Voz do Povo nº78 26-05-1912

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2.º Anno

DIRECTOR

Administrador
ZEPHERINO LUCAS

Editor ,

“E |
Augusto Fodrignues E a
8

Luiz Domingues da Silva Dias |

 

Certã, 26 de maio de 1912

 

 

N.º 78

POVO

 

 

Assignaturas
Anno….. – 19200. Semestre. .-

Para o Brazil. …….
Pago adiantadamente

Não se restituem os originaes

5iooo réis (fracos)

Goo rs.

 

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO

Travessa do Serrano, 8
CERTA
Typographia Leiriense — LEIRIA

Propricdale da EMPREZA DE PROPAGANDA LIBERAL

 

Na 3.º e 4.º paginas, cada linha…
N’outro logar, preço convencional

Annuncios
IS ORESS

 

Annunciam-se publicações de que se receba

um exemplar

 

“INTERESSES LOCÃES

—ses—

No ultimo numero do nosso
jornal, em poucas linhas, noti-
ciâmos que a prestimosa asso-
ciação que se denomina Gremio
Certa ginense, adquirira, por com-
pra, a casa da Praça para o fim
de ahi levantar o edifício do
Club e Theatro.

Sabemos bem quanto essa sim-

ples noticia fez vibrar d’enthu-.

siasmo todos os filhos da Certã
que ha tantos annos anceiam
pela realisação d’aquella aspira-
ção, por tantos acarinhada.

Não ha duvida que a Certã

tem amigos verdadeiramente de-
dicados e ainda agora, nos tra-
balhos para aquella acquisição,
que parecem simples mas que
varias circunstancias tornaram
difficies, cabalmente se demons-
trou essa verdade.

Uma terra que conta com tão
grande numero de sinceras e de-
sinteressadas dedicações; uma
terra que éntre os seus filhos
conta algumas das mais levanta-
das figuras da politica, d’aquel-
las cuja auctoridade moral e cu-
ja austeridade de caracter não
são susceptiveis d’uma tentativa
de discussão; uma terra que,
alem dos seus filhos, conta ain-
da com a boa vontade, sympa-
thia e valimento de verdadeiros

“Caracteres, tem de saber corres-
ponder a essa excepcional situa-
ção com actos de levantado ci-
vismo e correcção.

Desde o nosso primeiro nu-
mero que nós advogamos aqui
uma boa e leal politica regional,
sem violencias, sem intrigas, na

aspiração commum de todos pro-.

curarem ser uteis á sua terra, de
harmonia com as circunstancias
do seu modo de ser e d’accordo
com as suas aptidões e affinida-
des.

Felizmente, que assim pensam
tambem aguelles que, tendo o
direito a ser ouvidos, pela sua
alta situação politica e social,
nunca proferiram uma palavra
de odio, nunca fizeram um ges-
to de retaliação, tendo sabido
desviar os obstaculos que a má
vontade porventura lhes tem pre-
tendido levantar, com brandura
e com aquella delicadeza pro-
pria dos homens que teem a jus-
ta noção das cousas e o suffi-
ciente desprendimento pelas in-
justiças. y

De cada vez, pois, temos mais
fé no futuro da Certã, garantido
pela serenidade de todos os seus
actos, pela honestidade dos seus
processos e pela fidalga corre-
cção do seu procedimento.

A obra a que o Gremio Cer-
taginense se abalançou, é d’a-
quellas que se impõe à sympa-
thia de todos; e, estamos certos,
nessas longinquas paragens do
Brazil e da Africa, em Lisboa e
em toda a parte onde um filho
do concelho: da Certã estiver
estabelecido, ha de exultar d’ale-
gria ao ler a noticia de que vae,
em fim, ser construida uma ca-
sa, para que todos contribuem,
e que por isso a todos pertence.

Quantos, ao ler a nossa local
do passado numero, se não hão
de recordar das vezes que tive-
ram essa mesma ideia e das im-
pressões que sobre ella já tem
trocado.

Vae, em fim, ser satisfeita es-
sa velha aspiração, e vão os fi-

uma vez ter occasião de mos-
trar a sua já tão provada dedi-
cação pela séde do seu conce-
lho.

E’ desnecessario appellar pa-
ra ella; todos elles teem pela
Certá, pelas suas prosperidades
e pelo seu engrandecimento, pe-
lo menos, tanta dedicação como
nós.

Com que desvanecimento to-
dos elles não terão visitado esse
bello edifício do Hospital, para
que todos contribuiram e que a
iniciativa arrojada, o trabalho
persistente, cheio de boa vonta-
de e intelligencia d’um filho ado-
ptivo da Certã, o dr. José Car-
los Ehrhardt, mas, sem duvida,
um dos seus mais dedicados
amigos, fez levantar em poucos
annos e que hoje constitue um
monumento da Certã, testemu-
nho vivo do que a boa vontade
póde conseguir.

Pois, não tenhamos duvidas;
o edificio do Club e Theatro se-
rá um facto; não hão de decor-
rer muitos mezes que elle se não
ostente num dos melhores lo-
caes da villa, concorrendo para
o seu aformoseamento, contri-
buindo para demonstrar a vitali-
dade d’esta terra, e concorren-
do ainda e principalmente, para
o estreitamento de relações, pa-
ra a manutenção d’esta boa con-
vivencia que torna a Certã tão
apreciada por todos que a visi-
tam.

 

lhos: do concelho da Certã, mais –

|! Novos caminhos de ferro

São do estimado patricio e as-
signante sr. Antonio Nunes Damas
de Oliveira, as linhas cheias de ver-
dade, que, com a devida venia,
transcrevemos do nosso colega «O
Seculo», de 20 do corrente:

A linha do Entroncamento a Gouvela deve en-
troncar najCovilhã

Sr. redator. — Começam a agitar-se as
camaras municipaes quê se julgam vizinhas
da mova linha ferrea que em breves dias
deve ser discutida na camara dos senhores
deputados.

Quem analisar a nossa carta geografica
com as suas diferentes linhas ferreas fica-
rá estupefacto pelo grande espaço que exis-
te sem os meios indispensaveis de viação
acelerada, como é o centro da Beira Baixa.
Quem da Certã se quizer utilisar d’este
meio de transporte tem que se dirigir a
Castello Branco, que dista 60 kilometros,
ou então a Payalvo, que fica a 70 kilome-
tros. Era isto razão de sobra para derrubar!
todos os entraves á definitiva realisação de
tão util melhoramento,

“A futura linha ferrea, qué partirá do En-
troncamento deve passar por Tomar, Fer-
reira do Zezere, Vales, Sernache de Bom-
jardim, Gertã e Oleiros, e d’aqui dirigindo-
se a Gouveia, onde entroncaria com a linha
da Beira Alta. Supondo-se que a linha vá
por étapes poderia a ligar na Covilhã e
depois para Gouveia. Ficariamos então com
uma linha «internacional por excelencia»
e que por certo viria a ser de futuro utili-
sada pelo Sud-express, encurtando tempo
e distancia, que vão além d’umas poucas
de horas.

Com este novo melhoramento, os com-
boios que se destinassem ao estrangeiro
poucas horas depois da partida de Lisboa
tinham galgado a fronteira.

A distancia fixada por lei, para a cons-

– trução das novas linhas ferreas, é de 40 ki-
lometros, paralelas ás outras já construidas;
pois este trajeto da nova linha fica muito
além d’esse limite.

Que se quebrem todas as peias e sem mais
paliativos se faça a inauguração dos traba-
lhos da nova linha ferrea, para satisfação
d’esses povos, bem dignos de melhor sorte.

 

Uma correspondencia

Na Lucta de 19 do corrente, pu-
blicava-se uma correspondencia, da-
tada de Sernache de Bom Jardim,
em que se fazem algumas affirma-
ções menos justas, mas que enten-
“demos não ser opportuno levantar.

Termina assim a corresponden-
cia:
E? assim e por isso que se
dix que a convivencia é meia
educação, e é tambem por is-
so que ninguem faq caso da
opposição do sr. José Car-
los. )

Este José Carlos, é o sr. dr. Jo-
sé Carlos Ehrhardt, cavalheiro de
primorosa educação, que, durante
mezes, teve na mão os mais discri-
pcionarios poderes, usando d’elles
com uma tão generosa correcção
“que lhe ha de merecer sempre o
merecido respeito de todos/o0s ho-
mens com algumas noções de jus-
tiça. ;

Estamos em crer que alguns dos
homens que agora se jactam de não
fazer caso do sr. José Carlos foram
dos que, n’esses tempos, procura-
vam o sr, dr. José Carlos Ehrhrardt
e d’elle receberam excepcionaes pro-
vas de deferencia. pessoal e consi-
deração.

Mas, se o mundo é assim…

 

 

Zepherino Lucas

Passou no dia 22 do corrente,
o anniversario d’este nosso presa-
dissimo amigo e dedicado gerente
da empreza da Voz do “Povo.

MT RSI AD RAS a
Alguns jornaes publicaram o se-
guinte telegramma:

Sernache do Bom Jardim, 17.— Uma
commissão de republicanos, eleita para tra-
tar dos trabalhos para a creação do novo
concelho de Sernache, mandou ao minis.
tro do interior o seguinte telegramma :

«O administrador do concelho, acompa-
nhado de cabos policia faz Propaganda con-
tra a creação de novos concelhos, ame-
drontando os povos com o augmento de
contribuições. Satngohal a quem as leis da
Republica garantem emancipação e inde-
pendencia, protesta contra a ilegalidade e
violencia da auctoridade administrativa.

N’uma correspondencia publicada
no jornal 4 Lucta, vimos que “a
commissão a que se refere o tele-
gramma, se compõe dos srs. Filip-
pe Leonor, Alfredo Victorino, José
M. Alcobia, Olympio d’Amaral, Lino
dos Santos, Antonio Pedro Junior
e Antonio Martins dos Santos. .

Pelo conhecimento que temos do
caracter d’alguns d’esses cavalhei-
ros, não temos duvida em affirmar
que é impossivel que estes tivessem
subscripto esse telegramma.

FACTOS E BOATOS

 

 

Afilamentos

Em trinta de Junho termina o pra-
so para afilamento de todos os ins-
trumentos de pesar e medir em uso
nos estabelecimentos d’este conce-
lho.

—— SDOGICm————

Foi concedida a aposentação ao
sr. José Ribeiro, professor da esco-
la primaria elementar da freguesia
do Castelo, d’este concelho,

— «HOC —
Guarda Republicana

Esteve n’esta vila, o sr. capitão
Arthur José da Silva Pereira, a fim
d’inspeccionar a casa destinada Ã
quartel do posto da Guarda Repu-
blicana, n’este concelho.

— «3 C4OC> — — —

Dr. J. C. Ehrhardt

Tem passado bastante encommo-
dado de saude o sr. dr. José Carlos
Ehrhardt, illustre administrador d’es-
te concelho. o

Fazemos votos pelo seu prompto
restabelecimento.

-—— Sa o00G&—— —
«O Figueiroense»

Recebemos a visita d’este nosso
resado collega, que se publica em
igueiró dos Vinhos, sob a direcção
do sr. Manuel Godinho da Silva.
Os nossos cumprimentos.
——— «IC0OC—.

Dr. Mendonça David

Esteve n’esta villa, na passada
semana, o nosso illustre amigo sr.
dr. Antonio Augusto de Mendonça
David.§a
David.

 

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Pela camara
Sessão de 22 de maio

Presentes: Zeferino Lucas, presi-
dente; Henrique Pires de Moura,
Antonio Nunes de Figueiredo e Joa-
quim Cyriaco Santos, vogaes.

Foi lida e! aprovada a acta da
sessão anterior.

Deliberações

Officios da intendencia de pecua-
ria e camara municipal de Villa de
Rei; ficaram sob a meza afim da
camara se informar.

—Concedeu licença a dr. Bernar-
do Mattos e Augusto Rossi para de-
positarem materiaes na Rua do Cas-
tello e Estrada da Pedreira e este
ultimo explorar pedra nas pedreiras
municipaes. À

—Mandou satisfazer a importan-
cia em debito ao hospital de S. Jose.

—Procedeu á numeação, para re-
presentantes do municipio, que hão
de ser agregados á commissão ava-
liadora dos predios rusticos e urba-
nos d’este concelho, dos seguintes
cidadãos:

Certã—efétivo, Eusebio do Rosario;
substituto, Joaquim Nunes e Silva.

Cabeçudo— E., José Alves Correia;
S., João Antunes Ribeiro.

Castello — E., Joaquim Ribeiro
d’Andrade; S., Ignacio Fernandes.

Pedrogam Pequeno —E., Manuel
Jacintho Nunes; S., José Joaquim
da Silva.

Carvalhal —E., José Marques da
Silva; S., Joaquim Fernandes da
Silva.

Palhaes —E., Manuel Antunes; S.,
Hygino Marçal Nunes, ;
Cumeada-E., Manuel Nunes da

Silva; S., José Farinha.

Varzea dos Cavalleiros—E., Ma-
nuel Francisco Serdeira; S., José
Jorge. !

Troviscal—E., José Antunes da Sil-
va; S., Manuel Nunes.

Figueiredo–E., João Dias Rosa;
S., José Dias.

Sernache do Bomjardim—K., José
Mendes Nunes da Silva; S.,/An-
tonio José Gonçalves.

Nesperal—E., José David e Silva;
S., José Martins Angelo.

Marmeleiro—E., Silverio dos San-
tos; S., Manuel Farinha.

Ermida—H., Manuel Fernandes Ju-
nior; S., Martinho Dias Lopes,

—Officiou ao conductor de obras
publicas, Luciano Monteiro, dispen-
sando-o do levantamento da planta
da Villa.

—Mandou satisfazer ao encarre-
gado da, fiscalisação do serviço do
real d’agua relativo ao 1.º trimestre.

= Autorisou o pagamento aos em-
pregados relativo ao mez de maio.
=Autorisou o thesoureiro do mu-
nícipio para entregar nos cofres do
Estado a quantia de 5ojg5o réis
dos impostos directos com aplicação
à instrucção primaria:

-—Mandou vir vacina a requisição
do cidadão administrador do conce-
lho.

 

——— OCO ce ———

O-sr. José Nunes e Silva, filho
do nosso ass’gnante sr. João Nunes
e Silva, acaba de fazer o exame de
ferrar eguideos, pelos methodos por-
tuguez e inglez, e boyideos pelo
methodo portuguez, satisfazendo
Plenamente o jury, e sendo-lhe, por
isso, conferido o respectivo diploma
de approvação pela Escola de Me-
dicina-Veterinaria de Lisboa.

——SpPIeDIGE-——.
«PROCURAL»

Está publicado e em distribuição
o n.º 12 desta revista forense, pro-
priedade da «Procuradoria Geral»

com sede na Rua do Ouro, 220, 2.º.

Termina com este numero a pri-
meira serie do seu primeiro anno.

 

VOZ DO POVO

E? de justiça consignar que tem
sido um anno de esforço dedicado á
causa de todas as classes forenses
e à propaganda do Congresso Fo-
rense d’onde seria legitimo esperar
importantes alvitres e bases para a
reorganisação judiciaria.

summario deste numero e o
seguinte: :

—Retificação.

=—Excellencias.

—Dr. F. J. de Medeiros.

— Organisação judiciaria

—Os 2 por cento.

Congresso | Forense: ALVI-
TRES. :
Resenha da legislação.

Em

Falleceu em Lisboa a sr. Marga-
rida Nunes Cardoso, tia dos nossos
assignantes srs. Eugenio, João e
Victor Nunes.

ET e pre ee er P eare
Pelo mundo litterario
INÉDITOS

Quando o vento gemia, soluçando,
eu, triste, abatida, acabrunhada,
sentia a louca ideia, singular,
d’abandonar a casa e quvir.o mar!
Fugindo, como foge a gargalhada
dos labios infelizes da bacchante,
numa hora contricta, agonisante…
corria minh’alma pelos ar’s alando

Não podia o pensamento ir guiando,
emquanto, sob a grave suggestão
d’encontrar novos mundos mais formosos,
tinha esperançoso o coração.

Ouvindo os sons agudos, ruidosos,

dos beijos doloridos que nervoso,

na casaria; O vento magestoso!

altivo da conquista, ia dando…

Sentia inveja. Amar eu quyria” assim E
destruindo ao beijar, matando, emfim!…

Corajosa sofíri a tentação

estranha, singular,

que sempre dominou meu coração,

de me arrojar ao mar a

e caminhar ao vento

Abriguei longos unnos meu intento:
Procurar uma alma sã, divina,
arrastada pelas andas revoltosas

ou levada pelo vento a qualquer “squina.
Que loucas ilusões, doces. formosas !

Desnecessario foi; que o Deus clemente,
num rasgo de bondade omnipotente,
fez aproar ao porto revaltoso
phantastico batel, miraculoso,
d’um brilho deslumbraate, aurifulgente.
O joven remador, alegremente,
depôs neste meu peito venenoso
o mais nobre, mais franco e mais formoso
caracter de um homem probo, honrado.
—Um ser tam ideal e immaculado,
que não posso cantal-o em verso rude,
Quando a minha musa reaja e mude
seu modo languescente
eu bemdires contente
a ti unico ser, que não illude !

Sophia Rosbach

DOLO IRES
(DE CAMPOAMOR)

Na passagem do enterro de uma menina
de dezesseis annos

Carolina, pobre amiga,
Oh! jámais te hei de olvidar !
Eis o que a gente dizia
Quando o enterro ia a passar;

Um ‘padre:—Comece o canto.
O doutor:—Já não padece.

O pae:—Afoga-me o pranto!
A mãe:

 

Um rapaz:—Tão enfeitado !
Um mancebo:— Era tão belia!
Uma joven:— Desgraçada !
Uma anciã:—Feliz foi ella!

—Dorme em paz! =Os bons repetem.
—Adeus!–dizem os demais.
Um philosopho:—Um de menos.
Um poeta: – Um anjo mais !

Bulhão Pato
memo

Carteira semanal

Luiz Domingues
Regressou a esta villa, o nosso
E collega de redacção, Luiz
omingues da Silva Dias.
Teve a sua ‘delivrance a’sr. D.
Angela Vidigal Marinha, esposa do

 

 

 

 

 

nosso presado assignante sr. Adeli-
no Nunes Marinha. :

Aos paes e avós da recemnascida
os nossos parabens. :

Regressou: de Lisboa o sr. Ma-
nuel dos Santos,

Teem passado incommodados de
saude os srs; dr. Bernardo Ferreira
de. Mattos, e Albano Ricardo Ma-
theus Ferreira.

– Já se acha em via de restabeleci-
mento o nosso collega de redacção,
st. Cardoso Guedes.

SE SEDA AD ED
Educação civica’

Continuamos publicandr o bello
trabalho do Gremio Commercio e
Industria:

Art.º 11,º–A livre communicação
dos pensamentos e das opiniões é
um dos mais preciosos direitos do
homem; todo o cidadão póde pois
falar, escrever, imprimir livremente,
respondendo, porém, pelo abuso de
essa liberdade nos casos determina-
dos pela lei.

Neste antigo encontramos asse-
gurado um dos mais importantes
direitos do homem. A Liberdade de
imprensa, a liberdade de reunião,
são direitos imprescindiveis detodos,
desde que, é claro, se não abuse e tal
dever deve a lei definir, impondo o
devido correcitvo. :

Art.º 12.0 =A garantia dos direitos
do homem e do cidadão necessita
uma força publica: essa força é pois
instituida para beneficio de todos e
não para a utilidade particular d’a-
quelles a quem está confiada.

A força publica é instituída para
defesa da Sociedade e não como ar-
ma attentaioria da liberdade do ci-
dadão, manejada por meia duzia de
mandarins. A forca é um agente de

“defêsa, auxilio e ordem é não de

ataque e desordem.

Art.º 13.º—Para a manutenção da
força publica e para as despêzas de
administração é indispensavel uma
contribuição commum: essa contri-
buição deve por egual ser repartida
entre todos os cidadãos, conforme
as suas faculdades.

Essa despesa deve ser lançada so-
bre todos os cidadãos com a maxi-
ma equidade, isto é, cada um pagar
a que deve pagar segundo os
seus rendimentos.

Artº 14º Todos os cidadãos
teem o direito de constatar por si
proprios ou pelos seus representan-
tes, “a: necessidade da contribuição
publica, de a consentir livremente,
de lhe fiscalisar o emprego e de lhe
determinar a quota, o assento, a co-
brança e a duração.

Art.” 15-—A sociedade tem o di-
reito de pedir contas da sua admi-
nistração a todos os agentes publi-
Cost
Art.º 16.º–Como a propriedade
é um cdhireito inviolavel e sagrado,
ninguem póde ser d’ella privado, a
não ser quando a necessidade pu-
blica, legalmente constatada, eviden-
temente o exija, e sob aicondição de
justa e prévia indemnisação.

Que todos meditem nos ensina-
mentos contidos n’estes artigos, pro-
curando por elles regular o seu cri-
terio.

O, paiz carece d’instrueção, mas,
talvez, ainda mais, d’uma forte edu-
cacão civica que a todos traga uma
salutar orientação no debater das
questões que se levantem.

E” para isso que todos devem con-
tribuir, e é este um assumpto que
não pôde ser descurado nem adia-
do.

Sem uma forte educação civica
não póde haver instituições progres-
sivas,

 

===” :”tcccmtt<.<.<sooeeosnctaoes22í2

Revista bibliographica

O Poder dos Humildes

 

Recebemos o tomo 18 d’este in-
teressante romance de A. Contre-
ras.

Os Exploradores da Desgraça

o

Tambem temos presente o tomo
5.º deste commovente romance do
mesmo auctor,

Ambas às publicações são da co-
nhecida casa editora, Belem & C.?,
rua Marechal Saldanha, 16.

ER peer
“Conselhos aos lavradores

 

O enxofre

De um modo absoluto póde dizer-
se que o enxofre é o unico remédio
contra o oidium —ou cinzeiro da vi-
nha como ainda n’algumas regiões
é conhecido este flagelo. ]

E’ sem duvida o oidium um dos
flagelos da vinha que mais estragos
causa chegando algumas vezes a
comprometter,na sua quasi totalida-
de. a colheita. :

São sobejamente conhecidas por
todos os lavradores as manifestações
do oidium.

A acção do oidium sobre as vi-
deiras consiste na destruição das ce-
lulas epidermicas o que, segundo a
natureza e a idade dos orgãos atai
cados, dá logar ás consequencias se-
rem mais ou menos graves. Deve-se
aos trabalhos de Duchatre, profes-
sor de botanica do Instituto Agro-
nomico de Versailles, que com o seu
jardineiro pôde constatar que o en-
xofre era o mais efficaz ou antes o
unico remedio capaz de vantajosa-
mente combater o mal, mostrando
ao mesmo tempo a facilidade da sua
aplicação e demonstrando o seu grau
de efficacia.

Ao princípio d’esta vulgarisação
luctou-se com. muitissimas difficul-
dades, sendo já hoje uma pratica
corrente.

“O enxofre actua sobre a acção do

calor solar produzindo gaz sulfuro-
so que mata o cogumelo parasitario,
causador do oidium, R

A acção do enxofre é tanto mais
rapida e energica quanto mais effi-
cazmente pulverisado fôr e quanto
maior fôr tambem o seu grau de pu-
reza.

Por esta razão a flôr de enxofre é
sempre preferivel ao enxofre moido,
porque a sua adherencia é muito
maior do que a do enxofre moido e
a sua acção é mais prompta, visto
que o calor atua mais rapidamente
sobre o pó finissimo da fôr, estan-
do mesmo perfeitamente demonstra-
do à evidencia, por numerosas expe-
riencias realisadas, que a intensida-

«de da acção do enxofre está na ra-
zão directa do seu grau de divisão.

As enxoíras devem. ser tantas
quantas se julgue necessario, mas
de um modo geral são sufficientes
tres a saber:

“A primeira logo após a rebenta-

ção.

A segunda, na occasião da fecun-
dação e a terceira em fins de maio
principios de junho,

Deve-se fazer a enxofra sempre
ainda mesmo que a doença se não
tenha manifestado porque muitas ve-
zes, quando o ataque se manifesta

é tal a sua intensidade que a apli-
cação do enxofre já pouco salva da!
colheita atacada.

As melhores aplicações são as
effectuadas | de manhã emquanto os
bagos estão:um pouco humedecidos.

Às quantidades a empregar são:
servindo-se da torpilha, 15 kilos na
primeira enxofra, 3o na segunda e 45
na’ terceira por cada hectare de vi-
nha, sendo muitissimo maiores quan-
do se servem da vulgar enxofradei-vulgar enxofradei-

 

@@@ 3 @@@

 

ra de lata ou de fole em que alem
da perda de enxofre e de tempo no
enchimento da lata ‘ou do fole, as
torpilhas levam pelo- menos 5 kilos
de cada vez. +

Cardoso Guedes.

TD E LENÇIHO Q—
Da maternidade

(A Salvador Brandão)
(Continuação)

Mas nem todos se deixaram quei-
mar pelo aroma calcinante e despo-
voador d’essa mancenilha, que vinha,
tam anti-civilisadoramente, adormen-
tar, ou fazer recuar—singular para-
doxo! — civilisações cada vez mais

– pujantes.

˼s consciencias honestas repu-
gnava acceitar concepções, que bri-
‘gavam com ideias antigas e patriar-
chaes, apregoadoras da influencia
vivificadora é moral, produzida pe-
los novos rebentos humanos: os fi-
lhos.

E’ que isto de gerações novas são
filtros de vida, que veem trazer ou-
tro sangue, outro renovamento de
vigor a grupos familiares em decli-
nação vital. Assemelham-se, como
diz Bernardin de Saint Pierre, a
«orvalhos e chuvas do ceu, que re-
frescam as aguas dos rios, afrouxa-
dos no seu curso e prestes a cor-
romperem-se».

Para satisfação de portuguezes,
diremos de passagem não haver
muito tempo que, n’um aggregado
urbano, essencialmente pobre, ouvi-
mos definir essa extraordinaria fe-
cundidade, que se vê na miseria
proletaria, como a rigueza dos po-
bres.

Sim, é bem isso: riqueza para os
pobres e fórça para os fracos. *

Ainda se vê, pois, consoladora-
mente—viva Deus!—quem não com-
mungue de ideias que, na sua es-
sencia, se reduzem, afinal, á ausen-
cia do sentimento de familia.

*

O efeito salutar da maternidade
vê-se,

Quantas mulheres fracas, lym-
phaticas ê anemieas não encontram
o seu reconstituinte physico na pro-
creação? Quantos médicos não ‘acon-
selham o consorcio a clientes suas,
que não encontraram, melhoras nas
mais variadas therapeuticas? Quan-
tas mulheres ha que, tendo gerado,
creado e educado numerosos filhos,
ficam, por fim tão frescas e tão con-
servadas que parecem apenas a ir-
mã mais velha de seus filhos?

Nem se comprehende que o cum-
primento d’esse dever natural po-
desse vira ser a causa fatal d’um
esboroamento hygido para a mulher.
Do facto contrario, da falta de cum-
primento d’essa obrigação, da sua
sophismação, das fraudes usadas
para fugir a ella é que, muitas e
muitas vêzes, a saude da mulher se
resente,

*

E, se passarmos a estudar o seu
effeito moral, patenteam-se eviden-
temente melhoras apreciabilissimas.

Esposos, ligados por cadeias frou-
xas, sentem um refinamento de af-
fecto ao apparecer o primeiro filho.

Maridos e mulheres, que despreo-
cupadamente se aborreciam n’uma
vida sem significação, a uma espe-
cie de relampago de luz intensa,
veem subitamente o que até ahi lhes
era desconhecido: a extensão dos
seus deveres.

A mulher sente subitas explosões
de alegria, que não calculava pos-
suir, surgindo a par do instincto ma-
ternal.

O homem modifica-se, aperfei-
çoa-se, melhora, porque já não tem
um norte para onde se dirigir. E reco-
nhece-se invadido d’um vigor extra-
nho: pelo trabalho, perdendo qual-

 

VOZ DO Povo

1 S
quer, sentimento egoista, que o do-
minasse,.para se tornar um modêlo
de dedicação pelo grupo familiar, de
que é chefe.

E’ o sentimento de familia, que
irrompe impetuoso, severo e digno.

E foi o advento purificador do fi-
lho quem fez o milagre.

Tudo isto é um facto. E, por mui-
to que desagrade a malthusianistas,
éme consolador deixal-o registado
aqui.

Continua
TEEM ERC A psi

NÃO MAIS INCENDIO

Houve em tempos em Portugal
um velho caturra que dizia que as
«bombas deviam estar sempre ao
pé dos incendios,»

Foi sempre impossivel obter este
desideratum mas parece que acaba
de ser resolvido o problema e de um
modo brilhante, graças á intelligen-
cia e á tenacidade de um sabio chi-
mico allemão, que levou a estudá-
lo o melhor de [15 annos.

O dito a que acima-fazemos allusão
parece á primeira vista ser um con-
trasenso, e quasi toda a gente se riu
d’elle, e até certo ponto com razão,
porque não é possivel precavermo-
nos com tantas bombas de incendio
do antigo systema, nem com pessoal
habilitado em todos os pontos onde
se possam manifestar os incendios.

Por este motivo ha muito tempo
que os constructores de material de
incendios se esforçam por conseguir
extinctores de uma certa força e de

reços moderados, ao alcance das
Dolsds dos menos protegidos da for-
tuna, como são os extinctores até
agora usados, mas todos estes ap-
parelhos, embora de certa utilidade
não satisfizeram plenamente ao fim
desejado, limitando-se a serem em-

-pregados contra fogos de pequena

importancia e de extincção relativa-
mente facil, não dando resultado em
fogos manifestados em productos in-
flamaveis, especialmente liquidos,
como gazolina, petroleo, etc. –
Além d’isso, as quantidades conti-
das nos recipientes até aqui usados
não eram: bastante grandes para se
poder combater um incendio mesmo
de pequena importancia. Portodas es-
tas razões os extinctores de qualquer
systema, apezar da sua acceitação
condicional foram completamente
postos de parte, servindo hoje apenas

para a ornamentação de cantos de –

casas, theatros, etc.

Apparece agora no mercado um
apparelho de extincção inventado pe-
lo afamado chimico allemão Bartels
que baseia a sua invenção e a cons-
trucção dos apparelhos sobre. um
producto chimico obtido pela combi-
nação de dois liquidos.

Estes liquidos transformam-se nºu-
ma espuma consistente e pegajo-
sa, mais leve do que a propria ga-
zolina e que de prompto abafa as
chamas, não deixando arder as ma-
terias onde uma vez chegou. –

Este novo systema de extincção
de incendios, chamado Espuma-
perfect pelo systema Perkeo-
Bartels, foi officialmente submmet-
tido na Allemanha, a diversas pro-
vas em 5 de outubro e 14 de no-
vembro de rgio, e em Lisboa em
16 de março de 1912 no quartel dos
Bombelros Municipaes, obtendo um
resultado soberbo e imponente, pela
rapidez da extincção e segurança
do pessoal, que não precisa de ser
especialmente instruído, e pela faci-
lidade do manejo dos apparelhos.

Apagou-se por exemplo um fogo
de uma fossa de 30 metros quadra-
dos cheia de alcatrão em 35 segun-
dos, e o fogo de uma cave cheia de
gazolina em 30 segundos. Por este
systema qualquer pessoa pode pro-
teger o: seus bens contra o risco

 

de incendio, efficazmente, porque 04,
Perfect desenvolve uma quantidade

de espnma cerca de ro vezés maior

que o seu contheudo, emquanto que

O limite maximo dos extinctores vul-

gares não excede o contheudo do

Tecipiente.

O contheudo dos extinctores Per-
fect conserva-se indefinidamente
sem se alterar ou perder a sua ac-
ção, e os objectos não são deterio-
rados pela espuma, porque esta não
contem substancias nocivas, nem as
pessoas que trabalham com os ex-
tintores são prejudicas por quaesquer
gazes nocivos à saude.

Às experiencias officiaes de Lis-
boa foram cinematographadas pela
importante casa Pathé Fréres, que
considerou a apresentação d’este
systema um acontecimento sensa-
ciónal.

Como se pode ver na lista de pre-
ços que aqui juntamos, a casa Perfect
não só construe extinctores peque-
nos destinados a casas particulares,
escriptorios, bancos, etc., mas mui-
to especialmenta! tambem bombas
semilixas e sobre rodas, que pelas
suas pequenas dimensões e pelo seu
pequeno peso, podem «estar sem-
pre ao pé dos fogos», seja qual
fôr o ponto onde se manifestem.

Não se quer dizer com isto que
seja dispensavel o serviço de bom-
beiros, em muitos casos e onde os
haja, mas O que é facto é que
a segurança e a probabilida-
de de evitar prejuizos consi-
deraveis, é incontestavelmen-
te enorme.

Estes apparelhos tornam-se indis-
pensaveis em sitios onde não haja
recursos publicos contra fogos, on-
de haja falta de agua e onde não
haja pessoal habiliiado, tanto mais
que qualquer pessou póde trabalhar
com estes apparelhos.

Na Allemanha, por exemplo, es-
tes apparelhos foram officialmente
introduzidos em todas as repartições
do estado, em todas as fabricas chi-
micas e depositos de liquidos infla-
maveis, em garages de automoveis,
nos comboios, nos theatros, nos cy-
nemas, nos quarteis, nos arsenaes,
nos navios de guerra e mercantes,
ete., sendo até todos os automoveis
e aeroplanos obrigados a trazer es-
tes extinctores! por se ter reconhe-
cido que este systema de extincto-
res é o unico que póde ter um em-
prego vantajoso e por assim dizer
universal.

 

– AGRADECIMENTO

Genoveva Rosa Marques, da Pas-
saria e actualmente em Lisboa, rua
Barbosa do Bocage n.º 18–r.º, e
José Roxo, da Certã, veem por es-
te meio, e na impossibilidade de o
fazer pessoalmente, agradecer em
seu nome e no de toda a sua fami-
lia, a todos os seus parentes e ami-
gos que se interessaram por sua
chorada filha e esposa, Maria Mar-
ques Pires, durante a prolongada
doença que a victimou.

E da mesma forma agradecem a
todas as pessoas que se incorpora-
ram no prestito funebre e acompa-
nharam a desditosa até á sua ulti-
ma morada

Lisboa, 155 — 1912.

 

— ANNUNCIOS

CASA

Vende-se na Certã, a dosr.-
Manoel Luiz, situada na Praça No-
va, hoje Praça da Republica, d’esta
vila, que se compõe de loja com
tres portas para a dita Praça e dois
andáres. Presta-se para commercio
e para habitação, e pretender

 

 

 

 

comprar dirija-se ao procurador
João Joaquim Branco, na Cer-
tã, que está auctorisado a fazer e
assignar o contracto.

ANNUNCIO

1.º publicação

Pelo Juiso de Direito da Comar-
ca da Certã e cartorio do segundo
officio no inventario orphanologico
de Joãv Caetano, viuvo de Guilher-
mina de Jesus, dos Carvalhos, fre-
guesia do Castello, d’esta comarca,
correm editos de trinta dias, a con-
tar da segunda e ultima publicação
do. respectivo annuncio no «Diario
do Governo», citando o interessado
Custodio Caetano, solteiro, ausente
em parte incerta, para assistir aos

“termos do inventario, sem prejuizo

do andamento do mesmo.
Gertã, 8 de Maio de 1912.
O Escrivão,
Fernandes Pires de Moura
Verifiquei—O Juiz de Direito,
Sanches Rollão

“Annuncio.

A Administração do Concelho da
Certã faz publico que se acha aber:
to concurso por espaço de 20 dias a
contar da data d’este para o forne-
cimento do alimento aos presos in-
digentes das cadeias d’este concelho,
conforme as condições expostas n’es-
ta secretaria, todos os dias uteis,
desde as 10 ás 14 horas.

As propostas deverão ser feitas
conforme. determina o art.º 146 do
Decreto de 21 de setembro de 1go1,
devendo satisfazer primiramente ao
preceituado no art.º 148 do citado
Decreto. ,

Administração do Concelho da
Certã, 13 de maiv de 1912. E eu
Gastão José da Silva Bartollo, secre-
tario que o subserevi.

– O Administrador do Concelho

E: hardt,

VERSOS D’UM CAVADOR

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Manuel Alves
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pectiva importancia, em vale do cor-
reio ou estampilhas por carta regis-
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da Portela, na vila da Certã,

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de terra de semear, oliveiras e ma-
to, sita a Santo Antonio, na vila
da Certa.

Estas propriedades pertenciam a
José Gregorio Empurra e promove
a sua venda o solicitador Fru=
tuoso C. Pires.

– QUENO DA SERRA

Vende-se na loja de Albano Ri-
cardo Matheus Ferreira—Rua Can-
dido dos Reis. Este estabelecimento
trespassa se por motivo do seu pro=
prietario não poder estar á testa d’el-
lesta d’el-
les

 

@@@ 4 @@@

 

“VOZ DO Povo

 

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sumptos Commerciaes.
Secção especial de averbamentos

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rante a Junta do Credito Publi-
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Consignações de rendimentos e
outras fúrmas de garantia.

Legalisação de documentos, Iqui-
dação de direitos de mercê, encar-
tes.

Publicação de annuncios no Dia-

rio do Governo e jornaes nacio-

naes estrangeiros.

Registo de propriedade litteraria,
artistica e industrial; registo de no-
mes, marcas, titulos c patentes de
invenção.

Habilitação de pensionistas. no
Monte Pio Geral e outros.

Diligencia sobre serviços depen-

dentes de todas’as repartições pu-:

blicas, secretarias d’estado, minis-
terios, consulados, e de todos os
bancos e companhias.

E” esta a primeira publicação no
genero, mais util, completa e eco-
nomica, até hoje apresentada no nos-
o meio, representando sem duvidas
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bo de chumbo de todas as dimensões, torneiras de metal de di-
versos typos e dimensões; grande sortimento de tulipas, bacias
para gaz, mangas de incandescencia, bicos simples e de incandes-
cencia; esquentadores para gaz e petroleo; pára-raios ; artigos de
electricidade, etc.

NDde, etc.

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