Voz do Povo nº83 30-06-1912

@@@ 1 @@@

 

Ros

 

 

 

Luiz Domingues da Silva Dias

 

 

 

 

 

 

 

2.º Anno Certã, jo de junho de 1912 N.º 83
| DIRECTOR a Es
— Augusto frodrigunes É ‘
Administrador (85
“ZEPHÉRINO LUCAS x
Editor =

Assignaturas

Anno.t…. i9200. Semestre…

Para o Brazil.
Na! Pago adiantadamente

 

Não se restituem os originaes

NTERESSES, LOCAES

N’outro local do, nosso sema-
nario, nos referimos á represen-
tação que vae ser enviada ao
governo, solicitando o prosegui-
mento da construcção do lanço
da estrada da Certã a Belver,
com a variante de se; approxi-
mar, tanto quanto possivel, de
Villa de Rei ou da Boafarinha.

A conclusão desta estrada
representa a satisfação duma
necessidade, inadiavel, a ligação
do concelho de Villa de Rei á
séde da comarca. |

Não se póde admittir que ha-
ja ainda concelhos, completar
mente isolados de todas as vias
de communicação. Pois, só nº’es-
ta nossa comarca ha dois, nºes-
sas desgraçadas condições: o de
Oleiros e o de Villa de Rei. |
Quanto áquelle, alguma cousa
se tem trabalhado nos ultimos
annos, e à construcção da estra-
da que o ha de ligar ao nosso
concelho tem, mais ou menos,
proseguido sempre.

O de Villa de Rei. porém,
tem sido mais infeliz, pois nada
se acha feito.

Temos esperança que, não
obstante a terrivel crise que o
paiz vae atravessando, a boa
vontade e o exforço dos nossos
representantes parlamentares,
possam agora obter que O go-
verno, na medida: do; possivel,
repare a injustiça que teem so-
frido os povos d’esse concelho.

x

O orçamento do estado deve,
dentro. em breve, achar-se ap-
provado. Constata-se, infeliz.
mente, que-a verba, pela caina-
ra dos deputados, destinada á
construcção d’estradas, é insi-
gnificantissima. Queremos acre-
ditar que o Senado ha de alte-
rar essa verba, elevando-a a uma
quantia’rasoavel; tanto mais que
devemos ter presente que, por
muito grande que ella fosse, se-
ria, ainda assim, insufficiente.

A-grande viação tem, nos ul-
timos annos, mercê das difficul-
dades financeiras, sido imensa-
mente descorada, podendo di-
zer-se que tem caminhado a par
e passo das grandes reparações,
que, por se não terem feito ha
bastantes annos, dá, em resulta-
do, as estradas acharem-se per-
didas, carecendo, algumas, como
que-d’uma reconstrucção.

Este systema não póde con-

600 Ts.
5jpooo réis (fracos)

 

tinuar. E” indispensavel que no

 

orçamento se consigne annual-
mente uma verba, não escassa,
para a methodica conclusão. de
todas as estradas começadas, es-
tabelecendo-se o principio de
que nenhuma outra seja ence-
tada, sem estar garantida a con-
clusão de todas as que actual-
mente se acham construindo.
Devia, entretanto, fazer-se um
estudo consciencioso da rede
geral do paiz, para se estuda-
rem os ramaes que fossem ne-,
cessarios, de forma a dár unida-
de e espirito de continuidade ao
estabelecimento intelligente das
vias de communicação entre to-
das as povoações importantes,
de maneira a acabar, de vez,
com essa vergonha, mixta de
condemnavel desmazello, de ha-
ver concelhos cuja séde se não
acha ligada á capital do distri-
cto, nem, ao menos, á sede da
comarca. À

Carece “egualmente o orça-
menta de inserir uma verba, im-
portante para a conservação das
estradas, porque a continuar o
que nos ultimos annos tem suc-
cedido, não virá longe o tempo
em que as proprias estradas que
actualmente existem, estarão ar-
ruinadas completamente.

E o abuso inqualificavel das
direcções districtaes estarem,
quasi sempre, sem o pessoal
competente, é preciso que ter-
mine de vez. Se não ha enge-
nheiros que queiram fazer o sa-
crificio de dirigir essas direcções,
ha conductores intelligentes, com
larga folha de serviços e compe-
tencia adquirida por largos an-
nos de prática, a quem se pó-
dem entregar, interinamente, es-
sas direcções, de forma que os
serviços d’ellas dependentes se
executem com regularidade, exer-
cendo a conveniente surperin-
tendencia e a necessaria, fiscali-
sação.

Não ignoramos que as diffi-
culdades de ordem diversa, com
que as novas instituições tem
lutado, desde que se implanta-
ram, constituem um formidavel
embaraço para que estes e ou-
tros serviços publicos se regula-
risem convenientemente. Confia-
mos, porem, que sob a adminis-
tração intelligente e energica de
Duarte Leite, essas difficuldades
irão sendo de cada vez mais at-
tenuadas, pela sua racional solu-
ção, e que, em breve, o governo
entrará no verdadeiro periodo
de administração, ,

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO

Travessa do Serrano, 8
CERTA:

Typographia Leiriense — LEIRIA

Proprigiado da EMPREZA DE PROPAGANDA LIBERAL

 

 

 

SUBSCRIPÇÃO

para a construcção d’um edificio pa
; ra Club e Theatro
Continua tendo o mais lisongeiro
acolhimento da parte de todos os
amigos da Gertã, como facilmente
se vê das listas que continuamos pu-
blicando :

Transporte 1:765300
José d’ Azevedo Bartho-
lo’e familia. …….. 45000
José Farinha Tavares e
mãe, CI Asa Ad. 40000
Antonio E. de Carvalho
Teitãocs 2 Ri eo 3ofvoo
Dr. Albano Lourencoda
Silyas eb e 3opooo
Dr. Bernardo Ferreira
de Mattos… ..-….- 30000
Libanio da Silva Girão 25pooo
Sebastião Farinha Ta- f
VALES jetorare crepeço Repr o 20:)000
José Vaz re tro 20000
Manuel Ramos. ……- 105000
Joaquim Pedroso B. dos
Resto a cr 10:b000
Padre Guilherme Mari-
ha Soto denis bh lo cera re 107000
José Antonio de Moura 5booo
José da Gloria L. Barata 5pooo
Padre José Marques de
Macedo. estes 2500
Francisco Barata ….. 1h500
João Christovam Gas-
Para ep ec ger 1000
Sergio Pina……. E 15000

Somma… z:051300

Offertas de material:
Do sr. Celestino Pires Mendes—

“verniz e oleo de linhaça; Do sr. Al-

bano Ricardo Matheus Ferreira —
barro; Do sr. Antonio Farinha Lei-
tão alguma madeira.

Por lapso, no numero anterior vi-
nha indicado o nome de José Xa-
vier, fiscal dos impostos, com a of-
ferta de 1000 réis.

Essa offerta é de pessoa que ain-
da não fez conhecido o seu nome.

A situação em hisboa

A agitação que lavrava em Lisboa,
por motivo da gréve dos electricos,
cessou completamente, tendo a ca-
pital voltado á sua vida normal.

Os carros electricos, desde terça-
feira que; fazem as carreiras habi-
tuaes.

Chegou. a receiar-se que outras
classes se envolvessem tambem na
gréve, mas esse receio era injustifi-
cado.

Muito folgamos com estas noticias.

 

BAR-LOC

A mais pratica das machinas de escrever
Agente na Certã, Zeferino Lucas
Vendas a prestações

 

 

 

 

 

Tem estado n’esta villa o nosso
illustre amigo, sr, dr. Antonio Au-
gusto de Mendonça David,

 

Annuncios

Na 3.º e 4.º paginas, cada linha… .. 30 rs,
N’outro logar, preço convericional

 

Annunciam-se publicações de que se receba

um exemplar

FÁCTOS E BOATOS
Corrida de bicyclettes

Como haviamos noticiado, reali-
sou-se no passado domingo pelas
18 horas, iniciando-se por uma ‘exhi-
bição de machinas ornamentadas,
apresentadas pelos srs. Olympio
Craveiro, José da Gloria Lopes Ba-
rata é Antonio Domingos Barata,

Seguiu-se a corrida negativa em
que tomaram parte os srs. Antonio *
Domingos Barata, José da Gloria
Lopes Barata, Augusto Justino Ros-
si, Amaro Vaz Martins, José Vaz,
Annibal Diniz Carvalho, José Ven-
tura é Accacio de Lima Macedo:

Em terceiro logar ‘realisou-se a
corrida de fitas que foi dividida em
duas partes, intervalladas pela cor-
rida de saccos.

Constituiam o jury os srs. dr.
Antonio Adolpho Sanches Rollão,
presidente, Luiz da Silva Dias, Ze-
ferino Lucas, Antonio Figueiredo
Torres Carneiro e dr. José Carlos
Ehrhardt, vogaes.

O juiz de partida era o sr. dr.
José Bartholo e o de chegada o sr.
Alfredo de Moura, e chronometris-
tasos srs. José Pinto Duarte e Hen-
rique Pires de Moura; fiscalisayam
a pista os srs. Fructuoso Augusto
Cezar Pires e Gustavo Bartholo.

No fim das corridas o jury pro-
cedeu á distribuição dos premios,
que foram conferidos pela seguinte
fórma: ; É

1.º premio das bicyclettes orna-
mentadas ao sr. Olympio Craveiro.

2.º premio ao sr. José da Gloria
Lopes Barata.

Da corrida negativa o 1.º premio
foi conferido ao sr. Antonio Domin-
gos Barata e O 2.º prémio ao sr.
José da Gloria Lopes Barata.

Da corrida de saccos o t.º premio
pertenceu ao, corredor Heliodoro
dos Santos, o 2.º a Antonio Nunes,
o 3.º a Juvenal Ambrosio, o 4.º a
Antonio Alexandre e o 5.º a: Jero-
nymo Nunes. 2

O nosso collega de redacção An-
tonio Augusto Rodrigues, numa
breve alocução, em nome da União
Velocipedica, incitou os sportmen
certaginenses a promoverem uma
prova de velocidade ou resistencia,
promettendo, em nome da União,
premios valiosos e todo o seu auxi-
lio.

Era numerosa a assistencia a ‘es-
ta festa que foi gentilmente abrilhan-
tada pela Sociedade Patriota Certa-
ginense sob a direcção do-seu habil
regente sr. José Queiroz.

Soo
Novo tratamento do cancro

A bem conhecida casa de saude,
de Bemfica, acaba de iniciar no
nosso. paiz um novo tratamento do
cancro, que tem dado em França
os mais brilhantes resultados, cons-
tatando-se já algumas curas devida-
mente authenticadas.

O sabio auctor do novo methodo
afirma que a descancerisação, sob
a influencia d’um tratamento espe-
cial, de toda a manifestação cance-
rosa. à

A mineralogia biologica forneçe-forneçe-

 

@@@ 2 @@@

 

nos os elementos de cura do cancro
humano, como já nos forneceu os
elementos, de cura de outras terri-
veis doenças. Qualquer que seja a
natureza e a hereditariedade do can-
cro, a cura é hoje possivel, quer se
trate de um cancro já operado ou
não, com a condição, é claro, que a
lesão dos orgãos e a generalisação
do mal, não tenham tornado a vida
impossivel.

O novo methodo tem por base o
emprego do colloide de protoxido
de cobre hydratado, obtido chimica-
mente pela reducção dos saes de
cobre em presença do acido albu-
morico.

Chamamos a attenção dos nossos
leitores para o annuncio na secção
competente.

* «DOÇICe» ——
Governador Civil

Não foi acceite o pedido de de-
missão feito pelo sr. tenente Fran-
cisco Antonio, d’Almeida do cargo
de governador civil d’este districto.

Continúa, portanto, aquelle cava-
lheiro à frente do districto, com o
que folgamos.

——— DOI ———

A seu pedido, foi collocado no
concelho de Santa Comba Dão, o
nosso. assignante, sr. José Gabriel
da Fonseca Diniz, digno secretario
de finanças.

-*DOOC-——
Estrada de Belver

As camaras municipaes d’este con-
celho e de Villa de Rei, representa-
ram ao governo, por intermedio dos
representantes parlamentares deste
circulo, no sentido de que na proxima
distribuição de fundos fosse inclui-
da a dotação para o proseguimento
do lanço da Certã a Belyer, com
uma variante que se aproxime tan-
to quanto possivel de Villa de Rei
ou Boafarinha.

Como estava annunciado, reali-
sou-se hontem, a exposição pecua-
ria, da qual, no proximo n.º, dare-
mos desenvolvida noticia.

= ppt IA ==.

Os egoistas

Conta Jean Lecog, o ponderado
cronista francez, que em certo ense-
jo, fazendo uma conferencia sobre a
protecção que é devida aos animaes,
alguem o interrompeu para lhe di-
zer, que sendo elle tão amigo dos
sobreditos animaes, era-lhe de certo
impossivel ser um apreciador de
creanças.

E o conferente perguntou-lhe :

«Mas onde está a incompaubilida-
de entre uma cousa e outra?»

Inutil é dizer que o homem não
deu a menor explicação.

«Elle repetia uma asneira (escre-
ve Lecog), muitas vezes proferida
por outras bocas pertencentes a
outras creaturas egualmente falhas
de raciocinio. Felizmente o estupido
preconceito está em via de se extin-
guir…» .

Como a tolice é universal, nós
tambem temos ouvido pouco mais
ou menos identica necedade; mas é
mesmo raro apparecer quem nos
advirta de que em vez de fomentar
a bondade para com os animaes, a
fomentemos antes para com os ho-
mens,

E? sempre custoso ouvir asneiras,
mas como tudo neste mundo tem
suas vantagens, ainda que não se-
jam senão relativas, o ouvir dispara-
tes d’aquella ordem tambem as tem.
Fica a gente sabendo que está em
frente de uma creatura cuja ignoran-
cia ou egoismo não lhe petmitte ser
amigo nem de pessoas nem de ani-
maes, e acautéla se portanto com el-
la, quer dizer, não conta com a sua
coadjuvação, proxima ou remota, ma:

 

VOZ DO POVO

terial ou moral, para cousa alguma
que não seja ou inutil ou má.

Aqui temos: nós um facto, rela-
cionado com a tal mal entendida
protecão, que por ser pouco ou na-
da conhecido vale a pena divulgar
entre nós. 1 ;

E” o caso que o ministro da justi-
ca na Roumania ordenou a colloca-
ção nas salas de audiencia dos jui-
zes de paz de todo o paiz, de maxi-
mas e preceitos relacionados com o
bom trato e carinho devido aos ani-
maes, em termos de nunca alega-
rem ignoracia as pessoas que fre-
quentam esses logares, e que facil é
calcular não serem poucas.

Já entre nós um particular fez
qualquer cousa de semelhante a is-
so. Foi Julio d’Andrade, que à sua
custa adquiriu e offereceu à Camara
os marcos fontenarios para animaes
que ali se encontram n’algumas ruas
de Lisboa, tendo cada: um delles
sua maxima escripta em lettras ne-
gras sobre fundo branco.

Em que pése aos taes egoistas. ..

Luiz Leitão.

PELA CAMAR

Sessão de 26

 

 

Sob a presidencia do sr. Zelerino
Lucas e assistencia dos srs. verea-
dores Henrique Moura, Luiz Do-
mingues e Antonio Nunes de Fi-

gueiredo teve logar a reunião da

Commissão Municipal.

Foi presente’:

—QOfficio n.º 492 da Administra-
cão do !“oncelho.

—Offcio n.º 53 da Direcção das
Obras Publicas do districto conce-
dendo licença para asubstituição dos
candieiros na E D.“! n.º 120,

— Officio n.º 496 da Administra-
ção do Concelho, enviando copia
da circular do agronomo do distri-
cto.

— Officio n.º 128 do Governador
Civil, circular: do jornal O Mundo
ácerca da conveniencia das eleições
camararias, respondida afirmativa-
mente,

—Telegramma do intendente de

pequaria ácerca da verba de 1028500.

respondido.

— Officio n.º 105 do Governo Civil
ácerca do art.” 4.º da lei de g e art.º
7» do regulamento de 13 de Maio
ultimo, relativo á eleição de mem-
bros agregados ás commissões ava-
liadoras.

— Dois requerimentos de José Fa-
rinha e Bernardino Rodrigues pedin-
do attestados de pobresa; deferidos.

—Uma circular da Camara de
Lousada ácerca da creação de no-
vos concelhos, a camara resolveu
perfilhar a representação d’aquella
camara e pedir aos seus represen-
tantes no parlamento a defeza das
bases da referida representação.

—Um requerimento de Antonio
Farinha como constructor duma ca-
sa de Antonio Raposo, d’esta villa,
para alterar na parte não construida
a casa que vae concluir; a camara
aprovou as modificações pedidas.

—Um requerimento do sr. Bernar-
do de Mattos pedindo prorogação
da concessão para deposito de ma-
teriaesna R. do Castello; deferido
em harmonia com o Codigo de Pos-
turas.

—Um requerimento de Antonio
Marques de Figueiredo e outros pe-
dindo auctorisação para; á sua custa,
reparar a fonte publica do logar do
Voseu Cimeiro, comtanto que seja
eliminada uma figueira ali existente.
Foi enviada copia ao sr. Adminis-
trador do Concelho para informar.

— Oficio n.º 70 do Hospital de
S. José. A camara resolveu não pas-
sar guia de responsabilidade pelas
despezas que’o doente faça no hos-

 

pital porque, o dvente referido não
solicitou a respectiva guia nem esta
teve informação pelos seus faculta-
tivos de que carecesse de tratamen-
to especial que não podesse ser
ministrado pelo hospital d’esta vila

e desconhece as condições financei-

ras do doente referido.

— Mandou pagar no dia 2 do pro-
ximo mez os vencimentos dos em-
pregados da (Camara, Administra-
ção e limpeza e os referentes ao 2.º
trimestre,

—Offício n.º 32 da Camara de
Villa de Rei, acompanhando uma
circular para ser enviada aos re-
presentantes do circulo sul do dis-
tricto. Foi enviado ao senador Tas-
so de Figueiredo a fim d’elle dar co:
nhecimento aos demais represen-
tantes.

—Mandou pagar a despesa feita |

com a limpeza das fontes publicas.

—mMandou pagar ao advogado sr.
Abilio Marçal os honorarios dos ser-
viços prestados,

Compareceu Jeronimo Albino que
solicitou lhe fosse paga a verba de
128000 de aterros Rn nas Aveni-
das da ponte da Vallada; a camara
auctorisou o pagamento em face da
informação do sr. presidente.

A camara resolveu adquirir a mo-
bilia para ‘o quartel da guarda repu-
blicana.

Egualmente resolveu que ao pe-
louro da illuminação publica e fon-
tes fosse adicionado o da limpeza.

A camara em vista da informação
do vereador sr. Figueiredo resolveu
mandar recolher as calhas que es-
tavam na ponte da Vallada ao de-
posito de material e mandou proce-
der a umas pequenas reparações nas
ruas d’esta villa, devendo ser satis-
feitas estas verbas logo que estejam
concluidos os referidos servicos.

Resolveu tambem adquirir uns
pesos para a oficina de aferição cuma
almofada para o carimbo que serve
á marcação da carne do matadouro,
devendo ser satisfeitos logo em se-
a sua aquisição.

 

CORDA BAMBA

Oh! Senhores’isto: é de mais!
Já vou tendo o meu ferrete il
Não se falla n’outra cousa

A não ser de—Bicyclette !…

É na rua, é em casa,

É na loja, é no buffete :
Não se falla n’outra coisa
A não ser de Bicyclette!

Vejo acolá dois amigos,
Quatro ou cinco, seis ou sete,
E todos, todos, una voce .

Só discutem— Bicyclette!

É de mais! Eu vou ao Club
P’ra jogar o voltarete

Mas parceiros… isso viste-l’os!
Anda tudo em — Bicyclette.

“Té ao Esteves, alfayate,
Mandei fazer um collete.

— «Não lh’o faço—diz-me elle,
Sem aprender — Bicyclette.»

Quero na hospedaria
Comer um simples croguette
Não ha sequer um pastel

Só ha, so ha,—Bicyclette.

Diz a creada á janella,

Batendo o lindo tapete:

— Ail Quem me déra… Ai! Jesus!
Andar já em Bicycleite.

Diz o Chico à namorada,
(Em tom assim de falsete)
Eu quizéra, minha amada,
Ver-te andar em — Bicyclette

Diz a prima ‘ó seu priminho :
Que tudo dá e promette,
Se elle, que é seu amiguinho,
Lhe ensinar a — Bicycleite.

O menina, diz alguem,
(Com ar assim galhardete)

=A patrôa tambem sabe
Passear em — Bi. yclette ?!

SM, Carvalho.

 

 

cet ce ce erro cenmi mrresmaeana

Carteira semanal –

 

Regresou a esta villa, o sr. João
Pinto d’Albuquerque.

Está n’esta villa, o sr. Alfredo
Cordeiro.

Estiveram n’esta villa, as sr.“ D.
Albertina, D. Anna e D. Amelia
Lima, D. Virginia e D. Laura Ba-
ptista; e em Pedrogam Pequeno o
sr. Joaquim Pizarro. !

Tem estado n’esta villa, o nosso
patrício, sr. Antonio Fernandes da
Silva.

No-dia 20 do corrente, em Lisboa,
realisou-se o enlace matrimonial da
sr! D. Alice David Leitão e o sr.
Antonio Colmieiro da Silveira, sen-
do testemunhas do acto, as sr. D.
Margarida Pinto Leitão, D. Guilher-
mina Durão e Alberto Euzebio de
Carvalho Leitão, e madrinhas da noi-
va, as sr.“ D. Julia e Amelia David
Leitão, D. Maria Amelia Moraes Da-
vid e D. Amelia Augusta de Portu-
gal Durão; e padrinhos do noivo os
srs. dr. Fancisco Elisiario Ferreira e
José d’Alcantara Ferreira das Ne-
ves.

Findo o acto, foi servido um co-
po d’agua em casa dos paes da noi-
va, seguindo depois os recem-casa-
doa para Cintra.

A noiva, é uma gentilissima se-

* nhora, de aprimorada educação, fi-

lha do nosso est mado conterraneo,
sr. Alberto Eugenio de Carvalho
Leitão e de sua esposa sr.* D. Julia
David Leitão; o noivo, funccionario
da Alfandega, é um cavalheiro de
primorosas qualidades de caracter e
de educação.

Na corbeille da noiva viam-se ar-
tisticas e valiosas prendas.

Na Egreja de Santa Izabel, em
Lisboa, teve logar no dia 21, 0 ca-
samento do sr. dr. Francisco Antu-
nes de Mendonça, delegado do mi-
nisterio publico em Aldegallega, com
a sr.* D. Valentina d’Olveira e Sil-
va, gentilissima menina da Ilha de
S. Miguel. Foram testemunhas os
srs. dr. Lino Netto, Barbosa de Ma-
galhães e pae da noiva.

Terminado o acto religioso que
foi, celebrado pelo rev. dr. Santos
Farinha, foi offerecido em casa da
irmã da noiva um primoroso lunch,
servido pela Casa Ferrari,

Os noivos, que são dignos da mais
alta. estima, partiram á uoite para
Aldegallega, onde vão fixar residen-
cia.

Aos noivos e ás suas familias apre-
sentamos as nossas felicitações.

OO 00€C-—— —

Gravataria Paris

Abriu este novo estabelecimento,
de artigos para homem, na rua do
Ouro, 172, Lisboa.

tres-

Padaria. Progresso, ess

J se em
boas condições.
Para tratar José Queiroz—Rua
dr. Santos Valente, Certã.

mea O TENDE E SM LL me
Museu em Aveiro.

Foi nomeada, em portaria do mi-
nisterio da justiça, uma commissão
encarregada de organizar no edificio
do antigo convento de Jesus, em
Aveiro, um: museu de objectos de
valor historico e artístico provenien-
tes das extinctas casas religiosas do
districto.

A determinação é louvavel. Pre.
ciso é, porém, a publicação de um
catalogo elucidativo referente á an-
tiguidade e valor dos mesmos objec-
tos que, vendido a baixo preço, cons-preço, cons-

 

@@@ 3 @@@

 

É

 

 

 

 

 

 

 

 

 

VOZ DO POVO

 

tituiria, além d’uma fonte de receita,
um guia ao visitante e um bom ser-
viço á instrucção popular. Bom será

* que assim se faça.

RE eee

Pelo mundo litterario

Amôr de mãe
GRAN A meu filho

Não vez tu, além, meu filho,
Estrellas de intenso brilho,
Par’cendo presas ao ceu?
Não vez a lua formosa
Desenrolando vaidosa

Da luz o brilhante veu?

Não vez o sol rutilante
Seguindo como um amante
A madrugada?—E o mar
Que ora vez rugir irado,
Vir logo mui socegado,

De manso a praia beijar?!

O passarinho cantando,

As flôres, desabrochando

E a aragem a ciciar,

As nuvens no ceu correndo,
O sol no oceano morrendo
P’ra de novo despontar?

Tudo nos mostra a belleza,
Tudo revela a grandeza
Sublime do Creador.

Desde o astro fulgurante,
Desde a estrella mais brilhante
A” mais pequenina flôr.

Como a noss’alma se espande!
Como tudo isto é grande!

Não póde negal-o alguem.
Mas Deus fez coisa mais bella.
E sabes, filho, o que é ella…
—E’ o santo amôr de mãe!

Eugenia Rego Pereira

Chronicas tripeiras

 

Da maternidade
(A Salvador Brandão)
(Conclusão)

Creando e educando ao mesmo
tempo, prosegue a mãe na sua st-
blime tarefa.

Ao ver desenvolverem-se, succes-
sivamente, novos encantos, n’esse
retalho: de si propria, um banho inex-
plicavel de felicidade a refrigera,

Mais rica do que Cresus, mais fe-
liz do que uma rainha, não trocaria
essa situação pelos doirados d’um
throno, reverberando scintillações de
gemmas preciosas. Não sabe expli-
car o que sente: goza-o apenas,
embevecida por esse sonho de belle-
za, em que a maternidade a mergu-
lhou. :

E, a cada instante, novas sommas
de felicidade sobrevem, novos en-
cantos surgem da sua adoravel mis-
são.

Multiplicam-se-lhe os. encargos,
torna-se-lhe cada vez mais trabalho-
sa a sua tarefa. Mas ella, a mãe, vae-
se sentindo amparada por novos alen-
tos, por novas forças, que crescem
em razão directa das suas obriga-
ções, dos seus deveres.

E, por fim, nunca deixou de se
sentir sempre bem para por tudo o
que sofíreu, por tudo o que conquis-
tou.

*

E’ gigantesca a tarefa da mulher-
mãe. A mulher, que nos habituara-
mos a considerar essencialmente fra-
ca, revela-nos n’esse labôr, brotado
da sua ternura, uma força immensa,
que lhe permitte tudo vencer e com
suave esforço.

Mas, n’essa corôa da sua missão,
a educação do filho, é que se conhe-

‘ce a sua vigorosa influencia. Modela

decisivamente o coração da creança.
Atirados aos vaivens da sorte em-
‘brenhados na lucta pela existencia,

 

poderemos perder algumas qualida-
des boas, tornar-nos insensiveis ou
egoistas. Mas, se d’esse naufragio
alguma coisa de aproveitavel escapou
que se lhe busque a origem, que se
lhe inquira da chancella.

E ver-se-ha, depois, se o que se
salvou d’essas tormentas da exis-
tencia não foi o que nossas santas
mães nos ensinaram…

E’ que não ha forças capazes de
neutralisar ou desviar o impulso mo-
ral, dado a seu filho por uma mãe,
que o sabe ser.

Uma mãe —diz Frederika Bre-
mer—, que educa bem seus filhos,
faz pela moralidade humana muito
mais do que todos os livros do mun-

do.
Rhuy Pires.

omega

“Conselhos aos lavradores

E! conhecido infelizmente dos la-
yradores que os laboratorios offi-
ciaes quando procedem ás analises
dos terrenos ou dos adubos, se li-
mitam apenas a responder de uma
forma bastante vaga, pouco com-
prehensivel ou incompleta e até al.
gumas vezes deixando de responder
quando se lhes péde para emittirem
a sua opinião sobre certo e deter-
minado assumpto que ao lavrador
interessava conhecer para poder re-
gular na sua pratica os seus em-
prehendimentos agricolas,

 

No nosso modesto modo de vêr.

os laboratorios não só deveriam
fornecer todos -os esclarecimentos
que lhe solicitassem como até de-
veriam collegir todos os resultados

“obtidos nas experiencias que por to-

do o paiz se efectuassem e que po-
deriam, como que servir de norma
a outros empreheudimentos.

Um dos pontos em que o lavra-
dor mais. illucidado precisa ser é o
que respeita ao uso dos adubos chi
micos, se é um facto o existirem ca-
sas muito serias que se esforçam
por bem servir os seus freguezes
não se poupando a” sacrifícios, illu-
cidando-os e guiando-os n’um tão
complexo problema, outras ha e es-
sas em muito maior ‘numero que
fornecem ao comprador adubos sem
lhe chamar a attenção para os seus
erros, o que elle péde e cuja escolha
a’uma grande maioria de casos não
obedeceu ao mais rudimentar crite-
rio, baseando-a em rasões futeis.

Não nos vamos referir á aquisição
de adubos em harmonia com a na-
tureza physica e chimica do terreno
e as necessidades das plantas a cul-
tivar, limitamo-nos á analise do as-
sumpto sob um ponto de vista eco-
nomico o que nunca deve sêr des-
presado n’uma exploração bem orien-
tada. :

O nosso lavrador compra em ge-

ral os seus adubos a um tanto por |

sacco ligando uma diminuta impor-
tancia ao valor real dos elementos
nobres n’elle contidos, quanto maior
fôr o sacco melhor.

Assim, se lhe ofertamos um sac-
co de superphosphato; (e tomamos
este producto por haver quem pre-
sistentemente pretenda impôr aos

lavradores o uso d’este em terrenos.

como os da nossa região o que re-
presenta um erro de crassa igno-
rancia, correndo-se o risco de per-
da total de colheitas); de 12º/ à ra-
zão de 600 réis por sacco posto em
Lisboa sobre-wagon e lhe ofertar-
mos outro sacco do mesmo elemen-
to com 18 */o de acido phosphorico,
e cujo custo seja de goo réis nas
mesmas condições, elle immediata-
mente, sem mais reflexões; prefere
aquelle a este pelo simples facto de
que é mais barato. Não nos é dif-
cil provar que n’esta escolha o la-
vrador se prejudicou por seu motu
proprio. É

Se elle. Nos nossos terrenos o
lavrador empregando por exemplo

 

dois saccos de 75 kilos de phospha-
to Thomaz de 18 9%, dá ao seu ter-
reno e cultura exactamente a mes-
ma quantidade de acido phosphori-
co que lhe dá se empregar 3 saccos
do de 12% do mesmo genero.

Ora estes trez saccos pagam mais
frete em caminho de, ferro e carrei-
ros do que os dois de 18%, gas-
tam mais tempo a ser espalhados,
logo é facil comprehender que con-
vem mais gastar sómente dois de 18
9% a gastar 3 de 12 º/o. Mas ha ain-
da mais, alem de o phosphato Tho-
maz ser o mais adguado aos nossos
terrenos e que os 2 saccos de phos-
phato Thomaz custam, tendo 75 ki-
los cada, sensivelmente menos do
que os de igual dosagem de super-
phosphato; 2 saccos de 75 kilos
doseando 18 º/y custam relativamen-
te menos do que 3 de phosphato
“Thomaz doseando 12 9/o.

Achavamos que tanto os labora-
torios como todos os jornaes. agri-
colas se deviam impôór o divulgar
vantagens dos adubos concentra-
dos. Í

Casos ha em que convem o em-
prego de adubos diluídos ou de do-
sagens baixas, principalmente quan-
do se pretenda corrigir defeitos phi-
sicos do terreno pelo adubo empre-
gado.

E’ incontestavel que quanto mais
concentrados são os adubos mais

cuidados exige o seu emprego por ,

causa da sua causticidade que iria
destruir o germem da planta.
Seguindo a nossa ordem de ideias
aconselhamos sempre a compra de
phosphato Thomaz de 18 a 20 º/,
de sulfato de potassa de 50 0/0, de
cal azotada de 15 a 16 0/0, havendo

porem muitos casos em que acon-

selhamos o emprego do Kainite que
só contem 12.45 0/9 de potassa.

Nos adubos organicos emprega-
mos sempre o mesmo criterio. Ten-
do o maximo cuidado em aconse-
lhar adubos sem conhecer o terreno,
suas condições phisicas e chimicas
e a cultura a fazer.

Cardoso Gueeds.

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Trata-se com Albano Ricardo
M. Ferreira — Certã.

 

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Pelo Juizo de Direito da Comar-
ca da Certãe cartorio do escrivão
do terceiro officio nos autos do in-
ventario orphanologico a que se
procede por obito de João Matheus,
morador que foi no logar do Muga-
douro, freguesia d’Oleiros, desta
Comarca, correm editos de trinta
dias que comecam “a contar-se da
segunda e ultima publicação do res-
pectivo anbuncio no «Diario do Go-
verno» a citar Augusta de Jesus,
solteira, de maior edade ausente em
parte incerta para assistir a todos
os termos até final do mesmo in-
ventario sem prejuizo do seu anda-
mento.

Certã, 30 de maio de 1912.

E eu Eduardo Barata Correia e
Silva, ecrivão que o ecrevi,

Verifiquei
O Juiz de Direito
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teiros á margem do rio, grandes oli-
vaes, muitas arvores de fructo e gran-
des extensões de matos c pinhaes,
é de muito futuro, porgue deve ficar
perto da linha ferra do Entronca-
mento á Certã, quando se explorar
convenientemente as aguas da Foz
da Certã e outros mineraes da mes-
ma zona.

Dão informações, o sr. Jasé Nu-
nes da Matta, linha de Cascaes—Pa
rede-Lisboa e o proprietario Manuel
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49
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tres e lampadas para gaz; candieiros de petroleo; lanternas de (3
diversos typos em folha e em cobre; fogões para sala e cosinha;
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bo de chumbo de “todas as dimensões, torneiras de metal de di-.
versos typos e dimensões; grande sortimento de tulipas, bacias. |
para gaz, mangas de incandescencia, bicos simples e de incandes,
cencia; esquentadores para gaz e petroleo; pára-raios; artigos de
electricidade, etc. ê

 

 

 

 

 

 

 

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