no môsto, obriga estas a
coagularem .e precipitarenay ilibier-
tando-se, assim «o vinho da -compa-
| nhia, daquele elemento que érquási
« indispensável. a, vida. e desenvolvi-
mento das bacterias e maus fermen-
tos, qué nas substâncias: albumino-
sas encontram’o principal alimento,
é que, pelo desaparécimênto delas
se encontram, por assim dizer con-
denadas a morrerem de fome.
“A acidificação dos môstós é tam-
bêm de máxima conveniência, ‘quan-
do êstes fôrem desprovidos da per
centagem de ácidos narurais indis-
pensáveis para uma o
“ção, écomo garantia dunta boa cl
rificação e conservação do futuro vi-
“nó ves tg
Cómo regra gera m os viti-
cultores pôr em práticaas;operações
«que-deixâmos indicadas.
Porto.
-Pepro Bravo
às »Engenheiro-agrónomo
ANUNCIOS
Lastanhejro lo. Japão
k
— O unico que resiste à terrivel
moléstia, a filoxera, que tão gra-
ves estragos tem: produzido nos
nossos soutos; -é-castanheiro-do
Japão. : 9Hh ré
O castanheiro japonez ofere-
Ce iguais vantagens que o bace-
“lo americano” tem oferecido no
ntiga. videi-
ra cujas vantagens, são-já bem
“conhecidas. Asexperienciasteem
sido feitas não ‘sóráo:nórte do
nosso pais mas «principalmente
em França, onde o castanheiro
foi primeiro que em Portugal
atacado pela filoxera, e hoje en-
‘sotitoé já comple-
contram-se Os sou
tamente povoados de castanhei-
ros do Japão, dando “Win Têndi-
mento magnifico.
| O castanheiro japonez acha-
se à venda em casa de Maruel
Rodrigues, .Pedrogam. Grande;
“ANUNCIO
Vendem-se todas as propriedades
rústicas, que pertenceram.a Possi-
dónio Nunes da Silva, ént-Sernache
do Bomjardim.
Quem pretender ou desejar es-
clarecimentos, dirija:se ao sr. João
Carlos d: Almeida e Silva, de
SERNACHE DO BOMJARDIM
“PROFESSOR DE INGLÊS
Lecciona. Traduções de
francês e espanhol.
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Escrituração comercial é agrícola.
Correspondenéia.* À fi £i
Trata-se com: F. Tedeschi, Ser-
nache -do Bomjardim.
CHALÉT
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Trata-se com o notário desta co-
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– nos de outros. fabricantes, ocupam um lugar de: idestaque’ pela solidez! da sua
construção, elegância, velocidade, duração e economia de “combustivel:
Teem uma. Jonga distância entre os eixos; baixo centro de gravidade, |
todas largas com grandes pneumáticos, excelente sisterha e Dr ficação au-
Tomática, e estofamento “Turkish.de 11”.
A sua marcha é da maior confiança; tanto nás ruus a ca ades,
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de soncelho, câmaras municipais é, finalménte, em todas as” Tepartições pu-
Ga e particulares em algumas das quais funciona com “inexcedivel: êxito.
cE’.0 único que-dá tantas provas nitidás e que” ‘podesifuncioner – “cinco
minutos depois de ter; servido, por se lhe’tirar a tinta coincágua- quente” sem
menosde dois minutos; pas ise o bom! ri “restituiido-se o di aari
teem caso contrário: É É
5 oii di
“PREÇO do aapeLho
Para titar bilhetes «de visita: do
Formato 8.º »
» ME SS o al Bd. ori 2 »
4 dpener ainio: o atingia eslà o, (06! JASINdIoUIC DEN 9 eoepaado po
PIDE na dino nbog QUA. . q a + EMAOU, Boo 8 ovo diea Gude!
» nono Pdaplossm sebos.) eslogta pidog pata visi Slmogido
AE oe di de:quilovo. ob ola . ij. «OPBMIBO Josi O ty do qinod cin:
supprcimtio iquilo-=o. ponúl » oh. |. 29020GOJ0Lo, Gohtipip pobOImagaIpi
TintaPrasto grande. ; de e
à fodas Cnqreglnno a! alons q at ua – Ho 0aA, E ad
Para as províncias acresce mais 100 réis: por aprélhos ER]
Todos os is devem ser! itígidos: E
FRANCISCO) SIMÕES |
o Ed Ea aula ue (238 LISBOA
“Agua: da, Foz da. an
A Agua minero- mn dicinal da Fozl daCertã apresenta uma; composição
quimica que à ‘distingãe Je’todas as outras até hoje uzadas na, terápeutica.
E” empregada com segura, Vantagem da, “Diabetes Dispepsias— Catar
ros gastricos,putridos ou-parasitarios;—nas, preversões. digesiias, derinadas
das doenças infeciosas ;—na convalescença das febr: es, – graves; —nas.atomsa,
gastricas dos diab-ticos, tuber culosos, br ighticos, Ella vequa Bastráeamo idos
exgolados, pelos excessos OU PUIVAÇÕES, ClC; BLCs o!
Mostra asamalisebateriologica que a, “Agua da, os da, Certã, tl como
se encontra nas garrafas, deve ser considerada como microbicamente
pura «não contendo colibacitlo, nem nenhuma das especies, patogencas,
– que podem existir em aguas, Alem, disso, gosa de uma certa, acção microbi-
cida. O. B. Tifico, Difeterico e Vibrão colerico, em pouto, tempo,
nella perdem todos a sua vitalidade, outros microbios PRE SESORA, Paim, re-
sistencia maior. É
A Agua di Foz da, ao não tem gazes livres, é limpida, a sabor. te: :
vemente acido, muitosagradavel quer bebida, pura, quer, misturada com
vinho.
DEPOSITO GE ERAL.
RUA | DOS BANQUEIROS 84 =L156 2a,
Telefone: e16S- O ueaifone: e16S- O ueai