A Comarca da Sertã nº37 22-04-1937

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-— DIRECTOR E EDITOR-———
EDUARDO BARATA DA SILVA CORREA
— REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO ————
—— RuA SERPA PINTO — SERTÃ -—
Propriedade da Emprêsa Editora d’A COMARCA DA SERTÁ (em organização)
AVENÇADO
Comarca
FUNDADORES
— Dr, José Carlos Erhardt a
Dr. Angelo Henriques Vidigal
—— António Barata e Silva —
Dr. José Barata Corrêa e Silva
Eduardo Barata da Silva Corrêa
ed
H
SO | cid
Tip Portela Fejão
A & CASTELO BRAHEO
TELEFONE 11’6
EE
DLLs mai fts E SO
ANO I
Nº 37
Hebdomadário regionalista, independente, defensor dos interêsses da comarca da Sertã: concelhos de Sertã,
Oleiros, Proença-a» Nova e Vila de Rei; e freguesias de Amêndoa e Cardigos (do concelho de Mação) | 55577
| 2 R
do EA SER OL Toa
Notas …’TERRAS DA COMARCA
CAR DIGOGS
NO PASSADO E NO PRESENTE
OM o único objectivo de
ministrar ensinamentos
aos proprietários de gado e
velar pela saúde dos seus efe-
ctivos animais, deve proceder-
se brevemente em algumas lo-
‘calidades do concelho a vaci-
nações gratuitas, nomeada-
mente contra a peste suína,
que caminha na vanguarda
das doenças contagiosas que
atacam os suínos.
Organiza êste serviço o nos-
so Inspector Municipal de Sa-
nidade Pecuária do Distrito,
erre
COMEÇA, em breve, a ser
britado o lanço da es-
trada Castelo Branco-Coim-
bra, que vai do Orvalho à Foz
Giraldo.
aa
FEZ ontem 24 anos que foi
lançada a primeira pe-
dra para a construção do Gré-
mio Sertaginense e Teatro
Tasso,
+ a
AS grades da ponte em
frente da Pensão Bran-
co levaram já há tempo um tal
pinhão de ama camioneta, que
ficaram desconjuntadas, oca-
sionado, ainda, a deslocação
dos pilares.
» Como já dissemos por mais
de uma vez, o taboleiro da
ponte é de tam acanhadas di-
mensões, que não pode nem
deve ser utilizado para a pas-
sagem de veículos de grande
tonelagem; por conseguinte só
há uma medida a tomar: re-
reservá-la sômente para os
peões.
Mas enquanto não houver
um desastre de consequências
graves, não se tomam provi-
dências eficazes,
ati ta
NO desafio de foot-ball
realizado recentemente
no Porto, entre os campeões
do Nortee o grupo da AÁsso-
ciação Académica de Coimbra,
motonse que êsse «match» foi
caracterizado por injustifica-
vel viclência por parte dos pri-
metros, provando à sociedade
ue não têm a serenidade pre-
cisa para perder ou ganhar,
adoptando atitades pouco di-
gnificadoras que, de futuro,
podem trazer complicações
graves.
Brutos assim devem ser me-
tidos num tronco, porque
aquilo não é jogar, é dar
coices…
A autoridade agirá com o
aplauso de toda a gente cor-
recta, se proíbir desafios da-
quela nntureza, pouco reco-
mendaveis.
» O exército da república de
k S. Mariano compreende
1048 homens, o do Vaticano,
823, mónaco,85e Andorra, 52.
Exércitos dêstes são o sufi-
ciente para por em risco a paz
do Mundo e fazer tremer
Troia…
«Se êles usam espingadas de
carregar pela bôca, então é
que o caso pode ser sério,
região do centro do país entre Vi-
la de Rei e Proença a Nova,
A altitude média de 500 metros fa-
vurecida com um vasto panorania onde
predomina a mancha verdejante dos pi-
nheirais sem fim, faz dela, pelos seus ares
puríssimos um verdadeiro sanatório. O
azul carregado das serras distantes corta
ao longe o horizonte que nos maravilha
pela sua enorme vastidão.
Cardigos contempla embevecida, à
sua volta, as serras do Bando, de Amêns
doa, Mebuça, Alvaiázere, Lousa, Alvelos,
Moradal, Perdigão e 8, Mamede, E por
entre u fumo dos povoados e a alvnra de
capelinhas dispersas, pirâmides geodési-
cas e agulhas esguias de torres de igreja
descobrem-se inúmeras aldeias e as-vilas
de Amendoa, Vila de Rei, Figueiró dos
Vinhos, Serúacho do Bumjardim, Niza,
Castelo de Vide e Marvão.
A superficie da freguesia de Cardigos
é de trinta quilômetros quadrados (maior
que a do principado do Mónaco) com uma
população de cerea de 4,000 habitantes
de ambos os sexos, distribuido por mais
de setecentos fógos.
O terreno bastante acidentado dá ori-
gem a numpro cr cursos de água de pe-
quena corrente, tributarios das ribeiras
do Bostelim e da Pracana que correm em
sentido contrário, aquela para juntar-se a
um afluente do Z -zere, e esta à um s fluen-
te do Tejo, descrevendo uma espécie de
semiocíreulo ao longo duma linda cadeia
de montanhas que ane os dois rios atra-
vez da Mebriça.
A quasi igual distancia das duas ri-
beiras estende se a vila do Cardigos pelo
espinhaço duma serra que para o poente
vai morrendo em declive suave e para o
nascente vai subindo até atingir a altitu-
de de 520 metros a uns três quilômetros
da vila,
Pci situada a vila de Cardigos na
A fundação desta anda envolta nas
trevas do mais longinquo passado.
A avaliar pelos monumentos que che-
garam até nós, a área desta freguesia foi
habitada muitus séculos antes de Cristo
pelos povoadores da época megalitica à
qual pertencem cs dolmens ou antas, que
foram construidos para monumentos fu-
nerários, pois debaixo da sua mesa e dos
seus esteios, varios encontrar ainda hcje
os restos óssos dos que ali se enterraram
ha cerca de 4000 anos. Pelo espólio de
armas e vasos que se descobrem junta
mente com esses restos bumanos, pode
mos supor com fundamento que as ideas
religiosas não eram alheias e esses povos,
visto como acreditavam na existencia de
alem-túmulo,..
A civilização dolménica ocidental
teve muito provarelmente a sua origem
na provincia do Alentejo, pois é aí que se
encontram «s dolmens mais primitivos
da península.
Acham-se estes monumentos disper-
sos desde Portugal à India pelo que não
podem ser obra dus celtas simplesmente,
mas de diferentes povos da edade neolítica.
Na região cardiguense conheço eu
uns cinco delmens que bâv-de merecer
uma descripção pormenorisada na Mono-
grafia que tenciono publicar.
E” possivel que existissem ou existam
ainda mais,
Os que restam, provam-nos que na
nossa freguesia houve um aglomerado hu-
mano nessa época tão penosa da bumani
dade em que não se conhecia ainda o fer-
ro e os outros metais, em que o homem
não tinha outro instrumento para traba-
lhar senão a dura pedra com a qual fabri-
cava as armas para sua defesa e os obje-
etos caseiros para seu mister,
di
A AE
SERTÃ – Praça da República
oo da lápis
E
BESTA? feita a remoção dos
entulhos do Pelourinho
e Terreiro das Acácias pela
construção dos reservatórios
para sobejos da ágna das
respectivas fontes,
SO
Na freguesia da Sertã tem
havido, ultimamente,
muitos casos fatais entre. cri-
anças, cansados por broncor
pnenmonia,
rea Ê
HA dias deparámos com
um anuncio nam jornal
da província, que vem perfei=
tamente ao encontro daquilo
que já dissemos por mais de
uma vez sobre a carestia do
azeite; «Oleo Mendobi tam bom
como o azeite para fazer uso
na cosinha e única forma de
fazer guerra à carestia’ db
azeite! Preço, litro 5840. Para
10 litros, 5820. Preços espe
ciais para revendas.
Unica forma de fazer guerra à
carestia do azeite, não há dú-
vida nenhuma,
Mas se isto se agrava, dane
do logar ao aumento do preço
do óleo, não será preciso des-
cobrir outro produto para far
ger guerra à carestia daquele?
Esse é que é nosso receio!
Se ;
ENCONTRA-SE internado
no hospital da Sertã, o
velho professor de música Als
varinhas, que, pelos antigos
alunos do Instituto de Missões
Coloniais de Sernache, onde
foi regente da banda, era vita
garmente conhecido pelo Mesa
tre Alvarinhas.
Era estimado, pela sna bo-
nomia, entre a rapaziada,
Ainda que não tivesse grana
des qualidades para a arte
que abraçou, é lamentavel que
no último quartel da vida se
visse obrigado q recolher-se.a
um hospital, sem ter alguem
de família que o proteja e lhe
adoce os derradeiros anos da
exístência.
ore é
COMEÇOU a abertura dos
caboucos na Portela dá
Abegoria para a construção
do novo edificio escolar des
vila. ES
+ ea N
Queimadura com café
fervente
No doiningo passado o pequês
nito Reinaldo, de 3 anos, filho
do sr. César Lopes, desta vila,
aproximando se de uma vasilha
que continha café momentos ana
tes retirada do lume, que estava
em cima de uma mesa da cozi
nha, mexeu lhe, enfornando se o
líquido sôbre o seu corpo, produ
zindo-lhe. algumas que maduras
nas costas e no peito, felizmente
sem gravidade,
rose
Confrontem os trabalhos ti
pográticos de PORTELA FEI.
1ÃO com os de outras oficina,s oficina,@@@ 1 @@@
, Correios, Telégra-
“fose Teleíones’
t
E
f
ESTAÇÃO DE OLEIROS
No último número dissémos
que o boato, posto a correr, de
e a estação daquela vila, séde
de concelho e de julgado muni-
cipal, baixaria de situação, ta]-
vez não passasse de um simples
boato. Para bem de Oleiros, cu-
jos interêsses e regalias são tam
eitáveis como os de todas as
outras terras de igual categoria,
confirmaram-se as nossas previ-
sões e só nos temos a felicitar
por isso, E” que para nós, os in-
terrêsses da vila de Oleiros, não
são indiferentes, nem o podem
ser de forma alguma.
Informações fidedignas que co-
lhemos, habilitam-nos a afirmar
do que o que sc disse não pas-
sou de uma simples tempestade
num copo de água.
A Administração Geral dos
Correios, Telégrafos e Telefones,
de regime aotónomo, forçada a
reduzir as despesas com os seus
serviços, que de ano para ano se
vêm multiplicando, influindo, pos-
sivelmente, na falta de uma maior
intensificação daqueles que mais
directamente interessam aos meios
rurais, vai substituir, em todo o
país, cêrca de 200 chefes de es-
tação, por contratados, cujos ho-
norários fixos ficarão sendo de
60$00 mensais e uma percenta-
gem sobre o tráfego da respecti-
va estação, que vai de 50800 a
150800, com tendência para au-
mentar. Ora essas estações são
aquelas que dão pouco rendimen-
to, e não comportam a manuten-
ção de um funcionário do qua-
dro; trata-se pois, de uma medi-
da de ordem económica, No nos-
so distrito ha seis estações que
passarão a ser servidas por con-
tratados: Oleiros, Sobreira (que
tem maior movimento do que
aquela), Salvaterra do Extremo,
Zebreira, Silvares e Louriçal do
Campo.
Osserviços manter-se-ão como
até aquí, isto é, sem prejuiso pa-
ra o público que utiliza essas es-
tações,
Os contratados, mostrando zê-
lo e competência no serviço, po-
derão ingresar no quadro, depois
de um pequeno exame, o que
jlhes traz muitas vantagens.
4
Sabemos que da parte de quem
superintende nos serviços dos
Correios do Distrito, existe o
maior empenho que a Sertã seja
dotada com o edifício próprio pa-
ra a sua instalação, cuja constru-
ção obedece ao modêlo único
que vai ser adoptado,
Informam-nos, tambem, que a
rêde telefónica vai ser intensifi-
cada em todo o país, e toda a
ente pode calcular os grandes
benefícios que daí advirão.
Or
nata
|IAGENDA
a a
Esteve na Sertd, tendo tambem visi-
tadp as estações de Sernache e Pedró-
ga Pequeno, o st. Antonio Manoel da
tiva, distinto director dos Correios,
ae e Telefones do distrito e
e so, as,
do a a,
fa tua a
ilustre delegado das Casas de Assis-
tência da Província da Beira Baixa,
Tivemos o prazer de ver na Sertã
os srs. dr, José Bravo Serra, Meritis-
sino Juiz da comarca de Figueiró dos
inhos, dr. Antonio Lopes, de Tomar
lónio Augusto iveves, de Lisboa,
—lambem tivemos o prazer de a-
braçar na Sertão sr dr. Martins Mo-
reira, advogado, de Lsboa, que esteve
em Sobreira Formosa de visita a sua
Jamilia,
4
Fazem anos hote, a menina lren
Carneiro de Moura; 25, a sr. 4 D, a
de Magalhais Corrêa e o menino Aux
ia e aguia Fecdinçao, filho do nos=
esado assinante sr, Manoel Fer-
nandes, de Lisboa.
Este numero foi visado» pela
Comissão de Censura de
Castelo Branco
a Comarca da Sertã
ATRAVEL DA COMARCA —
PEDRÓGÃO PEQUENO; 10 — Entrou em exercicio,
no dia 4, a nova Comissão Administrativa da Junta de
Freguesia, que é constituida pelos srs. Padre Sebastião
Martins Alves, Francisco Ambrósio David e Antonio
Fernandes David.
Esta comissão tem como Presidente o sr. Padre Se-
bastião Martins Alves que, como pároco da freguesia, sous
be captar as gerais simpatias, homem de esclarecida inte-
ligência e de acendrado espírito de acertar e bem servir
os interêsses gerais da freguesia, esperando esta o melhor
do seu esforço e iniciativa. 5 j F
Os vogais Francisco Ambrósio David e Antonio Fer-
nandes David, dos quais o primeiro é o Tesoureiro, pon-
derando o que ha a fazer, estão bem animados para cola-
borar numa obra que urge fazer e a que gostosamente
desejam ver ligados os seus nomes, E
Continua como Secretário, o Prof. [oaquim Nunes
Rodrigues, lugar que ha 5 anos tem desempenhado com
incansável actividade e comprovado espirito organizador,
tem orientado da melhor forma os interêsses da freguesia e
do Estado, dentro duma elevada noção dos principios sa-
jutares do Estado Novo, motivo porque o Presidente da
Junta transacta sr. Dr. Domingos Antonio Lopes, e o vo-
gal sr. Custódio da Cruz, lhe agradeceram, efusivamente,
a boa colaboração durante o tempo em que desempenha-
ram tais carpos.
Asim, animada do melhor espirito de realização, a
nova Junta deve dedicar a sua atenção aos interesses da
freguesia, desenvolvendo um trabalho sério e fecundo, em
obras que urge fazer com interesse e inteligência, na me-
dida dos seus recursos materiais, pedindo a comparticipa-
ção do Estado, a Ê
Deve, por isso, a Nova Comissão Administrativa,
concluior as obras do Largo de S. Sebastião, à entrada da
vila, ajardinando-o e pondo-lhe bancos de granito regio-
nal,
Restaurar o pelourinho e começar um lavadouro pú-
blíco, conforme a petição da Comissão de Melhoramentos
Pró-Pedrógão Pequeno,
Reparar o calceteamento das ruas e dos caminhos
vicinais de toda a freguesia
Posto isto, e sabendo que nesta Comissão ha ho-
mens de accão, dispostos a engrandecer a freguesia, a pu-
gnar por seus interêsses legítimos e a defender as suas
causas justas, depois de passar ao dominio das obras e
das realidades, a passagem desta Junta ficará marcada na
história desta freguesia tão antiga e pitoresca.
Assistiram à posse as pessoas mais em destaque
desta vila e da freguesia, entre os quais: Carlos Ferreira
David, Dr. Domingos Antonio Lopes, Custódio da Cruz,
Antonio Joaquim do Vale, Angelo Ferreira Vidigal, Do-
mingos Costa, José Antunes Amaro, Antonio da Silva Ba-
rata, João Baptista, etc,
> +
A necessidade de um telefone
PESO (VILA DE REI), 14 — A instalação de uma ca-
bine telefonica nesta aldeiz continua a constituir uma im-
periosa e inadiável necessidade para esta freguesia. Os
transtornos e prejuisos que originam a falta desta são in-
calculaveis; e tanto mais, se atender-mos aos péssimos
meios de comunicações de que dispomos, e à grande dis-
tancia que nos separa dos centros mais prevelegiados.
Agora que, as freguesias de Amendoa e Cardigos já go-
(Noticiario dos nossos Correspondentes) ]
sam deste beneficio, não seria coisa de grande monta se
as autoridades que superintendem em tais serviços se di=
gnassem acudir a este indispensavel melhoramento de que
tanto carecemos, fazendo estabelecer uma ligação com
quaisquer das localidades referidas.
Crise de Trabalho
A maioria dos trabalhadores ruraes desta freguesia
encontra-se a braços com uma tremenda crise para à qual
tem contribuido poderosamente a grande inverna que nos
tem assolado. No intuito de atenuar esta, bom seria que
o Governo mandasse proceder à abertura de melhoramen-
tos ruraes nesta freguesia, pois que até mesmo no tempo
de estio já por aqui rareia o trabalho. À continuar-mos
assim a miséria que já avassala os pobres trabalhadores
tomará proporções assustadoras.
Saude Pública
Graça por aqui com grande intensidade a gripe. Ha
familias inteiras retidas no leito por tal motivo. As pes-
soas mais entendidas atribuem o facto ás constantes irre-
gularidades do tempo.
Agricultura
Em virtude da prolongada invernia que se tem feito
sentir encontram-se muito atrasadas as sementeiras da
batata e milho. Os agricultores mostram-se bastante a-
preensiveis na ancia de melhores dias, que lhes permitam
proceder á laboração das mesmas. Os trigos mostram-se
prometedores, dando índicios de uma farta colheita.
o da
e:
va
SERNACHE DO BOMJARDIM, 19 — Com algumas
modificações no programa levado a efeito no domingo de
Páscoa, repetiu-se ontem, no teatro «Taborda», desta lo-
calidade; a récita promovida pelas raparigas da Acção
Católica desta aldeia,
Depois de algumas palavras de apresentação, deu-se
início ao espectáculo com o programa que segue : «O 5,
João da Figueira», vira; «Duas amigas», cena cómica;
«Pensar de Crianças», dança pelas crianças da Cruzada;
, da autoria do sr. Padre Artur
de Moura, recitada primorosamente por Maria Celeste
Dias; «A morte da Marreca», comédia em 1 acto; «O re-
mador», dança de passos variados e «Boas Noites»,
O teatro estava repleto e todos os numeros agrada-
ram muito, especialmente os musicados e dançados, al-
guns dos quais foram bisados com entusiasmo.
Avaliando bem o trabalho, tenacidade e força de
vontade que são necessários para levar a bom têrmo um
espectáculo desta natureza, felicitamos todas as amado-
ras, algumas das quais mostraram explendidas qualidades
histriónicas, e muito em especial a sr, D, Aurora Neves,
principal promotora de tam simpática festa e tambem o
sr. João Carlos de Almeida e Silva, seu ensajador,
— Perante numerosa assistência realizou-se ontem,
no campo local de jogos, um desafio de foot-ball entre o
grupo da Casa do Povo de Castanheira de Pera, Sport
Lisboa e Castanheira de Pera, e o team da Casa do Povo
de Strnache, que terminou pela vitória do ultimo por 4-0
Com as comparticipações do
Estado, concedidas ha dias para
os pontões do Ribeira da Azenha
(12.845800), Ribeiro da Codicei.
rinha (6.533$00) e Ribeiro de Ve.
nestal (8 560842), repetiu seo que
se deu com as das fontes e la-
vadouros a que nos referimos nas |
notas a lápis do nosso numero
32: virem destinadas á Camara
quando esta não tomou a respon-
sabilidade das obras. Explicámos,
então, o caso. ‘
O Municipio teve a iniciativa
e despesa da organisação des
projectos, mas entregou a sua
execução a comissões particula-
res locais. Mas com os projectos
dos pontões nem isso mesmo se
deu. Às comissões que tomaram
a responsabilidade dos trabalhos
com a comparticipação do Estado
e, só elas, é que promoveram a
organisação dos projectos que
pagaram. !
Como é que, nestas circunstân-
cias, o pedido de auxílio gover=
nativo é deferido a favor da Cas
mara ?
Seja como fôr, o assunto mere-
ce ser ponderado e resolvido no
interêsse geral dos povos, Se não
ha facilidade em que se faça a
rectificação imediata das portarias
respectivas para pôr as coisasgo
seu devido logar, achamos que
deverá procurar-se a forma
não se perderem os subsidios,
deixando de realizar-se as obras
a que se destinam e são uma pes
quenissima parcela do muito de
que necessita o nosso concelho.
Estamos convencidos de que as
comissões competentes não se re=
cusarão a tomar perante o Mus
nicipio os compromissos que to=
mariam perante o Estado se dêle
recebessem directamente, o aus
xilio. Assim, a Camara, dentro
das fórmulas legais seria, pratis
camente, uma simples intermidiá-
ria para receber dêste e entregar
àquelas os subsidios respectivos
como de resto. já se fez, não hi
muito tempo, por suge:tão, até,
do falecido presidente da Junta
Autónoma das Estradas quands
se lhe submeteu questão idêntica.
Este alvitre nosso não obsta a quê
melhor se encontre para não dei
INTERÉSSES REGIONAIS |
Bibliografia e Imprensa
O nosso presado conterrâneo
e amigo sr. José Barata Junior,
de Manaos (Brasil), teve a ama-
bilidade de nos enviar o relató-
rio e contas, relativo à gerência
de 1935, da Sociedade Portuguê-
sa Benelicente do Amazonas
(Hospital Português), exemplo
de uma formidavel obra de so-
lidariedade entre os portugueses
primorosa a que nos referiremos
com vagar, logo que disponha-
mos de algum tempo e espaço.
Recebemos :
— O relatório, balanço e con-
tas da Direcção e parecer do
Conselho Fiscal, referente à ge-
de Portugal» (associação de so-
corros mútuos) com sede no
Porto,
—O n.º 10 da bela revista
ilustrada «Terras do Tejo», que
se publica em Mação, apresen-
tando na capa uma vista geral
da cidade de Castelo Branco.
— O n.º 82, da «Técnica» re-
vista de engenharia dos alunos
do LS Ta
— O 1.º número do nosso pre-
sado colega de Castelo Branco,
«A Beira Baixa», de que é di-
rector o sr Antonio Rodrigu:s
Card so e administrador e pro-
prietário o nosso amigo sr, José
Portela Feijão. Além de muitas
outras fotografias, apresenta na
veira Salazar, Presidente do
Conselho; e Antonio Maria Pin-
to Castelo Branco, Governador
Civil do Distrito. Explêndida
apresentação gráfica, que muito
honra a tipografia Feijão, este
número tem 16 páginas, inserin-
do valiosa colaboração de al-
guns dos homens mais eviden-
tes na direcção politica e admi-
de Além- Atlântico, instituição,
rencia de 1936, de «A Lutuosa |
nistrativa da Beira Baixa, que
| constitue, hoje, uma perfeita uni-
dade geográfica e técnica.
Felicitando o ilustre corpo re-
pdactorial de «A Beira Baixa»,
fazemos votos pela sua longa
vida, e oxalá que Os seus estor-
ços em defesa da nossa linda
Provincia sejam coroados do
maior êxito, Ê
— O opúsculo «Subsídios para
ma sã política hidráulica» da
autoria do sr. major de artelha-
ria Adelino. Pais: Clemente; li-
cenciado em Ciências Matemáti-
cas e Engenheiro Civil, edição
| gráfica muito cuidada. A seu
| tempo transcreveremos a opinião
do autor acêrca do aproveita-
mento do Zêzere, o curso de
água mais importante da nossa
região.
Penhoradamente agradecemos
todas as ofertas, algumas pro-
* vindas de permutas estabelecidas.
tea
| Bnvenenamento fatal causado
por cogumelos
Acaba de ocorrer no povo das
| Patnadas, freguesia do Marme-
leiro, dêste concelho, um caso
de envenenamento que, além de
ser uma verdadeira calamidade
fosse ligeira, embora a atribuis-
sem aos cogumelos, julgaram
desnecessária a chamada do mé-
dico. No dia 9 trabalhavam ain-
da, mas com muito sacrifício;
no- dia 10 sentem-se pior, espe-
cialmente aqueles que maior
quantidade de cogumelos havia
ingerido. Em vista disso resol-
vem chamar o barbeiro da Var-
zea dos Cavaleiros, que vem no
domingo, dia 11 e lhes receita
um purgante (!) que tomam na
2.º feira; era já tarde, Os cogu
melos comidos eram venenosos,
nais «miscaros>, tam apreciados
nesta região. O estado dos doen=
tes agravava-se de hora a hora.
Chama se o sr dr. Angelo Vi-
digal, que acorre solícito, mas
encontra alguns em estado de-
sesperado. Na noite de 12, 2.º
feira, falece o Antonio Marçal,
| de 38 an s, que deixa viuva Pal-
mira de Jesus e duas orfásinhas
e antes de decorridas 24 horas
morre o irmão, Isidro Marçal,
Encontram-se ainda doentes
mas felizmente com algumas me-
lhoras, o pai dos falecidos, João
Marçal, uma criadita e uma fi-!
lhinha do Antonio Marçal.
tg
NECROLOGIA
para a família vitimada, conster-
nou toda a população da fregue. |
sia, Quando no passado dia 7
voltava do trabalho, a família de
João Marçol deparou com alguns
1.º página, as dos srs Dr. Oli- | cogumelos que a nora daquele, dade e irmão do sr.
| Palmira de Jesus, havia colhido,
| e que destinava á preparação do
“almoço no dia seguinte. Na tar-
de dêsse dia ainda puderam ir
[ao trabalho, conquanto lá sentis-
sem má disposição de estômago
e intestinos.
Nunca suspeítando que se tra-
tasse de coisa muito grave, e na
esperança de que a indisposição
No logar das Cimadas Cimei-
ras, faleceu a srº D Maria Fa
rinha da Conceição com a idade
de 85 anos, mãi do gr. capitão
Antonio Mateus, daquela locali
] Antonio Fa-
rinha Pereira, importante indus
trial em Alferrarede, A extinta,
que era muito estimada pelas suas
nobilissimas qualidades, deixou
profundas saudades em toda a
população,
A toda a familia enlutada, e
especialmente aseu filho e a seu
irmão, apresentamos as nossas
condolências muito sentidas,
tendo-os tomado pelos tradicio- |
Nunes,
xar fugir a ocasião excepcional,
que estã na mão, de fazer se ale
guma coisa em beneficio dos pos
vos que merecem ser ajudados
na sua ancia, bem legitima, de
melhorar as suas condições de
vida. E, neste sentido, é justissi
mo que se congreguem todas as
bôas vontades.
e
Foram iniciados os trabalhos
de terraplanagem do caminho vi-
cinal que ha de ligar as povoa-
|çô:s das Atalaias, freguesia de
| Sobreira Formcsa, com a estrada
t nacional n,º 14 1.8,
|
ANUNCIO
No dia 2 do proximo mês de
Maio, pelas 12 horas, á porta do
Tribunal Judicial desta comarca,
se ha-de proceder á arrematação
do prédio seguinte :
A quarta parte de uma terra
de culiura, com oliveiras e mal
arvores, sita no Rotaxo. Inscrit
na matriz sob o art.” 9.348- trê
dôse avos. Vai pela segunda ve
à praça, por metade do valôf
matricial, ou seja dusentos e oia
tenta e seis escudos, —286$00. E
Prédio êste penhorado n
autos de execução fiscal admis
nistrativa, em que é exequente d
Fazenda Naci nal e executados
Joaquim Antonio e mulher, do
logar do Rotaxo, freguesia do
Estreito,
São por êste meio citados
quaisquer credôres incertos
para assistirem á arrematação e
a cargo do arrematante ficará O
pagamento da respectiva sisa,
Sertã, 14 de Abril de 1937,
Verifiquei—O Juiz 1.º S ubsti-
tuto — C, Martins,
O Chefe da 1,º Secção—
|
|
|
Jose
7
d
7
d@@@ 1 @@@
Vinhos e
orário anual da carreira Dr et o Raid é
Coimbra
Concessionário — ANTONIO SIMÕES
“a | uia ea | ra
Figueiró dos Vinhos .| — | 6,25] Coimbra . b ê ao 16,00.)
Pontão . . «| 7,00 | 7,02 | Portela do Gato «| 16,25 | 16,25
Avelar « y + «| 7,10 | 7,20 | Podentes o E «| 16,55 | 16,55
Ponte Espinhal «| 7,45 | 7,45 | Ponte Espinhal «| 17,15 | 17,15
Podentes 7 . «| 8,05 | 8,05] Avelar . 5 ED | VAO) EL:
Portela do Gato |. «| 835 | 8,35| Pontão . y «| 17,58 | 18,00
Coimbra. 7 *|9,00] — | Figueiró dos Vinhos «| 18,35] —
Efectuam-se diáriamente excepto aos Domingos, dias 1 de Janeiro,
25 de Dezembro e Terça feira de Carnaval
TABELA DE PREÇOS DE BILHETES SIMPLES
(CRIANÇAS DE 4 A 10 AN
Figueiró dos Vinhos
OS PAGAM MEIO BILHETE)
42
4800 Pontão
4850 $50 Avelar
8450 4850 4300 Podentes
12850 8850 8g00 4850 Coimbra
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Diatermia. Ultradiatermia.
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dência nesta cidade bá ma-
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nistração de bens e outros
assuntos — cumprindo com
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dens de seus constituintes
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de cultura com agua, oliz
vais, pinhais, vinhas e casas
deresidencia palheiros, cur-
rais e de recolhimentos &-
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longo prazo.
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Largo do Chafariz — Sertã
14
ANUNCIO
No dia 2 do p:óximo mês de
Maio pelis 12 horas, à porta do
Tribunal Judicial desta comarca,
se ha de pr cedêr á almoeda dos
moveis abaixo descritos, penho-
rados À firma comercial «Manuel
€. Junior & Companhia, Irmãos,
Limitada, com sede em Vila de
Rei, a seber:
1,º—Srte caldeiras de grande
dimensão para ter agua raz e um
pote, tudo em folha de zinco, No
valor de oitocentos escudos,
B0L$00
2º-—Um bidon em pequena di
mensão, e vinte barriz para resis
na, No valor de cem escudos, —
100300.
3º—U-na maquina de escrever,
marca Smith Premier; cincoenta
e uma garrafas de xarope capilé,
intactas; dezasseis chapeus de
cabeça para homem; vinte e uma
duzias de caixas de pomada cis-
ne; dois garrafões de vinte litros;
um barril para vinho, com a cas
pacidade de cincoenta litros, oi-
* tenta fexos de ferro, de diversos
tamanhos; uma secretária com
cinco gavêtas; um serrote de mão,
tamanho grande; dois baldes de
lavatório; dois regadores de zin-
– co; uma balança de balcão, com
Os pesos de metal de um quilo a
cincoenta gramas; duas caixas de
envelopes comerciais completas;
uma caixa de papel com qui»
nhentas folhas e quinhentos enve-
grande; uma terrina de esmalte; |
carla; um balde de zinco branco;
quatro bacias de esmalte para la
vatorio; nove travessas de esmal-
te; seis baldes de zinco, ordiná
rios; vinte conchas de ferro; qua-
tro aparadores para velas; um es-
carrador pequeno; um taxo; uma
panela; dois bules; tres sabone-
teiras; duas canécas; cem livros
para apontamentos; nove cadei-
ras de sala seis cadeiras sem
fundo, uma mesa de centro; qua-
tro caixas para relópio, cinco
caixas niqueladas para tabaco;
desasseis travessas para cabelo;
onse duzias de botões para fato
de homem, dois barris de vidro;
trese tigelas de Sacavê o; dois
bacios de Sacavêm; nove pares
de meias para mulher; sete pares
de alparcatas; dez cantoneiras de
ferro; dez fechaduras brancas;
dez compassos de ferro; onse ca-
bides de ferro; oito suportes para
retratos; vinte e quatro missagras
de metal; dôse puxadeiras de fer-
ro; nove puxadôres de mão; nove
cadanos; quatro fusos de juntou
ra; cinco fechaduras niqueladas
para arca; vinte e quatro giros;
quatro fechaduras niqueladas pa
ra arca; cartô’ze alicates de ferro;
dôze ferros de pua; três fundos
de cadeira; seis ao para bur-
ro; cem e de sacos de papel;
cinco quilos de corda de carro
seiscentas folhas de papel para | neiras de madeira;
g mma
BR R
grossa; quatrocentas caixas de[n.º 26.355 Vai pela primera vez
á praga no valôr de (dusentos es»
lopes; três escarradores, tamanho | palitos para dentes; dois garra-
de cinco litros; quatro tor
um pote de
zinco de cincoenta litros.
Todos êstes móveis indicados
sob o n.º 3.º, vão à praça para
serem. arrematados por qualquer
valôr oferecido.
São por êste meio citados quais
quer credores incertos para as-
sistirem à arrema ação.
Sertã, 6 de Abril de 1537,
Verifiquei — O Juiz, 1.º Subst,º
—C. Martins.
O Chefe da 3.º Secção — José
Botelho da Silva Mourão.
ANUNCIO
No dia 25 do corrente mês de
Abril, pelas 12 horas, à porta do
Tribunal Judicial désta comarca
se ha de proceder á arrematação
dos bens ubaigo descritos, penho
rados nos autos de execução por
faltu de pagamento de multa, imo
posto ds justiça e acrescimos les
gais em que é exequente o Minis
terio Publico e executado Adelino
Gomes, por alcunha «O Rei dos
‘adistas», morador no logar do
Casal d’ Ordem, freguesia do Ca-
begudo, désta comarca, a sabêr :
1º — O deito e acção a meta-
de de uma terra de cultura, com
oliveiras, sita ao Vale Cortiço
Descrito na Consorvatiria sob o
| 10es
cudos) — 200500.
2º — O direito é acção a me
tade de uma casa de residencia,
com rés do chão e primeiro andar
e um pateo, sita no Casal d’Or-
dem, Descrita na Conservatoria
sobo n.º 26,936, Vai pela primei-
ra vez á praça no valôr de (cem
escudos) — 100500,
“São por êste meio citados quais
quer credores incértos para assis-
tirem à arrematação, e a cargo dos
arrematantes ficará o pagamento
da respectiva sisa.
Sertã, 2 de Abril de 1937,
Verifiquei me OA Juiz, 1.º Suba-
tituto — Gurlos Martine,
O Chefe da 1* Secção — José
Nunee,
Boca e le
Dão-se na Sertã consultas
desta especialidade todos os
domingos, desde as 10 horas,
na Pensão Branco, por um
médieo especialista.
Fazem-se extracções sem
dor, obturações, dentaduras
parciais e completas, ete, 37
Arreio de Gavalaria
Em perfeito estado, completo,
VENDE SE
ANUNCIO
(1* Publicação)
No dia 9 do próximo mês da
Maio, pelss 12 horas, á porta do
Tribnn=] Judicial desta comarca,
se ha-sde proceder á arrematação
do prédio seguinte;
Uma casa de andar e lojis, no
logar do Vale da Mu», freguesia
do Peral, inscrito na matriz sob
o artigo 99, e descrito na Cons
servatoria do Registo Prelial
desta comarca sob o n.º 26.498,
Vai pela primeira vez à praça DO
valor de dois mil quatrocentos &
quarenta escudos. 2 440800,
Predio este penhorado nos au-
tos de execução fiscsl adminiya
trativa, em que é exequente
de Proenç:-teNova, e executadh
Joséta Cardoso, vinva, do logut
do Vale da Mua, freguesia do Ê
rel, representada por Luiz Care
doso Malhane.
São por este meio citados.
quaisquer credores incertos para
assistirem ú arrematação, e a osr-
go do errematamente ficará o pãe,
gamento da respectiva sia,
Sertã, 14 de Abril de 1937,
Verifiquei.
O Juiz, À.º Subatº—G. Martina
Informa se nesta redacção,
O Chefe ds 2.º Socçior dieta
Soares Bastos,
Camars Municipal do concelh $
4
s
4
s@@@ 1 @@@
gnal «A Comarca da Sertã» (que para mim tam simpático
PE ser dessa linda terra, a que tantas recordações de
fância “me prendem e a que quero muito por ter sido berço dos
meus maiores) na secção «Vida Feminina» de dezoito de Março,
“publicou um interessante artigo subordinado ao título «A mulher
: =
w a é que a sua autora esconda o seu nome, que me era
grato conhecer, atroz dum simples N., com que assina às suas pa-
Foi para mim duma alegria sentir que lá longe, nêsse pe-
sonhe e creia na
*
avras. :
“queno rincão das Beiras, ha quem, como eu,
“Brando missão que nos foi destinada na vida.
Temos sido, na verdade, bem pouco aproveitadas e com-
yreendidas!
p E no entanto acredito, como essa senhora, a quem presto O
“meu preito e admiração pela sua coragem de ser a primeira à fa-
r, nêsse pequeno meio onde este direito, e tantos outros, por tal
gota nos tem sido recusado, que a nossa hora soou € vai enfim
ú
jar o dia de começarmos a lutar para vencer!
4 A boneca, que 0 sexo forte se habituou a ver
*eum lindo defeito da Natureza» no dizer de Milton,
“nitivamente desaparecer, morrer.
mi E Essa A guerra que, surdamente e de todos os tem-
“pos, se tem travado entre os dois sexos, necessita ser anulada, Pa-
ra isso apelemos para a justiça do mais forte no sentido de reco:
-nhecer os mais amplos direitos de independência de pensamentos,
a que temos jús e liberdade de acção, que queremos exercer.
Queremos ajudar, não servir! 8 :
| Mas para isso, será precisa uma absoluta e mútua confiança
“e respeito pelas recíprocas faculdades… € defeitos de cada um.
Que a descofiança seja pois banida, completamente dos nos-
‘sos espíritos para não dar razão a Gip, quando escreveu: «por
pior que os homens pensem das mulheres, elas ainda dizem pior
dos homens», ; É
Hoje a mulher que começa a ter consciência de si própria,
* reconhece-se aptidões que até aqui lhe negavam e quer ser alguem,
ter direito a um respeito diferente, daquele que, hipócritamente, o
homem lhe tem conferido. )
Como de sempre, das tras mais atrazadas, a mulher aspira
aiser a sua dôce companheira, mas agora, mais a camarada, a
maior, a mais leal e segura confidente, um pouco a conselheira,
de que tanto precisa nas mil agruras da vida, porque a nossa in-
‘tuição é mais súbtil e vê mais longe, em geral, que a dêle. Tal
“como nós, tambem, necessitamos da sua lôrça e experiência a guiar
“nossos passos vacilantes no grande caminho a trilhar. is
oh Que entusiasmo o de N., quando num grito de anceioaliber-
tador, nos diz: «E presentemente e em todo O mundo, vive a mu-
Jher em campo livre de acção. Quem lhe contesta êsse direito ?>
“- Quem lhe contesta Esse direito ?! Mas quási todos, Deus meu!
São tam poucos aquéles que no-lo conferem ! E julga su-
ficiente essa pequena percentagem de espiritos livres de todas as
poeiras do passado ?
E se lhe disser que além do homem que abertamente guer-
reia e nega nossas faculdades e direitos, ha uma outra falange que,
pela sua passividade é mais dificil de demover: a das próprias
mulheres que, habituadas à escravidão, nos combatem do alto da
“sua inércia, com o desdem dos seus sorrisos incrédulos ?
Como se engana, tambem, minha juvem lutadora, dêste lin-
do ideal pelo qual combatêmos, como se engana ao julgar as suas
provincianas, todas essas «mulheres de todos os cantinhos-de Por-
tugal», mais desprotegidas da sorte do que as das grandes cidades.,.
a Sim, é verdade, são talvez menos lembradas «vivem mais
retiradas de todas as facilidades». Na provincia o convencionalis-
mo coíbe-as mais, amarrando-as a estúpidos preconceitos que é
preciso quebrar.
vi Mas julga mais felizes êstes lindos «bibelots» da socieda-
de que enxameiam as ruas da capital, sem terem nada a prender-
lhes o espírito além dum cinema, um chá, ou um lindo vestido ?
Para estas é tamanha escravidão o que á moda, como para
aquelas o parece mal!!!
Que tristeza !
Imagina então que só na provincia a mulher desconhece os
segredos da agricultura, da apicultura, da sericicultura e de tantas
outras ciências, cujos conhecimentos tam grandes vantagens e pro-
ventos podiam dar à economia do lar?
E se eu lhe disser que, na generalidade a mulher da cidade
É tam ignorante como as suas provincianas e o que é mais grave
desconhece tambem essa outra ciência de tamanha delicadeza que
É quasi uma arte: a puericultura ?!
Quantas, quantas, não só lhe desconhecem os mais elemen-
targs preceitos, como o próprio significado da palavra que para si
encerra os mais profundos mistérios!!!
No momento de evolução que atravessamos, compete, na
realidade, muito, ao professor, iluminar o espírito dos pequenos
Séres que lhes são confiados para, conscientes no provir, saberem
dignamente cumprir o seu dever.
Mas o professor sósinho não póde tudo.. E” preciso que
a mulher se compenetre bem, estudando-se e aperfeiçoando-se, do
nobre e elevado papel que lhe foi confiado ; o de, como artista ge-
nal na concepção de alguma obra magnifica, modelar essas pe-
dásnas almas a desabrochar e cujo futuro moral tanto de si depen-
de, Todos nós nascemos civados de defeitos mas tambem cheios
de qualidade.
; Como o nosso próprio exemplo podemos afogar os primei-
tos, que eclodirão se os não soubermos anular logo na primeira
infância, A educrção da criança, deve começar logo a seguir ao
nascimento e erram tados aquêles que seguem semelhante teoria,
alegando que as crianças não compreendem
Não compreendem as crianças | ! |
E” talvez dêste engano que surgem tantas desgraças! Se é
tam grande o espírito de observação da criança (e refiro-me ape-
nas à criança normal) que deve equiparar-se ao do melhor obser-
vador adulto! Como duvidar que ela tudo aprende… Basta pen-
sar na fórma como o bêbé inexperiente vai aprendendo, para acre-
ditarmos que a observação é sua primeira mestra
A criança, Csse embrião de homem ou mulher, que nós jul-
gamos na sua primeira fase Inconsciente, é como uma pelicula fo-
BRA a todo o momento impressionada pelo amblente que a
rodeia,
Dêmos-lhe nós, pois, emoções e visões suaves e nobres que
elas, mais tarde, sobreviverão a todas as taras más.
Querer evoluir sem educar, é loucura rematada, E toda a
apenas cumo
tem de defi-
Foot-Ball
No dia 11 houve um bom de-
safio de foot-ball, no campo de
jogos da Sertã, entre o «Grémio
Desportivo Troviscalense» e Os
«tl Unidos» desta vila. Pelo 1.º
alinharam: Zé Maria; Maximino
(cap.) e Sacristão; Marcolino,
Isaltino e José Lopes; Chico Bar-
ros, Antão, Martinho, Chico A-
delaide e Relita; e pelo 2.º: Lino;
Firmino e Vale; Pechincha, Pín-
to e Diogo (2.º parte Angélico);
Guilherme, Monteiro, Manta
(cap.), Farinha e Eurico, contan-
do cada «team», 3 elementos
estranhos.
Inteiramente leigos sobre a
técnica do foot-ball, apreciámos,
no entanto, este desafio, que des-
pertou entusiasmos e decorreu
na melhor ordem. Jogou-se a va-
ter e, logo de principio, o grupo
local dominou o adversário, man-
tendo a supremacia até final. Com
pequenos intervalos, os «Il U-
nidos» encaixaram 4 «goals» nas
balisas contrárias, notando -se
que, a pouco e pouco, os do
Troviscal davam provas de desa-
lento, impossibilitados de reagir
contra a rapidez do ataque ini-
migo. Pinto, de Ferreira do Zê-
zere, e as 2 pontas de Tomar
desempenharam optimamente o
seu papel, mas Pinto sobrelevou
todos pela perícia e astúcia que
empregou com o melhor resul-
tado; Pinto, baixo e gordo, es-
pantava pela agilidade e tinha
sempre uma graça para sublinhar
qualquer fase do jogo, Um dos
«goals» foi enfiado por Angéli-
co, a uma distância grande, tal-
vez obra do acaso, que nestas
coisas tem sempre influência.
Manta, o melhor jogador da
Sertã, não estava nos seus dias
felizes; já o temos visto jogar
muito melhor. Lino, o guarda-
rêde, alto como uma tôrre, põe
cuidado nas defezas, salvando
situações dificeis; op-ra mais e
melhor com os braços do que
com as pernas. Dá cada soco na
bola, que é um consolo… Tal-
vez por distração, talvez por mau
cálculo visual, deixa meter uma
bola, fácil de defender,
Os «11 Unidos» conseguiram
uma vitória retumbante: £a l,
o que de algum modo os com-
pensou de tanta Jambada que
levaram em desafios anteriores.
Assistência regular; seria maior
TRIBUNAL SÚDICIAL
Movimento de Març
nológico Distribuição de inventários: 11) por óbito
de Mario (EE is Silva, freguesia do Castelo; Manoel Luiz, cas.,
Fundão, Troviscal; Antonio Pires, v.º, Tcjal, Cabeçudo; José Nu-
Forneiro, cas,, Sertã; Luiza da Silva, Vale das casas, Vila de Rei;
Antonio Gabriel, v.”, Abrunheiro Pequeno, Fundada; Joaquim dos
Santos, cas. Boafarinha, Vila de Rei; Manuel Delgado Antunes,
cas, Cunqueiros, Sobreira Formosa; josé Domingos Mouro, cas ,
Aldeia Cimeira, Montes da Senhora: Justina da Silva, cas., Chão
Redondo, Montes da Senhora; Manuel Marçal, cas., Mosteiro Fun-
deiro, Varzea; Manuel Raimundo, v.º, Alqueidão, Sernache. 1
Especial — Distribuição::11) Acção sumaríssima requerida
por Joaquim da Silva Pereira, prop., Cimadas Fundeiras, contra
Antonio Morgado e m.” Emília de Jesus, Estevez, Peral; 18) Dita
requerida por Antonio Francisco Sardeira, cas., capitalista, Varzea
dos Cavaleiros, contra Joaquim Martins e m.” Margarida Pedra,
Pombas; Dita requerida pelo mesmo contra os mesmos € ainda
contra joão Matias e m.”, Pombas. É É Rd
Civel—Distribuição: 25 de Fevereiro) Acção ordinária re«
querida por Antonio Mendes dos Santos, de Lisboa, contra Manu=
el Domingues e m.”, Talvinheira, Alvaro; 11) Acção de investiga-
ção de paternidade requerida por Maria Irene Lopes, menor impú-
bere, representada por sua mai Maria do Carmo Lopes, solt., crias
da de servir, contra José Marques, solt., maior, jornaleiro, Proen-
ça-a-Nova; Execução sumária requerida por Firmínino Alves Pe.
dreiro Carraço, cas., prop., Proença-a-Nova, contra Joaquim Ri=
beiro Mendonça Junior e m.“” Beatriz Ribeiro, prop., Monte de
Baixo, Montes da Senhora; Margarida de Jesus, v.º de Luiz Si.
mões, Vilar da Carga, Sertã, requerendo inventário de maiores;
Execução sumária requerida pela firma «V.* de Joaquim Martins
Pereira & F.ºº>, com sede em Proença-a-Nova, contra José Ribeiro
Louro, comerciante e m.º, Cunqueiros, Sobreira Formosa; 18)
Acção do divorcio requerida por Manuel Antunes Cabral ou Mas
nuel Antunes, comerciante, da cidade da Beira (Africa Oriental),
com Edviges Correia ou Edviges Correia Antunes, Povoa, Serna-
che; Inventário dos meiores requerido por Luiz Simão, cas., agri-
cultor, Póvoa, Varzea, por óbito de José Pereira, Pisões, Marmes
feiro; Acção sumária requerida por João Diogo, v.º, prop., Puca-
riço, Sobreira, contra João Diogo Junior e m,º” Prazeres Ribeiro,
prop., mesmo logar.
de Geografia de Lisboa.
ciedade, que apoiamos inteira-
mente, destina-se a intensificar, de
ano para ano, o espirito Coto
nial, tam necessário ao conheci-
mento e progresso das Colónias
Portuguesas.
Projecta á Sociedade de Geo-
grafia realizar na referida Sema-
na uma pequena exposição de
Arte Popular na Índia Portugue-
sa na sua sala do Algarve, pro-
movendo tambem, como de cos-
tume, a realização de conferên-
cias de propaganda Colonial, não
só na sua sede, como nas Esco-
se o tempo se não mostrasse com
cara de poucos amigos; e para
confirmação, e talvez por parti-
da, 3 minutos antes do jogo aca-
bar,jdesencadeou-se uma violenta ,
bátega de água que, poz tudo |
em debandada, Alguns jogadores
ficaram como uns pintos…
Arbitrou o desafio António
Venancio, de Tomar.
Os rapazes do Troviscal foram
recebidos no recebeu comunicação
da «Companhia Eléctrica das Bei-
ras», com séde na Louzã, de que
dentro de breves dias virá à Ser-
tã um dos seus directores para
tratar de examinar e estudar o
fornecimento de energia eléctrica
ao nosso concelho.
de educação !
injustiça do homem para nós, é filha, tambem, dum tremendo êrro
A mulher nasceu para completar o homem, não para diver-
tilo ! Não é um brinquedo é uma alma!!!
E é desta verdade que cada um deve compenetrar-se bem e
nobremente ensinar, como base de toda a doutrina moral!
Não importa depois, que todos os males imprudentemente
las Públicas e Colégios particu-
lares, nas Unidades e Estabele-
cimentos Militares, nas Associa-
ções Económicas, nos Sindídica-
tos de trabalho, etc.
Tambem a Sociedade de Geo-
grafia promoverá que sejam ex-
postos ao público, nas montrãs
dos estabelecimentos, com intui-
to de propaganda, produtos co
loniais de consumo na Metró-
pole.
A acção desenvolvida pela
Sociedade de Geografia de Lis-
boa merece o maior louvor de
todos os portugueses, porque,
tam belo programa, está desti-
nado a tornar conhecidas as ri-
quezas das nossas Colónias, a
importancia sempre crescente do
seu comércio, a indústria flores-
cente dessas terras magníficas e,
mais que tudo, a mostrar aos
que vivem no Continente, a ex-
tensão e valor do nesso Império
Ultramarino, que á razão de ser
da nossa grandeza e do’nosso
valor no concerto das Nações.
O esforço de benemérita So-
espalhados sôbre a terra, da celebre boceta de Pandora, nos remo-
tos tempos da Grécia mit lógica, continuem galopando à sôlta se
cada um, déles se souber defender !
Lembrê mo-nos ia no fundo da caixinha, num cantinho
encolhida e escondida, ficou a Esperança. É
Libertê-mo-la nós, hoje, faça mo-la crescer e de olhos fitos
nela, ergamos nossas almas, lançando-aos à luta do mais lindo
ideal de humanidade : formar espivitos fortes, almas puras, futuros
homens e mulheres de amanhã [|
eSemena das Goloniaso de 1937 | Registo Giildo Concelho do Sertã
Termina no dia 30 próximo
«A Semana das Colónias» de
1937, realizada pela Sociedade
Movimento demográfico em Março
Nascimentos, casamentos e 6=
‘bitos: Cabeçudo, 6, 0, 0; Carva-
plhal, 6,0, 1; Castelo, 5, 2, 2; Cu-
; meada, 4, 1, 0; Ermida, 1, 0, 1;
‘ Figueiredo, 1, 0, 2; Marmeleiro,
“1, 0,:1; Palhais, 1, 0, 2; Pedró-
‘ gão, 2, 0, 2; Sernache, 16, 1, 5;
| Sertã, 11, 1, 8; Troviscal, 6,0, 6;
Varzea, 5, 0, 3. Totais, 65,5, 33,
ra
Em sessão da Camara de;i
docorrente, o sr. Vice-Presidene
te, ponderando a necessidade de
se beneliciarem as condições de
estética de todas as localidades
do concelho e especialmente da-
quelas que mais se impõem pela
sua categoria como vereador do
pelouro da Urbanização, Cultu-
ra e Turismo, propoz, como iní-
cio de um programa de melho-
ramentos mais urgentes, que se
obriguem os proprietarios urba-
nos a caiar, rebocar e beneficiar
Os seus prédios, como determina
o Regulamento da Polícia Urba-
na e respectivo Código das Pose
turas Municipais, o que unani-
memente foi aprovado,
Das 3 terras mais importantes
do concelho, Sertã, Pedrógão e
Sernache, aquela que tem aspes
cto mais heteroclito é a primeira,
ainda que nos custe dizê-lo, À
entrada do lado sul, que obser-
vam claramente aqueles que de
Tomar seguem para Castelo Bran-
co, detestavel, e de tal forma im=
pressiva que, mesmo de relance,
se fica a fazer uma ideia pouco
recomendavel desta terra, que
nós desejávamos vêr de cara
lavada a com boa compostura;
para mais quási todos os prédics
da Avenida Baima de Bastos €
de S. Sebastião são velhos, e se
não são da «idade da pedra»,
pouco menos antigos serão.
E” fora de duvida que as nos-
sas impressões de uma terra ba-
seiam-se no aspecto do casario,
na sua higiene, sem curarmos de
saber particularidades,
Muitos dos proprietários dos
prédios urbanos da Sertã, que
primam pelo desleixo, vezo cons
génito, também, de quási toda a
população, têm de se subordinar,
a bem ou a mal, às medidas que
forem adopatadas para mudar es.
te estado de coisas, absolutamens
Lisboa, 21-3-1937 Fernanda Tasso de Figueiredo

te inadmissivel,
qte inadmissivel,
q