Voz do Povo nº87 28-07-1912

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2.º Anno
DIRECTOR

Augusto iiodrignes

Administrador
ZEPHERINO LUCAS

Editor.

Luiz Domingues da Silva Dias

 

 

 

 

Certã, 28 de julho de 1912

 

N.º 87

POVO

 

Assignaturas

Anno…… t%zoo. Semestre…

Para o Brazil. ..
Pago adiantadamente

boo rs.
5ubooo réis (fracos)

Não se restituem os originaes

z

Vida politica

 

Liquidada promptamente, co-
mo foi, a aventura insurrecional,
que tão grande perturbação cau-
sou no paiz, pata o qual acarre-
tou um sem numero de prejui-
zos, resta cuidar seriamente de
administração e de politica, na
elevada acepção d’esta palavra.

A força natural das circums-
tancias, muitas vezes superior á
vontade dos homens, produziu
no povo republicano o movimen-
to que deu. logar á formação de
trez grandes partidos, que pre-
sentemente se acham já consti-
tuídos, trabalhando para a sua
consolidação e fortalecimento.

Entre elles, continuará o nos-
so jornal mantendo aquella linha
de independencia que desde o
seu primeiro numero o tem ca-
racterisado, não negando a cada
um d’elles, aos seus actos e aos
seus homens a justiça que mere-
cerem, sem abdicar, porem, do
seu livre direito de critica, e ten-
do sempre em vista os superio-
res interesses do paiz e em es-
pecial os legitimos interesses de
esta região que, designadamen-
te, nos proposemos representar
e defender, o gae constitue a
essencia do nosso programma.

No momento difficil que o
nosso paiz vae atravessando, ur-
ge que todos os cidadãos, fugin-
do ao retrahimento em que ge-
ralmente se teem mantido, offe-
reçam promptamente a solida-
riedade da sua cooperação e o
auxilio do seu exforço, integran-
do-se: lealmente nas forças par-
tidarias que apoiam a Republica.

Agrupando-se aos homens
que, pelo seu caracter, pela sua
honestidade, pelo seu passado
de honra, mereçam a sua consi-
deração e estima, e em volta
dos programmas cujos principios
mais satisfaçam as exigencias do
seu espirito, terão cumprido um
dever patriotico. No regimen de-
mocratico, o individuo isolada-
mente considerado, pouco valle.
E? necessario que o agrupamen-
to de vontades, a conjunção de
energias, dirigidas para um mes-
mo fito, produzam uma força que
se sinta na opinião publica.

O nosso paiz será tanto mais
forte, quanto mais fortes se apre-
sentarem os agregados partida-
rios em que as suas instituições
se appõem.

Pelas noticias publicadas no

|

 

 

! ultimo numero do nosso jornal,

já os nossos leitores sabem que
se acham constituídas neste con-
celho, as commissões politicas
do partido da União Republica-
na, e do partido republicano que
reconhece o directorio, pelo que
é lícito concluir que a organisa-
ção partidaria nesta circumseri-
pção partidaria vae tomar um
forte impulso.

Que cada um procure agru-
par-se em volta dos nucleos por
quem sinta maior somma de afi-
nidades, achamos rasoavel, e até
o cumprimento d’um dever, mas
que todos o façam, por que é
esse um factor para o fortaleci-
mento da nossa patria.

“Constituidas, como estão, as
commissões, teem ellas de exer-
cer uma missão que, se bem que
não seja facil, é comtudo possi-

vel, attentas as qualidades pes-.

soaes dos seus membros.
Consiste ella em pôr em pra-

tica, alem dos seus trabalhos de’

natureza politica, outros de na-
tureza educativa e social, que
aperfeiçõem o nosso meio.

Nos principios em que de fu-
turo, mas um futuro bem proxi-
mo, deve assentar a nossa vida
politica, só assim se acreditam
os partidos, e só assim a sua
missão se completa.

E, dentro dessa tão salutar
orientação, muito tem que tra-
balhar as novas commissões, e
um vasto campo de acção se
lhes offerece para empregarem
a sua actividade e energia.

Desnecessario é aflirmar que,
sob essa orientação, não ha ex-
forço que, da melhor vontade,
não empreguemos para cooperar
n’esse patriotico trabalho.

O o MGRAGE—— —

O correspondente do Caixeiro,
em Sernache do Bom Jardim, não
gostou que nós agui desvendasse-
mos, muito ao de leve, os intuitos
dos seus arrasoados; e para pugnar
pela inteira observancia do descanço
semanal, reproduz—com outra fór-
ma-—os mesmos argumentos, um
pouco ampliados :

—que as nossas desenfastidas pala-
vras são fallinhas de!…

—que sempre foi bom fallar nocon-
celiior:

-—que a nossa modesta prosa não
merecia resposta ;

— que continua a ser da mesma opi-
nião sobre a incompetencia das au-
ctoridades do nosso concelho ;
—que póde encher columnas a apre-
ciar o procedimento das supraditas
auctoridades ; DR
—que dispensa a nossa sympathia ;
—que não tem inspiradores e se não
vende por tão baixo preço (2!)

| REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
Travessa do Serrano, 8 4

CERTÁÃ
Typographia Leiriense — LEIRIA

Proprigdade da EMPREZA DE PROPAGANDA LIBERAL

 

 

—que, não senhor, não se desco-
Dona ;

—que os nossos leitores não ficaram
percebendo nada, porque lhes es-
condemos do que se tratava ;

E termina por dizer que não res-
ponde a qualquer outro escripto nos-
so, porque não quer polemicas com
as nossas Ex.’s

E ficam-lhe muito bem estes sen-
timentos ; tanto mais que nós, desde
já, nos damos por convencidos :
—de que as auctoridades d’este con-
celho são effectivamente, uma raça
de analphabetos, d’ignorantes e de
incompetentes ;

–que o administrador, á frente dos
cabos de policia, anda a prégar por
todo: o concelho, contra as leis e a
favor dos oppressores, tyrannos e
absorventes ;

—e que a tal coisa do concelho é que
tem a culpa da falta d’observancia
do descanço semanal !… |

Já vê que não encontrava ninguem
que, como nós, tão depressa se che-
gasse á razão…

Ordem publica

O illustre governador civil d’este
districto para quem a Republica se
constituiu n’uma grande divida de
gratidão, não esqueceu os seus coo-
peradores, no grandioso trabalho da
manutenção da ordem publica, sem
violencias nem vexames escusados,
e n’um bello gesto de reconhecimen-
to pelos ignorados mas dificeis tra-
balhos que, m’esta conjuntura diffi-
cil, souberam acautelar e vigiar os
interesses das instituições, incita to-
dos os patriotas a continuarem no
arduo trabalho de levar os bons e
sãos princípios democraticos a toda
a parte, continuando a trabalhar pe-
lo progresso e desenvolvimento do
nosso ditricto.

Nobres palavras, bem dignas do
elevado carater do illustre magistra-
do – que ora preside aos destinos do
districto de Castello Branco.

 

FACTOS E BOATOS

 

Inspecções

Começam no dia 31 do corrente,
as inspecções dos recrutas para o
serviço militar.

Como nos annos anteriores, reali-
sam-se no edificio dos Paços do
Concelho, e principiam ás 7 horas.

——— <9000€+—….

As commissões municipal e pa-
rochial da «União Republicana» en-
viaram aos Ex.m’* Presidentes da
Republica e do ministerio, telegram-
mas de felicitações pela victoria
das nossas forças contra os traido-
res à Patria.

— o eqoe— —

Cruz Vermelha

Esta benemerita e por todos os
titulós tão. sympathica associação,
acaba de distribuir por cada uma
das camaras municipaes, suas asso-
ciadas, uma maca das do seu novo

Na 3.º e 4.º paginas, cada linha….
N’outro logar, preco convencional

 

Annuncios
. 30 rs,

Annunciam-se publicações de que se receba

um exemplar

modelo, apreciavel invenção d’um:.
portuguez. Í

A camara! municipal do nosso
concelho, consta-nos que vae entre-
gar a que lhe foi distribuida, à
guarda da Misericordia d’esta villa.

Homenagem de Lisboa a Cha-
” Vest à

Promove-se em Lisboa uma ex-
cursão de homenagem a Chaves.
Para esta excursão, que se realisa-
rá em condições muito favoraveis
de economia e commodidade, e que
deve ser concorridissima, ha o mais
vivo enthusiasmo. Por este motivo
preparam-se em Chaves, para a re-
cepção, grandiosos festejos.

Bar-Lock

A mais pratica das machinas de escrever
Agente na Certã, Zeferino Lucas
Vendas a prestações

 

 

 

 

 

Retirou para Lisboa, a st.* D. Bea-
triz Camacho, destinta professora
das Escolas Moveis, que, por uma
forma brilhante dirigiu a missão do
Amioso.

Regressou de Lisboa com sua es-
posa, o sr. Adrião Moraes David,

Passou bastante incomodado,
achando-se já, felizmente restabele-
cido, o sr. dr. Francisco Nunes Cor-
reia.

Estiveram em Lisboa, os srs. Fer-
nando Bartholo, José da Silva Bar-
tholo, e Carlos dos Santos.

De visita a seus tios, encontram-
se n’esta villa, os sr.º José, e Firmi-
nio Moraes David.

Retirou para Alemquer o nosso
assignante, sr. Antonio Marques Mi-
guens.

Chegou a esta villa a sr,” D. Iza-
bel Frasão.

HOMENS E CREANCAS

À. scena passa-se em pleno carro
electrico, A” nossa direita vinha as-
sentado um rubicundo rapasinho apa-
rentando uns dez annos e denun-
ciando pelo trajo um pouco estrava-
gante, pertencer a uma d’essas fa-
milias de qualidade, que entre nós se
propuzeram cultivar uma cousa que
ellas denominam educação ingleza,
mas que nem nós nem ninguem po-
sitivamente sabe o que venha a ser.
Esse rapasinho fumava.

Do lado opposto, isto é, á nossa
esquerda, outro mancebo de equi-
valente edade e de apparencia iden-
tica deliciava-se a ler um jornal por-
nografico.afico.

 

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e

 

 

 

Em frente um gordo burguez en-
dinheirado, chupando enorme cha-
ruto e com os dedos e o peitilho da
camisa reluzentes de brilhantes, fi-
xava os olhos ora n um pequeno ora
n’outro, com ar evidentemente ira-
do, e punha-se depois a fixar-nos
com uns modos que traduzidos á le-
tra queriam com certeza dizer:

-— Você já viu uma pouca vergo-
nha assim?

Aquelle burguezendinheirado sym-
bolisava em si as mil e uma creatu-
ras obessas que andam pela terra a
vociferar indignadas contra anoma-
lias de que elias são afinal os maio-
res culpados. ;

No caso presente o homem acha-
va que era improprio de tão curtas
edades o genero de passatempo €
deleite escolhido pelos seus dois jo:
vens visinhos. E era-o effectivamen-
te,

N’uma edade em que os espiritos
estão formando-se e em que podem
assimilar-se as melhores doutrinas,
precursoras .dos melhores procedi-
mentos, é triste vir a publico exibir
prendas tão reprehensiveis como o
são fumar e ler publicações obsce-
nas. »

E’ preciso porém estudar o cami-
nho seguido pela culpa, como re:
commenda Victor Hugo. Ora n’es-
te caso concreto, que aliás frequen-
tissimo, corrente mesmo, é mistér
convir que nem o. acto de fumar
nem o de comprar e ler semelhante
prosa foi insinuado áquelles dois ta-
pasinhos por uenhum poder occulto,
superior emysterioso, e nasce ape-
nas de o-terêm a meudo visto pra-
ticar a pessoas adultas.

Deve-se desculpar ‘á: innocencia
d’aguelles verdes annos a supposi-
ção de que não sejam censuraveis e
menos ainda reprehensiveis actos e
praticas adoptadas por homens com
tantas apparencias de superiores.

O que se deve, quanto a nós, é
verberar a inadvertencia ds cava-
lheiros, que sendo paes de familia e
tendo portanto uma geração inteira
a educar, não evitem meticulosamen-
te em si toda e qualquer maneira
de proceder que achem ou devam
achar descabida nos outros,

A theoria de que uma cousa é um
homem é outra cousa é uma crean-
ça, não se admitte, Inventou-a quem?
O proprio homem, que atravez dos
tempos tem vindo a formuiar pre-
ceitos de uma acommodaticia moral
que no fundo é tudo quanto póde
haver de mais immoral. |

Se alguma differença ha entre um
adulto é uma creança, ella é toda
a favor d’esta e contra aquelle,

De facto, o desenvolvimento das
faculdades no homem: impõe-se-lhe
o dever de regrar a sua conducta
e o seu procedimento d: modo a
tornál-o tão impeccavel quanto pos-
sivel. A creança, por isso mesmo
que é um ser incompleto, não póde
atingir por si aguelle grau de relati-
va perfeição. D’aqui se conclue que
o desvio, a incorrecção de procedi-
mento, o erro, é tão desculpavel nos
pequenos quanto imperdoavel é nos
homens. :

Póde’ parecer paradoxo, dispara-
te mesmo, a quem nos está lendo,
mas a verdade é que para nós a
maioria das faltas dos filhos são
culpa directa e exclusiva dos paes.
Elles não só esquecem que o exem-
plo é o melhor dos predicados, isto
é, não só não evitam incorrecções
diante dos filhos como tambem se
esquecem de evitar que esses filhos
presenciem as incorrecções dos ou-
tros.

No caso de não poderem obstar
como. aliás succede, a tão deleterio
espectaculo, ainda lhes esquece uma
cousa que seria de um elevado al-
cance: demonstrar aos filhos por
uma sabia e affectuosa exposição
verbal, quanto de mau vae implici-
to em tão condemuaveis acções,

 

VOZ DO POVO

quanto de bom reside na maneira
correcta de proceder, e o que é ne-
cessario pôr em pratica para conse-
guir um procedimento elevado e ver-
dadeiramente digno do homem que
se préza. ;
Luiz Leitão.

Ex.rº Gidadão Redactor

da «oz do Poxo»

Rogo-lhe a subida fineza de de-
clarar no proximo numero do seu
jornal, que agradeço a minha elei-
ção para vogal supplente dá Com-
missão Municipal desta villa, do
Partido Republicano Portuguez. mas
que não posso acceitar aquella dis-
tincção, por sympathisar mais com
o programma da União Republicana.

Saude e Fraternidade.
Certã, 24 de Julho de 1912.

José Ventura.
65 IADE 2I ES
PELA INSTRUCÇÃO

Exames do 1.º grau
RESULTADO

Escola de Sernache do Bomjar-
dim — (sexo masculino) — Antonio
Marcellino, Antonio Martins, Anto-
nio dos Santos, Abilio Gomes Ges-
teira, Armando da Silva Alcobia e
Joaquim Simões, bom; Alfredo Coe-
lho e Heitor Antonio Jacintho, ap-
provados.

Escola de Oleiros — (sexo femeni-
no) -Maria da Conceição Alipio e
Maria da Conceição Rei, approva-
das.

Escola de Oleiros—(sexo mascu-
lino)—Abel Augusto e José Martins,
approvados; Alfredo Piedade, João
Antonio, José Carlos Martins e João
Gonçalves, distinctos.

Escola do Mosteiro— Nazareth de
Jesus, Palmira Lopes e Manuel Luiz
Domingues, approvados.

Escola do Estreito — Francisco
Henriques, José Maria e José Ma
theus, distinctos; Antonio Henriques
Lourenço Nunes e Luiz d’Azevedo
Bartolo, approvados. “

Escola d’Alvaro– (sexo femenino)
— Maria da Conceição Garcia, Ma
ria Eugenia d’Almeida, Maria Men-
des da Costa e Maria da Nativida-
de Pires, distinctas; Maria do Car-
mo Antunes, approvada.

Escola d’Alvaro — (sexo masculi-
no)—Antonio Alves, Antonio Bara-
ta, Armando dos Santos Martins e
José Cristovam, distinctos; José
Jorge, approvado.

Escola da Madeirá — (sexo feme-
nino)-—-Isaura da Conceição Barata
e Maria Rosa Barata Salgueiro, dis-
tinctas; Ermelinda da Conceição,
approvada.

Escola da Madeirá — (sexo mascu-
lino)–Affonso Lourenço da Silva e
Ayres Fernandes, distinctos; Anto-
nio Barata d’Almeida, Antonio Da-
vid Antunes, Antonio Dias Barata
Salgueiro e Libanio Barata d’Amei-
da, approvados.

Escola do Sobral — Antonio Luiz
Garcia, approvado. Houve trez re-
provações.

 

“Pelo mundo litterario

A belleza da mulher

(Traducção do italiano)

Começamos com duas sentenças
que, se não são novas, são, porém,
sempre interessantissimas.

Napoleão I–espirito pratico–sem-
pre guia na procura de bons solda-
dos, e furioso para collocal-os no
mundo: «Serem bellas! eis a unica

obrigação das mulheres», E Balzac

 

escreveu: «Afeialdade é uma dôr,
que se conserva. por toda a vida.
Tanto mais, quando todas as mulhe-
res têm a obrigação de conservar a
propria belleza, e-—podendo, de—
augmental-a.

À belléza da mulher não é só-

mente um encanto para a vista, nem, –

sómente, uma coisa puramente es-
thetica e decorativa; é, sobretudo,
uma necessidade da humanidade.

Os povos mais felizes e mais va-
lorosos foram sempre os que tive-
ram abúndancia de mulheres bellas.

Os povos pobres e infelizes tive-
ram sempre calamidades: mulheres
feias… e o uso da polyandria

Quanto mais bellas são as mulhe-
res tanto mais assegurado está O
futuro dos povos.

Quero dizer, porém, sã e forte-
mente bellas, e não irradiantes pelos
liquidos que caracterizam o vício e
a depravação.

Amo as mulheres intelligentes e
cultas; mui triste, porém, ficaria se
fôsse rigorosamente. observado, o
que se denomina fimimsmo!

Seria a ruina de toda a humanida-
de!

Tem, na verdade, a mulher uma
grande missão a cumprit no mun-
do: a-maternidade. .

E, por isto, deve ser ella sobre-
tudo bella e sã–não deve occupar,
demasiadamente, o cerebro, com
prejuizo das fontes da vida,

Não deve exercer oficios e profis:
sões enervantes, para não procrear
fracos e nevropathicos.

A e

Todas as mães devem ser nutri-
zes de seus filhos (salvo casos de
força maior).

Affirmo, pois, que todas as mu-
lheres devem ter cuidado da pro-
pria belleza, como de sua saúde
porque em; todas ha o germen e
uma alta missão: a mate nidade.

E se alguma esposa não possuis;
se esta assim chamada «benção do
céu», não cessaria, porém, o dever
de conservar-se bella, para satisfa-
cção e alegria do proprio esposo.

Ha mulheres que, depois de te-
rem agarrado um marido, nada
mais fazem para conserval o—des-
cuidam-se, pelo contrario, de seus
adornos, de sua belleza, e até do
asseio; de modo… a obrigal-os a
fugir em busca de maior alegria!

Muitas esposas queixam-se da in-
fidelidade de seus consortes e nada
fazem para evital-a. Ou… fazem
peor: seguem o systema de Giusep-
pe Zanardell: neprime e non previ-
nene.

Combatem o effeito sem procu-
rar a causa.

E accusam de desamor quem é
simplesmente enfastiado, importuna-
do, e furioso por distrahir-se do
acostumado sussurro da panella fa-
miliar (dizia Jºpancillon). da qual é
obrigado, de vez em quando, a ti-
rar a espuma distrahidamente !

«Ah, como fazem, -—dizem tantas
esposas! -—as outras para os nossos
maridos?! Já são os homens tão vo-
luveis e vagabundos que outra coi-
sa não sabem amar que as outras»!

Acontece algumas vezes isto: a
mulher zélosa espreita, interroga,
investiga… e sempre torna-se mais
desconfiada… e faz o marido fu-
gir mais em busca de distracções.

Depois descobre… e então de
duas una: ou a «scena» terrivel,
com maior prejuizo da alma dos
filhos… ou uma decisão que cha-
maremos aheroica»: olho por olho,
dente por dente! à

Nºeste ultimo caso, acontece, fre-
quentemente, que, depois de algum

tempo, ‘ache o marido em sua espo- |

sa alguma coisa de novo, de pra-
zenteiro, de irritante, e volte á fide-
lidade conjugal!

De modo que as mulheres que
olham, sempre, mais O effeito que a

 

no ns

causa, exclamam logo; «está ahi,
para agradar aos homens é preciso
ser infielo!

E não pensam nos minuciosos
cuidados da roupa externa e interna
a que se tinham dedicado para ..
«olho. por olho e dente por dente»;
e que os tinha, ‘ completamente,
transformad ! À

wWises ;

Fregoli, enviando o seu obulo co-
mo dadiva à Comedie Française,
acompanhou-o com estas palavras:
«Per vivere bisogua br ansformarsi»,

A. vida humana é uma continua
adaptação aos tempos, ao ambiente,
ás circunstancias».

O homem está occupado pelos
seus trabalhos, precisa combater
mil dificuldades, empregar a mente
em mil estudos. ;

A’ noite, uma novidade, uma d’s-
tração são para eile nma necessida-
de physica, e transformam-se em
uma «armazenagem» de novas ener-
gias para o dia seguinte.

Observae bem, falo dos homens
em geral, e não dos «viciosos».

E em vez d’isso?

Ao contrario d’isso, o marido
volta para a casa, á noite, e encon-
tra a mulher… sempre a mesma,
como um dia antes, como no. pri-
meiro mez, como ha um anno!

Elle, que trabalha o dia inteiro
para augmentar a prosperidade da
familia, encontra uma mulher, que
faz consistir todos: os deveres de
esposa em as occupações dorsenti-
cas, e que não sabe dedicar uma
hora a si, toda a st, exclusivamente
asi.

Não sabe estudar os seu” gostos,
escolher o momento para falar ou
estar callada, não sabe sobretudo
tornar-se desejavel pelas sedueções
da belleza, e pelas carícias que a
religião aconselha, ou pelo menos
consente! & ps

Para viver, é preciso transformar-
se!

Transformae-vos mulheres e que
Deus vos abençõe!

Offerecei sempre um aspecto no-
vo aos vossos maridos.

Não é necessario a maguificencia
das roupas: agrada mais aos ho-
mens uma coisa picante, simples,
exiranha, nova, que uma grande
elegancia, ou um extraordinario: es-
plendor. Í

Mudae o penteado—uma flôr no
cabello, na mesa, terá mais altra-
ctivos que um adereço.

Tende os olhos brilhantes, as fa-
ces coradas, as mãos candidas e
morbidas, as unhas roseas e luzen-
tes, a pelle macia.

Deixae vêr o pescoço, se é bello,
cobrio com elegancia se o não é.

Não descureis o vosso collo–fa-
zei que se o adivinhe, que se o sin
ta -mesmo com a vista sómente —
sempre novo e poderoso sob a veste.

Apagae vossas Tugas.

Tornae os vossos dentes brancos
e scintillantes como perolas, os vos-
sos cabellos morbidos e luzentes.

E não julgueis degradar-vos com
estas ligeiras previsões!

Não julgueis que o vosso esposo
seja um homem inferior se além da
alma .. estima ainda o corpo!

Pelo contrario !

Não vos envergonheis de ser um
pouco «lisongeiras».

Pelo contrario!

Isto é antes um dever vosso, para
bem da humanidade.

Escolher, pois, cuidadosamente os
preparados especiaes para conser-
var e augmentar a propria belleza.

 

— ESTABELECIMENTO

Trespassa-se por motivo do seu
proprietario não poder estar à testa
d’elle.

Trata-se com Albano Ricardo
M, Ferreira — Certa,

 

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Theatro Avenida, de
hisboa
O GRANDE EXITO DA REVISTA
CÓ-CÓ-RÓ-CÓ

Decididamente, a empreza do
theatro Avenida, de: Lisboa, parece
ter o monopolio dos grandes suc-
cessos theatraes, na actualidade. De-
pois do agrado verdadeiramente ex-
cepcional em que foi acolhida À
Casta Suzana, ahi a temos, de no-
vo, trismphando, com a famosa re-
vista Có-Có-Ró-Có, de Ernesto
Rodrigues, André Brun e Felix Ber-
mudes, musica coordenada pelos
maestros Assiz: Pacheco e Del-Ne-
gro.

O exito da revista é justificadissi-
mo: escripta com fina graça, sem
escabrosidades, com observação e
espirito, é uma das mais afortuna-
das producções d’aquelles festejados
escriptores: a musica é um verda-
deiro encanto: alegre, facil, buliço-
sa, como convém ás producções
d’aquelle genero, tornou-se rapida-
mente popular; o desempenho é um
primor: José Ricardo, o grande actor,
imprime o maior relevo e brilho ao
papel de compadre. em que tem
uma’ das suas mais brilhantes crea-
ções, estando os restantes papeis a
cargo de Cremilda d’Oliveira, Ac-
cacia Reis, Izabel Fragoso, Izabel
Ferreira, Almeida Cruz, Santos Mel-
lo, Amarante, Jayme Silva e muitos
outros, pois o elenco actual da com-
panhia do Avenida é dos mais nu-
merosos e importantes que existem
em theatros portuguezes. |

Mas isto, que é muito, ainda não
é tudo. A empreza do Avenida ca-
prichou-em apresentar o Có-Có-
Ró-Có, com a maior riqueza, bri-
lhantismo e bom gosto. O scenario
é um verdadeiro deslumbramento,
principalmente o db final do 2.º acto;
allusivo á implantação da Republi-
ca na China, que é do mais surpre-
hendente effeito.

O guarda-roupa é outra maravi-
lha de aprimorado bom gosto e ele-
gancia,

Ora com todas estas attrações
não admira que, no theatro Aveni-
da, de Lisboa, as enchentes sejam
constantes. E que hão de prolon-
gar-se, bem se está demonstrando
no interesse em que o publico aco-
lhe as representações do Có-Có-
Ró-Có, e que augmenta de noite
para noite:

 

VOZ DO POVO

 

(| EEE SS SER)

CORRES PONDENCIAS

 

Madeira, 17-7-912

Por iniciativa da: commissão paro-
chial vae realisar-se uma serie! de
conferencias civicas n’esta freguesia.

No sia 15, a respectiva commis-
são, aproveitando a estada aqui do
ex.ºº inspector escolar, que veiu pre-
sidir aos exames do 1.º grau, con-
vidou sua ex.º a inaugurar essa se-
rie de conferencias, ao que amavel-
mente acedeu.

Pelas q horas da noite, compare-
ceu o conferente na. escola do sexo
masculino, que se achava já repleta
de espectadores. .

Fez a apresentação do conferente
o ex.mº sr, dr. Pedro Goes Pita, que
n’um rasgo de eloquente oratoria o
enalteceu pondo em destaque as
qualidades de trabalho e alta com-
petencia de sua ex.º.

Em seguida, tomou o conferente
a palavra, começando por tecer um
caloroso e bem merecido elogio aos
professores d’esta freguesia, pela
maneira brilhante como apresenta-
ram os alumnos a exame.

Falou em seguida sobre a instru-
cção, demonstrando, com os seus
vastos conhecimentos e incontesta-
vel competencia a conveniencia que
ha em os paes mandarem os filhos
á escola e os bens que d’ai lhe po-
dem advir. Falou tambem sobre o
ensino neútro nas escolas, demons-
trando ao povo com argumentos ir-
refutaveis as causas porque o esta-
do o decretou.

Tomou depois a palavra a ex.º*
professora d’esta freguesia, sr.* D.
Rosa, que n’um brilhante discurso
agradeceu em nome dos professo-
res d’esta freguesia as amaveis pa:
lavras que o ex.Ӽ inspector lhes
tinha dirigido, demonstrando em se;
guida que a instrucção é a base
principal para a formação de todos os
bons espiritos, o que sem a escola
primaria não poderia conseguir-se.

Em seguida falou o ex.mº sr, dr.
Albano Lourenço da Silva, que com
grande brilhantismo demonstrou que
era nos povos mais. instruidos que
a criminalidade estava descrescendo
e que os analfabetos, eram os que
mais frequentavam os bancos dos
réos.

Encerrou a sessão o ex.” sr. dr.
Pedro Goes Pita que novamente
enalteceu o conferente, pondo em

destaque as suas grandes qualida-
des de trabalho como obreiro infa-
tigavel da instrucção. Agradeceu ao
povo a sua comparencia elogiando-
o por ter comparecido em tão gran-
de numero, dando assim provas de
que o povo da Madeirã é dos que
deseja instruir-se.

Todos os oradores foram muito
aplaudidos e cumprimentados cau-
sando os seus discursos a melhor
impressão em todo o auditorio.

Cs
DEC esMedicE–—–——L

Tratamentos das vinhas

Em muitas regiões foi este anno
bastante intenso o ataque de mildio
nas vinhas, e agora, com a irregula-
ridade de temperatura e humidade,
ainda estão sujeitas a nova invasão.

Para a preparação da calda bor-
deleza, a casa O Herold & C.ºpo-
de expedir immediatamente qualquer
quantidade de sulphato de cobre da
melhor qualidade, recommendando
aos viticultores que não deixem de
fazer outra pulverisação, porque, se
podem poupar em sulphato, podem
tambem ser prejudicados na colhei-
ta, se porventura faltarem ao trata-
mento.

Comtudo, bastantes teem sido os
lavradores que já por mais de uma
vez verificaram que as vinhas que
foram devidamente adubadas com a
cal azotada, junto com o Phosphato
Thomaz e a potassa (principal exi-
gencia da vinha), ou não foram in-
vadidas pelas doenças ou os ataques
não foram tão intensos e prejudi-
ciaes. P

Os viticultores que quizerem pre-
parar rapidamente a calda bordele-
za devem pedir á casa Herold a
calda bordeleza Schloesing em pó,
prommpta para ser misturada com a
agua na dóse de 2 kilos em cada
100 litros de agua; é muitissimo ef-
ficaz e muito pratica.

Como se approximam as semen-
teiras, recommendamos aos lavrado-
res o distribuidor manual de adubos
da marca Chal (registo de invenção
e fabrico) e que faz um servico mui-
to perfeito, rapido, espalhando os
adubos com a maior regularidade;
serve para todos os adubos seccos,
como são entre outros, os que indi-
cámos acima: cal azotada, phospha-
to Thomaz e potassa.

Nas hortas e em outras culturas
que se precisem desenvolver devem

immediatamente ser applicados os
adubos especiaes das marcas N. M.
P. 104 ou N. M. P. 86, exclusivos
da casa O, Herold & €., que pode
expedir immediatamente qualquer
quantidade ou qualidade de adubo
dos. seus armazens de Lisboa, Por-
to, Pampilhosa e Regoa.

— ANNUNCIOS

Mova dratamento do Gancr
METHODO DE GERS

Na casa de saude de Bemfica
ERES BOA

 

*, Arrenda-se, n’esta villa, uma

loja com tanques de folha de Flan-
dres para recolher azeite. Para-tra-
ctar

Albano Ricardo M. Ferreira ‘

Certa
f N TU mo
PROPRIEDADE IMPORTANTE

Vende se a do Valle da Urça, jun-
to á ponte do rio Zezere; tem bella
casa de habitação, importantes na-
teiros á margem do rio, grandes oli-
vaes, muitas arvores de fructo e gran-
des extensões de matos e pinhaes,
é de muito futuro, porque deve ficar
perto da linha ferrea do Entronca-
mento á Certã, quando se explorar
convenientemente. as aguas da Foz
da Certã e outros mineraes da mes-
ma zona,

Dão informações, o sr. Jasé Nu-
nes da Matta, linha de Cascaes—Pa
rede-Lisboa e o proprietario Manuel
Pestana dos Santos —Sernache do
Bonjardin— Bailão.

 

SAPATARIA 24 D’AGOSTO
JOSÉ Pod DêNiO

Rua Serpa Pinto—Gertã

N’esta officina executa-se, por me-
dida, calçado para homem, senho-
ra e criança. O proprietario d’esta
officina desejando. manter e até am-
pliar o seu credito, affirma aos seus
estimaveis freguezes que empregará
todo o escrupulo e attenção na exe-
cução de todos os trabalhos que lhe
forem confiados.

Preços sem competencia

 

 

FOLHETIM

Ruy Pires
MORS VERAS

Como se deu e como se não deu o suici-
dio do $r, Verissimo

(NÇum album da Clorinda)
(Continuação)

Mas, depois, ahi veio outra vez a
reflexão refrear-me impetos,
Ainda mesmo que collocasse o

cano do rewolver bem por traz do |

ouvido—o que eu não poderia jurar
que succedesse—, quem me garan-
ua que a bala não furaria realmente
o osso e em seguida a este—o que
era uma espiga!–o cerebro? Não
poderia eu ter o tal osso menos du-
ro do que os demais homens?

Ora, ainda para mais, todos os
dias estão a vêr-se desastres de vul-
to, succedidos com armas de fogo,
quando uzadas imprudentemnte por
quem lhes não conhece bem o ma-
nejo. Ora eu, que estava exactamen-
te nessas condições, não poderia
ser tão desastrado que, logo ao pri-

meiro tiro, me matasse real e ver-

dadeiramente?

Tal fórma de suicidio era, pois,
uma verdadeira imprudencia. Não
se brinca com armas de fogo!»

 

*
* *

«Ora vá o meu amigo vendo a
violencia da minha situação! Querer-
me matar e sempre a esbarrar-me
em dificuldades insuperaveis!

Tenho, ou não, razão em me quei-
xar do azango, que em tudo me
acompanha?

Mesmo desesperadissimo, como

mais apropriada á occasião. E tanto
pensei que, creio, a cabeça até me
inchou.

Mas aproveitei, não ha duvida.

E, ao. fim d’algum tempo, sahia
eu de casa com a resolução, bem
assente, bem ponderada, de me ir
afogar a Leixões. Ê

E, para poupar forças para o ins-
tante supremo, não fui a pé.

Metti-me, portanto, no electrico,
que abalava para Mattozinhos.»

Fou e

«Antes de chegar à villa, apeei-
me. Recelava que, ao encaminhar-
me para a beira-mar, me distrahisse
com qualquer coisa, esquecendo-me
do fim a que lá ia, Uma vitrine in-
teressante, uma mulher vistosa, que
passasse, um nada, emfim, eis ou-
tras tantas causas de districção, que
poderiam fazer-me deter a marcha
para a quietação final, que inabala-

 

estava, comecei a estudar solução |

 

velmente procurava, Por isso, pre-
feri sahir do catro antes que este
entrasse no povoado.

Ao apeiar-me, porém, (ainda ago-
ra, ao contar-lh’o, me sinto todo tre
mer d’horror!) um automovel. que
passava em carreira infernal, mugin-
do cavamente com a sua trompa
d’aviso, por um triz que me pilha!

E esta! Ir uma pessoa resolvidis-
sima a afogar-se e vir, contra a sua
vontade, a morrer triturado por um
Peugeot!!! Isto só a mim é que
acontece!

Era ainda o azango a intrometter-
se nos meus actos, contrariando-me
as resoluções!

Ora vá vendo se tenho, ou não,
razão para me queixar da minha in-
felicidade! ‘

Tremulo pelo perigo por que ha-
via passado, cambaleante, arrastei-
me machinalmente até á ponta do
molhe norte.

Assentei-me ahi, mirando fixamen-
te essas aguas azuladas, que tinham

” de me servir de sepultura.

Estava a maré cheia,»

«Estava tão absorto na minha dôr
que de nada dava conta. Apenas,
de vez em quando, é queçeu dizia
para mim:
«E impossivel, Verissimo, que,

 

quem quer que passe, não repare
no teu aspecto e te não deite a mão!
Qualquer pessoa, ao vêr-te, conhe-
cerá claramente que. vaes, suicidar-
te!»

Mas não. Ninguem perturbou a
minha angustia, provavelmente por-
que tambem ninguem por ahi passou.

A praiamar, porém, de repente,
espadanou ondas de espuma por ci-
ma do molhe. Essa ducha-inespera-
da alagou-me. Só então é que co-
nheci’ que ali não estava bem, não
estava seguro. É preciso sempre
cuidado com o mar!

Virei, portanto, de rumo, dirigin-
do-me para o molhe, sul,

Pensando melhor, pareceu-me coi-
sa perfeitamente desnecessaria o afo-
gar-me em tanta agua. Quanta me-
nos d’esta houver, tanto menos af-
frontosa deverá ser a morte.

Demais, por ali perto, não via
gente, que podesse acudir-me. Só,
no principio do molhe, muito pegue-
ninas pela distancia a que se encon-
travam, se viam umas três pessoas,
que pareciam três formigas. Se qual-
quer d’essas pessoas—o que era du-
vidoso —presenciasse o eu atirar-me
ao mar e corresse logo, quando che-
gasse, já eu estaria definitivamente
morto. é

Continua
Continua

 

@@@ 4 @@@

 

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