Eco da Beira nº1 20-02-1910
“SA
Z
“ imceda forte- Afr—i cAnano , 2
SECRETARIO,
” CARDOSO GUEDES Portao odit: ABILHO DAVID ERNESTO COELHO
ADMINISTRADOS
“Reino: Anno, ribgoo; semestre, |
adbodo.?
Anno, 24200. Fóra da Sertã aceresceo porte
mero avulso, 30 réis, Correspondencia respeitante á administração,
dirigida ao administrador.
Condições -d’assignatura
taizés dá União Postal — |
da cobrança. Nuco
O, 2. Brazil Anno, 236500, | Rua do NX alle SERTA.
| oicinas de compósigás eimpréssão
| Travessa das Mereês, 59 — Lisboa Os originaes recebidos não se devolvem.
20 por cento.
Publicações
No corpo do jornal, cada linha roo réis. Annuncios, cada linha
go réis. Repetições, 20 réis cada linha. Annuncios permanentes,
* preço convencional. Os senhores assignantes tecno abatimento de
a
Ha quatorze annos firmava eu neste
mesmo logar, sob a: mesma epigraphe, |
num jornal com o mesmo titulo, um
programma que hoje podia adoptar com
com algumas modificações-—ampliando
aqui, restringindo ali, alterando além.
E’o que vou fazer, explicando: primeiramente
porque é que assim procedo.
O Eco da Beira, de 1896, baptisei-o
eu, é verdade, mas não era meu: pertencia
a um intimo amigo do homem
que firma estas linhas; politicamente,
porém, militavamos em campos oppóstos:
elle, progressista retinto; eu, republicano
retinto. .
Nesta delicadissi ma situação, comprehende-
se: muito bem que ao escre-|
ver o programma dum jornal que demais
a mais havia de dirigir e redigir
durante algumas semanas, me encon
trava positivameute entre Scylla e Ca-]
rybdis.
Sem faltar um instaúte, sequer, aos
meus imperiosos deveres de democrata
e de homem coherente e consequente,
eu não podia tambem, nem de fórma
nenhuma devia trahir a confiança
absoluta que em mim depositava o proprietario
do nascente periodico. Medi,
portanto, como pondéro hoje, cada uma
das minhas palavras d’esse programma,
e consegui, finalmente, durante as oito
ou nove semanas que dirigi e redigi o
Eco da Beira, fazer singrar o barco de
modo tal, que nem tocou em Scylla,
nem foi-esbarrar em Carybdis.
Comprehende-se, pois, que a minha
situação de jornalista naquelle periodo
critico não éra, não podia ser desafogada.
Escrevia com os olhos do physico-
no papel, e com os do espirito na.
justa susceptibilidade politica do pro-.
prietario do jornal, na opinião publica.
sempre exigente, e nas severas fileiras | Me € energ
do meu partido. ‘ | preciso fôr. Jornaldemocratico moder-
Na conjunctura actual a situação é
inteiramente diversa: o Eco da Beira,
de 1910, bom ou mau, grande ou pequeno,
é um jornal meu, posto que
fundado com o concurso de um punhado
de verdadeiros homens de bom
e meus queridos amigos, aos quaes
hei de fazer inteira justiça no momen-
“to opportuno, com a penna, como à
faço já hoje com o coração.
Posso, por consequencia, expôr com |
afoiteza e desassombro o meu programma.
: E F
– Este jornal vem preencher uma
grande lacuna para esta parte da nossa
provincia da Beira-Baixa, sem duvida
digna de melhor sorte.
A nossa representação parlamentar
tem sido até agora, por assim dizer, |.
nulla. Tem-se cuidado mais de politiquice
e de interesses individuaes, ou
de campanario, do que propriamente
dos interesses collectivos. Duro é di-|:
zel-o, mas é assim mesmo, dôa a quem
doer. E se alguem se achar com cora-.
gem para nos contestar; que appareça;
responder-lhe-hemoaso pé da letra.
peste
“Estamos precisados de tudo: Se quizessemos
começar a descrever a
meras necessidadedse toda a ordem,
e tomassemos como ponto de partida
a Sertã, e dessemos uma volta, mesmo
à vol d’oiseau, ahi por Pedrogam
Pequeno, Sernache do Bomjardim,
Proença-a-Nova, Oleiros, Alvaro, Madeirã,
etc., calculem os nossos leitores
que, sem exaggero, nos não chegariam
as quatro paginas d esta folha para um
inventario completo.
Pois bem. O Eco da Beira será um
strénuo propugnador dos interesses de
toda a ordem, não so da Sertã, como
de todas essas terras circumvisinhas,
que teem os mesmos direitos e eguaes
becessidades. E’ este o seu principal
objectivo, é mesmo a razão fundamental
e essencialissima da sua existencia.
Sabe que por isso tem a sympathia e
espalhada pelo continente, Africa e
Brazil, sem distincção de côr política,
em todos os partidos. De como cumprirá
esta parte do seu programma, é
|sobeja garantia o nome do homem
que traça e firma estas linhas—permittam
os nossos leitores a immodestia,
se immodéstia se lhe póde chamar. E
sobre este ponto nada mais é preciso
dizer. Esta dito tudo em breves palavras.
.
“Politicamente, o Eco da Beira é um
jornal democratico, francamente republicano.
Não podia ser mesmo outra
coisa nesta hora alta da civilisação é do
progresso, porque outra coisa não foi
nunca, politicamente, o seu director.
E não seria agora, ao tocar a aresta
dos cincoenta annos, elle, que toda a
vida foi coherente e consequente, que
| mudava de opiniões como se muda de
camisa. Não fará o que se chama 2olitica
brava, porque não precisa fazel-a.
Preferiráa doutrinação, orientando,
guiando, ensinando, porque a semen-
Bia
Será ponderado, cauteloso, mas firme
e energico, sem bravata, quando
no, comprehendendo bem a sua missão
de paz e de civilisação, saberá ser totem
por lemma do seu crédo, e portanto
da sua orientação politica e so-
“cial, este altissimo principio philosophico
e moral: «como principio o
direito, como meio a liberdade
e por fim a humanidade.» Luminosissima
synthese que vale positivamente
todo um codigo da mais sã moral
e da mais alta philosophia.
, Lpilio David.
PROGRAMMA SOCIAL
jornal, elle tem a desempenhar na sociedade
um determinado papel.
ser um orgão politico onde somente
se defenda o seu credo; carece de
as gentis leitoras com diversos assum
| ptos. | |
– Nos, sem nos affastarmos um opice
“me na «nossa galeria» as biographias
dos vultos que ao nosso torrão tem
prestado serviços relevantes; (acompao.
apoio da vasta colonia d’esta região, |
pois contamos centos de assignantes,
teira assim é mais segura, efficaz e ferlerante,
justiceiro e integro, porque
sos.
Seja gual fôr o campo politico deum.
“O jornal moderno necessita de não |
instruir o povo, de distrahior leitor e’
réis diarios.
‘do nosso ideal politico, traremos a lu-) | à
nhando esses dados biographicos de
photographia, sempre que isso seja possivel,
seja qual fôr o credo politico por
elles professado. Na defesa dos interesses
locaes e regionaes, anteporemos
sempre ão ideal politico aquelles. N’esse
intuito e com o fim de aos que, ausentes
da terra mãe, gostam de ter noticias
d’ella, iremos publicando resenhas
historicas dos logares mais notaveis,
procurando assim lenitivar-lhe
saudades da patria distante.
Para que as nossas gentis leitoras
encontrem um motivo de distracção,
publicaremos uma escolhida secção litteraria
onde virão a lume trechos dos
mais selectos, dos melhores auctores
nacionães e estrangeiros, concumitantemente
com originaes ineditos.
Não serviremos vaedades ou malquerenças
sejam contra quem forem,
pelas calamidades que, como a ultima
inverbia, àssolem a região; seremos pa
ladinos que iremos até aos ultimos reductos:
para que para ellas se volvam
olhares não compassivos, potque o nos-.
so torrão não pode e não deve pedir
pedir esmolas, mas justiceiros.
A nossa divisa social será: pelos interesses
da região, pelas necessidades
do torrão natal,
A vós leitores que viveis longe, quão
grato vos deveisto ser, e com que boa
vontade vos associareis à todos os emprehendimentos
que representem melhoramentos
e engrandecimento local.
“Um assumpto que não descuraremos
um só momento é a instrucção; desbravar
os espiritos é sempre uma obra
meritoria e é um dever, e por isso gostosamente
“mos occuparemos | d’elle,
abrindo desde já nas nossas columnas
uma subseripção a favor da escola de
Escalos do Meio, em Pedrogam Grande.
É sor
Egualmente não nos absteremos de
pedir todo o auxilio material e monetario
pará ministrar o pão material aos
desprotegidos da Deusa vendada que
os antigos pintavam sobre uma roda,
tendo azas nos pés, recebendo-se desde
já n’esta redacção todo e qualquer
obulo que os nossos conterraneos destinem
à minorar a sorte dos desdito-
Subscripção a favor da escola de Escalos
do Meio, em Pedrogam Grande:
A redacção do Eco da Beira 2000
Abilio David Ega aos NE dis Sida ijiooo
Cardoso Guédes ………… Tooo
“Antonio David… …e..c…. 1000
D. Isaura David….. in dao 500
D: Beatriz David… cc… “É são
D. Herminia Guedes……… 500
D. Elóiza Santos. ……….. 500
Somma 0… 7ibooo
ego
Teve logar no dia 13, pelasi1 horas
da manhã, na estação telegrapho-postal
d’esta villa, a arrematação da condução
das malas postaes para Pedrogam
Pequeno, sendo arrematadas pela companhia
de viação Thomarense, por 500
: ig
A historia contém a experiencia do
mundo é a razão dos seculos. –
Conde de Segur.
EXPEDIENTE
Este jornal é enviado vão só
a centenas de pessous que de
ha muito nos honram com a promesssa
da sua assignatura, como
tambem nos fizeram a especial
fineza de nos indicarem
pessoas das suas relações e
amizade a quem mais ou menos
ódem interessárnoticias d’es-=
ta localidadee circumvizinhancas.
A todos éndereçamos desde
já os nossos agradecimentos.
A’spessoas que, embora indigitadas
por amigos nossos, paralhes
ser enviado o jornal, não
desejem obsequiar-nos com à
honra da sua assignatura, rogamos-
lhes a fineza de, no mais
curto prazo, nol-o devolverem,
para o que basta no mesmo jornal,
sem mais accrescimo de
franquia, pórem a nota de «devolvido
à redacção» pára faci-
Jitar assim o serviço da administração,
evitando-nos despezas
inuteis e facilitando-nos
desde já todo o trabalho de escripta.
E’ favor que desde já
agradece
É À Administração.
enero
“Estrada do Cabril
O Eco da Beira vem disposto a pugnar,
decididamente, pelos interesses
materiaes e de toda a ordem, não so
do concelho da Sertã, mas ainda das
outras terras circumvisinhas, ou com
“quem mais ou menos está em contaeto,
como Alvaro, Oleiros, Pedrogam
Grande, etc.
Debaixq d’esta ordem de ideias, ou
d’esta orientação, não podia, de fórma
nem por principio nenhum, deixar de
se interessar directa e immediatamente
pelo estado deploravel em que se encontra
essa famosa obra d’arte que se
chama o Cabril, estrada que liga Pedrogam
Pequeno a Pedrogam Grande.
Quem viu aquillo ha quarenta annos
e vê hoje o estado em que se encontra,
fica apavorado, e pergunta naturalmente
à sua consciência se isto
não é um paiz de doidos ou de vandalos.
– Esta é a primeira nota que enviamos
directamonte ac sr. ministro das
obras publicas, para que fique de atalaya.
Espere-nos n’outro numero e então
diremos da nossa justiça. Aguillo
não póde continuar assim. Não póde e
não ha de continuar, dê por onde der.
act
À imprensa do paiz
A todos os nossos presados collegas
da impreusa a quem enviamos o nosso
jornal, agradecemos a honra da sua
permuta.
nte
Acompanhado por uma escolta de
dois soldados e um cabo, seguiu no dia
16 para a capital, a cumprir seis annos
de psisão maior cellular, seguidos de
doze de degredo, Antonio Ferreira, do
logar da Estradinha, da freguezia do
Castelto; que em «tempo mateu Em.
creado do nosso. amigo, sr. Gustavo
Bartholo.
“CARTA DE LISBOA
Prologo d’um chronista—Pesadello d’um juiz vins |
trucção-—Boatos e só boatos
Lisboa, 16 de fevereiro de 1910
Accedendo, da melhor vontade, ao
amavel convite que o meu muito presado
amigo e illustre director d’este.
semanario, me fez para eu garatujar
algumas linhas, relatando e commentando
alguns factos mais notaveis que.
occorrerem-n’esta mui nobre e leal ci- |
dade de marmore e de granito, eis-me
de penna em riste, a vêr se consigo €screver
qualquer coisa. Previno, porém, |
aquelles que tiverem a evangelica paciencia
de lêr estas insonsas correspondencias,
de que de modo algum terei
a stulta pretenção de fazer lftteratura.
Apenas procurarei passar em revista
os assumptos mais importantes que
mereçam um pouco de attençõo, declarando
desde já que n’esta minha secção
jámais serão tratados assumptos
pessoaes, criticando tão sómente os factos
sob o ponto de vista de interesse
geral, e mui particularmente pugnarei
sempre, quanto em minhas forças caiba,
pela defeza dos principios democraticos.
Assumptos palpitantes, dignos de registo,
poucos ha. Ou antes, ha muitos;
mas já tão pormenorisados, já tão conhecidos,
que pouco interesse já despertam.
Quem ha, por exemplo, que ignore
que nós, os isboetas, temos a suprema
dita de possuir um preclaro juiz dinstrucção
criminal chamado Antonio Emilio
d’ Almeida Azevedo?
Quem ignora que esse mesmo illustre
cidadão teve uma noite um pesadello
terrivel, em que viu Lisboa transformada
n’um enorme polvo, cujos tentaculos
eram compostos de terriveis
punhaes é de medonhos revolvers, ao
passo que o homem se encontrava envolto
no mais feio balandrau?
Quem ha que desconheça que o mesmo
integerrimo magistrado desde essa
noite terrivel, vê em todos que o cercam
perigosos membros de sociedadas
secretas c que.o mais simples sobretu-.
dose transforma, pela sua mente febril,
no mais feio, no mais horrendo balandrau?
Quem ha, na mais recondita aldeia,
que não saiba que em virtude de tão
terrivel quanto lamentevel pesadelo e
policta tem sido toda posta em campo,
em bnsca de imaginarios cavalleiros do
balandrau e do punhal?
Quem ignora que por tal motivo|
“teem sido presos e perseguidos cente-
“nas de individuos, que esperam dias
“interminaveis que o sr. dr. Antonio
Emilio se resolva a decidir da sua si-
“tuação?
Quem ignora que emquanto a policia
se entrega a tão innocente pensamento,
os grandes cidadãos honestos,
a gatunagem, campeia livremente pelas
mais concorridas ruas da-capital?
Decerto que ninguem ignora taes coisas,
e portanto, para que maçar mais
os leitores tocando na mesma tecla?
Em politica tambem nada de positivo
se sabe. Boatos e apenas boatos.
Uns dizem, por exemplo, que o ministerio
Beirão não estã muito seguro,
“Outros dizem o contrario; que o mipisterio
não esta só forte, esta fortissimo.
–
Pelo que, só com a reabertura do
parlamento, que já está proxima, se
poderá ajuizar do estado thermometrico
da politica portugueza, que tão
doente está.
Tenhamos pois um pouco de paciencia
e esperemos pela reabertura do
sanctuario das leis.
Carlos Amado.
E de
Voltou de novo a impertinente chuva
que prejudica os trabalhos da epoca.
ECO DA BEIRA
MCDLIL
Os turcos, ao cercar Constantinopla,
Viram um cavalleiro singular,
“Gigante d’armas d’oiro e de sinopla,
Seguido d’um leão familiar.
Mahomet Dois bradou-lhe com voz forte,
De fóra das muralhas: «Quem sois vôs?»
Respondeu-lhe o gigante: «Eu sou a Morte,
E tu chamas-te Nada, homem feroz.
Chamo-me França, à! * do sol. Quem ha de
Trazer ao velho mundc a rédempção,
Sou eu; hei de trazer a liberdade,
Hei de surgir no meio d’um clarão.
Esta minha armadura é d’oiro e verde,
Como-o oceano sob o azul dos ceus;
A sombra immensa atraz de mim se perde;
Este leão que vem comigo, é Deus.»
“Fictor Elugo.
Escola do Carvalhal:
‘ Os nossos leitores do: concelho da
linhas geraes a historia de uma linda
escola mandada edificar por um dos
| raros benemeritos d’esta: terra, O nosso
querido amigo sr. Antonio da Costa
Lima.
nos Ramalhos, freguezia do Amparo.
suas linhas geraes, não é conhecel-a
nas suas particularidades, nos seus
mais reconditos escaninhos. Pois é essa
historia que vamos fazer com tanta
precisão e clareza, quanto nos for possivel,
mas não já. D aqui a algumas semanas.
E’ uma alta, uma edificantissima lição
de moralidade que nos offerece o
delicioso regimen que felizmehte nos
rege, para honra e lustre d’esta abénçoada
térra que teve a ventura de possuir
homens que viram crescer arvores
seculares à beira dos rios. Nada menos.
Está aqui, na nossa gaveta da mesa
de trabalho um precioso masso de documentos
e de apontamentos que constituem
o material essencialissimo dos
capitulos da historia interessantissima
que vamos escrever serenamente, para
gaudio das galerias enthusiasmadas.
Tenham paciencia por não ser já; mas
muita mais pressa tinhamos nós, e todavia
tivemos de nos conformar durante
annos, aguardando este ensejo.
duvida pela demora.
Nós somos d’aquelles que sabem esperar,
mas depois é que são ellas.
mem
Bilhetes postaes
lho uma interessantissima e linda collecção
de bilhetes postaes, que repre:
sentam varios pontos pitorescos de Pedrogam
Pequeno, taes co—m Poont e
do Ribeiro, Senhora da Confiança, entrada
do Cabril, Santa Maria Magdalena,
etc. São apenas meia duzia, que
se vendem ao preço de 20 rs. cada um
ou sejam 120 rs. a meia duzia.
Na verdade, esta um trabalho primoroso,
digno de todo o elogio. Foram
escolhidos com fino gostoe acerto os
pontos photographados. Deve-se, este
bello trabalho a dois nossos particulares
amigos de Pedrogam Pequeno, Custodio
de Paiva e Adelino Pessoa, exem:
plos vivissimos do que pôde o amar
ao torrão natal.
Aguelles dos nossos: sonterraneos
que quizerem fazer acquisição da collecção
ou de alguns d’ésses bilhetes,
devemrequisital-os aosr. José Antunes,
amanuense de notario, rua de S. Julião,
146 1.º Lisboa.
Recommendando a bella. collecção
dos cartões postaes de Pedrogam, julgamos
prestar um serviço aos nossos
| conterrageos em especial é aos leito-
‘ res em geral,
Sertã, pelo menos, conhecem nas suas:
Referimo-nos à escola: do Carvalhal,
Bem. Mas conhecer essa historia nas:
Chegou, emfim. Cá estamos. Não haja.
Temos sobre a nossa meza de traba-
|
Risonho horisonte
Os loucos esbanjamentos de Ismail
Pachã déram, como se sabe, no Egypto
a intervenção dos credores estrangeiros.
As loucuras dos governantes de
Portugal produziram já alguma coisa
de analogo; por isso não é raro ouvirse
falar em administração estrangeira
com um sangue-frio e semceremonia
que espantam os patriotas de boa-fé.
Em 1876, os capitalistas inglezes e
francezes, vendo os seus creditos em
grave risco, por não haver meio de travar
no Egypto a roda dos desperdícios
intervieram, valendo-se dos governos
dos seus respectivos paizes, e chegou a
organisar-se uma commissão internacional
da divida egypcia.
Dado este primeiro passo no caminho
da deshonra e da ruina, o Egypto:
nem por isso parou, não reflectiu, não
emendou a mão. Depois de 1876 agravaram-
se as difficuldades, como é facil
de perceber, e foram consignados
para garantia do pagamento annual de
cinco milhões de libras sterlinas, todos
os rendimentos de quatro províncias,
das barreiras do Cairo c de Alexandria,
das alfandegas e da ponte do Cairo.
Que horror! Mas ha mais. ”
Como se tudo isto não bastasse, e
como consequencia nalural do principio
das consignações de rendimentos,
para garantia especial de emprestimos
do thesouro, o Egypto soffreu a affrontosissima
tutela de dois fiscaes estrahgeiros,
um inglez e outro francez, incumbidos
pelos portadores de titulos
da divida egypcia, um de fiscalisar as
receitas e outro de fiscalisar a contabi-|
lidade. E” duro, não é verdade?
Veiu depois a lei de liquidação que
representa para o Egypto à ultima das.
vergonhas— a deshonra!
Esta é a cruel lição da historia em
toda a sua eloquente simplicidade.
‘ Se não tivermos juizo, nós, Portugal,
já sabemos qual o risonho horisonte
que nos espera. Não sabemos se’ percebem.
amenos sacas
Deve-se realisar no proximo dia 27 a
sessão solemne para encerramento da
missão das Escolas Moveis pelo methodo
João de Deus em Outeiro de
Malla.
Deve ser uma festa brilhante, dado
o fim altruista da missão de desbravar
os espiritos incultos, abrindo-lhts tovos
horisóntes. a
As missões deviam triplicar-se ou
quadruplicar-se, porque um dos grandes
cancros do nosso paiz é o analphabetismo.
–
Honra, pois, aos benemeritos que |
procuram tornar menos densas as trévas
do espirito dos seus semelhantes.
mto
Foi presa no dia 14, Luiza Maria, da
Fonte Fria, porque sendo useira e vezeita
em roubos de creação, ter vêndido
uma gallinha, que sé próvou ser
obtida por processos menos lícitos.
| ra, no qual não sabemos que
, 9
E
– À proposito d’um supposto reg
-D— iogo Carlos Ramires
tem-se fallado muito n’um tal João Martins,
agente da policia secreta brazileimais
mirar: se a ufania com que apres
o seu promptuario com que se exhibea |
sua habilidade de podengo, se o desplante
com que se enfeitaya com o ti- .
tulo de tenente-coronel, enlameando
assim o exercito, qou repeelli ria cheio
de asco, como se-faz a asqueroso reptil.
acima de tudo um renegado, porqueo
individuo que renegaa sua patria, por
muito má que ella lhe tenha sido, merece-
nos o mais profundo desprezo, e
por isso devemos dizer—João Martins
é em primeiro logar um renegado, filho
talvez do vicioe da e, eem
segundo logar um agente da policia—
por todos éstes titulos-nobiliarchicosé
digno de que os portuguezes residen-:
tes no Brazil, homens honestos, que:
sob o peso do trabalho se: lembram
sempre da sua patria, lhevirase cmos –
tas, a não lhe expectorarenmo rosto:
o seu profundo desprezo; de que é merecedor
por tão recommendaveis predicados.
meia
Realisou-se no dia 14 do corrente a
autopsia ao cadaver de Manuel Alves,
do logar do Terisio, de Rio Fundeiro,
negociante de madeira e homem abastado,
tido na conta de valente, e que
dias antes fôra violenta e brutalmente
aggredido por meio dê espancamento
que lhe causou fractura d’um braço,
graves echimoses na região toraxica,
fractura dos ossos nasaes e da phalange
do pé esquerdo.
“A agressão foi tão violenta que lhe
occasionou a morte. : :
Indigitam-se como auctores d’este
acto de selvagismo e requintada malvadez:
Thedoro Pedro e Manuel Pedro, negociantes
de madeira e naturaes de
Rio Fundeiro.
Os criminosos são tidos como dois
homens destemidos.
A auctoridade prosegue em investigações.
E’ frequente os jornaes.noticiarem
crimes de arboricidio. Não sabemos:como.
verberar um tal procedimento. Ia
dias vimos noticiado um d’esses crimes
no largo de S. Bento nós Arcos de Val
de Vez, outro em Aveiro. E” o cumulo
de vandalismo um praticado: pela-Gamara
de Valença.
Que o boçal camponeza quem não
incutirama mais pequena noção do valor
que tem uma arvore cometta o estupido
vandalismo de a cortar aindase
pôde comprehender que nasua inconsciencia
e na furia de arranjar um pausinho
onde melhor lhe quadre não se
importe em destruir com um golpe de
‘pódoa o que representa trabalho e dinheiro
e sem se lembrar de que a pro-
| priedade do cidadão é inviolavel.
O que nos admira e não podemos
de forma alguma deixar de censurar
asperamente é que uma camara municipal
que deve ser um nucleo de homens
sérios e de consciencia, mande
para servir politicos, cortar exemplares
formosos de arvores ornamentaes:
“Desde que a primeira corporação de
um concelho dá o exemplo do comettimento
de vandalismo, o que se deve
esperar dos municipes?
Ha povos nos sertões africanos que
adoram as arvores; tentativas se teem
feito para desenvolver o culto da arvore
visto as grandes vantagens que ellas
teem.
Não podeinos por isso deixar de dizer
algumas palavras em que exarassemos
o nósso protesto contra estes actos
de vandalismo, tahto mais quanto nos
ufanamos de ser um paiz civilisado.
a Silva—
ad- |
Nos, n’etsa especie de homem, vemos
DJ
PEA
“ECO DA BEIRA
e
“SECÇÃO AGRICOLA
Propondo-se a defender osinteres- |
ses. locaes, este jornal não poka deixar
de-pugnar nela ágricaltura, + procuraf,
tanto quanto possivel, incutk no
espirito do lavrador a conveniência qe
lhe pode advir de empregar na exple. ração dos seus dominios, Os processos
preconisados pela techniça moderna, €
que na pratica melhores resultados
teem dado. é
-Chamado a assumit a direcção d’esta
secção, sentimos não ser emnlos.de
Ferreira Lopes, Rebello da Silva, Villarinho
de S. Romão e tantos outros
astros brillsantes da sciencia agronomica.
“Não delineamos nenhum plano na
* serie de artigos que virão a lume n’esta
secção, occupar-nos-hemos porém
de todos os assumptos; desde a escolha
do terreno à colheita, indicaremos tudo
o que a pratica nos tem mostrado
de. melhor.
Em logar que em breve annunciaremos,
ipauguraremos uma serie de
conferencias sobre assumptos agricolas,
certos de que os lavradores illustrados
não deixarão de nos honrar
com a sua presença. Como aditamento
a esta secção, fica desde hoje estabélecido
um serviço especial de consultas
completamente gratuito para os srs. assignantes;
bastando tão sómente para
que as suas consultas sejam attendias,
que formulem bem claramente a
pergunta em papel, separado, e enviando
uma cinta do jornal a esta redacção.
A resposta à consulta sahirá no
numero immediato, guardando-se o
conveniente segredo do nome do assignante.
Os assumptos aqui abordados serão
sempre tratados o mais clara e comprehensivelmente
possivel.
Da boa vontade dos nossos lavradores,
sempre promptos a abraçarem as
iniciativas de bons resultados, esperamos
ver bem acceita esta tentativa que
a ser coroada de bom exito será mais.
tarde, talvez num futuro hão muito
longo, ampliada de forma a ser de um
“maior beneficio.
Necessidades da agricultura
‘ Somos um paiz que pelo clima privilegiado
de que gosâmos, e pela situação
geographica, pode como nenhum,
outro, gosar de uma situação preponderante
como essencialmente agricola.
Até ao presente, somol-o somente em
nome e mais nada.
Quem tenha percorrido o paizhade|
ter encontrado extensos tratos de terreno
incultos, uns por incuria dos seus
“proprietarios, arreigados às velhas praticas
dos pousios como estrumações
pelo tempo, outros por os seus possuidores
não possuirem capitaes sufllcientes
para agricultarem esses tratos
que assim conservam com manifesto
prejuizo.
Um dos pri hcipaes factores-que pode
FOLHETIM
RAS ATL
Raspail deixou na terraqum immen
so vacúo impreenchivel. Desappareceú
com elle uma das mais poderosas forcas
sociaes do muúdo moderão, à porção
mais fecunda e mais gloriosa da
grande alma do povo. :
Ninguem como elle amou a humanidade
e ninguem empregou tão vastas
é tão profundas faculdades no culto do
seu amor. Foio maior contribuinte dos
descobrimentos scientificos d’este/seculo.
(1) Creoua chimica organica& pos
de-se dizer que creou tambem a phy-
(1) Refere-se ao seculo XIX.
“contribuir para o desenvolvimento da
agricultura nacional, é a creação do
credito agricola, que forneça ao agricultor
capitaes a um juro modico 5 ou.
6 olo ao anno e não 25 e 30 ojo e mes-.
mo mais, como acontece em algumas.
regiões do paiz.
A agricultura portugueza, no estado
de atrazo em que está, se levantar capitaes
a $ ou 6 ojo terá já que realisar
um consideravel sacrificio, quanto mais
levantando capitães a juros tão elevalos;
é necessario que o nosso lavrador
hs bem as vantagens que lhe podem
adir da creação do crédito agricola,
para exigir que os seus representanconsituitivos
que decretem a creação
do crtdito agricola.
Sonos o paiz onde primeiramente
se pensyu’no credito agricola e somos
talvez Ounico onde nada ha legislado
n’este sentido,
Em artigo subsquentes mostraremos
a convenencia dos lavradores se
unirem, creandk caixas ruraes do sys
tema Reiffeisen, «omo o teem feito os
lavradores francezs, belgas, italianos,
suissos, allemães, €c,
A falta de commuiicações rapidas é
baratas são um outro ibstaculo ao desenvolvimento
da agricltura como o
são também o exaggeradi apego a praticas
quese em remotas ers davam resultado,
hojé já não dão pG& muitos e
variados Motivos
a
Luiz Aucustc Carposo Gps
Agricultor pela Escola Nacional de Agricilura
O CARNAVAL
Reboam ainda pelo ar os sons dos
guizos e cascaveis do funebre truão.
Três dias de intoleravel sensaboria
em que o povo portuguez esquece a
miseria que o opprime, para vir para a
rua estorcer-se em cabriolas e risos de
epileptico larvado.
De anno para anno o Carnaval vae
decahindo, ao passo que o procuram
igilisar; o Carnaval aristocratico e fino
como o de Nice ou de Paris não
pode viver nem aclimatar-se em Portugal,
onde ainda impera o amora velharias;
o portuguez é essencialmente
conservador, e por isso difficil o modernisar
o carnaval, tornando-o chistoso
e limpo.
São tres dias em que a titulo de
carnaval cada individuo manifesta as
suas tendencias, sob a mascara que
reserva o incognito, patenteiam-se aber
tamente as taras individuaes como sob
o uso do alcool succede.
Quantas vezes para hombrear com
emulos, a familia fica em casa privada
do indispensavel á alimentação e da
manutenção n’uma certa e determinada
decencia; mas que importa, é necessario
afogar de qualquer forma a lembrança
atroz das calamidades que assolam
a praia e a familia, e então pede-
se ao funambulesco histrião que passa
qual gato pingado, um pouco de
alegria. .
siologia botanica e a anatomia micros»
copica, Fundou a hygiene em bases
| novas, não como uma dependencia da
medicina, mas como um desdobramento
da sciencia social. Foi elle o que definiu
pela primeira vez, com fundamentos
positivos, o dogma do suffragio uniiversal.
Foi ainda elle o primeiro que
proclamou no Hotel de Ville a Republiçã
de 48.
Este exímio cultor, accrescentador e
reformador de todas as sciencias physicas,
de todas as sciência biologicas e
de todas as sciencias sociaes, astronomo,
chimico; physiologista, medico,
archeologo, economista, era além d’isso
um delicado e valente escriptor. O
seu genio profundo actuou efficazmente
no desenvolvimento do estudo dos astros, das plantas, dos animaes, do
homem, é bem assim da relórma de
tes em córtes o peçam aos poderes:
Alegria ficticia, porque O povo portuguez
como pódes rir e estar satisfeito
se passas fome, se o padeiro, o ta-
‘berneiro, etc., etc, te envenenam o or-
‘ganismo e o colossal vampiro que se
chama o Estado te suga até às ulti-
‘mas migalhas, os parcos cobres que à
“custa de um labor insano auferes.
Por isso, n’estes dias, nas tuas gargalhadas
histericas, ha alguma cousa
ide funereo como que um ritus de um
cadaver sob a influência da correria
electrica porque tu soffres e procuras
n’estes dras illudir-te a ti mesmo.
Por isso o carnaval será sensaborão,
semelhando-se a uma obrigação que
nos e imposta. A
Tal foi em resumo o carnaval de
r910—digno successor dos seus antepassados.
amet
Conego Alves Martins
Contando apenas 35 annos de idade,
acaba de ser nomeado bispo de Cabo
Verde, o sr. José Alves Martins, conego
da sé de Loanda.
O novo bispo, nosso comprovinciano,
que é um dos mais illustres membros
do clero ultramarino, é sobrinho
dos nossos queridos amigos do Vergão
(Proença-a-Nova) os srs, Joaquim José
Alves, industrial em Lisboa, Manuel
José Alves, commerciante em Proençaa-
Nova, e conego Sebastião José Alves,
“actual vigario geral da prelazia de Moçambique.
Fazemos votos para que o illustre
prelado e nosso amigo conquiste na
sua nova diocese mais svympathias ainda,
se é possivel, do que aquellas que
conquistou em Loanda, onde, sabe- |’mol-o bem, deixa numerosos amigos
em todas as classes.
E a seus tios, devotados amigos do
Ecw da Beira e do seu director, as nossas
“elicitações com um apertado abraço.
E O ESSE
Acla-se doentea ex.” sr.* D. Emi
lia Ba’tholo, esposa dosr. José d’Aze:
vedo 3artholo, abastado proprietario
d’este concelho. Fazemos votos pelo
seu prmpto restabelecimento.
Na sição competente inserimos um
annundo do nosso presado amigo Antonio
Cardoso, alfaiate e bandeireiro,
com estabelecimento na rua dos CGorreeiros,
149 e 151 (vulgo travessa da
Palha) em Lisboa.
Este rosso amigo e honesto industrial
tem conseguido à custa de não
poucos sacrificios desenvolver uma arte
que ha ainda bem pouco tempo tinha
necessidade de recorrer ao estrangeiro
d’onde não vinham melhores artigos
que os que n’aquelle estabelecimento
se encontram actualmente.
Recommendando-o aos nossos estimaveis
essignantes e leitores, entendemos
não fazer favor, pois simplésmente
prestamos assim preito à sua honestidade
e boa vontade em nos libertar
do estrangeiro.
ES
todas as instituições politicas + sociães,
na reforma administrativa, ni reforma
judiciaria, na reforma penal.O seu altivo
caracter de soberano pebeu tornou-
o sempre irreconciliavel com todo
o favor, com todo o auxilio, com toda
a collaboração official. Recisou todas
as distincções honorificas, todos os diplomas
scientificos ou litterarios. As
suas observações astronomitas, OS seus
trabalhos de chimica, as suas applicações
do microscopio ao estado das cellulas
e dos tecidos fizeram-se a uma
agua-furtada humilde. dos bairros bamais
rudimentares, no isolamento austero
da independencia e do sacrificio.
Esse intrepido filho do povo tinha à
fibra de Galileu, de Giordano Bruno e
de Bernardo Palissy.
A atademia
“a fazer das suas.
ratos de/ Paris, com os instrumentos |
CARTA DE PARIS
O Senna que parece querer entrar
no seu curso normal depois de ter assolado
este bello paraizo terreal chamado
Paris, volta novamente a fazer
das suas. gn ai
Ainda as ruas se encontravam humidas
das aguas das ultimas cheias e as.
gentis parisienses tão mignones envol=
tas nas suas pannes sahem a medo de
casa, crendo-se vistimas de um horrido
pezadello, e eis que o Senna volta
“As cheias são o assumpto do dia como
o foi o Chantecler; o proprio Senna
parece ter querido prestar O seu preito
de respeito e admiração pela genial
creação de Rostand, baixando o seu
nivel e permittindo que uma parte do
povo parisiense podesse admirar um
trabalho de tanto valor; e satisfeita a
curiosidade do grande publico era necessario
um motivo. ;
A’ hora a que escrevo, o caes Auteuil
está coberto de agua e o Marne sobe
tambem de hora para hora. :
Quando regressará a ridente primavera
que permitte os passeios ã0 Bois?
Um dia de sol é tornar a população
parisiense alegre e chilreante como uma
passarada descuidosa. . bd
Por hoje, gentis leitoras e illustres
leitores, findo este arrasoado, porque
para gosar O espectaculo das cheias,
tive que ser victima de uma grippe
verdadeiramente infernal.
Lo ES Na
cromo s
A direcção d’obras publicas se
do districto de Castello Branco
As ultimas cheias de dezembro, que
tanto prejudicaram este concelho, destruiram
dois troços de muralha, un à
esquerda e outro à direita do rio. Até
hoje ainda se não pensou nas repará-
(ções, esperando-se provavelmente que
o tempo vá ruindo a muralha, e que
uma facha de terra que ameaça desmoronar-
se abata, para então se pensar
talvez tardiamente, em reparar o mal,
ue póde mesmo dar logar à algum
desastre mais sério. .
Cremos que o sr. engenheiro dire»
ctor poderá providenciar de molde à
ser promptamente reparado este imminente
desastre. e
Sentimos ter de lembrar esté facto,
porque em quasi dois mezes que são
volvidos, poder-sesiam ter já tomado
providencias, que não a simples marcação
do logar do desmoronamento com
quatro varas de pinho.
Modista de Vestidos E Chapeu
Chegada de Lisboa, trabalhando: pelos
ultimos figurinos. Execução é acabamento
perfeitos. Preços modicos. .
Quem pretender, dirija-se à administração
d’este jornal, onde receberá
informações.
ae asma
as
com uma tão exemplar grandeza de alma,
resolveu conferirslhe em 18230
prémio Montyon, declarando-lhe. pela
bocea do grande Geoffroy-Saint-Hilaire
que ella o considerava como sendo o
homem que mais serviços tinha: presta-
‘do à sciencia e à humanidade.
Guizot, então ministro da instrucção
pública, interveiu na resolução da’academia,
prohibindo qué o preniio da
virtude cahisse no cofre da rebellião (1).
(Contirsia).
(1) Guizot, que récusou um premio a Raspail,
recusou tambem uma cadeira no magisterio
a Augusto Comte. O illustre historiador teve
a desgraoa de firmar com O seu nome a responsabilidade
desses dois crimes, inconsciontês, da
franceza, commovida ! politica nefasta que elle ditigi.
Eitma ed m pE ras
oa nd sdccumbe |
érdad Pg
IZ à voz apaibei
as à pátria
a endo à oppressão com oppressão
e esquecendo-se que acima da
força está o direito e de que mais tarde
ou mais cedo os crimes tem a sua
punição e a justiça o seu triumpho.
A liberdade enfraquecida, refugia-se
então nas trevas das conspirações ou
nas angustias do exilio, para vir mais
tarde revindicar os seus direitos e reconquistar
o seu logar.
“(Palavras de José Luciano de vastto).
o gitereiro
Dá-se à estas arvores o nome de zezereiro
por povoarem quasi exclusivamente
as duas margens do rio Zezere
“em uma grande exténsão, mas principalmente
na parte que limita o concelho-
da Sertã.
São muito frondosas e de folhas permanentes,
sempre verdes: muito parecidas
com os loureiros na côr e na folha,
mas de fórmas mais regulares e
redondas.
O. Portugg al Amigo diz que esta aryore
é de tamanho muito maior que o
loureiro, pois são qnasi do tamanho
de nogueiras no seu completo desenvolvimento,
accrescentando que em
parte alguma ha zezereiros tamanhos
como em Sernache do Bomjardim.
, Parece que efectivamente, n’outro tem-
“po, existiram na matta do Bomjardim
uas; zezereiros de. tamanho extraordinario,
mas é certo que esta arvore é
de desenvolvimento muito demorado.
O: maior que conhecemos é o que
existe na Paparia. Só em terrenos muito
arenosos elle se dá bem; transplan-
“tado, para outras regiões definha e
morrê ou degenera.
Em outras partes se dá a esta arvore
o nome de «azereiros» ou «azareiros»;
dá uns cachos de flôres brancas, muito
odoriferas, e um fructo muito semelhante
aos murtinhos.
Diz-se que a sua flôr, frita emazeite’
tira a vermelhidão do rosto e cura as
– emicraneas. .
Pinho Leal, na obra já citada e ainda
a este proposito e referindo-se à
matta do Bomjardim, chama-lhe flo-|
resta, contando que ella era a propriedade
de maior estimação do prior do
Crato é dos seus cavalleiros (de Malta)
sendo abundantissima de caga grossa
e meúda.
*
Uma senhora que-entra n’uma pastelária
e 60 é porque 7o à comer pasteis,
Os que tiverem pachorra que se entretenham
agora a decifrar o enigma.
“Num tribunal:
gio. na mão, uma. Hora o fundo do
Res e uma mulher
ue nunca mais voltou à superficie. .
neo. vi eu
izendo a chamada dos
fatia de Campos Leite.
“O jurado protestando:
Perdão, eu não tenho leite.
Ojuiz:
| — Sr, escrivão, tire o leite a esse se-
| nhor.
EPHEMERIDES
13:— Garibaldi demitte-se do cargo
de ceputado, em Bordeus, por causa
do miseravel, procedimento da maioria
da assembleia, em 1871.
“14 — Nascimento de Rúckert, em
1823. Morte de Guttemberg em 1468
15-=Proclama-se a republica em
Rema, em 1798. Morre Palafox, heroico
defensor de Zaragoça, em 1847. Morre
Lassing, em 1729.
de 120 cidades de França em Pontivy
‘e juram conservar todas as conquistas
da revolução, em 1790.
17 Nascimento de Edgar Quipés
| em-1803,-e-de Nicolau Esteyapez; em
1838. Morre Luthero, em 1546 eMoligre
em 1673.
18— Nasce Gallileu e morre Niguel
Angelo.
19 — Nasce Adelina Patti, em 1843.
O Brazil obriga D. João VI a nio admittir
o tribunal da-inquisiçio, em
1810. O grande conselho geral d: Suissa,
por 16 votos contra 8 approra a lei
da eleição dos eclesiasticos pel) pvoo,
em 1873.
20—Nasce Voltaire, em 1694.
=fe dpetgjme m
Ha 7 para 8 annos foi vébdido o edificio
do antigo hospital junto à egreja
matriz, destinando-se o produito d’essa
venda à construcção do hospital novo.
Dessa verba deviam ser retirados
7o0jooo réis para obras de adaptação
do referido hospital velho a escola do
sexo feminino, visto a actual não satisfazer
de modo algum aos requisitos
hygienicos e pedagogicos a que está
servindo.
Conitá-nos que essas obras estão ha
bastante tempo paralysados pela bagatella
de 6obooo réis. O sr. ministro do
reino rão poderá volver uns olhos caritativo:
para este assumpto? Gremmos
que os cofres publicos não se arruinavam
com tão exigua verba destinada a
proporconar a luz do entendimento às
creanças filhas dos contribuintes d’esta
villa que teem direito a pedirem ao
estado edificio onde suas filhas possam
receber |R EM pEção-
A cad um, ORE a sua capacidade;
a cada capacidade, segundo as
suaa obras.
Saint Simon.
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LISBOA
Recebe alumnas internas pa o ensino
do 1.º e 2.º graus de instrucção
primária e lavores. Optimo tratamento.
Educação esmerada. Preços extremamente
modicos.
E A. directora Mathilde Sant Anna.
que esteve de rejo.
“Mediter-
16 — Reunem-se 150 representantes.
sessss ss 044 posse
Esta es pecialidade vem fazer ne
“4 revolução no tratamento das doen- . > |
: asi secretas.
E’, segundo os; mais recentes:
Errata scientificos d’estas
doenças, a. melhor, mais efficaz e
menos offensiva, que existe na therapeutica
moderna.
Não produz dôr nem Ra de
urétra.
“Algumas injecções (3 por “dia
2 a 3 minutos de permanencia ncé
canal urinario, são sufficientes pr
ra debellar as purgações mais ‘€-
beldes, tanto agudas como chHobigado
wo A
As lavagens que antecipadimente
se hajam de fazer cevem ser
com soluto fraco de raloreto de 4
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