Gazeta das Províncias nº56 28-06-1900
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ARRO 2.º
CERTA — Quinta-feira 28 de Junho de 1900
SEMANARIO INDEPENDENTE
=
ACSIOGNATURA É
CERTA, mez, 160 rs. FÓRA DA CERTA, trinivetre, 380 re: AFRICA, semestre, 44000 ps. DRAZIL, semestre, 29800 es. Mumero aval dO Ts,
Toda a correspondencia dixigida 4 Administração, R. Sertorio, 17. Os originnes recebidos não se devolvem Re: R
Exnesto Marinha — Birecior Ft cs ”
Po Ed SÉ ME
PUBLICAÇÕES
No corpo do jornal, cada linha 80 rs. Annuneios, 40 rs. à linha. Repetição, 20 18. a linha. Permanentes, preço convencional; os ars. assiquente
E iém o desconto do 25 0/9. Esta folha é impressa na Typ. da Gazeta das “Provincias, Certã.
Preto Augusto Rossi — Editor
Emo Et
Expediente
Aos nossos assignantes pedi»
mos à fineza de rios satisfazerem.
a importancia das sumos assigna-
turas, cujos recibos forem n’es=
ta data enviados ds respectivas
estações postaes,
NOVO MINISTERIO
Como é já do dominio da toda a gen-
té, foi incumbido pelo chefe do Estado
de orgamisar um novo gabinete, o sr.
Hintze Ribeiro. Ficou assim constitai-
do:
Presidencia e remo, Hintze Ribeiro;
justiça, Campos Henriques; lazenda, Au-
“selmo de Andrade; guerra, Pimentel
Pinto; marinha, Teixeira de Sousa; es-
trangeiros, João Arroyo; e obras publi
cas, Pereira dos Santos.
Não ha duvida, eassim o confessam
os proprios adversarios, que nesta nova
situação politica figuram vultos de in-
contestavel valor, motivo este para te:
gosijo de todo o bom portuguez.
Após uma longa “seria de calamida-
des, em que o prestígio da nação nada
ganhou, em que as mais puras é sagra-
das regahas do povo foram calcadas pe-
lo faceiosismo da velha situação,—não é
de extranhar que um movimento de
sympathia se pronunciasse expontanca-
mente por todo o paiz, acclamando o
novo ministerio, vendo n’elle o ponto
de partida d’uma nova aurora, duma
nova vida nacional lão precisa neste
momento, em que graves complicações
internacionaes parece escurecer triste-
mente os destinos dos pequenos povos.
Saberá o novo governo corresponder
ás exigencias da nossa vida exlerma e
Interna? Assim o esperamos convictos,
esperançados na sua orientação politica
e natural patriotismo.
Independentes e por tanto desapaixo-
nados, sem nos cegar o partidarismo
de grosseiras conveniencias mas ani-
mados pela ancia da felicidade da nos-
sa Patria, saudamos os novos homens
que vão presidir aos deslimos de Por-
tugal,
E oxalá que nos não arrependamos
do nosso entusiasmo.
ECHOS DA SEMANA
4 Foram nomeados arhitradores judiciaes |
desta comarca, os sra, Antenio José Tavares,
David Nunes e Silva, Munoel Mendes Gaspar
Barata, Ju-é Marques da Silva e Martinho
Mendes Barata,
4 — Não chegon a ser discutido o projecto
de lei sobre à caça apresentado pelo sr Pau-
jo Cancela. Como se sabe, esto projecto era
uma das maiores infamias que sô sproveitava a
elguns. felizes, pois que restabelecia o odiozo
regimen das coutadas Mesmo assim, apparecen
um dia na camara dos deputados nma represen-
tação de todos os concalhos deste districto
adherindo a esse fumigerado é liberal dipla-
ma!
O modo como essa representação for forjada
póde avalinr-ae pela parte que coube ao con-
celho da Certã,
4—0 amanuense da administração d’este
concelho pediu augmento de ordenado em
conformidade com o disposto do artº 327 do
novo Codigo Adminisiractivo.
4—Em sessão da camara monicipal deste
concelho, foram nomeados os informadores da
junta das congruas.
4 —Ha um mez pouco mais ou menos,
que um jornal da Certã, chamava a attenção
do ar. ministro da justiça para o modo como
xe achavam providos a maioria dos parochos
deste concelho. ]
Este appello lamuriento encontrou echo em
meia duzia de patsrutas cá da terra, que afi
nal nada valeu, Nada, notem bem.
Serm dia estivermos dispostos para: um
bom cavaco, havemo- de conversir mais de-
moradamente. E mais sobre outros assumptos.
“MACAU
As graves complicações que ullima-
mente teem surgido na China, fizeram
com que o governo não descurasse laim-
bem d’esta importante questão, resol-
vendo enviar para a nossa colonia de
Macan alguns reforços para ali manter o
prestigio portuguez Infelizmente, porem,
o contingente destinado aquella nossa
| possessão ainda não partiu.
+
Hontem recebeu-se em Lisboa o se-
guinte Lelegramma, que põe bem em e-
videncia o estado anarchico que lavra
n’aquellas longinquas paragens:
LONDRES, £6, ás 4 t.—
Telegrapham de Hong-Korg di.
zendo que as tropas portuguos
zas de Macau estão em armus.
O soecreturio gerul de Macau,
servindo de governador. env ou
armas para 08 portuguezems re=
sidenies om Cuntão se armas
rem, pois recoia-se ali mim mos
vimento contra apçpovounção “sa
trangeira.
————— ÊNIO MG
Esteve hontem nesta villa o nosso
amigo sr. José Diniz da S. Mendes, de
+ Sernache do Bom Jardim,
NOUTE DES. JOÃO
Nonte de tenitas e de folia!
Que gratas recordações ficam dessa
“noute de folguedos e descantes, em que
as almas dos namorados se abrem para
sorrerem esperanças fagueiras que
les trazem as velhas crendices popula-
res!
Por todo esse Portugal fôra desde o
mais modesto logarejo aos grandes
centros, se festeja franca e animada-
mento a noule do santo pereursor, com
bules, fogueiras, Uluminações e tantos
outros diverlimentos característicos e de
remota tradicção.
Entre nós o enlhusiasmo estonteador
pelas festas de S. João, sente-se de
amno para anho arrefecer, e o que se
[luzia nesses tempos a que uma inolvi-
davel saudade nos volve, é 0 lriste con-
lraste do que mtimamente temos desfru-
tado.
So” nuns quatro pontos da villa, se via
alguma animação: na Praça do Com-
mereio, Largo do Municipio, Avenida e
Buiro de S. Sebastião, havia fogueiras
e bailes.
O do Largo do Municipio, foi o que
permaneceu por mais tempo e onde o
enthusiasmo mais se fazia sentir, Lermi
nando perto das 2 horas da nonte.
Nesta altura começou a debandada e
as pequenas casadouras recolhitm aos
seus aposentos com os corações saudo-
sos e dolentemente embriagados pelos
puros e singelos lhrenos d’amor que
ouviram dos conversados.
E, emiuanto o sol não vinha rasgar O
immenso veo da penumbra, ellas encos-
tadas ao peitoril das janellas escula-
vam em segredo os descantes ferventes
dos seus Louvelaces, que percorriam as
ruas tresnoitados,a espera que a prateada
manhã viesse malevolamente acabar com
a festa que tantas venturas lhes propor-
cionou. ..
Perdidos os sons das guitarradas e:
calada a animação
viam-se as pequenas assomar às janel-
las e descer ao quintal, para verem se
as alcaxofras queimadas na vespera lhes
dizem se são correspondidas no seu a-
mor ou se este é trahido. E estes len-
darios vaclicinios, resumem-se n’islo: se
a aleaxofra exposta ao relento durante a
noute floriu, podem as moças ter conh-
anca no futuro; se não mais reverde-
cem só lhes resta procnrar novos amo-
res e afastar para longe o objectivo dos
seus sonhos… mentidos
0. então que aqueles corações
feridos pela infidelidade de vãs espe-
ranças,vertem lagrimas que se erystalisam
com as goltas de carvalho dessa ma-
nha limpida 6 fria…
duma noite Inteira,
Soirde
Para festejar o seu anpiversario na-
talicio, deu hontem uma esoliês o st.
dr. Albano Frazão.
Notou-se sempre extraordinaria ani-
mação entre os convidados que sahiram
ás quatro horas da madrugada penho-
rados pela maneira captivante e genti-
leza peculiar dos donos da casa.
tea a ea
Déltyvrance
Deu á luz nma robusta menina a gr.
D. Maximina Correia Marinha, virinosa
esposa do nosso amigo sr. Carlos Fer-
reira David.
Os nossos parabens.
e pe PATA tire
Festa de 8. Pedro
Foi transferida para um dos domin-
gos de setembro, a festa de S. Pedro
orago desta freguesia. Consta-nos que
haverá fogo d’artificio e iluminação à
veniziana.
a CRS ÃO ER da meme
à Orphã
Muita genle se ri quando eu pranteio,
Ninguem no mundo minha dôc minora;
Mas essa gente que se ri. ignora
A dôr immensa que me rala o seio.
Na minha dôr extremamente forte,
Eu sinto às vezes grandes desvarios;
E ao recordar-me a rapidez da morte,
Meus olhos são dois caudalosos rios…
A sorte para mim foi muito avara
Quem escarnece as minhas maguas, quem!
Não escarneças, não, ó gente ignara…
Eu choro, porque já não Lonho mãe!
Fereira de Lemos
om
Necrologia
Falleceu hontem em Sernache do Bom
Jardim, victima Poma lesão cardiaca, a
sr? D. Maria das Dores, virtuosa
esposa do sr. Joaquim Martins da Silva.
A morte da bondosa senhora [oi muito
sentida.
A” exm.? familia da finada, enviamos
a expressão do nosso pezar.
O DB Cos
Feira de 8, Pedro
Tem logar amanhã n’esta villa, a foira an-
nual de S Pedro, onde se costumam realisar
“bastantes Lransacções.
ip
Passou nesta villa para Pedroga
Pequeno, o nosso amigo sr. pare José
Adriano.no.@@@ 1 @@@
BOLETIM
“AGRICOLA
— 4
Escolha de boia
Cada serviço e cada regimen criam
racuscespeciaes; mas, bo meio de tão
grande diversiladeç o animal bem cons-
tiluido venue os caracteres seguintes:
Costado soldo, apresentando na sua
extensão, uma linha aireita sem depres:
são, peito largo, abto e fundo, o que de-
noncia consideravel desenvolvimento dos
pulmões e do coração, facublando una
respiração possante; costellas anredon-
dudas, corpo eylindrico. para que os ou-.
tros orgãos interiores disponham “de ca-.
paridade suficiente; ventre bem suspen-
so e não descabido; flanco curto e rins
largos; largura da garupa em relação
com a do peito, costelas «e rins.
Visto o antmal de perl, deve apre-
sentar grande largura «de espadua ede
garupa; membros curtos relatigamente á
altura do tronco, para que não sejam fal-
tos de força; cabeça e -pescego pouco vo-
lumosos; fronte larga, caracteristica de
excellente constituição de cerebro; “ore-
lha e beiços leves, olho ivo, maxillas
descarnadas, venta largas musculos mui-
to desenvolvidos; Brmes ao facto, de-
munciam vigor para-e-trabalho; molles,
indicam disposição para a engorda.
Tambem se conhece-estesallino pre-.
dicado por certas agulomerações de gor-
dura que são faceis de perceber debaixo.
da pelle, em alguns silios do; corpo.
À este conjuncio de prodicailos, “deve!
o animal bem constifaido veunir tambem,
ossos tinos; articulações perfeitamente:
delineadas, sem grossuras nem engorgi-.
lamentos: cabello fino e assente,
Emquanto à côr, cala raça fem a-sua,
a que é necessario dar a devida altenção.
como indiciode individuos de raçapura.:
As membranas interioresidasoolhos;da:
boca (mtcosas) devem «sercór de-rosa:
palhidas, deunnciam sanguepobre «esa
quoso: vermelhas demais, sangue mal-‘
Lo espesso.
Os movimentos idevem-ser energicos;.
a actividade no comer: pronuneiada. À
disposição iduscleridas leves para-cicatd-
sarem rapidamentesé ainda «am >Indieio
«daboa-gonstituição-do. animal.
deny esta villa a sr?
“Sacramento Leitão, -esposa do .sr. José
Januario daConceição
GAZETA DAS PROVINCIASCERTÃ 28 DE JUNHO DE 1900
CHRÔNICA LOCAL
Anniversario
Fez hontem annos o sr, dr. Albano Frazão,
As nossas felicitações
Na terça-feira reuniram-se algumas familias
d’esta villa e de Figueiró dos Vinhos, indo
passar o dia aos Carvalhos, região vizinha do
rio Zezere,
O dia apresentou-se d’uma amenidado en-
cantadora, imprimindo a esta festa intima um:
delicioso bem-estar. Ao promotor deste pas-.
seio campestre o nosso amigo sr: Carlos de
Figueiredo, enviamos as nossas felicitações
E.
Esteve nesta villa sr,º D. Maria
d’Andrade, da Arnoia.
—+4+—
Já regressou da Pampilhosa o nosso amigo
sr. Eduardo Barata C. e Silva.
Está n’esta villa O er. Augusto Martins,
Agueda.
Ribeiro
de
Rage
Passa bastante incommododa
gr:* D. Margarida Franco.
De passagem para Alpedrinha esteve nesta
villa o sr. João Pereira d’Assumpção.
bm
Regressou já de Portalegea o nosso amigo
sr. Padre Domingos Lopes da Cruz.
— $—
Vindo do Brazil chegou já a Lisboa o sr.
Manoel Joaquim Nunes e sua exm,* esposa
Cumprimentamos,
MARCO POSTAL.
(Correspondeneias pariiculares)
cm
de saude, a
Redrogam Pequeno, 23.
ho
do.
Já de avançada edade, falleceu
D Dmbellna
e Silva. Folia:
sua morte-hastante sentida, pois .era –
-ma senhora-respeitavel, muito religiosa-e
boa- conselheira, Foilhe celebrado hoje
o officio, a que assistiram, alem do rev?
parocho destaifreguesia, os ecclesiast-)
cos srs. padre Antonio Fernandes Mar-‘|:
tius, Guilherme Marinha, Antonio dos,
Santos Campos e Castro, parocho de:
Pedvogam (rrande e Antonio Correia, do
Castello.
“Findo o-ofíicio, foi o cadaver condu-
FOLBREM (DA «GAZETA» Nº 3
O Senhor Diabo
—A «gentil moça, a “linda iVseult davvaran-
da, deixa que estes-beigos:de homem, vão co-
mo dois-peregrinos – córados de – sol, em “doce.
romaria de amor, «das-suas mãos ao-sen-col-
lo!
& colhaudo-para iJusel que desfolhavauma
margarida, cantou lentamente, «com . grandes
risadas-Írias. e-melallicas:
Quem «depenna cum reuxinol
É rasga uma-tristosor,
Mostra-que- dentro do peito
Só lém farrapos d’amior,
E ergueu para -a-varanda-seus úlhos “terri-
veis € desoladones, como blasphemias de lnz,
Maria tinha levado a roca e só havia na-varan-
da as aves, as flores e Jesus!
—A loulinegra voou, disse jovialmente. 3
Er SETTE PS pera
inda para Jusel: é que talvez sentisse acvisi-:
nhança d’abutre. Que diz Bacharel?
-Jusel com os olhos .serenos .desfolhava a |
margarida,
—No men «lempo, -sr, Suspiro, disse o:
homem dos olhos-negros, crusando: lentamente
os braços, já. havia aqni duas espadas, a fizer
rebentar ana sombra flores de faiscas. Mas as;
“heroes-vão-se, eos homens nascem. cada véz,
mais da dôr das.mulheres. Vejam isto. É um
– coração com-pibão-de.gola. Mas coração hran-
“co, pardo, alvacento «de-todes as côres «manos:
vermelho-e-solido.-Pois bem! Aquella rapariga
-Lem-uns cabellos loiros que dizem bem. com.os:
meus-cabellos. pretos.
“As cintas delgadas: querem uns-bragos: for-,
tes.:Os “labios «vermelhos de desejo, gostam,
das armas vermelhas.de sangue. É minha-a!
“dama, er.-Bacharel!
Jusel tinha descido as grandes Apa
elegiacas, e-via as petalas arrancadas da-pmar-
garida cahirem. como desejos assassinados, des-
-prendidos «to seu peito.
“0 homem dos-olhos resplandegentes tomou-
lhe rijamente a-mão:
= Bacharel ternura, disse, ha aquí perto. um
logar onde os goivos nascçm expressamente
| A caminho, meus
gulo ao cemiterio em uma rica urna de
mogno que, com unia linda” corda de
amores-períeitos foram oferecidas pela
sum familia, residente em Lisboa, fean-
do sepultada no jazigo de familia O
enterro for immensamento concarido
por todas as pessoas mais cirenmspectas
esta terra e muito povo. Dirigiy o en-
terro sem sobrinho e nosso amigo sr,
José Joaquim da Silva, pegando “às ar-
gotas da urna os srs, Manoel Antonio
Serva; João Anlpnes, “Antonio Nunes
Magro, Jo-é Nunes da S.lva, Apollinario
Alias e Joaquim Calado.
Acabado o enterro. distribuiram-so á
porta do cemiterio bastantes esmolas,
conforme a sua uiaonaao a testamentaria,
Que descanse em paz tão excelente
senhora, e À sua esm * Familia enviamos
sentidos pezames,
+
Não nos enganâmos quando ha dias
previamos a sumptaosidade da festa-de
18. João. Tudo bello, Ludo sublime e tu-
do magestoso, Nem outra coisa havia a
esperar do cavalheirismo do sr. Joaquim |
Henriques Vidigal, que não se poupou a
esforços e despezas para dar à [eslevi-
dade o brilhantismo que Leve, assim co-
mo lodus os que, mais ou menos
mesma festevidade,
Historiemos,
O arraial, desde a egreja matriz alé à
nova casa do sr. Vidigal achava-se en-
feilado a capricho; havia arcos de muito
hom gosto, guarmeciilos de murla e ban- |
A egreja
vanegadas.
armada com
deixas de góres
matriz tambem se achava
todo a Psmeto.
samente concorrido, pois continha, tal-
vez, duas mil pessoas, Que diremos do
fogo dartificio forneciilo pelo sr. José
NU eso da Corta? Diremos que
seria ponco tudo o que se dissesse em
abono detão hall pyrotechnico,como que
todos lhe conhecem .o seu grande mere-
cimento. A phiarmontca desta wúlla de-
sempenhon-se dambem com muita pto-
fieiencia; apresentou peças de musica
que-salisfizeram por completo. Podemos
dizer affoutamente que ba pouco Lempo
tem dado passos accelerados no cami-
nho do progresso, e prinfipalmente de-
poissque está .sob a -regencia do sr.
padre:Guilherno M: att Esperamos
que-em pouco tempo seja «considerada
umasphilapmonica de primeira ordem.
Enquanto aosifestejos religiosos, .cor-
veram, comotuilo, bem. Fai celebraute
CON-
correram com os seus serviços para q
O arraia! estava Immen- –
»
da missa o nosso digno parocho, sr. Ma-
nos, José Farinha, acolytado pelos reve-
rendos.srs.. Áblunio Correia, do Cahe-
gudo e Antonia dos, Santos Campos e
Castro, de Pedrogam Grande.
ÃO Evangelho subiu ao púlpito o
rev,º sr, Antonio Fernandes da Silva
Martius, sendo acompanhado pelos dois
filitahos do sr. Vidigal; -fez um bri-
Ibante discurso, em que pôz bem a cla-
ro à vída do Santo, .
De larde seguiu se a procissão, s as-
sim terminou a festevidade, deixando a
todos os assistentes gratas impressões.
AA AE RO Sd e em
CHRONICA RELIGIOSA
a
Coração de Jesus
Rralisou-se, na sexta [eira passada,
pomposamente a festa do Sagrado Co-
vação de Jesus, tendo logar a primeira
commuihão a cem creanças de ambos
Os sexos.
À associação do Coração de Jesus,
que não se poupa a fadigas, como de
ha muito nos vem mostrando, envidou
todos os esforços para que esta festevi-
dade fosse revestida, como realmente
vitãos, dos maiores altraclivos e magni-
ficencia, sendo por tal motivo os seus
Rr an dignos dos maiores elo-
gios.
Ao meio dia começaram as – cerimo-
nias d’egreja, sendo celebrada missa
pelo reverendo areypresle, sr, padre
Francisco dos Santos e Silva, agompa-
nhada a grande iustr amental, e aeoly
lado pelos rev.º srs. pare Lorreia, do
Castello e pi udre Ferreira, do, Gabegudo,
Ao Evangelho, pregou o reverendo coa-
djuctor, sr. padre Cruz, deixando tados
os ouvintes impressionados pela matu-
reza do lhema queescolheu e lão ha-
bilmente expoz, sendo muito apregiado.
Em seguida à missa, teve logar a
conmunhão geral, que durou quasi 2
horas, sendo “ministrados os Sacramen-
tos da Euchargstia a mais de 600. pes-
soas.
Aº tarde organisou-se a proeissão, que
lôi imponente, percorrendo as ruas prin-
cipaes desta villa.
Viam-se alli encorporados, em muita
boa ordem, as Creanças que hayiam re-
cebido a primeira communhão, vestidas
caprichosamente, muitos anjinhos bri-
lhantemente vestidos e a respeéitavel sir-
mandade do S. Sacramento,
No couce da procissão, e após o pal-
para. os inocentes que morrem. -Se Lens al–
guns bens a deixar, recommendo-te este .excel-
lente -Rabil.
Era o pagem.
—B necessario, proteger .as aves da nou-.
Los
—+0s ahulres :hocejam desde «que findou a
guerra. -Vou-lhes dar essas:terras. Se queres
deixar ..o coração ;d «bem amada, à moda dos
trevadores, eu me encarrego de.|h’o trazer bem
embalsamado-em clama, «na ponta da espada!
Tu és formoso, amado, branco, delicado, per-.
; feito.
—Vê-me isto Rabil. À uma rfavça bem feita,ao
compadre : ii de cima dos -sões, dilacerar-lhe |
estabeligar!= Se nampravas alguma -estrella, eu
oliecuanbare! pooruicm bom portador, os teus
ubltimosagdauees. SEmquanto sos sacramentos é
inutil caueme encarrego de te purificar pelo fo-
go SBabil, tucana EniiRira o rondó dos defunc-
tos: annuncia no inferno, o Bacharel Suspiro!
filhos! Ah! mas em duell;
secreto armas honradas! e batendo heroica-
-mente nos copos da espada: eu tenho aqui
esta delilidade, onde está a tua força?
— AH, respondeu Jusel,— mostrando: Chris-
tona varanda das plantas e das pombas, al-
L
Jumiado pelo sol que descia, —branco entre a
folhagem, agonizante entre as palpitações d”.
azas,
—Al! disse cavamente o homem da flor do
ereto. A mim Rabitt Lembraste de Acteon,
de Apolio, de Derceto, de Jucho ede Mar-
Le?
— — Eram 05 meus irmãos, disse lentamente q
pagem, hirto como uma figura de pedra!
Pois bem, Rabil, para a frente alravés da
noute! Cheira-me agiu às Lerras de Jerusa-
tem!
E sumiram-se debaixo das arcarias e das
pilastras; sigistras, soluçando.
Na noute seguinte havia
um grande luar purificador.
Maria estava debruçada na varanda. Era a
hora celeste em que os jasmins concebem.
Em baixo, o olhar de Jusel, que estava en-
costado ao pillar suspirava pata aquelle corpo
femivino’e branco, como nos jardins a agua
que sobe em repuxos suspira murmurosamente
para O azul,
pela Allemanha
(Continua)
EÇA DE QUE SIRÓZ@@@ 1 @@@
leo, lemava logar a philarmonica certa-
ginense, que em todo o percurso exe-
culou cer muito apreço, algumas mar-
chas Draves,
Depois de recolher a procissão, onde
tam as imagens do Coração de Jesus Se-
nhora de Lourdes e o Menino Jesus, pre-
gou novamente o sr. padre Cruz, seguin-
do-se a novena acompanhada a inslru-
mental, que agradou nívilo.
Eram perto de 7 hovas da tarde, quan:
de lerminou a festa, unia das mais bri-
antes aquo lemos assistido.
O sumpluoso templo da egreja ma-
triz, estava bem ormmamentado, prejudi-
cando um pouco o seu natural explen-
dor, o exagere carlislico» que se mani-
festava em alguns trabalhos de armação,
que, permiila-se nos a franqueza, são
improprios Paquelle logar é muito me-
nos da nossa velusta
egreja, que encerra obras date d’um
alto valor e dum realce maravilhoso,
Festa de S. João
No domingo, lestejou-se na sua egre-
ja, com missa cantada e sermão, O san-
to pereursor.
A” tarde bonve novena, havendo mui-
ta concorrencia.
Dciencias & Letras
—— qu
Recordando…
São passados doze annos depois que
eu sahi da minha terra natal, pequena em
tudo, menos em recordações saudosas
que conservarei sempre gravadas no co-
ração. Sinto um alivio aos meus. infor-
tunios ao lembrar-me dos brinquedos
infantis: e choro e reso por os meus
companheiros de então, que a terrivel
ceifadora das vidas humanas me arre-
batou para sempre nas suas azas medo-
nhamente horriveis,
E choro quando a minha memoria,
tão gasta já, me apresenta n’ama tela
immensa nitidamente, sandosamente,em
pinceladas quentes, o quadro das minhas
aventuras pueris!
E choro!… e qual será o ente que
não fará o mesmo quando n’um momen-
to de amargura lem-como balsamo- as
recordações dimfancia?l…
+
São passados doze annos… e hoje
como então eu lembro-me com saudade
da Luizinha, d’aquella: gentil Luizinha
que fazia os encantos dos rapazes e era
a inveja das suas companheiras, quando
a Viam passar para á missa
vestidinho de chita claro, pésinho meio
tôra da chinella, bordada, mycroscopica,
deixando ver a meia d’uma brancura de
neve…
Vivia na ultima casita da povoação,
com seus ipaes, polbremente, honesta-
mente, quando lh’o consentiam os ma-
gros rendimentos que ella-—a gentil cos-
tureirita—percebia pelo seu aturado tra-
balho; e apesar d’isto a Loizinha canta-
rolava sempre, alegremente, despreoceu-
padamente, quer de noite quer de dia.:
Era feliz!
+
– Um diao morgado, que já ha muito
tinha jurado conquistal-a, fez-lhe pro-
testos Puma amisade sincera, d’um pu-
ro amor; e ella—a pobre creança: inex-
e magmficente.
com seu
GAZETA BAS PRÓVINCIAS— CERTA 28 DF JUNHO DE 1900
periente,—acredilou-o cegamente, leal-
LoAnbeRTs:
“Desdeesse dia a Luizinha, aquella
gentil Luizinha” que fazia “os encantos
dos rapszes e era a inveja das raparigas,
suas campanheiras, já não apparecia ni:
sonha, entoutecedora, ..,
“Quem quer, pois, fazer uma-yia em, ida-e-volta, pela.quantia de 50 reis?
q I 8 pela.q
“Rovidade litteraria
“He cirenlação em fascículo
“Ermano Simoes Farmsara
. PYRILAMPOS
CONTOS)
8 Largo do Muniçípio, O
CERTÃ !
ri mari
‘
Vende-o seguinte: arroz, “bacalhan,
assucar café, chá, manteiga, massas:
alimentícias, «bolacha atum, sa bão,:
petróleo. pregos Parame, genima:
tabaco do ludas-as-gualidades, vi-
-nho Iranicoe tinto e aguardente de
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