Voz do Povo nº53 03-12-1911

2.º Anno
Certã, 3″de dezembrofde 1911
NGROO,
* DIRECTOR
Augusto Eodrignes
Administrador
‘ZEPHERINO LUCAS
Editor
Lulz Domingues da Silva Dias
Vo
Assignaturas
Anno…… 19200. Semestre…
Para o Brazil. ……
Pago adiantadamente
Nãe se restituem os originaes
boo rs.
– Sipooo réis (fracos)
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
Travessa do Serrano, 8
CERTA.
Typographia Leiriense — LEIRIA
Propriedade la EMPREZA DE PROPAGANDA LIBERAL
Annuncios
Na 3.º e 4.º paginas, cada linha….. 30rs.
N’outro logar, preco convencional
Annunciam-se publicações de que se receba
um exemplar
Ordem publica
| Os lamentaveis acontecimentos
que, na passada semana, se
desenrolaram em Lisboa, são
mais um triste episodio da desorientação
que lavra nos espiritos.
Ninguem, de boa fé, póde
acreditar que.as medidas tomadas
pela auctoridade ácerca das
curandeiras chinesas. provocassem
os violentos tumultos: que
decorreram nas ruas de Lisboa.
Póde discordar-se d’essas medidas,
e sômos nós uns dos que
discordam da forma como fôram
tomadas, mas d’ahi a servirem
de motivo para os tristes
successos. que se lhe seguiram,
vae um abysmo, que nenhum
patriota póde transpôr.
Necessario é pois procurar
n’outros factos mais graves a
causa determinante, e não a causa
occasional, de tão deploraveis
acontecimentos,
Lisboa é considerada, a nosso
ver legitimamente, uma cidade
essencialmente republicana.
D’esses seus sentimentos deu innumeras
provas no tempo da
monarchia e depois da sua queda.
Como admittir-se que: possa
ser apupado, aggredido e enxovalhado,
quasi impunemente, o
homem que fundou a Republica!
Póde admittir-se que esse homem
tenha commettido êrros,
mas, quem fôr sinceramente republicano
tem obrigação de es-,
quecer esses êrros e ver apenas
o homem a quem se devem as
novas instituições.
Mas, se êrros tem, cremos
bem que não fôram elles que
provocaram as iras da populaça.
Bem sabemos que a queda da
monarchia se deve ao exforço
de muitos e em grande parte ao
concurso de-circumstancias puramente
occasionaes; mas todos
esses exforços teriam resultado
mais uma vez inuteis, todas essas
circumstancias favoraveis teriam
sido desaproveitadas, se
não fosse a tenacidade, a teimosia,
se assim quizerem, d’esse homem
a quem nem a propria evidencia
do desbarato e da derrota
fez recuar.
Assistimos á proclamação da Republica, vimos as forças revolucionarias
aclamando em delirio,
Machado Santos; se esse
homem fizesse um gesto, essas
forças, unicas dominadoras no
momento, teriam obedecido cegamente:
pois, não abusou da
sua situação excepcional. Só por
isso merecia o respeito de toda
a gente.
*
A maior preocupação que deve
prender a attenção dos governos
da Republica é a manutenção
da ordem publica. E? ahi
que está todo o perigo. Não podemos,
infelizmente, ter a velleidade
de suppôr quetodas as nações
da Europa nos veem com
bons olhos. E” lícito, até, suppôr
o contrario, e quem sabe se alguma
ou algumas não nos espreitarão
neste momento, esperançadas
em que a desordem e
o tumulto imperem nas ruas, para
terem o ambicionado pretexto
de humanitariamente correrem
em defesa dos interesses dos
seus subditos.
Sem o respeito pelo principio
da auctoridade não ha sociedades
organisadas, e no difficil momento
historico que atravessamos
tem o governo que ser energico
na repressão da desordem.
Seos portuguezes que na fronteira
conspiram contra a Republica
causam ao paiz um damno
consideravel, os portuguezes que,
aqui dentro m’esta occasião, provocam
a desordem e o tumultuar
inconsciente das multidões /desvairadas,
não causam á patria
menores prejuisos, e podem pôr
em risco a propria nacionalida-
“de.
Ao governo, á imprensa, atodos,
incumbe o indeclinavel dever
de contribuir para restabelecer
de vez a paz nos espiritos.
Nada de lisongear o desvairamento
das multidões, antes falar-
lhe rudemente a palavra da
verdade. E
São sempre prejudiciaes os
movimentos desordenados, sem
uma causa nobre que os dignifique;
mas n’este momento, por
um dever de. patriotismo e um
instincto da propria conservação,
nem os proprios movimentos
justificaveis são lícitos nel
opportunos.
Recobramos primeiro a normalidade
da nossa vida social,
politica e commercial, e depois
tratemos então das nossas reivindicações,
em movimentos conscientemente
ordenados.
Até lá, administração, pura e
simples, e ordem publica, mantida
com criterio e com justiça,
sim, mas com energia e intelligencia,
—— — oem)
Oz” DO” POVO
Vae o nosso modesto semanario
entrar no 2.º anno da sua publicação.
Passada esta primeira étape da
nossa existencia jornalistica, sentimo-
nos satisfeitos comnosco mesmo.
Nunca n’estas columnas se offendeu
ninguem, nunca se fez aqui uma
intriga, nunca nos fizemos echo de
quaesquer represalias, e a todos tratamos
com a mesma deferencia e
respeito.
Ássim proseguiremos praticando
uma boa e honesta politica liberal,
| e o nosso passado responde triumphantemente
por este nosso compromisso.
:
A todos que se dignaram auxiliar-
“nos, seja com a sua cooperação, seja
com a sua boa vontade ou sympathia,
os nossos agradecimentos.
ee
FACTOS E BOATOS
Encorporação de recrutas
A encorporação dos recrutas realisar-
se-ha: de 12 a 15 de janeiro
para a armada ‘e para as armas de
engenharia, artilharia, cavallaria, tropas
dos serviços de saude e da administração
militar e para metade do
contingente destinado à arma de
infantaria.
De 12 a 15 de maio para a restante
metade do contingente de infantaria.
Os recrutas que devem ser encorporados
de 12 a 15 de janeiro,
apresentar-se-hão, por si ou por seu
representante, depois de 5 de janeiro,
ao secretario da commissão do
recenseamento (Camara) a fim de |
receberem as respectivas guias.
Os recrutas que devem ser encorporados
de 12 a 15 de maio,
apresentar-se-hão, para o mesmo
fim, depois de 5 de maio. pi
Mais lembramos que todos os
mancebos que entraram este anno
no recrutamento militar e que se
acham ausentes no estrangeiro ou
nas colonias, devem apresentar-se
nos consulados a fim de lhes ser
passado attestado de residencia de
mais de ‘6 mezes, enviando-os immediatamente
a suas familias para requererem
o addiamento da encor-
-poração, para não serem considerados
refractarios.
Os requerimentos com os attestados
deyem ser apresentados no
distrícto de recrutamento até ao dia
20 de dezembro.
——«IOpOC—>——
Philarmonica Patriota
Passou no dia 1.º do corrente, o
73.º anniversario da fundação d’aqueila
sociedade musical, a quem
por esse facto cumprimentamos.
1.º de Dezembro
Pela Commissão Central 1.º de
Dezembro, foi largamente distribuido
um manifesto patriotico, do qual
extractamos os seguintes periodos :
Restauração de Portugal, em | de Dezembro
de 1640
Patria!… Autonomia!..
pendencia!…
Portuguezes. O dia 1.º de Dezem-
– Inde-
“bro é digno da: maior commemoração
patriotica que possa formar-se
do enthusiasmo da alma puramente
portugueza.
– O 271º anniversario do historico
dia 1.º (de Dezembro de 1640 deve
ser solemnemente festejado pelo
povo e pela patria pois são credores
permanentes d’essa manifestação,
tão heroicamente revindicada por
esses quarenta portuguezes que conseguiram
o terminus da oppressão,
obtendo pelo patriotico instincto, o
raiar da independencia do nosso
queridissimo Portugal. !
A heroica acção praticada pelos
portuguezes de 1640 adquirindo para
a terra natal o direito da existencia
independente, deve estar permanentemente
em todos os espiritos como
lembrança de tão brilhante facto e
como exemplo d’um dever a seguir.
6o annos de lastimosa decadencia
moral foram seguidos d’um rasgo
de patriotismo que causou o espanto
ao mundo inteiro. ‘
O 1.º de Dezembrode 1640 foi
saudado por longo tiroteio durante
28 annos de guerras em que os
portuguezes defenderam palmo, a
palmo a sua querida patria até que
depois de tamanha lucta viram a
sua acção premiada com a independencia
nacional que legaram ás gerações
que se seguiram.
Somos hoje os herdeiros d essa
responsabilissima. herança. Temos
que conservar intacto esses palmos
de terra regada pelo sangue dos
nossos maiores. Unamo-nos todos,
formêmos com os nossos peitos uma
muralha inespugnavel, abracemos,
com. esses braços de ferro que os
portugueses sempre tiveram, esta
nossa patria. Apontemos ao mundo
inteiro que somos independentes.
Patria! … Autonomia! .. Independencia!…
Seja este o nosso grito de união.
Amar a patria é amar a familia e
o amor é a verdadeira defeza.
* Cantemos todos bem alto os hymnos
das nossas glorias, pesemos
tas responsabilidades que temos e
emquanto existir um portuguez existirá
um braço para amparar aos
ventos a bandeira que simbolisa
Portugal. :
Desapparecem os embaraços insuperaveis
quando ha boa vontade,
energia, amor patrio, convencimento
do direito e da razão é portanto
da superioridade;
Reunindo todos estes perdicados
com aquella coragem e abnegação
de que os portuguezes são capazes
“e teem dado provas, está mantida a
integridade do torrão natal e prevalecera
a emancipação nacional.
O amor patriotico é uma virtude
4
de familia indispensavel a todas as
sociedades. j
Foi isto que existiu em 1640, em
varias outras epochas e que é necessario
que exista hoje e sempre,
para que sejamos respeitados.
Olhemos pura traz, analizemos os
exemplos soberbos d’esses portuguezes
do passado, vejamos esses
enormes feitos d’armas, essas guerras
da independencia. Usufruamos
com honra essa liberdade nacional
adquirida por esses enormes actos
de valor.
Esta. data gloriosa foi n’esta villa
festejada, com girandolas de foguetes,
pelas philarmonicas Patriota e
Recreio Artista.
—o— oo — —
Patria Nova
Na séde do nosso districto, iniciou
a sua publicação a Patria Nova,
que tem como director e sr. dr.
Antonio Lobato Carriço, e como
administrador o nosso particular
amigo, sr. Carlos Ascenção.
Muito sinceramente desejamos ao
novo collega as maiores prosperidades.
; E
DOI — —
O Centro Republicano Sobreirense
acaba de fundar uma biblioteca,
para que solicita de todas as pessoas
que se interessam pela instrucção
a oferta d’um ou mais livros.
—p rio
Seminario de Sernache
No dia 30 de novembro ultimo,
começou a funcionar este importante
estabelecimento de instrucção.
——a— pra.
Falleceu n’esta villa a pequenina
Alda, filhinha do sr. José Lopes da
Silva. ; :
Tomamos parte na dôr que afflige
os desolados paes.
— OpraIee——
Partiu no dia 26 de novembro,
para a Africa Occidental o nosso
particular amigo, sr. Filipe Leonor,
vogal da camara municipal d’este
concelho.
. S. ex.º, que vae de visita á sua
importante casa commercial, conta
regressar em fevereiro proximo.
—o — co
Cinematographo
Está tunccionando no Theatro da
Sociedade Patriota, um magnifico
cinematographo, que deu em Sernache
algumas sessões, que foram
muito apreciadas.
Ra
Pela Camara
Sessão de 29 *
Sob a presidencia do sr. Zeferino
Lucas de Moura, e assistencia dos
srs. Henrique Pires de Moura e Antonio
Nunes de Figueiredo, teve logar
a reunião da don sia Municipal
Administrativa.
Lida e approvada a acta da sessão
anterior foi presente :
fficio n.º 1118 da administração
do concelho, pedindo para em cumprimento
do art.” 10 do Regulamento
interno da Commissão Central de
Execução da Lei da Separação, a
camara indique qual o vereador que
deve fazer parte da commissão concelhia
de administração de bens pertencentes
ao Estado. A camara propoz
o sr. Antonio Nunes de Figueiredo.
)
—Qfficio n.º 2312 da Camara
Municipal de Lisboa, declarando
que não estando ainda regulamentada
por aquella camara a tabella de
pesos e medidas não pode satisfazer
o pedido do officio n.º 112 d’esta
camara. À camara resolveu proceder
á postura logo que a camara
de Lisboa possa satisfazer ao pedido
feito por esta.
VOZ DO POVO
— Circular n.º 196, communicando
que não estando ainda votadas
as percentagens sobre as contribuições
geraes do estado destinadas á
instrucção primaria, deve ser sus:
tada a organisação do orçamento
municipal para o anno de 1912. Inteirada.
— QOfficio n.º 3138 do districto de
recrutamento ‘e reserva n.º 15 | pedindo
a affixagem de um edital contendo
a distribuição do contingente
para a armada no’ corrente anno nos
concelhos do districto. Satisfeito.
— Officio n.º 127 da Secretaria de
Finanças d’este Concelho solicitando
a remessa da indicação do preço
medio dos generos nos ultimos cinco
annos. Satisfeito.
— Officio da Cruz Vermelha enviando
os recibos das quotas com
que’ esta camara subscreve para
aquella sociedade. Inteirada.
— Oficio n.º 194. da Camara. Municipal
de Ferreira do Zezere pedin-
– do affixagem de um edital. Satisfeito.
:
— Officio n.º 256 da Camara: da
Louzã, acerca de um edital, Inteirada.
— O opusculo historico. «A Restauração
de Portugal». Mandado
archivar.
— Circular da Repartição do Turismo;
Ministerio do Fomento; pedindo
varios esclarecimentos, Satisfeito.
—Um requerimento de Abilio Farinha
solicitando um attestado de
bom comportamento moral e civil.
Mandado passar.
—Mandou pagar ao pessoal da
camarae administração e ao pessoal .
jornaleiro.
— Mandou pagar os impressos fornecidos
pelas typographias Minerva
Cilinda e Imprensa Academica.
—Mandou pagar as regas dasar-.
vores no anno actual.
-——Mandou proceder aos reparos
dos telhados do edificio da escola
do sexo masculino, d’esta villa.
— Concedeu licença para depositar
madeiras na Varzea Grande ao
sr. Luiz da Cruz.
Registo Civil.
O movimento de registos n’esta
repartição de 22 a 29 de novembro
foi: , ‘
Nascimentos, ss ci O MEO siiz
Obitoststtrs ah sam ont) 2
Casamentos… …v…. BE RpRR SA 2
a e ad
Pelo mundo litterario
Contos do domingo
A morte de Luiza
Era meia noite. Ao longe ribombava
feroz o trovão e o relampago
fuzilando de espaço a espaço deixava
ver uns: negros e miseros casebres,
tristes choupanas já meio destruidas
pelo tempo d’uma pequena
aldeia situada n’um estreito valle.
A chuva miudinha cahia. len’amente
encharcando os asperos caminhos
e o vento açcoitava com. furor
os ramos das arvores arrastando
na sua passagem as, folhas seccas.
Tudo alli parece dormir.
Só os cães de. guarda latindo. ao
menor ruido d’um ramo que a tempestade
lança por terra, interrompem
de vez em quando o silencio
quasi sepulcral da pobre aldeia. Um
pouco distante do, povoado destacase
uma frouxa luz por entre as Írinchas
da janella desconjuntada d’um
misero pardieiro reclinado na falda
do monte. Cá fóra ruge a tormenta…
alli dentro debulhada em lagrimas
uma pobre, mãe contempla
o pallido rosto d’uma creança que a
aguia negra da morte ameaça roubar.
,
Uma meza velha, um banco de
pinho e uma rota enxerga onde repoisa
o debil corpinho da pobre
creança, são toda a mobilia d’aquelle
sombrio aposento alumiado pela
luz mortica d’uma candeia. Da parede
pendem um crucifixo e uma
imagem da Virgem.
A mãe louca de dôr vendo no
rosto da pobre creança o avisinhar
da morte, verte em silencio. abundantes
lagrimas. A creança volta a
loira cabecinha, contempla com um
sorriso nos labios a desolada mãe e
diz com meigui— cPoerq:ue choras
mãe? Por não teres em casa que
comer? Não te- importes. Quando
eu fôr mulher hei-de trabalhar muito
e ganhar muito dinheiro.
Calou-se por um momento e depois
perguntou com tristez—a :O
pae já veio? :
A pobre mãe sentiu que as lagrimas
lhe rebentayam com mais fôrça
e disse quasi a mêdo: -—Não, filha.
Ainda não veio.
A infeliz creança calou-se de novo,
por algum tempo; depois -voltou
a sorrir e disse um pouco mais
devagar:-—Olha mãesinha! A’s vezes,
quando fecho os olhos vejo-me
n’uma casa muito bonita e em volta
de mim muitos meninos e meninas
com azas brancas a rir e a brincar.
A mãe estremeceu. Quiz sorrir á
creancinha e não poude. Aquelle
sonho mais augmentava os seus tris:
tes presagios.
“A pallida Luizita olhou de novo
para a mãe e disse com, voz quasi
sumida: —Quando eu me levantar…
hei-de ir contigo e… o pae.v. à
capellinha da…
A tosse não deixou concluir a
creança, cujos labios ficaram tintos
de sangue. Quiz ainda falar, mas
não poude. A respiração era cada
vez mais lenta. Í
A pobre mãe ‘soltou um grito de
dôr e apertou de encontro ao peito
o debil corpinho da creança que a
fitou- por algum tempo. Depois, a
poucofe pouco, cerrou as palpebras,
estremeceu e os seus labios ‘soltaram
uma só palavra, uma palavra
que incerra em si um poema… ja
palavra mãe ! 3
A infeliz mãe, regando com lagrimas
as faces cadavericas da creança,
beijava-a com ternura, como para
lhe: restituir a vida, e murmurava
quasi suffocada, pelos. soluços:
—Luiza! Luiza, minha pobre filha!
Ouve… escuta a tua pobre
mãe!
Mas, a creança não respondeu!
Aquelles labios não mais se moveram!
Luiza tinha morrido!!…
Assim se evolou aquella alma candida!
Como a morte assim rouba
tão cêdo aos carinhos duma pobre
mãe a filha estremecida!…
A desolada mãe contemplava o
corpo. mirrado da pobre creança e
cada vez mais augmentavam os soluços
que ella interrompia, ao menor
ruido que ouvia fóra.
= “Oh! se fosse elle… Não. Não
pode ser! Emquanto a minha pobre
filha morre de frio e fome, elle
joga na taberna o ultimo real do
seu salario. Pobre filhinha! Nem
uma codea de pão para te matar a
fome nos ultimos momentos da vida!
Para te cobrir as tenras carnes
uns miseros farrapos?
Calou-se de novo. Alguem impellira
a porta da funebre habitação.
A infeliz ergueu-se como impellida
por uma molla e, ao chegar ao
limiar da porta encontrou o marido
que, equilibrando-se a custo, tal a
embriaguez em. que se encontrava,
se foi sentar, soltando uma praga,
sobre uma arca carunchosa.
Os soluços da pobre mãe cresciam
cada vez mais.
O ebrio, soltando nova praga, ergueu-
se, cerrou os punhos exclamando:
— Nunca entro em casa que este
diabo não comece a choramingar.
— João! meu pobre João, escuta —-
dizia a pobre martyre
-—Cale-se com mil raios! Quero
comer. tenho fome.
A infeliz recuou horrorisada até à
porta do quarto e foi cahir quasi
desfallecida junto do catre da filha.
—Meu Deus! meu Deus —diízia ella—
porque me fazeis tão infeliz ?
O meu João cada vez mais desgraçado
e vós, Senhor, roubaes-me
Luiza, o meu unico conforto n’esta
vida! Levae-me tambem, Senhor,
eu não posso nem quero viver.
O ebrio ao ouvir o nome da filha
ergueu-se repentinamente e caminhou
para a porta do quarto; mas, ao
chegar alli ficou como petrificado.
Sobre o misero catre repoisava com
as mãosinhas sobre o peito o corpo
de Luizita. Diante da imagem da
Virgem orava a pobre mãe com o
rosto banhado em lagrimas.
João comprehendeu a triste realidade.
Avançou um pouco, as pernas
vergavam ao peso do corpo é o infeliz
foi cahir de chofre aos pés da
pobresita. Já não era ‘o ebrio que
praguejava, era o homem conscio do
seu papel, era o pae desgraçado a
quem a morte roubou uma filha.
— Luiza! minha pobre Luiza—dizia
elle—fui eu que te matei.
Foi o jogo, a embriaguez que te
roubou os alimentos de que carecias
para. viver, Fugiste para. junto de
Deus porque eu, um miseravel assassino,
um malvado não era digno
de possuir-te, a ti que eras um anjo.
— Cala-te João! cala-te—disse a
infeliz esposa—tu não és um malvado;
és um desgraçado victima das
más companhias. João! meu pobre
João! nada nos resta já, Pede a Deus
ué nos leve para junto da nossa filha
porque agora seremos mais desgraçados
sem os sorrisos d’esse anjo
que. perdemos. É
O infeliz quiz pela oração, ultimo
refugio dos desgraçados, elevar-se
até Bela mas não ó conseguiu. Os
seus labios já não sabiam orar: Já
ha muito se esquecera; das orações
que sua mãe ihe ensinára, quando
começou a balbuciar as primeiras palavras.
Então deu curso ás lagrimas
é beijou por entre soluços as mãosinhas
enregeladas da pobre Luizita.
* e? *
A pallida luz da aurora veio surprehender
n’aquelle funebre casebre
um desgraçado apertando de encontro
ao peito o corpinho da filha e
uma “infeliz mãe chorando amargamente
diante d’um crucifixo.
João contemplou mais umavez,
com olhos. vermelhos de chorar, o
corpo da filha e sahiu da funebre habitação.
Ainda o ultimo clarão da aurora
mal brilhava no espaço e já o pobre
pae batia com mão tremula á porta
do presbyterio.
Pouco depois a chave corria na
fechadura e o venerando vulto do
abbade appareceu no’ limiar, João
quiz fallar; os soluços embargaramlhe
a voz e cahindo ijos braços do
abbade só poude murmurar :—Sou
um desgraçado… sou um desgracado!
— Então João, que é isso? o que
é isso? Eu bem te tenho dito… o
jogo, João,… o jogo…
—O jogo, senhor abbade, o jogo
fez de mim um assassino.
O abbbade recuou horrorisado.
— Que dizes João? Será possivel?!
| Não! Não póde ser.
-——A minha filha, senhor abbade,
a minha Luiza… fui eu que a matel.
—Que dizes desgraçado?!
—Deixei que minha filha succumbisse
a uma anemia porque joguei
na taberna, em noites seguidas, os
alimentos indispensaveis para a sua
existencia,
VOZ DO POVO
Agora, senhor abbade, agora…
resta-me a morte. –
O abbade limpando uma lagrima,
disse com voz firm—e Nã:o. Has de
viver para te penitenciares das faltas
comettidas. Has de viver para
mostrares como o remorso póde rehabilitar
o homem ; para mostrares,
emfim á sociedade como a virtude é
superior ao vicio. Anda João, vem
comigo consolar a tua pobre esposa,
vem prometter-lhe dias de paz
e felicidade.
O ancião tomando: pelo braço
aquelle desgraçado encaminhou-se
por tortuosos caminhos para a triste
choupana, onde a pobre mãe con- |
tinuava chorando.
5 A ig
A” tarde, quasi a crepusculo o
corpinho de Luiza, envolto n’um bonito
vestido branco e incerrado num
pequenino caixão da mesma côr que
o bom abbade lhe comprára, lá ia
a caminho do triste cemiterio acompanhado
do padre entoando os responsorios
e de algumas piedosas
mulheres. Atraz do caixão um homem
caminhava chorando: era o
pae de Luiza.
Chegado o funebre cortejo ao cemiterio
e entoados os canticos da
praxe, algumas mulheres e crianças
beijaram em religioso silencio
aquella creança que a morte atirou
tão cêdo aos umbraes da eternidade,
O pobre pae com o coração con- –
frangido pela-dôr, beijou repetidas
vezes as mimosas faces de Luiza
regando-as com abundantes lagrimas.
O coveiro poz termo aquelle’quadro
de dór fechando com cruel frieza
o pequenino caixão. O infeliz pae
abraça uma creança que chora a
seu lado e o corpo. da loira Luizita
desce á cova quando no azul do firmamento
se apagou a ultima claridade
do dia.
O pobre João vê lançar sobre o
pequenino caixão a ultima pá de
terra e cae sem fôrças sobre a humida
cova.
—(Que é isso João ?-—diz uma voz
amiga, a voz do abbade. Que é isso!!
Deixa… deixa que tua filha
durma o somno dos justos; não
queiras perturbal-a na. paz do seu
viver com gritos que nada remedeiam.
-—Não, senhor abbade! O meu
logar é aqui, junto da minha filha…
aqui onde a morte me chama. Eu
que fui o seu algoz na vida, quero
ser O seu maior amigo na morte,
— O remorso, João — replicou o
padre—não te matará; ha-de purificar-
te, tornando-te um marido dedi-,
cado e um pae extremoso dos filhos.
que Deus, por ventura, te confie.
Anda, meu pobre amigo,. vem
confundir as tuas «lagrimas com as
de outra creatura não menos infeliz,
que chóra como tu a perda de
uma filhinha.
O bondoso abbade, tomando pelo
braço o peccador regenerado pelas
lagrimas do remorso, afastou-se com
elle do cemiterio, á sombra de cujos
cyprestes ficou para sempre sepultado
o corpo de Luiza.
x
*
Todos os annos, no dia da morte
de Luizita, João, levando pela mão
um filhito que Deus lhe enviára a
mitigar-lhe os sofirimentos, entra no
cemiterio, ajoelha sobre a cova da
pobresita dizendo por entre soluços
ao filho idolatrado:— Aqui jaz tua
irmã. O vicio matou-a; mas a virtude,
filha do remorso, vem todos
os annos regar com as mais pungentes
lagrimas de saudade as flores
que desabrocham risonhas sobre
a fria terra que occultou para sempre
a meus ólhos o tenro corpinho
d’esse anjo que morreu.
Certa.
Esoj cávias
Carteira semanal
Faz .annos no dia 1.º do corrente,
o sr. David Nunes e Silva,
| Fazem annos:
—No dia 4—as sr.“ D. Zulmira
Torres Carneiro, D. Amelia Esteves
e D. Clotilde Cesar Pires.
—No dia 5-—o sr. João da Silva
Carvalho.
– —No dia 8—a sr.? D, Maria Rosa
Santos.
Teve a sua delivrance, com feli- |
cidade, a sr.” D Maria dos Anjos
Silva Fernandes, esposa do nosso
assignante sr. Francisco Martins Fernandes.
Estiveram: em Lisboa, os srs. Pedro
Fernandes e José Queiroz; em
Proença-a-Nova, o sr. João da Silva
Carvalho; em Rio de Moinhos,
o sr, José Dias Bernardo Junior e
n’esta villa, o nosso assignante sr.
Carmellino Pires.
Tem passado bastante encommodada
de saude, a sr.” D. Alexandrina
Pinto.
Esteve n’esta villa, de visita a seu
irmão o sr. Alfredo Serra, o nosso
presado assignante de Lisboa, sr.
João Henriques Serra.
Sahiram para Lisboa, a sr.* D.
Emilia Correia Barata e sua sobrinha,
sr D. Maria Magdalena Neves
e Silva.
Estão n’esta villa, o sr. Celestino
Pires Mendes, e na sua casa de Palhaes,
a sr.* D. Piedade Moraes
Carneiro e suas ex.” filhas.
Teve a sua délivrance a esposa
do nosso assignante sr. Daniel Bernardo
de Brito, do Brejo.
—M EDE—
80 Kilos de azeitona por cada
oliveira adubada
Foi esta quantidade que um importantissimo
lavrador do Entroncamento
obteve, em media, por oliveira
adubada segundo as nossas indicações.
Em 1 do corrente participa-nos o
seguinte:
«No primeito dia da apanha verificou-
se que cada oliveira das colhidas
n’esse dia tinha dado 80 kilos
de azeitona, o olival é em terreno
que levou tremoço em Outubro de
1909 sem adubo; em Outubro de
1910 levou trigo com 500 kilos de
osfato Thomaz e 500 kilos de Kainite,
Este anno está ainda de poísio,
mas é natural que leve aveia sem
adubo. A propriedade onde se encontra
o olival em questão denomina-
se Casal Pequeno, fica perto do
Entroncamento e tinha fama de nunca
dar azeite nem cultura cerealifera.
Este anno as oliveiras apresentam-
se carregadas e com enorme vegetação.
Nº’outros olivaes já este anno
se está semeando o tremoço para
adubação, empregando por hectare
500 kilos de Fosfato Thamaz e 500
de Kainite; no proximo anno, quando
se semear o trigo, completa-se
aquejla adubação com 100 kilos de
Cal Azotada»,
Se todos os proprietarios seguissem
a orientação d’este lavrador,
adubando cada anno uma parte do
olival; pouco a pouco melhoravam
as suas arvores, augmentavam a colheita
da azeitona e portantoos seus
rendimentos. Chamamos a attenção ‘
dos proprietarios d’olivaes para a
adubação indicada, se não quizerem
chegar á situação do lavrador da
Beira Baixa que nos escreveu em 16
do corrente ;
«Não sei quaes são os motivos
porque as oliveiras chegam a dar
muita flôr, embora mais tarde do
que é costume, mas pouca ou nenhuma
chega a dar fructo, e quando
o dá; cae toda antes de se desenvolver.
». É
Adubos para remessa immediata
pedir a
“+ O Herold & G.º
Lisboa | Porto | Pampilhosa
Proprietarios da marca registada
para adubos
«TREVO DE 4 FOLHAS»
ANNUNCIOS
BERNARDO DE MATTOS
Advogado
Participa aos seus clientes e amigos
que mudou a residencia e escriptorio
para a sua casa do Castello,
sita à Rua do mesmo nome,
onde offeréce o seu limitadissimo
prestimo pessoal e profissional,
“ANNUNCIO |
Pelo Juizo de Direito, Civel e
Commercial da Comarca de Lourenço
Marques e pelo cartorio do segundo
officio, escrivão Pereira, cor
rem editos de sessenta dias a contar
da ultima publicação d’este annuncio
na folha official do Governo, citando
os herdeiros incertos de Manoel
Duarte da Silva, natural de
Fronteiros, concelho de Pedrogam
Pequeno, residente que foi e falleceu
em Lisboa, na rua dos Mouros,
para na segunda audiencia posterior
ao praso dos editos, verem accusar.
a sua citação e ser lhes assignado O
praso de tres audiencias para contestarem,
querendo, o pedido feito
na acção civel ordinaria que a Fazenda
Nacional intentou contra a
Filial do Banco Nacional Ultramarino,
n’aquella cidade, firma L.
Cohen & G.º e dito Manoel Duarte
da Silva. As audiências do Juizo
deprecante fazem-se em todas as
segundas e quintas feiras de cada
semana, não sendo dia feriado, porque,
sendo-o, fazem-se no dia immediato,
se fôr util, e sempre pela
uma hora da tarde, no Tribunal Judicial-
d’aquella Comarca, sito na
Avenida Aldo Cabral, edifício dos
Paços do Concelho da cidade de
Lourenço Marques.
Certã, 22 de novembro de rgi1.
O escrivão,
Adrião Moraes David
Verifiquei a exactidão,
O Juiz de Direito,
3 Sanches Rollão I
Annuneio
Pelo Juizo de Direito da Comarca
da Certã e cartorio do segundo
officio correm editos de trinta dias,
a contar da segunda e ultima publicação
do respectivo annuncio no
«Diario do Governo», citando todos
e quaesquer interessados incertos
que se julguem com direito a contestar
a acção de justificação requerida
n’este Juizo por José Manuel
Leitão, viuvo, proprietario residente
na Costa do Castello, numero
quarenta da cidade de Lisboa, o
qual pretende habriiitar-se para fazer
inscrever em seu nome na primeira
conservatoria, da mesma cidade de
Lisboa: uma propriedade de casas,
na Travessa de Gaspar Trigo, numero
cinco a nove e o domínio directo
d’um prazo constituido no
predio da Travessa de Gaspar Trigo,
numeros dez a treze, com o fôro
de oitenta réis, descriptos respectivamente
na citada conservatoria,
sob numeros dois mil cento sessenta
e seis e dois mil quinhentos setenta
é cinco, cujos bens foram legados
ao justificante no testamento
com que fallec:u Joaquim Antonio
Nunes, natural c residente na Certã.
Esta citação ha de ser accusada
na segunda audiencia d’este Juizo
que será a immediatamente seguinte
aos primeiros cinco dias depois
do prazo dos editos, e na mesma
audiencia será marcado o prazo de
tres audiencias para deduzirem o
que tiverem a oppôr sob pena de
revelia.
As audiencias n’este Juizo fazemse
ás segundas e quintas-feiras de
cada semana, não sendo friados,
porque sendo-o, se fazem nos imediatos,
se tambem o não forem, por
dez horas da manhã, no Tribunal
Judicial, sito na rua Serpa Pinto,
d’esta villa,
Certã, 25 de novembro de Igir.
O escrivão
Francisco Pires de Moura
Verifiquei
O Juiz de Direito
Sanches Rollão I
Annuncio
Pelo Juizo de direito da comarca
da Certã e cartorio do eserisão do
terceiro officio, correm seus termos
uns autos crimes de policia correcional”
pelo crime ‘de- transgressão
do artigo cento e desoito do Regulamento
de seis de novembro de mil
oito centos noventa e nove, em que
é auctor o Ministerio Publico e trausgressor
Paulo Cotrim, solteiro, filho
adoptivo de Appolinaria de Jesus natural
do logar e freguezia de Sernache
do Bom Jardim, e nos mesmos
autos correm editos de trimta dias
que começam a contar-se da segunda
eultima publicação no Diario do
Governo, a citaro mesmo transgressor
Paulo Cotrim, ausentes em parte
incerta, para comparecr no “Tribunal
Judicial d’esta mesma comarca,
no dia da terceira audinecia do proximo
mez de janeiro, por dez horas
da mahã, afim de responder em
audiencia de policia correcional pelo
mesmo crime.
As audiencias neste Juizo fazemse
ás segundas e quintas feiras de
cada semana, não sendo dia feriado,
porque sendo o se fazem no dia imediato,
Certã, 22 de novembro de Igrt.
, O escrivão,
Eduardo Barata Correia e Silva
Verifiquei
O Juiz de Direito
2 Sanches “Rollão I
DR. MARTINS GRILLO
Medico especialista
Doenças e hygiene da PELLE
SYPHILIS e doenças VENEREAS
Tratamento das PURGAÇÕES
Tratatamento medico e cirurgico
das doenças da uretra, prostata e
bexiga.
Consultas diarias das 2 ás 6 horas
da tarde.
RUA DO OURO, 202—2.º
LISBOA
SAPATARIA 24 D’ AGOSTO
DE
JOSÉ POSSIDONIO
Rua Serpa Pinto—-Certã
Nºesta oficina executa-se, por medida,
calçado para homem, senhora
e criança. 6 proprietario d’esta
officina desejando manter e até ampliar
o seu credito, affirma aos seus
estimaveis freguezes que empregará
todo o escrupulo e attenção na execução
de todos os trabalhos que lhe
forem confiados. Ê
Preços Sem competencia
9 N
eee meme ——
“ANNUNCIO
Pelo Juizo de Paz do Districto de
Oleiros e cartorio do escrivão respectivo,
nos autos civeis de acção nos
termos do Decreto de 29 de maio de
1907, que João Martins, casado, ne:
gociante, da villa de Oleiros, move
contra Manuel Luiz Ramos e mulher
Maria Barata do logar do Dão,
freguezia d’Oleiros, se hão de arrematar
em hasta publica no dia 10
do proximo mez de dezembro, pe:
las 11 horas da manha, é porta da
casa que serve de tribunal n’este
Juizo de Paz, sita na rua da Praça,
—o dominio util d’um prazo foreiro
annualmente a Dona Maria Augusta
da Silva, Oleiros, em cento
trinta e nove litros e trinta centilitros
(dez alqueires) de trigo, duzentos
setenta e oito litros e sessenta
centilitros (vinte alqueires) de centeio,
duas galinhas e um frango,
constituido nas seguintes glébas, situadas
nos limites do Dão, penhorado
na mesma execução, pelo maior
preço, offerecido, acima do valor da
avaliação:
Primeira—Uma terra de semeadura
e-testada de matto, sita á Pissarreira,
no valor de: eso mil
réis (5008000).
Segunda-—:Uma: terra de cultivo,
casas, curraes, palheiros comas suas
sepentiga e logradouros, sita no por
vo. do: Dão; no valor de noperentos
mil. réis (9902000).
Terceira-—Uma terra com: casta:
nheiros, sita á Arruteira, no valor
de cem mil réis (100:p000).
Quanta Outrasterra com, castaheiros,
sita, nos Brejos, ‘no, valor
de duzentos e: Asincocafa mil réis
(25oibooo).
: Quinta—s Uma terra-com oliveiras;
sita no Valle, d’Avelheira, no
valor de seiscentos e cincoenta mil
réis (6508000). :
Sexta—Uma: terra com castanheiros;
videiras e matto, sita no Ribeiro;-
da Feira, no valor de seiscentos
mil réis (600000):
Pelo presente são citados os credores
incertos para deduzirem os
Ro direitos, querendo, no. prazn
egal.
“Oleiros, 18 de-novembro de 1911,
O escrivão
Antonio Martins Salgesro
Verifiquei
O Juiz de Paz, 1.º substituto
2 João Antunes 2
Ânnuncio
Pelo Juizo de Direito da comarca
da Certã e cartorio do escrivão
David, correm éditos de trinta dias,
contados da sogunda e ultima publicação,
d’este annuncio no Diario do
Governo, citando o reservista Manuel
da Cruz, filho de Custodio da
Cruz, e de Anna Martinha, do logar
e freguezia de Sernache do Bom Jar
dim, d’esta comarca e actualmente
residente em parte incerta, para
conparecer no TribunalJudicial, d’esta
comarca no dia 11 do proximo
mez de janeiro por 11 horas da
mahã, a fim de responder em audiencia
de policia correcional que o
Ministerio Publico lhe moveu pelo
ctime de falta de revista d’inspecção
que teve logar em 4: de junho do
corrente anno, no Concelho da Certa,
Certã 17 de novembro de 1911.
O escrivão,
Adrião Moraes: David
Verifiquei a exatidão
O Juiz de Direito,
2 -— Sanhes Rollão 2
VOZ DO POVO
LEITÃO & ALBUQUERQUE
EM. COMMANDITA
Rua do Ouro, 10, 2º=ESCRIPTORIO PORENSE=Teleg,º=-LEQUE=LISBOA
CDE —
Commissões e consignações, despachos nas alfandegas,
informações, remessas de encommendas para as provincias,
ilhas é colonias. Acceita representações de
quaesquer casas. productoras tanto nacionaes como estranjei- ”
ras, Trata de liquidações de heranças e de processos commerciaes
de toda a natureza, estando estes assumptos a cargo do
socio gerente Armando de Albuquerque, solicitador
‘ encartado.
gs E
EE
a
E
a
PR
Productos chimicos e especialidades
pharmaceuticas
nacionaes e estranôeiras
AGOAS MINO- ERPoIanE
4 Do] e
O o) | GRANDE VARIEDADE .DE-SABONETES FINISSIMOS
E ESSECIAS MODERNAS dos melhores
“fabricantes estrangeiros.
j ce Fadas (25
E e aro Analyses completas de urinas € azeites
CE
He prosantaigão, de ca-
“sas ‘estranjeiras para ven-
“da por“atacado deartigos de
modas, fitas, rendas, galões,
sedas, etc. etc: Machinas de”
costura, peaNa e o
terias. Ê y
– Enviam-se A AR
smermacinamentemereema
Gravatas — Fabricam;se em todos os generos por preços sem
competencia, f
Pecam-se tabellas de preços e amostras
va collecção de leis Ea PES
Portugueza, approvadas pelas constituintes,
esta collecção traz todas’as
indicações de referencias ao Codigo
em vigor.
60 RÉIS CADA TOMO
Pharmacia Z. Lucas–Certã
Leis da Ea
Portugueza
cada folheto, contendo
uma ou. mais leis
Ultimos folhetos pu-
O blicados.
Lei da Beparação da
Egreja do Estado,
A” verda na PHARMACIA Z.
LUCAS=CERTA.
0 ONU E À REPUBLICA
Preço 200 réis
Livraria Cernadas & C.2 > Rua
Aurea, 190, 192—LISBOA.
. ni FERREIRA & CoLa
IO = –
Rua da Victoria, 82 a 88 e Rua do Ouro, 166 a 170
a
il
Acaba de ser posta à venda a no-
—— LISBOA ——
Installações completas de gaz e agua; gazometros para ace;
tylene desde 5 a 100 luzes; variado sortimento de candieiros, lustres
e lampadas para gaz; camdiciros de petroleo; lanternas de
diversos typos em folha e em cobre; fogões para sala e cosinha;
tinas, lavatorios e retretes; tubos de borracha, Jatão e ferro; tubo
de chumbo de todas as dimensões »-torneiras de metal de diversos
typos e dimensões; grande, sortimento. de tulipas, bacias
para gaz, mangas de incandescencia, bicos simples e de incandescencia;
esquentadores para gaz e petroleo; pára-raios; artigos de
electricidade, eta,
a saem? a a
4
Annuúncio
Pelo Juizo de Paz do Districto de
Oleiros e cartorio do escrivão respectivo,
nos autos civeis de acção
que nos “termos do Decreto de 29
de ‘maio de 1907 João Fernandes, .
solteiro, do logar da Bafareira, treguezia
do Estreito, move contra Manuel”
Luiz’ Ramos, e mulher Maria
Barata, do logar do Dão, freguezia
d’Oleiros, se hão de arrematar em
hasta publica’no dia 10 do proximo
mez de dezembro, pelas 11 horas
da manhã, á porta da casa que serve
“de tribunal n’este Juizo de Paz,
sita na rua da Praça,;—o dominio
util de um prazo foreiro annualmente
a Dona Maria Augusta da Silva,
dOleiros, em cento trinta e nove litros:
estrinta centilitros (dez alqueires)
de-trigo, duzentos setenta e oito
litros e sessenta centilitros (vinte
alqueires) de centeio, duas gallinhas
eum frango, constituido nas-seguintes
glébas, situadas nos limites do
Dão;penhoradoana mesma execução,
pelo maior preço, oferecido, acima
do valor da avaliação:
Primeira-—- Uma terra: de semeadura“
e testada-de matto, sita á-Pissarreira,
no valor de: a mil
réis (3008000.) à
Segunda—Uma: terra ade cuitivo,
casas, curraes, ipalheiros com suas
serventias e logradouros, sita no povo
do Dão, no valor de novecentos
mil réis (g00$000). !
Terceira-—Uma terracom castanheiros,
sita “á Arruteira, no valor
de cem mil réis (100iho00),
Quarta-—Qutra terraicom»castanheiros,
“sita nos: Brejos, novalor
de duzentos. e -cincoenta mil réis
| (25034000).
Quinta-Uina terra comm oliveiras,
sitaiino/ Valle d’Avellaria; no valor
de seiscentos e» ‘cincoenta- mil réis
(650pooo).
Sexta-—Uma’terra: comcastanheiros;
videiras e matto, sita no Ribeiro
daFeira, no valor-de seiscentos
mil réis (6008000). ‘
Pelo: presente são citados os-credores
incertos para” deduzirem os
pe NUS RU; querendo, no prazo le-
“Oleiros, 18/de novembro de 1gir.
O escrivão
Antonio EMartins Salgeiro
Verifiquei S
O Juiz de Paz, 1.º substituto
João Antunes 2
Annuncio
w
Pelo Juizo de Direito da. ‘comarcada
Certã, e cartorio. do escrivão
David, correm éditos de trinta dias,
contados da; segunda e ultima publicação
d’este annuncio no Diario
do. Governo, citando. o reservista
José da-Cruz Prata, filho de João
da-Gruz: Prata e de Izabel: Maria,
do Jogar: do: Casal-da Magdalena,
freguezia- do, Cabeçudo, d’esta comarca
e actualmente residente em
parte incerta, para comparecer no
Tribunal Judicial, d’esta mesma. comarca
nu dia 11 do proximo mez
de janeiro por 11 horas da mahã,
afim de responder em andiencia de
policia correcional que o Ministerio
Publico lhe moveu pelo crime de
falta de revista d’inspecção que teve
logar em 4 de Junho do corrente
anno, no Concelho da Certã.
Certã, 17 de novembro de 1911.
O escivão,
Adrião Moraes David
Verificei a exatidão
O Juiz de Direito
2; Sanhes Rollão 2